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Patologia Amanda göedert SNC patologias Principal unidade funcional do SNC é o neurônio. Neurônios não se regenera, mas tem uma certa plasticidade (capacidade de aprender novas coisas diante determinadas situações) Glia (astrócitos, oligodendrócitos – fazem a bainha de mielina e micróglia) Normalmente não há células inflamatórias no SNC Lesão isquêmica neuronal: Qualquer falta de aporte sanguíneo no SNC há um tempo para ser reestabelecido, a partir de 12 horas de hipóxia histologicamente as alterações começam a surgir Corpo celular encolhe, picnose do núcleo (diminui de tamanho), ausência nucléolo, perda corpúsculos de Nissl (desaparecem), eosinofilia citoplasmática – por causa da perda dos corpúsculos de Nissl (neurônios vermelhos - necrose) Lesão axonal descola núcleos para a periferia, aumento e arredondamento celular, aumento nucléolo, corpúsculos Nissl para periferia Nissl (fibrilas no citoplasma ao redor do núcleo) Lesões agudas destroem barreira hematoencefálica edema cerebral único padrão de necrose visto no SNC é o liquefativo OUTROS PADRÕES DE LESÃO QUE NÃO ISQUÊMICAS: Inclusões intracelulares específicas, corpos de Lewy na doença de Parkinson e emaranhados na doença de Alzheimer (amiloide – proteína TAU) Vírus – inclusões em neurônios e outras células Astrócitos: função de reparo e cicatrização a gliose (hipertrofia e hiperplasia). · Núcleo aumenta, vesiculado e nucléolo proeminente. Citoplasma expande. Gliose prolongada e citoplasma diminui de tamanho. Gliose crônica causa os gliomas de baixo grau Fibroblastos ação limitada, exceto em traumas ou abcessos Oligodendrócitos mostram alterações limitadas: inclusões virais Micróglia: função de fagócitos Epêndima: inclusões virais Edema: Acúmulo de líquido em excesso no parênquima cerebral. Dois tipos: · Edema vagosênico: Alteração da barreira hematoencefálica. Localizado ou generalizado · Edema citotóxico: Acúmulo de líquido intracelular, secundário a lesão neuronal ou glial. Hipóxia ou isquemia generalizada. Toxinas Cérebro fica mais macio, giros achatados, sulcos estreitados e ventrículos comprimidos Precisa abrir o crânio para que o cérebro expanda, ou essa pressão vai empurrar tudo para onde possa passar Hidrocefalia: Liquor produzido pelo plexo coroide nos ventrículos circula pelo sistema ventricular e escoa através dos forames de Luschka e Magendie para dentro do espeço subaracnoide, onde é absorvido pelas granulações aracnoides Fluxo comprometido ou reabsorção diminuída · Não comunicante: obstrução de Monro (interventricular) – quando há obstrução · Comunicante: reabsorção reduzida, todo sistema dilatado (não tem absorção, mas as granulações não conseguem reabsorver o liquor) Na infância antes do fechamento das suturas aumento diâmetro cefálico Após o fechamento suturas, expansão ventricular e aumento pressão intracraniana, sem alterar diâmetro cefálico Hidrocefalia ex vácuo: trauma e perda de massa encefálica, aumento de LCR compensatório. Sem significado clínico Espessura aumentada Herniação: Compartimento intracraniano é dividido pela foice e tentório, 3 tipos: · Subfalcina (cíngulo): Desloca o giro do cíngulo abaixo da borda da foice. Isso pode causar compressão da artéria cerebral anterior · Transetorial (uncinado): Ocorre quando o uncus do lobo temporal é comprimido contra a margem livre do tentório. Terceiro nervo craniano – dilatação pupilar e movimentação oculares, comprometimento no lado da lesão · Tonsilar: Se refere ao deslocamento das tonsilas cerebelares através do forame magno Compressão do tronco encefálico, compromete os centros respiratórios e cardíacos vitais na medula – muitas vezes fatal As duas primeiras não necessariamente levam a óbito, mas a Tonsilar como comprime o BULBO é fatal Tudo que aumenta a pressão intracraniana, QUE FAZ EFEITO DE MASSA, pode levar a edema cerebral, que pode ser causado por uma hidrocefalia, tendo edema a herniação pode acontecer (tudo interligado), hemorragias Traumas do SNC: MORTE E INVALIDEZ Gravidade e o local da lesão: Clinicamente silenciosa (caso ocorra no lobo frontal), gravemente incapacitante (caso afete a medula espinal) ou fatal (envolvendo tronco encefálico) O golpe na cabeça pode ser penetrante ou contuso (batidas), podendo causar lesão aberta ou fechada. Quando o cérebro é danificado as lesões podem envolver o parênquima, os vasos sanguíneos ou ambos Toda região periférica tem hemorragia difusa Lesões parenquimatosas traumáticas: Impacto craniano: Pode ocorrer lesão cerebral