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Aula “Conceitos em Saúde Coletiva” 1. Núcleo: identidade de uma área de saber e de prática profissional, ou seja, o saber e o fazer específico de cada profissão. 1. Campo: espaço onde os limites são incertos (interdisciplinaridade e saberes compartilhados). 2. Competências: TRABALHO EM EQUIPE: - Trabalho em equipe multiprofissional; - Visitas domiciliares e consultas compartilhadas; - Acolhimento na busca de resolver a situação o mais rápido possível; - Referências e contrarreferência; OBS: a referência compreende o trânsito do nível menor para o de maior complexidade enquanto a contra referência compreende o trânsito do nível de maior para o de menor complexidade (evita sobrecarga da atenção secundária por meio do vínculo do prontuário do paciente na atenção primária). - Criatividade no uso de recursos e equipamentos. AÇÕES DE SAÚDE NO TERRITÓRIO: - Identificação das características demográficas, epidemiológicas e sanitárias do território; - Fatores de risco e vulnerabilidade. EDUCAÇÃO EM SAÚDE: - Medidas de higiene; - Estímulo de hábitos de vida saudáveis; - Cultura da paz e prevenção de acidentes. ATENÇÃO A SAÚDE: - Orientação familiar acerca das vacinas, desenvolvimento infantil, gestantes, puérperas, aleitamento, planejamento familiar; - Busca ativa de usuários com doenças crônicas, deficiências, idade avançada; - Conhecimento das políticas e práticas em saúde coletiva. 3. Atenção Fisioterapêutica: ➔ Triagem; ➔ Avaliação; ➔ Atenção domiciliar; ➔ Ações educativas e de prevenção; ➔ Ações de vigilância (foca em incapacidades e deficiências); ➔ Grupos preventivos. 4. NASF e NASF AB: núcleo ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica que objetiva a resolutividade e melhoria de assistência na atenção básica. OBS: equipes multiprofissionais que trabalham junto às equipes de Saúde da Família para auxílio à resposta das demandas da população. Realizam desde a promoção até o tratamento de problemas de saúde. FERRAMENTA DE TRABALHO: MATRICIAMENTO: modo de produzir saúde *As imagens utilizadas foram retiradas do google imagem © Camilla Lopes em que equipes complementam suas atividades, num processo de construção compartilhada, objetivando tratar as dificuldades de uma pessoa por meio de uma proposta de intervenção pedagógica e terapêutica conjunta. Clínico-Assistencial: ação clínica direta com os usuários. Técnico-Pedagógico: ação de apoio educativo com e para as equipes. CLÍNICA AMPLIADA: integra a PNH (Política Nacional de Humanização) que contempla a subjetividade das pessoas e a complexidade do cuidado. Trata-se da compreensão ampliada do processo saúde-doença. ➔ A PNH busca transformar as relações de trabalho a partir da ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas. OBS: o cuidado é centrado na pessoa. OBS: a PNH objetiva aumentar a autonomia do usuário do serviço de saúde, da família e da comunidade. PROJETO DE SAÚDE NO TERRITÓRIO: visa desenvolver ações na produção de saúde no território articulando os serviços de saúde com outros serviços e políticas no território. ➔ Academia da Saúde; ➔ Praças e parques; ➔ PSE; ➔ Saúde na Escola. PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS): conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, produto da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar. OBS: Geralmente, é dedicado a situações mais complexas e corresponde a uma variação do caso clínico. Aula “Fisioterapia em Saúde Coletiva” 1. Histórico: ➔ Portaria 511 de 1964 orientava a formação de técnicos em Fisioterapia. ➔ Decreto Lei nº 938 de 1969� a Fisioterapia passou de uma profissão de nível técnico à profissão de nível superior. ➔ Resolução nº 4 de 1983 edita o currículo mínimo e duração do curso para 4 anos (“grade curricular”). OBS: Resolução CNE nº 4 de 2002 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e marca a maior transformação ocorrida no campo da formação em Fisioterapia. 2. Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN): definições dos princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de fisioterapeutas em nível nacional. Reafirmou a atuação destes profissionais em todos os níveis de complexidade do sistema, integrando-se em programas de promoção, manutenção, prevenção, proteção e recuperação da saúde; 2 © Camilla Lopes ARTIGO 5°: estabelece a necessidade do fisioterapeuta conhecer diferentes modelos de intervenção. Sendo que a formação profissional deve atender ao SUS, à atenção integral da saúde nos sistemas regionalizado e hierarquizado de referência e contrarreferência e o trabalho em equipe. OBS: Todas as Instituições de Ensino Superior (IES) foram requeridas a mudarem o Projeto Pedagógico (PPC) de modo a prever a formação do fisioterapeuta orientada pelos princípios e níveis de complexidade do sus com foco na APS. 3. Estratégias de Implantação da Atenção Básica: 1988� Constituição Federal; 1990� SUS; 1991� Programa de Agentes Comunitários em Saúde (PACS); 1994� Programa Saúde da Família (PSF): “reorganizar” as Unidades Básicas de Saúde = Estratégia de Saúde da Família (ESF); 2006� Política Nacional de Atenção Básica → Pacto de Gestão, Pacto pela Vida. 2008� Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF = primeira política, a nível Federal, de inserção do Fisioterapeuta na APS. 4. Fisioterapia na Saúde Coletiva: 5. Atribuições da Fisioterapia na Atenção Primária: ASSISTÊNCIA INTEGRAL: aplicada a todas as fases da vida com atendimento individual ou coletivo que podem ser domiciliares ou em espaços públicos. CAPACITAÇÃO/ ORIENTAÇÃO: suporte às ações dos ACS e outros profissionais da equipe de saúde. INTERSETORIALIDADE: ações integradas aos equipamentos sociais. EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ➔ Conscientizar a trocar hábitos e comportamentos prejudiciais por outros considerados mais saudáveis; ➔ Estímulo ao autocuidado; ➔ Sujeitos ativos e transformadores de sua própria realidade. GRUPOS TERAPÊUTICOS E DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ➔ Hipertensos, postura, gestantes, diabéticos, idosos, cuidadores, prevenção de incapacidades em hanseníase, mães de crianças com problemas respiratórios ou neurológicos, climatério. 