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1 
 
 
 
 
Aulas imprescindíveis 
2 
Olá, Alunos! 
 
Sejam bem-vindos ao E-book das aulas imprescindíveis! 
 
O presente E-book contém os conteúdos referentes as aulas 
imprescindíveis do nosso curso. 
Com o intuito de facilitar a sua localização, o presente E-book 
segue a sequência em que as aulas imprescindíveis estão 
dispostas em nosso portal. 
Qualquer dúvida a respeito da distribuição dos conteúdos, 
estaremos à disposição para auxiliá-los através da ferramenta 
“Pergunte ao professor”! 
Bons estudos, 
Abraços, Equipe Ceisc. 
 
 
 
 
 
 
3 
2ª FASE OAB | PENAL | 37º EXAME 
 
Direito Penal e 
Processual Penal 
 
SUMÁRIO 
Ação penal 
1.1 Conceito .......................................................................................................... 13 
1.2. Ação penal pública incondicionada ................................................................ 13 
1.3. Ação penal pública condicionada à representação ........................................ 14 
1.3.1. Conceito e natureza jurídica ........................................................................ 14 
1.3.2. Identificação ................................................................................................ 15 
1.3.3. Titular do direito de representação .............................................................. 17 
1.3.4. Prazo ........................................................................................................... 17 
1.3.5. Retratabilidade ............................................................................................ 18 
1.3.6. Consequências ............................................................................................ 18 
1.4. Ação penal privada ......................................................................................... 19 
1.5. Questões sobre Ação Penal ........................................................................... 20 
Queixa-crime 
2.1 Conceito .......................................................................................................... 23 
2.2 Base legal ........................................................................................................ 23 
2.3 Identificação .................................................................................................... 23 
2.4 Legitimidade .................................................................................................... 24 
2.5 Prazo da ação penal privada ........................................................................... 24 
2.6 Requisitos da queixa ....................................................................................... 26 
2.7 Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal ................... 27 
2.8 Procuração com poderes especiais................................................................. 28 
2.9 Valor indenizatório mínimo .............................................................................. 28 
2.10 Estruturação da Queixa-crime: ...................................................................... 29 
2.11 Questões sobre queixa-crime ........................................................................ 31 
Citação e rejeição da denúncia 
3.1 Da citação ....................................................................................................... 33 
4 
3.2 Da denúncia e rejeição da denúncia ............................................................... 35 
3.2.1 Causas de rejeição da denúncia ou queixa .................................................. 35 
3.3 Questões sobre citação e rejeição da denúncia .............................................. 40 
Teoria do dolo e culpa 
4.1 Do crime doloso .............................................................................................. 43 
4.1.1 Dolo direto .................................................................................................... 43 
4.1.2 Dolo eventual ............................................................................................... 43 
4.2 Do crime culposo ............................................................................................. 44 
4.2.1 Conceito ....................................................................................................... 44 
4.2.2 Elementos do crime culposo ........................................................................ 44 
4.2.3 Diferença entre culpa consciente e dolo eventual ........................................ 49 
4.3 Questões sobre Teoria do dolo e culpa ........................................................... 51 
Princípio da insignificância 
5.1 Introdução ....................................................................................................... 53 
5.2 Requisitos ........................................................................................................ 54 
5.3 Princípio da insignificância em espécie ........................................................... 56 
5.4 Questão sobre Princípio da insignificância ...................................................... 62 
Resposta à acusação 
6.1 Peça obrigatória .............................................................................................. 64 
6.2 Identificação .................................................................................................... 64 
6.3 Base legal ........................................................................................................ 66 
6.4 Prazo ............................................................................................................... 66 
6.5 Conteúdo ......................................................................................................... 67 
6.6 Pedido de Absolvição Sumária ........................................................................ 71 
6.7 Recursos ......................................................................................................... 72 
6.8 Dicas ............................................................................................................... 72 
6.9 Estrutura da peça ............................................................................................ 74 
6.10 Questões sobre Resposta à acusação .......................................................... 78 
Competência 
7.1. Jurisdição ....................................................................................................... 80 
7.2. Competência .................................................................................................. 81 
7.2.1. Espécies de competência ............................................................................ 81 
7.2.2. Critérios de fixação da competência:........................................................... 82 
7.2.3. Determinação do foro competente .............................................................. 83 
7.2.4. Competência em crime continuado e crime permanente ............................ 84 
7.2.5. Competência pelo domicílio ou residência do réu ....................................... 84 
7.2.6 Competência pela natureza da infração ....................................................... 85 
5 
7.2.7. Competência por distribuição ...................................................................... 85 
7.2.8. Causas modificadoras da competência ....................................................... 85 
7.2.8.1. Competência por conexão ........................................................................ 85 
7.2.8.2. Competência por continência ................................................................... 87 
7.2.9. Foro prevalente ........................................................................................... 88 
7.2.10. Da competência por prevenção ................................................................. 90 
7.2.11. Da competência por prerrogativa de função ..............................................91 
7.2.12. Competência do Supremo Tribunal Federal .............................................. 92 
7.2.13. Competência do Suprior Tribunal de Justiça ............................................. 92 
7.2.14. Competência dos Tribunais Regionais Federais ....................................... 92 
7.2.15. Competência dos Tribunais de Justiça ...................................................... 93 
7.2.16. Competência para julgar prefeitos municipais ........................................... 93 
7.2.17. Competência da Justiça Federal ............................................................... 95 
7.2.18. Competência da justiça militar ................................................................. 100 
7.2.19. Competência criminal da justiça eleitoral ................................................ 100 
7.2.20. Justiça política ou extraordinária ............................................................. 101 
7.2.21. Restrição ao foro por prerrogativa de função .......................................... 101 
7.2.22. Marco para o fim do foro ......................................................................... 101 
7.2.23. Crime de moeda falsa ............................................................................. 101 
7.2.24. Justiça estadual ....................................................................................... 102 
7.3. Questões sobre competência ....................................................................... 103 
Iter criminis e tentativa 
8.1 Iter criminis .................................................................................................... 109 
8.1.1 Cogitação ................................................................................................... 110 
8.1.2 Atos preparatórios ...................................................................................... 110 
8.1.3 Execução .................................................................................................... 111 
8.1.4 Consumação .............................................................................................. 112 
8.2 Da tentativa ................................................................................................... 113 
8.2.1 Conceito ..................................................................................................... 113 
8.2.2 Natureza jurídica ........................................................................................ 113 
8.2.3 Elementos da tentativa ............................................................................... 114 
8.2.4 Punibilidade da tentativa ............................................................................ 116 
8.2.5 Infrações penais que não admitem tentativa .............................................. 116 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
9.1 Introdução ..................................................................................................... 118 
9.2 Desistência voluntária ................................................................................... 118 
9.3 Arrependimento eficaz................................................................................... 120 
9.4 Requisitos ...................................................................................................... 121 
9.5 Consequência ............................................................................................... 123 
9.6 Questões sobre Desistência voluntária e arrependimento eficaz .................. 127 
6 
Arrependimento posterior 
10.1 Conceito ...................................................................................................... 128 
10.2 Requisitos .................................................................................................... 128 
10.3 Critério para redução da pena ..................................................................... 130 
10.4 Reparação do dano ou restituição da coisa em situações específicas........ 130 
10.5 Questões sobre arrependimento posterior .................................................. 131 
Conflito aparente de normas 
11.1. Introdução .................................................................................................. 133 
