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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V:
Contencioso Eleitorais e Temas Correlatos
Brasília
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2019
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2019
Eixo Tem
ático V: Contencioso Eleitorais e Tem
as Correlatos
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DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V:
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
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DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V:
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
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© 2019 Tribunal Superior Eleitoral 
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a autorização expressa dos autores.
Secretaria de Gestão da Informação 
SAFS, Quadra 7, Lotes 1/2, 1º andar 
Brasília/DF – 70070-600
Telefone: (61) 3030-9225 
Secretário-Geral da Presidência 
Estêvão Waterloo 
Diretor-Geral da Secretaria do Tribunal
Anderson Vidal Corrêa
Secretária de Gestão da Informação 
Zélia Oliveira de Miranda
Coordenadora de Editoração e Publicações
Renata Motta Paes 
Responsáveis pelo conteúdo
Grupo de Trabalho para a Sistematização das Normas Eleitorais (GT-SNE) – EIXO V: Roberta Maia Gresta 
(coordenadora), Ângelo Soares Castilhos e Michelle Pimentel Duarte
Produção editorial e diagramação
Seção de Editoração e Programação Visual (Seprov/Cedip/SGI)
Capa e projeto gráfico 
Leandro Morais e Rauf Soares
Revisão e normalização
Harrison da Rocha, Patrícia Jacob e Rayane Martins
Impressão e acabamento 
Seção de Serviços Gráficos (Segraf/Cedip/SGI) 
As ideias e opiniões expostas neste volume são de responsabilidade exclusiva dos autores e podem não refletir 
a opinião do Tribunal Superior Eleitoral.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Tribunal Superior Eleitoral – Biblioteca Professor Alysson Darowish Mitraud
Brasil. Tribunal Superior Eleitoral.
 Sistematização das normas eleitorais [recurso eletrônico] : eixo temático V : contencioso eleitoral e 
temas correlatos / Tribunal Superior Eleitoral. – Brasília : Tribunal Superior Eleitoral, 2019. 
 215 p. – (Coleção SNE ; 6)
Responsáveis pelo conteúdo: Grupo de Trabalho para a Sistematização das Normas Eleitorais 
 (GT-SNE) – EIXO V: Roberta Maia Gresta (coordenadora), Ângelo Soares Castilhos e Michelle Pimentel 
 Duarte. 
Modo de acesso: tse.jus.br/legislacao/sne/sistematizacao-das-normas-eleitorais
Disponível, também, em formato impresso.
ISBN 978-85-54398-13-2 (coleção). – ISBN 978-85-54398-28-6 (v. 6)
1. Legislação eleitoral – Análise – Relatório – Brasil. 2. Direito eleitoral – Legislação – Brasil. 
3. Processo eleitoral – Legislação – Brasil. I. Brasil. Tribunal Superior Eleitoral. Grupo de Trabalho para 
a Sistematização das Normas Eleitorais. II. Título. III. Série. 
CDD 342.810 7
CDU 342.8(81)
Bibliotecária: Sabrina Ruas Lopes – CRB-1/1865
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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
Presidente
Ministra Rosa Weber
Vice-Presidente
Ministro Luís Roberto Barroso
Ministros
Ministro Edson Fachin
Ministro Jorge Mussi
Ministro Og Fernandes
Ministro Luis Felipe Salomão
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Ministro Sérgio Banhos
Procurador-Geral Eleitoral
Augusto Aras
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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
Coordenador-Geral do GT-SNE
Ministro Luiz Edson Fachin
Conselho Consultivo do GT-SNE
Ministro Og Fernandes
Coordenação Executiva do GT-SNE
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Juiz Auxiliar Nicolau Konkel Junior
Polianna Pereira dos Santos
Elaine Carneiro Batista
Gabriel Menezes Figueiredo
Eron Júnior Vieira Pessoa
Diego Messina Felisbino
Frederico Alvim
Diogo Cruvinel
Coordenadores dos Eixos Temáticos
João Andrade Neto (Eixo I)
Carlos Bastide Horbach (Eixo II)
Alexandre Basílio Coura (Eixo III)
Denise Goulart Schlickmann (Eixo IV)
Roberta Maia Gresta (Eixo V)
Luiz Carlos dos Santos Gonçalves (Eixo VI)
Lara Marina Ferreira (Eixo VII)
Jaime Barreiros Neto (Eixo VIII)
Secretaria-Geral do GT-SNE
Flávio Pansieri
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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
SUMÁRIO
Prefácio ................................................................................................................................................................ 7
Apresentação....................................................................................................................................................11
Objetivos do relatório final ..........................................................................................................................11
Informações gerais ao público ....................................................................................................................12
1. Lei Complementar nº 64/1990 ................................................................................................................13
2. Lei nº 9.504/1997 .........................................................................................................................................63
3. Código Eleitoral ...........................................................................................................................................81
4. Código de Processo Civil ..........................................................................................................................98
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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
Prefácio
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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
Prefácio
O sexto volume da coleção Sistematização das Normas Eleitorais apresenta altos estudos 
coordenados pela eminente doutora Roberta Maia Gresta em torno do contencioso eleitoral e 
de temas a ele correlatos. No âmbito desta investigação, as aporias e as antinomias presentes no 
ordenamento eletivo pátrio foram alvo de judiciosos apontamentos e de profundas reflexões 
críticas, sempre à luz de exigências constitucionais concernentes ao devido processo legal e à 
fundamentalidade própria do catálogo das prerrogativas políticas.
No exame da legislação eleitoral, foram escrutinados 528 dispositivos legais (entre artigos, 
parágrafos, incisos e alíneas), constantes do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965), da Lei das 
Eleições (Lei nº 9.504/1997), da Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar nº 64/1990) e do 
Código de Processo Civil (CPC) (Lei nº 13.105/2015). Paralelamente, com acentuada abrangência, 
o esforço analítico se estendeu ainda sobre regras adicionais, constantes de súmulas, resoluções, 
códigos anotados e manuais de instruções produzidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não 
sendo poucas as oportunidades em que os complexos desdobramentos do Direito posto foram 
iluminados por cirúrgicos comentários científicos e oportunas menções à jurisprudência vigente. 
Ao longo do processo, o Grupo de Trabalho (GT) recebeu 11 contributos provenientes 
da comunidade jurídica, tanto pelo canal eletrônico disponibilizado no sítio oficial da Corte 
Superior quanto por ocasião das audiências públicas realizadas nas cidades de Brasília, São 
Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Excluídas as contribuições envolventes de propostas de 
alteração legislativa, estranhas ao escopo específico do GT, as sugestões externas foram, todas, 
cuidadosamente avaliadas e, eventualmente, incorporadas ao relatório final, com o devido 
registro dos créditos. 
No que tange à orientação metodológica, os trabalhos foram desenvolvidos a partir do 
preenchimento de tabela formada por quatro colunas destinadas, respectivamente, aos seguintes 
apontamentos: (i) dispositivo legal analisado; (ii) questão suscitada (extração de possíveis dúvidas, 
antinomias, inconsistências ou incompatibilidades da regra sob exame frente a outras normas 
da legislação eleitoral); (iii) diagnóstico preliminar(contextualização dos dilemas suscitados, a 
compor um “estado da arte” da temática em xeque); e (iv) sugestão de encaminhamento (oferta de 
subsídios para a atividade hermenêutica, incluindo intelecções para a concretização da aplicação 
supletiva e subsidiária do CPC/2015 no contexto das ações eleitorais). 
Em virtude da destacada amplitude do tema enfrentado, o GT decidiu por desenvolver 
recorte dedicado a questões mais urgentes e de maior relevo. Dentro desse panorama, 
enfrentou verticalmente os mais complexos temas afetos à processualística eleitoral, tecendo, 
de fato, “autópsia” completa, segmentada em três eixos principais: (i) em primeiro lugar, o 
quadro das inelegibilidades do art. 1º da LC nº 64/1990 e seus efeitos processuais; (ii) adiante, 
os dispositivos processuais da Lei das Eleições; (iii) finalmente, os institutos do CPC/2015 aptos 
a ensejar “procedimentalização democrática” das ações eleitorais (normas fundamentais, 
partes, intervenção de terceiros, tutela provisória, direito probatório, sistema de precedentes, 
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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
recursos e cumprimento de sentença). Ao final, apura-se deste esmerado engenho intelectual 
a oferta de excelentes caminhos para a compreensão teórica e para o equacionamento técnico 
do estatuto das inelegibilidades e do sistema de análise de candidaturas, assim como das ações 
e das representações eleitorais.
O trabalho em evidência colige, enfim, muitas das mais significativas incógnitas e 
vicissitudes que, por distintas razões, depreciam a legitimidade, a democraticidade, a clareza, 
a segurança e a própria eficácia do processo eleitoral contemporâneo. Leitura imperativa, 
pois, para todos os que operam, pensam e elaboram o intrincado território de regulação das 
competições políticas, na medida em que urge adotar, na linha da presente proposta, técnicas 
compatíveis com uma cultura de precedentes democrática, enfrentando tanto o desafio geral 
do modelo decisório brasileiro quanto o desafio específico das constantes mudanças operadas 
no regramento eleitoral.
Com efeito, questões essenciais como a convencionalidade da Lei da Ficha Limpa, a 
constitucionalidade de normas supressoras da capacidade eleitoral passiva, a contagem de prazos 
de inelegibilidade e a superveniência de hipóteses alteradoras de status dos direitos políticos em 
registros de candidatura somam-se a indagações processuais da mais alta relevância, como 
a possível mudança de paradigma no procedimento adotado para o processamento da ação de 
impugnação de mandato eletivo, o cabimento da decisão de saneamento do processo em sede de 
ações eleitorais e a observância do dever de fundamentação qualificada (art. 489, § 1º, CPC/2015), 
tudo em combinação para formar, cum grano salis, um conjunto extraordinário e habilidoso 
de soluções prospectivas, perspicaz também quando avança sobre o CPC/2015, para discutir 
importações e prováveis influxos do novo diploma sobre a dinâmica do contencioso eletivo. 
