Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LINGUAGEM DOS MEIOSLINGUAGEM DOS MEIOS AUDIOVISUAISAUDIOVISUAIS ORIENTAÇÃO/EXECUÇÃOORIENTAÇÃO/EXECUÇÃO DE CURTA-METRAGEMDE CURTA-METRAGEM Autor: Me. Duil io Maximiano Lanzoni Revisor : Car los Br ioschi IN IC IAR introdução Introdução Vamos executar um projeto na prática, mediante uma série de orientações. Trata-se da primeira experiência após os estudos realizados. Será a gravação de um curta-metragem live-action com duração que pode variar de 60 segundos a 180 segundos. Devemos utilizar os equipamentos e os recursos de que dispomos. Dessa forma, vamos aplicar os conhecimentos sobre a linguagem dos meios audiovisuais empregando os tipos de narrativas adequados ao projeto, bem como as técnicas de roteiros apropriadas para a realização de um curta- metragem. Usaremos os enquadramentos e toda a parte tecnológica, além das terminologias especí�cas para cada ação, na produção desse audiovisual. Lançaremos mão, igualmente, das técnicas de edição e montagem para �nalizar a produção. A importância da execução deste projeto está no fato de que ele irá contribuir muito para a �xação dos conteúdos assimilados, servindo como parte do treinamento para inserir você, como produtor, no fascinante mundo dos audiovisuais. Salientamos que produzir um �lme de forma independente implica participar de todas as fases de sua produção. Sabemos que os recursos são escassos e o tempo para a execução é muito curto, portanto estamos cientes do grande desa�o que está sendo lançado. Para os alunos que pensam em se projetar como futuros produtores nessa área, uma sugestão é lançar mão do processo do crowdfunding (�nanciamento colaborativo) para viabilizar a produção. O crowdfunding está sendo muito utilizado para �nanciar iniciativas de jovens empreendedores e consiste, basicamente, em lançar, por meio da internet, um projeto, usando uma plataforma colaborativa. Deve-se aguardar o apoio de grupos ou pessoas que queiram investir neste projeto, com valores pequenos ou mais signi�cativos. Trata-se de uma espécie de “vaquinha”. Se o projeto for adiante e tiver bons resultados, os investidores participarão do lucro obtido com a sua execução. OrientaçãoOrientação Outro ponto importante é que teremos oportunidade de complementar nossos conhecimentos práticos aplicando as técnicas que aprendemos sobre produção de roteiro e organização de pré-produção e produção de conteúdo audiovisual. Cronograma de Produção de Curta- metragem É muito importante estabelecer um cronograma das atividades fundamentais a serem desenvolvidas na produção do audiovisual. Elaborar um cronograma implica planejar previamente o conjunto de decisões sobre as diversas etapas da produção, para que os trabalhos sejam coordenados com mais facilidade e de forma sincronizada, o que traz inúmeras vantagens, principalmente em relação ao tempo e aos recursos a serem aplicados. Um cronograma bem elaborado é uma ferramenta que servirá como um guia visual para que toda a equipe obtenha, da melhor forma possível, o objetivo proposto. Figura 4.1 - Captação de imagem Fonte: geogra�ka / 123RF. Quadro 4.1 - Checklist de produção em audiovisual Fonte: Elaborado pelo autor. Esse é o cronograma das atividades essenciais no processo de produção, porém cada atividade, em particular, tem que estabelecer também um cronograma próprio, anotando todos os trabalhos a serem feitos por aquele núcleo. Para isso, é preciso tomar como guia esse cronograma principal, para que o projeto �ua de forma coordenada. Etapas Duração Atividades Pré-produção 10 dias Escolha do tema. Pesquisa de campo. Criação do roteiro. Levantamento de custos. Formação de elenco (se for o caso). Agendamento de locais, solicitação de autorizações, preparação de cenários, pré-ensaio (se for o caso). Produção 8 dias Execução da �lmagem Captação de imagem e som local. Captação de imagem e som de encenações (se for o caso). Captação de imagem e sons extras ou de apoio. Pós-produção 5 dias Edição do material gravado Decupagem: cortes, inserções e montagem. Colocação de sonora de estúdio e efeitos. Finalização do som. Revisão de vídeo e áudio. Cada núcleo, no entanto, ao montar o seu cronograma, deve calcular o tempo de duração, o número de pessoas envolvidas naquela atividade e outros detalhes, sempre em contato com os outros núcleos da produção para que haja uma perfeita sincronização. Além disso, deve-se estabelecer sempre uma ordem de prioridade das tarefas que são fundamentais. O núcleo da pesquisa de campo, por exemplo, ao escolher o local para gravação, deve se reunir com o núcleo de gravação, com o elenco e com a equipe de iluminação para escolher o horário que oferece as condições