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DIREITO 
ELEITORAL
Inelegibilidade
Livro Eletrônico
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Inelegibilidade
DIREITO ELEITORAL
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo
 
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................3
Inelegibilidade ...................................................................................................................................................................4
1. Conceito e Natureza Jurídica .................................................................................................................................4
2. Inelegibilidades: Classificação ...........................................................................................................................5
2.1. Inelegibilidades Absolutas e Relativas .....................................................................................................5
2.2. Inelegibilidades Constitucionais e Infraconstitucionais .................................................................6
2.3. Distinção entre as Condições de Elegibilidade e as Causas de Inelegibilidade ..............17
2.4. Inelegibilidades Infraconstitucionais .......................................................................................................18
2.5. Ação de Impugnação ao Pedido de Registro de Candidatos (AIRC) .......................................60
2.6. Ação de Investigação Judicial Eleitoral ..................................................................................................66
Resumo ...............................................................................................................................................................................70
Questões de Concurso ............................................................................................................................................... 72
Gabarito ..............................................................................................................................................................................84
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................85
Referências ...................................................................................................................................................................... 111
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Inelegibilidade
DIREITO ELEITORAL
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo
ApresentAção
Querido(a) aluno(a), tudo bem?
Na aula de hoje, trataremos das inelegibilidades. Esse assunto está previsto na Constituição 
Federal e na Lei Complementar n. 64/1990, mais conhecida como Lei das Inelegibilidades.
O tema inelegibilidades está diretamente relacionado aos direitos políticos, tendo em 
vista que a incidência de uma das causas de inelegibilidade acaba por restringir o exercício 
de direitos políticos, mais especificamente o direito a ser votado.
Discutiu-se muito sobre as inelegibilidades no ano de 2010, quando foi editada a Lei 
Complementar n. 135/2010, também denominada de Lei da Ficha Limpa, que ampliou signi-
ficativamente o rol de causas de inelegibilidades.
Desde então essa matéria é objeto de um intenso debate no âmbito dos Tribunais Eleito-
rais, motivo pelo qual traremos diversas jurisprudências, especialmente, do Tribunal Superior 
Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal.
Está preparado(a)? Não? Não se preocupe... Você ficará preparado(a) até o final de 
nossa aula...
Vamos lá!
 
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Inelegibilidade
DIREITO ELEITORAL
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo
INELEGIBILIDADE
1. ConCeito e nAturezA JurídiCA
As inelegibilidades são impedimentos para que o indivíduo possa concorrer validamente 
a um mandato eletivo.
Podem decorrer de um fato jurídico lícito ou ilícito. A ilicitude não é da essência do con-
ceito de inelegibilidade.
Inelegibilidade é efeito jurídico, consequência atribuída a algum fato ou complexo de fato 
descrito na facttispecie (situação fática descrita) da norma eleitoral.
Esse é o conceito de inelegibilidade dado por José Jairo Gomes:
Denomina-se inelegibilidade ou ilegibilidade o impedimento ao exercício da cidadania passiva, de 
maneira que o cidadão fica impossibilitado de ser escolhido para ocupar cargo político-eletivo. Em 
outros termos, trata-se de fator negativo, cuja presença obstrui ou subtrai a capacidade eleitoral 
passiva do nacional, tornando-o inapto para receber votos e, pois, exercer mandato representativo. 
Tal impedimento é provocado pela ocorrência de determinados fatos previstos na Constituição ou 
em lei complementar.
Sobre a distinção entre as inelegibilidades e a inalistabilidade, Masson (2016, p.405) 
ensina que:
Inelegibilidade é o termo que exprime os impedimentos que inviabilizam a fruição da capacidade 
eleitoral passiva, suprimindo do cidadão sua capacidade de ser eleito para cumprir mandatos eletivos. 
Consiste, pois, na imposição de obstáculos à candidatura do indivíduo (a todos ou a determinados 
cargos), impedindo que o mesmo exerça o seu direito de ser votado.
Não deve ser confundido com a inalistabilidade, que é o impedimento ao exercício da capacidade 
eleitoral ativa, ao direito de votar. Tampouco pode ser comparada às incompatibilidades, que são 
vedações impostas ao exercício de outros cargos ou atividades incompatíveis com o cargo eletivo.
No mesmo sentido, o TSE define a inelegibilidade nos seguintes termos:
JURISPRUDÊNCIA
[...] A inelegibilidade importa no impedimento temporário da capacidade eleitoral passiva 
do cidadão, que consiste na restrição de ser votado, não atingindo, portanto, os demais 
direitos políticos, como, por exemplo, votar e participar de partidos políticos. [...] (Ac. de 
3/6/2004 no AgRgAg n. 4.598, rel. Min. Fernando Neves).
As hipóteses de inelegibilidade são diversas e podem ser a consequência jurídica da apli-
cação de uma sanção em virtude da prática de um ilícito eleitoral, da relação de parentesco 
com ocupantes de cargo eletivo, do analfabetismo etc.
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Atente-se para o fato de que as inelegibilidades não importam em restrição a todos os 
direitos políticos, mas somente ao direito de ser votado. Este é o entendimento do TSE:
JURISPRUDÊNCIA
[...] Inelegibilidade. Suspensão. Direitos políticos. Não configuração. [...] 3. A inelegibi-
lidade atinge tão somente o jus honorum, não se impondo – à míngua de incidência de 
qualquer das hipóteses do art. 15 da Constituição Federal – restrição ao direito de filiar-
-se a partido político e/ou exercer o direito de votar. [...]. (Ac. de 18/10/2004 no REspe 
n. 22.014, rel. Min. Caputo Bastos.).
As inelegibilidades podem ser estabelecidas na própria Constituição Federal ou em lei 
complementar,nos termos do art. 14, § 9º, da CF. Com efeito, a Constituição Federal auto-
rizou a instituição de novas hipóteses de inelegibilidade por meio da atuação do legislador 
infraconstitucional. Para tanto, exige-se o preenchimento de certos requisitos, os quais serão 
posteriormente analisados.
2. inelegibilidAdes: ClAssifiCAção
2.1. inelegibilidAdes AbsolutAs e relAtivAs
No que se refere à extensão da restrição do direito de ser votado, as inelegibilidades po-
dem ser absolutas ou relativas:
• Inelegibilidade absoluta – a inelegibilidade absoluta impede o cidadão de concorrer a 
qualquer cargo público eletivo. Enquanto persistir a situação geradora da inelegibilidade, 
o cidadão estará impedido de exercer seu direito à elegibilidade. São exemplos de inele-
gibilidades absolutas: a inalistabilidade e o analfabetismo;
• Inelegibilidade relativa – essas hipóteses de inelegibilidade impedem o cidadão de con-
correr a alguns cargos eletivos. Isso quer dizer que a restrição advinda da inelegibilidade 
relativa não impede, por completo, o exercício do direito à elegibilidade. São exemplos de 
inelegibilidades relativas: a inelegibilidade para os mesmos cargos, num terceiro man-
dato subsequente; a inelegibilidade decorrente da incompatibilidade; a inelegibilidade 
decorrente do parentesco.
Em razão da extensão da restrição da capacidade eleitoral passiva, decorrente da incidência 
da inelegibilidade absoluta, defende-se que tais inelegibilidades somente podem ser previstas 
na própria Constituição Federal. Deveras, não se admite a instituição de novas inelegibilidades 
absolutas por meio de lei infraconstitucional. A esse respeito, veja a lição de Alexandre de 
Moraes (2016, p. 256), Ministro do Supremo Tribunal Federal:
A inelegibilidade absoluta consiste em impedimento eleitoral para qualquer cargo eleti-
vo. O indivíduo que se encontrar em uma das situações descritas pela Constituição Federal, 
como de inelegibilidade absoluta, não poderá concorrer a eleição alguma, ou seja, não poderá 
pleitear nenhum mandato eletivo. Refere-se, pois, a determinada característica da pessoa que 
pretende candidatar-se, e não ao pleito ou mesmo cargo pretendido.
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A inelegibilidade absoluta é excepcional e somente pode ser estabelecida,taxativamente, 
pela própria Constituição Federal.
2.2. inelegibilidAdes ConstituCionAis e infrAConstituCionAis
Por sua vez, uma outra classificação considera a forma de criação ou instituição das 
inelegibilidades. Para essa classificação, têm-se as inelegibilidades constitucionais e as ine-
legibilidades infraconstitucionais.
