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Caderno Saúde Coletiva em Fisioterapia

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Aula “Conceitos em Saúde Coletiva”
1. Núcleo: identidade de uma área de
saber e de prática profissional, ou seja,
o saber e o fazer específico de cada
profissão.
1. Campo: espaço onde os limites são
incertos (interdisciplinaridade e
saberes compartilhados).
2. Competências:
TRABALHO EM EQUIPE:
- Trabalho em equipe multiprofissional;
- Visitas domiciliares e consultas
compartilhadas;
- Acolhimento na busca de resolver a
situação o mais rápido possível;
- Referências e contrarreferência;
OBS: a referência compreende o trânsito do
nível menor para o de maior complexidade
enquanto a contra referência compreende o
trânsito do nível de maior para o de menor
complexidade (evita sobrecarga da atenção
secundária por meio do vínculo do prontuário
do paciente na atenção primária).
- Criatividade no uso de recursos e
equipamentos.
AÇÕES DE SAÚDE NO TERRITÓRIO:
- Identificação das características
demográficas, epidemiológicas e
sanitárias do território;
- Fatores de risco e vulnerabilidade.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE:
- Medidas de higiene;
- Estímulo de hábitos de vida saudáveis;
- Cultura da paz e prevenção de
acidentes.
ATENÇÃO A SAÚDE:
- Orientação familiar acerca das vacinas,
desenvolvimento infantil, gestantes,
puérperas, aleitamento, planejamento
familiar;
- Busca ativa de usuários com doenças
crônicas, deficiências, idade avançada;
- Conhecimento das políticas e práticas
em saúde coletiva.
3. Atenção Fisioterapêutica:
➔ Triagem;
➔ Avaliação;
➔ Atenção domiciliar;
➔ Ações educativas e de prevenção;
➔ Ações de vigilância (foca em
incapacidades e deficiências);
➔ Grupos preventivos.
4. NASF e NASF AB: núcleo ampliado de
Saúde da Família e Atenção
Básica que objetiva a
resolutividade e melhoria
de assistência na atenção
básica.
OBS: equipes multiprofissionais que
trabalham junto às equipes de Saúde da
Família para auxílio à resposta das demandas
da população. Realizam desde a promoção até
o tratamento de problemas de saúde.
FERRAMENTA DE TRABALHO:
MATRICIAMENTO: modo de produzir saúde
*As imagens utilizadas foram retiradas do google imagem
© Camilla Lopes
em que equipes complementam suas
atividades, num processo de construção
compartilhada, objetivando tratar as
dificuldades de uma pessoa por meio de uma
proposta de intervenção pedagógica e
terapêutica conjunta.
Clínico-Assistencial: ação clínica direta com
os usuários.
Técnico-Pedagógico: ação de apoio educativo
com e para as equipes.
CLÍNICA AMPLIADA: integra a PNH (Política
Nacional de Humanização) que contempla a
subjetividade das pessoas e a complexidade
do cuidado. Trata-se da compreensão
ampliada do processo saúde-doença.
➔ A PNH busca transformar as relações
de trabalho a partir da ampliação do
grau de contato e da comunicação
entre as pessoas e grupos, tirando-os
do isolamento e das relações de poder
hierarquizadas.
OBS: o cuidado é centrado na pessoa.
OBS: a PNH objetiva aumentar a autonomia do
usuário do serviço de saúde, da família e da
comunidade.
PROJETO DE SAÚDE NO TERRITÓRIO: visa
desenvolver ações na produção de saúde no
território articulando os serviços de saúde
com outros serviços e políticas no território.
➔ Academia da Saúde;
➔ Praças e parques;
➔ PSE;
➔ Saúde na Escola.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS):
conjunto de propostas de condutas
terapêuticas articuladas, para um sujeito
individual ou coletivo, produto da discussão
coletiva de uma equipe interdisciplinar.
OBS: Geralmente, é dedicado a situações mais
complexas e corresponde a uma variação do
caso clínico.
Aula “Fisioterapia em Saúde Coletiva”
1. Histórico:
➔ Portaria 511 de 1964 orientava a
formação de técnicos em Fisioterapia.
➔ Decreto Lei nº 938 de 1969� a
Fisioterapia passou de uma profissão
de nível técnico à profissão de nível
superior.
➔ Resolução nº 4 de 1983 edita o
currículo mínimo e duração do curso
para 4 anos (“grade curricular”).
OBS: Resolução CNE nº 4 de 2002 que institui
as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e
marca a maior transformação ocorrida no
campo da formação em Fisioterapia.
2. Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCN): definições dos princípios,
fundamentos, condições e
procedimentos da formação de
fisioterapeutas em nível nacional.
Reafirmou a atuação destes
profissionais em todos os níveis de
complexidade do sistema,
integrando-se em programas de
promoção, manutenção, prevenção,
proteção e recuperação da saúde;
2
© Camilla Lopes
ARTIGO 5°: estabelece a
necessidade do fisioterapeuta
conhecer diferentes modelos
de intervenção. Sendo que a
formação profissional deve
atender ao SUS, à atenção
integral da saúde nos sistemas
regionalizado e hierarquizado de referência e
contrarreferência e o trabalho em equipe.
OBS: Todas as Instituições de Ensino
Superior (IES) foram requeridas a mudarem o
Projeto Pedagógico (PPC) de modo a prever a
formação do fisioterapeuta orientada pelos
princípios e níveis de complexidade do sus
com foco na APS.
3. Estratégias de Implantação da
Atenção Básica:
1988� Constituição Federal;
1990� SUS;
1991� Programa de Agentes Comunitários em
Saúde (PACS);
1994� Programa Saúde da Família (PSF):
“reorganizar” as Unidades Básicas de Saúde =
Estratégia de Saúde da Família (ESF);
2006� Política Nacional de Atenção Básica →
Pacto de Gestão, Pacto pela Vida.
2008� Núcleos de Apoio à Saúde da Família -
NASF = primeira política, a nível Federal, de
inserção do Fisioterapeuta na APS.
4. Fisioterapia na Saúde Coletiva:
5. Atribuições da Fisioterapia na
Atenção Primária:
ASSISTÊNCIA INTEGRAL: aplicada a todas as
fases da vida com atendimento individual ou
coletivo que podem ser domiciliares ou em
espaços públicos.
CAPACITAÇÃO/ ORIENTAÇÃO: suporte às
ações dos ACS e outros profissionais da
equipe de saúde.
INTERSETORIALIDADE: ações integradas aos
equipamentos sociais.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE:
➔ Conscientizar a trocar hábitos e
comportamentos prejudiciais por
outros considerados mais saudáveis;
➔ Estímulo ao autocuidado;
➔ Sujeitos ativos e transformadores de
sua própria realidade.
GRUPOS TERAPÊUTICOS E DE EDUCAÇÃO
EM SAÚDE:
➔ Hipertensos, postura, gestantes,
diabéticos, idosos, cuidadores,
prevenção de incapacidades em
hanseníase, mães de crianças com
problemas respiratórios ou
neurológicos, climatério.
3
© Camilla Lopes
GESTANTES: orientações pré e pósparto,
exercícios respiratórios e de relaxamento,
prevenção de perda urinária.
HIPERTENSOS: alongamento e relaxamento
em grupo (convívio social e combate ao
estresse), autocuidado, monitoramento da PA,
caminhada orientada.
DIABÉTICOS: alongamento e relaxamento em
grupo, exercícios proprioceptivos,
autocuidado (sensibilidade, alimentação,
atividade física, úlceras, controle da
obesidade), oficinas de cuidado ao pé
diabético.
HANSENÍASE: autocuidado (evitar
complicações, limitações físicas e perdas de
funcionalidade).