ideais para a gravação, evitando, assim, viagens repetidas e custos adicionais. Escolha do Tema Esse é o primeiro passo em uma produção audiovisual, mas se você não estiver muito seguro sobre o que pretende produzir e, principalmente, sobre o tema a ser desenvolvido, sugerimos que faça uma primeira leitura das orientações contidas nas etapas seguintes, especialmente no item sobre roteiro, para optar pelo tema que lhe dará mais segurança. Lembre-se de que toda boa ideia deve ser bem estruturada e desenvolvida com muito cuidado, para se obter um trabalho de boa qualidade. A história deverá ser contada num espaço de tempo que vai de um a três minutos. Enquadre o seu tema na categoria, no gênero e no formato a ser desenvolvido (drama, terror, humor…). Se você não tiver ainda um fato ou uma história por onde começar, ative sua imaginação. Um fato que parece corriqueiro para os demais pode ser uma inspiração para quem tem diante de si uma câmera. Há casos de �lmes em que a história foi pensada a partir da observação de um pequeno atrito entre duas pessoas. O autor, observando aquilo, criou na imaginação toda uma história das razões que levaram aquelas pessoas a se envolverem naquela questão. A seguir, pense num objetivo a ser atingido que justi�que a importância da escolha do tema, fundamentando sua base na análise de alguns aspectos importantes, tais como: a) per�l de público ; b) abrangência de público que pretende atingir – se será amplo ou limitado a uma determinado segmento; c) veículo de exibição. Nesse último item, você conta com algumas plataformas e redes sociais que poderão servir como veículos de sua produção. Como exemplo, podemos citar a plataforma do YouTube, redes sociais como Facebook, Twitter, Instagram, etc. Nesses casos, você deverá fazer um estudo detalhado sobre a abrangência e o per�l do público, para adequar a sua narrativa e o seu roteiro a esse propósito. Vale lembrar, ainda, que quase todas essas mídias são interativas, portanto você terá oportunidade de dialogar com os espectadores, podendo estender a sua produção para novos desdobramentos. Pesquisa de Campo Escolhido o tema, é hora de fazer uma pesquisa in loco (no local) para conhecer todos os aspectos que necessitam ser observados para produzir o audiovisual. A pesquisa deve abranger todos os aspectos do problema. Você deve ir, com antecedência, ao local para observar os fatores geográ�cos, tais como: topogra�a do terreno, vegetação, construções, ruas, movimentos, objetos existentes no local. Tudo isso é importante porque, dependendo do assunto que irá abordar, você tem que levar em conta os problemas de ruídos, movimentos de pessoas e luminosidade, para escolher o melhor horário para a gravação. É importante observar com cuidado o visual e os objetos existentes no local. Além disso, deve-se veri�car a necessidade de autorizações, caso precise adentrar em recintos públicos ou mesmo privados. Se for entrevistar pessoas, por exemplo, especialista no assunto que está sendo abordado, agende com antecedência e prepare as perguntas que serão feitas. Todo esse levantamento é essencial, pois lhe será útil na hora de criar a narrativa e montar o roteiro para a gravação. Resumindo: pesquise com antecedência o local da gravação para veri�cartopogra�a, horários, autorizações, luminosidade, sons e ruídos. Um cenário em movimento, por exemplo, pode trazer di�culdades para planos em close- up no caso do uso de apenas uma câmera. Criação do Roteiro Um roteiro é basicamente um guia contendo as cenas e os diálogos que irão compor o �lme. O roteiro, no Brasil, é chamado também de “argumento”, em Portugal de “guião” e, em inglês, é “ script ”. A partir do momento em que você já de�niu o tema, a tarefa de construir o roteiro para ele se torna um pouco mais fácil, exigindo, contudo, muita inspiração, criatividade, dedicação, persistência e um pouco de improvisação. É lógico que depende do tipo de �lme a ser realizado: se de curta ou de longa-metragem. No Brasil, existe a “Lei do Curta”, que diz que o curta deve ter duração igual ou inferior a 15 minutos. Quando se tem uma ideia simples já concretizada na cabeça, roteirizar se torna uma tarefa relativamente fácil, no caso de um curta, mas quando se pretende realizar um longa-metragem, a situação se torna bastante complicada. Existem muitos tipos de roteiros, por exemplo, roteiro de �cção, Figura 4.2 - Um cenário em movimento Fonte: Aqib Touheed / unsplash. roteiro de documentário e de outros gêneros. Podemos roteirizar um romance, adaptando-o para ser produzido pelo cinema, assim como podemos criar uma �cção e roteirizá-la. Dessa forma, pode-se dizer que tudo que será produzido para cinema e vídeo tem que ser