Buscar

Parte teórica CEREBELO DIENCÉFALO (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
CEREBELO 
E 
DIENCÉFALO 
APOSTILA – PÁG. 135 (Item 11.2.4 até 11.2.6.4, exceto 11.2.5/mesencéfalo) 
 Incluir terceiro ventrículo 
(Parte teórica) 
 
 
 
 
CEREBELO 
 
 
 
Introdução: como já visto na aula sobre “Org. Geral do SN”, o cerebelo é um dos 
componentes do encéfalo. 
Localiza-se na cavidade craniana, caudalmente ao cérebro, do qual é 
separado por um espaço denominado fissura transversa do cérebro; esta, por sua vez, é 
ocupada por uma prega da dura-máter encefálica, a ser abordada oportunamente. Está 
ligado ao mesencéfalo, à ponte e ao bulbo por meio dos pedúnculos cerebelares rostral, 
médio e caudal, respectivamente, e pelo quais transitam fibras que chegam ou que saem do 
órgão. 
Considerando que o cerebelo está dorsal ao TE e neste encontra-se o quarto 
ventrículo (uma das cavidades do encéfalo), conclui-se que o primeiro constitui-se no teto 
desse espaço. 
Assim como o cérebro, o cerebelo apresenta SC externamente à SB, fato que 
o classifica como sendo um dos componentes da porção supra-segmentar do SN. A SB, 
por sua vez, contém em seu interior aglomerados de SC, os quais formam os núcleos do 
órgão. 
 
 
Visão Macroscópica: para a descrição morfológica do cerebelo existem dois critérios, os 
quais abordam a divisão do órgão. Ambos podem ser empregados tanto para animais 
 2 
quanto para humanos, mas convencionou-se o emprego distinto de cada um deles 
conforme a “espécie” a ser abordada: 
- divisão médio-lateral: é mais utilizada na 
medicina veterinária e baseia-se na anatomia do órgão. Permite observar, no plano sagital 
mediano (PSM), uma elevação longitudinal denominada vérmis do cerebelo, em virtude da 
semelhança que apresenta com o formato de um verme ou de uma minhoca. E, a cada lado 
deste há uma massa, as quais constituem os hemisférios cerebelares. A superfície do 
cerebelo como um todo é irregular, marcada por vários sulcos, denominados fissuras 
cerebelares; duas dessas, contíguas, delimitam pequenas elevações alongadas, conhecidas 
como folhas do cerebelo; estas, por sua vez, se agrupam em conjuntos denominados 
lóbulos do cerebelo, e estes se organizam em grupos – os lobos do cerebelo, que formam 
os hemisférios cerebelares. 
Ao corte longitudinal 
do cerebelo no PSM identifica-se uma camada externa de SC, a qual constitui o córtex 
cerebelar – este, por sua vez, é pregueado e forma as folhas do cerebelo, já citadas. A SB, 
internamente à anterior, apresenta uma parte basal mais desenvolvida, denominada corpo 
medular do cerebelo ou centro branco medular do cerebelo, constituído pelas fibras 
aferentes e eferentes que se relacionam com o cerebelo. Entretanto, e como mencionado, 
nesta região estão presentes também aglomerados de SC, os chamados núcleos (centrais) 
do cerebelo, a serem abordados na sequência. 
Do corpo medular 
projetam-se radiações em direção ao córtex, conhecidas como lâminas brancas, as quais 
assumem o aspecto de uma árvore, e, por esta razão, o cerebelo é também conhecido como 
“árvore da vida”; as folhas, por sua vez, complementam a imagem. Já o sufixo “da vida” 
advém da crença que os estudiosos na idade média tinham de que no cerebelo residia a 
alma, a qual era a fonte da vida; fato que justifica o termo. 
 
- divisão anteroposterior: largamente empregada 
na medicina humana, utiliza critérios funcionais como referência, os quais serão abordados 
no item “evolução filogenética”. 
 