OSTEOPOROSE: risco de quedas e fraturas é
maior em mulheres na fase pós menopausa,
após imobilização prolongada e o estilo de
vida também influencia (dietas pobres em
cálcio, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e
consumo excessivo de cafeína) → perda de
massa óssea. A atividade física é importante
pois melhora o equilíbrio, força muscular e
coordenação, diminui a dor e prevê quedas e
fraturas.
POSTURA CORPORAL E SAÚDE DE
ESTUDANTES: cuidados com a postura na
prevenção de alterações na coluna vertebral,
atividades em grupo (alta adesão), consciência
corporal, autocuidado, alongamento e
fortalecimento.
PACIENTES NEUROLÓGICOS: apresentam
incapacidades que alteram a autopercepção
do indivíduo e reverberam em alterações
psicológicas. Nestes pacientes objetiva-se o
alcance do maior grau de independência.
PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS:
desenvolver ações intersetoriais para a
inclusão e melhoria da qualidade de vida;
orientar e informar pessoas com deficiência,
cuidadores e ACS sobre manuseio,
posicionamento e AVD, empoderamento;
indicações e concessões de órteses e próteses
de outro nível de atenção à saúde.
CRIANÇAS COM ATRASO NO DNPM:
estimulação motora, atendimento junto aos
pais, fortalecer as competências familiares
quanto aodesenvolvimento infantil.
CRIANÇAS ASMÁTICAS: treino para controle
respiratório, aumentar a capacidade de
realizar exercícios (aumento da FR sem
desencadear a crise).
TRABALHADORES: orientações ergonômicas
em pequenas e médias empresas, grupos de
LER/DORT, trabalhadores de saúde.
AÇÕES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA:
estímulo à participação popular no Controle
Social (Conselhos e Conferências de Saúde).
6. Resolução COFFITO N° 363� 20 de
maio de 2009 – Reconhece a
Fisioterapia em Saúde Coletiva como
especialidade do profissional
Fisioterapeuta.
4
© Camilla Lopes
Aula “Rede de Atenção à Saúde”
1. Condições Agudas e Crônicas:
2. Conceito: ações e serviços de saúde,
de diferentes densidades tecnológicas,
que integradas por meio de um sistema
de apoio técnico, logístico e de gestão,
buscam garantir a integridade do
sistema. Trata-se da gestão e oferta de
serviços de saúde de forma a que as
pessoas recebam de forma contínua os
serviços preventivos e curativos, de
acordo com as suas necessidades, ao
longo do tempo e por meio de
diferentes níveis de atenção à saúde.
OBJETIVOS: prestar a atenção adequada a
cada paciente, no lugar apropriado e com o
custo e tempo certo.
3. Sistemas Fragmentados x RAS:
4. Organização da RAS no SUS: amenizar
a intensa fragmentação, qualificar a
gestão do cuidado, preencher as
lacunas assistenciais e atualizar o perfil
epidemiológico brasileiro.
REGULAÇÃO DA RAS: pacto em saúde de
2006.
➔ Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro
de 2010 – estabelece diretrizes para a
organização das Redes de Atenção à
Saúde no âmbito do Sistema Único de
Saúde.
➔ Decreto 7.508/2011 – Regulamento da
Lei 8.080 para dispor sobre a
5
© Camilla Lopes
organização do SUS, o planejamento da
saúde, a assistência à saúde e a
articulação interfederativa.
FUNDAMENTOS DA RAS:
- Economia de Escala: capacidade de
reduzir a longo prazo, os investimentos
voltados para uma mesma atividade
favorecendo um acesso de qualidade
ao usuário do serviço.
- Suficiência
- Acesso
- Disponibilidade
- Comodidade
- Aceitabilidade
- Disponibilidade de recursos
- Qualidade
OBS: a qualidade engloba segurança;
efetividade; centralidade na pessoa;
pontualidade; eficiência; equidade.
REGIONALIZAÇÃO: engloba as regiões em
saúde, uso racional de recursos e os arranjos
produtivos conformados segundo as
densidades tecnológicas.
MACRORREGIÕES:
INTEGRAÇÃO: pode ser vertical (serviços de
natureza diferenciada) ou horizontal (serviços
de mesma natureza).
ATRIBUTOS DA RAS:
- População e territórios definidos;
- Extensa gama de estabelecimentos de
saúde;
- APS (Atenção Primária à Saúde) como
ordenadora da RAS;
- Coordenação, continuidade do cuidado
e integração;
- Atenção à saúde: indivíduo, família e
comunidade;
- Participação social;
- Recursos humanos;
- SIS (Sistema de Informação em Saúde);
- Financiamento tripartite (três esferas
de governo: federal, estadual e
municipal, por meio da vinculação de
orçamento da seguridade social);
- Ação intersetorial (relação entre setor
saúde e outros setores da sociedade a
fim de buscar resultados mais eficazes
e sustentáveis que o setor saúde teria
sozinho);
- Gestão baseada em resultados.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RAS:
população + regiões de saúde.
ESTRUTURA OPERACIONAL:
- APS como centro de comunicação;
- Pontos de atenção secundários e
terciários;
- Sistemas de apoio (diagnóstico e
terapêutico; assistência farmacêutica e
SIS);
- Sistemas logísticos (referência e
contrarreferência);
- Sistema de governança.
REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA:
princípio da integralidade em saúde como um
conjunto articulado e contínuo das ações e
serviços preventivos e curativos, individuais e
coletivos, exigidos para cada caso, em todos
os níveis de complexidade do sistema. Visa
assegurar aos indivíduos a possibilidade de
receber assistência em todos os níveis.
Trata-se de um mecanismo administrativo
6
© Camilla Lopes
para a aquisição e efetividade da
integralidade.
Aula “Educação em Saúde”
1. Conceitos:
- Instruir a comunidade;
- Transformar os hábitos de vida;
- Colocar o indivíduo como
corresponsável pela sua saúde aliado
aos profissionais, população e
gestores;
- Contribui para aumentar a autonomia
das pessoas nos seus cuidados;
- Alcançar a atenção à saúde de acordo
com as necessidades;
- Construção/ uso de materiais
informativos;
- Multiprofissional→ ter qualificação;
- Ampla atuação do Sistema de Saúde;
- Conhecer o contexto social do
público-alvo.
2. Justificativa do Uso:
- Qualidade de vida;
- Para que a população possa propor/
opinar em suas decisões de saúde;
- Seguro e eficaz;
- Paciente como usuário com autonomia
em sua saúde/ cuidados;
- Baixo custo;
- Aumentar a eficácia do tratamento;
- Fácil acesso→ vínculo;
- Controle dos sintomas;
- Promoção da saúde;
- Aumentar conhecimento.
3. Aplicabilidade na Fisioterapia:
- Cartilhas, vídeos, dramatizações,
atividades em grupos;
- Trabalho em comunidade;
- Prevenção de doenças e agravos;
- Feira de saúde;
- Informativos em salas de espera;
- Facilitação do processo de
aprendizagem sobre dor crônica;
- Forma dinâmica.
4. Resultados:
- Melhora da dor e da qualidade de vida;
- Aumento das relações sociais;
- Diminuição de incapacidades;
- Vínculo (autonomia);
- Conhecimento biopsicossocial;
- Continuidade das ações;
- Reforça a relevância acadêmica e social
(melhora a formação);
- Valorização da promoção e prevenção
em saúde.
7
© Camilla Lopes
Aula “Projeto Terapêutico Singular”
1. Conceito: modelo centrado na pessoa
que possibilita a organização do
serviço de saúde de forma a atender os
usuários de maneira integral. Essa
integralidade demanda o
conhecimento dos aspectos físicos,
psíquicos e sociais para elaboração de
metas de cuidado.
OBS: neste modelo o produto será um projeto
terapêutico singular (PTS) que auxilia os
profissionais de saúde na definição e
direcionamento de suas ações, além de
garantir a coerência com o contexto
individual.
PROJETO: esforço temporário empreendido
para criar um produto, serviço ou resultado.