3 © Camilla Lopes GESTANTES: orientações pré e pósparto, exercícios respiratórios e de relaxamento, prevenção de perda urinária. HIPERTENSOS: alongamento e relaxamento em grupo (convívio social e combate ao estresse), autocuidado, monitoramento da PA, caminhada orientada. DIABÉTICOS: alongamento e relaxamento em grupo, exercícios proprioceptivos, autocuidado (sensibilidade, alimentação, atividade física, úlceras, controle da obesidade), oficinas de cuidado ao pé diabético. HANSENÍASE: autocuidado (evitar complicações, limitações físicas e perdas de funcionalidade). OSTEOPOROSE: risco de quedas e fraturas é maior em mulheres na fase pós menopausa, após imobilização prolongada e o estilo de vida também influencia (dietas pobres em cálcio, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e consumo excessivo de cafeína) → perda de massa óssea. A atividade física é importante pois melhora o equilíbrio, força muscular e coordenação, diminui a dor e prevê quedas e fraturas. POSTURA CORPORAL E SAÚDE DE ESTUDANTES: cuidados com a postura na prevenção de alterações na coluna vertebral, atividades em grupo (alta adesão), consciência corporal, autocuidado, alongamento e fortalecimento. PACIENTES NEUROLÓGICOS: apresentam incapacidades que alteram a autopercepção do indivíduo e reverberam em alterações psicológicas. Nestes pacientes objetiva-se o alcance do maior grau de independência. PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS: desenvolver ações intersetoriais para a inclusão e melhoria da qualidade de vida; orientar e informar pessoas com deficiência, cuidadores e ACS sobre manuseio, posicionamento e AVD, empoderamento; indicações e concessões de órteses e próteses de outro nível de atenção à saúde. CRIANÇAS COM ATRASO NO DNPM: estimulação motora, atendimento junto aos pais, fortalecer as competências familiares quanto aodesenvolvimento infantil. CRIANÇAS ASMÁTICAS: treino para controle respiratório, aumentar a capacidade de realizar exercícios (aumento da FR sem desencadear a crise). TRABALHADORES: orientações ergonômicas em pequenas e médias empresas, grupos de LER/DORT, trabalhadores de saúde. AÇÕES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: estímulo à participação popular no Controle Social (Conselhos e Conferências de Saúde). 6. Resolução COFFITO N° 363� 20 de maio de 2009 – Reconhece a Fisioterapia em Saúde Coletiva como especialidade do profissional Fisioterapeuta. 4 © Camilla Lopes Aula “Rede de Atenção à Saúde” 1. Condições Agudas e Crônicas: 2. Conceito: ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de um sistema de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integridade do sistema. Trata-se da gestão e oferta de serviços de saúde de forma a que as pessoas recebam de forma contínua os serviços preventivos e curativos, de acordo com as suas necessidades, ao longo do tempo e por meio de diferentes níveis de atenção à saúde. OBJETIVOS: prestar a atenção adequada a cada paciente, no lugar apropriado e com o custo e tempo certo. 3. Sistemas Fragmentados x RAS: 4. Organização da RAS no SUS: amenizar a intensa fragmentação, qualificar a gestão do cuidado, preencher as lacunas assistenciais e atualizar o perfil epidemiológico brasileiro. REGULAÇÃO DA RAS: pacto em saúde de 2006. ➔ Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010 – estabelece diretrizes para a organização das Redes de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde. ➔ Decreto 7.508/2011 – Regulamento da Lei 8.080 para dispor sobre a 5 © Camilla Lopes organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. FUNDAMENTOS DA RAS: - Economia de Escala: capacidade de reduzir a longo prazo, os investimentos voltados para uma mesma atividade favorecendo um acesso de qualidade ao usuário do serviço. - Suficiência - Acesso - Disponibilidade - Comodidade - Aceitabilidade - Disponibilidade de recursos - Qualidade OBS: a qualidade engloba segurança; efetividade; centralidade na pessoa; pontualidade; eficiência; equidade. REGIONALIZAÇÃO: engloba as regiões em saúde, uso racional de recursos e os arranjos produtivos conformados segundo as densidades tecnológicas. MACRORREGIÕES: INTEGRAÇÃO: pode ser vertical (serviços de natureza diferenciada) ou horizontal (serviços de mesma natureza). ATRIBUTOS DA RAS: - População e territórios definidos; - Extensa gama de estabelecimentos de saúde; - APS (Atenção Primária à Saúde) como ordenadora da RAS; - Coordenação, continuidade do cuidado e integração; - Atenção à saúde: indivíduo, família e comunidade; - Participação social; - Recursos humanos; - SIS (Sistema de Informação em Saúde); - Financiamento tripartite (três esferas de governo: federal, estadual e municipal, por meio da vinculação de orçamento da seguridade social); - Ação intersetorial (relação entre setor saúde e outros setores da sociedade a fim de buscar resultados mais eficazes e sustentáveis que o setor saúde teria sozinho); - Gestão baseada em resultados. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS: população + regiões de saúde. ESTRUTURA OPERACIONAL: - APS como centro de comunicação; - Pontos de atenção secundários e terciários; - Sistemas de apoio (diagnóstico e terapêutico; assistência farmacêutica e SIS); - Sistemas logísticos (referência e contrarreferência); - Sistema de governança. REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA: princípio da integralidade em saúde como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso, em todos os níveis de complexidade do sistema. Visa assegurar aos indivíduos a possibilidade de receber assistência em todos os níveis. Trata-se de um mecanismo administrativo 6 © Camilla Lopes para a aquisição e efetividade da integralidade. Aula “Educação em Saúde” 1. Conceitos: - Instruir a comunidade; - Transformar os hábitos de vida; - Colocar o indivíduo como corresponsável pela sua saúde aliado aos profissionais, população e gestores; - Contribui para aumentar a autonomia das pessoas nos seus cuidados; - Alcançar a atenção à saúde de acordo com as necessidades; - Construção/ uso de materiais informativos; - Multiprofissional→ ter qualificação; - Ampla atuação do Sistema de Saúde; - Conhecer o contexto social do público-alvo. 2. Justificativa do Uso: - Qualidade de vida; - Para que a população possa propor/ opinar em suas decisões de saúde; - Seguro e eficaz; - Paciente como usuário com autonomia em sua saúde/ cuidados; - Baixo custo; - Aumentar a eficácia do tratamento; - Fácil acesso→ vínculo; - Controle dos sintomas; - Promoção da saúde; - Aumentar conhecimento. 3. Aplicabilidade na Fisioterapia: - Cartilhas, vídeos, dramatizações, atividades em grupos; - Trabalho em comunidade; - Prevenção de doenças e agravos; - Feira de saúde; - Informativos em salas de espera; - Facilitação do processo de aprendizagem sobre dor crônica; - Forma dinâmica. 4. Resultados: - Melhora da dor e da qualidade de vida; - Aumento das relações sociais; - Diminuição de incapacidades; - Vínculo (autonomia); - Conhecimento biopsicossocial; - Continuidade das ações; - Reforça a relevância acadêmica e social (melhora a formação); - Valorização da promoção e prevenção em saúde. 