roteirizado. Podemos escolher como tema um fato histórico ou basear o enredo do �lme num fato real ocorrido com alguém ou, ainda, criar uma estória (fato não real, ou �ctício). A maioria dos �lmes são, de fato, estórias, isto é, criação de um escritor �ccionista, ou mesmo de autores independentes. Escrever um roteiro é muito mais do que escrever. Em todo caso, é escrever de outra maneira: com olhares e silêncios, com movimentos e imobilidades, com conjuntos incrivelmente complexos de imagens e de sons que podem possuir mil relações entre si, que podem ser nítidos ou ambíguos, violentos para uns e suave para outros, que podem impressionar a inteligência ou alcançar o inconsciente, que se entrelaçam, que se misturam entre si, que por vezes até se repudiam, que fazem surgir as coisa invisíveis... o romancista escreve, enquanto que o roteirista trama, narra e descreve (COMPARATO, 2000, p. 20). O roteiro, hoje, ao contrário de outras épocas, é utilizado para qualquer projeto audiovisual. O produtor de audiovisual de hoje tem que ser polivalente, operando em todas as ações de uma produção, principalmente quando se faz um curta-metragem. Tradicionalmente, os roteiristas costumam dizer que toda história tem começo, meio e �m, e que os roteiros seguem uma forma quase padronizada no seguinte esquema: Quadro 4.2 - Organização de roteiro Fonte: Elaborado pelo autor. Início Meio Fim Ato I Ato II Ato III Syd Field, em seu livro Manual do Roteiro , explica: Ato I = apresentação; Ato II = confrontação e Ato III = resolução. Toda história tem início, meio e �m bem de�nidos. Em “Bonnie and Clyde”, o início dramatiza os encontros de Bonnie e Clyde e a formação de sua quadrilha. No meio, eles assaltam diversos bancos e a lei os persegue. No �m, são capturados e mortos pelas forças da sociedade. Apresentação, confrontação e resolução (FIELD, 2001, p. 11-12). No caso de um curta-metragem, seja um documentário ou uma história de �cção, dispomos de muito pouco tempo para passar a nossa mensagem aos espectadores. Dessa forma, trata-se da produção de um vídeo com tempo realmente muito curto, ou seja, de um a três minutos, portanto di�cilmente conseguiríamos produzir dentro do padrão de três atos. Assim, devemos, então, pensar em uma peça informativa ou de carácter documental ou, ainda, produzir uma gag , isto é, uma piada ou gesto cômico. Nesse caso, você tem a vantagem de: a) usar um tempo muito curto; b) poucos movimentos de câmera; c) pouco diálogo ou nenhum, isto é, trabalhar só com gestos e usar bastante efeito sonoro; d) outra vantagem é que se trata de uma peça fácil de ser colocada nas mídias sociais. O roteiro de �cção contém as indicações para os atores: os diálogos; a impostação da voz; a posição diante das câmeras; ações corporais e demais movimentos. Contém também os momentos de entrada em cena, de iniciar a fala e de fazer os movimentos. Atualmente, os roteiros seguem um modelo chamado Master Scenes , que apresenta as informações de maneira mais rápida e de fácil interpretação. O roteiro de documentário é um pouco similar ao roteiro de �cção na sua forma, porém ele difere muito em relação ao tipo de documentário que se pretende produzir: se é histórico, geográ�co, biográ�co, sobre um evento, sobre condições sociais e tantos outros assuntos da sociedade. No caso do roteiro de um documentário, o roteirista deve iniciar o seu trabalho com uma exaustiva pesquisa sobre o tema que irá desenvolver. Ele deve organizar todas as informações coletadas e todo o material pesquisado. Em seguida, irá planejar todas as ações técnicas, principalmente visualizando as cenas a serem gravadas. Após isso, deve redigir o texto e encaixá-lo no modelo tradicional de um roteiro, seguindo as diretrizes da narrativa proposta para atingir, com êxito, o objetivo para o qual aquele documentário se destina. Podemos, também, pensar num documentário sobre o nosso cotidiano, com nossos afazeres, nosso espaço geográ�co e as coisas interessantes que vemos no nosso trajeto. Assim, o documentário deve retratar a visão do documentarista sobre determinado fato ou espaço. O documentarista, por sua vez, deve se preocupar em retratar situações a partir da sua visão como observador. Quer seja um curta �ccional ou um documental, o produtor deve sempre se guiar pelo objetivo que pretende atingir, para “encaixar” o projeto. Após escrever o roteiro, a fase seguinte é montar os storyboards , que são grá�cos mostrando os desenhos, em sequência, quadro a quadro, com o esboço das principais cenas de toda a história que será �lmada. Orientamos aos alunos que, no caso de criarem uma história inédita, isto é, original , devem registrar o roteiro e o storyboard o�cialmente no Escritório