Inelegibilidades constitucionais: a Constituição Federal enumera as seguintes hipóteses 
de inelegibilidade:
• inalistabilidade;
• analfabetismo;
• inelegibilidade decorrente da reeleição para o terceiro mandato consecutivo;
• inelegibilidade decorrente da incompatibilidade;
• inelegibilidade decorrente do parentesco.
As inelegibilidades estabelecidas no art. 14, §§ 4º a 7º, da Constituição Federal serão 
estudadas no tópico seguinte.
2.2.1. Inalistáveis
A inelegibilidade decorrente da inalistabilidade está prevista no art. 14, § 4º, da Constitui-
ção, nos seguintes moldes:
Art. 14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Trata-se de inelegibilidade absoluta. Assim, enquanto perdurar o status de inalistável, não 
poderá, o pleiteante, concorrer a qualquer cargo.
Pelo art. 14, § 2º, da CF/1988, são inalistáveis os estrangeiros e, durante o período do 
serviço militar obrigatório, os conscritos.
Entretanto, a doutrina critica a inclusão dos inalistáveis como hipótese de causa de ine-
legibilidade. Afinal, a inelegibilidade é uma causa impeditiva ao direito de ser votado e o ina-
listável não pode sequer adquirir ou titularizar direitos políticos no Brasil. Logo, questiona-se 
como ele poderia ficar privado de um direito que não possui.
Trata-se de uma previsão constitucional atécnica. Este é o ensinamento de José Jairo Gomes:
Impende registrar a falta de técnica da Constituição ao erigir o transcrito § 4º, pelo qual são ‘ine-
legíveis os inalistáveis’. Inalistáveis são os estrangeiros e, durante o período de serviço militar 
obrigatório, os conscritos (CF, art. 14, § 2º). É assente que o alistamento eleitoral condiciona a 
própria cidadania. Enquanto o inalistável não apresenta capacidade eleitoral ativa nem passiva, o 
inelegível encontra-se privado da segunda. Assim, a tautológica dicção constitucional afirma ser 
inelegível aquele que, por ser inalistável, já não o seria de qualquer forma. Assevera, em outros 
termos, ser inelegível o inelegível.
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2.2.2. Analfabetos
Esta é a previsão contida no art. 14, § 4º:
Art. 14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Com base nessa norma constitucional, vê-se que o analfabeto não pode ser candidato. 
Entretanto, nos termos da Constituição, o voto do analfabeto é facultativo, ou seja, a incidên-
cia da inelegibilidade pela sua condição de analfabeto não lhe retira a capacidade eleitoral 
ativa, somente a passiva.
A controvérsia sobre o conceito do cidadão analfabeto é tema polêmico e ainda gera 
controvérsia na apreciação dos pedidos de registro de candidatura e da incidência da referida 
inelegibilidade decorrente do analfabetismo.
Para alguns, analfabeto é aquele que não sabe ler ou escrever, ou seja, que não domina 
o idioma nacional, em face de uma exigência mínima de compreensão da escrita. É aquele, 
segundo esse entendimento, que nem sequer sabe escrever o próprio nome.
Para outros, o conceito de analfabetismo é mais abrangente e envolve os analfabetos 
funcionais ou os semialfabetizados, ou seja, aqueles que – mesmo sabendo escrever o nome 
e compreendendo algumas palavras – não possuem a capacidade, por exemplo, de ler, com-
preender ou redigir um texto. Seriam, assim, inelegíveis os que possuem séria dificuldade de 
leitura e expressão escrita.
José Jairo Gomes apresenta um conceito geral de analfabeto:
De modo geral, pode-se dizer que analfabeto é quem não domina um sistema escrito de linguagem, 
carecendo dos conhecimentos necessários para ler e escrever um texto simples em seu próprio 
idioma. Assim, a noção de analfabetismo prende-se ao domínio da escrita e da compreensão de 
textos, ainda que singelos. Por outro lado, o domínio de tal sistema em algum grau justifica o status 
de alfabetizado – ou, pelo menos, de semialfabetizado
A orientação da jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral é no sentido de que candida-
tos semialfabetizados – que, ao menos, leiam e escrevam seus nomes ou algumas palavras 
e disponham de um discernimento mínimo – podem ter o pedido de registro de candidatura 
deferido. A esse respeito, veja o seguinte julgado do TSE:
JURISPRUDÊNCIA
Inelegibilidade. Analfabetismo. 1. A jurisprudência do Tribunal é pacífica no sentido de 
que as restrições que geram as inelegibilidades são de legalidade estrita, vedada a inter-
pretação extensiva. 2. Essa orientação aplica-se, inclusive, quanto à configuração da ine-
legibilidade do art. 14, § 4º, da Constituição Federal, devendo ser exigido apenas que o 
candidato saiba ler e escrever, minimamente, de modo que sepossa evidenciar eventual 
incapacidade absoluta de incompreensão e expressão da língua. 3. Não é possível impor 
restrição de elegibilidade, por meio da utilização de critérios rigorosos para a aferição de 
alfabetismo. [...](Ac. de 21/8/2012 no AgR-REspe. n. 424839, rel. Min. Arnaldo Versiani.).
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A seguir, demonstrar-se-á o entendimento do TSE sobre as formas que podem ou não 
comprovar a condição de alfabetizado:
JURISPRUDÊNCIA
Exercício de Mandato anterior ao pedido de registro de candidatura. Causa não compro-
batória da alfabetização
Súmula TSE n. 15: O exercício de cargo eletivo não é circunstância suficiente para, em 
recurso especial, determinar-se a reforma da decisão mediante a qual o candidato foi 
considerado analfabeto.
Ausência de comprovante de escolaridade. Teste de alfabetização ELEIÇÕES 2008. 
Agravo regimental. Recurso especial. Registro de candidatura. Analfabetismo. Art. 29, 
IV, § 2º, da Res.-TSE n. 22.717. Declaração de próprio punho. Presença do juiz eleitoral 
ou de serventuário da Justiça Eleitoral. Exigência. Teste. Rigor excessivo. Precedente. 
Outros meios de aferição. Observância do fim constitucional. Agravo provido.
1. Na falta do comprovante de escolaridade, é imprescindível que o candidato firme decla-
ração de próprio punho em cartório, na presença do juiz ou de serventuário da Justiça 
Eleitoral, a fim de que o magistrado possa formar sua convicção acerca da condição de 
alfabetizado do candidato.
2. O rigor da aferição no que tange à alfabetização do candidato não pode configurar 
um cerceio ao direito atinente à inelegibilidade (Acórdão n. 30.071, de 14/10/2008, rel. 
min. Arnaldo Versiani).
3. A norma inscrita no art. 14, § 4º, da Constituição Federal impõe apenas que o candi-
dato saiba ler e escrever. Para esse efeito, o teste de alfabetização deve consistir em 
declaração, firmada no cartório eleitoral, na qual o candidato informa que é alfabetizado, 
procedendo em seguida à leitura do documento. (Agravo Regimental em Recurso Espe-
cial n. 30.682, rel. Min. Joaquim Barbosa, de 27/10/2008)
Teste coletivo de alfabetização. Impossibilidade de realização REGISTRO. Eleições de 
2004. Analfabetismo. Teste. Declaração de próprio punho. Possibilidade. Recurso pro-
vido em parte.
A Constituição Federal não admite que o candidato a cargo eletivo seja exposto a teste 
que lhe agrida a dignidade.
Submeter o suposto analfabeto a teste público e solene para apurar-lhe o trato com as 
letras é agredir a dignidade humana (CF, art. 1º, III).
Tendo dúvida sobre a alfabetização do candidato, o juiz poderá submetê-lo a teste 
reservado. Não é lícita, contudo, a montagem de espetáculo coletivo que nada apura, 
só produz constrangimento.
(Recurso Especial n. 21.707, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, de 17/8/2004)
Alfabetização. Comprovação. Carteira Nacional de Habilitação. Presunção de alfabetização
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Inelegibilidade. Analfabetismo. A jurisprudência do TSE é no sentido de que a Carteira 
Nacional de Habilitação para dirigir gera a presunção da escolaridade necessária ao 
deferimento do registro de candidatura (Agravo Regimental no Recurso Ordinário n. 
4459-25, rel. Min. Marco Aurélio). Agravo regimental não provido.” (Ac. de 18/10/2012 
no AgR-REspe n. 26276, rel. Min. Arnaldo Versiani.)
Alfabetização. Comprovação. Declaração de próprio punho
Agravo regimental. Recurso especial eleitoral. Registro de candidatura. Eleição 2012. 