11.2. Conflito aparente de normas x concurso de crimes ................................... 134 
11.3. Princípios para dirimir o conflito aparente de normas................................. 134 
11.3.1. Princípio da especialidade ....................................................................... 134 
11.3.2. Princípio da subsidiariedade ................................................................... 135 
11.3.3. Princípio da consunção ou da absorção .................................................. 138 
11.3.4. Princípio da alternatividade ..................................................................... 142 
11.4. Questões sobre Conflito aparente de normas ............................................ 143 
Concurso de crimes 
12.1. Introdução .................................................................................................. 145 
12.2. Concurso de crimes e a relação com outros institutos ............................... 145 
12.3. Concurso material de crimes ...................................................................... 146 
12.3.1. Conceito .................................................................................................. 146 
12.3.2. Concurso material e penas restritivas de direitos .................................... 147 
12.3.3. Cumprimento simultâneo ou sucessivo de penas restritivas de direitos.. 147 
12.3.4. Aplicação da pena ................................................................................... 148 
12.4. Concurso formal ......................................................................................... 148 
12.4.1. Conceito .................................................................................................. 148 
12.4.2. Concurso formal perfeito e concurso formal imperfeito ........................... 149 
12.4.3. Aplicação da pena no concurso formal .................................................... 150 
12.4.4. Concurso formal e crime único ............................................................... 152 
12.5. Crime continuado ....................................................................................... 153 
12.5.1. Conceito .................................................................................................. 153 
12.5.2. Requisitos ................................................................................................ 153 
12.5.3. Crime continuado específico ................................................................... 155 
12.5.4. Aplicação da pena ................................................................................... 156 
12.6. Questões sobre Concurso de crimes ......................................................... 159 
Crime impossível 
13.1 Conceito ...................................................................................................... 162 
13.2 Crime impossível por ineficácia absoluta do meio ....................................... 163 
13.3 Crime impossível por impropriedade absoluta do objeto ............................. 164 
7 
13.4 Questões sobre Crime impossível ............................................................... 166 
Erro de tipo 
14.1 Erro de tipo essencial .................................................................................. 168 
14.1.1 Erro de tipo essencial invencível, inevitável ou escusável ....................... 170 
14.1.2 Erro de tipo essencial vencível, evitável ou inescusável .......................... 171 
14.1.3. Efeitos do erro de tipo essencial.............................................................. 172 
14.2 Erro de tipo acidental...................................................................................173 
14.2.1 Erro sobre o objeto ................................................................................... 174 
14.2.2 Erro sobre a pessoa ................................................................................. 175 
14.2.3 Erro na execução ..................................................................................... 177 
14.2.4 Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) ............................... 180 
14.3 Erro provocado por terceiro ......................................................................... 183 
14.4 Questões sobre Erro de tipo ........................................................................ 184 
Excludente de ilicitude 
15.1 Introdução ................................................................................................... 190 
15.2 Os reflexos das causas de exclusão da ilicitude no processo penal ........... 190 
15.3 Estado de necessidade ............................................................................... 191 
15.4 Legítima defesa ........................................................................................... 196 
15.5 Excesso punível .......................................................................................... 201 
15.6 Estrito cumprimento do dever legal ............................................................. 202 
15.7 Exercício regular do direito .......................................................................... 204 
15.8 Consequências ............................................................................................ 207 
15.9 Questões sobre Excludente de ilicitude ....................................................... 208 
Excludente de culpabilidade 
16.1 Introdução ................................................................................................... 210 
16.2 Inimputabilidade .......................................................................................... 211 
16.3 Menoridade penal ........................................................................................ 216 
16.4 Falta de potencial consciência da ilicitude ................................................... 217 
16.4.1 Erro de proibição ...................................................................................... 217 
16.5 Inexigibilidade de conduta diversa............................................................... 224 
16.5.1 Coação moral irresistível .......................................................................... 225 
16.5.2 Obediência hierárquica ............................................................................. 226 
16.6 Questão sobre Excludente de culpabilidade ............................................... 228 
Teoria da pena 
17.1 Fixação da pena .......................................................................................... 230 
17.1.1 Primeira fase ............................................................................................ 232 
17.1.2 Segunda fase ........................................................................................... 236 
8 
17.1.3 Terceira fase ............................................................................................ 249 
17.2 Regime inicial de cumprimento de pena ...................................................... 251 
17.3 Das penas restritivas de direitos ................................................................. 254 
17.3.1. Requisitos objetivos ................................................................................. 255 
17.3.2 Substituição da pena restritiva x tráfico ilícito de entorpecentes .............. 259 
17.4 Suspensão condicional da execução da pena (sursis) ................................ 261 
17.5 Questões sobre Teoria da pena .................................................................. 263 
Das Nulidades 
18.1. Teoria Geral das Nulidades ........................................................................ 271 
18.1.1. Sistema da Tipicidade dos Atos Processuais .......................................... 271 
18.1.2. Graus de Atipicidade ............................................................................... 272 
18.2. Conceito de Nulidade ................................................................................. 273 
18.3. Nulidade Absoluta e Relativa ..................................................................... 273 
18.3.1. Nulidades absolutas ................................................................................ 273 
18.3.2. Nulidades relativas .................................................................................. 273 
18.4. Vícios Processuais ..................................................................................... 274 
18.4.1. Jurisdição e Competência ....................................................................... 274 
18.4.2. Ilegitimidade da Parte ............................................................................. 274 
18.4.3. Falta de Atos Essenciais ......................................................................... 274 
18.5. Regularização da Falta ou Nulidade da Citação ........................................ 278 
18.6. Questões sobre Nulidades ......................................................................... 282 
Prescrição 
19.1 Conceito ...................................................................................................... 285 
19.2 Espécies de prescrição ............................................................................... 285 
19.3 Efeitos da prescrição ................................................................................... 287 
19.4 Prescrição da pretensão punitiva ................................................................ 288 
19.4.1. Prescrição da pretensão punitiva em abstrato ou propriamente dita ....... 288 
19.4.2. Prescrição da pretensão punitiva retroativa ............................................ 305 
19.4.3. Prescrição da pretensão punitiva superveniente ou intercorrente ........... 311 
19.5 Prescrição da pretensão executória ............................................................ 314 
19.5.1. Termos iniciais......................................................................................... 316 
19.5.2. Causas interruptivas ................................................................................ 317 
19.5.3. Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento 
condicional .......................................................................................................... 318 
19.5.4. Algumas hipóteses de incidência da prescrição da pretensão 
executória ............................................................................................................ 319 
19.6 Questões sobre Prescrição ......................................................................... 322 
9 
Audiência de instrução 
20.1 Considerações ............................................................................................ 326 
Memoriais 
21.1 Introdução ................................................................................................... 328 
21.2 Identificação ................................................................................................ 328 
21.3 Base legal .................................................................................................... 332 
21.4 Prazo ........................................................................................................... 332 
21.5 Conteúdo ..................................................................................................... 333 
21.6 Pedido ......................................................................................................... 337 
Teoria Geral das Provas 
22.1. Introdução e Conceito ................................................................................ 342 
22.2. Objeto Da Prova e Objetivo........................................................................ 343 
22.2.1. Presunções legais ................................................................................... 343 
22.3. Princípios .................................................................................................... 344 
22.4. Sistemas de apreciação das provas ........................................................... 345 
22.4.1. Sistema do livre convencimento motivado .............................................. 345 
22.4.2. Sistema da íntima convicção ................................................................... 346 
