Buscar

SEMINARIO I - ISENÇAO E REGRA MATRIZ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIO 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO
ALUNO – WENDEL FELIPE RODRIGUES
 SEMINÁRIO I - ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS E REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
CURITIBA, 04 DE MARÇO DE 2020
1. Que é isenção (vide anexo I)?
De acordo com o RESP n. 1.098.981-PR, a Isenção é a outorga estabelecida por lei específica que resulta na inibição da incidência do tributo sobre o fato gerador. 
Entendo que o que se extrai disso é que a isenção se trata de instituto que modifica algum dos critérios da RMIT subtraindo seus efeitos, seja no antecedente formado pelos critérios material, espacial ou, temporal, ou no consequente através dos critérios pessoal ou quantitativo, determinando a inibição de um ou mais destes para determinado fato tributário no qual não incide a RMIT por não constituição de um de tais critérios.
2.	Elaborar quadro comparativo a respeito de: (i) isenção; (ii) imunidade; (iii) não incidência; (iv) anistia; e (v) remissão.
 (i) isenção; A isenção está situada no campo da incidência. Desta forma, o fato em si é tributável, contudo, a LEI dispensa o pagamento do tributo que seria devido, o que gera a sua exclusão do campo da incidência. Logo, a lei dispensa o pagamento do tributo de um fato gerador que ocorre normalmente. Arts. 176 a 179 do CTN.
 (ii) imunidade; A imunidade é a não-incidência determinada unicamente pela Constituição Federal que tem como destinatário tanto o sujeito como o objeto. Aqui a incidência não deve nem ser pensada pelo legislador, ou seja, sequer ser expressa em lei. Não há ocorrência do fato gerador nesse caso.
A imunidade é uma vedação constitucional absoluta, logo, qualquer tentativa de fazer incidir o tributo é nula de pleno direito.
(iii) não incidência A não-incidência é o local fora dos limites da incidência previstos na hipótese legal. Fora do campo da não-incidência não há fato imponível, ou seja, não há obrigação tributária.
(iv) anistia; A anistia é o perdão da falta cometida pelo infrator de deveres tributários, bem como da penalidade imposta ao infrator por violar a norma. Arts. 180 a 182 do CTN
(v) remissão; A remissão é a “liberação graciosa da dívida”, ou seja, é o ato de perdão legal do débito tributário existente ou a dispensa legal de pagamento de valor superveniente (penalidades e juros de mora). Arts. 156 e 172 do CTN.
3.	A expressão “crédito tributário” utilizado no art. 175 do CTN tem o mesmo conteúdo de significação para a isenção e para a anistia? Justificar.
 Não. O teor do artigo 175 do Código Tributário Nacional ao utilizar-se da expressão "exclusão do crédito tributário" engloba tanto o caso da isenção, quanto o da anistia. Porém, esses institutos se diferem. O inciso I do supracitado artigo refere-se à isenção, apontando para alterações ocorridas nos aspectos da regra-matriz tributária. Considerando que a exclusão do credito tributário seria o fenômeno jurídico da não incidência que decorre da modificação da norma tributária geral e abstrata. Por sua vez, o inciso II do artigo 175 do CTN alude a exclusão do crédito tributário pela anistia, essa extinção refere-se à relação de multa que é diferente da que se opera a norma de isenção. Vale ressaltar que o autor Paulo de Barros Carvalho, adverte sobre a amplitude semântica do artigo 175 do CTN onde ressalta, que existe certa desordem de conceitos em relação a anistia, tendo em vista que o legislador reúne o crédito do tributo e o crédito da penalidade fiscal na expressão "crédito tributário". Em suma, a exclusão do crédito tributário conforme enunciado do artigo 175 do CTN, aponta para as seguintes concepções, no caso de isenção admite-se como norma de comportamento se pressupondo a ligação com a regra matriz de incidência, essa ligação refere-se à relação jurídica entre o contribuinte e o fisco. Tratando-se da anistia ocorre a previsão de ocorrência da extinção pertinente a norma primária que trata da relação de multa.
4.	Tratando-se de isenção com prazo certo, ou de isenção por prazo indeterminado, responda: (i) equivalem, necessariamente, à isenção condicionada e à isenção incondicionada, respectivamente? Quais critérios são utilizados nessas classificações? (ii) a revogação da isenção, que reinstitui a norma tributária no sistema, apenas restabelece sua eficácia ou requer a publicação de nova regra tributária no ordenamento? Neste último caso, deverá ser respeitado o princípio da anterioridade (nonagesimal / exercício)? Há direito adquirido (vide anexo II e III)?
 Com base no Código Tributário Nacional no artigo 178, a isenção por prazo certo não pode ser revogada antes do fim do prazo estabelecido, e em relação a isenção por prazo indeterminado a revogação requer a publicação de uma nova norma no ordenamento.
Em relação a isenção por prazo determinado deverá ser observado o disposto no artigo 104,III, do Código Tributário Nacional, entrando em vigor no primeiro dia do exercício seguinte que ocorra sua publicação, respeitando o princípio da anterioridade tributária previsto no artigo 150, III, b, da Constituição Federal.
Sim. O direito adquirido existe, pois, havendo o cumprimento das condições estabelecidas por lei, e o prazo certo concedido e cumprido, resulta em benefício ao contribuinte com a outorga da isenção.
5.	Há distinção entre alíquota 0% e isenção? Os insumos isentos, não tributados e tributados à alíquota 0%, adquiridos no processo de industrialização, conferem direito ao crédito tributário? Por quê? Em caso afirmativo, qual critério deveria ser utilizado para determinar o crédito presumido de IPI? Se o produto for adquirido da ZFM, isso alteraria a resposta? Se sim, por quê? (Vide anexos IV, V, VI, VII, VIII e IX)
 Sim. O critério quantitativo é usando pelo valor da alíquota correspondente a Regra Matriz de Incidência Tributária. A isenção é a norma que exclui o pagamento do tributo, de forma que não irá incidir a norma tributária. No caso da alíquota de 0%, resulta na incidência, mas não há crédito devido.
De acordo com o entendimento jurisprudencial, não existe o crédito tributário do IPI em relação aos insumos isentos, não havendo tributação ou de alíquota de 0%, pois não há como impor créditos presumidos quando não houve incidência do tributo na etapa anterior. O instituto da isenção não se insere na Regra Matriz de Incidência Tributária. Então, o direito do crédito é concedido aos insumos isentos, pois o mesmo não interfere na composição do mesmo.
	