Alfabetização. Comprovação. Declaração de próprio punho. Validade, desde que firmada 
perante a justiça eleitoral. [...] 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, é impres-
cindível que o candidato firme a declaração de próprio punho na presença do juiz ou de 
serventuário da justiça para que esse ato tenha o condão de comprovar sua condição 
de alfabetizado. Precedentes. 3. No caso concreto, a declaração de próprio punho apre-
sentada pelo candidato não foi firmada perante a Justiça Eleitoral, razão pela qual não 
comprova a condição de alfabetizado do agravante. [...] (Ac. de 23/10/2012 no AgR-REspe 
n. 8153, rel. Min. Dias Toffoli).
2.2.3. Reeleição
O art. 14, § 5º, da CF/1988, prevê a possibilidade de os chefes do Poder Executivo poderem 
concorrer à reeleição. Lembre-se de que, originariamente, não era viável a reeleição do Chefe do 
Poder Executivo. Isso porque, como característica de regimes republicanos, têm-se a tempora-
riedade dos mandatos e a necessidade de alternância do titular da Chefia do Poder Executivo.
Entretanto, para permitir a implantação e a conclusão de projetos e programas de governo, 
alterou-se o texto constitucional para permitir que os integrantes de cargos eletivos do Poder 
Executivo pudessem reeleger-se para um único período subsequente. Com essa alteração 
constitucional, privilegiou-se a continuidade político-administrativa. A possibilidade de um 
novo mandato para o Presidente, o Governador e o Prefeito viabilizam o término de obras ou 
a continuação de mudanças que tenham sido implantadas durante o primeiro mandato.
Ao defender a adoção da reeleição no Brasil, Michel Temer aduz:
A possibilidade da reeleição privilegia, assim, o princípio da participação popular porque confere 
ao povo a possibilidade de um duplo julgamento: o do programa partidário e o do agente executor 
desse programa (chefe do Poder Executivo). Talvez, por essa razão, o sistema jurídico norte-ameri-
cano autorize a reeleição. E ninguém pode dizer que ali não se pratica a democracia. (In: Alexandre 
de Moraes, 2016, p. 259)
Esta é a redação do dispositivo constitucional sob análise:
Art. 14, § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Pre-
feitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos 
para um único período subsequente.
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A reeleição permite que os chefes do Poder Executivo possam exercer dois mandatos 
consecutivos. No terceiro mandato sucessivo, os ocupantes de cargos da chefia do Executivo 
estarão inelegíveis para o mesmo cargo.
Por sua vez, ressalta-se que a Constituição Federal não impede que um cidadão possa 
eleger-se por mais de dois mandatos ao cargo de Chefe do Poder Executivo. Na verdade, 
impede-se, apenas, que haja o exercício de mais de dois mandatos consecutivos, mas não o 
exercício de vários mandatos intercalados
Com a finalidade de efetivar a incidência do princípio republicano e garantir a periodicidade 
de investidura nas funções eleitorais, a aplicabilidade dessa prescrição constitucional impe-
de que, ao final do segundo mandato consecutivo, o Chefe do Executivo altere seu domicílio 
eleitoral e busque sua eleição para o mesmo cargo em circunscrição diversa. Isso porque, 
em um regime republicano, deve-se evitar aperpetuação de um mesmo cidadão no poder.
Deveras, a partir dessa interpretação, passou-se a reconhecer a ilegitimidade da situação 
do prefeito itinerante ou profissional. A esse respeito, veja o entendimento jurisprudencial do 
Supremo Tribunal Federal:
O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da continuidade administrativa, 
mas também no princípio republicano, que impede a perpetuação de uma mesma pessoa ou grupo 
no poder. O princípio republicano condiciona a interpretação e a aplicação do próprio comando da 
norma constitucional, de modo que a reeleição é permitida por apenas uma única vez. Esse princí-
pio impede a terceira eleição não apenas no mesmo Município, mas em relação a qualquer outro 
Município da federação. Entendimento contrário tornaria possível a figura do denominado “prefeito 
itinerante” ou do “prefeito profissional”, o que claramente é incompatível com esse princípio, que 
também traduz um postulado de temporariedade/alternância do exercício do poder. Portanto, am-
bos os princípios – continuidade administrativa e republicanismo – condicionam a interpretação 
e a aplicação teleológicas do art. 14, § 5º, da Constituição. O cidadão que exerce dois mandatos 
consecutivos como prefeito de determinado Município fica inelegível para o cargo da mesma natu-
reza em qualquer outro Município da federação. (RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento 
em 1º/8/2012, Plenário, DJE de 21/5/2013, com repercussão geral.).
Dessa forma, caso o prefeito, ou governador, esteja no exercício do segundo mandato 
consecutivo, ainda que transfira o seu domicílio eleitoral para circunscrição diversa, estará 
inelegível. No mesmo sentido, veja o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral:
[...] Recurso contra a expedição de diploma. ‘Prefeito itinerante’. Exercício consecutivo de mais de 
dois mandatos de chefia do executivo em municípios diferentes. Impossibilidade. Desprovimento. 
1. Ainda que haja desvinculação política, com a respectiva renúncia ao mandato exercido no mu-
nicípio, antes de operar-se a transferência de domicílio eleitoral, não se admite a perpetuação no 
poder, somente sendo possível eleger-se para o cargo de prefeito por duas vezes consecutivas, 
mesmo que em localidades diversas, tendo em vista o princípio constitucional republicano. 2. 
Ressalva pessoal do ponto de vista do Relator. [...]. (Ac. de 25/11/2010 no AgR-AI n. 11539, rel. 
Min. Marcelo Ribeiro.).
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Aliás, para evitar a burla à regra impeditiva do terceiro mandato consecutivo, o indivíduo 
reeleito ao cargo de chefe do Poder Executivo não poderá concorrer nas eleições seguintes 
ao cargo de Vice. Isso porque, caso a chapa obtenha êxito e o titular renuncie, seja cassado 
ou morra, o vice assume o cargo de chefe do Executivo, configurando-se um terceiro mandato 
consecutivo. Nesse sentido, Alexandre de Moraes declara que (2016):
Impossibilidade daquele que foi titular de dois mandatos consecutivos na chefia do Poder Executivo 
vir a candidatar-se, no período imediatamente subsequente, à vice-chefia. Tal vedação decorre do 
próprio texto constitucional, pois o art. 79 prevê que o Vice-Presidente substituirá o Presidente, 
no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga; regra essa que é seguida em nível estadual, 
distrital e municipal. Dessa forma, haveria clara fraude à Constituição Federal, permitindo-se a 
possibilidade de uma mesma pessoa exercer três mandatos presidenciais sucessivos.
Inclusive, segundo o entendimento do TSE, não se admite a reeleição do vice para o terceiro 
mandato consecutivo. Assim, a proibição de perpetuação no cargo não se aplica unicamente 
ao titular do cargo, mas também ao vice. Sobre esse entendimento, veja o seguinte acórdão:
JURISPRUDÊNCIA
CONSULTA. VICE-PREFEITO REELEITO. CANDIDATOS A PREFEITO DE CHAPAS DIVER-
SAS. PRETENSÃO. CANDIDATURA. TERCEIRO MANDATO. VEDAÇÃO. ART. 14, § 5º, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
1. Ao ocupante de dois mandatos consecutivos de vice-prefeito é vedado candidatar-se 
ao mesmo cargo no pleito seguinte, sob pena de restar configurado o exercício de três 
mandatos sucessivos.
2. Tal vedação persiste ainda que, em cada um dos mandatos, o referido vice tenha 
exercido o cargo com prefeitos de diferentes chapas. (Cta n. 1557, Resolução n. 22761, 
Rel. Min. Felix Fischer).
No caso de o ocupante do cargo de chefe pretender concorrer à reeleição, não é neces-
sário o afastamento do cargo (desincompatibilização). Logo, o titular de cargo de Chefia do 
Poder Executivo, caso queira reeleger-se, não necessita afastar-se de seu cargo no prazo de 
seis meses antes da data das eleições. Nesse sentido, veja o seguinte julgado do STF:
JURISPRUDÊNCIA
Não se tratando, no § 5º do art. 14 da Constituição, na redação dada pela EC 16/1997, 
de caso de inelegibilidade, mas, sim, de hipótese em que se estipula ser possível a elegi-
bilidade dos chefes dos Poderes Executivos, federal, estadual, distrital, municipal e dos 
que os hajam sucedido ou substituído no curso dos mandatos, para o mesmo cargo, para 
um período subsequente; não cabe exigir-lhes desincompatibilização para concorrer ao 
segundo mandato, assim constitucionalmente autorizado. Somente a Constituição pode-
ria, de expresso, estabelecer o afastamento do cargo, no prazo por ela definido, como 
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condição para concorrer à reeleição prevista no § 5º do art. 14 da Lei Magna, na redação 
atual. Diversa é a natureza da regra do § 6º do art. 14 da Constituição, que disciplina 
caso de inelegibilidade, prevendo-se, aí, prazo de desincompatibilização. A EC 16/1997 
não alterou a norma do § 6º do art. 14 da Constituição. Na aplicação do § 5º do art. 