7 © Camilla Lopes Aula “Projeto Terapêutico Singular” 1. Conceito: modelo centrado na pessoa que possibilita a organização do serviço de saúde de forma a atender os usuários de maneira integral. Essa integralidade demanda o conhecimento dos aspectos físicos, psíquicos e sociais para elaboração de metas de cuidado. OBS: neste modelo o produto será um projeto terapêutico singular (PTS) que auxilia os profissionais de saúde na definição e direcionamento de suas ações, além de garantir a coerência com o contexto individual. PROJETO: esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado. OBS: no contexto do projeto terapêutico o resultado a ser alcançado é a saúde integral e a qualidade de vida de uma pessoa ou de uma população. TERAPÊUTICO: tratamento ou cuidado. SINGULAR: contexto único, não passível de reprodutibilidade e, portanto, pouco contemplado por ações padronizadas. OBS: enfoque no contexto de vida. 2. PTS: conjunto de propostas de condutas articuladas para uma pessoa ou para um coletivo (Cunha, 2005). Configura um dispositivo potente para disparar processos de mudança nas práticas de saúde, contribuindo para a construção de respostas que considerem a singularidade das pessoas envolvidas no processo de atenção à saúde (Oliveira, 2007). OBS: surge da escuta da pessoa e deve considerar seus valores, desejos, ideias, vínculos e rede social. Sua construção envolve discussões em equipe, nas quais são valorizados aspectos importantes no acompanhamento de cada caso, para além da definição do diagnóstico e prescrição de medicamentos. PTS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: os espaços para construção do PTS englobam as reuniões das Equipes de Saúde da Família (ESF), as reuniões de matriciamento da saúde Mental e do NASF e nos espaços de atendimento compartilhado da gestão da clínica. Todos os profissionais da ESF e de apoio, independente da formação, podem participar ativa e produtivamente na construção dos PTS não limitando as ações executadas na APS. OBS: as propostas devem abranger, se necessário, os demais níveis de atenção (rede complementar e hospitalar) e outros setores como educação e políticas sociais, que podem ser agregadas à construção do projeto atuando como meio de atendimento das necessidades identificadas. ➔ Nesta abordagem, é fundamental a participação de vários atores (agentes comunitários, médicos, enfermeiros, auxiliares, profissionais do NASF, ESM, PROHAMA, ESB e outros apoios) nos espaços de discussão de casos para identificação das potencialidades e vulnerabilidades (orgânicas, psíquicas e sociais). 3. Divisão do PTS: é necessário a definiçãode um profissional de referência para acompanhamento do PTS, independente da sua formação, considerando o vínculo com a pessoa. Esse poderá acionar profissionais de outras equipes (como o NASF e a ESM), assim como realizar novas negociações. 8 © Camilla Lopes 4. Operalização do PTS: utilizados roteiros estruturados que servem como guias. Pela tensão para que os roteiros se transformem em normatizações, o que iria no sentido contrário da singularização, faz-se necessário uma advertência no sentido de que esses roteiros não possam ser pensados como protocolos de operacionalização do PTS. Aula “A família como foco da Associação para Planejamento da Família - APF” 1. Família: representa uma barreira ou um facilitador por se tratar do primeiro grupo do qual o indivíduo faz parte e sofre influência. NUCLEAR: aqueles que estão presentes todos os dias na vida do paciente, que dão apoio financeiro, emocional, etc. EXTENSA: pode ou não ter relação de sangue, mas que possui relação com o paciente em encontros, etc. MODELO BIOPSICOSSOCIAL: afirma que os diversos sistemas (biológico, psicológico, social, individual, familiar e comunitário) mantêm uma estreita relação, de tal forma que influenciam tanto a saúde como a doença. VULNERABILIDADE: fragilidade material ou moral de indivíduos ou grupos diante de riscos produzidos pelo contexto econômico social-familiar. As famílias influenciam e são influenciadas pela saúde de seus membros e pode levar à melhora da saúde, tanto para o indivíduo quanto para o conjunto familiar. OBS: a OMS tem caracterizado a família como principal agente social de promoção de saúde e bem-estar. Um estilo de vida saudável é normalmente desenvolvido, mantido, ou alterado dentro do ambiente familiar. Assim, a compreensão da estrutura da família ajuda a melhorar o cuidado com a saúde do indivíduo e buscar soluções. 2. Abordagem Familiar: visa aproximar-se do contexto do paciente não apenas com o intuito de tratar, como também de conhecer e cuidar. A valorização da Família enquanto estrutura de cuidado que influencia na saúde e no adoecimento. 9 © Camilla Lopes 3. Lar como Sinônimo de Segurança e Aconchego: cenário do maior número de casos de violência sendo necessária a criação de programas de proteção ao indivíduo como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Estatuto do Idoso e Lei Maria da Penha. OBS: o profissional de saúde deve estar sempre atento e, se identificar algo suspeito no ambiente familiar, deve relatar à equipe para que sejam tomadas providências. Aula “Tecnologias em Saúde” 1. Tipos de Tecnologia: TECNOLOGIA DURA: mais usada na atenção de 2° e 3° e tem recursos materiais (US, TENS, etc) apresentando a densidade tecnológica. TECNOLOGIA LEVE: mais utilizada na APS e lança mão do conhecimento como, por exemplo, através dos grupos de acolhimento. 2. Acolhimento: dar acolhida ou agasalho a; hospedar; receber; atender; dar crédito a; dar ouvidos a; admitir; aceitar; tomar em consideração. OBS: ouvir com atenção objetivando o saber do outro com base no mundo de saberes acadêmicos = saber ouvir o paciente. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO - PNH: diretriz sobre acolhimento por parte dos profissionais de saúde. OBS: o cuidado como um ofício. ➔ O ato de acolher de modo que demonstre a preocupação com o outro e a disponibilidade para cuidar. O cuidado pressupõe um encontro afetivo (laços de humanidade) e o encontro efetivo (identificação e resposta às necessidades singulares de saúde do usuário). 3. Atendimento em Grupo: aumento da adesão, maior número de atendimentos e diminuição da sobrecarga do sistema. Além disso, otimiza o tempo, aumenta a interação social e o vínculo (escuta qualificada). OBS: o trabalho com grupos está entre os espaços mais comuns de práticas de educação em saúde na atenção básica. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA - PNAB: dispõe sobre a responsabilidade desse nível de atenção a articulação de tecnologias de cuidados individuais e coletivas, além de sermais resolutiva e atender as demandas de saúde da população (BRASIL, 2017). Assim, ocorre maior vínculo com a população favorecendo a adesão, tanto no âmbito individual quanto coletivo, às ações e planos terapêuticos propostos pela equipe. OBS: o grupo favorece ainda uma escuta mais qualificada dos problemas de saúde, o que nem sempre ocorre no atendimento individual. ➔ O horário de funcionamento dos grupos pode interferir na adesão, bem 10 © Camilla Lopes como a forma de condução e os temas abordados (enfoque no interesse da comunidade). 4. Diagnóstico Comunitário: por meio do cadastramento das diferentes áreas, a equipe reconhece um grande número de idosos sob sua responsabilidade e constatam as condições de vida destes pacientes. Em sua maioria inativos socialmente, podem mudar esta realidade por meio dos grupos que desempenham inúmeras atividades de acordo com os interesses dos participantes. Assim, a UBS atua como articuladora desses encontros. VISITA DOMICILIAR: realizada com pacientes acamados ou restritos ao domicílio. OBJETIVOS COM PACIENTES ACAMADOS: - Posicionamento e mobilização no leito; - Prevenção de úlceras de pressão; - Lesões por uso incorreto do corpo nas mobilizações e transferências; - Orientações ao cuidador; - Evitar riscos à saúde do cuidador (sobrecarga e impacto emocional negativo). 