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FILÓSOFOS IMPORTANTES Ulisses da Silva Gouveia Prof. Mauricio Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso de Logística (EMP1846 / 2) 23/03/2022 RESUMO Essa pesquisa tem como objetivo informar e/ou apresentar alguns filósofos importantes e suas contribuições a sociedade. 1. ARISTÓTELES (384-322 A.C.) Aristóteles foi um importante estudioso grego que nasceu em torno de 348 A.C. no norte da Grécia. O pensador foi o que chamamos de polímata, aquele que possui conhecimentos em diversas áreas do saber. Assim, seus escritos abordam a filosofia, política, ética, biologia, física, lógica e outros temas. Entretanto, se tornou mais conhecido como filósofo, sendo um discípulo de Platão. Considerado o primeiro cientista da história ocidental, Aristóteles deixou um grande legado que influenciou o pensamento e a ciência de gerações posteriores, se tornando um dos maiores nomes do Ocidente. Por isso, reunimos 12 frases de Aristóteles sobre a vida, educação, política, trabalho, felicidade e amor para trazer inspiração. 1. "O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra." Um trabalho sai muito melhor quando há prazer no processo. Ao fazer as coisas com má vontade, mesmo que sejamos responsáveis, a probabilidade de um resultado mal feito se torna bem maior. Por isso, o ideal é tentar encontrar satisfação nas ações que realizamos, mesmo as obrigatórias. 2. "Você nunca fará nada neste mundo sem coragem. É a melhor qualidade da mente ao lado da honra." A coragem é uma força interior essencial para conseguirmos percorrer os caminhos tortuosos da vida. O pensador sabia disso e afirma ser ela uma das qualidades mais importantes no ser humano. A citação traça um paralelo com uma frase do escritor brasileiro Guimarães Rosa no livro O Grande Sertão: veredas, em que afirma: A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. 3. "Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura." As grandes ideias normalmente surgem de mentes inquietas e excêntricas. Aristóteles reconhecia isso e parece valorizar certa "veia de loucura", um traço de originalidade e criatividade que impulsiona boas criações. 4. "O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete." O grande filósofo Sócrates afirmou "Só sei que nada sei". Aristóteles parte desse pressuposto para dizer que a sabedoria vem da capacidade de questionamento. Já a pessoa sensata reflete sobre as ideias antes de afirmá-las com paixão, pois tal atitude seria ignorância. 5. "Ter muitos amigos é não ter nenhum." É assim, quando se tem muitos amigos, mas a pessoa não consegue desenvolver relações de intimidade e confiança com eles, é como se ela estivesse sozinha, na realidade. É preferível ter poucos e bons amigos do que um excesso de relações superficiais. 6. "É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer." Diferente de seu mestre Platão, Aristóteles acreditava que a experimentação era mais importante que a teoria. Assim, nessa frase podemos observar de forma objetiva esse pensamento. Aqui, ele diz que o aprendizado se faz no processo. É possível dessa forma, encontrar uma antiga ideia que pode trazer calma e diminuir a ansiedade muitas vezes presente em nossas ações. 7. "A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces." Ao afirmar que a educação tem raízes amargas, Aristóteles diz que nem sempre o processo de aprendizado se dá de maneira confortável. Muitas vezes há dificuldade no processo, entretanto, por mais árduo que seja, colhemos ótimos resultados, levando uma sabedoria para o resto de nossas vidas. 8. "O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas sempre pensa tudo o que diz." Mesmo que não digamos tudo o que pensamos e sentimos, é necessário que tenhamos coerência com as palavras que dizemos. Nem sempre podemos ser totalmente transparentes, mas a honestidade e sabedoria consiste em ter uma comunicação verdadeira e sincera. 9. "Não somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência então não é um modo de agir, mas um hábito." Novamente Aristóteles traz a prática nessa afirmação como centro da ideia. Entretanto, aqui ele afirma que a mera repetição sem consciência não traz "perfeição", mas que devemos incluir na rotina as ações que devem ser aperfeiçoadas, se tornando parte de um hábito. 10. "Valor final da vida depende mais da consciência e do poder de contemplação, que da mera sobrevivência." Contemplar aqui significa admirar o nosso entorno sem esquecer de analisá-lo, observando com consciência e olhar atento as situações e acontecimentos que se apresentam. Para Aristóteles, esse espírito investigativo e contemplativo seria mais valioso do que a simples sobrevivência no mundo. 11. "Nosso caráter é o resultado da nossa conduta." O caráter se constrói a partir de nossos atos. O filósofo diz que são as atitudes que determinam a grandeza e integridade da pessoas. 12. "As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã." Já diz o ditado: "Nem tanto ao céu, nem tanto à terra". Ou seja, é preciso encontrarmos um equilíbrio em tudo na vida. Nessa citação, Aristóteles fala sobre o uso do dinheiro, trazendo uma reflexão sobre a importância de se ter saberdoria ao gastá-lo. 2. PLATÃO (427-347 A.C.) Platão (427-347 a.C.) foi um filósofo grego da antiguidade, considerado um dos principais pensadores da história da filosofia. Era discípulo do filósofo Sócrates. Sua filosofia é baseada na teoria de que o mundo que percebemos com nossos sentidos é um mundo ilusório, confuso. O mundo espiritual é mais elevado, eterno, onde o que existe verdadeiramente são as ideias, que só a razão pode conhecer. INFÂNCIA E JUVENTUDE Platão nasceu em Atenas, Grécia, provavelmente no ano 427 a.C. Pertencia a uma das mais nobres famílias de Atenas. Como todo aristocrata de sua época, recebeu educação especial, estudou leitura e escrita, música, pintura, poesia e ginástica Era excelente atleta, participou dos jogos olímpicos como lutador. Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas recebeu o apelido de “Platão”, que em grego significa “ombros largos”. Por tradição de família, Platão desejava dedicar-se à vida pública e fazer uma brilhante carreira politica, como descreveu em uma de suas muitas cartas. PLATÃO E SÓCRATES Desde cedo, Platão tornou-se discípulo de Sócrates, aprendendo e discutindo com esse filósofo os problemas do conhecimento do mundo e das virtudes humanas. Quando Sócrates foi condenado à morte sob a acusação de “perverter a juventude”, Platão desiludiu-se da política e resolveu voltar-se inteiramente para a filosofia. Sua amizade com Sócrates quase lhe custou a vida. Foi obrigado a deixar a cidade, retirou-se para Megara, onde conviveu com Euclides. Viajou por Cirene, Itália e Egito, entrando em contato com grandes mentalidades da época. Foram doze anos aprendendo, e criando sua própria filosofia. A ACADEMIA DE PLATÃO Quando regressou a Atenas, com a idade de 40 anos, abriu uma escola destinada à investigação filosófica que recebeu o nome de “Academia”, pela razão de se reunirem mestres e discípulos nos jardins de um rico cidadão chamado Academus. Mosaico da Academia de Platão (Museu Arqueológico, Nápoles) Os estudos realizados por Platão deram-lhe a formação intelectual necessária para formular as próprias teorias, aprofundando os ensinamentos de Sócrates. A fim de eternizar os ensinamentos do mestre, que não havia redigido nenhum livro, escreveu vários diálogos onde a figura principal é Sócrates, com isso tornou conhecido o pensamento de seu mestre. Em sua escola, Platão reunia-se com seus discípulos para estudar Filosofia e Ciências. No campo científico, dedicava-se especialmenteà Matemática e Geometria. Mas o que o filósofo procurava transmitir era principalmente uma profunda fé na razão e na virtude, adotando o lema de seu mestre Sócrates: “O sábio é o virtuoso”. Essa foi a preocupação máxima dos seus últimos anos, quando escreveu suas obras mais notáveis. Entre seus discípulos o que mais se destacou foi Aristóteles, que mesmo discordando do mestre, sofreu sua influência. Tal foi a influência de Platão, que a Academia subsistiu mesmo após a sua morte aos oitenta anos de idade. Quando em 529, o imperador romano Justiniano mandou fechar a Academia, junto com outras escolas não cristãs, a doutrina platônica já tinha sido amplamente difundida. Platão faleceu em Atenas, Grécia, no ano de 347 a.C. FILOSOFIA PLATÔNICA Para explicar seu pensamento filosófico, Platão escreveu em forma de diálogo, no livro VII da República, uma história famosa: “o mito da caverna”. Platão explica que a alma, antes de ficar aprisionada no corpo, habita o “mundo luminoso das ideias”, guardando apenas vagas lembranças dessa existência anterior. As ideias, para Platão, são objetos imutáveis e eternos do pensamento e servem para explicar a aquisição de conceitos, a possibilidade de conhecimentos e o significado das palavras. Dizia ele: “As coisas desfazem-se em pó e as ideias ficam”. Platão é também famoso por sua “teoria da anamnese” (reminiscência). De acordo com a qual, muitos de nossos conhecimentos não são adquiridos através da experiência, mas já conhecidos pela alma na ocasião do nascimento, uma vez que a experiência serve apenas para ativar a memória. A REPÚBLICA DE PLATÃO A “República” é uma das obras mais famosa de Platão, é uma descrição do paraíso terrestre. Nela, ele tentou criar o seu “Estado Ideal”, onde examinou quase todos os possíveis ângulos de visão. Descreveu um tratado sobre teoria política em que revela tanto tendências democráticas quanto totalitárias, defendendo o governo absoluto da sociedade pela classe dos filósofos ou sábios, onde deveria vigorar forte igualitarismo. Para Platão, a sociedade ideal seria dividida em três classes, levando em conta a capacidade intelectual de cada indivíduo: Agricultores, artífices e comerciantes - a primeira camada, mais presa às necessidades do corpo, seria encarregada da produção e distribuição de gêneros para toda a comunidade. Militares - a segunda classe, mais empreendedora, se dedicaria à defesa. Filósofos Governantes - a classe superior, mais capacitada para servir-se da razão, seria a dos intelectuais, que possuiriam também o poder político: assim os reis teriam de ser escolhidos entre os filósofos. OBRAS DE PLATÃO Cerca de trinta obras de Platão chegaram até nossos dias, entre elas: República (sobre a justiça e o Estado Ideal) Protágoras (sobre o ensinamento da virtude) Banquete (sobre o amor) Apologia de Sócrates (autodefesa de seu mestre diante dos juízes) Fédon (sobre a imortalidade da alma e sobre a doutrina das ideias) As Leis (uma nova concepção do Estado) 3. NIETZSCHE (1844-1900) Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo, escritor e crítico alemão que exerceu grande influência no Ocidente. Sua obra mais conhecida é “Assim Falava Zaratustra”. O pensador estendeu sua influência para além da filosofia, penetrando na literatura, poesia e todos os âmbitos das belas artes. Infância e Formação Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Röcken, na Alemanha, no dia 15 de outubro de 1844. Era filho, neto e bisneto de pastores protestantes. Com cinco anos de idade ele ficou órfão de pai, ficando aos cuidados da mãe, da avó e da irmã mais velha. Durante a juventude pretendia seguir o exemplo do pai e dedicou-se à leitura da Bíblia. Com 10 anos entrou para o Ginásio de Naumburgo, e com 14 anos recebeu uma bolsa de estudos de preparação para o clero. Destacou-se nos estudos religiosos, literatura alemã e estudos clássicos, porém começou a questionar os ensinamentos do Cristianismo. Friedrich Nietzsche formou-se em 1864 e continuou seus estudos em Teologia e Filologia Clássica, na Universidade de Bonn. Em 1865, transferiu-se para a Universidade de Leipzig, indicado pelo mestre Wilhelm Ritschl. Em 1867, Nietzsche foi convocado para o exército prussiano, quase morreu de uma queda de cavalo, e voltou para continuar seus estudos em Leipzig. Em 1869, com 25 anos, foi contratado pela Universidade da Basileia como catedrático de Filologia Clássica. Nessa época, compôs obras musicais à maneira de Schumann, fez amizade com Wagner e conheceu a filosofia