OBS: no contexto do projeto terapêutico o
resultado a ser alcançado é a saúde integral e
a qualidade de vida de uma pessoa ou de uma
população.
TERAPÊUTICO: tratamento ou cuidado.
SINGULAR: contexto único, não passível de
reprodutibilidade e, portanto, pouco
contemplado por ações padronizadas.
OBS: enfoque no contexto de vida.
2. PTS: conjunto de propostas de
condutas articuladas para uma pessoa
ou para um coletivo (Cunha, 2005).
Configura um dispositivo potente para
disparar processos de mudança nas
práticas de saúde, contribuindo para a
construção de respostas que
considerem a singularidade das
pessoas envolvidas no processo de
atenção à saúde (Oliveira, 2007).
OBS: surge da escuta da pessoa e deve
considerar seus valores, desejos, ideias,
vínculos e rede social. Sua construção envolve
discussões em equipe, nas quais são
valorizados aspectos importantes no
acompanhamento de cada caso, para além da
definição do diagnóstico e prescrição de
medicamentos.
PTS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: os espaços para
construção do PTS englobam as reuniões das
Equipes de Saúde da Família (ESF), as reuniões
de matriciamento da saúde Mental e do NASF
e nos espaços de atendimento compartilhado
da gestão da clínica. Todos os profissionais da
ESF e de apoio, independente da formação,
podem participar ativa e produtivamente na
construção dos PTS não limitando as ações
executadas na APS.
OBS: as propostas devem abranger, se
necessário, os demais níveis de atenção (rede
complementar e hospitalar) e outros setores
como educação e políticas sociais, que podem
ser agregadas à construção do projeto
atuando como meio de atendimento das
necessidades identificadas.
➔ Nesta abordagem, é fundamental a
participação de vários atores (agentes
comunitários, médicos, enfermeiros,
auxiliares, profissionais do NASF, ESM,
PROHAMA, ESB e outros apoios) nos
espaços de discussão de casos para
identificação das potencialidades e
vulnerabilidades (orgânicas, psíquicas e
sociais).
3. Divisão do PTS: é necessário a
definiçãode um profissional de
referência para acompanhamento do
PTS, independente da sua formação,
considerando o vínculo com a pessoa.
Esse poderá acionar profissionais de
outras equipes (como o NASF e a ESM),
assim como realizar novas
negociações.
8
© Camilla Lopes
4. Operalização do PTS: utilizados
roteiros estruturados que servem
como guias. Pela tensão para que os
roteiros se transformem em
normatizações, o que iria no sentido
contrário da singularização, faz-se
necessário uma advertência no sentido
de que esses roteiros não possam ser
pensados como protocolos de
operacionalização do PTS.
Aula “A família como foco da Associação para Planejamento da Família - APF”
1. Família: representa uma barreira ou
um facilitador por se tratar do
primeiro grupo do qual o indivíduo faz
parte e sofre influência.
NUCLEAR: aqueles que estão presentes todos
os dias na vida do paciente, que dão apoio
financeiro, emocional, etc.
EXTENSA: pode ou não ter relação de sangue,
mas que possui relação com o paciente em
encontros, etc.
MODELO BIOPSICOSSOCIAL: afirma que os
diversos sistemas (biológico, psicológico,
social, individual, familiar e comunitário)
mantêm uma estreita relação, de tal forma
que influenciam tanto a saúde como a doença.
VULNERABILIDADE: fragilidade material ou
moral de indivíduos ou grupos diante de
riscos produzidos pelo contexto econômico
social-familiar. As famílias influenciam e são
influenciadas pela saúde de seus membros e
pode levar à melhora da saúde, tanto para o
indivíduo quanto para o conjunto familiar.
OBS: a OMS tem caracterizado a família como
principal agente social de promoção de
saúde e bem-estar. Um estilo de vida saudável
é normalmente desenvolvido, mantido, ou
alterado dentro do ambiente familiar. Assim,
a compreensão da estrutura da família ajuda a
melhorar o cuidado com a saúde do indivíduo
e buscar soluções.
2. Abordagem Familiar: visa
aproximar-se do contexto do paciente
não apenas com o intuito de tratar,
como também de conhecer e cuidar. A
valorização da Família enquanto
estrutura de cuidado que influencia na
saúde e no adoecimento.
9
© Camilla Lopes
3. Lar como Sinônimo de Segurança e
Aconchego: cenário do maior número
de casos de violência sendo necessária
a criação de programas de proteção ao
indivíduo como o Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), Estatuto do
Idoso e Lei Maria da Penha.
OBS: o profissional de saúde deve estar
sempre atento e, se identificar algo suspeito
no ambiente familiar, deve relatar à equipe
para que sejam tomadas providências.
Aula “Tecnologias em Saúde”
1. Tipos de Tecnologia:
TECNOLOGIA DURA: mais usada na atenção
de 2° e 3° e tem recursos materiais (US, TENS,
etc) apresentando a densidade tecnológica.
TECNOLOGIA LEVE: mais utilizada na APS e
lança mão do conhecimento como, por
exemplo, através dos grupos de acolhimento.
2. Acolhimento: dar acolhida ou agasalho
a; hospedar; receber; atender; dar
crédito a; dar ouvidos a; admitir;
aceitar; tomar em consideração.
OBS: ouvir com atenção objetivando o saber
do outro com base no mundo de saberes
acadêmicos = saber ouvir o paciente.
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO -
PNH: diretriz sobre acolhimento por parte
dos profissionais de saúde.
OBS: o cuidado como um ofício.
➔ O ato de acolher de modo que
demonstre a preocupação com o outro
e a disponibilidade para cuidar. O
cuidado pressupõe um encontro
afetivo (laços de humanidade) e o
encontro efetivo (identificação e
resposta às necessidades singulares de
saúde do usuário).
3. Atendimento em Grupo: aumento da
adesão, maior número de
atendimentos e diminuição da
sobrecarga do sistema. Além disso,
otimiza o tempo, aumenta a interação
social e o vínculo (escuta qualificada).
OBS: o trabalho com grupos está entre os
espaços mais comuns de práticas de educação
em saúde na atenção básica.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA -
PNAB: dispõe sobre a responsabilidade desse
nível de atenção a articulação de tecnologias
de cuidados individuais e coletivas, além de
sermais resolutiva e atender as demandas de
saúde da população (BRASIL, 2017). Assim,
ocorre maior vínculo com a população
favorecendo a adesão, tanto no âmbito
individual quanto coletivo, às ações e planos
terapêuticos propostos pela equipe.
OBS: o grupo favorece ainda uma escuta mais
qualificada dos problemas de saúde, o que
nem sempre ocorre no atendimento
individual.
➔ O horário de funcionamento dos
grupos pode interferir na adesão, bem
10
© Camilla Lopes
como a forma de condução e os temas
abordados (enfoque no interesse da
comunidade).
4. Diagnóstico Comunitário: por meio do
cadastramento das diferentes áreas, a
equipe reconhece um grande número
de idosos sob sua responsabilidade e
constatam as condições de vida destes
pacientes. Em sua maioria inativos
socialmente, podem mudar esta
realidade por meio dos grupos que
desempenham inúmeras atividades de
acordo com os interesses dos
participantes. Assim, a UBS atua como
articuladora desses encontros.
VISITA DOMICILIAR: realizada com
pacientes acamados ou restritos ao
domicílio.
OBJETIVOS COM PACIENTES ACAMADOS:
- Posicionamento e mobilização no leito;
- Prevenção de úlceras de pressão;
- Lesões por uso incorreto do corpo nas
mobilizações e transferências;
- Orientações ao cuidador;
- Evitar riscos à saúde do cuidador
(sobrecarga e impacto emocional
negativo).
5. Consulta: solicitação de opinião
especializada.
➔ O atendimento compreende a ação de
atender, diagnosticar e receitar
determinado medicamento ou
tratamento.
