Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 1 ENG07079 Termodinâmica para Engenharia Química I Prof. André R. Muniz 3. Gases ideais e reais - equações de estado ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 2 Superfície PvT para uma substância pura Diagrama P-V Diagrama P-T Comportamento PvT para Substâncias Puras Relembrando do Cap. 2: ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 3 Comportamento PvT de gases: observações empíricas Relações entre as propriedades de um gás começaram a ser estudadas nos séculos XVII e XVIII Lei de Boyle Lei de CharlesLei de Gay-Lussac Lei de Avogadro 1, , , (T const.) (V const.) (P const.) (P, T const.) ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 4 Comportamento PvT de gases: observações empíricas Uma relação que contempla todas estas dependências é a seguinte: Lei dos gases ideais R = 8.314 m3Pa/(molK) = 8.314 J/(molK) = 83.14 cm3bar/(molK) = 82.06 cm3atm/(molK) = 0.08206 Latm/(molK) = 1.987 cal/(molK). R é chamada de constante universal dos gases Consequentemente: 1, , , ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 5 Apesar da sua aparente simplicidade, é uma excelente aproximação para o comportamento de gases em situações reais e de interesse prático, sob condições onde as hipóteses acima são plausíveis: gases sob baixas pressões e/ou altas temperaturas baixa densidade (pq?) Gás Ideal: o que é? Quando é válido? Esta relação pode ser obtida de outras formas, partindo-se das seguintes hipóteses : Moléculas são infinitesimalmente pequenas, não ocupando volume Desconsidera interações entre as moléculas (só colisões entre esferas rígidas) ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 6 Análise do comportamento PvT: Ex: assumindo o ar como um gás ideal, estime o volume específico do ar, número de moles e a massa de ar na nossa sala de aula Ex: usando a equação do gás ideal, calcule o volume específico do vapor d’água nas condições a seguir. Compare com os valores obtidos na tabela de vapor vista no capítulo anterior Quando esta puder ser aplicada, pode ser usada para variados fins: Análise do comportamento PvT de gases – “equação de estado” Cálculo de propriedades termodinâmicas de gases – variações de energia interna, entalpia e entropia em gases sob variações de pressão, volume e/ou temperatura (veremos nos próximos capítulos) Gás Ideal: o que é? Quando é válido? (i) Vapor saturado a 373 K e 1 atm (ii) Vapor superaquecido a 673 K e 1 bar (vv = m3/kg) (iii) Vapor superaquecido a 473 K e 10 bar (iv) Vapor saturado a 537 K e 50 bar ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 7 O que é uma “baixa pressão”? E uma “alta temperatura”? Esses conceitos seriam universais? Dependeriam do gás em questão? Apesar da sua aparente simplicidade, é uma excelente aproximação para o comportamento de gases em situações reais e de interesse prático, sob condições onde as hipóteses acima são plausíveis: gases sob baixas pressões e/ou altas temperaturas baixa densidade (pq?) Dissemos em um slide anterior que: Gás Ideal: o que é? Quando é válido? ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 8 Gás Ideal × gases reais O que é uma “baixa pressão”? E uma “alta temperatura”? Esses conceitos seriam universais? Dependeriam do gás em questão? Introduzindo o fator de compressibilidade: Para um gás ideal, independentemente da P e T: → → Observa-se na prática, que para gases em geral, ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 9 temperatura reduzida pressão reduzida Gás Ideal × gases reais Introduzindo variáveis reduzidas: Ex: calcule PR e TR dos gases nas condições N2 a 300 K e 1 bar (Pc=34 bar, Tc=126K) N2 a 138,6 K e 17 bar (Pc=34 bar, Tc=126K) CO2 a 334,4 K e 37 bar (Pc=74 bar, Tc=304K) ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 10 Princípio dos Estados Correspondentes “Todos os fluidos, quando comparados à mesma temperatura reduzida e pressão reduzida (adimensionais), têm aproximadamente o mesmo fator de compressibilidade, e desviam do comportamento de um gás ideal de forma semelhante.” Gás Ideal × gases reais Lembrando que para um gás ideal, independentemente da P e T: ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 11 Onde são observados maiores ou menores desvios gás ideal × gás real? Note então, que uma “baixa pressão” ou “alta temperatura “depende do gás (ou seja, da Tc e Pc). Ex: Gás Ideal × gases reais N2 : Pc = 34 bar, Tc = 126 K CO2: Pc = 74 bar, Tc = 304 K H2O: Pc = 220 bar, Tc = 647 K Outra observação importante: nesta faixa de TR e PR, o volume do gás real é maior ou menor que a do gás ideal? ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 12 Como podemos estão calcular propriedades P-v-T de substâncias de forma genérica, em condições de gás ideal e gás real? Usando Equações de Estado. De forma geral, são equações que estabelecem relações matemáticas entre as propriedades termodinâmicas de uma substância. Para um fluido puro, a forma mais comum é uma relação entre P, T e v, ou envolvendo o fator de compressibilidade Z, expressa por uma das relações: 0),,( TvPf 0),,( TvZf 0),,( TPZfou ou Exemplos: Equação do Gás ideal Equação Virial Equações de estado cúbicas com 2 ou e parâmetros: van der Waals, Redlich-Kwong, Soave- Redlich-Kwong, Peng-Robinson,... Outras equações de estado com vários parâmetros: Benedict-Webb-Rubin, Lee-Kesler, ... ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 13 Equações de Estado Algumas destas equações de estado predizem apenas o comportamento do fluido na fase gás/vapor, outras predizem também, o comportamento em ambas fases líquida e vapor. Como veremos, estas apresentam diferentes embasamentos teóricos, requerem diferentes parâmetros, apresentam variada precisão nas predições de propriedades, e custo/dificuldade de resolução sempre tentar buscar melhor custo-benefício para aplicações. Exemplos: Equação do Gás ideal Equação Virial Equações de estado cúbicas com 2 ou e parâmetros: van der Waals, Redlich-Kwong, Soave- Redlich-Kwong, Peng- Robinson,... Outras equações de estado com vários parâmetros: Benedict-Webb-Rubin, Lee-Kesler, ... ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 14 Equações de Estado: Equação do Virial ...1 32 v D v C v B RT PvZ...'''1 32 PDPCPB RT PvZ RTPv P 0 lim v BZ 1 21 v C v BZ Para fins práticos, utiliza-se a expansão truncada no 2ª ou 3ª termo. Como já discutido, no limite para baixas pressões (comportamento de gás ideal) observa-se: Para maiores pressões, pode-se desenvolver uma expansão em série de potências para Z em termos da massa específica ( = 1/v) ou da pressão : 1lim 0 Z P Expressões para os coeficientes são deduzidas teoricamente (usando conceitos de Termodinâmica Estatística), e podem ser obtidos diretamente através de potenciais de interação intermolecular. Outra opção é o uso de dados experimentais para ajuste. interação entre pares interação entre três corpos B, C, D, B’, ...: coeficientes do virial (virial coefficients); são funções da temperatura e dependem da substância “virial”: vem do latim, “força” Obs: boas predições para fase gás (até ~15 bar usando 2 termos, até ~50 bar usando 3 termos). Não prevê comportamento da fase líquida. ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 15 Equações de Estado: Equação de van der Waals Johannes Diderik van der Waals – Nobel em Física (1910) Primeira equação de estado capaz de predizer comportamento do líquido e vapor para T < Tc Inclusão de termos relacionados a atração e repulsão entre as moléculas (desprezíveis para GI) Forças atrativas (para forças de vdW, U ~ r -6) Forças repulsivas (esferas rígidas de volume b) a e b são constantes específicas de cada substância Apesar de não ter uma boa precisão na predição do comportamento PvT nas condições de gás real (como testaremos a seguir),serviu de base para desenvolvimento de equações de estado mais modernas ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 16 Equações de Estado: Equação de van der Waals c c P TRa 64 27 22 c c P RTb 8 Coeficientes a e b são tipicamente determinados usando as propriedades críticas da substância (Pc e Tc). Para tanto, basta fazer com que a isoterma crítica da equação de vdW apresente as características esperadas. Classificada como uma equação de estado cúbica, pois pode ser expressa como um