22.4.3. Sistema da prova tarifada, da verdade legal ou da certeza moral do 
legislador ............................................................................................................. 346 
22.5. Elementos de informação x elementos de prova ........................................ 346 
22.6. Ônus da Prova ........................................................................................... 347 
22.6.1. Introdução ............................................................................................... 347 
22.6.2. Distribuição .............................................................................................. 348 
22.7. Poderes Instrutórios do Magistrado ............................................................ 349 
22.8. Provas Ilegais, vedadas ou proibidas ......................................................... 350 
22.8.1. Exceções ou Limitações à admissibilidade da prova ilícita por 
derivação ............................................................................................................. 351 
22.8.2. Utilização de prova ilícita em favor do réu e em favor da sociedade ....... 352 
Provas em espécie 
23.1. Provas Ilícitas e a Inviolabilidade do sigilo das comunicações ................... 359 
23.1.1. Comunicações telefônicas ....................................................................... 359 
23.2. Interceptação de Dados ............................................................................. 365 
23.3. Interceptações Ambientais ......................................................................... 366 
23.4. Sigilo de correspondência .......................................................................... 367 
23.5. Exame de Corpo de Delito ......................................................................... 367 
23.5.1. Aspectos Importantes .............................................................................. 370 
23.5.2. Outras Perícias ........................................................................................ 370 
23.5.3. Cadeia de Custódia ................................................................................. 371 
10 
23.6. Interrogatório .............................................................................................. 373 
23.7. Confissão ................................................................................................... 375 
23.8. Perguntas ao Ofendido ............................................................................... 376 
23.9. Prova Testemunhal .................................................................................... 377 
23.10. Reconhecimento Pessoas e Coisas ......................................................... 381 
23.11. Busca e Apreensão .................................................................................. 381 
23.12. Questões sobre provas ............................................................................ 383 
Recurso de apelação 
24.1 Conceito ...................................................................................................... 397 
24.2 Identificação ................................................................................................ 397 
24.3 Base legal .................................................................................................... 402 
24.4 Cabimento da apelação nas sentenças do juiz singular .............................. 402 
24.5 Prazo ........................................................................................................... 403 
24.6 Legitimidade do assistente à acusação ....................................................... 403 
24.7 Conteúdo ..................................................................................................... 404 
24.8 Pedido ......................................................................................................... 406 
24.9 Estrutura do recurso .................................................................................... 407 
24.10 Peça bipartida ........................................................................................... 409 
24.11. Questões sobre Recurso de apelação ..................................................... 416 
Contrarrazões de apelação 
25.1 Introdução ................................................................................................... 418 
25.2 Identificação ................................................................................................ 418 
25.3 Base legal .................................................................................................... 420 
25.4 Prazo ........................................................................................................... 420 
25.5 Conteúdo ..................................................................................................... 421 
25.6 Pedidos ....................................................................................................... 421 
25.7 Estrutura da peça ........................................................................................ 421 
Do Procedimento do Tribunal do Júri – 1ª Fase 
26.1 Do procedimento do tribunal do júri ............................................................. 427 
26.1.1 Recebimento da denúncia ........................................................................ 428 
26.1.2 Indispensabilidade da Resposta à Acusação ........................................... 428 
26.1.3 Contraditório: Específico do Procedimento do Júri ................................... 428 
26.1.4 Providências judiciais ............................................................................... 428 
26.1.5 Instrução concentrada .............................................................................. 429 
26.1.6 Fase de apreciação da admissibilidade da acusação .............................. 430 
26.1.7 Pronúncia ................................................................................................. 430 
26.1.8 Impronúncia .............................................................................................. 431 
26.1.9 Absolvição sumária .................................................................................. 431 
11 
26.1.10 Desclassificação ..................................................................................... 432 
26.1.11 Emendatio libelli ..................................................................................... 432 
26.1.12 Intimação da decisão de pronúncia ........................................................ 432 
26.2 Resposta à acusação .................................................................................. 433 
26.2.1 Identificação ............................................................................................. 433 
26.2.2 Base legal ................................................................................................. 433 
26.2.3 Prazo ........................................................................................................ 433 
26.2.4 Conteúdo .................................................................................................. 433 
26.2.5 Pedido ...................................................................................................... 433 
26.3 Memoriaisou alegações finais por memoriais ............................................. 437 
26.3.1 Considerações iniciais .............................................................................. 437 
26.3.2 Base legal ................................................................................................. 437 
26.3.3. Prazo ....................................................................................................... 437 
26.3.4. Identificação ............................................................................................ 438 
26.3.5. Conteúdo ................................................................................................. 438 
26.3.6. Pedido ..................................................................................................... 441 
Recurso em sentido estrito 
27.1 Introdução ................................................................................................... 445 
27.2 Hipóteses de cabimento .............................................................................. 446 
27.3 Prazo ........................................................................................................... 452 
27.4 Legitimidade ................................................................................................ 452 
27.5 Peça bipartida ............................................................................................. 453 
27.6 Efeito regressivo .......................................................................................... 454 
27.7 Estruturação: peça de interposição endereçada ao juízo de 1º grau .......... 456 
27.8 Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia ............................ 459 
27.8.1 Introdução ................................................................................................ 459 
27.8.2 Identificação ............................................................................................. 459 
27.8.3 Base legal ................................................................................................. 461 
27.8.4 Prazo ........................................................................................................ 461 
27.8.5 Efeito regressivo ....................................................................................... 461 
27.8.6 Conteúdo .................................................................................................. 462 
27.8.7 Pedido ...................................................................................................... 463 
27.8.8 Estrutura do recurso em sentido estrito .................................................... 464 
27.9. Questões sobre Recurso em sentido estrito ............................................... 469 
Efeito extensivo 
28.1 Conceito ...................................................................................................... 472 
Agravo em Execução 
29.1 Cabimento e conteúdo ................................................................................ 473 
12 
29.2 Rito e competência para o julgamento ........................................................ 474 
29.3 Prazo ........................................................................................................... 474 
29.4 Efeitos ......................................................................................................... 474 
29.5 Estruturação da peça Agravo em Execução ............................................... 475 
29.6. Questões sobre Agravo em execução........................................................ 479 
Revisão criminal 
30.1 Conceito ...................................................................................................... 481 
30.2 Identificação ................................................................................................ 481 
30.3 Base legal .................................................................................................... 482 
30.4 Cabimento/conteúdo ................................................................................... 482 
30.5 Revisão e extinção da pena ........................................................................ 484 
30.6 Legitimidade ................................................................................................ 484 
30.7 Órgão competente para o julgamento da Revisão Criminal ........................ 484 
30.8 Decisão na Revisão Criminal ...................................................................... 485 
30.9. Estruturação da Revisão Criminal .............................................................. 485
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 2ª Fase do 37º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. 
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em março de 2023. 
13 
Ação penal 
 