Aula “Abordagem e Avaliação Familiar”
1. Processo de Trabalho da ESF:
- Delimitação do território de atuação;
- Mapeamento;
- Área adscrita;
- Ações baseadas em critérios de risco à
saúde;
- Vigilância em saúde.
2. Estrutura Familiar: é importante
conhecer a estrutura e funcionalidade
das famílias bem como os recursos
disponíveis. Assim, torna-se possível
propor intervenções condizentes às
necessidades identificadas.
3. Visita Domiciliar (VD): a assistência
não deve limitar-se ao atendimento
direto e exclusivo ao usuário, mas
envolver o planejamento das ações em
saúde levando em consideração as
particularidades de cada família e a
forma de partilhar responsabilidades
do cuidado. Assim, a VD é um meio de
se conhecer a realidade da população,
estabelecer vínculos com o usuário e
de se compreender a dinâmica das
relações familiares.
OBS: O primeiro nível do cuidado e da
resolução dos problemas de saúde das
pessoas ocorre através do autocuidado e da
busca de respostas dentro dos recursos
próprios, como a família e a comunidade.
4. Ferramentas: é preciso estabelecer
critérios para planejamento, execução,
registro de dados e avaliação do
processo de cuidado. O principal deles
é a avaliação do risco familiar. A
compreensão do contexto de vida de
cada família permite o planejamento
de ações específicas a cada realidade
de acordo com os recursos disponíveis.
11
© Camilla Lopes
5. Avaliação do Risco Familiar: identificar
fatores de risco que justifiquem o
atendimento por meio da presença de
características, na família ou no
indivíduo, que exponham à
probabilidade de exposição a fatores
prejudiciais à saúde que causem
agravos físicos, psicológicos ou sociais.
ESCALA DE RISCO FAMILIAR:
FICHA A DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA
ATENÇÃO BÁSICA (SIAB): é utilizada para
cadastramento das famílias nas USFs.
➔ Disponível nos prontuários das
famílias;
➔ Preenchida pelos agentes comunitários
de saúde (ACS) durante as primeiras
VD e atualizada conforme as mudanças
na dinâmica familiar;
➔ Tornam possível a identificação da
realidade na qual as famílias estão
inseridas (identificação, dados
demográficos e de situação de saúde)
separados por grupos etários de 0 a 14
anos e 15 anos ou mais (data de
nascimento, idade, sexo, alfabetização,
ocupação, doença ou condição
referida, situação de moradia,
saneamento básico).
ESCALA DE COELHO-SAVASSI (ERF-CS):
instrumento de estratificação de risco
familiar baseado na ficha A do SIAB,
avaliados na primeira visita domiciliar pelo
ACS.
➔ Pretende determinar o risco social ede
saúde das famílias adscritas a uma
equipe de saúde, refletindo o potencial
de adoecimento de cada núcleo
familiar;
➔ A partir de critérios objetivos,
prioriza-se as visitas domiciliares às
residências com maior vulnerabilidade;
➔ Fazer com que um domicílio com
acamados, moradores com baixa
escolaridade e uma alta proporção de
habitantes por cômodo receba uma
quantidade maior de visitas;
➔ A priorização do atendimento permite
uma melhor gestão dos recursos da
unidade e proporciona um
atendimento mais alinhado às
demandas de cada domicílio.
12
© Camilla Lopes
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO FAMILIAR:
1° PASSO: identificação dos fatores de risco.
2° PASSO: após a identificação dos fatores,
discute-se o caso da família e pontua-se cada
um dos critérios.
3° PASSO:
classificação.
➔ A família deverá ser orientada a
respeito da sua situação e sobre os
cuidados a serem tomados.
➔ O caso deverá ser discutido em
reunião de equipe (VD, PTS,
genograma, consultas, consultas
compartilhadas, grupos).
Aula “Ferramenta de Abordagem Familiar”
1. Genograma: instrumento utilizado
para ampliar o conhecimento sobre as
famílias. Trata-se de uma
representação gráfica do sistema
familiar, preferencialmente em três
gerações, que utiliza símbolos
padronizados para identificar os
componentes da família e suas
relações.
➔ Possui dois elementos fundamentais,
os elementos estruturais e os
elementos funcionais, apresentados a
seguir.
13
© Camilla Lopes
ELEMENTOS ESTRUTURAIS: trazem as
informações relativas à composição familiar,
data de nascimento, grau de escolaridade,
ocupação, hábitos, doenças, mortes,
separações, etc. Os elementos funcionais
mostram a dinâmica funcional da família.
REGRAS BÁSICAS:
➔ Utilizar simbologia padrão, utilizando
símbolos e siglas;
➔ Representar pelo menos três gerações;
➔ Iniciar com a representação do casal e
seus filhos;
➔ Indicar o ciclo vital da família (fase de
aquisição, fase adolescente, fase
madura e fase última);
➔ Representar as relações familiares;
➔ Indicar os fatores estressores, como
doenças e condições;
➔ Obedecer à cronologia de idade – dos
mais velhos para os mais novos.
OBS: Exemplo de uma família composta por 6
membros que vivem em um pequeno
domicílio na zona sul de João Pessoa (PB).
2. Ecograma: representa uma ferramenta
de abordagem familiar que tem o
objetivo de apresentar os
relacionamentos da família com os
sistemas mais amplos da sociedade.
Aula “Serviço de Atenção Domiciliar: Programa Melhor em Casa”
1. Histórico da Atenção Domiciliar:
segundo relatos históricos, os cuidados
em saúde realizados no domicílio já são
descritos no Egito Antigo e na Grécia.
Na Europa, no final do século XVIII,
antes do surgimento dos hospitais e
dos ambulatórios, já se praticava a
atenção no domicílio como modalidade
de cuidado. Com o advento da
medicina científica, no século XIX,
14
© Camilla Lopes
iniciou-se o processo de
transformação do sujeito em paciente,
tendo o hospital como o local que
contribuía para a neutralização das
perturbações externas. Assim, a família
perdeu a autoridade sobre a maneira
de cuidar do seu ente, que seria
isolado e “olhado cientificamente”.
Com as necessidades decorrentes do
envelhecimento populacional e da
transição epidemiológica, as
demandas por melhor qualidade de
atenção, por cuidados integrais e
contínuos têm fortalecido práticas
anti-hegemônicas e na formação de
novas estratégias e mecanismos para o
cuidado em saúde.
ATENÇÃO DOMICILIAR: surge como
alternativa ao cuidado hospitalar,
possibilitando o retorno ao domicílio como
espaço para produção de cuidado (dispositivo
para a produção de desinstitucionalização do
cuidado e novos arranjos tecnológicos do
trabalho em saúde) e trazendo grande
potencial de inovação.
OBS: A atenção domiciliar como extensão do
hospital surgiu, propriamente dita, em 1947
para “descongestionar” os hospitais. A partir
de então, as experiências desse tipo
multiplicaram-se na América do Norte e
Europa.
➔ No Brasil, a atenção no domicílio
contou inicialmente com os médicos
de Família, os profissionais legais de
medicina que atendiam seus clientes
abastados em casa, proporcionando
assistência humanizada e de qualidade.
Aos menos favorecidos, cabia ao
filantropismo.
2. Histórico Normativo no Brasil: Na
década de 2000, no Brasil, existiam
diversas experiências e projetos
direcionados para atenção no âmbito
do domicílio, com variadas
características e modelos de atenção,
destacando-se sob o aspecto
normativo, o programa de Atenção
Domiciliar Terapêutica para Aids
(ADT-Aids) e o Programa de Atenção
dos Idosos, que contam com portarias
específicas. No entanto, a maioria das
experiências brasileiras em atenção
domiciliar, nessa época, foram
iniciativas das secretarias municipais
de saúde ou de hospitais.