Assim também é que alguns princípios processuais como juiz natural, inafastabilidade da 
jurisdição, proteção da confiança, estabilização da demanda e institutos como o litisconsórcio, a 
intervenção de terceiros e o amicus curiae, tal como a fase de cumprimento de sentença, passam – 
com certo ineditismo – a ser perspectivados diante das peculiaridades das ações eleitorais, o mesmo 
ocorrendo com o regime de aplicação do direito sumular e com o incidente de resolução de demandas 
repetitivas, apenas para citar alguns exemplos, cabendo destacar, mais, que o aproveitamento dos 
mecanismos compatíveis se encontra ao alcance do poder regulamentar do TSE, tendo em vista que 
as indagações partem da aplicação supletiva e subsidiária determinada pelo art. 15 do CPC/2015.
Em definitivo, por tudo o que aqui se apresenta, é dado afirmar, sem risco de exagero, que 
este volume veicula relatório notável, digno do brilhantismo de seus criadores e, sobretudo, da 
proeminência do magno objeto que lhe é subjacente. Se a transparência do processo eleitoral 
tem como pressuposto a máxima clareza de suas normas e de seus procedimentos, é certo que 
as páginas seguintes restauram, como “lama asfáltica”, trechos acidentados do “pavimento” 
pelo qual conduzimos, incansavelmente, a tal democracia.
Frederico Alvim
Gabinete do Ministro Edson Fachin
Tribunal Superior Eleitoral
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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
RELATÓRIO FINAL 
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e 
Temas Correlatos 
(Grupo de Trabalho criado pela 
Portaria-TSE nº 115 de 13 de fevereiro de 2019)
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SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
Apresentação
A tabela a seguir sintetiza o estudo final da legislação eleitoral pertinente aos contencioso 
eleitoral, registro de candidatura, Drap, elegibilidade e inelegibilidade e aplicação do Código de 
Processo Civil (CPC/2015) no âmbito da Justiça Eleitoral. A tabela apresenta quatro colunas. 
A primeira foi reservada à identificação do dispositivo legal analisado. Na segunda, nomeada 
questão suscitada, procurou-se fomentar debates sobre o dispositivo analisado, perpassando 
o cotejo não só com a legislação, mas também com a jurisprudência e com as normas 
regulamentares do TSE. Na terceira, diagnóstico, mostra-se, tanto quanto possível, o “estado 
da arte” sobre a questão suscitada. Por fim, na quarta coluna, apresenta-se a sugestão de 
encaminhamento elaborada pelo Grupo de Trabalho (GT), como fruto das discussões internas e 
da análise das contribuições da comunidade jurídica.
Deve-se destacar que os encaminhamentos propostos, observando os limites do projeto de 
Sistematização de Normas Eleitorais, não avançam para proposições de reformas legislativas. As 
sugestões são adstritas ao âmbito científico, no qual são cotejadas possibilidades de soluções de 
aporias e de antinomias em favor do devido processo legal e da fundamentalidade dos direitos 
políticos; e ao regulamentar, no qual, a partir de direcionamento da Comissão Executiva, 
oferece-se subsídios para concretização da aplicação supletiva e subsidiária do CPC/2015 às 
ações eleitorais.
A amplitude do tema deste eixo temático exigiu a realização de recorte metodológico com 
ênfase para as questões de maior relevo. Esse recorte abrangeu a análise: 1) das inelegibilidades 
do art. 1º da Lei Complementar (LC) nº 64/1990 e seus efeitos processuais; 2) dos dispositivos 
processuais da LC nº 94/1990, da Lei nº 9.504/1997 e do Código Eleitoral; 3) de institutos do 
CPC/2015 de mais premente aproveitamento para a procedimentalização democrática das 
ações eleitorais. 
Da interseção desses temas, surge a oferta de vias de compreensão teórica e de 
equacionamento técnico da dinâmica das inelegibilidades, do registro de candidatura e das 
ações sancionatórias eleitorais. Com isso, espera-se contribuir para o objetivo geral que dá 
nome ao projeto: a sistematização das normas eleitorais – tarefa de adensamento científico 
que, sem avançar sobre a competência de órgãos legislativos e jurisdicionais, pode contribuir, 
pela reflexão crítica, com o aprimoramento da atuação de tais órgãos.
Objetivos do relatório final
O objetivo principal deste trabalho é fornecer diagnósticos e sugerir diretrizes de construção 
das soluções para as questões que inter-relacionem os temas do GTV, como substrato para a 
discussão acadêmica e jurisprudencial em matéria de inelegibilidade e de contencioso eleitoral.
Em função do recorte metodológico, em especial em relação ao CPC/2015, a tabela a seguir 
não se pretende exaustiva. Sob esse ângulo, os objetivos específicos do estudo apresentado são: 
SISTEMATIZAÇÃO
DAS NORMAS ELEITORAIS
Eixo Temático V: 
Contencioso Eleitoral e Temas Correlatos
12
1) apresentar propostas de aplicação das normas eleitorais sobre inelegibilidade que solucionem 
aporias e antinomias a partir da premissada fundamentalidade do direito à elegibilidade; 
2) apresentar propostas de aplicação das normas eleitorais procedimentais em conformidade 
com a premissa do devido processo legal e em atenção à determinação legal de aplicação 
subsidiária e supletiva do CPC/2015; 3) viabilizar o encaminhamento das discussões quanto a 
possível revisão da Resolução-TSE nº 23.478/2015.
Informações gerais ao público
Este relatório final do Grupo de Trabalho V – Eixo Temático: Contencioso Eleitoral e Temas 
Correlatos foi elaborado pela Coordenadora Roberta Maia Gresta, com contribuição de Michelle 
Pimentel Duarte (colaboração na atualização do Manual ASE, em litisconsórcio necessário e em 
comunicação de atos processuais) e Ângelo Soares Castilhos (colaboração em cumprimento de 
sentença, ação rescisória e recursos). O cunho do trabalho é estritamente científico, de modo 
que não pode ser tomado como posição institucional do Tribunal Superior Eleitoral. 
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Relatório Final
GRUPO V
Contencioso eleitoral; registro e Drap; elegibilidade e inelegibilidade; aplicação do Código de Processo Civil (CPC/2015)
1. Lei Complementar nº 64/1990 
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
Art. 1º São inelegíveis: Controle de constitucionalidade material 
das inelegibilidades previstas neste 
artigo. Impacto do art. 23, item 2, da 
Convenção Americana de Direitos 
Humanos (CADH) como filtro de 
adequação e proporcionalidade das 
causas legais de inelegibilidade à 
proteção dos bens jurídicos previstos no 
art. 14, § 9º, da CF/1988.
O STF reconhece o status supralegal 
dos tratados e convenções 
internacionais ratificados sem a 
observância do art. 5º, § 3º, da CF/1988 
(precedentes para edição da Súmula 
Vinculante nº 25, segundo a qual “é 
ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade de 
depósito”. Julgamento da ADI nº 5.240, 
em 20.8.2015, a qual reafirma que 
“tratados e convenções internacionais 
com conteúdo de direitos humanos, 
uma vez ratificados e internalizados, 
ao mesmo passo em que criam 
diretamente direitos para os indivíduos, 
operam a supressão de efeitos de 
A LC nº 64/1990 é anterior à promulgação 
da CADH pelo Decreto nº 678 (6.11.1992). 
Também anterior a esta é o julgamento do 
Recurso Extraordinário (RE) nº 129.392/
DF (17.6.1992). No entanto, deste 
julgamento se colhe a primeira leitura do 
art. 14, § 9º, da CF/1988 como parâmetro 
de controle de constitucionalidade material 
de causa legal de inelegibilidade e que 
foi exercido tomando-se outro dispositivo 
normativo para estabelecer a adequação 
e proporcionalidade à proteção dos bens 
jurídicos. No caso referido, o recorrente 
alegou que a alínea g do inciso I do art. 1º 
da LC nº 64/1990 (inelegibilidade 
por rejeição de contas públicas) era 
inconstitucional em face do art. 15, V, 
e do art. 37, § 4º da CF/1988, porque 
acarretaria suspensão de direitos políticos 
por improbidade administrativa à margem 
da condenação com fundamento em lei 
de improbidade (publicada dias antes do 
julgamento do Recurso Extraordinário 
(RE) nº 129.392/DF). Conforme tese 
prevalecente, “o abuso do exercício 
Aprofundamento dos estudos: 
pesquisa teórica, com ênfase no 
Direito Comparado, que avalie a 
aplicação do art. 23, item 2, da CADH 
como parâmetro de adequação e 
proporcionalidade de causas legais 
de inelegibilidade; pesquisa empírica 
voltada para avaliar o impacto da 
LC nº 135/2010 na preservação 
dos bens jurídicos cuja proteção é 
constitucionalmente indicada como 
finalidade das causas de inelegibilidade.
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(Continuação)
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
outros atos estatais infraconstitucionais 
que se contrapõem à sua plena 
efetivação” (voto do Min. Luiz Fux). 
A mesma CADH que, examinada, levou 
à fixação da tese da supralegalidade 
dispõe em seu art. 23, item 2, acerca 
dos direitos políticos, que “a lei pode 
regular o exercício dos direitos e 
oportunidades a que se refere o inciso 
anterior, exclusivamente por motivos de 
idade, nacionalidade, residência, idioma, 
instrução, capacidade civil ou mental, ou 
condenação, por juiz competente, em 
processo penal”.
Por outro lado, a CF/1988, em seu art. 14, 
§ 9º, autoriza a lei complementar a criar 
causas de inelegibilidade destinadas a 
“proteger a probidade administrativa, a 
moralidade para exercício de mandato 
considerada vida pregressa do candidato, 
e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do poder 
econômico ou o abuso do exercício 
de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta”. 