 
Visão Microscópica: embora esta abordagem esteja relacionada diretamente à Histologia, 
é importante a descrição de alguns aspectos microscópicos do cerebelo, uma vez que 
auxiliarão o entendimento sobre o assunto. 
 3 
O córtex cerebelar é constituído por três camadas concêntricas de 
neurônios, denominadas molecular, células de Purkinje e granular, sendo esta última a 
mais interna delas. 
Na SB, especificamente no centro branco medular, existem (os já 
citados) núcleos (centrais) do cerebelo, que surgiram em função do aumento da demanda e 
da complexidade de funções do órgão, como poderá ser visto no próximo item. Estes são, 
no sentido médio-lateral, os núcleos fastigial, interpósito e denteado e têm a função de 
conectarem as vias aferentes e eferentes do cerebelo. 
 
 
Evolução Filogenética: em correspondência às mudanças anatômicas e funcionais 
sofridas pelo cérebro ao longo dos milhões de anos, o cerebelo também apresentou várias 
modificações, até porque o funcionamento de ambos é interdependente. Portanto, é natural 
que as transformações tenham se dado de forma concomitante, à medida que foram 
necessárias. 
Assim, podem ser observadas três marcantes etapas evolutivas 
do cerebelo que, por sua vez, coincidem com as porções resultantes da divisão 
anteroposterior, a saber: 
- arqui-cerebelo: já evidenciado nas espécies de organização 
anatômica menos complexa, como os ciclóstomos (a exemplo da lampréia), é também 
conhecido como cerebelo vestibular por ser o responsável pelo equilíbrio e pela postura 
corporal. Para tanto, mantém conexão com os canais e ductos semicirculares, bem como 
com o vestíbulo, utrículo e sáculo (OVC). Relaciona-se com o núcleo mais central – e, por 
isso, o mais primitivo – qual seja, o fastigial; termo este que significa o ponto mais alto, o 
cume ou o pico. 
 
- paleo-cerebelo: surgiu nos peixes, mas apresenta 
desenvolvimento mais marcante nos anfíbios pois está relacionado com o tônus muscular, 
importante para a execução de movimentos e manutenção da postura corporal. Quando 
passaram a habitar também a terra firme os animais demandaram força muscular extra, 
necessária para anular aquela da gravidade e para se sustentarem em pé; e, como a coluna 
vertebral (comumente conhecida como espinha dorsal) tem papel preponderante nesta 
função, esta porção do cerebelo é chamada, também, de cerebelo espinhal. O núcleo 
envolvido neste caso é o interpósito, o qual recebe esta denominação em virtude da sua 
posição – entre os outros dois, exatamente por ser o segundo a surgir durante o processo 
evolutivo. 
 4 
- neo-cerebelo: é bem mais desenvolvido nos mamíferos, em 
correspondência ao incremento do córtex cerebral, e por isso é conhecido como cerebelo 
cortical. Acha-se comprometido com a coordenação motora e com a precisão de 
movimentos refinados, para os quais se torna muito importante o controle da força 
muscular empregada, assim como da extensão e da direção das ações; como exemplo, 
podemos citar os movimentos inversos entre as mãos. Esta porção cerebelar está 
relacionada com o núcleo denteado – o mais recente deles, e cujo aspecto releva a razão do 
nome. 
 
 
Lesões: tendo o órgão em questão funções distintas, exercidas por suas respectivas 
porções, fica evidente que os sinais clínicos decorrentes da lesão de cada uma delas serão 
bastante diferenciados e específicos. Assim, caso haja algum dano no arqui, paleo ou neo-
cerebelo, os sintomas esperados serão, respectivamente, dificuldade para a manutenção do 
equilíbrio e da postura; do tônus muscular, e da coordenação motora – e, os núcleos 
correspondentes, poderão, também, estar comprometidos. 
Este fato explica a gradação da lesão denominada – erroneamente – de “agenesia 
cerebelar”, a qual significa “não formação”, o que nem sempre ocorre. Deveria ser, 
portanto, “disgenesia”, pois geralmente o órgão apresenta comprometimento apenas 
parcial. Este quadro ocorre com mais frequência em grupos de animais consanguíneos, nos 
quais a progênie pode apresentar, por exemplo, dificuldade para se manter de pé e/ou se 
locomover e/ou mamar, dependendo da porção afetada. 
Embora o cerebelo apresente certa capacidade de recuperação funcional mesmo 
quando há lesão cortical, esta regeneração não ocorre quando os núcleos centrais são 
atingidos – fato que explica a irreversibilidade dos quadros de “agenesia”; ou, mais 
apropriadamente, disgenesia. 
 