3. Regulamentação: Em outubro de 2006,
o Ministério da Saúde (MS) publicou a
Portaria n° 2529, que institui, no
âmbito do SUS, a internação domiciliar
como um conjunto de atividades
prestadas no domicílio a pessoas
clinicamente estáveis que exijam
intensidade de cuidados acima das
modalidades ambulatoriais, mas que
possam ser mantidas em casa, por
equipe exclusiva para esse fim.
➔ Nova Portaria n° 2029, em agosto de
2011, que institui a atenção domiciliar
no âmbito do SUS e revoga a Portaria
n° 2529 de 2006.
OBS: Em outubro, no entanto, a Portaria n°
2029 foi revogada pela Portaria GM/MS n°
2527.
PORTARIA 2527 DE OUTUBRO DE 2011�
Representa um marco e um compromisso de
que a atenção domiciliar é uma prioridade
(melhora a qualidade de vida), o governo
federal lançou o Programa Melhor em Casa no
dia 8 de novembro de 2011.
4. Melhor em Casa: serviço indicado para
pessoas que apresentam dificuldades
temporárias ou definitivas de sair do
espaço da casa para chegar até uma
15
© Camilla Lopes
unidade de saúde, ou ainda para
pessoas que estejam em situações nas
quais a atenção domiciliar é a mais
indicada para o seu tratamento.
ATENÇÃO DOMICILIAR: visa a proporcionar
ao paciente um cuidado mais próximo da
rotina da família, evitando hospitalizações
desnecessárias e diminuindo o risco de
infecções, além de estar no aconchego do lar.
OBS: nos casos em que o paciente precisa ser
visitado semanalmente ou mais, ele poderá
ser acompanhado por equipes específicas de
Atenção Domiciliar, como as que fazem parte
do Programa Melhor em Casa.
EQUIPES:
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE ATENÇÃO
DOMICILIAR (EMAD): apresenta a seguinte
composição mínima.
TIPO 1�
A) Profissional(is) médico(s) com somatório de
carga horária semanal (CHS) de, no mínimo,
40 (quarenta) horas de trabalho por equipe;
B) Profissional(is) enfermeiro(s) com
somatório de CHS de, no mínimo, 40
(quarenta) horas de trabalho por equipe;
C) Profissional(is) fisioterapeuta(s) ou
assistente(s) social(is) com somatório de CHS
de, no mínimo, 30 (trinta) horas de trabalho
por equipe;
D) Profissionais auxiliares ou técnicos de
enfermagem, com somatório de CHS de, no
mínimo, 120 (cento e vinte) horas de trabalho
por equipe.
TIPO 2�
A) Profissional médico com CHS de, no
mínimo, 20 (vinte) horas de trabalho;
B) Profissional enfermeiro com CHS de, no
mínimo, 30 (trinta) horas de trabalho;
C) Profissional fisioterapeuta ou assistente
social com somatório de CHS de, no mínimo,
30 (trinta) horas de trabalho; e
D) Profissionais auxiliares ou técnicos de
enfermagem, com somatório de CHS de, no
mínimo, 120 (cento e vinte) horas de trabalho.
EQUIPE INTERDISCIPLINAR DE APOIO
(EMAP): terá composição mínima de 3, cuja
soma das CHS de seus componentes será de,
no mínimo, 90 horas de trabalho.
A) Assistente social;
B) Fisioterapeuta;
C) Fonoaudiólogo;
D) Nutricionista;
E) Odontólogo;
F) Psicólogo;
G) Farmacêutico;
H) Terapeuta ocupacional.
BENEFÍCIOS:
➔ Melhorar e ampliar a assistência no
SUS a pacientes com agravos de saúde,
que possam receber atendimento
humanizado, em casa, e perto da
família;
➔ Estudos apontam que o bem-estar,
carinho e atenção familiar, aliados à
adequada assistência em saúde são
elementos importantes para a
recuperação de doenças;
➔ Pacientes submetidosa cirurgias e que
necessitam de recuperação, quando
atendidos em casa apresentam
redução dos riscos de contaminação e
infecção;
➔ Melhor em Casa representa um avanço
para a gestão de todo o sistema
público de saúde, já que ajudará a
desocupar os leitos hospitalares,
proporcionando um melhor
atendimento e regulação dos serviços
de urgência dos hospitais;
➔ Modalidade de atenção “substitutiva
ou complementar”: pode tanto
substituir o cuidado prestado em outro
ponto da Rede de Atenção à Saúde, a
exemplo do hospital, como
16
© Camilla Lopes
complementar os cuidados iniciados
em qualquer um dos pontos, a exemplo
das Unidades Básicas de Saúde e do
próprio hospital.
➔ Ações de promoção, prevenção,
tratamento e reabilitação em saúde:
tendo como uma das finalidades o
aumento no grau de autonomia do
paciente, de seu cuidador e familiares.
➔ Continuidade do cuidado: a atenção
domiciliar possibilita que não existam
rupturas no cuidado.
➔ Integrada às Redes de Atenção à
Saúde: a AD (atenção domiciliar)
potencializa a transversalidade da
atenção ao colocar o usuário e suas
necessidades no centro, devendo estar
integrada à rede de atenção à saúde.
5. Atenção Domiciliar: visa à mudança
do modelo assistencial, com o cuidado
continuado, responsabilizando-se por
determinada população e, assim como
os outros pontos de atenção, devendo
responder às condições agudas e
crônicas da população.
MODALIDADES:
➔ Retira o foco da internação domiciliar,
característica da Portaria n°2.529.
➔ Fortalece o conceito de que a AD
integra uma Rede de Atenção à Saúde,
contribuindo para a continuidade do
cuidado e a integralidade da atenção.
➔ Na AD, a equipe deve respeitar o
espaço da família.
➔ Ser capaz de preservar os laços
afetivos das pessoas.
➔ Fortalecer a autoestima, ajudando a
construir ambientes mais favoráveis à
recuperação da saúde.
➔ Essa assistência prestada no ambiente
privado das relações sociais contribui
para a humanização da atenção à
saúde por envolver as pessoas no
processo de cuidado, potencializando a
participação ativa do sujeito no
processo saúde doença.
6. Organização do SAD:
➔ Identificação do fluxo da oferta dos
serviços existentes na RAS;
➔ Critérios de elegibilidade;
➔ Planejamento assistencial,
possibilitado pela avaliação do grau de
complexidade;
➔ Definições sobre a modalidade;
➔ Recursos e tecnologias de cuidado
demandadas;
➔ Periodicidade dos atendimentos no
AD1 domicílio.
17
© Camilla Lopes
P2
Aula “Vigilância em Saúde”
1. Histórico: o registro mais antigo de
ações de prevenção e controle de
doenças é referente à adoção de
medidas para conter uma epidemia de
febre amarela, no século XVII, no porto
de Recife.
➔ Em 1889, é promulgada a primeira
Regulamentação dos Serviços de Saúde
dos Portos.
➔ Em 1904, o Serviço de Profilaxia da
Febre Amarela institui a
obrigatoriedade de vacina antivariólica.
➔ Em 1941, Serviços Nacionais
encarregados de controlar as doenças
mais prevalentes na época, como a
malária, a febre amarela, a peste, a
tuberculose e a lepra.
➔ Em 1969, o primeiro Sistema de
Notificação Regular para um conjunto
de doenças com importância para
monitoramento de sua situação
epidemiológica.
➔ Em 1976, institui a “notificação
compulsória de casos e/ou óbitos de
14 doenças para todo o território
nacional” (exclusivamente sobre as
doenças transmissíveis).
➔ Em 1990 constitui-se o SUS e
incorporação de outros objetos, como
a vigilância de fatores de risco de
doenças e agravos não transmissíveis.
DEFINIÇÃO HISTÓRICA DE VIGILÂNCIA: a
vigilância correspondia, essencialmente, à
detecção, análise e disseminação de
informação sobre doenças relevantes, que
deveriam ser objeto de monitoramento
contínuo.