 
Aula prevista para ocorrer ao vivo no dia 28/02/2023. 
 
 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
1.1 Conceito 
É o direito de agir exercido perante juízes e tribunais, invocando a prestação jurisdicional, 
que, na esfera criminal, é a existência da pretensão punitiva do Estado. 
 
1.2. Ação penal pública incondicionada 
Está prevista no artigo 24 do CPP. É aquela em que o Ministério Público poderá propor a 
ação penal, independentemente da manifestação de vontade do ofendido ou do seu 
Ação Penal
Pública
Incondicionada
Condicionada à 
representação
Ministério 
Público
Denúncia
Privada
Exclusiva
Personalíssima Ofendido Queixa-crime
Subsidiária
14 
representante legal. Em outras palavras, o Ministério Público poderá oferecer a denúncia de 
ofício. 
Quando o tipo penal silenciar em relação à natureza da ação penal, será pública 
incondicionada. 
 
1.3. Ação penal pública condicionada à representação 
1.3.1. Conceito e natureza jurídica 
É aquela cujo exercício se subordina a uma condição, consistente na manifestação de 
vontade do ofendido ou de seu representante legal (representação). É o que se extrai do artigo 
24, parte final, do CPP. 
O Ministério Público somente poderá oferecer a denúncia se a vítima ou seu representante 
legal o autorizarem, por meio de uma manifestação de vontade. Sem a manifestação de vontade 
do ofendido ou seu representante legal, nem sequer poderá ser instaurado inquérito policial. 
O oferecimento da denúncia sem representação ensejará rejeição da denúncia, por falta 
de condição da ação (art. 395, II, do CPP) e nulidade (art. 564, III, “a”, do CPP), devendo, ainda, 
se superado o prazo de seis meses, arguir a extinção da punibilidade pela decadência (art. 107, 
IV, do CP). 
A natureza jurídica da representação é a de condição de procedibilidade da ação penal 
pública condicionada. Sem ela, o órgão do Ministério Público não pode intentar a ação penal 
mediante o oferecimento da denúncia. 
A ação penal pública, seja incondicionada, seja condicionada, é promovida pelo Ministério 
Público por meio de denúncia, que constitui sua peça inicial (art. 100, § 1º, do CP, e art. 24 CPP). 
OBS: Na peça resposta à acusação, recomenda-se alegar a rejeição da denúncia e a 
nulidade, bem como a extinção da punibilidade, pela decadência (se extrapolado o prazo de 6 
meses), com pedido de absolvição sumária (art. 397, IV, do CPP). Nas demais peças, pode ser 
alegada apenas a nulidade, além da extinção da punibilidade pela decadência (art. 107, IV, do 
CP). 
 
15 
1.3.2. Identificação 
Como saber se o crime é de ação penal pública condicionada à representação? Pois bem, 
os crimes de ação penal pública condicionada à representação são aqueles em que consta no 
tipo penal a expressão “somente se procede mediante representação”. 
O tipo penal descreve a conduta, comina a pena e, na sequência, deixa expresso que ocrime “somente se procede mediante representação”. 
EXEMPLOS: 
 
Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio 
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
Perseguição 
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a 
integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de 
qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou 
privacidade. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021) 
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido: 
I – contra criança, adolescente ou idoso; 
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 
121 deste Código; 
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma. 
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
§ 3º Somente se procede mediante representação. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14132.htm#art2
16 
 
Cuidado: Crimes de lesão corporal leve e culposa 
Nos casos de lesão corporal leve (art. 129, “caput”, do CP) e lesão corporal culposa 
(art. 129, § 6º, do CP), ação penal será, via de regra, pública condicionada à 
representação, conforme prevê o artigo 88 da Lei 9.099/95, que dispõe: “Art. 88. Além das 
hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação 
penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.” 
Todavia, em relação aos crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa, 
algumas considerações são necessárias, quando praticados no contexto de violência 
doméstica, especialmente quando a vítima é mulher. 
Se a vítima do crime de lesão corporal leve ou culposa for homem, ou, ainda, 
mulher, mas sem a presença de qualquer hipótese prevista no artigo 5º da Lei 
11.340/2006, a natureza da ação penal segue a regra do artigo 88 da Lei 9099/95, ou seja, 
será pública condicionada à representação. 
Assim, se, por exemplo, o agente agride uma mulher desconhecida apenas porque 
ela é torcedora do Sport Clube Internacional, a ação será pública condicionada à 
representação, uma vez que, embora seja mulher, o crime não foi praticado no contexto 
de violência doméstica e familiar, já que não está presente qualquer hipótese do artigo 5º 
da Lei Maria da Penha. 
De outro lado, se a lesão corporal leve ou culposa foi praticada contra mulher, no 
contexto de violência doméstica e familiar, com a incidência de uma das hipóteses do 
artigo 5º da Lei 11.340/2006, a ação será pública incondicionada. É o que se extrai da 
Súmula 542 do STJ, segundo a qual: “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal 
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”. 
Nos termos do artigo 5º da Lei 11340/2006, configura violência doméstica e familiar 
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando praticada: a) 
no âmbito da unidade doméstica; b) no âmbito da família; c) qualquer relação íntima de 
afeto. 
 
17 
1.3.3. Titular do direito de representação 
A representação pode ser exercida pelo ofendido ou representante legal (art. 24, parte 
final, do CPP). 
Se o ofendido contar com menos de 18 anos ou for mentalmente enfermo, o direito de 
representação cabe exclusivamente a quem tenha qualidade para representá-lo, como, por 
exemplo, seus pais. 
Ao completar 18 anos e não sendo incapaz em decorrência de alguma enfermidade, 
somente o ofendido poderá exercer o direito de representação e ninguém mais, já que, nesse 
caso, atinge a capacidade plena para os atos da vida civil e também para representação na 
esfera criminal. 
O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com 
poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério 
Público, ou à autoridade policial (art. 39 do CPP). 
No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito 
de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, § 1º, do CPP). 
 
C ônjuge 
A scentende 
D escendente 
I rmão 
 
A representação não exige forma, bastando que o ofendido ou seu representante legal 
manifeste a sua vontade, podendo, inclusive, ser de forma oral. Basta o registro de ocorrência 
policial, com a manifestação de vontade do ofendido, para legitimar a representação. 
 
1.3.4. Prazo 
O direito de representação pode ser exercido dentro do prazo de 06 meses, contados do 
dia em que o ofendido ou seu representante legal veio a saber quem é o autor do crime (art. 
38 do CPP e art. 103 do CP). 
18 
Trata-se de prazo decadencial, que não se suspende nem se prorroga, e cuja fluência, 
iniciada a partir do conhecimento da autoria da infração, é causa extintiva da punibilidade do 
agente (art. 107, IV, do CP). 
O prazo flui para o representante legal a partir do momento em que ele veio a saber quem 
é o autor do ilícito penal. Quando a vítima for menor de 18 anos, entretanto, o prazo para 
representar corre somente para o representante legal. 
Ao completar 18 anos, somente o ofendido poderá exercer o direito de representação, 
uma vez que, sendo considerado plenamente capaz pelo Código Civil, cessa, a partir dessa 
idade, a figura do representante legal. Nesse caso, o prazo decadencial começará a correr no 
momento em que o ofendido completar 18 anos de idade. 
 
1.3.5. Retratabilidade 
Nos termos do art. 25 do CPP e art. 102 do CP, “a representação será irretratável depois 
de oferecida a denúncia”. Assim, se o ofendido exerce o direito de representação, pode retirá-la 
antes de iniciar-se a ação penal com o oferecimento da denúncia, sem a necessidade de 
qualquer formalidade. 
Dica missioneira! 
No contexto de violência doméstica ou familiar contra a mulher, nos crimes de ação 
penal pública condicionada à representação, como, por exemplo, o crime de ameaça (art. 
147 do CP), será possível a retratação perante o juiz, desde que seja designada 
audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da 
denúncia e ouvido o Ministério Público (art. 16 da Lei 11.340/2006). 
1.3.6. Consequências 
A falta de representação enseja a rejeição da denúncia, nos termos do artigo 395, II, do 
CPP (essa tese é a adequada para a peça resposta à acusação), bem como a nulidade do 
processo, nos termos do artigo 564, III, “a”, do CPP (essa tese seria mais adequada para 
memoriais em diante). 
19 
Se tiver extrapolado o prazo de 06 meses, jamais esquecer de alegar a decadência do 
direito de representação, e, por consequência, a extinção da punibilidade, conforme o artigo 107, 
IV, do CP. 
Dica missioneira! 
Se a peça for resposta à acusação, após abordar a tese da decadência e extinção 
da punibilidade, conforme o artigo 107, IV, do CP, deve ser formulado o pedido de 
absolvição sumária, com base no artigo 397, IV, do CPP. 
 