 
Conexões: como citado, no cerebelo há vias aferentese vias eferentes, pelas quais 
transitam estímulos relacionados às diversas funções exercidas pelo órgão. Estas fibras, 
por sua vez, conectam-se por intermédio dos três núcleos centrais. 
 
 
Características Funcionais: ao contrário do que se possa inferir, as ações controladas 
pelo cerebelo são sempre conscientes, uma vez que o indivíduo tem controle sobre elas. 
Entretanto, na maioria das vezes são executadas sem que se dê conta de detalhes referentes 
 5 
aos movimentos realizados, razão pela qual são classificadas como automatizadas ou 
exercidas de forma automática. 
Podemos tomar, como exemplo hipotético, o deslocamento 
que dois discentes fazem no intervalo da aula de Anato III, do Pavilhão 9 até a Cantina da 
Veterinária, enquanto vão, calorosamente, reclamando do professor (rsrsrs). É certo que 
ambos se dirigiram até lá de forma consciente e voluntária, pois foram porque quiseram... 
Mas, se ao chegarem à cantina alguém lhes perguntar quantos passos cada um deu durante 
o trajeto e/ou qual foi o comprimento das passadas, com certeza não vão saber responder. 
Embora tenham ido até lá por vontade própria e não obrigados – ou seja, a ação foi 
consciente! – os movimentos executados o foram de forma automática ou automatizada. 
Diferentemente daqueles realizados pelas vísceras (vide aula sobre “SNA”), os quais são, 
via de regra, inconscientes e involuntários. 
Por fim, outra característica funcional do cerebelo é o fato 
de suas ações serem homolaterais, o que vale dizer que cada hemisfério cerebelar controla 
o lado correspondente do corpo. Não há, portanto, decussação (ou cruzamento) das fibras 
de um lado para o outro; fato que se observa no cérebro e que o diferencia do cerebelo – 
vide comentários sobre os slides referentes ao “TE & SNA” (decussação das pirâmides). 
 
 
Funções: diante do exposto, e após este breve estudo sobre o cerebelo, pode-se compilar 
suas funções em quatro grandes grupos: controle e manutenção do equilíbrio, da postura, 
do tônus muscular e da coordenação motora. 
 
 
Obs: para me adiantar e satisfazer a curiosidade de “alguns”, o álcool (leia-se 
“Postinho”, “Ranxera” e 1.000 vezes etc. – rsrsrs) age sobre as células de Purkinje e 
afeta o equilíbrio, fazendo com que o indivíduo afaste os membros inferiores e, por 
consequência, abaixe o centro de gravidade – razão pela qual um dos testes para se 
verificar o grau de embriaguez é pedir à pessoa que imite a forma do “número 4”. 
No caso dos animais quadrúpedes, a terminologia utilizada para esta situação – 
decorrente de diversos tipos de lesões cerebelares – é aumento do quadrilátero de 
sustentação. 
 
 
 
 
 6 
DIENCÉFALO 
 
 
 
Introdução: assim como o cerebelo, o diencéfalo também é um dos componentes do 
encéfalo; mais precisamente de uma das partes deste, o cérebro – vide aula sobre “Org. 
Geral do SN”. 
Localizado ventralmente ao telencéfalo (a outra porção do cérebro 
constituída pelos hemisférios cerebrais), compreende três elementos distintos. 
 