OBS: a característica essencial da atividade de
vigilância é, portanto, a existência de uma
“observação contínua” e da “coleta
sistemática de dados” sobre doenças.
DEFINIÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE:
caracterizada como um conjunto articulado
de ações destinadas a controlar
determinantes (saneamento básico,
segurança, água potável, orientação,
educação, moradia), riscos (isolamento,
máscaras, vacinas) e danos (sequelas) à saúde
de populações que vivem em determinados
territórios, sob a ótica da integralidade do
cuidado que inclui tanto a abordagem
individual quanto a coletiva dos problemas de
saúde.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA ATIVIDADE DE
VIGILÂNCIA: atividade contínua, permanente
e sistemática, o que a diferencia de estudos e
levantamentos realizados de forma ocasional.
O foco é dirigido para determinantes
resultados específicos, procurando
estabelecer os objetivos e as metas a serem
alcançadas. A utilização de dados diretamente
relacionados com a prática de saúde pública,
particularmente os referentes à morbidade e
a mortalidade, ainda que outras informações
possam subsidiar a análise da situação de
doenças e seus fatores de risco.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA: trata-se
da coleta contínua e sistemática, análise,
interpretação e disseminação de dados
relativos a eventos da saúde para uso na ação
da saúde pública com o objetivo de reduzir a
morbidade e a mortalidade e melhorar a
saúde (CDC, 2004). Mudança no perfil da
18
© Camilla Lopes
vigilância com ampliação do foco. No Brasil,
ocorre após o SUS (1990), em especial, com
foco nas DCNT e fatores de risco.
POLÍTICA NACIONAL DA VIGILÂNCIA EM
SAÚDE (PNVS):
• Em 2018, o Conselho Nacional de Saúde
aprovou a PNVS que compreende a integração
e a articulação entre as vigilâncias
epidemiológica, ambiental, sanitária e da
saúde do trabalhador.
• As ações transversais visam a promoção, a
prevenção e a proteção da saúde, e a
prevenção de doenças e agravos.
• Visam a redução da morbimortalidade,
vulnerabilidade e riscos decorrentes das
dinâmicas de produção e consumo nos
territórios, contribuindo para a integralidade
na atenção à saúde através da inserção das
ações de vigilância na rede de atendimento
de atenção à saúde.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: controle de
doenças transmissíveis, não transmissíveis e
agravos. Trata-se de um conjunto de ações
que proporcionam o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança
nos fatores determinantes e condicionantes
da saúde individual e coletiva, com a
finalidade de recomendar e adotar as medidas
de prevenção e controle das doenças e
agravos.
OBS: Os fatores condicionantes podem ser
identificados como restrições e possibilidades
observadas para se levar a cabo um projeto de
saúde. Já os fatores determinantes são os que
determinam a saúde dos indivíduos e da
população como o lugar onde vivemos, as
condições ambientais, os fatores genéticos, a
renda dos indivíduos e o nível educacional e a
rede de relações sociais
FUNÇÕES:
• Coleta, processamento, análise e
interpretação dos dados;
• Recomendação das medidas de controle
apropriados;
• Promoção das ações de controle indicadas;
• Avaliação da eficácia e efetividade das
medidas adotadas;
• Divulgação de informações pertinentes.
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: principal
fonte da Vigilância Epidemiológica, a partir da
qual, na maioria das vezes, se desencadeia o
processo informação-decisão-ação.
• PORTARIA Nº 264, DE 17 DE FEVEREIRO DE
2020 prevê a Lista Nacional de Notificação
Compulsória de doenças, agravos e eventos
de saúde pública nos serviços de saúde
públicos e privados em todo o território
nacional.
- 48 itens (doenças ou agravos).
- Notificação diária, semanal ou
negativa.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA: configuração mais
antiga da saúde pública. Questões relativas ao
controle das impurezas nas águas, da
salubridade nas cidades, da prática de
barbeiros, boticários e cirurgiões, da
circulação de mercadoria e pessoas. Ou seja,
ações voltadas para a proteção à saúde da
coletividade fazem parte da história de
diversos países.
• Conjunto de ações capazes de eliminar,
diminuir ou prevenir riscos à saúde e de
intervir nos problemas sanitários decorrentes
do meio ambiente, da produção e circulação
de bens e da prestação de serviços de
interesse da saúde (direta ou indiretamente).
• Lei N° 9,782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999, que
cria a Agência Nacionalde Vigilância em
Saúde.
OBS: os exemplos incluem os seguintes
aspectos.
• Alimentos;
• Medicamentos;
19
© Camilla Lopes
• Cosméticos, produtos de higiene pessoal e
perfumes;
• Equipamentos e materiais médico
hospitalares, odontológicos, hemoterápicos e
de diagnóstico laboratorial e por imagem;
• Cigarros, charutos;
• Serviços de saúde e de interesse à saúde;
• Controle sanitário de portos, aeroportos,
fronteiras e recantos alfandegários;
• Serviços de interesse da saúde, como
creches, asilos, presídios, cemitérios, salões
de beleza, cantinas e refeitórios escolares,
academia, clubes;
• Instalações físicas, equipamentos,
tecnologias, ambientes e procedimentos
envolvendo em todas as fases de seus
processos de produção de bens e produtos
submetidos ao controle e fiscalização
sanitária, incluindo a destinação dos
respectivos resíduos.
VIGILÂNCIA NUTRICIONAL E ALIMENTAR:
fiscaliza as normas e regulamentos técnicos.
• Todos os segmentos da cadeia dos
alimentos, desde a produção, rotulagem
nutricional, embalagem e reembalagem,
armazenagem, transporte, comercialização e
o consumo.
VIGILÂNCIA AMBIENTAL: identificar as
medidas de prevenção e controle dos fatores
de risco ambientais relacionados às doenças
ou a outros agravos à saúde.
OBS: os exemplos incluem os seguintes
aspectos.
• Controle da qualidade da água para o
consumo;
• Qualidade do ar;
• Solo contaminado;
• Substâncias químicas;
• Desastres naturais;
• Acidentes com produtos perigosos;
• Fatores físicos (radiações ionizantes e não
ionizantes);
• Ambiente de trabalho.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR:
promoção da saúde e a redução da
morbimortalidade da população trabalhadora,
por meio da integração de ações nos agravos
decorrentes dos modelos de desenvolvimento
e processos produtivos.
• Observa-se aumento nos acidentes do
trabalho, na prevalência de doenças
profissionais ou do trabalho, no número de
afastamentos, nas aposentadorias por
invalidez, no absenteísmo, nos sofrimentos
mentais e psicológicos.
OBS: o cenário inclui os seguintes aspectos.
• Desemprego estrutural;
• Rebaixamento dos níveis salariais;
• Exigência crescente de qualificação no
mercado formal;
• Desregulamentação e perda de direitos
trabalhistas;
• Informatização do trabalho;
• Aumento do trabalho temporário, autônomo
e terceirização;
• Utilização de substâncias químicas.
OBS: Observa-se a falta de informação.
• Para estudos, análises e estatísticas
utilizam-se dados produzidos pelo INSS, a
partir das CAT, ou informações isoladas
produzidas ambulatorialmente pelos Serviços
e Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador.
• Observa-se a predominância de casos
registrados de LER/Dort, perda auditiva
induzida pelo ruído, intoxicação por benzeno,
por agrotóxicos, dermatoses ocupacionais e
acidentes com material biológico.
2. Prática de Vigilância em Saúde: nas
últimas décadas, a população brasileira
experimentou importantes mudanças
de padrão demográfico e
epidemiológico. Por ser dinâmico e
complexo, esse cenário exige análise
contínua da situação da saúde das
20
© Camilla Lopes
populações, a fim de orientar a tomada
de decisão nas diferentes esferas de
gestão do SUS, auxiliando na
redefinição de prioridades, predição de
cenários futuros e avaliação das
intervenções em saúde
implementadas.