dos Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional (EDA/FBN), para garantir o seu direito legal sobre aquela obra. Levantamento de Custo Uma realidade que devemos enfrentar é relativa ao custo de uma produção audiovisual. Nesse caso, você deverá contar com o que tem disponível para esse trabalho, por isso o conselho é que coloque esse fator na hora de escolher o tema e de fazer o roteiro. Colocaremos algumas informações necessárias para o aprendizado, no caso de futuras gravações de produtos audiovisuais, com a intenção de produzir um vídeo mais elaborado e para outras �nalidades. Lembramos, por outro lado, que caso a produção tenha por �nalidade obter lucros, deve-se fazer os cálculos sobre as despesas para projetar a receita a ser obtida. O orçamento prévio sobre as despesas deve levar em consideração os seguintes fatores: aluguel de equipamentos; aluguel de salas, salões ou mesmo de estúdios; pagamento de diárias de atores, �gurantes, dublês, narradores, apresentadores e entrevistados que cobram pela entrevista; imagens aéreas; impostos e taxas tributárias. Formação do Elenco No caso da produção de um documentário, não há necessidade de formação de elenco. A preocupação será quanto aos cuidados que deverão ser tomados na hora da captação das imagens. Deve-se evitar imagens ou movimentos que comprometam a integridade da produção. Se a produção girar em tempo de uma história ou de uma �cção, por ser um tempo muito limitado, a utilização de um cast (elenco) também é limitadíssimo. Caso use um ator pro�ssional, obviamente, o custo será elevado, pois, geralmente, o ator recebe por diárias ou por contratos, o que, às vezes, não compensa ou não se justi�ca. O mesmo se aplica aos �gurantes, que são as pessoas que participam da cena, mas não falam, apenas emprestama imagem. Trabalhar com atores requer um certo treinamento como diretor de cena, razão pela qual os principiantes procuram começar com projetos mais simples, como documentários, por exemplo. Agendamento do Local de Gravação, Autorizações, Cenários e Ensaios Estando com o tema de�nido e o roteiro em andamento, é aconselhável que o produtor do vídeo faça uma visita ao local, ou aos locais onde vão ser gravadas as cenas, a �m de realizar uma pesquisa e um levantamento das condições que enfrentará. A recomendação de ir até o local das futuras gravações, antes mesmo de terminar de escrever o roteiro, é justamente para ajustá-lo e adequá-lo a situações que só in loco é possível detectar. Essa deve ser uma visita técnica e uma sondagem para levantar as necessidades materiais e também legais do local. Para isso, devem ser observados, sobretudo, os seguintes itens: espaço geográ�co: topogra�a, vegetação, etc. aluguel do estúdio; cenogra�a: construções locais, objetos e materiais; necessidades técnicas: câmera(s), tripés, microfones, equipamentos de iluminação; aspectos legais: autorizações, horários permitidos, responsáveis; necessidade de uso do “Termo de Uso de Imagem” (Quadro 4.3). O Termo de Uso de Imagem é muito importante, pois o direito de imagem é protegido pela Constituição Federal da República de 1988, artigo 5º, e pelo Código Civil Nacional de 2002. Dessa forma, ao executar um projeto audiovisual cujo principal elemento é a imagem, há a necessidade de se prevenir, tomando cuidado com todas as imagens que serão gravadas. As pessoas que aparecerão na gravação, sejam pro�ssionais (atores e atrizes) ou não, têm o direito sobre sua imagem assegurado, mas poderão consentir o seu uso em três condições: 1. mediante pagamento e com consentimento tácito, sendo permitida a gratuidade com consentimento tácito; 2. mediante pagamento e com consentimento expresso, sendo permitida a gratuidade com consentimento expresso; 3. paga mediante consentimento condicionado a grati�cação �nanceira. Veja, a seguir, um modelo de termo de autorização de uso de imagem: MODELO DE TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM Eu,___________________________________________________, portador da Cédula de Identidade nº _________________, inscrito no CPF sob nº ________________, residente à rua _____________________________, nº _______, na cidade de ____________________, AUTORIZO o uso de minha imagem (ou do menor _______________________________ sob minha responsabilidade) em fotos ou �lme, sem �nalidade comercial, para ser utilizada no trabalho ___________________________________. A presente autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso da imagem acima mencionada em todo território nacional e no exterior, em todas as suas modalidades e, em destaque, das seguintes formas: (I) home page; (II) cartazes; (III) divulgação em geral. Por esta ser a expressão