14 da Lei Maior, na redação atual, não cabe, entretanto, estender o disposto no § 6º do 
mesmo artigo, que cuida de hipótese distinta. A exegese conferida ao § 5º do art. 14 da 
Constituição, na redação da EC 16/1997, ao não exigir desincompatibilização do titular 
para concorrer à reeleição, não ofende o art. 60, § 4º, IV, da Constituição, como pretende 
a inicial, com expressa referência ao art. 5º, § 2º, da Lei Maior. Não são invocáveis, na 
espécie, os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, da isonomia ou do pluripar-
tidarismo, para criar, por via exegética, cláusula restritiva da elegibilidade prevista no § 
5º do art. 14 da Constituição, na redação da EC 16/1997, com a exigência de renúncia 
seis meses antes do pleito, não adotada pelo constituinte derivado.” (ADI 1.805-MC, Rel. 
Min. Néri da Silveira, julgamento em 26/3/1998, Plenário, DJ de 14/11/2003.)
Por sua vez, se os chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) quiserem 
concorrer a outros cargos, devem renunciar (afastamento definitivo) dos seus mandatos até 
6 meses antes do pleito, nos termos do art. 14, § 6º, da CF:
Art. 14, § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de 
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis 
meses antes do pleito.
Diante dessa prescrição, pode-se concluir que, para o exercício do direito à reeleição, 
não é exigível a desincompatibilização. Por outro lado, se oChefe do Poder Executivo quiser 
concorrer a qualquer outro cargo eletivo, deve renunciar ao seu cargo até a data definida na 
norma, sob pena de ser considerado inelegível em razão de sua incompatibilidade.
Quanto à possibilidade de o vice poder participar da eleição para o cargo de titular do exe-
cutivo, o STF entendia que a aplicabilidade dessa inelegibilidade para a reeleição ao terceiro 
mandato consecutivo somente o alcançaria, desde que tivesse se tornado titular do cargo 
de Chefe do Poder Executivo no curso do mandato. Com efeito, entendia-se que a vedação à 
reeleição do Presidente, Governador e Prefeito somente poderia ser aplicada para quem fosse 
titular do cargo, pois a reeleição é definida como uma eleição para o mesmo cargo. Em razão 
de o vice não ser o titular do cargo de Chefe do Executivo, não se poderia falar em reeleição 
para um cargo que ele não ocupa nos casos de ocorrer apenas a substituição.
Um cidadão foi eleito duas vezes para o cargo de Vice-Governador. Ao longo do primeiro 
mandato, exerceu, temporariamente, mediante substituição, o cargo de governador, em virtude 
de licenças do titular do cargo. No segundo mandato, em razão da vacância do cargo de go-
vernador em decorrência da morte do titular, o vice o sucedeu e exerceu um mandato tampão.
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Diante dessa circunstância, pergunta-se: esse cidadão poderá concorrer à reeleição para 
o período imediatamente posterior?
A resposta a essa indagação foi dada pelo STF, no seguinte julgado:
JURISPRUDÊNCIA
Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo mandato 
de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído 
o governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de governador, porque o exercício 
da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente quando 
sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo. 
Inteligência do disposto no § 5º do art. 14 da CF. (RE 366.488, Rel. Min. Carlos Velloso, 
julgamento em 4/10/2005, Segunda Turma, DJ de 28/10/2005.).
Entretanto, ao final desse segundo mandato, o cidadão não poderá concorrer a uma nova 
eleição para o mesmo cargo, ainda que o primeiro tenha sido um mandato tampão, pois ve-
da-se a reeleição para o terceiro mandato consecutivo.
A proibição de concorrer a três mandatos consecutivos somente se aplica aos chefes do 
Poder Executivo. Essa norma constitucional não se aplica aos membros do Poder Legislativo. 
Os deputados federais, estaduais e distritais, os senadores e vereadores podem se reeleger 
por vários mandatos consecutivos.
Desse modo, pode-se chegar às seguintes conclusões:
• o titular do Poder Executivo, bem como quem o substituir ou suceder, somente poderá 
ser reeleito para um único mandato subsequente;
• cumprido o segundo mandato, o titular não poderá candidatar-se novamente nem ao 
cargo de titular, nem ao de vice;
• caso o titular queira candidatar-se a outro cargo, deve desincompatibilizar-se, renunciando 
ao mandato até seis meses antes do pleito;
• se o vice substituir ou suceder o titular, poderá concorrer ao cargo de titular, vedada a 
reeleição;
• o chefe do Poder Executivo, que esteja exercendo seu segundo mandato sucessivo, não 
pode se candidatar, no período imediatamente subsequente, à vice-chefia.
Por fim, deve-se frisar que a permissão para reeleição do titular do cargo eletivo no Exe-
cutivo estende-se à sua família. Isso quer dizer que, ao término do primeiro mandato, poderá 
concorrer à reeleição o próprio mandatário, bem como qualquer integrante de seu grupo familiar. 
Não obstante, ao término do segundo mandato consecutivo, nem o mandatário, nem qualquer 
integrante de seu núcleo familiar, poderão participar do pleito imediatamente subsequente.
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Com efeito, a CF/1988 adota o princípio republicano, e, consequentemente, impede-se a 
perpetuação de grupos familiares no poder e a patrimonialização ou privatização de cargos 
públicos eletivos. Nessa esteira, veja o seguinte julgado do STF:
JURISPRUDÊNCIA
Inelegibilidade. Art. 14, § 7º, da CB. O art. 14, § 7º, da CB deve ser interpretado de maneira 
a dar eficácia e efetividade aos postulados republicanos e democráticos da Constituição, 
evitando-se a perpetuidade ou alongada presença de familiares no poder. (RE 543.117-
AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24/6/2008, Segunda Turma, DJE de 22/8/2008.)
2.2.4. Inelegibilidade Reflexa
A “inelegibilidade reflexa”, também denominada “inelegibilidade decorrente do parentesco 
ou por afinidade”, está prevista no art. 14, § 7º, CF/1988. Foi instituída com a finalidade de 
garantir a isonomia entre postulantes a cargos eletivos e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do abuso de poder político. Com efeito, para evitar a utilização 
da máquina pública, por meio da definição de políticas públicas ou da execução de serviços 
públicos, em prol de candidatura, o grupo familiar do Chefe do Poder Executivo é considerado 
inelegível na circunscrição do cargo do parente paradigma. Esta é a prescrição contida no 
art. 14, § 7º, da CF/1988:
Art. 14, § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consan-
guíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador 
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Assim, vê-se que, para a configuração da inelegibilidade reflexa, alguns requisitos devem 
ser preenchidos. São eles:
• O titular paradigma deve ser ocupante de cargo eletivo no Poder Executivo (Presidente, 
Governador ou Prefeito), ou ter substituído o Chefe do Poder Executivo dentro dos seis 
meses antes da data das eleições. Isso porque o parentesco com membros do Poder 
Legislativo não atrai a incidência de inelegibilidades;
• Devem ser cônjuges ou parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção;
• Desejam concorrer a qualquer cargo eletivo no âmbito territorial em que o titular exerça o 
seu mandato (ex.: parentes do Prefeito não podem concorrer a cargos eletivos no Município 
em que o titular exerce o mandato; parentes do Governador não podem eleger-se no Estado 
em que o titular exerce o mandato; os parentes do Presidente da República não podem con-
correr a nenhum cargo eletivo, em razão de o titular exercer seu mandato em todo o país);
• Aplica-se aos parentes dos que houverem substituído o Chefe do Executivo nos seis 
meses anteriores ao pleito (período de desincompatibilização).
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Sobre a incidência da presente inelegibilidade constitucional,deve-se avaliar o conteúdo 
da expressão “cônjuge”. A norma constitucional prescreve que são inelegíveis os cônjuges. A 
relação de parentesco cônjuge surge a partir do matrimônio. Entretanto, o TSE, assim como o 
STF, por meio de sua jurisprudência, entende que essa inelegibilidade também será aplicável 
nas seguintes situações:
Aplica-se aos companheiros na hipótese de união estável.