1.4. Ação penal privada 
É aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere a legitimidade 
para a propositura da ação penal à vítima ou a seu representante legal. 
A ação penal privada é promovida mediante queixa-crime do ofendido ou de seu 
representante legal. São aqueles crimes em que no tipo penal consta a expressão “somente se 
procede mediante queixa”. 
 
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20 
1.5. Questões sobre Ação Penal 
1) QUESTÃO 2 – XXXI EXAME 
Em 05 de junho de 2019, Paulo dirigia veículo automotor em via pública, com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência de álcool, ocasião em queveio a atropelar Lúcia 
por avançar cruzamento com o sinal fechado para os veículos. Lúcia sofreu lesões que a 
deixaram com debilidade permanente no braço, o que foi reconhecido pelo laudo pericial 
respectivo, também ficando comprovado o estado clínico em que se encontrava o motorista 
atropelador. Considerando que Paulo arcou com as despesas que Lúcia teve que despender em 
razão do evento, a vítima não quis representar contra ele. Inobstante tal manifestação da vítima, 
o Ministério Público denunciou Paulo pela prática dos injustos do Art. 303, § 2º, e do Art. 306, 
ambos da Lei nº 9.503/97. Considerando as informações narradas, esclareça, na condição de 
advogado(a), aos seguintes questionamentos formulados por Paulo, interessado em constituí-lo 
para apresentação de resposta à acusação. 
A) Qual a tese jurídica de direito material que a defesa de Paulo deverá alegar para 
contestar a tipificação apresentada? 
B) Diante da ausência de representação por parte da ofendida, o Ministério Público teria 
legitimidade para propor ação penal contra Paulo? 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
2) QUESTÃO 2 – XVII EXAME 
Glória, esposa ciumenta de Jorge, inicia uma discussão com o marido no momento em que ele 
chega do trabalho à residência do casal. Durante a discussão, Jorge faz ameaças de morte à 
Glória, que, de imediato comparece à Delegacia, narra os fatos, oferece representação e solicita 
https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/944/12767
21 
medidas protetivas de urgência. Encaminhados os autos para o Ministério Público, este requer 
em favor de Glória a medida protetiva de proibição de aproximação, bem como a prisão 
preventiva de Jorge, com base no Art. 313, inciso III, do CPP. O juiz acolhe os pedidos do 
Ministério Público e Jorge é preso. Novamente os autos são encaminhados para o Ministério 
Público, que oferece denúncia pela prática do crime do Art. 147 do Código Penal. Antes do 
recebimento da inicial acusatória, arrependida, Glória retorna à Delegacia e manifesta seu 
interesse em não mais prosseguir com o feito. A família de Jorge o procura em busca de 
orientação, esclarecendo que o autor é primário e de bons antecedentes. Considerando apenas 
a situação narrada, na condição de advogado(a) de Jorge, esclareça os seguintes 
questionamentos formulados pelos familiares: 
A) A prisão de Jorge, com fundamento no Art. 313, inciso III, do Código de Processo Penal, 
é válida? 
B) É possível a retratação do direito de representação por parte de Glória? Em caso 
negativo, explicite as razões; em caso positivo, esclareça os requisitos. 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
3) QUESTÃO 3 – 35º EXAME 
Em 09 de agosto de 2021, durante uma reunião de condomínio, iniciou-se uma discussão. O 
morador Paulo, lutador de vale tudo, chamou Fábio, o síndico, de ladrão. Ato contínuo, Paulo 
partiu para cima de Fábio, no intuito de quebrar seu nariz com um soco. Em seguida, Fábio, 
praticante de jiu jitsu, golpeou Paulo, que caiu no chão desmaiado. Paulo foi levado para o 
hospital, mas foi liberado horas depois. O laudo hospitalar atestou apenas escoriações leves. Em 
10 de maio de 2022, em outra reunião de condomínio, Paulo e Fábio encontraram-se novamente. 
Fábio já tinha esquecido os fatos ocorridos na ocasião anterior, porque não era pessoa de 
guardar rancor. No entanto, Paulo lembrou de tudo que passou, sentiu-se envergonhado perante 
os demais condôminos e resolveu seguir em frente para processar Fábio criminalmente. No dia 
seguinte, Paulo noticiou o ocorrido na reunião anterior à autoridade policial e apresentou o laudo 
hospitalar para comprovar a lesão sofrida. Após os trâmites regulares das investigações, o 
promotor de justiça com atribuição para o caso ofereceu denúncia em face Fábio como incurso 
nas sanções do crime de lesão corporal leve, previsto no art. 129, caput do CP. A denúncia foi 
recebida e determinada a citação do réu. Considerando as informações acima, na condição de 
advogado(a) de Fábio, responda aos itens a seguir. 
22 
A) Qual tese a defesa pode alegar como preliminar? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Qual tese de direito material pode ser utilizada para a defesa de Fábio? Justifique. 
(Valor: 0,65) 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
 
 
 
4) QUESTÃO 1 – 36º EXAME 
Ana Beatriz foi denunciada pelo Ministério Público pela prática dos crimes de falsificação de 
documento particular (Art. 298 do CP) e estelionato (Art. 171 do CP), em concurso material (Art. 
69 do CP), por ter obtido vantagem patrimonial ilícita às custas da vítima Rita (pessoa civilmente 
capaz e mentalmente sã, à época com 21 anos de idade), induzindo-a e mantendo-a em erro, 
mediante meio fraudulento. Segundo narra a denúncia, em julho de 2020 Ana Beatriz falsificou 
bilhete de loteria premiado e o vendeu para Rita por metade do valor do suposto prêmio, 
alegando urgência em receber valor em espécie para poder custear cirurgia da sua filha. Rita, 
envergonhada, não procurou as autoridades públicas para solicitar a apuração dos fatos. A 
denúncia foi oferecida ao Juízo competente em dezembro de 2020. 
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir. 
A) Qual é a tese jurídica de mérito que pode ser invocada pela defesa técnica de Ana 
Beatriz? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Qual é a tese jurídica processual que pode ser invocada pela defesa técnica de Ana 
Beatriz? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/944/12767
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23 
Queixa-crime 
 
 
Aula prevista para ocorrer ao vivo no dia 01/03/2023. 
 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
2.1 Conceito 
Trata-se, em síntese, da petição inicial da ação penal privada oferecida, via de regra, pelo 
ofendido ou seu representante legal, por meio de advogado(a), ou seja, você haha. 
2.2 Base legal 
Arts. 30 (ou 31, na hipótese de ser oferecida por algum do CADI), 41 e 44, todos 
do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º, do Código Penal. 
2.3 Identificação 
Narrando um fato do qual foi vítima, que se enquadra em crime de ação penal privada, o 
ofendido ou seu representante legal procura advogado(a) para adotar a medida cabível. 
Exemplo da peça queixa-crime do XV Exame da OAB: “(...) Enrico procurou seu escritório 
de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-
lo.” 
PEDIU PRA PARAR 
Expressão mágica: 
 
“Ação penal privada... o ofendido 
procura você como advogado(a)”
Peça: 
 
Queixa-crime 
PAROU! 
24 
2.4 Legitimidade – Arts. 30 e 31 do CPP. 
A queixa-crime é ajuizada por um advogado contratado pelo ofendido ou seu 
representante legal, detentores da legitimidade para ajuizar a ação penal privada (art. 30 do 
CPP). 
Se o ofendido morre ou é declarado ausente, o direito de oferecer queixa, ou de dar 
prosseguimento à acusação, passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31 do 
CPP), ressalvado o caso dos art. 236, parágrafo único, do CP, cuja legitimidade será somente 
do cônjuge enganado. 
 