5. Consulta: solicitação de opinião especializada. ➔ O atendimento compreende a ação de atender, diagnosticar e receitar determinado medicamento ou tratamento. Aula “Abordagem e Avaliação Familiar” 1. Processo de Trabalho da ESF: - Delimitação do território de atuação; - Mapeamento; - Área adscrita; - Ações baseadas em critérios de risco à saúde; - Vigilância em saúde. 2. Estrutura Familiar: é importante conhecer a estrutura e funcionalidade das famílias bem como os recursos disponíveis. Assim, torna-se possível propor intervenções condizentes às necessidades identificadas. 3. Visita Domiciliar (VD): a assistência não deve limitar-se ao atendimento direto e exclusivo ao usuário, mas envolver o planejamento das ações em saúde levando em consideração as particularidades de cada família e a forma de partilhar responsabilidades do cuidado. Assim, a VD é um meio de se conhecer a realidade da população, estabelecer vínculos com o usuário e de se compreender a dinâmica das relações familiares. OBS: O primeiro nível do cuidado e da resolução dos problemas de saúde das pessoas ocorre através do autocuidado e da busca de respostas dentro dos recursos próprios, como a família e a comunidade. 4. Ferramentas: é preciso estabelecer critérios para planejamento, execução, registro de dados e avaliação do processo de cuidado. O principal deles é a avaliação do risco familiar. A compreensão do contexto de vida de cada família permite o planejamento de ações específicas a cada realidade de acordo com os recursos disponíveis. 11 © Camilla Lopes 5. Avaliação do Risco Familiar: identificar fatores de risco que justifiquem o atendimento por meio da presença de características, na família ou no indivíduo, que exponham à probabilidade de exposição a fatores prejudiciais à saúde que causem agravos físicos, psicológicos ou sociais. ESCALA DE RISCO FAMILIAR: FICHA A DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA (SIAB): é utilizada para cadastramento das famílias nas USFs. ➔ Disponível nos prontuários das famílias; ➔ Preenchida pelos agentes comunitários de saúde (ACS) durante as primeiras VD e atualizada conforme as mudanças na dinâmica familiar; ➔ Tornam possível a identificação da realidade na qual as famílias estão inseridas (identificação, dados demográficos e de situação de saúde) separados por grupos etários de 0 a 14 anos e 15 anos ou mais (data de nascimento, idade, sexo, alfabetização, ocupação, doença ou condição referida, situação de moradia, saneamento básico). ESCALA DE COELHO-SAVASSI (ERF-CS): instrumento de estratificação de risco familiar baseado na ficha A do SIAB, avaliados na primeira visita domiciliar pelo ACS. ➔ Pretende determinar o risco social ede saúde das famílias adscritas a uma equipe de saúde, refletindo o potencial de adoecimento de cada núcleo familiar; ➔ A partir de critérios objetivos, prioriza-se as visitas domiciliares às residências com maior vulnerabilidade; ➔ Fazer com que um domicílio com acamados, moradores com baixa escolaridade e uma alta proporção de habitantes por cômodo receba uma quantidade maior de visitas; ➔ A priorização do atendimento permite uma melhor gestão dos recursos da unidade e proporciona um atendimento mais alinhado às demandas de cada domicílio. 12 © Camilla Lopes CLASSIFICAÇÃO DE RISCO FAMILIAR: 1° PASSO: identificação dos fatores de risco. 2° PASSO: após a identificação dos fatores, discute-se o caso da família e pontua-se cada um dos critérios. 3° PASSO: classificação. ➔ A família deverá ser orientada a respeito da sua situação e sobre os cuidados a serem tomados. ➔ O caso deverá ser discutido em reunião de equipe (VD, PTS, genograma, consultas, consultas compartilhadas, grupos). Aula “Ferramenta de Abordagem Familiar” 1. Genograma: instrumento utilizado para ampliar o conhecimento sobre as famílias. Trata-se de uma representação gráfica do sistema familiar, preferencialmente em três gerações, que utiliza símbolos padronizados para identificar os componentes da família e suas relações. ➔ Possui dois elementos fundamentais, os elementos estruturais e os elementos funcionais, apresentados a seguir. 13 © Camilla Lopes ELEMENTOS ESTRUTURAIS: trazem as informações relativas à composição familiar, data de nascimento, grau de escolaridade, ocupação, hábitos, doenças, mortes, separações, etc. Os elementos funcionais mostram a dinâmica funcional da família. REGRAS BÁSICAS: ➔ Utilizar simbologia padrão, utilizando símbolos e siglas; ➔ Representar pelo menos três gerações; ➔ Iniciar com a representação do casal e seus filhos; ➔ Indicar o ciclo vital da família (fase de aquisição, fase adolescente, fase madura e fase última); ➔ Representar as relações familiares; ➔ Indicar os fatores estressores, como doenças e condições; ➔ Obedecer à cronologia de idade – dos mais velhos para os mais novos. OBS: Exemplo de uma família composta por 6 membros que vivem em um pequeno domicílio na zona sul de João Pessoa (PB). 2. Ecograma: representa uma ferramenta de abordagem familiar que tem o objetivo de apresentar os relacionamentos da família com os sistemas mais amplos da sociedade. Aula “Serviço de Atenção Domiciliar: Programa Melhor em Casa” 1. Histórico da Atenção Domiciliar: segundo relatos históricos, os cuidados em saúde realizados no domicílio já são descritos no Egito Antigo e na Grécia. Na Europa, no final do século XVIII, antes do surgimento dos hospitais e dos ambulatórios, já se praticava a atenção no domicílio como modalidade de cuidado. Com o advento da medicina científica, no século XIX, 14 © Camilla Lopes iniciou-se o processo de transformação do sujeito em paciente, tendo o hospital como o local que contribuía para a neutralização das perturbações externas. Assim, a família perdeu a autoridade sobre a maneira de cuidar do seu ente, que seria isolado e “olhado cientificamente”. Com as necessidades decorrentes do envelhecimento populacional e da transição epidemiológica, as demandas por melhor qualidade de atenção, por cuidados integrais e contínuos têm fortalecido práticas anti-hegemônicas e na formação de novas estratégias e mecanismos para o cuidado em saúde. ATENÇÃO DOMICILIAR: surge como alternativa ao cuidado hospitalar, possibilitando o retorno ao domicílio como espaço para produção de cuidado (dispositivo para a produção de desinstitucionalização do cuidado e novos arranjos tecnológicos do trabalho em saúde) e trazendo grande potencial de inovação. OBS: A atenção domiciliar como extensão do hospital surgiu, propriamente dita, em 1947 para “descongestionar” os hospitais. A partir de então, as experiências desse tipo multiplicaram-se na América do Norte e Europa. ➔ No Brasil, a atenção no domicílio contou inicialmente com os médicos de Família, os profissionais legais de medicina que atendiam seus clientes abastados em casa, proporcionando assistência humanizada e de qualidade. Aos menos favorecidos, cabia ao filantropismo. 