A questão que se coloca é se a disposição 
da CF/1988 (norma superior) neutraliza 
a norma da CADH, que lhe é inferior, ou 
se esta, por ser superior à norma legal 
oriunda de lei complementar, teria 
por efeito apor um critério de seleção 
das restrições admissíveis para a 
tutela dos bens jurídicos cuja proteção 
a CF/1988 reclama.
de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta que é 
causa de inelegibilidade é o que contém 
a nota de improbidade exigida pelo 
parágrafo 4º, do art. 37, da Constituição”. 
Veja-se que essa tese foi positivada pela 
LC nº 135/2010, com o acréscimo “que 
configure ato doloso de improbidade 
administrativa”.
No entanto, não se verificou uma 
tendência a esse tipo de análise – nem 
mesmo tendência à provocação do 
controle de constitucionalidade material 
das causas legais de inelegibilidade 
(exceção que confirma a regra é a 
modificação de entendimento sobre a 
incidência da alínea p: de aplicação 
meramente matemática em 2012, pela 
qual qualquer excesso de doação 
acarretava a inelegibilidade, chegou-se, 
a partir de 2014, ao entendimento de 
que “somente doações que representam 
quebra da isonomia entre os candidatos, 
risco à normalidade e à legitimidade do 
pleito ou que se aproximam do abuso 
do poder econômico podem gerar a 
causa de inelegibilidade prevista nesta 
alínea” – RO nº 534-30, de 16.9.2014.
Destaca-se que a procedência das 
ADCs nºs 29 e 30 redundou, conforme a 
ementa do acórdão, na declaração 
de constitucionalidade das hipóteses 
de inelegibilidade instituídas pelas 
alíneas c, d, f, g, h, j, m, n, o, p e q 
do art. 1º, inciso I, da LC nº 64/1990, 
introduzidas pela LC nº 135/2010, mas tal
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(Continuação)
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
se refere sobretudo à retrospectividade 
dos novos prazos e das novas causas 
de inelegibilidade. Ademais, as alíneas 
e e L foram destacadas no voto de 
relatoria, que propunha a interpretação 
conforme para possibilitar a “detração” de 
período de inelegibilidade cumprido entre 
a condenação colegiada e o trânsito 
em julgado. Em algumas passagens 
dos votos dos ministros, há exame 
propriamente da constitucionalidade 
material, variando as alíneas examinadas 
e a amplitude desse exame, mas não 
se chegou a enunciar, ao final do 
julgamento, consenso a respeito.
Desse modo, entende-se que 
remanesce aberta a discussão sobre 
a constitucionalidade material das 
causas de inelegibilidade do artigo 
legal em análise e, particularmente, o 
enfrentamento do impacto da norma 
supralegal (art. 23, item 2, CADH) 
como eventual critério de adequação 
e proporcionalidade da imposição 
de inelegibilidade como meio para 
resguardar a probidade administrativa, 
a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do 
candidato, e a normalidade e legitimidade 
das eleições contra a influência do poder 
econômico ou o abuso do exercício 
de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta.
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(Continuação)
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
I - para qualquer cargo: Momento de aferição das 
inelegibilidades (art. 11, § 10 da Lei 
nº 9.504/1997) versus registro de 
código ASE 540 (inelegibilidade) no 
Cadastro Eleitoral
Conforme decidido pelo STF em sede 
de controle concentrado de 
constitucionalidade (ADC nºs 29, 30 e ADI 
nº 4578), “a elegibilidade é a adequação 
do indivíduo ao regime jurídico – 
constitucional e legal complementar – 
do processo eleitoral” (ementa) e seus 
“requisitos devem ser aferidos em um 
momento único, como garantia da isonomia 
entre todos os postulantes à candidatura, 
e esse momento é e deve ser o do ato do 
registro da candidatura (§ 10, do art. 11, da 
Lei nº 9.504/1997). Esse deve ser o marco 
temporal único, pois somente assim se 
colocam em patamar de igualdade todos os 
postulantes” (voto condutor, Min. Luiz Fux). 
Todavia, o Manual ASE (Provimento-CGE 
nº 6/2009) conserva, de momento anterior 
ao julgamento referido, orientações 
sobre o ASE 540, para registro de 
ocorrência de inelegibilidade.
O exame das orientações relativas ao 
ASE 540, extraídas do Manual ASE, 
da Corregedoria-Geral Eleitoral (CGE), 
sugere incongruências:
1. Na denominação “inelegibilidade”, 
a finalidade descrita é a de “identificar 
inscrição de pessoa inelegível”, sugerindo 
que a declaração da inelegibilidade se 
faz administrativamente, no momento 
do lançamento do ASE, pelo servidor do 
Cartório Eleitoral (ver no encaminhamento 
observação quanto à alteração da CGE 
ocorrida após a apresentação do relatório 
preliminar do GT).
2. A ausência de motivo/forma, para 
cada hipótese de inelegibilidade, diminui 
a efetividade do registro do ASE para 
a finalidade à qual se destina, ou seja, 
fornecer “subsídio para o exame do 
pedido do registro de candidatura” – PET 
nº 277-51, de 28.6.2016 (ver no 
encaminhamento observação quanto à 
alteração da CGE ocorrida após 
a apresentação do relatório preliminar 
do GT).
3. A data da ocorrência e o 
complemento fazem menção à “decisão 
que decretou a inelegibilidade”, o que 
não é aplicável às hipóteses desse 
inciso, mas somente à condenação 
em AIJE (art. 22, XIV, LC nº 64/1990). 
Ademais, não há orientação para 
registro do julgamento colegiado, que 
a partir da LC nº 135/2010 atrai a 
incidência da inelegibilidade.
Adequação do ASE 540 às inovações 
decorrentes da LC nº 135/2010, ao 
art. 11, § 10 da Lei nº 9.504/1997 e ao 
regime de aferição de inelegibilidade:
1. Alteração da denominação 
para “suporte para aferição de 
inelegibilidade” e da finalidade para 
“registrar decisões políticas, judiciais e 
administrativas que possam constituir 
base de incidência de inelegibilidade 
descrita na LC nº 64/1990”.
Obs.: após a apresentação do relatório 
preliminar deste GT, o TSE implementou 
a modificação da denominação do ASE 
540, passando para “ocorrência a ser 
examinada em registro de candidatura”. 
Consideramos que essa alteração atende 
à proposta do grupo, no que concerne 
à descrição. Mantém-se a sugestão de 
alteração da finalidade.
2. Criação de motivo/forma, para cada 
alínea do art. 1º, I e para o art. 22, XIV 
da LC nº 64/1990, com vistas a facilitar 
a análise no momento do registro e a 
verificação do curso/transcurso do prazo 
de oito anos.
Obs.: no final do primeiro semestre de 
2019, a nova versão do Manual ASE 
passou a prever 9 motivos/forma para 
registro do ASE 540. Consideramos 
que essa alteração atende parcialmente 
à proposta do grupo, devendo ser 
considerada, para máximo de consistência 
do sistema, a previsão de um motivo/forma 
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
4. No campo efeitos, é descrito “impede 
a quitação eleitoral”, isso é contraditório 
com os termos do art. 11, 7º, da Lei 
nº 9.504/1997, conforme reconhecido 
pelo TSE ao decidir que “a inelegibilidade 
não deve ser considerada causa restritiva 
à quitação eleitoral” – PET nº 277-51, 
de 28.6.2016 (ver no encaminhamento 
observação quanto à alteração da CGE 
ocorrida após a apresentação do relatório 
preliminar do GT).
5. Não existe, no Manual ASE, código 
para registro da ocorrência de suspensão 
da inelegibilidade, mas existe apenas 
para seu restabelecimento (ASE 558, 
que tem descrito em efeitos “inativa 
o registro de inelegibilidade”). Ficam, 
assim, impossibilitados de serem 
registrados os fatos supervenientes 
que interferem no fluxo do prazo de 
inelegibilidade (art. 26-C da LC 
nº 64/1990, previsões específicas 
dos incisos, concessão de tutela 
provisória com base no CPC/2015).
6. Para registro do ASE 558, a 
verificação do exaurimento do prazo 
de oito anos depende de controle 
manual feito pela zona eleitoral de 
inscrição do eleitor, por meio de 
arquivamento individual de todas 
as comunicações de inelegibilidade 
ou de relatórios extraídos do 
Sistema ELO em intervalos de tempo 
máximos de 6 meses. Para uma 
busca de registros nos últimos 5 
anos, por exemplo, são 10 relatórios.
por alínea, a fim de prevenir problemas 
e otimizar a análise dos registros 
de candidatura. 
3. A data da ocorrência e o 
complemento devem fazer menção 
à “decisão por órgão colegiado”, 
“decisão transitada em julgado”, 
“decisão de extinção da punibilidade” 
(para o caso de condenação criminal) 
e “cumprimento da pena” (para caso 
de condenação por improbidade 
administrativa), devendo o ASE 558 
ser comandado para o registro anterior, 
relativo ao mesmo processo, quando 
houver mudança de ocorrência. 
4. No campo efeitos, deve ser previsto 
“conforme decisão a ser proferida no 
registro de candidatura, a cada eleição 
(art. 11, § 10, Lei nº 9.504/1997)”. 
Eventualmente, para maior clareza, 
explicitar que o registro do ASE 540 não 
impede a quitação eleitoral.
Obs.: após a publicação do relatório 
preliminar do GT, a nova versão do 
Manual ASE, no campo “efeitos para 
o eleitor”, passa a conter a informação 
“não altera a situação da inscrição”. 
Consideramos que a alteração atende à 
proposta do grupo.
