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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA Ética Geral e Profissional Fábio Guedes Vitória Melo Aires RA: 3364939 (i) Resenha crítica da obra Moral e ética: dimensões intelectuais e afetivas, de Yves de La Taille. [Minha biblioteca]; ou estudo de caso com análise crítica acerca de situação- problema relativo a aspectos polêmicos envolvendo avanços tecnológicos e publicidade da atividade da advocacia a ser indicado pelo docente. O autor começa o livro avaliando as relações entre razão e afetividade, numa tentativa de elucidar o que está subentendido no conceito de moral e de ética. Num primeiro momento, o autor escolhe 4 abordagens representativas da psicologia moral, sendo a de Émile Durkheim, Sigmund Freud, Jean Piaget e Lawrence Kohlberg. A abordagem de Durkheim é uma análise do processo psicológico que leva o indivíduo a pautar suas condutas pela moral. Ele afirma que as condutas morais se dão pelo sentimento do sagrado, inspirado pela sociedade, ou seja, o obedecimento aos mandamentos de um ser superior, temido e desejado. Ou seja, a obediência aos mandamentos da sociedade, onde não há um desenvolvimento moral em si, mas sim o conhecimento e compreensão de um modelo de moral. Freud, acredita que grande parte dos adultos segue as leis morais apenas por medo das sanções, dando a entender que a consciência moral tem raízes inconscientes, que pode se explicar por forças afetivas Para ele, o indivíduo pode até ter comportamentos morais de "boa vontade", mas que no fim das contas, age moralmente por medo, por algo irredutível as suas decisões conscientes. O autor deixa claro que as posições de Piaget e Kohlberg sobre ética são bem diferentes. No que concerne ao desenvolvimento moral, identificou dois estágios: heteronomia (respeito às figuras de autoridade) e autonomia (separação da obediência que se tem na heteronomia). Piaget acredita no desenvolvimento da moral, identificando aquilo que é comum a todos os indivíduos. Baseado na teoria construtivista, esse desenvolvimento é chamado por Piaget de processo de equilibração, que é a capacidade de auto-organização de cada indivíduo, onde acredita-se que a inteligência e o conhecimento são frutos de trabalho individual e não de cópia de modelos externos. Para ele, a razão é uma dimensão moral incontornável. Já Kohlberg buscou sofisticar a teoria moral de Piaget. Para ele, indícios de autonomia não bastavam para afirmar a moral de um indivíduo, sendo necessário acima de tudo, o desenvolvimento da razão para que a evolução moral do indivíduo pudesse ocorrer. Enquanto Piaget e Kohlberg voltam suas teorias para a razão como fator central, Durkheim e Freud colocam como principal o debate da dimensão afetiva. Para Yves de La Taille, entretanto, as quatro teorias apresentadas têm em comum o fato de a moral implicar em princípios e regras que devem ser obrigatoriamente observados pelos indivíduos. Passada a questão da razão e afetividade, entramos em moral e ética, tratado pelo autor como um conjunto de regras de conduta consideradas como obrigatórias. A "inflação" contemporânea da palavra ética, segundo o autor, é bem diferente das concepções apresentadas anteriormente. Quando falamos em moral, falamos em deveres e quando falamos em ética, é a busca de uma vida boa. Aqui, o autor cita a teoria de alguns filósofos, como o utilitarismo de Stuart Mills. que diz que a felicidade consiste em prazer e ausência de dor; Aristóteles, porém, traz uma problematização sobre a felicidade; Kant acredita que a moral não é ensinar a ser feliz, mas como merecer ser feliz. Com isso, o autor chega à conclusão de que todas essas condutas mencionadas são reflexões das condutas humanas e que o futuro reserva para suas vidas. Ao se aprofundar na esfera moral e ética, o autor divide o conteúdo em "Plano Moral" e "Plano Ético". O "Plano moral" se manifesta pelo dever, devendo ser entendido como obrigatoriedade. Ainda, acrescenta algumas observações sobre essa esfera. A primeira é que há uma confusão entre registros axiológicos e psicológicos, quando os axiológicos são deveres morais que devem ser obedecidos incondicionalmente e os psicológicos são os sentimentos de obrigatoriedade, que é pressuposto tanto pelos adeptos da moral deontológica quanto por aqueles da moral teleológica. A segunda, refere-se ao sentimento de obrigatoriedade, que pode abrir brecha para