PRINCIPAIS FONTES DE INFORMAÇÃO:
• Sistema de Informação em Saúde – SIS
• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- IBGE
3. Sistemas Nacionais de Informação em
Saúde:
Aula “Atenção às Doenças Crônicas Não Transmissíveis”
1. Caracterização das Doenças Crônicas
Degenerativas:
ETIOLOGIA MÚLTIPLA: combinação de
fatores de risco.
NÃO TRANSMISSÃO POR VETORES: não
transmitidas por meio de insetos ou contato
com indivíduos doentes.
GRANDE PERÍODO DE LATÊNCIA:
assintomáticas por longos períodos até que os
sintomas surgem em fases avançadas da
doença.
CURSO PROLONGADO: cuidado para toda
vida com o intuito de mudança do estilo de
vida e controle das agudizações.
CUIDADOS PROLONGADOS:
acompanhamento longitudinal, ou seja,
acompanhamento do usuário ao longo do
tempo por meio da relação terapêutica que
envolve a responsabilidade profissional de
saúde e a confiança do usuário.
GASTOS COM MEDICAMENTOS E EXAMES
COMPLEMENTARES: redes de apoio que
fornecem assistência farmacêutica e exames
laboratoriais.
CONSULTAS FREQUENTES COM
PROFISSIONAIS DE SAÚDE.
2. Ações: envolvem medidas preventivas
que objetivam trabalhar fatores de
risco e controle da progressão da
doença já instalada.
3. Princípios DCNT e Fatores de Risco:
OBS: abrange doenças cardiovasculares,
doenças respiratórias crônicas, câncer e
diabetes.
21
© Camilla Lopes
4. Transição Epidemiológica: as
seguintes doenças crônicas
degenerativas se destacam na
atualidade.
• Hipertensão arterial/ DAC;
• Diabetes Mellitus;
• Osteoartrite;
• Depressão;
• Doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC);
• Câncer;
• Osteoporose.
5. Modelo de Atenção às Doenças
Crônicas e os Elementos de
Restauração:
1) REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE
SAÚDE: SUS
2) SISTEMA DE INFORMAÇÃO EFICIENTE:
- Comunicação entre os níveis de
atenção que prestam assistência ao
usuário;
- Informações disponibilizadas ao
paciente. Ex: HIPERDIA ou Programa
de Hipertensão Arterial e Diabetes
que realiza o cadastramento e
acompanhamento de hipertensos e/ou
diabéticos que visa o controle da DM e
HAS e melhor qualidade de vida aos
pacientes.
3) ADEQUAÇÃO DA FORMA DE PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS:
- Atenção Continuada;
- Busca ativa: rastreamento e vigilância
epidemiológica;
- Atenção Programada (programa de
cuidado continuado com crianças
asmáticas, pré natal, etc) e Atenção
Espontânea (programa de
atendimentos não programados para
doenças agudas ou agudizadas).
4) SUPORTE DAS AÇÕES POR EVIDÊNCIAS
CIENTÍFICAS: Incentivo à pesquisa sobre o
tema.
5) VALORIZAÇÃO DO AUTOCUIDADO:
- Mudança do estilo de vida;
- Responsabilização da população.
6) INTERSETORIALIDADE: Parcerias do setor
de saúde com outros setores.
6. Níveis de Atenção às Condições
Crônicas:
7. Fisioterapia nas Doenças Crônicas:
NÍVEL 1�
22
© Camilla Lopes
• Ação em determinantes sociais de saúde
com a busca de hábitos de vida e ambiente
saudáveis;
• Educação em saúde com orientação e
empoderamento;
• Abordagem familiar;
• Articulação com gestores de saúde;
• Prática de atividade física;
OBS: Socialização como no caso do grupo de
caminhada realizado na UBS.
NÍVEL 2�
• Ações de prevenção primária em fatores de
risco para doenças crônicas;
• Vigilância epidemiológica para a
identificação dos fatores comuns no
território;
• Campanhas de atenção programada para os
fatores de risco modificáveis;
• Articulação com gestores de saúde.
NÍVEL 3�
• Ações de prevenção secundária em
indivíduos com doenças crônicas em estágios
iniciais;
• Rastreamento para identificação precoce de
doenças;
• Acolhimento;
• Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF):
Gestão clínica da condição de saúde através
do Projeto Terapêutico Singular.
NÍVEIS 4 E 5�
• Acolhimento humanizado com escuta de
qualidade;
• Gestão da condição clínica e do caso pelo
PTS no NASF;
• Atendimento individual para maior
assistência individualizada;
• Atendimento domiciliar como ponto forte da
ação do fisioterapeuta na saúde coletiva;
• Avaliação do ambiente;
• Suporte do usuário e cuidador para
prevenção de estresse e adoecimento do
cuidador;
• Prevenção terciária de incapacidade com a
manutenção da mobilidade, condicionamento
cardiorrespiratório, complicações
respiratórias;
• Estímulo à prática de atividade física com
cinesioterapia.
8. Abordagens para a Mudança de
Comportamento e Autocuidado
apoiado no Cuidado à Pessoa com
Doença Crônica: pessoas com
condições crônicas e seus familiares
convivem com seus problemas
diariamente por longo tempo, ou toda
a vida.
OBS: É fundamental que estejam muito bem
informadas sobre suas condições, motivadas
a lidar com elas e adequadamente capacitadas
para cumprirem com o seu plano de
tratamento.
AUTOCUIDADO:
• Individual, no contexto da consulta clínica
ou da visita domiciliar;
• Nos grupos;
• Em consultas coletivas;• A distância, por telefone e/ou por meio da
internet.
OBS: O autocuidado não deve ser entendido
como exclusiva responsabilidade do indivíduo
e de sua família.
• É de responsabilidade do profissional e das
instituições de saúde que devem dialogar
sobre as necessidades de cuidado da pessoa
em relação à sua condição crônica.
OBS: O paciente lida diariamente com sua
condição crônica então o autocuidado deve
ser desempenhado pelo próprio usuário, bem
como sua família.
• Autocuidado centrado na pessoa, no diálogo,
que propõe a construção conjunta de um
plano de cuidados a partir de uma prioridade
escolhida por meio de uma negociação entre
profissional de saúde e usuário.
23
© Camilla Lopes
OBS: O primeiro e fundamental passo a ser
dado em uma ação de educação em Saúde
para o autocuidado é fazer uma avaliação
detalhada das necessidades e prioridades de
cada pessoa e sua condição crônica.
RECOMENDAÇÕES PARA O CUIDADO
INTEGRAL:
➔ Usar a comunicação não verbal (gestos,
expressão facial) como sinal de
acolhimento e empatia.
➔ Fazer perguntas abertas buscando
entender “Como? O quê? Quando?
Onde? Por quê?” para dar mais espaço
para o usuário se expressar.
➔ Demonstrar interesse com “Ah é?
Mmm... Aha!”.
OBS: dedique tempo para ouvi-lo e preste
atenção no que está sendo dito e no
significado de suas falas.
➔ Demonstrar empatia e aceitar o que a
pessoa pensa ou sente, para mostrar
que seus sentimentos são
compreendidos, colocando-a no
centro da situação e da atenção do
profissional, sem, no entanto, precisar
concordar ou discordar do que ela
pensa.
➔ Evitar palavras que parecem envolver
julgamento.
➔ Reconhecer e elogiar aquilo em que os
usuários estão indo bem ou mesmo por
ter vindo à Unidade Básica de Saúde,
se for o caso.
➔ Fornecer informações relevantes em
linguagem adequada: simples e
acessível.
OBS: Conversar com os usuários sobre as suas
condições de saúde e explicar todos os
procedimentos e condutas.
➔ Compreender que a construção de
vínculo, além de corresponder à
política de humanização em saúde, é
um recurso terapêutico.