5. Criação de ASE para registro 
da ocorrência de suspensão da 
inelegibilidade, sem efeito de inativação 
do ASE 540. O objetivo de permitir 
os dois registros simultâneos é dar 
subsídios ao juízo eleitoral competente
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
para julgamento do registro de 
candidatura efetuar cálculo de 
desconto do tempo de suspensão da 
inelegibilidade se sobrevier cessação 
da decisão liminar que ensejou a 
suspensão, quando tal desconto for 
considerado cabível pelo magistrado 
(AgR-REspe nº 560-46, de 2.5.2017: na 
contagem do prazo da inelegibilidade 
“deve ser desconsiderado o período 
no qual ficaram suspensos os efeitos 
da decisão de rejeição das contas, em 
eventual pedido de anulação julgado 
improcedente”).
6. Possibilidade de gerar relatório que 
demonstre os eleitores com registro 
de ASE 540 ativo sem a limitação de 
tempo e estudos quanto à viabilidade 
de inativação automática pelo ELO 
após o decurso da inelegibilidade, 
quando esta depender de mero 
exaurimento de prazo.
a) os inalistáveis [...]; Os inalistáveis não se encontram 
registrados no Cadastro Eleitoral. 
Eventuais questões são afetas ao GTI.
Neste caso, não há necessidade 
de criação de motivo/forma para o 
lançamento da inelegibilidade.
a) [...] e os analfabetos; Discrepância de requisitos para 
reconhecimento da condição de 
alfabetizado no momento do registro 
para exercício do sufrágio ativo 
(alistamento) e do sufrágio passivo 
(registro de candidatura)
A CF/1988 e a legislação eleitoral não 
trazem definição legal específica do 
conceito de analfabetismo, o que
A discrepânciade requisitos traz risco para 
a interpretação extensiva da causa de 
inelegibilidade, especialmente pela dúvida 
quanto ao tipo de redação que pode ser 
exigido do pleiteante à candidatura.
Registre-se que se constata avanço no 
tratamento da questão de 2016 para 
2018. O art. 27, § 11 da Res.-TSE 
nº 23.455/2015 previa que “a exigência
Dar prosseguimento à diretriz de 
prestígio ao exercício do sufrágio 
passivo, tal como identificada na Res. 
nº 23.548/2017, por meio de:
1. Adoção de parâmetro ainda 
mais objetivo para a elaboração da 
declaração de próprio punho a ser 
firmada na presença do servidor. Para 
tanto, sugere-se incluir, em futura
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(Continuação)
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
autoriza que se aplique o conceito 
referendado pelo IBGE: analfabeta é 
a “pessoa que não sabe ler e escrever 
um bilhete simples no idioma que 
conhece” (disponível em: <https://ww2.
ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/
condicaodevida/indicadoresminimos/
conceitos.shtm>). Compatível com esse 
conceito, para fins de alistamento, o campo 
do Requerimento de Alistamento Eleitoral 
(RAE) destinado à “instrução” contempla 
distinção entre o “analfabeto”, que será 
aquele a apor o polegar no RAE (art. 5º, 
§ 1º, Lei nº 7.444/1985 e art. 9º, § 4º, da 
Res.-TSE nº 21.538), e a pessoa que “lê e 
escreve”, excluída, portanto, do conceito de 
analfabeto. Ademais, o campo é marcado 
com a opção de escolaridade declarada 
pelo eleitor. No entanto, para fins de 
registro de candidatura, exige-se prova de 
alfabetização. O documento não é previsto 
no art. 11, § 1º da Lei nº 9.504/1997, mas é 
trazido nas resoluções do TSE.
de alfabetização do candidato ser 
comprovada por outros meios, desde 
que individual e reservadamente”, o 
que deixava margem para a criação 
de “testes de alfabetização” de 
complexidade variável. Já o art. 28, § 3º, 
da Res.-TSE nº 23.548/2017 estabelece 
que a ausência de documento que 
comprove a alfabetização “pode ser 
suprida por declaração de próprio punho 
preenchida pelo interessado, em 
ambiente individual e reservado, na 
presença de servidor da Justiça Eleitoral”.
Surgiu em 2018, porém, outro risco 
de quebra de isonomia e entrave ao 
exercício do sufrágio passivo, decorrente 
da variabilidade na fixação do foro 
para realização da diligência perante o 
servidor (se na Secretaria do TRE, por 
se tratar de eleição geral, no domicílio 
eleitoral do cidadão, ou ainda onde possa 
comparecer no prazo de diligência).
resolução de registro de candidatura, o 
conceito de pessoa analfabeta adotado 
pelo IBGE e a indicação de que o 
conteúdo da declaração de próprio 
punho a ser exigida do eleitor deve ser 
compatível com aquele conceito.
2. Previsão expressa de que a 
declaração de próprio punho poderá 
ser firmada em qualquer cartório 
eleitoral do estado (mesmo em eleições 
municipais), devendo o servidor 
proceder à digitalização e à juntada via 
PJe, acompanhada da certidão de que a 
declaração foi firmada na sua presença. 
Obs.: essa sugestão considera a 
implantação do PJe em todas as zonas 
eleitorais até 2020.
b) os membros do Congresso Nacional, 
das Assembleias Legislativas, da Câmara 
Legislativa e das Câmaras Municipais, que 
hajam perdido os respectivos mandatos 
por infringência do disposto nos incisos 
I e II do art. 55 da Constituição Federal, 
dos dispositivos equivalentes sobre 
perda de mandato das constituições 
estaduais e leis orgânicas dos municípios 
e do Distrito Federal, para as eleições 
que se realizarem durante o período 
remanescente do mandato para o qual
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 1 para o ASE 
540, com descrição “perda de mandato 
parlamentar por decisão de órgão legislativo 
conforme art. 1º, I, b da LC nº 64/1990”.
Impacto diverso para senadores 
(em relação aos demais cargos 
parlamentares e também em relação 
aos majoritários da alínea c em 
decorrência da fixação do termo inicial 
do prazo de oito anos de inelegibilidade 
(término da legislatura, e não término do 
mandato, conforme posto na alínea c).
Não houve ainda enfrentamento quanto a 
se tratar de terminologia intencional (a fim de 
que, de fato, a contagem tome por termo o 
final da legislatura no caso de senadores e 
com isso se limite a inelegibilidade a quatro 
anos após o término do mandato quando a 
perda se opera na primeira metade deste) 
ou problema de técnica legística.
Definição da interpretação por meio de 
construção sistemática, o que parece 
ser possível diante de eventual caso 
concreto.
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
foram eleitos e nos oito anos 
subsequentes ao término da legislatura; 
A legislatura tem duração fixada em 
quatro anos (art. 44, parágrafo único 
da CF/1988). O mandato de senador 
perdura por duas legislaturas. Assim, 
senador que perde o mandato na 
primeira metade deste (dentro da 
primeira legislatura) e fica inelegível 
pelo “período remanescente do 
mandato” tem, a partir da segunda 
metade simultaneamente computados 
quatro anos de inelegibilidade referentes 
ao “término da legislatura”, de modo 
que, ao final do mandato propriamente 
dito, remanesceriam quatro, e não oito, 
anos de inelegibilidade.
c) o governador e o vice-governador 
de estado e do Distrito Federal e o 
prefeito e o vice-prefeito que perderem 
seus cargos eletivos por infringência a 
dispositivo da Constituição Estadual, da 
Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei 
Orgânica do Município, para as eleições 
que se realizarem durante o período 
remanescente e nos 8 (oito) anos 
subsequentes ao término do mandato 
para o qual tenham sido eleitos;
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 2 para o ASE 
540, com descrição “perda de mandato 
de governador, vice-governador, prefeito 
ou vice-prefeito por decisão conforme 
art. 1º, I, c da LC nº 64/1990”.
d) os que tenham contra sua pessoa 
representação julgada procedente pela 
Justiça Eleitoral, em decisão transitada 
em julgado ou proferida por órgão 
colegiado, em processo de apuração de 
abuso do poder econômico ou político, 
para a eleição na qual concorrem ou 
tenham sido diplomados, bem como 
para as que se realizarem nos 8 
(oito) anos seguintes; 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 3 para o ASE 
540, com descrição “condenação por 
abuso do poder econômico ou político nos 
termos do art. 1º, I, d da LC nº 64/1990”.
Orientação para registro da ocorrência 
“decisão proferida por órgão colegiado” 
e “decisão transitada em julgado”.
Aparente sobreposição com a alínea h
Ambas as alíneas falam em condenação 
por “abuso do poder econômico ou
A distinção remanescente parece cingir-se 
a que, na alínea d, a condenação se dá 
em ação eleitoral (Ação de Investigação
Aprofundamento de estudos e 
esclarecimento oportuno, por ocasião 
do exame de casos concretos, em favor
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
político”. Até o RO nº 907-18 
(16.12.2014), o TSE entendia que 
a alínea d somente se aplicava aos 
condenados por abuso que tivessem 
concorrido ao pleito. Contudo, a partir 
REspe nº 283-41 (19.12.2016), passou 
a considerar que ambas as causas de 
inelegibilidade “não se aplicam somente 
a quem praticou o abuso de poder na 
eleição à qual concorreu, mas também 
a quem cometeu o ilícito na eleição na 
qual não se lançou candidato, no afã 
de favorecer a candidatura de terceiro”. 
A incidência da alínea d a qualquer 
condenado em AIJE por abuso de poder 
econômicoou político foi fixada pelo 
STF no RE 929.670, em 1º.3.2018, com 
repercussão geral e aplicação imediata 
aos processos ainda em trâmite, 
relativos às eleições 2016 (Tema 860).