da minha vontade, declaro que autorizo o uso acima descrito sem que nada haja a ser reclamado a título de direitos conexos à minha imagem ou a qualquer outro. São Paulo, ____ de _________________________ de 2020. _________________________________________ Assinatura A equipe de agendamento do local de gravação deverá se encarregar dessa tarefa e pesquisar com antecedência a necessidade ou não da autorização para gravação no espaço desejado. Quanto ao pessoal que aparecerá nas gravações, esse Termo é obrigatório, para evitar problemas futuros. Se houver necessidade de montagem de cenários, a situação se torna mais trabalhosa. Nesse caso, você tem que veri�car se é preciso construir um cenário ou se se trata apenas de colocação de objetos no local. Se uma história for encenada, há necessidade de: montar o cenário; providenciar os ensaios com antecedência; veri�car e listar tudo o que vai usado durante as gravações. É importante ressaltar que, em primeiro lugar, deve-se conferir as condições técnicas da(s) câmera(s): lentes, gravador, microfones, tripés, bateria. Os acessórios e tudo o que vai aparecer na gravação também devem ser veri�cados. En�m, a produção só deve ser iniciada quando tudo estiver preparado para evitar atropelos e improvisações. praticar Vamos Praticar Figura 4.3 - Estúdio de gravação comercial Fonte: Daniil Peshkov / 123RF. Ao escolher um tema, que pode ser um fato corriqueiro ou uma história �ctícia inspirada pela nossa imaginação, colocamos um objetivo a ser atingido para justi�car a escolha desse assunto para a produção audiovisual. Em todos os casos, no entanto, o importante é atender aos seguintes quesitos: a) per�l de público, b) abrangência da obra e c) veículo adequado para a sua exibição. Levando isso em consideração, assinale a alternativa que apresenta corretamente o propósito para o qual estes três quesitos são necessários. a) Selecionar as imagens e os sons que irão fazer parte do objetivo do audiovisual, na fase de pré-produção. b) Estes quesitos são necessários para cumprir todas as etapas de uma produção de audiovisual. c) Os quesitos servem para agendar os locais de gravação. d) Adequar a narrativa e o roteiro aos objetivos da escolha. e) Facilitar a programação dos diálogos e das cenas que farão parte da produção. O equipamento a ser utilizado em uma produção deve ser uma câmera pro�ssional, ou semipro�ssional, ou, ao menos, uma compacta. Porém, o aluno poderá executar o seu curta-metragem (de 1 a 3 minutos) em um aparelho de telefone móvel (um smartphone ) ou em um IPad ou IPhone. Não é a câmera que importa, mas sim o conhecimento e a criatividade. Sugerimos a mesma lógica no que diz respeito à edição, que pode ser feita diretamente no seu equipamento, desde que ele contenha recursos para edição. Conhecemos belíssimos curtas-metragens editados 100% em smartphones . Execução de Curta-Execução de Curta- MetragemMetragem reflita Re�ita No vasto campo da produção de audiovisuais, muitas vezes, nos deparamos com atividades especí�cas, cujos pro�ssionais são confundidos pelo público como sendo a mesma coisa. Estamos falando do videomaker e �lmmaker , cujas atuações são e diferem em numerosos pontos: o videomaker é o responsável por todas as fases da produção, desde a criação até a pós-produção; já o �lmmaker não faz o trabalho sozinho, ele está ligado literalmente à tarefa de fazer �lmes, quer seja de curta, média ou longa- metragem, ou seja, ele exerce especi�camente uma função em uma produção cinematográ�ca, geralmente de diretor. Na atual conjuntura, o �lmmaker acaba migrando para a televisão para dirigir novelas e minisséries. O videomaker , por seu lado, está tendo in�nitas oportunidades oferecidas pelo surgimento de um diversi�cado e grande número de redes e mídias Os smartphones estão cada vez mais tecnologicamente avançados no sentido de serem usados para fotografar e gravar vídeos, pois suas câmeras estão cada vez mais evoluídas, sendo capazes de fazer efeitos. Alguns desses celulares são capazes de fazerem vídeos com de�nição Full HD e até em 4K. Captação de Imagens e Sons no Local Estamos atravessando um momento muito interessante em relação aos produtos audiovisuais, em que as mídias tradicionais, como televisão e cinema, dividem espaço com os novos meios de circulação de conteúdos (mídias sociais). O público consumidor, por seu lado, não busca somente informação, mas, também, interação. sociais, que se alimentam das produções de audiovisuais. Na era dos equipamentos digitais, a formação do pro�ssional da área é praticamente a mesma, porém, temos que levar em conta as habilidades naturais que acabam por de�nir talento e tendência para exercer uma função com mais qualidade. Re�ita