JURISPRUDÊNCIA
Os sujeitos de uma relação homossexual, à semelhança do que ocorre com os de rela-
ção estável, de concubinato e de casamento, submetem-se à regra de inelegibilidade 
prevista no art. 14, § 7º, da Constituição Federal (REspe 24654, rel. Min. Gilmar Mendes);
A união estável atrai a incidência da inelegibilidade por parentesco, com a ressalva de 
que o mero namoro não se enquadra nessa hipótese (Respe 24672);
Súmula Vinculante n. 18, STF – A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso 
do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal;
É inelegível para o cargo de prefeito de município resultante de desmembramento territo-
rial o irmão do atual Chefe do Poder Executivo do município-mãe (RE n. 158314, julgado 
em 15/12/1992).
É importante analisar o entendimento sumular vinculante n. 18 do STF. Por essa jurispru-
dência consolidada, impede-se que ex-cônjuges de chefes do Poder Executivo possam parti-
cipar do pleito imediatamente posterior quando a ruptura do vínculo parental se desfaça no 
curso do mandato. Esse entendimento jurisprudencial foi adotado para evitar que eventuais 
simulações de extinção de vínculos matrimoniais ou decorrentes de uniões estáveis sejam 
levadas a efeito com a única finalidade de afastar a aplicação da inelegibilidade reflexa.
De outro modo, se a extinção da entidade familiar decorrer do evento morte, não pode 
ser aplicada a súmula vinculante n. 18 do STF, pois não há possibilidade de se ter como pre-
sente a finalidade de burlar a aplicação da inelegibilidade reflexa. Além disso, com a morte, 
não há que se falar em grupo familiar, elemento fático indispensável para a inelegibilidade de 
parentes do chefe do Poder Executivo. Nesse sentido, veja o seguinte entendimento do STF:
JURISPRUDÊNCIA
CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. MORTE DE PREFEITO NO CURSO DO MANDATO, MAIS 
DE UM ANO ANTES DO TÉRMINO. INELEGIBILIDADE DO CÔNJUGE
SUPÉRSTITE. CF, ART. 14, § 7º. INOCORRÊNCIA.
1. O que orientou a edição da Súmula Vinculante n. 18 e os recentes precedentes do STF 
foi a preocupação de inibir que a dissolução fraudulenta ou simulada de sociedade con-
jugal seja utilizada como mecanismo de burla à norma da inelegibilidade reflexa prevista 
no § 7º do art. 14 da Constituição. Portanto, não atrai a aplicação do entendimento cons-
tante da referida súmula a extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges.
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2. Recurso extraordinário a que se dá provimento. (RE n.758.461, Rel. Teoria Zavascki, 
Tribunal Pleno, DJe de 30/10/2014).
Por sua vez, não se terá a configuração da inelegibilidade reflexa nas seguintes situações:
• O parentesco com o Vice não gera inelegibilidade, a menos que ele tenha substituído ou 
sucedido o titular dentro dos seis meses anteriores ao pleito;
• Não gera a inelegibilidade o parentesco com os auxiliares do titular;
• O cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo grau, são elegíveis no 
território de jurisdição do titular, desde que este não esteja no exercício de mandato fruto 
de reeleição (Res. n. 21.786, de 1º/6/2004, rel. Min. Humberto Gomes de Barros).
A inelegibilidade reflexa, como visto, impede que os parentes consanguíneos ou afins, até 
o segundo grau ou por adoção, de chefes do Poder Executivo, possam concorrer aos cargos 
públicos eletivos no território em que o titular exerce o mandato.
Entretanto, segundo a própria norma constitucional, há uma exceção à incidência dessa 
inelegibilidade. Trata-se da hipótese em que o parente do titular do Poder Executivo seja ocu-
pante de um cargo eletivo e esteja se candidatando à reeleição.
Há também outra forma de se afastar a incidência dessa inelegibilidade. Para tanto, basta 
que o titular paradigma, chefe do Poder Executivo, desincompatibilize-se até seis meses antes 
da data da eleição. A esse respeito, veja o ensinamento de Alexandre de Moraes:
Dessa forma, se o chefe do Poder Executivo renunciar seis meses antes da eleição, seu cônjuge 
e parente ou afins, até segundo grau, poderão candidatar-se a todos os cargos eletivos, inclusive 
à Chefia do Executivo até então por ele ocupada, desde que este pudesse concorrer a sua própria 
reeleição, afastando-se totalmente a inelegibilidade reflexa.
Caso, porém, o Chefe do Poder Executivo estiver exercendo o 2º mandato consecutivo, a renúncia não 
terá nenhum efeito para a finalidade de afastar a inelegibilidade reflexa quanto à disputa para a chefia 
do Executivo. Nessa hipótese, se ao próprio chefe do Executivo está vedada a tentativa de perpetua-
ção no cargo por mais de dois mandatos, igualmente, não se permitirá essa continuidade via reflexa.
Viu-se que será viável a candidatura dos parentes do ocupante dos cargos de Presidente, 
Governador e Prefeito nas seguintes situações:
• Caso seja titular de cargo eletivo e candidate-se à reeleição;
• Caso o titular do cargo majoritário renuncie ao seu mandato até seis meses antes da 
data das eleições.
Na última situação, a desincompatibilização permitirá, inclusive, a candidatura do parente 
do ocupante do cargo de Presidente, Governador e Prefeito para o mesmo cargo titularizado 
pelo paradigma, desde que eles estejam no exercício do primeiro mandato.
Neste caso, se o parente paradigma, chefe do Poder Executivo, já estiver no exercício do 
segundo mandato consecutivo, não se admitirá a candidatura de cidadão que integre seu 
grupo familiar, mesmo que haja a desincompatibilização do cargo.
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Assim, o art. 14, § 7º c/c o art. 14, § 5º, ambos da CF/1988, viabilizam a candidatura para 
um único mandato consecutivo do mesmo grupo familiar. Sobre essa situação:
JURISPRUDÊNCIA
Elegibilidade: cônjuge e parentes do chefe do Poder Executivo: elegibilidade para can-
didatar-se à sucessão dele, quando o titular, causador da inelegibilidade, pudesse, ele 
mesmo, candidatar-se à reeleição, tendo se afastado do cargo até seis meses antes do 
pleito. 1. A evolução do Direito Eleitoral brasileiro, no campo das inelegibilidades, girou 
durante décadas em torno do princípio basilar da vedação de reeleição para o período 
imediato dos titulares do Poder Executivo: regra introduzida, como única previsão cons-
titucional de inelegibilidade, na primeira Carta Política da República (Const. 1891, art. 
47, § 4º), a proibição se manteve incólume ao advento dos textos posteriores, incluídos 
os que regeram as fases de mais acendrado autoritarismo (assim, na Carta de 1937, 
os arts. 75 a 84, embora equívocos, não chegaram à admissão explícita da reeleição; e 
a de 1969 (art. 151, § 1º, a) manteve-lhe o veto absoluto). 2. As inspirações da irreele-
gibilidade dos titulares serviram de explicação legitimadora da inelegibilidade de seus 
familiares próximos, de modo a obviar que,por meio da eleição deles, se pudesse con-
duzir ao continuísmo familiar. 3. Com essa tradição uniforme do constitucionalismo 
republicano, rompeu, entretanto, a EC 16/1997, que, com a norma permissiva do § 5º 
do art. 14 da CF, explicitou a viabilidade de uma reeleição imediata para os chefes do 
Executivo. 4. Subsistiu, no entanto, a letra do § 7º, atinente à inelegibilidade dos cônju-
ges e parentes, consanguíneos ou afins, dos titulares tornados reelegíveis, que, inter-
pretado no absolutismo da sua literalidade, conduz a disparidade ilógica de tratamento 
e gera perplexidades invencíveis. 5. Mas, é lugar comum que o ordenamento jurídico e 
a Constituição, sobretudo, não são aglomerados caóticos de normas; presumem-se um 
conjunto harmônico de regras e de princípios: por isso, é impossível negar o impacto 
da Emenda Constitucional n. 16 sobre o § 7º do art. 14 da Constituição, sob pena de 
consagrar-se o paradoxo de impor-se ao cônjuge ou parente do causante da inelegibili-
dade o que a este não se negou: permanecer todo o tempo do mandato, se candidato à 
reeleição, ou afastar-se seis meses, para concorrer a qualquer outro mandato eletivo. 6. 