6.	Considerando o art. 155, §2º, II, alíneas “a” e “b” da CF, pergunta-se:
	a) Existe isenção parcial? Redução de base de cálculo pode ser considerada hipótese de isenção parcial?
 Conforme o entendimento de Paulo de Barros Carvalho, admite-se a existência de isenções parciais, porém, deixa claro que tal figura não se confunde com a isenção tributária, afirmando que a redução que se processa no critério quantitativo não condiz ao desaparecimento do objeto, não configurando isenção, traduzindo singela modificação a redução do quantum de tributo que deve ser pago, caracterizando-se a isenção parcial. A redução da base de cálculo, configura-se como o benefício fiscal concedido pelas administrações tributárias, em sua maioria através de atos do Poder Executivo, com o objetivo de diminuir a carga fiscal de determinados segmentos da economia e que se equivale a isenção parcial, nos termos do artigo 155, §2º, II, “b” da CF/88 e conforme precedente do STF.
	b) É possível lei estadual que determine a exigência do estorno do crédito do ICMS, relativo à entrada de insumos, proporcional à parcela correspondente à redução da base de cálculo do imposto incidente na operação de saída da mercadoria, com fundamento no art. 155, § 2º, II, da CF/88? (Vide anexos X, XI e Parecer da Procuradoria-Geral da República no RE n. 635.688/RS RG, de 09/12/11).
 É possível lei estadual que determine a exigência do estorno do crédito do ICMS, relativo à entrada de insumos, proporcional à parcela correspondente à redução da base de cálculo do impostoincidente na operação de saída da mercadoria, com fundamento no art. 155, parágrafo 2º, II, da CF/88?
De acordo com Paulo de Barros Carvalho não é possível, visto que o inciso II trata apenas de isenção e não incidência.
7.	A concessão de benefício fiscal relativo à isenção do ICMS incidente sobre a aquisição de veículo automotor por deficiente físico demanda a aprovação por convênio, nos termos do art. 155, §2º, XII, g, da CF, regulamentado pela Lei Complementar 24/75? Caso considere a dispensa de convênio nesse caso, ela poderá ser justificada pela garantia fundamental, cuja concessão do benefício visa a assegurar? (Vide anexo XII e XIII).
 Sim, pois para que haja concessão de benefício fiscal de isenção do ICMS sobre aquisição de veículo automotor por deficiente físico demanda aprovação por convênio não havendo como se falar em garantia de um direito sem que exista norma que o crie, que no caso, surge com a celebração dos convênios. A LC 24/75 dispõe no seu caput do seu artigo 1º diz que “As isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal, segundo esta Lei.”
8. Determinado Estado institui isenção de ICMS, com fundamento em convênio CONFAZ, exclusivamente para operações realizadas pelo contribuinte atacadista de determinado produto. A legislação (i) expressamente veda que essa isenção seja utilizada por estabelecimentos industriais e varejistas e (ii) nada fala sobre a possibilidade de manutenção de crédito pelo atacadista. Qual o efeito prático desta isenção para a cadeia do ICMS? Essa isenção é constitucional? Poderia o estabelecimento atacadista renunciar à isenção tributária e decidir tributar regularmente sua operação? Esse valor pago, em renúncia à isenção, seria tributo? Há relação entre essa isenção tributária e o princípio da legalidade estrita tributária?
A LC 24/75 consigna que os convênios de ICMS, celebrados no âmbito do CONFAZ, serão incorporados à legislação dos Estados-membros e do Distrito Federal por Decreto emanado do Poder Executivo de cada ente federativo, de modo a ensejar a dispensa de manifestação por parte do Legislativo local. Se nada fala sobre a possibilidade de manutenção do crédito pelo atacadista, entendo que essa isenção seria sim constitucional.
Quanto a renunciar a isenção tributária e decidir recolher o tributo, entendo que não seria possível, pois não há essa prerrogativa disposta na legislação do ICMS, sendo assim não haveria valor pago e tampouco seria classificado como tributo. Por fim, por se tratar de uma isenção com fundamento em convênio Confaz, que por sua vez é amparado pela lei complementar 24/75, está obedecendo o princípio da legalidade tributária.

Outros materiais