sobre a sua tendência e o seu talento e meça a sua capacidade para exercer funções diferentes. Diante disso, o produto audiovisual é, hoje, consumido por um público muito heterogêneo, em que a maioria é incapaz de quali�car esse produto, principalmente diferenciar o grau de pro�ssionalismo aplicado em sua produção.Atualmente, temos os grandes centros de produção, que são os estúdios, competindo com uma imensidão de produtores independentes e amadores colocando seus produtos por meio das mídias sociais. Isto não signi�ca que, ao produzir um conteúdo audiovisual, não se deva aplicar o mínimo das técnicas da linguagem dos meios audiovisuais. Assim, é muito importante conhecer os procedimentos e condutas de uma produtora pro�ssional e aplicar as técnicas da linguagem dos meios saibamais Saiba mais “Chegamos, �nalmente, à imagem eletrônica. No universo do vídeo e da televisão, efeitos de natureza cronofotogra�a têm sido fartamente produzidos por procedimentos diversos. O mais simples desses procedimentos consiste em associar uma imagem em movimento a um efeito de feedback. Quando uma câmera está dirigida para a tela do mesmo monitor ao qual se encontra ligada pelo gravador, o resultado é a repetição da imagem da tela ao in�nito, graças a um processo de realimentação ininterrupto”. Fonte: Machado (2007, p. 173). ASS IST IR audiovisuais, mesmo que seja para uma produção independente. Produtora Chegamos à fase de produção e convém entendermos a composição de uma produtora. Uma grande produtora possui um grande número de pro�ssionais, cada qual com suas atribuições e competências. Direção Artística Direção de Produção Direção de Fotogra�a Desenho de Som Quadro 4.3 - Produtora convencional de cinema e vídeo Fonte: Elaborado pelo autor. No Departamento de Direção Artística, temos: Diretor Artístico : é uma das funções mais importantes dentro de um estúdio; ele é responsável pela execução e supervisão do projeto. É ele que de�ne com o diretor de fotogra�a os diversos enquadramentos e tomadas de ângulos. Ele atua, também, junto ao Desenhista de Som para de�nir trilha sonora e efeitos sonoros. N �nal das gravações, ele vai atuar junto ao editor para �nalizar a produção. Em seguida, subordinados a ele, temos os seguintes pro�ssionais: Diretor de Ator, Diretor de Ação, Coreógrafo e Continuista, Cenógrafo, que são encarregados de cuidar da interpretação dos atores e atrizes, supervisionar as falas e os movimentos em cena. Trabalham com eles o maquiador e o cabeleireiro. No Departamento de Direção de Produção, temos: Produtor : aquele que atua na área empresarial, �nanciando a realização de projetos. É o que entra com os recursos necessários, sendo o responsável diretamente pela contratação de toda a equipe que irá executar o projeta. É, também, o que participa do maior volume do lucro do �lme. Produtor Executivo : o assistente do produtor e, muitas vezes, o responsável direto pela captação e controle dos recursos �nanceiros. Coordenador de Produção : responsável pelo andamento dos projetos que a produtora está realizando. Os grandes estúdios, geralmente, têm vários projetos em andamento e é este o pro�ssional que deve fazer a coordenação de todos os projetos. Produtor de Locação : pro�ssional que deve cuidar de toda a locação utilizada numa gravação; responsável, inclusive, por cuidar de toda a movimentação dos atores, equipamentos e demais elementos da equipe. Produtor de Elenco : responsável pela escolha dos atores e atrizes. É uma pessoa que tem que ter muita percepção estética, estando bastante a�nada com a narrativa, para escolher pro�ssionais com características físicas e conceituais que apresentem o per�l ideal planejado pelo autor da obra. Junto a esse pro�ssional, atuam, também, o Produtor de Base e o produtor de Set, o Contrarregra e o Boy de Set. No Departamento de Fotogra�a, temos: Diretor de Fotogra�a : responsável pela de�nição dos enquadramentos, das tomadas de ângulos e, também, pela iluminação e pelo som do local de �lmagem. Também deve ser um pro�ssional com bastante sensibilidade estética, muito conhecimento das propostas indicadas pela narrativa e pelo roteirista. Praticamente, é ele que de�ne o deve ser captado pelas câmeras. Foguista ou Primeiro Assistente de Câmera : pro�ssional que opera o equipamento de �lmagem. É ele que faz todo o acerto das lentes e faz a decupagem do material gravado. Ele conta com o Segundo Assistente de câmera e com o Maquinista , que é responsável por movimentar câmeras nos dolly e nos trilhos. No Departamento de Som, temos: Desenhista de Som , que se responsabiliza pela concepção estética do som do �lme, veri�cando o som gravado diretamente no ambiente da �lmagem, como, também, pela