polinômio de grau 3 no volume (questão: dada uma T e P, quantas possíveis soluções podemos ter para v?) Como a isoterma apresenta um ponto de inflexão, as seguintes condições matemáticas devem ser satisfeitas: Sendo assim, tem-se o seguinte conjunto de equações a serem satisfeitas no ponto crítico: Verifica-se ao resolver as equações, surgem as seguintes relações: Ou seja, de posse das propriedades críticas, determinam-se a e b para a substância em questão. + ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 17 Equações de Estado: Equação de van der Waals c c P TRa 64 27 22 c c P RTb 8 Exemplos: Exemplos de isotermas previstas pela Equação de vdW: Exemplos: qual a pressão do CH4 em 300 K tal que ocupe um volume de 800 cm3/mol? Compare com GI. (R: 29,35 e 31,18 bar) E a 165 K? (R: 14,52 e 17,15 bar) CH4 (Tc = 190,6 K, Pc = 46 bar) Pc (bar) Tc (K) a (bar cm 6/mol2) b (cm3/mol) CH4 46,00 190,6 2,303E+06 43,06 N2 33,84 126,2 1,372E+06 38,76 H2O 220,48 647,3 5,542E+06 30,51 T = Tc T < Tc T > Tc T < Tc Psat (T) Áreas iguais! ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 18 Equações de Estado: Equações de estado cúbicas A equação de vdW serviu de base para proposição de uma série de equações matematicamente similares (equações de estado cúbicas), em geral com diferentes variações na forma funcional para descrição das forças atrativas. Algumas das equações mais conhecidas e usadas na prática são as seguintes: ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 19 )()( 2/1 bvvT a bv RTP c c P TRa 5,2242748.0 c c P RTb 08664.0 )( )( )( bvv Ta bv RTP 2 22 1142748.0)( cc c T Tm P TRTa c c P RTb 08664.0 2176.0574.1480.0 m )()( )( )( bvbbvv Ta bv RTP 2 22 1145724.0)( cc c T Tm P TRTa c c P RTb 07780.0 226992.054226.137464.0 m Redlich-Kwong (RK) Soave-Redlich-Kwong (SRK) Peng-Robinson (PR) Coeficientes a e b também podem ser determinados a partir das propriedades críticas da substância (Pc e Tc) e de um parâmetro adicional chamado de fator acêntrico (discutido mais adiante). Para SRK e PR, a é uma função da temperatura a(T). Estas tem melhor precisão comparado à equação de vdW (como mostrado mais tarde) Estão disponíveis em uma variedade de pacotes termodinâmicos e simuladores de processo, requerendo conhecer apenas três propriedades da substância Equações de Estado: Equações de estado cúbicas ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 20 0 CTT dv dP 02 2 CTT dv Pd Para equações de estado cúbicas, de modo geral, pode-se observar os seguintes comportamentos para as isotermas no plano P(v), como já mostrado para a equação de vdW: Para T > Tc, a curva é monotonicamente decrescente com aumento de v (gás) ; A isoterma crítica contém um ponto de inflexão, característico do ponto crítico; Para T < Tc, a curva caracteriza-se por apresentar uma região de transição líquido-vapor. A curva é suave, com um ponto de inflexão, um de máximo e um de mínimo. Experimentalmente, se observa um segmento horizontal na região de transição líquido-vapor (para P= pressão de saturação). Este desvio é característico de qualquer equação de estado cúbica, visto que esta região não pode ser descrita matematicamente com equações tão simples. A pressão de saturação é tal que as áreas sombreadas na imagem sejam idênticas. A curva só tem sentido físico para valores de v > b. Os parâmetros são determinados tal que no ponto crítico: < Equações de Estado: Equações de estado cúbicas ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 21 Equações de Estado: Equações de estado cúbicas – resolução )()( 2/1 bvvT a bv RTP )( )( )( bvv Ta bv RTP )()( )( )( bvbbvv Ta bv RTP Redlich-Kwong (RK) Soave-Redlich-Kwong (SRK) Peng-Robinson (PR) van der Waals (vdW) Possibilidades: Dado v e T, calcular P – mais simples Dado P e v, calcular T – simples para vdW, solução numérica para as demais Dado P e T, calcular v – solução numérica para todas Mais comum/rotineiro em análise de processos – Dado P e T, calcular v ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 22 Equações de Estado: Equações de estado cúbicas – resolução )()( 2/1 bvvT a bv RTP )( )( )( bvv Ta bv RTP )()( )( )( bvbbvv Ta bv RTP