de Schopenhauer. Em 1870, com a deflagração da Guerra Franco-Prussiana, pediu licença da universidade e retornou para o Exército. Nesse período, Nietzsche contraiu difteria e voltou para Basileia a fim de se restabelecer. PRIMEIRO LIVRO Em 1871, Nietzsche publicou seu primeiro livro, “O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música”. A segunda edição foi pulicada em 1875, com um adendo sobre "Helenismo e Pessimismo". Na obra, Nietzsche sustenta que a tragédia grega teria surgido da fusão de dois componentes: o apolíneo, que representava a medida e a ordem, e o dionisíaco, símbolo da paixão vital e da intuição. Em 1879, com a saúde abalada, com crises constantes de cefaleia, problemas de visão e dificuldade para falar, Nietzsche foi obrigado a se aposentar. ASSIM FALAVA ZARATUSTRA (1883) Em 1883, Nietzsche publicou “Assim Falava Zaratustra”, sua obra mais conhecida, de estilo bíblico e poético, entre o dos pré-socráticos e o dos profetas hebraicos, sob a máscara do lendário sábio persa. Na obra, estão as ideias-chaves do pensamento de Nietzsche: a ideia de Super-Homem, a ideia de Transmutação de Valores, a ideia de Espírito Senhoril e a ideia de Eterno Retorno. Que derrotariam a moral cristã e o ascetismo servil. ALÉM DO BEM E DO MAL (1886) Nietzsche fez da moral e da religião o alvo de seus combates, considerando sua guerra pessoal contra ambos sua maior vitória. Além do Bem e do Mal é o centro dessa guerra, o primeiro livro entre seus escritos negativos e negadores, conforme ele mesmo declara em seu “Ecce Homo” (1888), publicado postumamente. De um modo geral, na obra “Além do Bem e do Mal”, Nietzsche desenvolve uma verdadeira crítica da filosofia, da religião e da moral, apontando as congruências existentes entre elas. O ANTICRISTO Em 1888, Nietzsche iniciou a obra “O Anticristo”, que só foi publicada em 1895, na qual faz uma comparação com outras religiões, criticando com veemência a mudança de foco que o cristianismo opera, uma vez que o centro da vida passa a ser o além e não o mundo presente. ÚLTIMOS ANOS A fase criativa de Nietzsche foi interrompida em 03 de janeiro de 1889, quando sofreu um grave colapso nas ruas de Turim e perdeu definitivamente a razão. Ao ser internado na Basileia, foi diagnosticado com paralisia progressiva, provavelmente em consequência da sífilis. Quando um exemplar de sua obra-prima, "Assim Falou Zaratustra", foi colocado diante dele, leu-o durante alguns minutos e disse em seguida: "Não sei quem é o autor deste livro. Mas, pelos deuses, que pensador deve ele ter sido!". Friedrich Nietzsche faleceu em Weimar, Alemanha, no dia 25 de agosto de 1900. 4. DESCARTES (1596 - 1650) René Descartes (1596 - 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês. Autor da frase: "Penso, logo existo". É considerado o criador do pensamento cartesiano, sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna. Sua preocupação era com a ordem e a clareza. Propôs fazer uma filosofia que nunca acreditasse no falso, que fosse fundamentada única e exclusivamente na verdade. René du Perron Descartes nasceu em La Hayne, antiga província de Touraine, hoje Descartes, na França, no dia 31 de março de 1596. Seu pai, Joachim Descartes, era advogado e juiz, proprietário de terras,com o título de escudeiro, primeiro grau de nobreza. Era também conselheiro no Parlamento de Rennes na vizinha cidade de Bretanha. INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA René Descartes estudou no Colégio Jesuíta Royal Henry - Le Grand, que era estabelecido no castelo De La Flèche. Doado aos jesuítas pelo rei Henrique IV, era o colégio mais prestigiado da França, tinha com objetivo treinar as melhores mentes. Em 1615, formou-se em Direito pela Universidade de Poitiers, mas não exerceu a profissão. Decepcionado com o ensino, afirmava que só a matemática demonstrava aquilo que afirmava. Em 1617, René Descarte ingressou no exército do príncipe Maurício de Nassau, na Holanda. Estabeleceu contato com as descobertas recentes da Matemática estudando com o cientista holandês Isaac Beeckman. Aos 22 anos, começou a formular sua "geometria analítica" e seu "método de raciocinar corretamente". Descartes rompeu com a filosofia de Aristóteles, adotada nas academias. Em 1619, propôs uma ciência unitária e universal, lançando as bases do método científico moderno. Descartes tomou parte da Guerra dos Trinta Anos, combatendo sob as ordens de Tilly na Batalha do Monte Branco, em 1621. Regressou depois à França, onde empreendeu viagens pela Itália, Holanda e Espanha. De 1629 a 1649 permaneceu nos Países-Baixos. René Descartes realizou diversos trabalhos na área da filosofia, ciências e matemática. Relacionou a álgebra com a geometria, fato que fez surgir a geometria analítica e o sistema de coordenadas, conhecido hoje como “Plano Cartesiano”. Aperfeiçoou a álgebra, sugerindo notações mais simples, fez diversas descobertas no terreno da física e criou a teoria das refrações da luz através das lentes. PENSAMENTO CARTESIANO René Descartes fundou o sistema filosófico denominado “Racionalismo” ou “Pensamento Cartesiano” (o termo vem de Cartesius, nome alatinado de Descartes). Segundo ele, se o homem pretende investigar a verdade, deve examinar seu próprio intelecto, o conhecimento é o mesmo para todos os objetos e o universo espiritual, contém o universo cognitivo da coisa em si. Descartes parte do ponto de vista, de que a vida se deve duvidar, por princípio, de todas as opiniões recebidas. O fundamento de que parte não é outro senão a autoconsciência. O DISCURSO SOBRE O MÉTODO A principal obra de Descartes, "O Discurso Sobre o Método", é um tratado matemático e filosófico, publicado na França em 1637 e traduzida para o latim em 1656, na qual apresenta o seu método de raciocínio, "Penso, logo existo", base de toda a sua filosofia e do futuro "racionalismo científico". Nessa obra expõe quatro regras para se chegar ao conhecimento: Nada é verdadeiro até que venha a ser reconhecido como tal. Os problemas precisam ser analisados e resolvidos sistematicamente. As considerações devem partir do mais simples para o mais complexo. O processo deve ser revisto do começo ao fim para que nada importante seja omitido. René Descartes foi considerado o pai do racionalismo e ao mesmo tempo, o fundador da moderna metodologia da ciência em sentido crítico. Em 1649, foi convidado para trabalhar como instrutor da rainha Cristina na Suécia, já com uma saúde frágil. René Descartes faleceu em Estocolmo, na Suécia, no dia 11 de fevereiro de 1650. FRASES DE RENÉ DESCARTES: Penso, logo existo. Não é suficiente ter uma boa mente: o principal é usá-la bem. Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis. Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abri. Para examinar a verdade, é necessário, uma vez na vida, colocar todas as coisas em dúvida o máximo possível. René Descartes faleceu em Estocolmo, na Suécia, no dia 11 de fevereiro de 1650. OBRAS DE RENÉ DESCARTES Regras Para Orientação do Espírito, 1628 O Discurso Sobre o Método, 1637 Geometria, 1637 Meditações Sobre a Filosofia Primeira, 1641 Princípios da Filosofia, 1644 As paixões da Alma, 1649 5. KANT (1724-1804) Immanuel Kant (1724-1804) foi um filósofo alemão, fundador da “Filosofia Crítica” - sistema que procurou determinar os limites da razão humana. Sua obra é considerada a pedra angular da filosofia moderna. INFÂNCIA E FORMAÇÃO Immanuel Kant nasceu em Königsberg, na Prússia Oriental, então Império Alemão no dia 22 de abril de 1724. Filho de um artesão de descendência escocesa era o quarto de nove filhos. Passou grande parte de sua vida nos arredores de sua cidade natal. Dos pais luteranos recebeu uma severa educação religiosa. Na escola local estudou latim e línguas clássicas. Em 1740, com 16 anos, Kant ingressou na Universidade de Königsberg, como estudante de Teologia. Foi aluno do filósofo Martin Knutzen e se aprofundou no estudo da filosofia racionalista de Leibniz e de Christian Wolff. Mostrou interesse também por matemática e física. Em 1744 publicou um trabalho sobre questões relativas às forças cinéticas. Em 1746, após a morte do pai, trabalhou como preceptor o que lhe permitiu entrar em contato com a sociedade de Königsberg e ganhar prestígio intelectual. Mesmo fora da universidade não parou de estudar e dedicou-se à publicação de sua primeira obra filosófica, “Pensamento Sobre o Verdadeiro Valor das Forças Vivas” (1749). Em 1754, Kant retornou à universidade e após concluir os estudos universitários foi nomeado docente-livre. Lecionou Filosofia Moral, Lógica e Metafísica. Publicou diversas obras na área das Ciências Naturais e da Física. Finalmente, em 1770, Immanuel Kant ocupa a cátedra de Lógica e Metafísica na Universidade, cargo que exerceu até o fim de sua vida. PENSAMENTO FILOSÓFICO DE KANT O pensamento filosófico de Kant se distingue por três períodos distintos: Em seu período inicial, Kant sofreu a influência da filosofia de Leibniz e de Christian Wolff e na física de Newton, como fica evidente em seu trabalho: “História Geral da Natureza e Teoria do Céu”. No segundo período, gradativamente, Kant se deixou influenciar pela ética e pela filosofia empírica dos ingleses, sobretudo de David Hume. Segundo o próprio Kant, ele “despertou do sono dogmático.” Passou a adotar uma postura crítica ante a estreita correlação entre conhecimento e realidade. Nessa época publicou; “Sonhos de Um Visionário” (1766). No terceiro período, Kant desenvolveu a sua própria “Filosofia Crítica”, que começou, em 1770, com sua aula inaugural como professor de Filosofia, intitulada: “Sobre a Forma e Os Princípios do Mundo Sensível e Inteligente”, conhecida como “Dissertação”, quando ele estabeleceu as bases sobre as quais se desenvolveria sua obra filosófica. A FILOSOFIA DE KANT O sistema filosófico Kantiano foi concebido como uma síntese e superação das duas grandes correntes da filosofia da época: o “racionalismo” que enfatizava a preponderância da razão como forma de conhecer a realidade, e o “empirismo”, que dava primazia à experiência. Com Kant surge o “Racionalismo Crítico” ou “Criticismo”: sistema que procura determinar os limites da razão humana. Sua filosofia foi sintetizada em suas três obras principais: “Crítica da Razão Pura”, “Crítica da Razão Prática” e “Crítica do Juízo”. Com a publicação de “Crítica da Razão Pura” (1781), Kant tratou de fundamentar o conhecimento humano e fixar seus limites. Diante da questão: “Qual é o verdadeiro valor dos nossos conhecimentos?” Kant colocou a razão num tribunal para julgar o que pode ser conhecido legitimamente e que tipo de conhecimento não tem fundamento. Com isso pretendia superar a dicotomia racionalismo-empirismo. Kant condenava os empiristas (tudo que conhecemos vem dos sentidos) e, não concordava com os racionalistas (é errado julgar que tudo que pensamos vem de nós): o conhecimento deve constar de juízos universais, da mesma maneira que deriva da experiência sensível. Para sustentar essa contradição,Kant explica que o conhecimento é constituído de matéria e forma: “A matéria dos nossos conhecimentos são as próprias coisas e a forma somos nós mesmos”. O sistema filosófico kantiano é também conhecido como “Idealismo Transcendental”, que significa aquilo que é anterior a toda experiência. Dizia ele: "Chamo transcendental todo conhecimento que trata, não tanto dos objetos, como, de modo geral, de nossos conceitos a priori dos objetos”. Seus pensamentos formaram as bases para a teoria do conhecimento como disciplina filosófica, criando uma obra sistemática cuja influência marcou a filosofia posterior. CURIOSIDADES Immanuel Kant levava uma vida rigidamente metódica e cuidadosa, com horário rigoroso para, deitar, dormir, levantar, caminhar e fazer as refeições. Conta-se que o seu costume de dar um passeio vespertino e diário com seu cão o que levava os vizinhos a acertarem os relógios sempre que ele passava. O único dia em que Kant não saiu para o seu rotineiro passeio, pois estava absolvido com a leitura de Emílio, ou Da Educação, de Jean-Jacques Rousseau, despertou a atenção e curiosidade de seus vizinhos. OBRAS DE IMMANUEL KANT Pensamento Sobre Verdadeiro Valor das