Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alunos: Jucilane Braga, Ricardo Torres, Tiago costa. Data: 12 de maio de 2023. Professor: Elson Almeida. TÍTULO Calor de reações iônicas (Neutralização). RESUMO A reação de neutralização é uma reação química entre um ácido e uma base que produz sal e água. Tal reação é tida como uma reação exotérmica, ou seja, uma reação que libera energia na forma de calor para a sua vizinhança. Com isso, o presente relatório teve como o objetivo calcular o calor que é gerado durante uma reação de neutralização ente o NaOH com HCL, e NaOH com Ácido Acético. Como resultado, tivemos que, para o primeiro experimento, o ∆H = -12,575 kcal/mol, e para o segundo experimento, tivemos que ∆H = -13,83 kcal/mol. Transformando os resultados para KJ/mol, temos ∆H = - 52,6138 para o primeiro experimento, e ∆H = -57,86472 KJ/mol para o segundo experimento. Os valores encontrados em Kj/mol chegaram próximos aos valores descritos na literatura. INTRODUÇÃO A calorimetria envolve o estudo da energia absorvida ou liberada durante um processo de qualquer natureza: físico, químico ou biológico. Por essa técnica pode-se determinar capacidades caloríficas, energia envolvida em mudanças de estado como vaporização e fusão, e em processos químicos, como combustão, neutralização. Os calorímetros são os instrumentos utilizados nessas medidas e, de um modo geral ele é constituído por três partes básicas: a cela ou vaso calorimétrico, local onde se realiza o processo em estudo, os arredores ou vizinhança e a parede que separa fisicamente a cela e os arredores [1]. De 1882 a 1886, Julius Thomsen publicou dados de entalpias de neutralização de ácidos e bases. Esse pesquisador verificou que a entalpia de neutralização de um ácido forte por uma base forte em solução diluída era praticamente constante [2]. Existem várias teorias sobre acidez e basicidade. Nos primórdios da química os ácidos eram identificados pelo seu gosto azedo “ácido” e pelo seu efeito sobre certos pigmentos de plantas (por exemplo, o tornassol). Em 1884, Arrhenius sugeriu a teoria da dissociação eletrolítica e propôs a auto-ionização da água: 𝐻2𝑂(𝑙) ↔ 𝐻+(𝑎𝑞) + 𝑂𝐻−(𝑎𝑞) ∆𝑟𝐻𝜃(298𝑘, 𝐼 = 0) Para que a energia do produto seja menor do que a do reagente, é preciso que a reação libere calor, ou seja, ocorra uma reação exotérmica. Portanto, a entalpia de neutralização é definida como a liberação de calor durante a neutralização de uma solução diluída em ácido por uma solução diluída em base [3]. Um processo é dito exotérmico quando este cede energia na forma de calor para o ambiente. Quando um processo exotérmico ocorre num sistema com fronteiras diatérmicas, há liberação de calor para as vizinhanças (parte do universo vizinha ao sistema de onde se faz as observações ou medidas). Quando um processo exotérmico ocorre num sistema com fronteiras adiabáticas, a temperatura do sistema se eleva. A variação de entalpia (∆H) de um processo exotérmico é negativa, uma vez que, a entalpia dos produtos, ∆H(p), é menor que o a entalpia dos reagentes ∆H(r). Um exemplo de processo exotérmico é a reação de combustão [4]. A entalpia de uma determinada reação é calculada mediante as entalpias de formação das substâncias em questão, e de acordo com as expressões (Equações 1 e 2): ∆𝐻 = ∆𝐻𝑝 − ∆𝐻𝑟 (1) ∆𝐻 = ∑ 𝐻𝑓(𝑝) − ∑ 𝐻𝑓(𝑟) (2) A energia pode ser expressa em termos de seu equivalente em calor, entalpia (H). A reação quando é conduzida sob pressão constante, a variação de entalpia, designada por ∆H, é dada simplesmente