 
Componentes: o diencéfalo é formado pelo tálamo, pelo hipotálamo e pelo epitálamo, 
sendo que o primeiro deles serve de referência anatômica para a designação dos demais; e, 
em decorrência dos respectivos nomes, deduz-se, facilmente, a localização de cada um. 
Há, ainda, duas outras porções, denominadas subtálamo e metatálamo, as 
quais não apresentam relevância para os fins aos quais se propõem o presente estudo. 
As principais características das três primeiras porções serão descritas a 
seguir: 
 
- Tálamo: alguns anatomistas o consideram no plural (tálamos), por ser constituído 
por duas massas ovoides de SC – que se organiza em núcleos – as quais se unem no PSM 
por meio da aderência intertalâmica. Inclusive é exatamente este aspecto morfológico que 
justifica a atribuição dessa terminologia. A palavra tálamo significa leito nupcial (em 
grego) ou cama (em latim), pelo fato de repousar, sobre cada uma das suas metades, o 
hipocampo do mesmo lado – uma região do telencéfalo, a qual será abordada 
oportunamente. 
O tálamo funciona como relé (ponto de conexão) de quase todas as vias 
aferentes ao córtex cerebral, exceto a olfatória; é, por isso, considerado a central receptora 
de estímulos. Participa, também, do sistema límbico – conjunto de estruturas que 
controlam o comportamento e a emoção, já citado e que será abordado no tema 
relacionado ao telencéfalo. 
Quando lesado, principalmente em decorrência de alterações 
vasculares, pode desencadear a chamada síndrome talâmica, na qual se manifestam 
alterações de sensibilidade como, por exemplo, a chamada dor central; dor espontânea e de 
 7 
difícil localização, que se irradia para toda a metade do corpo situada do lado oposto à 
porção talâmica comprometida. 
 
- Hipotálamo: na imagem da face medial do cérebro, proveniente do corte do 
encéfalo no PSM, é possível visualizar o hipotálamo ventralmente à aderência 
intertalâmica. Ou seja, este forma a porção ventral das paredes laterais do terceiro 
ventrículo (o qual circunda a aderência intertalâmica), bem como o assoalho desta 
cavidade. Nesta região (assoalho) encontram-se, no sentido rostro-caudal, as estruturas a 
seguir, que também entram na formação do hipotálamo: quiasma óptico, túber cinéreo e 
corpo mamilar – todas visíveis e localizadas na face ventral do cérebro (mais precisamente 
do diencéfalo), entre os tra(c)tos ópticos e os pedúnculos cerebrais. 
O hipotálamo é formado predominantemente por SC, a qual se 
organiza em núcleos, distribuídos por todo o órgão. 
 
- Divisões do Hipotálamo: como as três regiões que constituem o 
assoalho do terceiro ventrículo são facilmente identificáveis – mesmo na face medial, após 
secção longitudinal do encéfalo no PSM – didaticamente pode-se dividir o hipotálamo em 
três áreas distintas, a saber: 
- Hipotálamo rostral: pelo fato de se localizar dorsalmente ao 
quiasma óptico, recebe também o nome de Hipotálamo supra-óptico. Dentre os núcleos aí 
existentes, destacam-se: 
• Núcleo supraquiasmático: é responsável pelo controle do ritmo 
circadiano, ou seja, os eventos que se repetem a cada período de 24h. E, como o sinal 
externo para que estes ocorram é a luminosidade, ao núcleo em questão chegam fibras 
oriundas da retina; apresenta, ainda, aferência para a glândula pineal (GP), a ser abordada 
no item sobre epitálamo. 
• Núcleos supraóptico e paraventricular: secretam os neuro-
hormônios oxitocina e vasopressina (ou ADH – hormônio antidiurético), os quais 
alcançam a neuro-hipófise por meio dos axônios que formam o trato hipotalâmico-
hipofisário, onde são armazenados. O primeiro está relacionado com a ejeção do leite 
pelas glândulas mamárias, enquanto que o ADH, como o próprio nome sugere, promove a 
reabsorção da água pelos rins; a deficiência ou ausência deste hormônio pode, portanto, 
desencadear um quadro de diabete insípidus. 
• Centro da perda de calor: em referência ao nome, tem como 
função promover a queda da temperatura corporal quando está encontra-se em níveis 
 8 
acima do fisiológico. É neste local, então, que agem as drogas com efeitos antitérmicos. 
Por esta razão não é rara a ocorrência de óbitos após traumatismos cranianos e/ou 
intervenções cirúrgicas na glândula hipófise; estas situações podem interferir no 
funcionamento normal deste centro, causando um quadro denominado febre central. 
- Hipotálamo médio: também chamado de Hipotálamo 
tuberal, encontra-se dorsalmente ao túber cinéreo – estrutura por meio da qual a hipófise 
se prende ao hipotálamo. 
Os núcleos mais importantes desta 
região são: 
• Núcleo dorsomedial: produzem os fatores de liberação dos hormônios 
produzidos pela adeno-hipófise, conhecidos como Rh (do inglês, release hormone). 
• Núcleo ventromedial: controla a sede e o apetite por meio dos centros da 
fome, da sede e da saciedade, aí localizados. 
 