Judicial Eleitoral – AIJE ou Ação de 
Impugnação de Mandato Eletivo – 
AIME, conforme entendimento fixado 
no AgR-REspe nº 2361, de 20.11.2012, 
e aplicado a partir das eleições de 2014) 
enquanto a alínea h alcança condenações 
proferidas por outros órgãos judiciários, 
de cuja fundamentação se extraia o 
“benefício para si ou terceiros pelo abuso 
de poder econômico e político”. Disso 
decorre que a alínea h trataria de exame 
em tese de abuso de poder econômico 
ou político (a exemplo do que ocorre 
na rejeição de contas públicas por ato 
doloso de improbidade), enquanto a 
alínea d atenta ao dispositivo da decisão 
condenatória, de competência absoluta da 
Justiça Eleitoral.
diretriz de manutenção da jurisprudência 
estável, íntegra e coerente (art. 926, 
CPC/2015).
Cessação da inelegibilidade: fixação 
do entendimento quanto ao sentido da 
expressão “8 anos seguintes”.
A Súm.-TSE nº 69 consolidou o 
entendimento de que “os prazos de 
inelegibilidade previstos nas alíneas j e 
h do inciso I do art. 1º da LC nº 64/1990 
têm termo inicial no dia do primeiro turno 
da eleição e termo final no dia de igual 
número no oitavo ano seguinte.” A alínea 
d não foi mencionada. No entanto, a 
lógica dos dispositivos é a mesma.
Inclusão expressa da alínea d na 
redação da Súm.-TSE nº 69.
Cotejo entre a cessação da 
inelegibilidade e o art. 11, § 10, 
segunda parte, Lei nº 9.504/1997
O dispositivo citado determina que 
sejam consideradas, para deferimento 
do registro de candidatura, as 
“alterações, fáticas ou jurídicas, 
Deve-se primeiramente registrar que a 
Súm.-TSE nº 69 e a Súm.-TSE nº 70 
não dão resposta direta à questão.
A Súm.-TSE nº 69 fixa a data da 
cessação da inelegibilidade. Mas 
exatamente porque se trata de termo 
(evento futuro e certo), a cessação 
Levantamento de julgados sobre o 
tema. Discussão e eventual revisão 
da Súm.-TSE nº 70, a fim de fornecer 
indicativo mais preciso, observadas 
as circunstâncias fáticas dos julgados, 
quanto à possibilidade ou não de que 
fatos supervenientes à eleição possam
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
supervenientes ao registro que afastem 
a inelegibilidade.” Contudo, não há 
indicação do termo final da incidência 
dessa ressalva. Ou seja: até que 
momento pode ocorrer a alteração fática 
ou jurídica que será considerada para o 
deferimento do registro?
é conhecida desde o momento 
do registro. Segue, portanto, a 
indagação quanto a estar tal alteração 
superveniente abrangida ou não pelo 
art. 11, § 10, Lei nº 9.504/1997.
Por sua vez, a Súm.-TSE nº 70, ao 
estabelecer que “o encerramento do 
prazo de inelegibilidade antes do dia 
da eleição constitui fato superveniente 
que afasta a inelegibilidade, nos termos 
do art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/1997”, 
não exclui a possibilidade de que o 
encerramento do prazo de inelegibilidade 
após essa data também possa constituir 
fato superveniente para os fins citados. 
A jurisprudência do TSE caminhava, 
até 2016, no sentido de admitir como 
fato superveniente a cessação da 
inelegibilidade até a véspera da data 
da diplomação (ED-RO nº 194-62, 
11.12.2014; AgRg-RO nº 2223-98, 
11.12.2014 (no qual inclusive destacada 
a necessidade de “balizar sua própria 
divergência interna, quer por meio da 
aplicação da Súm.-TSE nº 70, quer por 
meio das recentes decisões proferidas”); 
REspe nº 20-26, 21.6.2016).
A mudança de direcionamento ocorre 
com o REspe nº 283-41, em 19.12.2016, 
quando a maioria do TSE passou a 
entender que “o art. 11, § 10, da Lei 
das Eleições, em sua exegese mais 
adequada, não alberga a hipótese 
de decurso do prazo de inelegibilidade 
ocorrido após a eleição e antes da 
diplomação como alteração fático-jurídica 
estar abrangidos pelo art. 11, § 10, 
segunda parte, Lei nº 9.504/1997 e, em 
caso positivo, quais fatos.
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
que afaste a inelegibilidade”, pois se 
trata de “mero exaurimento” que “não 
desconstitui e nem suspende o obstáculo 
ao ius honorum que aquele substrato 
atraía no dia da eleição”. Esse 
entendimento foi aplicado à situação 
comum a alguns candidatos a prefeito 
em 2016 cuja inelegibilidade, nos termos 
da Súm.-TSE nº 69, cessava em 5 de 
outubro, três dias, portanto, após a 
eleição. Os registros foram indeferidos 
(ex.: RE nº 82-08, de 6.4.2017).
e) os que forem condenados, em 
decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão judicial colegiado, 
desde a condenação até o transcurso 
do prazo de 8 (oito) anos após o 
cumprimento da pena, pelos crimes:
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 4 para o 
ASE 540, com descrição “condenação 
criminal nos termos do art. 1º, I, e da LC 
nº 64/1990”.
Orientação para registro da ocorrência 
“decisão proferida por órgão colegiado” 
e “decisão de extinção de punibilidade”.
Obs.: não há anotação para “decisão 
transitada em julgado” porque no 
interregno entre o trânsito em julgado 
e a extinção de punibilidade incide a 
suspensão de direitos políticos (ASE 
337, motivo/forma 7 ou 8).
1. contra a economia popular, a fé 
pública, a administração pública e o 
patrimônio público; 
Súmulas relacionadas
Súm.-TSE nº 9: a suspensão de direitos 
políticos decorrente de condenação 
criminal transitada em julgado cessa 
com o cumprimento ou a extinção da 
pena, independendo de reabilitação ou 
de prova de reparação dos danos.
Súm.-TSE nº 58: não compete à Justiça 
Eleitoral, em processo de registro de 
candidatura, verificar a prescrição da
As súmulas do TSE relacionadas à 
alínea e indicam tratamento coerente da 
matéria.
Sem sugestão de encaminhamento no 
momento.
2. contra o patrimônio privado, o sistema 
financeiro, o mercado de capitais e os 
previstos na lei que regula a falência; 
3. contra o meio ambiente e a saúde 
pública; 
4. eleitorais, para os quais a lei comine 
pena privativa de liberdade; 
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(Continuação)
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
5. de abuso de autoridade, nos casos 
em que houver condenação à perda do 
cargo ou à inabilitação para o exercício 
de função pública; 
pretensão punitiva ou executória do 
candidato e declarar a extinção da pena 
imposta pela Justiça Comum.
Súm.-TSE nº 59: o reconhecimento 
da prescrição da pretensão executória 
pela Justiça Comum não afasta a 
inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da 
LC nº 64/1990, porquanto não extingue 
os efeitos secundários da condenação.
Súm.-TSE nº 60: o prazo da causa de 
inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da 
LC nº 64/1990 deve ser contado a partir 
da data em que ocorrida a prescrição da 
pretensão executória e não do momento 
da sua declaração judicial.
Súm.-TSE nº 61: o prazo concernente à 
hipótese de inelegibilidade prevista no 
art. 1º, I, e, da LC nº 64/1990 projeta-se 
por oito anos após o cumprimento da 
pena, seja ela privativa de liberdade, 
restritiva de direito ou multa.
6. de lavagem ou ocultação de bens, 
direitos e valores;
7. de tráfico de entorpecentes e drogas 
afins, racismo, tortura, terrorismo e 
hediondos;
8. de redução à condição análoga à de 
escravo;
9. contra a vida e a dignidade sexual; e
10. praticados por organização 
criminosa, quadrilha ou bando;
f) os que forem declarados indignos do 
oficialato, ou com ele incompatíveis, 
pelo prazo de 8 (oito) anos;
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I.Criação de motivo/forma 5 para o ASE 
540, com descrição “declaração de 
indignidade/incompatibilidade para o 
oficialato, nos termos do art. 1º, I, f da 
LC nº 64/1990”.
Cotejo com art. 142, § 3º, V e VI, 
CF/1988 e arts. 100, 101 e 106 do CPM
A declaração de indignidade ou 
incompatibilidade para o oficialato 
incumbe ao STM e exige “decisão de 
tribunal militar de caráter permanente, em 
tempo de paz, ou de tribunal especial, em 
tempo de guerra” (art. 142, V, CF/1988). 
Aparente sobreposição com o art. 15, 
III, CF/1988, que trata da suspensão 
de direitos políticos como efeito (e não 
pena acessória) de todos os crimes, 
sem exclusão dos militares, desde o 
trânsito em julgado (durante os efeitos 
da condenação, e sem limitação a 
determinado tipo de pena). Pode assim 
haver concomitância do fluxo de prazo
Aprofundamento de estudos sobre 
aspectos da elegibilidade do militar.
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
O CPM trata tais declarações como 
penas acessórias de alguns crimes 
militares (arts. 100 e 101), o que faz 
também com a suspensão de direitos 
políticos (art. 106: “durante a execução da 
pena privativa de liberdade ou da medida 
de segurança imposta em substituição, 
ou enquanto perdura a inabilitação para 
função pública, o condenado não pode 
votar, nem ser votado”).
da suspensão de direitos políticos e da 
inelegibilidade da alínea f.
g) os que tiverem suas contas relativas 
ao exercício de cargos ou funções 
públicas rejeitadas por irregularidade 
insanável que configure ato doloso 
de improbidade administrativa, e 
por decisão irrecorrível do órgão 
competente, salvo se esta houver 
sido suspensa ou anulada pelo Poder 
Judiciário, para as eleições que se 
realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, 
contados a partir da data da decisão, 
aplicando-se o disposto no inciso II 
do art. 71 da Constituição Federal, a 
todos os ordenadores de despesa, sem 
exclusão de mandatários que houverem 
agido nessa condição; 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 6 para o ASE 
540, com descrição “rejeição de contas 
públicas por decisão irrecorrível, nos 
termos do art. 1º, I, g da LC nº 64/1990”.