2.5 Prazo da ação penal privada 
O prazo para o oferecimento da queixa-crime é de 06 (seis) meses, contados a partir da 
data do conhecimento da autoria do crime pelo ofendido ou seu representante legal (art. 38 do 
CPP e 103 do CP). 
OFENDIDO Art. 30 do CPP
REPRESENTANTE LEGAL Art. 30 do CPP
CADI (morte ou ausência do 
ofendido) 
Art. 31 do CPP
6 meses 
Prazo decadencial 
(art. 10 do CP) 
A contar da 
ciência da autoria 
do fato 
25 
O prazo é penal, contado conforme o art. 10 do CP, computando-se o dia do começoe 
excluindo-se o dia final. Assim, se, por exemplo, o ofendido do crime de calúnia toma 
conhecimento da autoria do fato no dia 12 de março de 2020, a queixa-crime deverá ser oferecida 
até o dia 11 de setembro de 2020, sob pena de decadência e consequente extinção da 
punibilidade. 
 DICA MISSIONEIRA! 
 
Conte 6 meses menos um dia para encontrar o último dia do prazo para o 
oferecimento da queixa-crime. 
 
Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de 06 meses a contar do 
encerramento do prazo para o Ministério Público oferecer a denúncia (art. 29 do CPP e 100, § 
3º, do CP). Nesse caso, se o ofendido não exercer dentro do prazo de 6 meses a partir do 
esgotamento do prazo para o Ministério Público, a única consequência é a de que perderá o 
direito de representação, significando que a partir disso somente o Ministério Público terá 
legitimidade para ajuizar a ação penal, pelo menos enquanto não incidir eventual prescrição. 
26 
2.6 Requisitos da queixa – Art. 41 do CPP 
 
A) Descrição do fato em todas as suas circunstâncias: 
• Descrever o fato de forma clara e objetiva, mencionando o autor da ação 
(ofendido/querelante) e o ofensor (querelado), a data, local do fato, os meios e instrumentos 
empregados, a forma como foi praticado o crime e o motivo. 
• Mencionar que a conduta do querelado constitui crime de ação penal privada, 
destacando e descrevendo, ainda, eventuais agravantes, qualificadoras ou causas de aumento 
de pena. 
• Na hipótese de concurso de agentes, a queixa deve especificar a conduta de cada 
um. Assim, no caso de coautoria e participação, deverá ser descrita, individualmente, a conduta 
de cada um dos coautores e partícipes. 
 
 
 
Descrição do FATO e circunstâncias
Identificação/Qualificação do querelante e 
querelado
Classificação jurídica
Pedido de citação
Pedido de condenação
Rol de testemunhas
Valor mínimo indenizatório (art. 387, inciso IV, CPP)
Pedido produção de provas
27 
B) Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua 
identificação 
Qualificar é apontar o conjunto de qualidades pelas quais se possa identificar o querelado, 
distinguindo-o das demais pessoas: nome, nacionalidade, estado civil, RG, etc... 
OBSERVAÇÃO: Na prova da OAB, colocar na qualificação única e exclusivamente os 
dados fornecidos no enunciado da questão, sob pena de ter a peça zerada (podem interpretar 
que o candidato esteja se identificando). 
C) Classificação jurídica do fato 
O autor deverá indicar o dispositivo (artigo) que se aplica ao fato imputado, não bastando 
a simples menção ao nome da infração. 
Trata-se da adequação típica do fato narrado ao dispositivo legal correspondente. 
D) Rol de Testemunhas 
O momento adequado para arrolar testemunhas, consoante o disposto no art. 41 do CPP, 
é o da propositura da ação. 
E) Pedido de condenação 
 
2.7 Alguns crimes de ação penal privada previstos no Código Penal 
• Arts. 138 (calúnia), 139 (difamação) e 140 (injúria), ressalvada a hipótese do art. 
145 e parágrafo único, bem como disposto na Súmula 714 do STF. 
• Art. 161, § 1º, incisos I e II – Alteração de limites (se não usar de violência e a 
propriedade for particular). 
• Art. 163, caput, inciso IV do parágrafo único e art. 164 c/c art. 167 (crime de dano) 
• Art. 179 e parágrafo único – fraude à execução 
• Art. 184, caput – violação de direito autoral 
• Art. 236 - induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
• Art. 345 (exercício arbitrário das próprias razões – VIII Exame da OAB) 
 
28 
2.8 Procuração com poderes especiais 
Na peça, importante mencionar, na parte do preâmbulo e qualificação, que a queixa-crime 
está instruída com instrumento de procuração com poderes especiais (art. 44 do CPP). 
 DICA MISSIONEIRA... SE ESQUECER, FUJA DAS GALÁXIAS! 
 
 
Na peça queixa-crime, é fundamental, na parte do preâmbulo (qualificação e base legal), 
seja feita referência à procuração com poderes especiais, e ao artigo 44 do CPP. 
 
No XV Exame representou 0,30 pontos: 
 
Item 3.2 – Existência de Procuração com poderes 
especiais de acordo com o artigo 44 do CPP em 
anexo ou menção acerca de sua existência no corpo 
da qualificação. (0,30) 
0,00/ 0,30 
 
 
 
2.9 Valor indenizatório mínimo 
Além disso, deve ser feita referência ao disposto no art. 387, IV, do CPP, que dispõe sobre 
a fixação do valor mínimo para a indenização da vítima. 
 
https://ceisc.com.br/LINK_PODCAST_AQUI
29 
2.10 Estruturação da Queixa-crime: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE... (se crime da competência da Justiça Estadual) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (se crime da competência da Justiça Federal)1 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO... DO JUIZADO ESPECIAL 
CRIMINAL DA COMARCA DE... (se a infração for de menor potencial ofensivo – Lei 
9.099/95) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DA VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE...2 
 
 
 FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., 
CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado3..., por seu procurador infra-assinado, 
com procuração com poderes especiais em anexo, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 30, 41 e 44, todos do 
Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, do Código Penal, contra CICLANO DE TAL, 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., endereço eletrônico..., residente 
e domiciliado... , pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
I) TEMPESTIVIDADE 
A presente queixa-crime é tempestiva, pois oferecida dentro do prazo de 6 
meses, previsto no artigo 38 do Código de Processo Penal e artigo 103 do Código Penal4. 
 
 
1 Art. 109, CF – competência da justiça federal. 
2 Se se tratar de crime de ação penal privada praticado contra a mulher no contexto de violência doméstica e familiar, como, por 
exemplo, marido praticar injúria (art. 140 CP) contra a esposa. 
3 Não inventar dados, apenas utilizar o fornecido no enunciado. 
4 Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos fazer menção ao prazo para oferecimento da 
queixa-crime. 
30 
II) DOS FATOS5 
1º parágrafo: localizar (data, hora, local) e verbo nuclear do tipo; 
2º parágrafo: descrever como foi praticado o delito; 
3º parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras; 
 
III) DO DIREITO 
Mencionar o fato e atribuir o respectivo tipo penal. 
 
IV) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o querelante: 
a) o recebimento da queixa-crime; 
b) a citação do querelado; 
c) produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação do querelado nas penas 
dos artigos... do CP; 
e) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. 
 