- Hipotálamo caudal: dispõe-se dorsal ao corpo mamilar (um 
doscomponentes do sistema límbico, o qual será abordado oportunamente) e, por isso, 
recebe o nome de Hipotálamo mamilar. 
Os principais núcleos aí presentes são: 
• Núcleo mamilar: envolvido com o controle do comportamento e da emoção (sistema 
límbico). 
• Centro da manutenção de calor: por dedução, conclui-se que a função desta parte do 
hipotálamo esteja relacionada à conservação da temperatura corporal. 
 
- Funções do Hipotálamo: diante do exposto, conclui-se que o 
hipotálamo apresenta grande importância para a manutenção da homeostase. Por isso, é 
considerado a central geradora de respostas viscerais, uma vez que o equilíbrio do meio 
interno está na dependência direta do funcionamento das vísceras. 
De forma resumida e esquemática, 
pode-se elencar as principais funções do hipotálamo, como se segue, no que tange ao 
controle do(a) : 
• Ritmo circadiano; 
• Equilíbrio hidroeletrolítico; 
• Pressão arterial (vasomotor); 
• Temperatura corporal; 
• Reprodução; 
 9 
• Crescimento; 
• Metabolismo corporal; 
• Fome e sede; 
• Homeostase; 
• Comportamento e emoção. 
 
- Epitálamo: localiza-se dorso-caudalmente ao tálamo. É constituído 
predominantemente por SB e uma parte glandular, a já citada Glândula pineal, também 
conhecida como epífise, em contraposição à hipófise. A primeira está “acima” (epi), 
enquanto a última encontra-se “abaixo” (hipo) do tálamo ou do terceiro ventrículo, os 
quais servem como referência anatômica para justificar tal nomenclatura. 
Para os fins aos quais se propõe a presente disciplina, será 
abordada aqui apenas a porção glandular do epitálamo; e, desta, somente a função. 
 