pela diferença entre as entalpias dos produtos e dos reagentes [5]. Sendo assim: Hf = entalpia de formação das substâncias e os valores de ∆H expressos em Joule (J). Para as medições das variações de entalpia de neutralização, empregam-se geralmente calorímetros, que é um recipiente fechado, com um termômetro, no qual são projetados para manter a transferência de calor no seu interior. É importante ressaltar a capacidade calorífica no interior do mesmo, para que o calor cedido ou liberado pela substância precise ser o mesmo calor cedido ou liberado pelo calorímetro [6]. PARTE EXPERIMENTAL - Materiais e reagentes: vide o roteiro da aula prática 3, pag. 8. - Procedimento: vide o roteiro da aula prática 3, pag. 9. RESULTADOS E DISCUSSÕES A parte inicial do procedimento pode ser considerada uma confirmação dos resultados da prática passada. Para encontrar o W, calculamos o equivalente em água para a amostra contendo 100 ml de água, com a temperatura variando para +10°C acima da temperatura ambiente. Os dados coletados podem ser observados através da Tabela 1, a seguir. Tabela 1 – Variação da temperatura em função do tempo durante a determinação do equivalente em água para 100 ml de água com +10°C acima da temperatura, onde t (s) é o tempo em segundos, Tf °C é a temperatura fria e Tq °C é a temperatura quente. Fonte: Os autores. Logo, temos que o ∆𝑇f = 32-28=4°C, e o ∆𝑇q=38-32=6°C. Então, usando a Equação 2, temos: (2) 100𝑥6 = 𝑊𝑥4 + 100𝑥4 600 = 4𝑊 + 400 600 − 400 = 4𝑊 200 4 = 𝑾 = 𝟓𝟎 𝒈. Portanto, temos como o valor de W = 50g, o mesmo valor encontrado para o procedimento da prática anterior. Os mesmos valores para a temperatura e variação da temperatura também ficaram idênticos, confirmando que o calorímetro é eficaz para esse volume de água e temperatura. O procedimento inicial da etapa anterior também foi utilizado para calcular os calores de reação de neutralização, no entanto, no lugar da água fria foi utilizado uma solução de NaOH a 0,5 mol/L, e no lugar da água quente, foi utilizado uma solução de HCl a 0,5 mol/L, os dados coletados antes e após a mistura dos dois reagentes podem ser observados através da Tabela 2. Tabela 2 – Dados referente a reação de neutralização, com a temperatura dos reagentes antes da mistura, e depois das misturas de ambos. Fonte: Os autores. Com isso, é possível confirmar que a reação se trata de uma reação de neutralização com um processo exotérmico, que pode ser definida como, de acordo com ATKINS e DE PAULA, 2018, um processo que libera energia para a vizinhança na forma de calor, uma vez que a temperatura do meio reacional saiu de aproximadamente 27,5°C e passou para 30°C. Na Figura 1, é possível observar o comportamento da Temperatura em função Tempo para o meio reacional, onde se observa que a temperatura aumentou logo nos primeiros 10 s após a mistura dos reagentes, indicando que a reação ocorre de forma imediata, além disso, a temperatura se manteve constante após a mistura dos reagentes até o final da análise. O ∆𝑇 para a reação foi de 2,5°C. Figura 1 – Gráfico do comportamento do meio reacional mostrando o que acontece com a temperatura ao misturar os reagentes após um breve período. Fonte: Os autores. Com isso, utilizando a Equação 3, foi possível encontrar o Q(cal) da amostra, onde: (3) 200𝑥2,5 + 50𝑥2,5 = 𝑄(𝑐𝑎𝑙) 500 + 25 = 𝟔𝟐𝟓 = 𝑸(𝒄𝒂𝒍) Antes de substituir os valores na Equação 4, foi necessário encontrar o número de mols presente em 100 ml de NaOH a 0,5 mol/L, portanto: 𝐶 = 𝑀 𝑀𝑀𝑥𝑉 , logo 𝑀𝑀𝑥𝑉𝑥𝐶 = 𝑀 39,997𝑥0,1𝑥0,5 = 1,99 = 𝑀 Então: 𝑛 = 𝑀 𝑀𝑀 , 1,99 39,997 = 0,0497 Com isso, agora com todos os dados necessários, foi possível calcular o ∆H do meio reacional, utilizando a Equação 4, onde: (4) ∆H = − ( 625 0,0497 ) = −12,575 cal mol O teste foi feito em duplicata, onde o valor encontrado para Q(cal) foi de 750 e o ∆H foi de 15,090 cal/mol. Contudo, a média das entropias para esta reação foi de ∆H = 13,83 kcal/mol. O mesmo procedimento foi feito utilizando a reação de NaOH a 0,5 mol/L com o ácido acético (AA) CH₃COOH, os dados coletados podem ser observados através da Tabela 3. Tabela 3 – Dados referente a reação de neutralização do NaOH com o Ácido Acético, com a temperaturados reagentes antes da mistura, e depois das misturas de ambos. Fonte: Os autores. Através da Figura 2, é observado que o comportamento do gráfico seguiu o mesmo comportamento da reação anterior, ou seja, também é uma reação de neutralização de processo exotérmico que libera energia na forma de calor. Além disso, foi calculado também o ∆H que apresentou -12,575 cal/mol, e para a replicação do teste obtivemos um valor de -15,090 cal/mol, adquirindo uma média de ∆H = -13,83 kcal/mol. Assumindo que -1kcal/mol equivale -4,184 KJ/mol, logo, para a reação do NaOH com HCl, onde ∆H = -12,575 kcal/mol, pode ser descrita como ∆H = -52,6138 KJ/mol. E para a reação do NaOH com o Ácido Acético, onde ∆H = -13,83 kcal/mol, pode ser descrita como ∆H = -57,86472 KJ/mol. O valor encontrado para ∆H, nas unidades de KJ/mol, foi um valor próximo ao resultado descrito por PASTRE et al., 2012, onde ele explica que valores próximos de -56,5 kj/mol é uma aproximação considerável para a entalpia de neutralização de ácidos fortes e bases fortes em condições padrão, ainda mais, o autor explica que o valor pode sofrer alterações de acordo com a temperatura e a pressão das condições em que ocorre a reação. Figura 2 – Gráfico do comportamento do meio reacional, mostrando o mesmo comportamento que a reação anterior apresentou. Fonte: Os autores. CONCLUSÃO As reações de neutralização permitem a liberação de uma determinada quantidade de energia que pode ser expressa pela entalpia de neutralização que é o calor liberado durante a neutralização de um ácido por uma base, ambos diluídos. Através da realização da prática por meio da calorimetria, foi possível determinar o calor de neutralização ácido-base. Os resultados adquiridos, chegaram próximos aos valores descritos na literatura, portanto, o calorímetro se mostrou eficaz para a tal prática. REFERÊNCIAS ATKINS, P.; DE PAULA, J. Físico Química. 10 ed. – Porto Alegre: Bookman, 2018. CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico- Química. Trad. De C. M. P dos Santos e R. B. Faria. Rio De Janeiro, Livros técnicos e científicos, 1986. (5) CHAGAS, Aécio Pereira; AIROLDI, Claudio. Termoquímica na Unicamp: depoimento sobre uma jornada de 25 anos. Química Nova, v. 22, p. 435-442, 1999. (1) J.A. SIMONI, R.A. JORGE, Química Nova, 13 (1990) 108-111. (6) LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa–tradução da 4ª edição inglesa. São Paulo: Edgard Blücher, v. 31, p. 516-786, 1996. (3) P.C. BRAATHEN, A.A. LUSTOSA, A.C. FONTES, K.G. SEVERINO, Química Nova na Escola, 29 (2008) 42-45. (4) PASTRE, I. A. et al. Reações ácido-base: conceito, representação e generalização a partir das energias envolvidas nas transformações. Química Nova, v. 35, p. 2072-2075, 2012. W.J. MOORE, Físico-Química. Vol. 2, Trad. Tibor Rabockai, São Paulo, Edgard Blucher, 1976, p. 391-392. (2)
Compartilhar