 ROL DE TESTEMUNHAS (somente dados fornecidos no enunciado) 
A) Fulano de tal... 
B) Fulano de tal... 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
 
5 Deve-se narrar o fato criminoso de forma clara, objetiva e detalhada, com todas suas circunstâncias, sem inventar dados e 
somente reproduzir o enunciado da questão. 
31 
Observações: 
a) Se for ajuizada a queixa-crime perante o Juizado Especial Criminal, formular pedido também 
de designação de audiência preliminar ou de conciliação, conforme constou no XV Exame, 
quando caiu queixa-crime. 
b) Como regra, a competência para processar e julgar os crimes contra a honra será do Juizado 
Especial Criminal (pois a pena máxima é a do crime de calúnia e não supera 2 anos), seguindo 
o rito lá disposto. 
c) Contudo, havendo concurso de crimes entre calúnia e difamação e/ou injúria, bem como causa 
de aumento de penaque resultem na pena superior a dois anos, a queixa-crime não será 
oferecida perante o Juizado Especial Criminal, mas perante a Vara Criminal, e, nesse caso, deve-
se formular pedido de audiência de reconciliação, nos termos do artigo 520 do CPP. 
d) Jamais esquecer de apresentar o rol de testemunhas (sem inventar nomes e dados. Colocar 
somente os fornecidos pelo enunciado). 
 
Assista como resolver a peça queixa-crime 
 
 
 
 
 
 
2.11 Questões sobre queixa-crime 
5) QUESTÃO 2 – XXXIII EXAME 
Bernardo, em 31 de dezembro de 2018, com a intenção de causar dano à loja de Bruno, seu 
inimigo, arremessou uma pedra na direção de uma janela com mosaico, que tinha valor 
significativo de mercado. Ocorre que, no momento da execução do crime, Bernardo errou o 
arremesso e a pedra acabou por atingir Joana, funcionária que passava em frente à loja e que 
não tinha sido percebida, causando-lhe lesões corporais que a impossibilitaram de trabalhar por 
50 dias. A janela restou intacta. No momento do crime, não foi identificada a autoria, mas, após 
investigação, em 04 de março de 2019, foi descoberto que Bernardo seria o autor do arremesso. 
https://ceisc.com.br/ead/aula/944/265684/10485
32 
O Ministério Público iniciou procedimento em face de Bernardo imputando-lhe o crime de lesão 
corporal de natureza culposa, figurando como vítima Joana, que apresentou representação 
quando da descoberta do autor. Bruno, revoltado com o ocorrido, contratou um advogado, 
conferindo-lhe procuração com poderes gerais, constando o nome do ofendido e do ofensor. O 
procurador apresenta queixa-crime, em 02 de julho de 2019, imputando a prática do crime de 
tentativa de dano a Bernardo. Ao tomar conhecimento da queixa-crime, Bernardo o procura, 
como advogado. Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) 
de Bernardo, responda aos questionamentos a seguir. 
A) Qual argumento de direito processual poderá ser apresentado em busca da rejeição da 
queixa-crime apresentada? Justifique. 
B) Qual argumento de direito material a ser apresentado para questionar o delito imputado 
na queixa-crime? Justifique. 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal 
não confere pontuação. 
 
 
 
https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/944/12767
33 
Citação e rejeição da denúncia 
 
 
Aula prevista para ocorrer ao vivo no dia 02/03/2023. 
 
Prof. Nidal Ahmad 
@prof.nidal 
 
3.1 Da citação 
a) Citação pessoal 
Não sendo caso de rejeição da denúncia, deve o juiz recebê-la, determinando, a seguir, a 
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, se não 
for o caso de suspensão condicional do processo (previsto no artigo 89 da Lei 9.099/95 ). 
No processo penal, a regra é citação pessoal e por mandado, observando-se os requisitos 
do art. 351, 352 e 357 CPP. 
b) citação por hora certa 
Se o réu se oculta para não ser citado, o artigo 362 prevê a possibilidade de citação por 
hora certa, oportunidade em que o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação 
com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 
1973 - Código de Processo Civil. 
Todavia, a partir da entrada em vigor do novo CPC, a citação por hora certa na esfera 
penal segue o procedimento previsto nos artigos 252 a 254 do CPC. Assim, quando, por 2 (duas) 
vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o 
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em 
sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora 
que designar. 
Nos termos do artigo 253 do Novo CPC, no dia e na hora designados, o oficial de justiça, 
independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a 
fim de realizar a diligência. Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará 
34 
informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha 
ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias. 
A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que 
houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho 
se recusar a receber o mandado. 
Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da 
família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome. 
O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador 
especial se houver revelia. 
Conforme o artigo 254 do CPC, feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de 
secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data 
da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de 
tudo ciência. 
c) Citação por edital 
Na hipótese de o réu encontrar-se em local incerto e não sabido, a citação será feita por 
edital, suspendendo-se o processo e o prazo prescricional se o réu não comparecer ou não 
nomear advogado, conforme artigo 366 CPP. A citação por edital somente será possível quando 
se esgotarem todas as possibilidades de localizar o réu. 
Ressalta-se: somente quando o réu for citado pessoalmente e não apresentar resposta à 
acusação é que o juiz poderá nomear um defensor para realizar a defesa técnica e continuar o 
processo. Se não for caso de citação pessoal, mas citação por edital, deve-se aplicar a regra do 
art. 366 do CPP, suspendendo-se o processo e a prescrição. 
 
 
 
 
 
 
35 
CUIDADO: 
 
Nos termos da Súmula 415 do STJ, “O período de suspensão do prazo prescricional é 
regulado pelo máximo da pena cominada”. 
Ou seja, na hipótese de um crime com pena máxima de 02 anos o prazo prescricional é de 
04 anos. Com o recebimento da denúncia, o prazo de prescrição é interrompido, passando 
a correr novamente o prazo de 04 anos. Considere que entre o recebimento da denúncia e 
a decretação da suspensão do processo e do prazo prescricional (em decorrência da 
citação por edital) tenha se passado 06 meses. A ação ficará suspensa por 04 anos se o 
réu não for localizado. Findo o período de suspensão, o prazo prescricional volta a correr 
pelos 03 anos e 06 meses restantes. Ao término deste período, deverá ser decretada extinta 
a punibilidade do réu pela prescrição da pretensão punitiva. 
 
A ausência de citação ou vícios insanáveis no ato citatório constitui causa de nulidade 
absoluta do processo. 
3.2 Da denúncia e rejeição da denúncia 
A Denúncia é a petição inicial da ação penal pública, oferecida pelo Ministério Público 
contra o responsável pelo fato criminoso. 
Ao receber o inquérito policial ou peças de informação, o Ministério Público, por meio do 
seu agente (Promotor ou Procurador da República), verificando a existência de prova da 
materialidade de fato, indícios de autoria e que o fato constitui, em tese, crime deve oferecer a 
denúncia. 
Para fins de prova dissertativa da OAB, convém sejam analisadas as causas de rejeição 
da denúncia, previstas no artigo 395 do CPP. 
 