Redlich-Kwong (RK) Soave-Redlich-Kwong (SRK) Peng-Robinson (PR) van der Waals (vdW) Mais comum/rotineiro em análise de processos – Dado P e T, calcular v Como as equações são cúbicas no volume, tem três possíveis soluções! Para T > Tc, geralmente encontra-se apenas uma solução real, sendo esta associada ao volume ocupado pelo gás nestas condições. Para T > Tc, obtém-se três soluções reais, sendo a maior associada ao volume para a fase vapor, e a menor para a fase líquida. Quando P é a pressão de saturação para uma dada temperatura, a maior raiz está associada ao volume do vapor saturado (vV), e a menor raiz, ao volume do líquido saturado (vL). A solução com valor intermediário não tem significado físico. T < Tc Psat (T) ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 23 023 ZZZ VDW RK e SRK PR -1 - B -1 -1 + B A A - B - B2 A- 3B2 - 2B -AB -AB -AB + B2 + B3 PReSRKVDWpara RKpara RT aP TR aP A , 2 5.22 RT bPB Para uma dada pressão e temperatura, as equações de estado acima apresentarão três raízes, que podem ser reais ou complexas. Para determinar o volume ocupado por um fluido nas condições desejadas, toma-se as raízes reais. Para T > Tc, geralmente encontra-se apenas uma raiz real para Z, sendo esta associada ao volume ocupado pelo gás nestas condições. Para T > Tc, obtém-se três raízes reais para Z, sendo a maior associada ao volume para a fase vapor, e a menor para a fase líquida. Quando P é a pressão de saturação para uma dada temperatura, a maior raiz está associada ao volume do vapor saturado (vV), e a menor raiz, ao volume do líquido saturado (vL). (a determinação da pressão de saturação usando equações de estado cúbicas será vista em Termodinâmica 2) As equações de estado cúbicas mostradas anteriormente também podem ser reescritas em termos de Z na forma polinomial genérica abaixo (grau 3), onde os coeficientes são diferentes para cada caso: Equações de Estado: Equações de estado cúbicas – resolução ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 24 Equações de Estado: Equações de estado cúbicas – resolução Podemos resolver numericamente as equações de estado cúbicas para o volume (seja para obter 1 ou 3 raízes reais) usando a equação original (slide 19) ou sua versão polinomial (slide 23); a resolução pode ser feita via método numérico implementado em calculadora, em planilhas eletrônicas ou outro software matemático (veremos em uma aula à parte). Uma alternativa simples de resolver esse problema (usando só uma calculadora comum) é aplicando um procedimento iterativo baseado no método das substituições sucessivas, partindo de uma estimativa inicial, e aplicando iterativamente uma equação para obtenção de novas estimativas, até que a solução seja encontrada. Este algoritmo está disponibilizado no Moodle (assim como uma planilha com sua implementação). Independente do método a ser usado, sempre seguiremos a mesma sequência: i. Obter as propriedades críticase fator acêntrico da substância ii. Escolher R nas unidades que desejar para P e v iii. Definir T e P desejada iv. Selecionar a equação de estado a ser usada v. Calcular os parâmetros da equação de estado: a(T), b, m vi. Verificar se na T desejada teremos uma ou três raízes (dependendo da relação entre T e Tc) vii. Usar estimativa inicial baseada na raiz desejada – usamos volume do gás ideal para gás ou vapor, e uma valor próximo (ligeiramente superior) ao parâmetro b da equação. viii. Resolve-se a equação para v ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 25 Tc (K) Pc (bar) T (K) P (bar) Tr = T/Tc Pr = P/Pc Z v (cm3/mol) CH4 190,6 46 209,7 23 1,1 0,5 0,8634 654,3 C3H6O 508 47 558,8 23,5 1,1 0,5 0,8634 1706,9 CO2 304 74 334,4 37 1,1 0,5 0,8634 648,8 N2 126 34 138,6 17 1,1 0,5 0,8634 585,2 Princípio dos Estados Correspondentes e Correlações Generalizadas Como visto anteriormente, “Todos os fluidos, quando comparados à mesma temperatura reduzida e pressão reduzida (adimensionais), têm aproximadamente o mesmo fator de compressibilidade, e desviam do comportamento de um gás ideal de forma semelhante.” gás a T,P O que têm em comum? Desta forma, a partir de equações, gráficos ou tabelas de Z como função de Pr e Tr, pode-se determinar o valor de v para diferentes valores de P e T (ou outra combinação), desde que as propriedades críticas sejam conhecidas. ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 26 Correlações Generalizadas rr TPZZ , ,, rr TPZZ Para melhorar a qualidade dos resultados, insere-se um terceiro parâmetro, sendo que o mais usado é o fator acêntrico (), que leva em conta efeitos de forma e interação das moléculas ( 0 para moléculas apolares e esféricas). Este é definido por: C r vap P TP 7.0 log0.1 10 Pode-se fazer uso do princípio dos estados correspondentes para criar gráficos e tabelas para dependência de Z nas variáveis reduzidas: Correlações com três parâmetros: Correlações com dois parâmetros: 10 ZZZ ),(00 rr TPZZ ),(11 rr TPZZ Um exemplo bastante usado de correlação generalizada com 3 parâmetros é a seguinte: onde Estes são tabulados para uma dada EoS ou usando informações experimentais metano 0,008 metanol 0,559 etano 0,099 etanol 0,635 propano 0,152 propanol 0,624 butano 0,193 butanol 0,590 ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 27 Um exemplo bastante usado de correlação generalizada com 3 parâmetros é a de Lee-Kesler, formulada a partir da EoS de mesmo nome. Os valores de Z0 e Z1 são disponíveis em tabelas ou gráficos. Procedimento: dados T e P, determina-se Tr e Pr, e busca-se nos diagramas Z0 e Z1. Calcula-se Z conforme equação acima e obtém-se v. Se T ou P for incógnita: processo iterativo.... 10 ZZZ Correlações Generalizadas ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 28 Correlações Generalizadas Ex: N2 :a 23,8 bar e 139K Z=? v=? CO2 a 37 bar e 273 K Z=? v=? N2 : Pc = 34 bar, Tc = 126 K,=0,039 CO2: Pc = 74 bar, Tc = 304 K ,=0,225 ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 29 Há outras utilidades/aplicações de equações de estado? P, T, v, u, h, s P, T, vL, vV, uL, uV, hL, hV, sL, sV Problema: como relacionar estas variáveis? Ou seja, dado G variáveis (2 ou 1), como determinar as demais propriedades termodinâmicas de uma fase única ou na condição de saturação? v = vL (1-x) + vV x u = uL (1-x) + uV x h = hL (1-x) + hV x s = sL (1-x) + sV x ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 30 Equações de estado permitem não somente calcular relações entre P, v e T, mas também outras propriedades termodinâmicas como veremos nos próximos capítulos. Permitem obter propriedades termodinâmicas para fluidos reais, de forma genérica, em diferentes condições, usando um conjunto de dados limitado (propriedades críticas e fator acêntrico) Permitem automatizar cálculos de propriedades (P, v, T, u, h, s), sem a necessidade de busca direta em tabelas, diagramas, interpolações, etc Há outras utilidades/aplicações de equações de estado? Problema: como relacionar estas variáveis? Ou seja, dado G variáveis (2 ou 1), como determinar as demais propriedades termodinâmicas de uma fase única ou na condição de saturação? ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 31 J.O. Valderrama. The state of the Cubic Eos (disponível no Moodle) ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 32 Líquidos e Sólidos Coeficiente de expansão térmica: Compressibilidade isotérmica: Volumes específicos de líquidos e sólidos não tem dependência tão significativa com T e P como gases. Uma alternativa para determinação de v(T,P) é conhecer o valor de v sob determinada condição e usar duas propriedades do líquido para obtenção em diferentes T e P: Integrando as equações de P0 ou T0 até a condição desejada P ou T: 00 exp TTvv 00 exp PPvv 00 1 TTvv 00 1 PPvv De forma aproximada ( e são pequenos): Ex: ENG07079 – Termodinâmica 1 – Prof. André R. Muniz 33 Líquidos e Sólidos Como visto, as equações de estado cúbicas podem ser usadas para prever o volume específico em fase líquida, mas nem sempre os resultados geralmente não são muito precisos (muitas vezes as equações são alteradas com correção de volume, para melhorar a predição da densidade do líquido). Tem-se também equações específicas para líquidos como, por exemplo a equação de Rackett, que também só emprega propriedades críticas e o fator acêntrico:
Compartilhar