Nesse sentido, a evolução da jurisprudência do TSE, que o STF endossa, abandonando 
o seu entendimento anterior. (RE n. 344882, Julgado em 07/04/2003).
2.3. distinção entre As Condições de elegibilidAde e As CAusAs de 
inelegibilidAde
A ausência de preenchimento das condições de elegibilidade e a incidência em uma das 
situações de inelegibilidade possuem efeito jurídico semelhante, qual seja, o de impedir que 
o cidadão possa exercer seus direitos políticos passivos, a capacidade de ser votado.
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Contudo, as condições de elegibilidade constituem requisitos para a aquisição da capa-
cidade eleitoral passiva. As hipóteses de inelegibilidades são impedimentos à elegibilidade. 
Segue o entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca do tema:
O domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária, constituindo condições de ele-
gibilidade (CF, art. 14, § 3º), revelam-se passíveis de válida disciplinação mediante simples lei 
ordinária. Os requisitos de elegibilidade não se confundem, no plano jurídico conceitual, com 
as hipóteses de inelegibilidade, cuja definição – além das situações já previstas diretamente 
pelo próprio texto constitucional (CF, art. 14, §§ 5º a 8º) – só pode derivar de norma inscrita 
em lei complementar (CF, art. 14, § 9º) (STF. ADI n. 1.063. Rel. Min. Celso de Mello).
Diante desse julgado, pode-se afirmar que o não preenchimento de algumas das condições 
de elegibilidade será chamado de “não elegibilidade”. Por sua vez, o cidadão que incidir em 
uma das hipóteses de inelegibilidade será chamado de “inelegível”.
Por que é importante essa distinção técnica?
Inegáveis as consequências práticas e jurídicas da distinção entres os pressupostos de 
elegibilidade e as causas de inelegibilidade. Com efeito, a jurisprudência tem entendido pelo 
cabimento de recurso ordinário nas eleições federais e estaduais e de ação rescisória elei-
toral apenas nas hipóteses de inelegibilidade, e não em relação à ausência de condição de 
elegibilidade (ZILIO, 2012, p. 145).
2.4. inelegibilidAdes infrAConstituCionAis
A CF autoriza a instituição de novas hipóteses de inelegibilidade pelo Legislador Infra-
constitucional. Nessa situação, o Congresso Nacional deverá editar uma lei complementar. 
Nessa lei, é proibida a instituição de inelegibilidade com prazo de incidência ou de duração 
indeterminada, já que, nos termos do art. 14, § 9º, da CF, é dever da lei complementar esta-
belecer os prazos de cessação das inelegibilidades por ela instituídas.
Veja a redação do referido dispositivo constitucional inscrito no art. 14, § 9º, da CF:
Art. 14, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato 
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a 
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na adminis-
tração direta ou indireta.
Atente-se para o fato de que, para o legislador tratar sobre condições de elegibilidade, basta a 
edição de uma lei ordinária. Por sua vez, para a criação de novas hipóteses de inelegibilidades 
infraconstitucionais, é necessária a edição de uma lei complementar.
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A instituição de novas hipóteses de inelegibilidades depende de que haja a finalidade de 
proteção de um dos seguintes princípios constitucionais:
• Princípio da probidade administrativa – esse é o princípio da moralidade administrativa 
expressamente previsto no art. 37, caput, da CF. Assim, admite-se a previsão de que condutas 
que violem a moralidade administrativa acarretem a inelegibilidade. Tem-se, por exemplo, 
a inelegibilidade inscrita no art. 1º, inc. I, alínea ‘g’, da Lei Complementar n. 64/1990, a qual 
prevê que a desaprovação das contas do gestor público pode acarretar inelegibilidade;
• Princípio da moralidade para o exercício de mandato eletivo, considerada a vida pregres-
sa – por esse princípio, a CF permite a aferição da moralidade do candidato, em sua vida 
privada, para que esse fator seja levado em consideração para impedi-lo de participar de 
eleições e de concorrer a cargos públicos eletivos. Na verdade, a análise da moralidade 
para o exercício de mandato eletivo é analisada com base em sua vida pregressa. Logo, 
se o candidato tiver ‘ficha limpa’, poderá participar do pleito; se, por sua vez, o candidato 
for ‘ficha suja’, poderá ficar inelegível. Essa foi a base constitucional para a Lei Comple-
mentar n. 135/2010 (Lei da Ficha Limpa). A partir dessa lei, cidadãos que tenham sofrido 
condenações criminais pelos crimes previstos no art. 1º, inc. I, alínea ‘e’, da Lei Comple-
mentar n. 64/1990, proferidas por órgãos colegiados, são inelegíveis para qualquer cargo.
• Princípio da normalidade e legitimidade das eleições – as eleições devem refletir 
a vontade popular, e os instrumentos que possam manipular o eleitor devem 
ser coibidos. Como exemplo de forma de violação da normalidade e da legiti-
midade das eleições tem-se:
− abuso de poder econômico;
− abuso no exercício de cargo, emprego ou função pública, também denominado de 
abuso de poder político. A esse respeito, por exemplo, previu-se, no art. 1º, inc. I, alí-
nea ‘d’, da Lei Complementar n. 64/1990, que a condenação pela prática de abuso de 
poder econômico ou político atrai a incidência de inelegibilidade para qualquer cargo.
Contudo, a instituição de novas inelegibilidades depende da edição de lei complementar 
e, enquanto não houver o exercício dessa competência legislativa pelo Congresso Nacional, 
não pode ser dada a aplicabilidade direta e imediata ao art. 14, § 9º, da CF/1988.
Desse modo, de acordo com a classificação das normas constitucionais quanto à eficá-
cia, proposta por José Afonso da Silva, a norma constitucional do art. 14, § 9º e de eficácia 
limitada. Confira o entendimento do STF:
JURISPRUDÊNCIA
(1) A regra inscrita no § 9º do art. 14 da Constituição, na redação dadapela Emenda 
Constitucional de Revisão n. 4/1994, não é autoaplicável, pois a definição de novos 
casos de inelegibilidade e a estipulação dos prazos de sua cessação, a fim de proteger 
a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato, considerada a 
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Inelegibilidade
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vida pregressa do candidato, dependem, exclusivamente, da edição de lei complemen-
tar, cuja ausência não pode ser suprida mediante interpretação judicial. (Rcl. n. 6534, 
julgado em 25/9/2008).
No exercício da presente competência legislativa, exige-se a edição de lei complementar. 
Em outras palavras: a lei ordinária não pode ser o instrumento legislativo a ser utilizado para 
tratar sobre inelegibilidades infraconstitucionais.
Em caso de edição de lei instituidora de novas hipóteses de inelegibilidades, deve-se per-
quirir sobre o momento em que a lei poderá ser aplicada. O princípio da anterioridade eleitoral, 
inscrito no art. 16 da CF/1988, determina que as leis que alterem o processo eleitoral entram 
em vigor na data de sua publicação, mas não se aplicam às eleições que ocorrerem até um 
ano da data de sua vigência.
Logo, para saber se o princípio da anterioridade eleitoral condiciona a aplicabilidade das 
leis sobre inelegibilidade, deve-se avaliar se as inelegibilidades estão englobadas pelo con-
ceito de processo eleitoral. Essa resposta foi dada pelo STF, no julgamento do RE n. 633.703, 
nos seguintes termos:
JURISPRUDÊNCIA
O art. 16 da Constituição, ao submeter a alteração legal do processo eleitoral à regra da 
anualidade, constitui uma garantia fundamental para o pleno exercício de direitos políti-
cos. Precedente: ADI n. 3.685, Rel. Min. Ellen Gracie, julg. em 22/3/2006. A LC n. 135/2010 
interferiu numa fase específica do processo eleitoral, qualificada na jurisprudência como 
fase pré-eleitoral, que se inicia com a escolha e a apresentação das candidaturas pelos 
partidos políticos e vai até o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral. Essa fase não 
pode ser delimitada temporalmente entre os dias 12 e 30 de junho, nos quais ocorrem as 
convenções partidárias, pois o processo político de escolha de candidaturas é muito mais 
complexo e tem início com a própria filiação partidária do candidato, em outubro do ano 
anterior. A fase pré-eleitoral de que trata a jurisprudência desta Corte não coincide com as 
datas de realização das convenções partidárias. Ela começa muito antes, com a própria 
filiação partidária e a fixação de domicílio eleitoral dos candidatos, assim como o registro 
dos partidos no Tribunal Superior Eleitoral. A competição eleitoral inicia exatamente um 
ano antes da data das eleições e, nesse interregno, o art. 16 da Constituição exige que 
qualquer modificação nas regras do jogo não terá eficácia imediata para o pleito em curso.