Deve-se destacar que o requisito 
“configuração em tese de ato doloso 
de improbidade administrativa” exige 
juízo de mérito a ser efetuado pela 
Justiça Eleitoral no momento do 
registro de candidatura, pela análise 
dos fundamentos do ato de rejeição 
de contas, de modo que não parece 
recomendável que o ASE faça menção 
a esse requisito, que não pode ser 
aferido administrativamente.
Súmula relacionada
Súm.-TSE nº 41: não cabe à Justiça 
Eleitoral decidir sobre o acerto ou 
desacerto das decisões proferidas por 
outros órgãos do Judiciário ou dos 
Tribunais de Contas que configurem 
causa de inelegibilidade.
Súmula demarca os limites da atuação 
da Justiça Eleitoral de modo compatível 
com o objeto próprio ao registro de 
candidatura.
Sem sugestão de encaminhamento no 
momento.
Admissibilidade de recurso de revisão 
com efeito suspensivo como ressalva 
à incidência da inelegibilidade
O entendimento fixado no REspe 
nº 50-81 se ampara em decisão anterior 
ao advento da LC nº 135/2010 e ao 
cancelamento da Súm.-TSE nº 1.
Aprofundamento de estudos sobre o 
contorno dado à ressalva à incidência 
da inelegibilidade.
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
A jurisprudência do TSE caminhara 
para equiparar o recurso de revisão 
à “ação rescisória”, no sentido de 
que não descarta a definitividade 
da decisão (REspe nº 204-17, 
6.2.2014). Contudo, posteriormente, 
admitiu que a concessão de efeito 
suspensivo administrativo no recurso 
de revisão perfaz a ressalva quanto à 
incidência da inelegibilidade (REspe 
nº 50-81, 16.11.2016). Posteriormente 
(21.7.2017), no mesmo feito, entendeu 
que a revogação daquele efeito 
somente impactaria nas eleições 
subsequentes.
Possível conflito com a ratio da 
alínea L
A partir da criação da alínea L, a 
condenação por improbidade, com 
requisitos específicos, passou a ser 
causa de inelegibilidade. A alínea 
g seguiu, porém, para aferição de 
improbidade “em tese” (podendo mesmo 
ser o caso de nem haver sido proposta 
a ação de improbidade ou esta estar em 
curso), sem exigência de demonstração 
da lesão ao erário e do enriquecimento 
ilícito.
Em uma compreensão sistemática, não 
parece adequado supor que a mesma 
LC nº 135/2010 que inseriu a alínea L 
na LC nº 64/1990 (cuidando de restringir 
a incidência da inelegibilidade nas 
ações de improbidade a casos em que 
houver suspensão de direitos políticos 
e em que haja cumulativamente lesão 
ao patrimônio público e enriquecimento 
ilícito) deixasse a alínea g com espectro 
amplo para alcançar atos de 
improbidade “em tese” verificados nas 
decisões de rejeição de contas públicas. 
A jurisprudência vem calibrando a 
aplicação da alínea g ao considerar que 
o prejuízo ao erário e a intenção de 
provocá-lo são ínsitas ao requisito do 
“ato doloso de improbidade administrativa” 
(Ac.-TSE, de 3.12.2013, no REspe nº 2546; 
de 30.8.2012, no REspe nº 23383 e, 
de 8.2.2011, no AgR-RO nº 99574; 
Ac.-TSE, de 20.5.2014, nos 
Aprofundamento de estudos e 
esclarecimento oportuno, por ocasião 
do exame de casos concretos, em 
favor da diretriz de manutenção da 
jurisprudência estável, íntegra e 
coerente (art. 926, CPC/2015).
A esse respeito, destaca-se que tem 
prevalecido, no TSE, interpretação 
restritiva da própria alínea L, para 
considerar que: a) a condenação por ato 
doloso de improbidade administrativa 
fundada apenas no art. 11 da Lei nº 
8.429/1992 não atrai a inelegibilidade 
(AgR-REspe nº 111-66, 30.3.2017); 
b) a condenação por ato doloso de 
improbidade administrativa deve 
implicar, concomitantemente, lesão ao 
erário e enriquecimento ilícito (REspe 
nº 49-32, de 18.10.2016).
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ED-AgR-REspe nº 27272 e, de 
5.12.2013, no AgR-REspe nº 52980).
h) os detentores de cargo na 
administração pública direta, indireta 
ou fundacional, que beneficiarem a si 
ou a terceiros, pelo abuso do poder 
econômico ou político, que forem 
condenados em decisão transitada em 
julgado ou proferida por órgão judicial 
colegiado, para a eleição na qual 
concorrem ou tenham sido diplomados, 
bem como para as que se realizarem 
nos 8 (oito) anos seguintes; 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 7 para o 
ASE 540, com descrição “condenação 
judicial de detentor da administração 
pública nos termos do art. 1º, I, d, da LC 
nº 64/1990”.
Deve-se destacar que o requisito 
“benefício a si ou a terceiro por abuso de 
poder econômico ou político”, no caso 
da alínea h (diferentemente da alínea 
d), exige juízo de mérito a ser efetuado 
pela Justiça Eleitoral no momento do 
registro de candidatura, pela análise da 
fundamentação da decisão, de modo que 
não parece recomendável que o ASE 
faça menção a esse requisito, que não 
pode ser aferido administrativamente.
Orientação para registro da ocorrência 
“decisão proferida por órgão colegiado” 
e “decisão transitada em julgado”.
Aparente sobreposição com a alínea d
Ambas as alíneas falam em 
condenação por “abuso do poder 
econômico ou político”. Até o RO 
nº 907-18 (16.12.2014), o TSE entendia 
que a alínea d somente se aplicava aos 
condenados por abuso que tivessem 
concorrido ao pleito. No entanto, a partir 
do Ac.-TSE, de 19.12.2016, no REspe 
nº 283-41, a Corte passou a considerar 
que ambas as causas de inelegibilidade 
“não seaplicam somente a quem 
praticou o abuso de poder na eleição à 
qual concorreu, mas também a quem
A distinção remanescente parece cingir-se 
a que, na alínea d, a condenação se 
dá em ação eleitoral (AIJE ou AIME, 
conforme entendimento fixado no 
AgR-REspe nº 2361, de 20.11.2012, e 
aplicado a partir das eleições de 2014), 
enquanto a alínea h alcança condenações 
proferidas por outros órgãos judiciários, 
de cuja fundamentação se extraia o 
“benefício para si ou terceiros pelo abuso 
de poder econômico e político”. Disso 
decorre que a alínea h trataria de exame 
em tese de abuso do poder econômico 
ou político (a exemplo do que ocorre na 
rejeição de contas públicas por ato
Aprofundamento de estudos e 
esclarecimento oportuno, por ocasião 
do exame de casos concretos, em 
favor de diretriz de manutenção da 
jurisprudência estável, íntegra e 
coerente (art. 926, CPC/2015).
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
cometeu o ilícito na eleição na qual 
não se lançou candidato, no afã de 
favorecer a candidatura de terceiro”.
doloso de improbidade), enquanto a 
alínea d atenta ao dispositivo da decisão 
condenatória, de competência absoluta da 
Justiça Eleitoral.
Risco de que se torne sucedâneo 
da alínea L para alcançar mais 
amplamente condenações por 
improbidade
A partir da distinção indicada no 
diagnóstico preliminar do comentário 
anterior, surge a indagação a 
ação em que seriam proferidas as 
decisões condenatórias da alínea h. 
A possibilidade maior é que se trate 
de ações de improbidade na qual 
reconhecida a prática de ato que se 
amolde em tese à noção de abuso 
de poder econômico ou político e que 
acarrete “benefício” ao agente público 
condenado ou a terceiro.
Em uma compreensão sistemática, 
não parece adequado supor que a LC 
nº 135/2010, que inseriu a alínea L na 
LC nº 64/1990 (cuidando de restringir a 
incidência da inelegibilidade nas ações 
de improbidade a casos em que houver 
suspensão de direitos políticos e em que 
haja cumulativamente lesão ao patrimônio 
público e enriquecimento ilícito) deixasse 
a alínea h como norma subsidiária que 
apanhasse todos os demais casos de 
condenação por improbidade, no qual 
se identifique “benefício”, genérico, 
decorrente de ato assimilado ao abuso 
do poder econômico ou político. Fosse 
o caso de se pretender a inelegibilidade 
mais ampla, bastaria prever a condenação 
em ação de improbidade como hipótese 
de incidência.
Aprofundamento de estudos e 
esclarecimento oportuno, por ocasião 
do exame de casos concretos, em 
favor de diretriz de manutenção da 
jurisprudência estável, íntegra e 
coerente (art. 926, CPC/2015).
A esse respeito, destaca-se que tem 
prevalecido, no TSE, interpretação 
restritiva da própria alínea L, para 
considerar que: a) a condenação por 
ato doloso de improbidade 
administrativa fundada apenas no 
art. 11 da Lei nº 8.429/1992 não atrai a 
inelegibilidade (AgR-REspe nº 111-66, 
30.3.2017); b) a condenação por ato 
doloso de improbidade administrativa 
deve implicar, concomitantemente, 
lesão ao erário e enriquecimento ilícito 
(REspe nº 49-32, de 18.10.2016).
Cotejo entre a cessação da 
inelegibilidade e o art. 11, § 10, segunda 
parte, Lei nº 9.504/1997.
Conforme anotação na alínea d. Conforme anotação na alínea d.
i) os que, em estabelecimentos de 
crédito, financiamento ou seguro, que 
tenham sido ou estejam sendo objeto 
de processo de liquidação judicial ou 
extrajudicial, hajam exercido, nos 12 
(doze) meses anteriores à respectiva 
decretação, cargo ou função de direção, 
administração ou representação, 
enquanto não forem exonerados de 
qualquer responsabilidade;
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 8 para o ASE 
540, com descrição “exercício de cargo/
função de direção, administração ou 
representação em estabelecimento 
de crédito, financiamento ou seguro, 
nos 12 meses anteriores a sua 
liquidação judicial ou extrajudicial, até 
a exoneração da responsabilidade, 
nos termos do art. 1º, I, d, da LC 
nº 64/1990”.