3.2.1 Causas de rejeição da denúncia ou queixa 
As causas de rejeição da denúncia ou queixa estão previstas no artigo 395 do CPP. São 
elas: 
I) for manifestamente inepta 
36 
Ocorre inépcia da denúncia quando a peça apresentada pelo Ministério Público não 
contém relato compreensível dos fatos ou não observa os requisitos exigidos no artigo 41 do 
CPP. 
Algumas hipóteses que podem ensejar a inépcia da denúncia, dentre outras: 
a) Descrição dos fatos de forma incompreensível, incoerente, que inviabiliza a produção 
da defesa. 
b) Descrição extensa, sem pormenorizar o objeto da acusação. 
c) Falta de pedido claro da acusação. 
d) O MP não descrever a conduta de cada um dos acusados, na hipótese de concurso de 
pessoas. 
II)faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal 
Pressupostos processuais são elementos que repercutem na própria existência e validade 
do processo (necessidade de ter juiz competente, capacidade postulatória, ausência de 
litispendência, coisa julgada). 
Para exercício regular do direito de ação, devem estar presentes determinadas condições, 
chamadas de condições da ação. 
Essas condições podem ser genéricas, assim definidas porque são exigidas em todas as 
ações penais. São elas: a) possibilidade jurídica do pedido; b) legitimidade de parte; c) interesse 
de agir. 
As condições da ação também podem ser específicas ou condições de procedibilidade, 
pois são exigidas apenas em determinadas ações penais específicas, como a ação penal pública 
condicionada à representação ou requisição do Ministro da Justiça. 
A ausência de condição da ação gera como consequência a rejeição da denúncia, nos 
termos do art. 395, II, do CPP. 
a) possibilidade jurídica do pedido 
Para o regular exercício do direito de ação, a condição básica é que o fato descrito na 
peça inicial acusatória encontre previsão na lei como sendo uma conduta penalmente proibida. 
37 
Em outras palavras, a possibilidade jurídica do pedido guarda relação com a tipicidade do fato 
descrito na peça acusatória. 
Devemos ter o cuidado para não confundir essa condição da ação com o próprio mérito 
da causa, que pode, em tese, levar à absolvição sob o fundamento de que o fato narrado na 
peça acusatória não constitui infração penal (CPP, arts. 397, III, 386, III, 415, III). 
A possibilidade jurídica do pedido é analisada no campo abstrato, mediante a adequação 
da causa de pedir descrita na peça acusatória a um tipo penal que retrata o modelo legal da 
conduta penalmente proibida. Não há qualquer análise do acervo probatório para verificação da 
adequação típica. Trata-se, pois, de simples subsunção do fato descrito na exordial acusatória a 
um determinado tipo penal. 
Não havendo adequação entre o fato relatado na peça acusatória a um tipo penal, ela 
deve ser rejeitada, por ausência de condição da ação, consistente na falta de possibilidade 
jurídica do pedido, nos termos do art. 395, II, do CPP. 
Se, em tese, o fato descrito na peça acusatória se revestir de tipicidade, porque se amolda 
a um modelo de conduta penalmente proibida, passa-se à análise do acervo probatório, para se 
constatar, agora por meio da análise dos fatos relatados, se efetivamente a conduta descrita 
constitui infração penal. Trata-se, pois, da análise do mérito da causa. 
Não havendo prova suficiente no sentido de que o fato descrito efetivamente se enquadra 
no tipo penal, a solução será a absolvição do réu, sob o fundamento de que não restou 
demonstrado que o fato narrado constitui crime. 
b) interesse de agir 
O interesse de agir ou interesse processual guarda relação com a necessidade ou 
utilidade de provocar a atuação jurisdicional. Além da necessidade ou utilidade, deve-se verificar 
a adequação do instrumento processual utilizado para alcançar o provimento jurisdicional 
desejado. 
Além da necessidade, deve-se verificar a utilidade da ação penal para a efetividade da 
tutela do direito violado. Com efeito, não se verifica utilidade da ação penal, se estiver presente 
uma causa de extinção da punibilidade. De nada adianta desencadear uma ação penal, com 
toda a sequência de atos necessários para alcançar o provimento final, se já não existir a 
38 
possibilidade jurídica da aplicação da pena, por conta da incidência de uma causa de extinção 
da punibilidade. 
Assim, se, por exemplo, a pretensão punitiva estatal já estiver alcançada pela prescrição, 
não há qualquer interesse para o desencadeamento da ação penal, com oferecimento da peça 
acusatória. Se eventualmente for oferecida a denúncia ou queixa-crime, a peça acusatória 
deverá ser rejeitada, com base no art. 395, II, do CPP. Se recebida a peça acusatória, caberá a 
absolvição sumária, com base no art. 397, IV, do CPP. 
c) legitimidade para agir 
Por primeiro, convém sinalar que não se trata aqui, a princípio, do titular do direito violado, 
ou seja, a vítima, mas sim daquele que detém a titularidade para ajuizar a ação penal, ou seja, o 
detentor da legitimidade ativa para ajuizar a ação penal. 
Em relação aos crimes de ação penal pública, via de regra, a legitimidade para 
desencadear a ação penal é do Ministério Público, conforme dispõe o art. 129, I, da CF. Se, 
todavia, o Ministério Público não oferecer denúncia dentro do prazo estabelecido em lei, o 
ofendido ou seu representante legal passará a ter legitimidade para ajuizar a ação penal privada 
subsidiária da pública, consoante se extrai dos arts. 5º, LIX, da CF e 29 do CPP. 
Nos crimes de ação penal privada, a legitimidade para ajuizar a ação penal, por meio de 
oferecimento da queixa-crime, é, como regra, do ofendido ou seu representante legal (CPP, art. 
30). 
Assim, se o Ministério Público oferecer denúncia em crime de ação penal privada, a peça 
acusatória deverá ser rejeitada, pela falta de legitimidade para agir, nos termos do art. 395, II, do 
CPP. 
Da mesma forma, se o ofendido, por meio do seu advogado, oferecer queixa-crime em 
relação a crime de ação penal pública, a peça acusatória deverá ser rejeitada, pela falta de 
legitimidade para agir, nos termos do art. 395, II, do CPP. A mesma solução deve ser dada na 
hipótese de o ofendido oferecer a queixa-crime subsidiária, antes de esgotar o prazo para o 
Ministério Público oferecer denúncia. 
Por outro lado, a legitimidade passiva ad causam somente pode estar relacionada com o 
agente apontado como sendo o responsável para infração penal. 
39 
O menor de 18 anos não pode figurar no polo passivo de uma ação penal, já que 
inimputável. Nesse caso, deverá ser submetido a procedimento para apuração da prática de ato 
infracional, perante o Juizado da Infância e Juventude. Se for oferecida denúncia ou queixa-crime 
contra menor de 18 anos, a peça acusatória deverá ser rejeitada, por falta de condição da ação, 
qual seja, legitimidade para o réu figurar no polo passivo de ação penal, nos termos do art. 395, 
II, do CPP. 
Além das condições genéricas, em determinadas situações deverão estar presentes 
também condições específicas ou condições de procedibilidade para o exercício do direito de 
ação, sob pena de rejeição da denúncia ou queixa, com base no art. 395, II, do CPP. O exemplo 
mais comum é a falta de representação do ofendido ou do seu representante legal, nos casos 
de crimes de ação penal pública condicionada à representação (CPP, art. 24, caput). 
III) faltar justa causa para o exercício da ação penal 
Consiste na ausência de qualquer elemento indiciário da existência do crime ou de sua 
autoria. Em outras palavras, para haver justa causa, a inicial acusatória deve estar acompanhada 
de um suporte probatório mínimo que demonstre a materialidade do delito e indícios suficientes 
de autoria. 
Exemplo: não haver prova suficiente de autoria; ou, ainda, a denúncia apontar autoria 
localizada a partir de prova ilícita, que, uma vez verificada, deve ser desentranhada dos autos 
(art. 157 do CPP). Em sendo considerada ilícita, a prova da autoria será desentranhada dos 
autos, não restando, portanto, nenhum elemento para subsidiar o oferecimento da denúncia. 
 
40 
3.3 Questões sobre citação e rejeição da denúncia 
6) QUESTÃO 3 – XXXIV EXAME 
Carla, funcionária de determinado estabelecimento comercial, inseriu, em documento particular, 
informação falsa acerca da data de determinado serviço que teria sido prestado pela empresa, 
em busca de prejudicar direito de terceiro, sendo realmente a inserção da informação de sua 
responsabilidade. Descobertos os fatos pelo superior hieráquico de Carla, foi apresentada notitia 
criminis em desfavor da funcionária, que veio a ser denunciada como incursa nas sanções penais 
do Art. 298 do Código Penal (falsificação

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