no local do impacto – uma lesão por golpe – ou oposta ao local do impacto no outro lado do cérebro – uma lesão por contragolpe. (como cérebro não é fixo, ele faz um chicote) São contusões, com aparências microscópicas e macroscópicas comparáveis · Contusão: Deslocamento rápido de tecido, rompimento de vasos e hemorragia, lesão tecidual e edema. As cristas dos giros são mais suscetíveis a lesões traumáticas · Penetração do cérebro por um projétil: Bala ou um fragmento de crânio proveniente de fratura) causa laceração, com corte tecidual, rompimento vascular e hemorragia MORFOLOGIA: Contusões são em forma de cunha, mais largo mais próximo do ponto de impacto Efeitos funcionais observados precocemente Lesões neuronais (picnose nuclear, eosinofilia citoplasmática, desintegração celular) leva de 12-24 horas para aparecer Resposta inflamatória: Neutrófilos precedendo o surgimento dos macrófagos. Trauma afeta as camadas superficiais com maior gravidade (primeira região afetada é a substância cinzenta) Lesão vascular traumática: Maioria rompe diretamente as paredes dos vasos, levando à hemorragia Dependendo do vaso afetado: epidural, subdural, subaracnoide ou intraparenquimatosa. Isolada ou em combinação Hemorragias subaracnóideas e intraparenquimatosa costumam ocorrerem em locais de contusões e lacerações HEMATOMA EPIDURAL: · Artéria meníngea média: São vulneráveis a traumas. Em lactantes pode ocorrer lesões sem trauma, pela fragilidade dos vasos – por isso se evita movimentos bruscos com RNs HEMATOMA SUBDURAL: · Movimento rápido do cérebro: Pode lacerar as veias ponte (dos hemisférios cerebrais através dos espaços subaracnoide e subdural aos seios durais). Elas rompem, e causa sangramento para o espaço subdural, entre as duas camadas da dura-máter · Atrofia cerebral: Veias-ponte são esticadas e o cérebro tem espaço adicional para se mover, contribuindo para uma maior taxa de hematomas subdurais na pessoa idosa Bebês possuem veias-ponte mais finas. Os hematomas subdurais manifestam-se tipicamente nas primeiras 48 horas após a lesão. Mais comuns nos hemisfério cerebrais e podem ser bilaterais. Os sinais neurológicos – pressão exercida sobre o cérebro. Os sintomas não localizados da dor de cabeça, confusão e deterioração neurológica lentamente progressiva MORFOLOGIA: Hematoma subdural agudo: Uma coleção de sangue recém-coagulado sobre o contorno da superfície do cérebro, sem se estender para os sulcos Tecido subjacente achatado Hematomas subdurais organizam-se por lise do coágulo (cerca de 1 semana), crescimento de tecido de granulação da superfície dural para dentro do hematoma (2 semanas) e fibrose (1-3 semanas) – como é na meninge e não dentro do cérebro Os hematomas subdurais costumam voltar a sangrar – achados microscópicos consistentes com hemorragias em diferentes períodos) Malformações congênitas e lesão cerebral perinatal: 1 – 2% a incidência de malformações do SNC, leva a retardo mental, paralisia cerebral ou defeitos no tubo neural Mais comuns no contexto de síndromes (defeitos congênitos múltiplos) Lesões e agressões pré-natais ou perinatais interferem no desenvolvimento do SNC ou causam danos tecidual Gestação (teratógenos etc.) Mutações que afetam genes que regulam a diferenciação, maturação ou comunicação intercelular de neurônios ou células gliais podem causar malformações ou disfunção do SNC Vários produtos químicos e agentes infecciosos – efeitos teratogênicos Defeitos do tubo neural: - Falha fechamento do tubo neural:anormalidades que envolvem o tecido neural, as meninges e ossos ou tecidos moles sobrejacentes. Coletivamente são o tipo mais frequente de malformação do SNC. A deficiência de folato durante o primeiro trimestre de gravidez aumenta acentuadamente o risco Os defeitos do tubo neural incluem: mais comuns extremidade posterior do tubo neural – medula espinal, defeitos ósseos assintomáticos – espinha bífida · Mielomeningocele: Região lombossacral, déficits motores e sensoriais nas extremidades inferiores e problemas no controle intestinal e da bexiga · Anencefalia: Malformação da extremidade anterior do tubo neural, leva a ausência do prosencéfalo e do topo do crânio – incompatível com a vida · Encefalocele ------------------- Lesão cerebral perinatal: Durante gestação ou trabalho de parto Paralisia cerebral: É o nome dada para déficits motores e neurológicos não progressivos, espasticidade, distonia, ataxia, ou atetose e paresia atribuíveis – causado muito por hipóxia intraparto Hemorragias e infartos: Bebês prematuros, risco