trilha sonora e pelos efeitos sonoros especiais. Junto a ele trabalha, também, o Mixador de Som e o Editor de Som . O universo do audiovisual, principalmente o dedicado ao entretenimento, é muito competitivo. Diante desse mercado, uma empresa cinematográ�ca ou televisiva tem que oferecer novos produtos com muita frequência para poder dar sustentabilidade e viabilidade econômica a sua atividade. Figura 4.4 - Estúdio Pro�ssional com equipe completa de gravação Fonte: ppengcreative / 123RF. O pro�ssional de audiovisual dos dias atuais deve ser capacitado a atuar em diferentes atividades relacionadas aos processos de produção de conteúdos para os principais meios audiovisuais, incluindo cinema, televisão, vídeo e internet. Ele deve estar apto tanto para trabalhar em uma grande produtora, em uma função especí�ca, como individualmente numa produção independente. Captação de Imagem Uma grande produtora é, na verdade, uma grande indústria, contando com pro�ssionais especializados em cada área da produção. No nosso caso, chegou o momento de iniciar as tomadas de cenas. Esse é um dos momentos mais importantes na produção do projeto que planejamos. Longe de contar com uma equipe do porte que acabamos de analisar, vamos, então, ter que realizar a empreitada sozinho ou contar com poucos auxiliares voluntários. Caso seja uma equipe, cada um vai assumir a sua função: o diretor, o produtor, o cinegra�sta ( cameraman ) e o pessoal de apoio. Caso seja apenas um curta-metragem e você esteja sozinho, você deverá executar todas as funções necessárias para a captação das imagens para posterior edição. Se o aluno for executar o projeto com um smartphone , deve-se tomar alguns cuidados básicos - o mais ingênuo é gravar com o telefone na vertical, pois a imagem sairá “espremida” com uma faixa preta de cada lado - então a gravação deve ser feita com ele sempre na horizontal. Outros cuidados são: estabilidade, luz ambiente, enquadramento e muita atenção com o som ao redor. É importante usar um tripé como acessório. Existe um adaptador universal e serve como suporte (para qualquer celular) que é bastante prático; ele pode ser �xado em qualquer superfície. Existe, também, um microfone de lapela chamado Holder que minimiza muito os ruídos próximos à gravação, que tem, como vantagem, ter um cabo bastante longo. Siga o roteiro estabelecido e leve consigo uma claquete e uma planilha para anotar as cenas. A claquete pode ser feita com um simples papelão, ou mesmo papel, com as marcações. Veja a seguir um exemplo em que o mais importante é anotar a data, a cena e a tomada da gravação. A claquete ou clapboard (em inglês) é uma placa feita de madeira ou acrílico, que contém as informações necessárias utilizadas pela equipe de produção na hora das tomadas e que servirão para a orientação dos trabalhos de pré- produção. Nessa claquete, deverão ser anotados: o nome da produção, o nome do diretor, o número da câmera que gravou a cena, a data e o número da tomada. A imagem da claquete é gravada no primeiro e no último take , para que o editor tenha uma orientação bastante precisa. Quadro 4.4 - Planilha de gravação Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 4.5 - Claquete usada nas gravações Fonte: Milosh Kojadinovich / 123RF. Local Data Cena Take Início H/M/S Final H/M/S Ex. Rua 3 05/05 1 1 10h15’18” 10h16’43” Rua 3 05/05 2 1 11h05’17” 11h12’14” As anotações da claquete devem ser passadas para a planilha de gravação, com marcação de hora, minuto e segundos, como o exemplo apresentado. Elas são muito importantes e deverãoser anotadas com muita precisão, pois serão utilizadas na edição, no momento de fazer os cortes e as transições. Edição de Curta-Metragem Findo o processo de captação de imagens, como dizem os pro�ssionais da área, agora é hora de pegar o vídeo bruto e ir “quebrado” e ir montando os pedaços de vídeo, de acordo com a sua história. Agora, mais do que nunca, devemos seguir o roteiro. Todas as cenas devem ser passadas para um programa de Edição de Vídeo. Pode ser: Sony Vegas, Avid, Final Cut Pro ou mesmo o Windows Movie Maker. No caso dos smartphones , temos alguns excelentes aplicativos para editar vídeos. Veja a relação abaixo: Filmora Go : entre os aplicativos para Android e iOS, este é um dos mais famosos e popular. Ele já vem com muitos temas instalados e já dispõe de algumas trilhas sonoras ou podemos colocar uma trilha própria, de acordo como nosso roteiro. É bastante fácil editar por ele, basta selecionar os vídeos ou fotos gravadas. Terminada a edição, basta salvar o vídeo ou compartilhá-lo diretamente nas redes sociais, como o YouTube. Quik : este aplicativo é muito simples e fácil de ser operado: basta selecionar