o pensamento de que sempre sabem o que fazer. O fato é que pode haver dilemas morais, citando no livro casos de aborto, suicídio etc., e esclarecendo que a indecisão gerada pelo dilema decorre de uma busca sincera e criteriosa de argumentos fortes. A terceira observação trata que alguns deveres morais correspondem a exigências sociais consagradas pelo Poder Judiciário, justificadas moralmente pelo respeito à vida e propriedade de outras pessoas e suas sanções penais. Entretanto, alguns indivíduos impõem para si mesmo deveres morais que não são exigidos pela sociedade, concluindo que é indevido pensar que o plano moral e o sentimento de obrigatoriedade são despertados apenas por exigências sociais. A quarta e última observação, trata da frequência desse sentimento de obrigatoriedade. Para o autor, essa frequência é um traço psíquico comum aos indivíduos, por acreditar que esse sentimento de obrigatoriedade é mais fraco que qualquer outro sentimento. O "Plano Ético", segundo o autor, depende da análise de alguns aspectos para poder ser definido. O primeiro passo é "avaliar se a "vida boa" é decorrência de condições objetivas e mensuráveis, ou se ela corresponde a uma experiência subjetiva", concluindo aqui o plano ético aqui é composto por avaliações pessoais de cada um: o segundo passo é avaliar qual a relação entre o sentir-se feliz e o eixo do tempo", alegando que a felicidade exige a transcendência do aqui e agora, ou seja, pessoas que tem a liberdade e consciência de decidir a direção que estão dando as suas vidas; outro passo que deve ser avaliado é "qual será a qualidade necessária à referida experiência subjetiva de bem-estar?". Aqui o entra na análise na busca do prazer e finaliza dizendo que os prazeres do corpo e da alma não são garantias de uma vida boa e que o processo psicológico nos leva a querer usufruir deles. Talvez esse seja o centro do plano ético; o último passo que deve ser analisado "resposta para o "como viver?" deve permitir a realização da "expansão de si próprio", envolvendo a questão da identidade de cada um. Podemos concluir, do plano moral e ético que a ética contém a moral, pois cabe à moral regrar a vida em sociedade, de forma que se não houvesse ordens a serem obedecidas, não haveria despertar da moralidade, e, se não houvesse transgressão às mesmas, não haveria desenvolvimento moral. Para finalizar o primeiro capítulo, o autor aborda as relações entre os planos moral e ético, onde, em resumo, conclui que o autorrespeito é o sentimento que liga moral e ética, mas, para isso, são necessários três sentimentos, justiça generosidade e honra, que justificam a avaliação positiva de si mesmo e da própria trajetória. Os dois primeiros, porque implicam na busca de simetria nas relações interpessoais, e a honra, ao conferir legitimidade ao sujeito que age de acordo com princípios dos quais se sente representante Toda a teoria do autor é fundamentada em pesquisas e descobertas de grandes filósofos e psicólogos construtivistas e bastante baseada na psicanálise de Freud e outros psicanalistas fundamentais que se dedicaram a análise do lado afetivo da personalidade do ser humano. Concluindo, o livro analisa as relações entre razão e afetividade para entender o que está implícito nos conceitos de moral e ética. O autor examina quatro abordagens representativas da psicologia moral: Émile Durkheim, Sigmund Freud, Jean Piaget e Lawrence Kohlberg. Durkheim afirma que as condutas morais são motivadaspelo sentimento do sagrado, inspirado pela sociedade. Freud acredita que os adultos seguem as leis morais por medo das sanções, e que a consciência moral tem raízes inconscientes. Piaget identifica dois estágios de desenvolvimento moral: heteronomia e autonomia, onde a razão é uma dimensão moral incontornável. Já Kohlberg afirma que a evolução moral do indivíduo exige o desenvolvimento da razão. O autor conclui que moral e ética são regras de conduta obrigatórias e que a inflação da palavra ética na contemporaneidade é bem diferente das concepções anteriores. Ele divide o conteúdo em "Plano Moral" e "Plano Ético", sendo o primeiro relacionado ao dever e a obrigatoriedade, enquanto o segundo se refere à busca por uma vida boa. O autor também alerta que nem sempre é fácil saber o que fazer em dilemas morais, como aborto e suicídio, e que o sentimento de obrigatoriedade pode ser confundido com os registros psicológicos e axiológicos.