Forças Vivas (1749) História Universal da Natureza e Teoria do Céu (1755) O Único Argumento Possível da Existência de Deus (1763) Observação Sobre o Sentimento do Belo e do Sublime (1764) Crítica da Razão Pura (1781) Iluminismo Alemão (1784) Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785) Crítica da Razão Prática (1788) Crítica do Julgamento (1790) A Religião Nos Limites da Simples Razão (1793) A Paz Perpétua (1795) A Metafísica dos Costumes (1797) MORTE Immanuel Kant faleceu em Königsberg, Alemanha, no dia 12 de fevereiro de 1804. FILÓSOFOS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS 1. LEANDRO KARNAL (1963) Leandro Karnal é um intelectual formado em história que atua como professor e escritor. O pensador ajuda a divulgar conhecimento ministrando palestras e cursos Brasil afora, muitos desses vídeos são divulgados no youtube. O professor nasceu no dia 1 de fevereiro de 1963 em São Leopoldo (Rio Grande do Sul). ORIGEM Leandro Karnal é o terceiro filho de quatro do casal de classe média composto por Renato Karnal e Jacyr Karnal. O pai, que faleceu em 2010, era advogado, político e professor (de latim, inglês e português). FORMAÇÃO Católico praticante durante a infância e a juventude, Leandro chegou a frequentar o seminário para ser jesuíta e fez parte da sua formação na Companhia de Jesus. Posteriormente concluiu o curso superior de Filosofia na Unisinos. Aos 24 anos Karnal se mudou para São Paulo para estudar. Na capital paulista fez doutorado na USP e logo começou a dar aulas no Colégio FAAP. Leandro deu aulas no ensino fundamental, médio e superior em instituições públicas e privadas. Atualmente é professor de História da América no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH-Unicamp). FRASES DE LEANDRO KARNAL Facilidade é o nome que os vagabundos dão ao esforço alheio. A vida é muito curta para que se perca tempo numa existência medíocre. Felicidade é conservar energia para coisas que valem a pena. Pessoas elevadas falam de ideias; pessoas medianas falam de fatos; pessoas vulgares falam de pessoas. Eu gosto de dizer coisas que tirem as pessoas das zonas de conforto mentais. A solidão não quer dizer um isolamento, mas é a consciência que a minha dor é minha dor, e de fato ninguém é responsável pelo meu fracasso e ninguém é responsável pela minha felicidade. LIVROS PUBLICADOS Estados Unidos: a formação da nação (2001) Oriente médio (2002) História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas (vários autores) (2003) História dos Estados Unidos (2010) Conversas com um jovem professor (2012) Pecar e perdoar (2014) Felicidade ou morte (escrito com Clóvis de Barros Filho) (2016) Verdades e mentiras: ética e democracia no Brasil (vários autores) (2016) A detração: breve ensaio sobre o maldizer (2016) Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia (2017) Crer ou não crer: uma conversa sem rodeios entre um historiador ateu e um padre católico (escrito com Pr.Fábio de Melo) (2017) Diálogo de culturas (2017) Santos fortes: raízes do sagrado no Brasil (escrito com Luiz Estevam de Oliveira Fernandes) (2017) O mundo como eu vejo (2018) O que aprendi com Hamlet (2018) O dilema do porco espinho: como encarar a solidão (2018) O inferno somos nós: do ódio à cultura de paz (escrito com Monja Coen) (2018) O coração das coisas (2019) Felicidade: modos de usar (escrito com Cortella e Pondé) (2019) RELIGIÃO Leandro Karnal teve formação católica e durante a infância e a juventude foi praticante, tendo inclusive sido jesuíta e estudado filosofia na Companhia de Jesus. Mais tarde, acabou por se afastar da religião e passou a se identificar como ateu. YOUTUBE: CANAL PRAZER, KARNAL As palestras de Leandro Karnal podem ser vistas no youtube, o professor tem um canal oficial chamado Prazer, Karnal, onde divulga os seus vídeos. O primeiro vídeo do canal foi dedicado à visão do historiador sobre as religiões, confira: INSTAGRAM O instagram oficial do historiador é @leandro_karnal VIDA PESSOAL Leandro Karnal afirma ter tido duas relações estáveis (relações prolongadas sem casamento formal) e não tem filhos. 2. LUIZ FELIPE PONDÉ (1959) Luiz Felipe Pondé (1959) é um filósofo e ensaísta brasileiro. Um de seus livros mais conhecidos é “Guia Politicamente Incorreto da Filosofia” (2012). Luiz Felipe Cerqueira e Silva Pondé (1959) nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, no ano de 1959. Graduou-se em medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA), cursou filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e fez doutorado pela mesma instituição em parceria com a a Université Paris 8, em Saint-Denis na França. Recebeu título de Pós-doutor da Universidade de Tel Aviv em Israel. Luiz Felipe Pondé é professor da Faap e da PUC de São Paulo e assina uma coluna na Folha de São Paulo, onde ele aborda temas como comportamento, religião, ciências, entre outros temas. Pondé é autor das obras: “O Homem Insuficiente: Comentários de Psicologia Pascaliana” (2001), “Crítica e Profecia: Filosofia da Religião em Dostoiévski” (2003),“Conhecimento na Desgraça: Ensaio da Epistemologia Pascaliana“ (2004), “Do Pensamento no Deserto: Ensaio de Filosofia, Teologia e Literatura” (2009), “Contra um Mundo Melhor: Ensaios do Afeto” (2010) e “O Catolicismo Hoje” (2011). O filósofo publicou o livro “Guia Politicamente Incorreto da Filosofia” (2012), que entrou para a lista dos livros mais comentados e vendidos. Em 2013, publicou "A Filosofia da Adúltera" e em 2014, "A Era do Ressentimento". Segundo o autor "O ressentimento é uma forma de cegueira espiritual". A ideia e a filosofia de Pondé baseiam-se num certo pessimismo, na valorização das tradições religiosas ocidentais e no combate ao pensamento politicamente correto nos meios universitários. É uma das grandes revelações do pensamento conservador nos últimos 10 anos no Brasil. 