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
Ratio distinta das demais hipóteses 
de inelegibilidade
A alínea i estipula inelegibilidade 
por tempo indeterminado, sujeita a 
condição (evento futuro e incerto) que 
faz pesar sobre o cidadão eventual 
morosidade da decisão de exoneração 
da responsabilidade.
Embora seja alínea rara na casuística 
dos Tribunais, deve-se apontar para 
a construção de inelegibilidade por 
presunção de responsabilidade, cuja 
refutação não depende apenas de ato 
do cidadão que suporta a restrição à 
elegibilidade. O problema se agrava 
porque sequer há previsão de 
suspensão da inelegibilidade com base 
na redação do dispositivo, ou na do 
art. 26-C da LC nº 64/1990.
Levantamento da incidência da alínea 
i para dimensionamento do problema; 
estudos posteriores.
j) os que forem condenados, em decisão 
transitada em julgado ou proferida por 
órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por 
corrupção eleitoral, por captação ilícita 
de sufrágio, por doação, captação ou 
gastos ilícitos de recursos de campanha 
ou por conduta vedada aos agentes 
públicos em campanhas eleitorais que 
impliquem cassação do registro ou do 
diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a 
contar da eleição;
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 9 para o ASE 
540, com a descrição “cassação de 
registro ou diploma em decorrência de 
condenação por corrupção eleitoral, 
captação ilícita de sufrágio, doação, 
captação ou gasto ilícito de recursos ou 
conduta vedada a agente público em 
campanha eleitoral, nos termos do 
art. 1º, I, j, da LC nº 64/1990”.
Orientação para registro da ocorrência 
“decisão proferida por órgão colegiado” 
e “decisão transitada em julgado”.
Cotejo entre a cessação da 
inelegibilidade e o art. 11, § 10, segunda 
parte, Lei nº 9.504/1997.
Conforme anotação na alínea d. Conforme anotação na alínea d.
Referência à “doação [ilícita] [...] de 
recursos de campanha”
Aparente sobreposição à alínea p.
A “doação ilícita de recursos de campanha” 
somente confere substrato autônomo 
ao manejo de representação no caso de 
violação ao art. 23 e ao (revogado) art. 81 
da Lei nº 9.504/1997, caracterizando-se 
como doação acima do limite legal. Mas 
essa representação específica não enseja 
cassação de registro ou diploma, tal como 
exigido pela alínea j. Outras formas de 
“doações ilícitas”, como a fonte vedada ou
No âmbito do projeto, não há 
encaminhamento de sugestão.
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
o caixa dois, somente ensejam a punição 
do doador sob a forma de abuso de poder 
econômico, causa de pedir da AIJE, 
referida na alínea. 
Há aparente problema de técnica 
legística.
k) o presidente da República, o 
governador de estado e do Distrito 
Federal, o prefeito, os membros do 
Congresso Nacional, das assembleias 
legislativas, da Câmara Legislativa, das 
câmaras municipais, que renunciarem 
a seus mandatos desde o oferecimento 
de representação ou petição capaz de 
autorizar a abertura de processo por 
infringência a dispositivo da Constituição 
Federal, da Constituição estadual, da 
Lei Orgânica do Distrito Federal ou 
da lei orgânica do município, para as 
eleições que se realizarem durante o 
período remanescente do mandato para 
o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos 
subsequentes ao término da legislatura; 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 10 para o 
ASE 540, com descrição “renúncia a 
mandato eletivoapós o oferecimento de 
representação ou petição que requeira 
a abertura de processo de perda de 
mandato, nos termos do art. 1º, I, k, da 
LC nº 64/1990”.
Deve-se destacar que o requisito “capaz 
de autorizar a abertura de processo [...]” 
exige juízo de mérito a ser efetuado 
pela Justiça Eleitoral no momento do 
registro de candidatura, pela análise 
do conteúdo da representação ou 
petição (RO nº 1616-60, 31.8.2010, de 
modo que não parece recomendável 
que o ASE faça menção a esse 
requisito, que não pode ser aferido 
administrativamente.
Impacto diverso para senadores 
(em relação aos demais cargos) em 
decorrência da fixação do termo 
inicial do prazo de oito anos de 
inelegibilidade (término da legislatura, 
e não término do mandato, conforme 
posto na alínea c)
A legislatura tem duração fixada em 
quatro anos (art. 44, parágrafo único 
da CF/1988). O mandato de senador 
perdura por duas legislaturas. Assim, 
Não houve ainda enfrentamento quanto 
a se tratar de terminologia intencional 
(a fim de que, de fato, a contagem tome 
por termo o final da legislatura no caso 
de senadores e com isso se limite a 
inelegibilidade a quatro anos após o 
término do mandato quando a renúncia 
se opera na primeira metade deste) ou 
problema de técnica legística.
Definição da interpretação por meio de 
construção sistemática, o que parece 
ser possível diante de eventual caso 
concreto.
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Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
senador que renuncia ao mandato 
na primeira metade deste (dentro da 
primeira legislatura) e fica inelegível 
pelo “período remanescente do 
mandato” tem, a partir da segunda 
metade simultaneamente computados 
quatro anos de inelegibilidade referentes 
ao “término da legislatura”, de modo 
que, ao final do mandato propriamente 
dito, remanesceriam quatro anos de 
inelegibilidade, e não oito.
Imprecisão da anotação no Código 
Eleitoral Anotado do TSE, que 
sugeriria possibilidade de a Justiça 
Eleitoral “interferir” na decisão do 
Senado Federal
A anotação está com a seguinte 
redação: “Ac.-TSE, de 31.8.2010, no RO 
nº 161660: possibilidade de a Justiça 
Eleitoral examinar se candidato que 
renuncia ao Senado Federal está sujeito 
aos efeitos da inelegibilidade prevista 
nesta alínea, ainda que interfira em 
decisão daquele órgão determinando o 
arquivamento da representação”.
Aparente equívoco no momento de 
transposição do julgado para a anotação, 
eis que do acórdão citado consta: “Não 
me parece, por conseguinte, ser vedado à 
Justiça Eleitoral examinar se a renúncia do 
candidato, no caso concreto, está sujeita 
aos efeitos da inelegibilidade da alínea k, 
nem que se esteja interferindo na decisão 
do Senado Federal, que determinou o 
arquivamento da representação, em 
face da renúncia” (voto de relatoria do 
Min. Arnaldo Versiani).
Desse modo, o que o precedente 
registra é que, quando a Justiça 
Eleitoral analisa se havia “representação 
ou petição capaz de autorizar a abertura 
de processo [...]” cujo arquivamento 
se deu pelo Senado em função da 
própria renúncia, não há interferência na 
decisão do Senado, mas sim aferição 
da incidência da inelegibilidade.
Retificar a redação da anotação no 
Código Eleitoral Anotado, substituindo-se 
a expressão “ainda que interfira [...]” por 
“o que não caracteriza interferência [...]”.
l) os que forem condenados à 
suspensão dos direitos políticos, em 
decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão judicial colegiado, 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 11 para o 
ASE 540, com descrição “condenação 
por improbidade administrativa, com 
imposição de suspensão de direitos 
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por ato doloso de improbidade 
administrativa que importe lesão ao 
patrimônio público e enriquecimento 
ilícito, desde a condenação ou o trânsito 
em julgado até o transcurso do prazo 
de 8 (oito) anos após o cumprimento da 
pena;
políticos, nos termos do art. 1º, I, L, da 
LC nº 64/1990”.
Orientação para registro da ocorrência 
“decisão proferida por órgão colegiado” 
e “cumprimento da pena”.
Obs.: não há anotação para “decisão 
transitada em julgado” porque, no 
interregno entre o trânsito em julgado e o 
cumprimento da pena, incide a suspensão 
de direitos políticos (ASE 337, motivo/
forma 3). Ver observação seguinte.
Deve-se destacar que os requisitos “ato 
doloso de improbidade administrativa” e 
“que importe lesão ao patrimônio público 
e enriquecimento ilícito” exigem juízo 
de mérito, a ser efetuado pela Justiça 
Eleitoral no momento do registro de 
candidatura, pela análise do conteúdo 
da decisão condenatória, de modo que 
não parece recomendável que o ASE 
faça menção a esse requisito, que não 
pode ser aferido administrativamente.
Risco de extensão do período de 
restrição à capacidade eleitoral 
passiva em decorrência da 
dissociação entre o término do 
período de suspensão dos direitos 
políticos e o “cumprimento da pena”
A jurisprudência do TSE deixou de 
considerar a fluência automática dos 
oito anos de inelegibilidade após o 
período de suspensão de direitos 
políticos, ao estabelecer que “para 
aferição do término da inelegibilidade, o 
cumprimento da pena é contado do 
O entendimento acarreta o surgimento 
de novo lapso de inelegibilidade, de 
duração indefinida, entre o exaurimento 
do prazo de suspensão de direitos 
políticos e o adimplemento das demais 
cominações, quando terá início 
efetivamente a contagem dos oito anos 
de inelegibilidade. Na prática, pode 
ensejar uma restrição de caráter similar 
ao perpétuo.
Avaliar o entendimento jurisprudencial 
pela dissociação entre o término do 
período de suspensão dos direitos 
políticos e o cumprimento da pena. 
Caso mantido, deve ser considerada 
a criação de mais uma anotação de 
ocorrência “cessação da suspensão de 
direitos políticos sem adimplemento de 
todas as cominações impostas no título 
condenatório”, a partir da qual incidirá 
a inelegibilidade, por prazo indefinido, 
até o lançamento do “cumprimento da 
pena”.