2.4.1. Da Pessoalidade das Inelegibilidades
A inelegibilidade é uma causa impeditiva ao exercício do direito à elegibilidade pessoal, ou 
seja, só atinge o cidadão que incidir em uma das hipóteses de inelegibilidade (intranscendên-
cia). Assim, se, após o pedido de registro de candidatura a cargos majoritários, for constatado 
que um dos candidatos que compõe a chapa (titular ou vice) é inelegível, essa restrição não 
atinge o outro integrante da mesma chapa.
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Essa é a previsão legal contida no art. 18 da Lei Complementar n. 64/1990:
Art. 18. A declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da República, Governador de 
Estado e do Distrito Federal e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a Vice-Presidente, Vice-
-Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá aqueles.
Sobre a aplicabilidade desse dispositivo, este é o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral:
JURISPRUDÊNCIA
Ac.-TSE, de 26/10/2006, no REspe n. 25.586: [...] o art. 18 da LC n. 64/1990 é aplicável aos 
casos em que o titular da chapa majoritária teve seu registro indeferido antes das eleições. 
Assim, o partido tem a faculdade de substituir o titular, sem qualquer prejuízo ao vice.
Evidentemente, se a inelegibilidade for reconhecida após o período em que possível a 
substituição do candidato pelo partido, toda a chapa ficará, em regra, inviabilizada com 
fundamento no princípio da unicidade da chapa.
2.4.2. Inelegibilidade dos Inalistáveis e Analfabetos
O art. 1º, inciso I, alínea a, da LC n. 64/1990 repete a disposição contida no art. 14, § 4º, 
da Constituição Federal. Esta é a disposição referida:
Art. 1º São inelegíveis:
I – para qualquer cargo:
a) os inalistáveis e os analfabetos;
Trata-se da inelegibilidade dos inalistáveis e analfabetos. Essa hipótese de inelegibilidade 
já foi analisada no tópico “Inelegibilidades Constitucionais”.
2.4.3. Inelegibilidade Decorrente da Perda de Mandato Legislativo
O art. 1º, inciso I, alínea b, da LC n. 64/1990, dispõe:
Art. 1º São inelegíveis:
I – para qualquer cargo:
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa e 
das Câmaras Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto 
nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de 
mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as 
eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos 
e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura.
Essa hipótese de inelegibilidade é aplicável aos membros do Poder Legislativo que per-
derem seus mandatos parlamentares em virtude de exercício de cargo, emprego ou função 
nas hipóteses vedadas pelo art. 54 da CF/1988 ou de quebra de decoro parlamentar. Não se 
aplica essa hipótese de inelegibilidade quando a perda do mandato parlamentar decorrer da 
aplicação das demais situações prescritas no art. 55 da CF/1988.
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Os casos de perda de mandato parlamentar estão previstos no art. 55 da Constituição 
Federal. São eles:
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias 
da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; VI. que sofrer 
condenação criminal em sentença transitada em julgado.
Por conseguinte, havendo cassação de mandato de membro do Poder Legislativo com 
base nos incisos I e II do art. 55 da CF/1988, assim como dos dispositivos correspondentes 
nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicasdos Municípios, o cidadão que perdeu o 
cargo estará inelegível pelo período restante do mandato para o qual foi eleito, assim como 
para as eleições que se realizarem nos oito anos subsequentes.
2.4.4. Perda de Mandato de Chefe do Poder Executivo
O art. 1º, inciso I, alínea c, da LC n. 64/1990 prescreve:
Art. 1º São inelegíveis: I – para qualquer cargo:
c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito 
que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei 
Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem 
durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o 
qual tenham sido eleitos.
A partir da análise dessa hipótese de inelegibilidade, vê-se que, se o Chefe do Poder Executivo 
Estadual ou Municipal perder o seu mandato em razão de violação de dispositivos da Constitui-
ção Estadual ou de leis orgânicas, ficará inelegível para as eleições que se realizarem durante 
o período remanescente do mandato e nos oito anos subsequentes ao término do mandato.
Contudo, essa prescrição impeditiva somente alcança os chefes do Executivo Estadual ou 
Municipal. Não ficará inelegível o Presidente da República que perder o seu cargo por infrin-
gência a disposições constitucionais. Em outras palavras: a responsabilização do Presidente 
da República pela prática de crime de responsabilidade após o desenvolvimento do processo 
de impeachment não acarreta a sua inelegibilidade. Na verdade, diante dessa circunstância, 
o Presidente da República ficará inabilitado para o exercício de qualquer cargo, emprego ou 
função pública. Trata-se de consequência jurídica mais intensa e extensa do que a inelegibi-
lidade. Sobre essa situação de inelegibilidade, José Jairo Gomes (2012, p. 175) ensina que:
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Cogita-se, aí, de perda de cargo eletivo, em virtude de processo de impeachment instaurado contra 
o chefe do Executivo estadual, distrital ou municipal, cuja finalidade é apurar crime de responsa-
bilidade. O processo e o julgamento competem às respectivas casas legislativas. [...] E quanto ao 
titular do Executivo federal? Se condenado em processo de impeachment, o Presidente da República 
fica inabilitado pelo prazo de oito anos para o exercício de função pública. É o que prevê o art. 52, 
parágrafo único, da Constituição Federal. Note-se que a sanção de inabilitação é mais abrangente 
que a de inelegibilidade, pois, por ela, fica inviabilizado o exercício de quaisquer cargos públicos, e 
não apenas os eletivos. É assente que a inelegibilidade obstrui tão só a capacidade eleitoral passiva.
2.4.5. Inelegibilidade Decorrente de Abuso de Poder Econômico e Político
O art. 1º, inciso I, alínea c, da LC n. 64/1990 prescreve:
Art. 1º São inelegíveis: I – para qualquer cargo:
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em 
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso 
do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem 
como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;(Redação dada pela Lei Complementar 
n. 135, de 2010).Essa situação de inelegibilidade foi instituída por expressa exigência constitucional. 
Isso porque, segundo o art. 14, § 9º, da CF/1988, deveriam ser criadas hipóteses de inelegibilidade 
com a finalidade de garantir a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do 
abuso do poder econômico ou do abuso do exercício de cargo, emprego ou função pública.
Vê-se, dessa forma, que, para a compreensão da aplicabilidade dessa disposição legal, 
é importante a definição do que deve ser entendido por abuso de poder econômico e abuso 
de poder político.
Nessa linha, o abuso de poder econômico ocorrerá quando houver a utilização indevida 
e excessiva de recursos financeiros em campanhas eleitorais. A seu turno, o abuso de poder 
político configura-se no uso indevido de cargo, emprego ou função pública em favor de can-
didatos ou com finalidade eleitoral.
Segundo o entendimento jurisprudencial do TSE, o abuso de poder econômico:
JURISPRUDÊNCIA
O abuso de poder econômico concretiza-se com o mau uso de recursos patrimoniais, 
exorbitando os limites legais, de modo a desequilibrar o pleito em favor dos candidatos 
beneficiários. (RO n. 1.445, DJe de 6/8/2009).
Portanto, a utilização indevida de recursos financeiros, em campanhas eleitorais, benefi-
ciando candidaturas, constitui abuso de poder econômico e, essa conduta, em razão de quebrar 
a normalidade e legitimidade das eleições, acarreta a inelegibilidade da alínea em análise. A 
quebra da normalidade e da legitimidade das eleições decorre do fato de que o uso excessivo 
ou abusivo do poderio financeiro, em uma eleição, pode manipular a vontade do eleitorado e 
quebrar a igualdade de oportunidade que deve ser garantida aos candidatos.
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Por sua vez, de acordo com o TSE, constitui abuso de poder político:
JURISPRUDÊNCIA
O abuso de poder político, para fins eleitorais, configura-se no momento em que a nor-
malidade e a legitimidade das eleições são comprometidas por condutas de agentes 
públicos que, valendo-se de sua condição funcional, beneficiam candidaturas, em mani-
festo desvio de finalidade. (RCED n. 661, DJe de 21/9/2010).
A prática de abuso de poder econômico ou político, desde que reconhecida no julgamento 
do pedido da Ação de Investigação Judicial Eleitoral, acarreta a inelegibilidade. Na verdade, 
apesar de constar, de forma expressa no texto legal, que atrairá a incidência dessa inelegibili-
dade o julgamento de uma representação, esse termo legal refere-se à Ação de Investigação 
Judicial Eleitoral, inscrita no art. 22 da Lei Complementar n. 64/1990.