Aula “Cuidados Paliativos e Fisioterapia Paliativista”
1. Código de Ética de Fisioterapia:
Capítulo II – Das Responsabilidades
Fundamentais
Artigo 4º– O fisioterapeuta presta assistência
ao ser humano, tanto no plano individual
quanto coletivo, participando da promoção da
saúde, prevenção de agravos, tratamento e
recuperação da sua saúde e cuidados
paliativos, sempre tendo em vista a qualidade
de vida, sem discriminação de qualquer forma
ou pretexto, segundo os princípios do sistema
de saúde vigente no Brasil.
2. Avaliação: ser biográfico e trazer à
tona a finitude.
IMPORTANTE: Escutar/ Ouvir requer
presença do avaliador.
➔ Poder da pergunta aberta como forma
de manifestar curiosidade.
➔ PROJEÇÕES + HISTÓRIA PESSOAL +
CRENÇAS: “Se morre como viveu?”
3. Cuidados Paliativos: abordagem para
melhoria da qualidade de vida de
pacientes e familiares que enfrentam
uma doença ameaçadora da vida,
através da prevenção e alívio do
sofrimento, através da identificação
precoce, avaliação e tratamento da
dor e outros problemas, físicos,
psicossociais e espirituais.
24
© Camilla Lopes
OBS: serão proporcionais nos
diferentes momentos da evolução da
doença.
“Cuidado paliativo é um cuidado ativo
holístico de indivíduos de todas as idades,
com graves sofrimentos relacionados à saúde
devido a uma doença grave, especialmente
aqueles em fim de vida. Seu objetivo é
melhorar a qualidade de vida de pacientes,
seus familiares e cuidadores”
OBS: Pallium (latim) significa manto e indica
proteção e cuidado enquanto holístico indica
o conceito que valoriza a totalidade das
coisas, onde tudo está interligado.
➔ Não se baseia em protocolos, mas em
princípios.
➔ Terminalidade x Doença que ameaça a
vida.
➔ Morte: processo normal da vida (ênfase
na vida).
PRINCÍPIOS: prevenir sintomas,
complicações e permitir diagnóstico e/ou
tratamento de doença secundária.
OBS: Avaliação da Evolução + Performance =
Elaboração do Plano Integral de Cuidados.
DIREITO x BARREIRA: ao mesmo tempo que
representa um direito pela resolução
nº41/2018. a CP parte de cuidados integrados
no SUS no qual ainda há barreiras conceituais.
PLANO: oferecer suporte que possibilite viver
tão ativamente quanto possível até o
momento da morte.
➔ Qualidade de Vida + Autonomia +
Dignidade.
➔ Promover alívio de dor/sintomas.
➔ Conhecimento específico: questões
medicamentosas, aspectos
psicossociais/espirituais no cuidado
(reconhecer e entender o sintoma
total).
SINTOMA TOTAL: dimensões do sofrimento.
SOFRIMENTO: qualquer experiência aversiva
(não necessariamente indesejada) e sua
emoção negativa correspondente. Geralmente
está associado com dor e infelicidade, mas
qualquer condição pode gerar sofrimento.
Assim, a doença gera a perda autonomia,
autoimagem, segurança, capacidade física,
poder aquisitivo, etc.
➔ Angústia, depressão e desesperança
que aumentam conforme a doença
avança.
➔ Importante integrar aspectos
psicológicos e espirituais no cuidado,
sendo necessário compreender o que é
sagrado para o paciente (desejos,
valores, preferências).
SOFRIMENTO FÍSICO: a fisioterapia deve
estar preparada para lidar com as principais
demandas.
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© Camilla Lopes
4. Possíveis Dilemas: referente ao Plano
Avançado de Cuidados (como deseja
ser cuidado) e Diretrizes Antecipadas
de Vontade que diz respeito a
manifestação de vontade de forma
antecipada, em relação aos cuidados e
tratamentos para momentos em que a
pessoa está incapacitada de se
manifestar.
OBS: abrange questões éticas para além da
bioética principialista (define a autonomia,
não-maleficência, beneficência e justiça),
sendo necessário aprofundar os estudos na
bioética protetiva (ferramentas teóricas e
práticas que visam entender, descrever e
resolver conflitos de interesses entre quem
tem os meios que o capacitam para realizar
sua vida e quem não os tem).
MITOS E DESINFORMAÇÃO:
➔ CP não aceleram nem adiam a morte.
➔ Medo da Morfina (subutilizada em
muitos lugares)
➔ Não é só para o câncer.
OBS: importante diferenciar os termos
eutanásia, distanásia, ortanásia, mistanásia e
kalotanásia.
UNIDADE DE CUIDADO: paciente, familiar e
cuidador que devem receber suporte até o
luto.
5. Qualidade de Morte no Brasil: A
demanda por cuidados paliativos
cresce rapidamente em países que não
estão preparados.
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6. Pacientes Elegíveis:
7. Avanços Legais:
➔ Portaria nº 874 (16/5/2013): Política
Nacional para Prevenção e Controle do
Câncer na RAS das pessoas com
doenças crônicas no SUS.
➔ Portaria nº 825 (25/4/2016): Redefine a
AD no âmbito do SUS.
➔ Portaria nº 2436 (21/9/2017): Política
Nacional de Atenção Básica no âmbito
do SUS.
➔ Resolução nº41 (31/10/2018): Comissão
Intergestores Tripartite que determina
as Diretrizes para organizar CP à luz
dos cuidados integrados, no âmbito do
SUS.
RESOLUÇÃO N° 41� Comissão Intergestores
Tripartite.
Dispõe sobre as diretrizes para a organização
dos cuidados paliativos, à luz dos cuidados
continuados integrados, no âmbito Sistema
Único de Saúde (SUS).
Art 5° CP devem ser ofertados em qualquer
ponto da RAS.
COMPETÊNCIAS INTERDISCIPLINARES:
I. Aplicar os constituintes centrais dos
cuidados paliativos, no ambiente próprio e
mais seguro para os doentes e famílias.
OBS: os princípios gerais dos cuidados
paliativos, de acordo com a OMS, são
- Fornecer alívio para dor e outros
sintomas estressantes;
- Reafirmar a vida e a morte como
processos naturais;
- Integrar os aspectos psicológicos,
sociais e espirituais ao aspecto clínico
de cuidado do paciente;
II. Aumentar o conforto físico durante as
TRAJETÓRIAS de doença dos doentes.
III. Atender às necessidades psicológicas,
sociais e espirituais dos doentes.
IV. Responder às necessidades dos cuidadores
familiares em relação aos objetivos do cuidar
a curto, médio e longo prazo.
V. Responder aos desafios da tomada de
decisão clínica e ética em cuidados paliativos.
VI. Implementar coordenação integral do
cuidar e trabalho de equipe interdisciplinar
em todos oscontextos.
VII. Desenvolver competências interpessoais
e comunicacionais adequadas aos cuidados
paliativos.
VIII. Promover o autoconhecimento e o
contínuo desenvolvimento profissional.
8. Competências do Fisioterapeuta:
FISIOTERAPEUTA GENERALISTA: prevenção
ou alívio de situações simples de sofrimento
físico, psicossocial ou espiritual.
FISIOTERAPEUTA ESPECIALISTA: prevenção
ou alívio de situações simples ou complexas
de sofrimento físico, psicossocial ou espiritual
de acordo com as áreas de atuação
específicas.
FISIOTERAPEUTA ESPECIALISTA EM CP:
prevenção ou alívio de situações simples ou
complexas de sofrimento físico, psicossocial
ou espiritual. Atuam nos serviços
especializados ou não em CP, incluindo o
matriciamento de outros profissionais.
9. Escalas de Avaliação:
ESCALA DE SINTOMAS DE EDMONTON:
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PALLIATIVE PERFORMANCE SCALE PPS:
desempenho e funcionalidade.]
ESCALA SPICT: indicação aos CP
(elegibilidade).
10. Metáfora do Iceberg:
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