maior de hemorragia intraparenquimatosa, placas calcárias amarelas que consistem em discretas regiões de necrose da substância branca e calcificação distrófica. Graves envolvem substância cinzenta e branca, grandes lesões císticas podem se desenvolver nos hemisférios – encefalopatia multicística Infecções transplacentárias ou durante o nascimento podem causar lesões cerebrais destrutivas: STORCH (sífilis, toxoplasmose, rubéola, CMV e herpes) Tumores: 10 a 17/ 100 mil intracranianos 1 a 2/100 mil intraespinhais Metade a ¾ primários, restante metástases 20% de todos pediátricos, onde geralmente são de fossa posterior Prognóstico ruim, poucas opções tratamento Em adultos geralmente supratentoriais Particularidades: · Não apresentam estágios pré-malignos · Lesões de baixo grau podem ter prognóstico desfavorável (efeito de massa) · Local anatômico influência nos resultados · Gliomas mais agressivos, raramente disseminam para fora do SNC · Benignos são retirados, e os malignos só faz biópsia e radio/quimioterapia Gliomas: Astrocitomas e oligodendrogliomas, molecularmente distintos, mas continuam com classificação histológica Tratamento com base nas alterações moleculares para alguns Gliomas difusos são a maioria: Astrocitomas difusos e oligodendrogliomas TUMORES GLIAIS: · Astrocitomas pilocítico · Astrocitomas baixo grau e alto grau (II, III) · Oligodendrogliomas Astrocitomas – adultos: 80% dos gliomas em adultos, 4ª a 6ª década, nos hemisférios Convulsões, dores de cabeça e déficits neurológicos focais relacionados com o local anatômico de envolvimento Taxa média de sobrevida: 15 meses Aumento da substância branca Oligodendrogliomas: 5 a 15% dos gliomas 4ª a 5ª décadas Queixas neurológicas vários anos, convulsões Maioria hemisférios, lobos temporal e frontal Cirurgia: RT, QT, 10-20 anos de sobrevida para grau II, 5 a 10 anos para grau III – terapia chega a funcionar Maioria massas cinzentas e gelatinosas, infiltrativos, cistos, hemorragia, calcificação · Grau II: núcleos semelhantes às células normais com halos claros perinucleares, baixa atividade mitótica · Grau III: Maior celularidade, anaplasia celular, aumento de mitoses e pode ter proliferação vascular Gliomas da linha média: Tronco cerebral, medula espinhal e tálamo Infiltrativos e comprometimento neurológico significativo Podem não exibir características de alto grau, mas são agressivos Ependimoma: Sistema ventricular 2 primeiras décadas de vida, 4º ventrículos, 5-10% Em adultos mais comum na medula espinal – NF2 Tumores neuronais: Menos comuns, menor grau, convulsões – muito raro Células que expressam marcadores neuronais como sinaptofisina e neurofilamentos · Neurocitoma central: É uma neoplasia de baixo grau encontrada dentro e adjacente ao sistema ventricular · Tumor neuroepiteliais disembrioplásico: É um tumor distinto e de baixo grau em crianças e jovens adultos que cresce lentamente. Lobo temporal superficial · GANGLIOMAS: São tumores com uma mistura de elementos gliais, geralmente um Astrocitomas de baixo grau e neurônios com aparência madura Neoplasias embrionárias (primitivas): Meduloblastoma: Mais comum, exclusivamente no cerebelo Marcadores neuroniais e gliais Altamente maligno, muito radiossensível, RT, QT e cirurgia – sobrevida 5 anos 75% Em crianças – linha média do cerebelo, tumores laterais – adultos Bem circunscritos, cinza e friável e pode ser visto se estendendo para a superfície das folhas cerebelares e envolvendo as leptomeninges Densamente celulares, com camadas de células anaplásicas (azuis pequenas) Rosetas OUTROS TUMORES PARENQUIMATOSOS: Linfomas primários SNC > linfomas difuso de grandes células B > associada EBV Meninges – meningiomas: Benignos em sua maioria, células meningoteliais aracnoides Adultos muitas vezes ligados à dura-máter Qualquer lugar na superfície do cérebro e ventrículos. Maioria plano de clivagem e alguns infiltrativos O prognóstico geral é determinado por tamanho e posição da lesão, acessibilidade cirúrgica e grau histológico Múltiplos meningiomas, especialmente associados a schwannomas do oitavo nervo ou tumores gliais, o diagnóstico de neurofibromatose do tipo 2 (NF2) deve ser considerado (metade dos casos) MORFOLOGIA: Meningiomas (grau 1 OMS, invasão SNC grau 2, invasão óssea pior prognóstico) crescem como massas bem definidas baseadas na dura máter, que podem comprimir o cérebro, mas normalmente não o invadem Vários subtipos> meningoteliais, fibroelástico, transicionais, psamomatosos, secretores
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