2. Histórico Normativo no Brasil: Na década de 2000, no Brasil, existiam diversas experiências e projetos direcionados para atenção no âmbito do domicílio, com variadas características e modelos de atenção, destacando-se sob o aspecto normativo, o programa de Atenção Domiciliar Terapêutica para Aids (ADT-Aids) e o Programa de Atenção dos Idosos, que contam com portarias específicas. No entanto, a maioria das experiências brasileiras em atenção domiciliar, nessa época, foram iniciativas das secretarias municipais de saúde ou de hospitais. 3. Regulamentação: Em outubro de 2006, o Ministério da Saúde (MS) publicou a Portaria n° 2529, que institui, no âmbito do SUS, a internação domiciliar como um conjunto de atividades prestadas no domicílio a pessoas clinicamente estáveis que exijam intensidade de cuidados acima das modalidades ambulatoriais, mas que possam ser mantidas em casa, por equipe exclusiva para esse fim. ➔ Nova Portaria n° 2029, em agosto de 2011, que institui a atenção domiciliar no âmbito do SUS e revoga a Portaria n° 2529 de 2006. OBS: Em outubro, no entanto, a Portaria n° 2029 foi revogada pela Portaria GM/MS n° 2527. PORTARIA 2527 DE OUTUBRO DE 2011� Representa um marco e um compromisso de que a atenção domiciliar é uma prioridade (melhora a qualidade de vida), o governo federal lançou o Programa Melhor em Casa no dia 8 de novembro de 2011. 4. Melhor em Casa: serviço indicado para pessoas que apresentam dificuldades temporárias ou definitivas de sair do espaço da casa para chegar até uma 15 © Camilla Lopes unidade de saúde, ou ainda para pessoas que estejam em situações nas quais a atenção domiciliar é a mais indicada para o seu tratamento. ATENÇÃO DOMICILIAR: visa a proporcionar ao paciente um cuidado mais próximo da rotina da família, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo o risco de infecções, além de estar no aconchego do lar. OBS: nos casos em que o paciente precisa ser visitado semanalmente ou mais, ele poderá ser acompanhado por equipes específicas de Atenção Domiciliar, como as que fazem parte do Programa Melhor em Casa. EQUIPES: EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE ATENÇÃO DOMICILIAR (EMAD): apresenta a seguinte composição mínima. TIPO 1� A) Profissional(is) médico(s) com somatório de carga horária semanal (CHS) de, no mínimo, 40 (quarenta) horas de trabalho por equipe; B) Profissional(is) enfermeiro(s) com somatório de CHS de, no mínimo, 40 (quarenta) horas de trabalho por equipe; C) Profissional(is) fisioterapeuta(s) ou assistente(s) social(is) com somatório de CHS de, no mínimo, 30 (trinta) horas de trabalho por equipe; D) Profissionais auxiliares ou técnicos de enfermagem, com somatório de CHS de, no mínimo, 120 (cento e vinte) horas de trabalho por equipe. TIPO 2� A) Profissional médico com CHS de, no mínimo, 20 (vinte) horas de trabalho; B) Profissional enfermeiro com CHS de, no mínimo, 30 (trinta) horas de trabalho; C) Profissional fisioterapeuta ou assistente social com somatório de CHS de, no mínimo, 30 (trinta) horas de trabalho; e D) Profissionais auxiliares ou técnicos de enfermagem, com somatório de CHS de, no mínimo, 120 (cento e vinte) horas de trabalho. EQUIPE INTERDISCIPLINAR DE APOIO (EMAP): terá composição mínima de 3, cuja soma das CHS de seus componentes será de, no mínimo, 90 horas de trabalho. A) Assistente social; B) Fisioterapeuta; C) Fonoaudiólogo; D) Nutricionista; E) Odontólogo; F) Psicólogo; G) Farmacêutico; H) Terapeuta ocupacional. BENEFÍCIOS: ➔ Melhorar e ampliar a assistência no SUS a pacientes com agravos de saúde, que possam receber atendimento humanizado, em casa, e perto da família; ➔ Estudos apontam que o bem-estar, carinho e atenção familiar, aliados à adequada assistência em saúde são elementos importantes para a recuperação de doenças; ➔ Pacientes submetidosa cirurgias e que necessitam de recuperação, quando atendidos em casa apresentam redução dos riscos de contaminação e infecção; ➔ Melhor em Casa representa um avanço para a gestão de todo o sistema público de saúde, já que ajudará a desocupar os leitos hospitalares, proporcionando um melhor atendimento e regulação dos serviços de urgência dos hospitais; ➔ Modalidade de atenção “substitutiva ou complementar”: pode tanto substituir o cuidado prestado em outro ponto da Rede de Atenção à Saúde, a exemplo do hospital, como 16 © Camilla Lopes complementar os cuidados iniciados em qualquer um dos pontos, a exemplo das Unidades Básicas de Saúde e do próprio hospital. ➔ Ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em saúde: tendo como uma das finalidades o aumento no grau de autonomia do paciente, de seu cuidador e familiares. ➔ Continuidade do cuidado: a atenção domiciliar possibilita que não existam rupturas no cuidado. ➔ Integrada às Redes de Atenção à Saúde: a AD (atenção domiciliar) potencializa a transversalidade da atenção ao colocar o usuário e suas necessidades no centro, devendo estar integrada à rede de atenção à saúde. 5. Atenção Domiciliar: visa à mudança do modelo assistencial, com o cuidado continuado, responsabilizando-se por determinada população e, assim como os outros pontos de atenção, devendo responder às condições agudas e crônicas da população. MODALIDADES: ➔ Retira o foco da internação domiciliar, característica da Portaria n°2.529. ➔ Fortalece o conceito de que a AD integra uma Rede de Atenção à Saúde, contribuindo para a continuidade do cuidado e a integralidade da atenção. ➔ Na AD, a equipe deve respeitar o espaço da família. ➔ Ser capaz de preservar os laços afetivos das pessoas. ➔ Fortalecer a autoestima, ajudando a construir ambientes mais favoráveis à recuperação da saúde. ➔ Essa assistência prestada no ambiente privado das relações sociais contribui para a humanização da atenção à saúde por envolver as pessoas no processo de cuidado, potencializando a participação ativa do sujeito no processo saúde doença. 6. Organização do SAD: ➔ Identificação do fluxo da oferta dos serviços existentes na RAS; ➔ Critérios de elegibilidade; ➔ Planejamento assistencial, possibilitado pela avaliação do grau de complexidade; ➔ Definições sobre a modalidade; ➔ Recursos e tecnologias de cuidado demandadas; ➔ Periodicidade dos atendimentos no AD1 domicílio. 