Dessa forma, a condenação pela prática de abuso de poder econômico ou de poder político 
em outra espécie de ação eleitoral, como, por exemplo, na Ação de Impugnação de Mandato 
Eletivo, ou em decisões da Justiça Comum, não atrai a incidência da inelegibilidade inscrita 
no art. 1º, inc. I, alínea ‘d’, da LC n. 64/1990. A esse respeito, veja o seguinte julgado:
JURISPRUDÊNCIA
2. A inelegibilidade preconizada na alínea d do inciso I do art. 1º da LC n. 64/1990, com 
as alterações promovidas pela LC n. 135/2010, refere-se apenas à representação da Ação 
de Investigação Judicial Eleitoral/AIJE, de que trata o art. 22 da Lei de Inelegibilidades, 
e não à ação de impugnação de mandato eletivo. Precedentes. A condenação do can-
didato por abuso de poder econômico em âmbito de ação de impugnação de mandado 
eletivo, tal como ocorreu na hipótese dos autos, não tem o condão de atrair a hipótese 
de inelegibilidade prevista pela indigitada alínea d.
A aplicação de entendimento diverso, por força do respeito devido ao princípio da segu-
rança jurídica, somente poderá se dar no tocante a processos atinentes ao próximo 
pleito eleitoral.
(RESPE n. 1062, Rel. Min. Fátima Nancy Andrighi, Rel. designada Min. Laurita
Hilário Vaz, DJE de 10/10/2013).
Além disso, deve-se indagar se a presente situaçãode inelegibilidade deve incidir somente 
quando o cidadão pratica o abuso de poder econômico ou político em benefício de sua pró-
pria candidatura. Isso porque a previsão legal prescreve que os que praticarem o abuso de 
poder ficarão inelegíveis para a eleição para a qual concorrem, assim como para as que se 
realizarem nos 8 anos seguintes. Com isso, a depender da interpretação a ser dada a essa 
disposição normativa, chegar-se-á a duas conclusões distintas:
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• sofrerá a incidência da presente inelegibilidade o candidato ao cargo eletivo que praticar 
abuso de poder em benefício de sua candidatura; ou
• sofrerá a incidência da presente inelegibilidade aquele que praticar abuso de poder em 
benefício próprio, bem como aquele que praticar abuso de terceiro em favor de campa-
nha de terceiro.
Caso o entendimento seja de que a presente inelegibilidade incida também quando o abu-
so é praticado por quem não concorreu a cargos eletivos, ou seja, quando o abuso de poder 
é realizado em favor de terceiros, deve-se fixar qual a duração da inelegibilidade. Deveras, a 
previsão legal descreve que ficarão inelegíveis para a eleição na qual concorrem, mas o que 
pratica abuso de poder em prol de candidatura de outrem não participou do pleito e, nesse 
caso, deve-se definir a incidência do período de inelegibilidade.
Resolvendo essa questão, o TSE, após intenso debate, no julgamento do REspe 151-05/
COARI/AM, definiu que a inelegibilidade da alínea ‘d’, do inciso I, do art. 1º, da Lei Complementar 
n. 64/1990, deve ser aplicada aos candidatos que praticaram abuso de poder para viabilizar 
suas eleições, como também aos terceiros que praticaram esses ilícitos eleitorais em favor 
de campanhas eleitorais de outrem.
Em ambas as situações, a inelegibilidade terá a sua incidência a partir da eleição para a 
qual o ilícito foi praticado e perdurará pelos pleitos que se realizarem nos oito anos seguintes. 
A esse respeito, veja o seguinte julgado do TSE:
JURISPRUDÊNCIA
4. As causas de inelegibilidade dispostas nas alíneas d e h aplicam-se não somente a 
quem praticou o abuso de poder na eleição para a qual concorreu (visando beneficiar a 
própria candidatura), mas também a quem cometeu o ilícito na eleição na qual não se 
lançou candidato, vindo a favorecer a candidatura de terceiro.
5. Ademais, as referidas alíneas, na parte em que dispõem “para a eleição na qual concorrem 
ou tenham sido diplomados”, limitam-se a fixar o termo inicial de incidência da inelegibilidade 
– qual seja, a eleição na qual concorreu o candidato beneficiado pelo abuso, que pode ou 
não ser o autor do ilícito – e não a estabelecer as pessoas que estão sujeitas a ela. (REspe 
n. 151-05/COARI/AM, Red. para o acórdão Min. João Otávio Noronha, DJe de 3/2015).
Para terminar a análise da inelegibilidade do abuso de poder, é importante definir qual o dia 
em que se inicia a sua incidência e qual o dia em que o cidadão poderá voltar a exercer o seu 
direito à elegibilidade. Em outras palavras, deve-se definir o termo final de contagem do prazo de 
inelegibilidade. O entendimento dessa situação merece a exposição de uma situação concreta.
Imagine um cidadão que tenha sido condenado pela prática de abuso de poder econômico 
no julgamento do pedido de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Esse cidadão praticou 
o ilícito eleitoral para beneficiar a candidatura de terceiro nas eleições de 2004.
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Com base nessa situação, indaga-se:
• A partir de quando e até quando estará inelegível?
• O cidadão poderá concorrer às eleições de 2012?
Para viabilizar sua análise, informa-se:
• o 1º turno das eleições de 2004 ocorreram no dia 3 de outubro de 2004;
• o 1º turno das eleições de 2012 ocorreram no dia 7 de outubro de 2012.
A alínea ‘d’ prescreve que a inelegibilidade do abuso de poder incide para a eleição para a qual 
foi praticado o ilícito, bem como para as que se realizarem nos oito anos subsequentes. Assim, 
a partir da previsão legal em comento, o cidadão ficará inelegível a partir da eleição de 2004. 
Logo, como o 1º turno da eleição de 2004 foi realizada no dia 3 de outubro, o cidadão do presente 
caso concreto estará inelegível desde o dia 3 de outubro de 2004 até o dia 3 de outubro de 2012.
Por essa razão, como a data de realização das eleições de 2012 foi dia 7 de outubro e 
a inelegibilidade do cidadão perdurou até o dia 3 de outubro, ele poderá participar das elei-
ções de 2012.
A conclusão aplicada na solução da hipótese didática retromencionada decorre do entendi-
mento jurisprudencial firmado pelo TSE. Segundo a Corte Superior Eleitoral, as inelegibilidades 
que tenham como prazo inicial de incidência a data de eleições e, por determinação legal, 
incidam para as eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, somente podem durar 
até o dia igual ao de início. Aplica-se, para tanto, a forma de contagem de prazo, estatuído 
pelo art. 132, § 3º, do Código Civil:
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído 
o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se 
faltar exata correspondência.
Por essa disposição legal, os prazos contados em anos devem terminar em dia igual ao 
de início do ano correspondente. Com isso, em razão de a Lei das Inelegibilidades determinar 
que a inelegibilidade decorrente do abuso de poder tem início a partir da data da eleição para 
a qual o ilícito foi cometido, e dura para as eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, 
termina em igual dia ao da data da eleição.
A esse respeito, veja o seguinte julgado que demonstra esse posicionamento do TSE:
JURISPRUDÊNCIA
CONSULTA. LEI COMPLEMENTAR N. 135/2010. APLICAÇÃO RETROATIVA. ALÍNEA D. 
TSE. MANIFESTAÇÃO. EXISTÊNCIA. CONTAGEM DE PRAZO. TERMO INICIAL E FINAL. 
DATA DAS ELEIÇÕES. CONHECIMENTO PARCIAL.
1. Para ser conhecida, a consulta pressupõe uma dúvida plausível quanto ao alcance 
do preceito legal.
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2. O prazo de inelegibilidade de 8 (oito) anos previsto na alínea d do inciso I do art. 1º 
da LC n. 64/1990 deve ter início na data da eleição do ano da condenação por abuso 
de poder, expirando no dia de igual número de início do oitavo ano subsequente, como 
disciplina o art. 132, § 3º, do Código Civil, seguindo a mesma regra estabelecida para 
a alínea j do mesmo dispositivo legal, nos moldes do que decidido no julgamento do 
REspe n. 74-27 (Fênix/PR) e do REspe n. 93-08(Manacapuru/AM). (CTA n. 433-44, Rel. 
Min. Luciana Lóssio, DJe de 1º/7/2014).
Aliás, o Tribunal Superior Eleitoral, inclusive, editou uma súmula sobre o tema, que tem o 
seguinte teor:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 19 – O prazo

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