3 .DJAMILA RIBEIRO (1980) Djamila Taís Ribeiro dos Santos é uma importante voz contemporânea em defesa dos negros e das mulheres. Filósofa, ativista social, professora e escritora, Djamila corajosamente denuncia a violência e a desigualdade social - principalmente contra negros e mulheres - tão características da sociedade brasileira. O seu livro Pequeno manual antirracista, que trata do racismo estrutural arraigado no Brasil, recebeu o prêmio Jabuti. A ativista nasceu em Santos, São Paulo, no dia 1 de agosto de 1980. DJAMILA É UMA FIGURA IMPORTANTE NO COMBATE AO RACISMO “O racismo estrutura a sociedade brasileira,e, assim sendo, está em todo lugar.” Corajosamente a ativista denuncia uma realidade brasileira cruel que muitas vezes passa despercebida e é naturalizada, como, por exemplo, o fato de, no Brasil, a cada 23 minutos um jovem negro ser assassinado. Esse número é impressionante se pensarmos que o país é aquele que contém a maior população negra fora da África (cerca de 54% da população brasileira é negra). Djamila traz à tona o racismo estrutural, que é herança dos tempos da escravidão e que condena, até os dias de hoje, a população negra a um determinado lugar social, com piores índices de desenvolvimento humano e fora dos espaços de poder. A ativista fala sobre um sistema social onde o Poder Judiciário, ao invés se manter isento, está profundamente relacionado com a polícia, muitas vezes favorecendo os militares e condenando jovens negros sem as devidas provas. Djamila nesse contexto desafia, por exemplo, a repensarmos enquanto sociedade as formações que são dadas aos policiais militares. A escritora sublinha na sua luta que em 1888 foi assinada a lei Áurea libertando homens e mulheres da escravatura depois de praticamente quatro séculos de escravidão, mas sem nenhum tipo de preocupação de como seria a inclusão dos negros na sociedade. Os antigos escravos foram marginalizados socialmente e, até hoje, colhemos os frutos desse tempo. As mulheres negras, por exemplo, após a abolição, foram destinadas ao trabalho doméstico (e hoje observamos o impressionante número de 6 milhões de mulheres empregadas domésticas negras no país, tendo a profissão só sido regulamentada em 2013). Para a escritora, a miscigenação no Brasil foi romanceada, o que levou muitos ingenuamente a acreditarem que não havia racismo no nosso país. O desafio de Djamila é justamente mostrar o preconceito racial que se encontra entranhado na sociedade brasileira e ajudar, de alguma forma, a combatê-lo, dando ferramentas para o grande público (re)pensar a sua postura social. O seu trabalho acadêmico, político e intelectual vai no sentido de apresentar a história para os brasileiros e motivá-los a praticarem políticas antirracistas no dia a dia. DJAMILA TAMBÉM É MILITANTE DA CAUSA FEMINISTA “A gente luta por uma sociedade em que mulheres possam ser consideradas pessoas, que elas não sejam violentadas pelo fato de serem mulheres.” Foi através da Casa de Cultura da Mulher Negra, em Santos, São Paulo, que Djamila se encontrou como feminista. Ela trabalhou na Casa no final da adolescência e lá se familiarizou com a luta pelas mulheres. Para Djamila, precisamos urgentemente repensar o feminismo no contexto brasileiro uma vez que os números são assustadores no nosso país: a cada cinco minutos uma mulher é agredida e a cada onze uma mulher é estuprada. Os casos de feminicídio têm ganhado cada vez mais visibilidade demonstrando que a violência de gênero é uma realidade também contemporânea. A luta da ativista é pela equiparação e pela equidade das mulheres, por exemplo, no mercado de trabalho. Trata-se também de uma batalha em nome da justiça social. Djamila reconhece que o rótulo feminismo abarca uma série de grupos com ideologias muito distintas e sublinha que, no seu caso, o que lhe interessa é dar visibilidade e ajudar a reduzir a questão da injustiça e da desigualdade de gênero. Uma das suas publicações - Quem tem medo do feminismo negro? - aborda as singularidades da discriminação contra as mulheres num contexto onde o preconceito racial também está presente. A VOCAÇÃO PARA O ATIVISMO FOI APRENDIDO EM CONTEXTO FAMILIAR A primeira formação política de Djamila foi aprendida em casa, ao lado do pai, que era um ativista do movimento negro. Militante, Joaquim José Ribeiro dos Santos ajudou a fundar o Movimento Comunista em Santos, e levou os filhos a muitos desses encontros do grupo. O debate sobre a questão racial sempre esteve presente, portanto, na criação de Djamila. O próprio nome da escritora foi retirado de um jornal da militância negra dos anos 70 chamado Nornegro. Formada em filosofia, com mestrado na mesma área, pela Universidade Federal de São Paulo, Djamila chegou a ser secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo em 2016. Atualmente a ativista é também colunista da Folha de São Paulo e da Elle Brasil, além de atuar como professora convidada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. DJAMILA PUBLICOU TRÊS LIVROS As obras lançadas pela ativista são: O que é lugar de fala? (2016) Quem tem medo do feminismo negro? (2018) Pequeno manual antirracista (2019) As suas obras também foram traduzidas para fora do país. Além dos livros publicados, Djamila criou o Selo Sueni Carneiro, que publicou livros de autores negros com preços mais acessíveis. Em termos editoriais, ela coordena a coleção Feminismos Plurais, da editora Pólen. DJAMILA JÁ RECEBEU PRÊMIOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS A primeira indicação a um prêmio aconteceu com a publicação do livro O que é lugar de fala?, que chegou a ser finalista do Prêmio Jabuti na categoria Humanidades. Em 2019, Djamila recebeu o Prêmio Prince Claus na categoria Filosofia, oferecido pelo Ministério das Relações Exteriores da Holanda reconhecendo a sua luta ativista. No ano a seguir, foi a vez de levar para casa o Prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas pelo livro Pequeno manual antirracista. FRASES DE DJAMILA RIBEIRO “É impossível não ser racista tendo sido criado numa sociedade racista. É algo que está em nós e contra o que devemos lutar sempre.” “É importante estarmos em todos os lugares. Estarmos contra a maré, no lado da resistência. Precisamos encontrar estratégias e conversar com um número maior de pessoas.” “Minha luta diária é para ser reconhecida como sujeito, impor minha existência numa sociedade que insiste em negá-la.” “Não basta só reconhecer o privilégio, precisa ter ação antirracista de fato. Ir a manifestações é uma delas, apoiar projetos importantes que visem à melhoria de vida das populações negras é importante, ler intelectuais negros, colocar na bibliografia.” “Não me interessa guardar para mim a reflexão se acredito na potência da transformação das mentalidades.” 