- Funções da Glândula Pineal: embora sejam vários, um dos 
principais papéis da GP é a produção da substância denominada melatonina, a partir da 
serotonina – um tipo de neurotransmissor presente na PCSN. Esta, também classificada 
como neuro-hormônio, apresenta efeitos diversos em vertebrados não mamíferos e em 
mamíferos. Nos primeiros, a melatonina está relacionada ao mimetismo, pela interferência 
que exerce sobre a distribuição dos grânulos de melanina no citoplasma da célula, 
concentrando-os ou dispersando-os. Este fenômeno permite que alguns animais se 
camuflem, com o objetivo de proteção ou de caça. 
Já nos mamíferos, esta 
substância interfere principalmente na reprodução, determinando uma época de 
acasalamento específica (conhecida como estação de monta – EM), de forma a permitir 
que o nascimento da prole ocorra preferencialmente nas estações mais propícias à 
sobrevivência de ambos – mãe e cria(s) – independentemente da duração da gestação. 
Todas as espécies animais sofrem essa influência, mas em algumas os efeitos são mais 
pronunciados. 
Nos equinos, por exemplo, 
cuja gestação é de aproximadamente 11 meses, a época de cio é do início da primavera até 
o término do verão. Assim, a época de nascimento dos potros coincide, em parte, com este 
período. Vale lembrar que esta espécie é muito bem adaptada ao clima quente, haja vista 
que a raça mais antiga – e precursora das demais – é a Árabe. 
 10 
Nos ovinos, ao contrário, e 
cuja gestação dura apenas cinco meses, o período fértil das fêmeas é no inverno, para que 
possam parir também na época de clima mais ameno e de fartura de forragem. Esta 
espécie, por sua vez, é oriunda de regiões frias; a lã (vide aula sobre “Tegumento 
comum”), característica das raças mais primitivas de ovinos, tem exatamente o papel de 
protegê-los das baixas temperaturas. 
Mas, para que tudo isso 
aconteça corretamente, é necessário que os animais tenham um “relógio biológico” 
eficiente. Este, por sua vez, deverá receber “informações” do ambiente e fazer com que 
cada espécie interprete estes sinais e manifeste o cio – ou não – no período mais propício 
ao nascimento da prole, qual seja, na primavera ou no verão. 
Esta interação é mediada pela 
luminosidade, e por isso conhecida como fotoperíodo; e, a via envolvida não poderia ser 
outra que não a visão; isto explica o fato do núcleo supraquiasmático (citado anteriormente 
e localizado no hipotálamo rostral) se comunicar com a GP, regulando a síntese de 
melatonina. 
A concentração dessa 
substância é inversamente proporcional à intensidade de luz. Assim, no verão – ou quando 
há muita luminosidade – os níveis desse hormônio estão baixos e vice-versa. Dessa forma, 
espera-se que os equinos deem cio quando há pouca melatonina circulante; ao contrário, os 
ovinos necessitam de elevadas taxas desse hormônio para se reproduzirem. 
Como já citado, todas as 
espécies – inclusive os humanos! – sofrem influências reprodutivas por esta mesma via. 
Entretanto, algumas de forma mais intensa (equinos e ovinos), enquanto em outras os 
efeitos são mais discretos; neste último grupo podemos citar os carnívoros domésticos e os 
bovinos, por exemplo. 
Entretanto, esta condição está 
na dependência não somente das espécies, mas também dos efeitos climáticos da região na 
qual cada uma delas se encontra, pois estes interferem diretamente nas chances de 
sobrevivência da mãe (condição prioritária, uma vez que sem ela a prole terá poucas 
chances de se manter viva); e, por consequência, na da própria cria – ou crias. Isto explica 
o fato da duração da EM aumentar, de forma diretamente proporcional, à medida que os 
animais se encontram mais próximos da linha do equador, independentemente da espécie. 
Quanto mais perto dessa região mais longo será o período de acasalamento, em virtude do 
aumento do número de horas de luz/dia. 
 11 
Esta condição permite a 
interferência sobre a época de reprodução das espécies, por meio da utilização de luz 
artificial (lâmpadas); e, para cada espécie, há um protocolo específico de forma a permitir 
aos criadores definirem uma estação de monta para os rebanhos, com objetivo de facilitar 
e maximizar o manejo nas propriedades. 
No que tange aos humanos – e 
como já dito – a melatonina também interfere na reprodução, dentre outras funções do 
organismo. É sabido, por exemplo, que mulheres que nascem cegas não têm o ciclo 
menstrual regular, como o observado naquelas com visão normal. E, embora esta espécie 
não apresente uma “estação de monta” pré-definida, está comprovada a ação da 
melatonina sobre o humor das pessoas, fato que justifica, pelo menos em parte, a fama dos 
mineiros serem indivíduos mais “fechados”, de “poucos amigos” e introvertidos – não 
podemos esquecer que MG é conhecida pelas suas (belas) montanhas, condição geográfica 
que determina um fotoperíodo mais curto, se comparado àquele observado na região 
litorânea. Nesta última, a duração da luminosidade diária é significativamente maior, 
justificando o conhecido comportamento de seus habitantes – pessoas geralmente mais 
extrovertidas, alegres e de fácil entrosamento. 
Esta interferência que a 
luminosidade exerce sobre o humor nos humanos está implicada diretamente nos altos 
índices de depressão e de suicídio em países com fotoperíodo curto, quando comparados 
àqueles localizados entre os trópicos, pois nos primeiros embora os dias possam ser longos 
a luz do sol nem sempre é visível ou duradoura. Por fim – e para descontrair – essa relação 
talvez possa explicar, também, a famosa (e estratégica!) queixa de “dor de cabeça”, 
desculpa frequente de algumas mulheres (rsrsrs). 
 
 
Lavras, julho de 2022. 
 
 
 
 
______________________________ 
Professor Henrique R. A. de Resende

Continue navegando

Outros materiais