17 © Camilla Lopes P2 Aula “Vigilância em Saúde” 1. Histórico: o registro mais antigo de ações de prevenção e controle de doenças é referente à adoção de medidas para conter uma epidemia de febre amarela, no século XVII, no porto de Recife. ➔ Em 1889, é promulgada a primeira Regulamentação dos Serviços de Saúde dos Portos. ➔ Em 1904, o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela institui a obrigatoriedade de vacina antivariólica. ➔ Em 1941, Serviços Nacionais encarregados de controlar as doenças mais prevalentes na época, como a malária, a febre amarela, a peste, a tuberculose e a lepra. ➔ Em 1969, o primeiro Sistema de Notificação Regular para um conjunto de doenças com importância para monitoramento de sua situação epidemiológica. ➔ Em 1976, institui a “notificação compulsória de casos e/ou óbitos de 14 doenças para todo o território nacional” (exclusivamente sobre as doenças transmissíveis). ➔ Em 1990 constitui-se o SUS e incorporação de outros objetos, como a vigilância de fatores de risco de doenças e agravos não transmissíveis. DEFINIÇÃO HISTÓRICA DE VIGILÂNCIA: a vigilância correspondia, essencialmente, à detecção, análise e disseminação de informação sobre doenças relevantes, que deveriam ser objeto de monitoramento contínuo. OBS: a característica essencial da atividade de vigilância é, portanto, a existência de uma “observação contínua” e da “coleta sistemática de dados” sobre doenças. DEFINIÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE: caracterizada como um conjunto articulado de ações destinadas a controlar determinantes (saneamento básico, segurança, água potável, orientação, educação, moradia), riscos (isolamento, máscaras, vacinas) e danos (sequelas) à saúde de populações que vivem em determinados territórios, sob a ótica da integralidade do cuidado que inclui tanto a abordagem individual quanto a coletiva dos problemas de saúde. ELEMENTOS ESSENCIAIS DA ATIVIDADE DE VIGILÂNCIA: atividade contínua, permanente e sistemática, o que a diferencia de estudos e levantamentos realizados de forma ocasional. O foco é dirigido para determinantes resultados específicos, procurando estabelecer os objetivos e as metas a serem alcançadas. A utilização de dados diretamente relacionados com a prática de saúde pública, particularmente os referentes à morbidade e a mortalidade, ainda que outras informações possam subsidiar a análise da situação de doenças e seus fatores de risco. VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA: trata-se da coleta contínua e sistemática, análise, interpretação e disseminação de dados relativos a eventos da saúde para uso na ação da saúde pública com o objetivo de reduzir a morbidade e a mortalidade e melhorar a saúde (CDC, 2004). Mudança no perfil da 18 © Camilla Lopes vigilância com ampliação do foco. No Brasil, ocorre após o SUS (1990), em especial, com foco nas DCNT e fatores de risco. POLÍTICA NACIONAL DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE (PNVS): • Em 2018, o Conselho Nacional de Saúde aprovou a PNVS que compreende a integração e a articulação entre as vigilâncias epidemiológica, ambiental, sanitária e da saúde do trabalhador. • As ações transversais visam a promoção, a prevenção e a proteção da saúde, e a prevenção de doenças e agravos. • Visam a redução da morbimortalidade, vulnerabilidade e riscos decorrentes das dinâmicas de produção e consumo nos territórios, contribuindo para a integralidade na atenção à saúde através da inserção das ações de vigilância na rede de atendimento de atenção à saúde. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: controle de doenças transmissíveis, não transmissíveis e agravos. Trata-se de um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. OBS: Os fatores condicionantes podem ser identificados como restrições e possibilidades observadas para se levar a cabo um projeto de saúde. Já os fatores determinantes são os que determinam a saúde dos indivíduos e da população como o lugar onde vivemos, as condições ambientais, os fatores genéticos, a renda dos indivíduos e o nível educacional e a rede de relações sociais FUNÇÕES: • Coleta, processamento, análise e interpretação dos dados; • Recomendação das medidas de controle apropriados; • Promoção das ações de controle indicadas; • Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; • Divulgação de informações pertinentes. NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: principal fonte da Vigilância Epidemiológica, a partir da qual, na maioria das vezes, se desencadeia o processo informação-decisão-ação. • PORTARIA Nº 264, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2020 prevê a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. - 48 itens (doenças ou agravos). - Notificação diária, semanal ou negativa. VIGILÂNCIA SANITÁRIA: configuração mais antiga da saúde pública. Questões relativas ao controle das impurezas nas águas, da salubridade nas cidades, da prática de barbeiros, boticários e cirurgiões, da circulação de mercadoria e pessoas. Ou seja, ações voltadas para a proteção à saúde da coletividade fazem parte da história de diversos países. • Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde (direta ou indiretamente). • Lei N° 9,782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999, que cria a Agência Nacionalde Vigilância em Saúde. OBS: os exemplos incluem os seguintes aspectos. • Alimentos; • Medicamentos; 19 © Camilla Lopes • Cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes; • Equipamentos e materiais médico hospitalares, odontológicos, hemoterápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem; • Cigarros, charutos; • Serviços de saúde e de interesse à saúde; • Controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e recantos alfandegários; • Serviços de interesse da saúde, como creches, asilos, presídios, cemitérios, salões de beleza, cantinas e refeitórios escolares, academia, clubes; • Instalações físicas, equipamentos, tecnologias, ambientes e procedimentos envolvendo em todas as fases de seus processos de produção de bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária, incluindo a destinação dos respectivos resíduos. VIGILÂNCIA NUTRICIONAL E ALIMENTAR: fiscaliza as normas e regulamentos técnicos. • Todos os segmentos da cadeia dos alimentos, desde a produção, rotulagem nutricional, embalagem e reembalagem, armazenagem, transporte, comercialização e o consumo. VIGILÂNCIA AMBIENTAL: identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. OBS: os exemplos incluem os seguintes aspectos. • Controle da qualidade da água para o consumo; • Qualidade do ar; • Solo contaminado; • Substâncias químicas; • Desastres naturais; • Acidentes com produtos perigosos; • Fatores físicos (radiações ionizantes e não ionizantes); • Ambiente de trabalho. VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR: promoção da saúde e a redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações nos agravos decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos. • Observa-se aumento nos acidentes do trabalho, na prevalência de doenças profissionais ou do trabalho, no número de afastamentos, nas aposentadorias por invalidez, no absenteísmo, nos sofrimentos mentais e psicológicos. OBS: o cenário inclui os seguintes aspectos. • Desemprego estrutural; • Rebaixamento dos níveis salariais; • Exigência crescente de qualificação no mercado formal; • Desregulamentação e perda de direitos trabalhistas; • Informatização do trabalho; • Aumento do trabalho temporário, autônomo e terceirização; • Utilização de substâncias químicas. OBS: Observa-se a falta de informação. • Para estudos, análises e estatísticas utilizam-se dados produzidos pelo INSS, a partir das CAT, ou informações isoladas produzidas ambulatorialmente pelos Serviços e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador. • Observa-se a predominância de casos registrados de LER/Dort, perda auditiva induzida pelo ruído, intoxicação por benzeno, por agrotóxicos, dermatoses ocupacionais e acidentes com material biológico. 