as imagens gravadas, escolher o estilo de grá�cos e transições e seguir as instruções. Ele possibilita, também, fazer ajustes variados, como incluir textos, selecionar efeitos especiais, fazer alterações nos vídeos e fotos. Esse aplicativo é para smartphone Android e IPhones. KineMaster : é outro aplicativo excelente, principalmente para treinar as habilidades em corte de cenas, para deixá-la mais perfeita. Ele permite, inclusive, aplicar camadas escritas, o que é excelente para vídeos informativos. Outra vantagem é que podemos fazer transições em 3D. Ele pode ser instalado em Android e iPhones. Adobe Premiere Cup : a conhecidíssima Adobe é a empresa que mais desenvolveu os programas de edição de vídeos e imagens. O interessante é que esse aplicativo permite começar a editar no celular e, depois, terminar num computador que tenha o mesmo programa, dando toques mais so�sticados. É para iOS e Smartphones Android. Ele possibilita, também, inserir trilhas sonoras perfeitas. VivaVideo : outro aplicativo com todas as ferramentas essenciais e disponível para iPhones e Androids. Com ela, é possível fazer cortes, ajustes de velocidade, de�nir sequências e transições, podendo, ainda, inserir textos, trilhas sonoras e áudios próprios. Ele conta modos de sel�e e efeitos de lente, além de adesivos, emojis e Gifs. É para iPhones e Androids. praticar Vamos Praticar Podemos executar um projeto de audiovisual usando smartphones , porque eles estão cada vez mais tecnologicamente avançados, permitindo fotografar e também gravar vídeos, inclusive com muita de�nição. No entanto, temos que tomar certos cuidados. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o que devemos fazer para que não apareça uma faixa preta de cada lado da imagem. a) Não devemos gravar com a câmera na vertical. b) Os smartphones não servem para gravar audiovisual, porque a imagem sai espremida. c) As cenas gravadas com o smartphone são editadas na mesa de som. d) Só no smartphone que o aplicativo Filmora Go gravar vídeos de alta de�nição, sem deixar as faixas pretas. e) Devemos usar o storyboard para não aparecer a imagem espremida. indicações Material Complementar FILME 1917 Ano : 2019 Comentário : O �lme 1917 é um �lme absolutamente histórico, embora não mostrando a 1ª Guerra Mundial em sua totalidade, mas bastante informativo sobre o assunto e muito interessante para os estudantes de cinema e vídeo, porque o diretor usou muito o plano sequência e cortes perfeitos para auxiliar a contar, principalmente as consequências dessa guerra traumatizante. O diretor, Sam Mendes, que também foi um dos roteiristas, mostra de forma quase didática o ambiente horror que é o palco da guerra, com seus mortos e feridos de forma trágica, e o resultado que essas condições provocam nas relações humanas entre os guerreiros em um campo de batalha. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o link a seguir. TRA ILER LIVRO Story - Substância, Estrutura, Estilo e os Princípios da Escrita de Roteiros Editora : Arte E Letra Robert Mackee ISBN – 13: 9788560499007 Comentário : Um excelente livro para aprimorar a arte de escrever não só de roteiros mas, também, para se aventurar no mundo da escrita de histórias de �cção. É bastante didático, pois ele consegue esclarecer de forma simples e inteligível assuntos técnicos, tais como: o que é clímax, sequência, cena, beat e outros detalhes na concepção de um roteiro. O autor dá muitos exemplos de roteiros de muitos �lmes explicando a forma de como foram concebidos. conclusão Conclusão A execução de um curta-metragem é uma fase muito importante para ter contato com uma experiência essencial para exercitar as noções básicas adquiridas e aplicar as soluções técnicas e conceituais na prática. Criar um projeto audiovisual dentro da realidade de um mundo tecnologicamente avançado no campo das comunicações é uma tarefa que requer habilidade na escolha do tema e no desenvolvimento do roteiro adequado à narrativa proposta pelo autor. A fase das gravações, seguindo um cronograma de atividades, é o momento mais importante para a integração da linguagem dos meios audiovisuais com o uso da tecnologia de manipulação da imagem. Os procedimentos utilizados nas fases de pré-produção, produção e na pós-produção de forma técnica, pautados no processo narrativo e no roteiro é útil para integrar a estética ao conjunto de valores, dando, assim, sentido e identidade à sua obra. referências Referências Bibliográ�cas COMPARATO, Doc. Da criação ao roteiro . Rio de Janeiro: Rocco, 2000. FIELD, Syd. Manual do roteiro . Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. MACHADO, Arlindo. Pré-cinema & pós-cinema . Campinas: Papirus, 2007.
Compartilhar