4 . MARIO SERGIO CORTELLA (1954) Professor, escritor, e filósofo - Mario Sergio Cortella é um importante pensador brasileiro que há algumas décadas contribui não só no meio acadêmico como também procura popularizar as questões que estuda se comunicando com o grande público através do rádio, de programas de televisão, dos livros e do seu canal no youtube. Mario Sergio Cortella nasceu no dia 5 de março de 1954 em Londrina. O PROFESSOR É FORMADO EM FILOSOFIA COM ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO Em 1973 Mario Sergio ingressou no curso de Filosofia nas Faculdades Anchieta tendo se formado em 1975 em licenciatura. Durante a graduação foi monitor de Introdução à Filosofia e Introdução à Sociologia. Em 1989 concluiu o mestrado em Educação pela PUC-SP. O doutorado em Educação na PUC-SP foi finalizado em 1997 com a orientação de Paulo Freire. A CARREIRA DE MARIO SERGIO CORTELLA No início da carreira, Cortella deu aulas na disciplina de Ética Social para o curso de Ciências Sociais e, em 1976, foi chamado para ser professor-assistente de Metodologia Científica do Ciclo Básico da Medianeira. Após três anos de trabalho, virou professor titular da cadeira e deu aulas. Em 1977 foi para o Departamento de Teologia da PUC-SP lecionar, tendo permanecido na instituição durante 11 anos. No ano a seguir também deu aulas de filosofia para os últimos anos do ensino médio, essa foi a sua única experiência em escolas. Além da vida de sala de aula, o professor fez consultoria e assessoria nas áreas de Saúde e Educação. Foi contratado como Especialista em Educação para a Fundação Cenafor do MEC além de ter trabalhado para a Fundap.Em 1997 virou professor-convidado da Fundação Dom Cabral (Minas Gerais) e no mesmo ano foi aprovado no concurso para a PUC-SP. Nos anos a seguir atuou também atuou como professor-convidado na FGV. Entre 2008 e 2011 fez parte do Conselho Técnico Científico de Educação Básica da CAPES. COMO POLÍTICO FOI SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO O pensador desde muito cedo foi um militante político, tendo levado mais a sério essa vocação no ano de 1983, quando se tornou diretor da Associação de Professores da PUC-SP. Alguns anos mais tarde virou representante docente do Conselho de Administração e Finanças (1986/1988). Na sua breve passagem pela carreira política, atuou como chefe de gabinete (secretário- adjunto) na gestão de Luiza Erundina, em São Paulo, e substituiu Paulo Freire no cargo de secretário Municipal de Educação entre 1991 e 1992. A PRESENÇA NA MÍDIA É FREQUENTE DESDE OS ANOS 90 Em 1991 Cortella virou comentarista semanal de um programa na Rádio Globo de São Paulo. No ano a seguir se tornou comentarista semanal do jornal Record em Notícias, onde esteve dois anos no ar. Em 1995 começou a apresentar o programa mensal Diálogos Impertinentes, que foi exibido até 2006. Entre 1997 e 1999 atuou como entrevistador do programa Terceiro Milênio, na Rede Vida (depois o programa foi para a Rede Mulher). Nesse mesmo ano mediou o programa semanal Modernidade, da Tv Senac SP, onde se manteve como mediador até 2004. Em paralelo seguiu como comentarista de Educação no programa Primeiras Notícias da Rádio CBN. Entre 2000 e 2004 colaborou com uma coluna presente no caderno Equilíbrio, da Folha de São Paulo. No mesmo ano passou a escrever a coluna Panorâmica, da revista Educação. Em 2011 foi a vez de se tornar comentarista semanal no Jornal da Cultura (TV Cultura). No ano a seguir, virou colunista do Academia CBN e comentarista do programa Escola da Vida, na mesma rádio. Outra importante conquista para a sua visibilidade aconteceu em 2018, quando passou a ter o quadro No meio do caminho, às quartas-feiras, no Jornal da CBN Primeira Edição. Cortella fundou no youtube em agosto de 2015 o Canal do Cortella, onde regularmente divulga palestras e conteúdo autoral. LIVROS PUBLICADOS Descartes, a paixão pela razão (1988) A situação atual da Educação no Brasil (1990) A escola e o conhecimento (1998) Nos labirintos da moral (em parceria com Yves de La Taille) (2005) Não espere pelo epitáfio (2005) Não nascemos prontos! (2006) Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética (2007) Sobre a esperança: diálogo (2007) O que é a pergunta? (em parceria com Silmara Rascalha Casadei) (2008) Liderança em foco (em parceria com Eugenio Mussak) (2009) Filosofia e ensino médio: certos porquês, alguns senões e uma proposta (2009) Filosofia e ensino médio: livro do aluno (2009) O que a vida me ensinou: viver em paz para morrer em paz (2009) Política: para não ser idiota (em parceria com Renato Janine Ribeiro) (2010) Vida e carreira: um equilíbrio possível? (em parceria com Pedro Mandelli) (2011) Educação e esperança: sete reflexões breves para recusar o biocídio) (2011) Escola e preconceito: docência, discência e decência (em parceria com Janete Leão Ferraz) (2012) Vivemos mais! Vivemos bem? Por uma vida plena (em parceria com Terezinha Azerêdo Rios) (2013) Pensar bem nos faz bem! (2013) Ética e vergonha na cara! (em parceria com Clóvis de Barros Filho) (2014) Educação, escola e docência: novos tempos, novas atitudes (2014) Pensatas pedagógicas. Nós e a escola: agonias e alegrias (2014) Educação, convivência e ética: audácia e esperança! (2015) Por que fazemos o que fazemos? Aflições vitais sobre trabalho, carreira e realização (2016) Verdades e mentiras: ética e democracia no Brasil (com outros autores) (2016) A era da curadoria: o que importa é saber o que importa! (em parceria com Dimenstein) (2016) Basta de cidadania obscena! (com Marcelo Tas) (2017) Felicidade foi-se embora? (com Frei Betto e Leonardo Boff) (2017) Viver