2. Prática de Vigilância em Saúde: nas últimas décadas, a população brasileira experimentou importantes mudanças de padrão demográfico e epidemiológico. Por ser dinâmico e complexo, esse cenário exige análise contínua da situação da saúde das 20 © Camilla Lopes populações, a fim de orientar a tomada de decisão nas diferentes esferas de gestão do SUS, auxiliando na redefinição de prioridades, predição de cenários futuros e avaliação das intervenções em saúde implementadas. PRINCIPAIS FONTES DE INFORMAÇÃO: • Sistema de Informação em Saúde – SIS • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 3. Sistemas Nacionais de Informação em Saúde: Aula “Atenção às Doenças Crônicas Não Transmissíveis” 1. Caracterização das Doenças Crônicas Degenerativas: ETIOLOGIA MÚLTIPLA: combinação de fatores de risco. NÃO TRANSMISSÃO POR VETORES: não transmitidas por meio de insetos ou contato com indivíduos doentes. GRANDE PERÍODO DE LATÊNCIA: assintomáticas por longos períodos até que os sintomas surgem em fases avançadas da doença. CURSO PROLONGADO: cuidado para toda vida com o intuito de mudança do estilo de vida e controle das agudizações. CUIDADOS PROLONGADOS: acompanhamento longitudinal, ou seja, acompanhamento do usuário ao longo do tempo por meio da relação terapêutica que envolve a responsabilidade profissional de saúde e a confiança do usuário. GASTOS COM MEDICAMENTOS E EXAMES COMPLEMENTARES: redes de apoio que fornecem assistência farmacêutica e exames laboratoriais. CONSULTAS FREQUENTES COM PROFISSIONAIS DE SAÚDE. 2. Ações: envolvem medidas preventivas que objetivam trabalhar fatores de risco e controle da progressão da doença já instalada. 3. Princípios DCNT e Fatores de Risco: OBS: abrange doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, câncer e diabetes. 21 © Camilla Lopes 4. Transição Epidemiológica: as seguintes doenças crônicas degenerativas se destacam na atualidade. • Hipertensão arterial/ DAC; • Diabetes Mellitus; • Osteoartrite; • Depressão; • Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); • Câncer; • Osteoporose. 5. Modelo de Atenção às Doenças Crônicas e os Elementos de Restauração: 1) REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE: SUS 2) SISTEMA DE INFORMAÇÃO EFICIENTE: - Comunicação entre os níveis de atenção que prestam assistência ao usuário; - Informações disponibilizadas ao paciente. Ex: HIPERDIA ou Programa de Hipertensão Arterial e Diabetes que realiza o cadastramento e acompanhamento de hipertensos e/ou diabéticos que visa o controle da DM e HAS e melhor qualidade de vida aos pacientes. 3) ADEQUAÇÃO DA FORMA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: - Atenção Continuada; - Busca ativa: rastreamento e vigilância epidemiológica; - Atenção Programada (programa de cuidado continuado com crianças asmáticas, pré natal, etc) e Atenção Espontânea (programa de atendimentos não programados para doenças agudas ou agudizadas). 4) SUPORTE DAS AÇÕES POR EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS: Incentivo à pesquisa sobre o tema. 5) VALORIZAÇÃO DO AUTOCUIDADO: - Mudança do estilo de vida; - Responsabilização da população. 6) INTERSETORIALIDADE: Parcerias do setor de saúde com outros setores. 6. Níveis de Atenção às Condições Crônicas: 7. Fisioterapia nas Doenças Crônicas: NÍVEL 1� 22 © Camilla Lopes • Ação em determinantes sociais de saúde com a busca de hábitos de vida e ambiente saudáveis; • Educação em saúde com orientação e empoderamento; • Abordagem familiar; • Articulação com gestores de saúde; • Prática de atividade física; OBS: Socialização como no caso do grupo de caminhada realizado na UBS. NÍVEL 2� • Ações de prevenção primária em fatores de risco para doenças crônicas; • Vigilância epidemiológica para a identificação dos fatores comuns no território; • Campanhas de atenção programada para os fatores de risco modificáveis; • Articulação com gestores de saúde. NÍVEL 3� • Ações de prevenção secundária em indivíduos com doenças crônicas em estágios iniciais; • Rastreamento para identificação precoce de doenças; • Acolhimento; • Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF): Gestão clínica da condição de saúde através do Projeto Terapêutico Singular. NÍVEIS 4 E 5� • Acolhimento humanizado com escuta de qualidade; • Gestão da condição clínica e do caso pelo PTS no NASF; • Atendimento individual para maior assistência individualizada; • Atendimento domiciliar como ponto forte da ação do fisioterapeuta na saúde coletiva; • Avaliação do ambiente; • Suporte do usuário e cuidador para prevenção de estresse e adoecimento do cuidador; • Prevenção terciária de incapacidade com a manutenção da mobilidade, condicionamento cardiorrespiratório, complicações respiratórias; • Estímulo à prática de atividade física com cinesioterapia. 8. Abordagens para a Mudança de Comportamento e Autocuidado apoiado no Cuidado à Pessoa com Doença Crônica: pessoas com condições crônicas e seus familiares convivem com seus problemas diariamente por longo tempo, ou toda a vida. OBS: É fundamental que estejam muito bem informadas sobre suas condições, motivadas a lidar com elas e adequadamente capacitadas para cumprirem com o seu plano de tratamento. AUTOCUIDADO: • Individual, no contexto da consulta clínica ou da visita domiciliar; • Nos grupos; • Em consultas coletivas;• A distância, por telefone e/ou por meio da internet. OBS: O autocuidado não deve ser entendido como exclusiva responsabilidade do indivíduo e de sua família. • É de responsabilidade do profissional e das instituições de saúde que devem dialogar sobre as necessidades de cuidado da pessoa em relação à sua condição crônica. OBS: O paciente lida diariamente com sua condição crônica então o autocuidado deve ser desempenhado pelo próprio usuário, bem como sua família. • Autocuidado centrado na pessoa, no diálogo, que propõe a construção conjunta de um plano de cuidados a partir de uma prioridade escolhida por meio de uma negociação entre profissional de saúde e usuário. 23 © Camilla Lopes OBS: O primeiro e fundamental passo a ser dado em uma ação de educação em Saúde para o autocuidado é fazer uma avaliação detalhada das necessidades e prioridades de cada pessoa e sua condição crônica. RECOMENDAÇÕES PARA O CUIDADO INTEGRAL: ➔ Usar a comunicação não verbal (gestos, expressão facial) como sinal de acolhimento e empatia. ➔ Fazer perguntas abertas buscando entender “Como? O quê? Quando? Onde? Por quê?” para dar mais espaço para o usuário se expressar. ➔ Demonstrar interesse com “Ah é? Mmm... Aha!”