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Direitos Humanos e Cidadania - Frankenstein

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CURSO DE DIREITO – 2º SEMESTRE
DISCIPLINA DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
NOME DA PROFESSORA: TACIANA DAMO CERVI
NOME DA ACADÊMICA: ELISÂNGELA RIBEIRO FERNANDES
DATA: 04/07/2020
TRABALHO SOBRE A LEITURA DO LIVRO “FRANKENSTEIN”, OBRA CLÁSSICA DE MARY SHELLEY
Frankenstein é um dos clássicos da literatura, um livro de terror de todos os tempos: escrito por uma mulher, o qual abriu portas para a ficção científica e popularizou temáticas como a reanimação de tecidos mortos e a criação de vida artificial.
A obra é densa, conta a história de um jovem chamado Victor Frankenstein que decide cursar medicina em uma cidade longe de onde morava, em meio aos estudos inúmeras questões, voltadas para a criação, começam a instigar, isso o faz empenhar-se em diversas pesquisas cujo o campo era gerar vida.
No decorrer da obra, Victor Frankenstein consegue alcançar seu objetivo que é criar um ser a partir de membros de outros humanos, mas não o nomeia, sendo assim, observamos que Frankenstein é o sobrenome do criador, não da criatura, as seguintes citações nos mostram o que o personagem criador passou até chegar em sua criação concreta: “...Muitas vezes arrombei e penetrei em túmulos, em busca de material fresco para minha criação[...] Muitas vezes torturei animais vivos, tentando – e conseguindo – roubar-lhes a chama que eu iria emprestar ao barro ainda informe à minha frente [...]”(p.12). A obra de Mary Shelley é um dos renomados clássicos da Literatura Gótica, traz elementos cruciais do gótico, os quais são medo(estranho), terror (suspense) e horror (cena chocante sem suspense).
Victor Frankenstein relata que selecionou as partes mais belas do corpo humano para construir e imbuir vida à sua criação. Mas para sua surpresa, quando todas estas partes belas são animadas e começam a funcionar juntamente, o resultado é uma aberração, um rosto como visto em um espelho quebrado. Quem sabe este rosto não fale sobre todos os desastres tecnológicos atuais, onde apensas aspectos e fenômenos separados são considerados, e nada é visto de forma integrada, com sentido e propósito.
O resultado é uma criatura fragmentada e horrorosa.
Tudo lhe proporcionou um desejo de grandeza, uma busca pela glória e reconhecimento através do controle da vida e da morte, e da criação de um ser que poderia adorá-lo como seu criador.
Os poderosos “criam” uma cultura material monstruosa, e essa mesma cultura monstruosa (ou aqueles afetados por ela) se vira contra os seus criadores, gerando um estado perpétuo de violência. E ora, tudo isso se aplica também ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Já no âmbito científico John Tyndall sugeriu que aquele que atentasse à mistura dos elementos químicos corretos poderia atingir a criação de bebês em laboratório.
O efeito de um organismo pode ser estudado e modificado em laboratório, mês seu papel fora deste influencia tantos outros organismos que as consequências só são percebidas muito após sua implementação. O mesmo raciocínio pode ser aplicado à intenção de trazer animais extintos de volta à vida por meio de amostras de DNA, preservadas.
Em Frankenstein, o criador é perseguido e destruído por sua criatura em uma vingança premeditada e consciente com consequências trágicas para vidas inocentes. No caso de modificações genéticas ainda que a intenção não seja avaliar até onde o homem pode controlar a natureza, mas buscar soluções para problemas sociais, econômicos, efeitos negativos imprevistos podem surgir a longo prazo.
O livro não traz apenas uma trama cativante, mas também uma discussão sobre o papel da ciência na sociedade, problemas que tratam da inteligência artificial, ou seja, de “vida” criada a partir da ciência e do conhecimento humano. 
Mary Shelley se inspirou nas macabras experiências do médico Erasmus Darwin, que tentara, no século anterior, reanimar mortos usando eletricidade.
Com os avanços científicos e tecnológicos causa impactos na opinião pública sobre as precauções que se fazem desejáveis no ordenamento e no balizamento dos limites que a sociedade deseja impor à capacidade humana de avançar no desconhecido.
Nesse contexto surgiu o Biodireito como conjunto de regras jurídicas já positivadas e voltadas a impor – ou proibir – uma conduta médico-científica e que sujeitam seus infratores às sanções por elas previstas. O respeito à dignidade da vida humana, bem como os direitos humanos e fundamentais, deve estar sempre presente no ordenamento jurídico de todas as sociedades bem como relacionados às aplicações ao genoma humano, como nos campos da medicina, da genética, os quais são indispensáveis prevalecer o respeito aos indivíduos, às suas características genéticas e ao respeito à sua singularidade e diversidade, assim respeitando à todos e principalmente os diferentes.
Por todos esses aspectos, o romance atravessou dois séculos sem perder sua capacidade de arrepiar o leitor e advertir para os perigos da ciência e da busca desmedida por conhecer o mistério da vida. É por isso que sua criação tem ainda hoje um significado importante, visto que as descobertas da ciência moderna para prolongar, modificar ou criar vida evocam as mesmas questões sobre o que é a vida e o que é o ser humano.

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