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(Continuação)
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
momento em que todas as cominações 
impostas no título condenatório tenham 
sido completamente adimplidas.” 
(REspe nº 231-84, de 1º.2.2018; CTA 
nº 336-73, de 3.11.2015).
m) os que forem excluídos do exercício 
da profissão, por decisão sancionatória 
do órgão profissional competente, em 
decorrência de infração ético-profissional, 
pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o 
ato houver sido anulado ou suspenso 
pelo Poder Judiciário;
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 12 para o 
ASE 540, com descrição “exclusão 
do exercício da profissão por decisão 
sancionatória de órgão profissional, em 
decorrência de infração ético-disciplinar, 
nos termos do art. 1º, I, m, da LC 
nº 64/1990”.
Criação de causa de inelegibilidade 
amparada em ato oriundo de órgão 
profissional.
Perpassa a discussão da natureza jurídica 
dos conselhos profissionais, questionada 
em função do regime jurídico (ver ADC 
nº 36, ADI nº 5367, ADPF nº 367).
Investigação dos impactos da definição 
de natureza jurídica na alínea m.
n) os que forem condenados, em 
decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão judicial colegiado, 
em razão de terem desfeito ou simulado 
desfazer vínculo conjugal ou de união 
estável para evitar caracterização de 
inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) 
anos após a decisão que reconhecer a 
fraude;
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criaçãode motivo/forma 13 para o ASE 
540, com descrição “condenação por 
desfazimento ou simulação de vínculo 
conjugal ou união estável, nos termos 
do art. 1º, I, n, da LC nº 64/1990”.
Orientação para registro da ocorrência 
“decisão proferida por órgão colegiado” 
e “cumprimento da pena”.
Competência e procedimento para a 
prolação da decisão condenatória
Havendo o TSE esclarecido que “a 
incidência deste dispositivo pressupõe 
ação judicial que condene a parte por 
fraude” (REspe nº 397-23, 21.8.2014), 
segue em aberto a definição do 
procedimento e de sua competência.
A indefinição não tem impacto prático 
significativo porque a aplicação da 
Súmula Vinculante nº 18 (“a dissolução 
da sociedade ou do vínculo conjugal, 
no curso do mandato, não afasta a 
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 
da Constituição Federal”) torna ineficaz 
a ruptura do vínculo para fins de 
elegibilidade para o pleito subsequente, 
sem que se tenha sequer que discutir o 
intuito fraudulento. Todavia, deve-se 
Preservação da diretriz de distinção da 
alínea n e da Súmula Vinculante nº 18.
Aprofundamento de estudos sobre 
a possibilidade de ser a AIME via 
adequada para a condenação referida 
na alínea n.
SISTEM
ATIZAÇ
ÃO
D
AS N
O
RM
AS ELEITO
RAIS
Eixo Tem
ático V: 
Contencioso Eleitoral e Tem
as Correlatos
34
(Continuação)
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
registrar que a ineficácia se limita 
ao processo eleitoral subsequente à 
dissolução do vínculo, não havendo 
prostração de inelegibilidade por oito anos, 
o que por vezes é pleiteado em AIRC.
o) os que forem demitidos do serviço 
público em decorrência de processo 
administrativo ou judicial, pelo prazo 
de 8 (oito) anos, contado da decisão, 
salvo se o ato houver sido suspenso ou 
anulado pelo Poder Judiciário; 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 14 para o 
ASE 540, com descrição “demissão do 
serviço público, nos termos do art. 1º, I, 
o, da LC nº 64/1990”.
p) a pessoa física e os dirigentes de 
pessoas jurídicas responsáveis por 
doações eleitorais tidas por ilegais 
por decisão transitada em julgado 
ou proferida por órgão colegiado da 
Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) 
anos após a decisão, observando-se o 
procedimento previsto no art. 22; 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 15, para o 
ASE 540, com descrição “condenação 
de pessoa física ou dirigente de pessoa 
jurídica responsável por doação acima 
do limite legal, nos termos do art. 1º, I, 
p, da LC nº 64/1990”.
Orientação para registro da ocorrência 
“decisão proferida por órgão colegiado” 
e “cumprimento da pena”.
Obs.: sobre o termo “responsável”, ver 
anotação seguinte.
Identificação dos dirigentes das 
pessoas jurídicas “responsáveis 
pela doação”
A “responsabilidade pela doação” é 
indicada na alínea como requisito 
para incidência da inelegibilidade. 
Como e em qual procedimento 
identificar essas pessoas?
Obs.: embora o art. 81 da Lei 
nº 9.504/1997 tenha sido revogado em 
2015, a questão segue relevante, 
tendo em vista subsistirem anotações
A discussão da responsabilidade 
pessoal dos dirigentes pela doação 
foi descartada como objeto da 
representação por doação acima do 
limite legal ajuizada contra pessoa 
jurídica (“a inelegibilidade de que trata 
esta alínea não é sanção imposta na 
decisão judicial que condena o doador 
a pagar multa por doação acima do 
limite legal, mas efeito secundário da 
condenação, verificável em eventual 
pedido de registro de candidatura” – 
AgR-REspe nº 1717-35, 18.4.2017). 
Estudo quanto à pertinência de adoção 
de medidas para incrementar a higidez 
do Cadastro Eleitoral, tais como:
1. Realização de levantamento sobre as 
anotações de inelegibilidade com base 
na alínea p;
2. Instrução aos órgãos da Justiça 
Eleitoral para que a decisão 
condenatória nas representações 
fundadas no art. 81 da Lei nº 
9.504/1997, ainda em curso, seja 
comunicada aos dirigentes identificados
SISTEM
ATIZAÇ
ÃO
D
AS N
O
RM
AS ELEITO
RAIS
Eixo Tem
ático V: 
Contencioso Eleitoral e Tem
as Correlatos
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(Continuação)
Dispositivo legal Questão suscitada Diagnóstico Sugestão de encaminhamento
registrar que a ineficácia se limita 
ao processo eleitoral subsequente à 
dissolução do vínculo, não havendo 
prostração de inelegibilidade por oito anos, 
o que por vezes é pleiteado em AIRC.
o) os que forem demitidos do serviço 
público em decorrência de processo 
administrativo ou judicial, pelo prazo 
de 8 (oito) anos, contado da decisão, 
salvo se o ato houver sido suspenso ou 
anulado pelo Poder Judiciário; 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 14 para o 
ASE 540, com descrição “demissão do 
serviço público, nos termos do art. 1º, I, 
o, da LC nº 64/1990”.
p) a pessoa física e os dirigentes de 
pessoas jurídicas responsáveis por 
doações eleitorais tidas por ilegais 
por decisão transitada em julgado 
ou proferida por órgão colegiado da 
Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) 
anos após a decisão, observando-se o 
procedimento previsto no art. 22; 
Conforme anotação no inciso I. Conforme anotação no inciso I. Criação de motivo/forma 15, para o 
ASE 540, com descrição “condenação 
de pessoa física ou dirigente de pessoa 
jurídica responsável por doação acima 
do limite legal, nos termos do art. 1º, I, 
p, da LC nº 64/1990”.
Orientação para registro da ocorrência 
“decisão proferida por órgão colegiado” 
e “cumprimento da pena”.
Obs.: sobre o termo “responsável”, ver 
anotação seguinte.
Identificação dos dirigentes das 
pessoas jurídicas “responsáveis 
pela doação”
A “responsabilidade pela doação” é 
indicada na alínea como requisito 
para incidência da inelegibilidade. 
Como e em qual procedimento 
identificar essas pessoas?
Obs.: embora o art. 81 da Lei 
nº 9.504/1997 tenha sido revogado em 
2015, a questão segue relevante, 
tendo em vista subsistirem anotações
A discussão da responsabilidade 
pessoal dos dirigentes pela doação 
foi descartada como objeto da 
representação por doação acima do 
limite legal ajuizada contra pessoa 
jurídica (“a inelegibilidade de que trata 
esta alínea não é sanção imposta na 
decisão judicial que condena o doador 
a pagar multa por doação acima do 
limite legal, mas efeito secundário da 
condenação, verificável em eventual 
pedido de registro de candidatura” – 
AgR-REspe nº 1717-35, 18.4.2017). 
Estudo quanto à pertinência de adoção 
de medidas para incrementar a higidez 
do Cadastro Eleitoral, tais como:
1. Realização de levantamento sobre as 
anotações de inelegibilidade com base 
na alínea p;
2. Instrução aos órgãos da Justiça 
Eleitoral para que a decisão 
condenatória nas representações 
fundadas no art. 81 da Lei nº 
9.504/1997, ainda em curso, seja 
comunicada aos dirigentes identificados
não expiradas e também ações 
ainda em curso.
Disso redundou o entendimento de 
que os dirigentes não são parte na 
representação. 
Ocorre que, ainda que de modo 
“secundário”, a decisão produz efeitos 
sobre eles, com anotação 
da inelegibilidade, muitas vezes 
sem que sejam pessoalmente 
notificados a respeito. 
O problema se agrava porque a 
anotação do ASE 540 tem tido por 
base o registro civil da pessoa jurídica, 
frequentemente desatualizado, podendo 
gerar inconsistência significativa nessas 
anotações. Ainda que não se trate 
de “punição ou reconhecimento de 
óbice à capacidade eleitoral passiva 
do responsável pela doação eleitoral 
tida por ilegal” (AgR-AgR-AI nº 36-63, 
1º.6.2017), a inconsistência compromete 
a confiabilidade das informações do 
cadastro e, eventualmente, a celeridade 
do registro de candidatura.
como supostos responsáveis, ainda 
antes da anotação do ASE 540;
3. Regulamentação de procedimento 
administrativo para notificação dos 
cidadãos que tenham o ASE 540 anotado 
na condição de pessoa jurídica, para que 
possam prestar esclarecimentos que 
entendam

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