. OBS: dedique tempo para ouvi-lo e preste atenção no que está sendo dito e no significado de suas falas. ➔ Demonstrar empatia e aceitar o que a pessoa pensa ou sente, para mostrar que seus sentimentos são compreendidos, colocando-a no centro da situação e da atenção do profissional, sem, no entanto, precisar concordar ou discordar do que ela pensa. ➔ Evitar palavras que parecem envolver julgamento. ➔ Reconhecer e elogiar aquilo em que os usuários estão indo bem ou mesmo por ter vindo à Unidade Básica de Saúde, se for o caso. ➔ Fornecer informações relevantes em linguagem adequada: simples e acessível. OBS: Conversar com os usuários sobre as suas condições de saúde e explicar todos os procedimentos e condutas. ➔ Compreender que a construção de vínculo, além de corresponder à política de humanização em saúde, é um recurso terapêutico. Aula “Cuidados Paliativos e Fisioterapia Paliativista” 1. Código de Ética de Fisioterapia: Capítulo II – Das Responsabilidades Fundamentais Artigo 4º– O fisioterapeuta presta assistência ao ser humano, tanto no plano individual quanto coletivo, participando da promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e recuperação da sua saúde e cuidados paliativos, sempre tendo em vista a qualidade de vida, sem discriminação de qualquer forma ou pretexto, segundo os princípios do sistema de saúde vigente no Brasil. 2. Avaliação: ser biográfico e trazer à tona a finitude. IMPORTANTE: Escutar/ Ouvir requer presença do avaliador. ➔ Poder da pergunta aberta como forma de manifestar curiosidade. ➔ PROJEÇÕES + HISTÓRIA PESSOAL + CRENÇAS: “Se morre como viveu?” 3. Cuidados Paliativos: abordagem para melhoria da qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam uma doença ameaçadora da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, através da identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas, físicos, psicossociais e espirituais. 24 © Camilla Lopes OBS: serão proporcionais nos diferentes momentos da evolução da doença. “Cuidado paliativo é um cuidado ativo holístico de indivíduos de todas as idades, com graves sofrimentos relacionados à saúde devido a uma doença grave, especialmente aqueles em fim de vida. Seu objetivo é melhorar a qualidade de vida de pacientes, seus familiares e cuidadores” OBS: Pallium (latim) significa manto e indica proteção e cuidado enquanto holístico indica o conceito que valoriza a totalidade das coisas, onde tudo está interligado. ➔ Não se baseia em protocolos, mas em princípios. ➔ Terminalidade x Doença que ameaça a vida. ➔ Morte: processo normal da vida (ênfase na vida). PRINCÍPIOS: prevenir sintomas, complicações e permitir diagnóstico e/ou tratamento de doença secundária. OBS: Avaliação da Evolução + Performance = Elaboração do Plano Integral de Cuidados. DIREITO x BARREIRA: ao mesmo tempo que representa um direito pela resolução nº41/2018. a CP parte de cuidados integrados no SUS no qual ainda há barreiras conceituais. PLANO: oferecer suporte que possibilite viver tão ativamente quanto possível até o momento da morte. ➔ Qualidade de Vida + Autonomia + Dignidade. ➔ Promover alívio de dor/sintomas. ➔ Conhecimento específico: questões medicamentosas, aspectos psicossociais/espirituais no cuidado (reconhecer e entender o sintoma total). SINTOMA TOTAL: dimensões do sofrimento. SOFRIMENTO: qualquer experiência aversiva (não necessariamente indesejada) e sua emoção negativa correspondente. Geralmente está associado com dor e infelicidade, mas qualquer condição pode gerar sofrimento. Assim, a doença gera a perda autonomia, autoimagem, segurança, capacidade física, poder aquisitivo, etc. ➔ Angústia, depressão e desesperança que aumentam conforme a doença avança. ➔ Importante integrar aspectos psicológicos e espirituais no cuidado, sendo necessário compreender o que é sagrado para o paciente (desejos, valores, preferências). SOFRIMENTO FÍSICO: a fisioterapia deve estar preparada para lidar com as principais demandas. 25 © Camilla Lopes 4. Possíveis Dilemas: referente ao Plano Avançado de Cuidados (como deseja ser cuidado) e Diretrizes Antecipadas de Vontade que diz respeito a manifestação de vontade de forma antecipada, em relação aos cuidados e tratamentos para momentos em que a pessoa está incapacitada de se manifestar. OBS: abrange questões éticas para além da bioética principialista (define a autonomia, não-maleficência, beneficência e justiça), sendo necessário aprofundar os estudos na bioética protetiva (ferramentas teóricas e práticas que visam entender, descrever e resolver conflitos de interesses entre quem tem os meios que o capacitam para realizar sua vida e quem não os tem). MITOS E DESINFORMAÇÃO: ➔ CP não aceleram nem adiam a morte. ➔ Medo da Morfina (subutilizada em muitos lugares) ➔ Não é só para o câncer. OBS: importante diferenciar os termos eutanásia, distanásia, ortanásia, mistanásia e kalotanásia. UNIDADE DE CUIDADO: paciente, familiar e cuidador que devem receber suporte até o luto. 5. Qualidade de Morte no Brasil: A demanda por cuidados paliativos cresce rapidamente em países que não estão preparados. 26 © Camilla Lopes 6. Pacientes Elegíveis: 7. Avanços Legais: ➔ Portaria nº 874 (16/5/2013): Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer na RAS das pessoas com doenças crônicas no SUS. ➔ Portaria nº 825 (25/4/2016): Redefine a AD no âmbito do SUS. ➔ Portaria nº 2436 (21/9/2017): Política Nacional de Atenção Básica no âmbito do SUS. ➔ Resolução nº41 (31/10/2018): Comissão Intergestores Tripartite que determina as Diretrizes para organizar CP à luz dos cuidados integrados, no âmbito do SUS. RESOLUÇÃO N° 41� Comissão Intergestores Tripartite. Dispõe sobre as diretrizes para a organização dos cuidados paliativos, à luz dos cuidados continuados integrados, no âmbito Sistema Único de Saúde (SUS). Art 5° CP devem ser ofertados em qualquer ponto da RAS. COMPETÊNCIAS INTERDISCIPLINARES: I. Aplicar os constituintes centrais dos cuidados paliativos, no ambiente próprio e mais seguro para os doentes e famílias. OBS: os princípios gerais dos cuidados paliativos, de acordo com a OMS, são - Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes; - Reafirmar a vida e a morte como processos naturais; - Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente; II. Aumentar o conforto físico durante as TRAJETÓRIAS de doença dos doentes. III. Atender às necessidades psicológicas, sociais e espirituais dos doentes. IV. Responder às necessidades dos cuidadores familiares em relação aos objetivos do cuidar a curto, médio e longo prazo. V. Responder aos desafios da tomada de decisão clínica e ética em cuidados paliativos. VI. Implementar coordenação integral do cuidar e trabalho de equipe interdisciplinar em todos oscontextos. VII. Desenvolver competências interpessoais e comunicacionais adequadas aos cuidados paliativos. VIII. Promover o autoconhecimento e o contínuo desenvolvimento profissional. 8. Competências do Fisioterapeuta: FISIOTERAPEUTA GENERALISTA: prevenção ou alívio de situações simples de sofrimento físico, psicossocial ou espiritual. FISIOTERAPEUTA ESPECIALISTA: prevenção ou alívio de situações simples ou complexas de sofrimento físico, psicossocial ou espiritual de acordo com as áreas de atuação específicas. FISIOTERAPEUTA ESPECIALISTA EM CP: prevenção ou alívio de situações simples ou complexas de sofrimento físico, psicossocial ou espiritual. Atuam nos serviços especializados ou não em CP, incluindo o matriciamento de outros profissionais. 9. Escalas de Avaliação: ESCALA DE SINTOMAS DE EDMONTON: 27 © Camilla Lopes PALLIATIVE PERFORMANCE SCALE PPS: desempenho e funcionalidade.] ESCALA SPICT: indicação aos CP (elegibilidade). 10. Metáfora do Iceberg: 28
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