em paz para morrer em paz: se você não existisse, que falta faria? (2017) Família: urgências e turbulências (2017) Vamos pensar um pouco? Lições ilustradas com a Turma da Mônica (com Maurício de Sousa) (2017) AS FRASES MAIS FAMOSAS DE CORTELLA “O conhecimento serve para encantar pessoas, não para humilhá-las.” “Os verdadeiros amigos vêem seus erros e te advertem. Os falsos amigos vêem do mesmo modo os teus erros e os apontam aos outros.” “Emprego é fonte de renda, enquanto trabalho é fonte de vida.” “Reconhecimento é a melhor forma de estimular alguém.” “O fracasso não acontece quando se erra, mas quando se desiste face ao erro.” VIDA FAMILIAR Mario Sergio é o primeiro filho do casal composto por um bancário (Antonio) e uma professora (Emilia Cortella). Em 1967 a família saiu de Londrina porque Antonio foi transferido para São Paulo. Os filhos foram educados, portanto, em São Paulo. Em 1970, ainda jovem, Mario Sergio passou a frequentar a Ordem Carmelitana Descalça, colaborando nas missas da Igreja de Santa Terezinha. Dois anos mais tarde, devido à sua vocação religiosa, entrou para o convento de Carmelitas Descalças. Depois de ter se formado, em 1975, abandonou a vida religiosa que levava até então. Em 1977 nasceu o primeiro filho do educador, que recebeu o nome de André Sergio. Dois anos mais tarde, nasceu a primeira filha, Ana Carolina. Em 1983 veio ao mundo o último filho de Cortella, Pedro Gabriel. Mario Sergio Cortella foi avô pela primeira vez em 2013, com o nascimento da neta Anna Luisa. Dois anos mais tarde foi avô novamente, e em dose dupla, com a chegada dos netos Antonio e Rafael. 5. MIGUEL REALE (1910 - 2016) Miguel Reale (1910-2006) foi um jurista, filósofo e professor brasileiro. Tornou- se mundialmente conhecido com sua “Teoria Tridimensional do Direito”. Em 2002, coordenou e elaborou o novo Código Civil Brasileiro. Ocupou a cadeira n.º 14 da Academia Brasileira de Letras. Miguel Reale nasceu em São Bento do Sapucaí, São Paulo, no dia 6 de novembro de 1910. Filho do médico italiano Biagio Braz Reale e de Felicidade Chiaradia Reale, ainda menino, morou no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, onde cursou o ensino primário. FORMAÇÃO E CARREIRA Em 1922, mudou-se para São Paulo quando estudou no Instituto Médio Dante Alighieri, onde concluiu o ensino médio. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, bacharelando-se em 1934. Participou do Movimento Constitucionalista, que ocorreu em São Paulo, em 1932. Fez parte da Ação Integralista Brasileira, criada nesse mesmo ano. Publicou “O Estado Moderno” (1934) e “O Capitalismo Internacional” (1936). Em 1941 foi nomeado professor de Filosofia do Direito na Universidade de São Paulo. Publicou “Teoria do Direito e do Estado” (1941). Entre 1942 e 1946 foi membro do Conselho Administrativo do Estado de São Paulo. Em 1947 foi nomeado Secretário de Justiça do Estado. Na época, criou a primeira “Assessoria Técnico-Legislativa do Brasil”, para racionalizar os serviços legislativos. Em 1949, Miguel Reale fundou o “Instituto Brasileiro de Filosofia”, do qual foi presidente. Nesse mesmo ano, foi nomeado reitor da Universidade de São Paulo. Em 1951, Reale fundou a Revista Brasileira de Filosofia. Em julho de 1951 chefiou a delegação do governo Brasileiro junto a Conferência da Organização Internacional do Trabalho, em Genebra. Em 1952 publicou “A Doutrina de Kant no Brasil” e em 1954 “Filosofia do Direito”. Nesse mesmo ano fundou a “Sociedade Interamericana de Filosofia”, da qual foi duas vezes presidente. Chefiou a delegação brasileira que participou dos Congressos Interamericanos de Filosofia em Santigo (1957), Washington (1959), Buenos Aires (1961) eQuebec, Canadá (1967). Foi relator especial dos XII, XIII e XIV Congressos Internacionais de Filosofia realizados em Veneza, México e Viana. Foi vice-presidente de uma das sessões plenárias do XV Congresso Internacional de Filosofia realizado na Bulgária. TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO Em 1940, Miguel Reale publicou importantes obras: “Teoria do Direito e do Estado” e “Fundamentos do Direito”, nas quais lançou as bases para sua “Teoria Tridimensional do Direito”. A “Teoria Tridimensional do Direito” ou “Teoria Integral do Direito” só foi elabora em 1968, e apresentava uma forma revolucionária e inovadora de se abordar as questões da Ciência Jurídica. Para Reale, o Direito se compõe da conjunção de três concepções: A sociológica - associada aos fatos e à eficácia do direito. A axiológica – associada aos valores e aos fundamentos do direito. A normativa – associada às normas e à vigência do direito. Dessa forma, em linhas gerais todo fato (ação, acontecimento) possui um valor (aspecto axiológico) e para tal uma determinada norma jurídica. OUTRAS ATIVIDADES No ano seguinte seria convidado pelo presidente Costa e Silva, para fazer parte da comissão revisora da Constituição de 1967, o que resultou na emenda número 1 da Constituição. Entre 1969 e 1973 assumiu a Reitoria da USP e implantou a reforma universitária. Em 1975 foi nomeado para a cadeira n.º 14 da Academia Brasileira de Letras. Em 1974, Reale foi nomeado, pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, para o Conselho Federal de Cultura, cargo que exerceu durante 15 anos. Publicou “Experiência e Cultura” (1977) e “Paradigmas da Cultura Contemporânea” (1996). Em 2002, coordenou e elaborou o novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor no ano seguinte. TÍTULOS Miguel Reale recebeu diversos títulos honoríficos, entre eles, Doutor Honoris Causa das Universidades de Lisboa, de Coimbra, de Gênova, da Universidade Federal de Pernambuco, da Universidade Católica de Campinas, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade do Chile. Miguel Reale era pai do também jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Miguel Reale faleceu em São Paulo, São Paulo, no dia 14 de abril de 2006. REFERÊNCIAS https://www.ebiografia.com/filosofos_mais_importantes/ https://www.ebiografia.com/filosofos_mais_importantes/
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