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TECNOLOGIA DOS MATERIAIS Ronei Stein Corrosão Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir corrosão e as reações eletroquímicas correspondentes associadas. � Explicar os aspectos básicos da cinemática da corrosão e definir po- larização, passivação e as series galvânicas, bem como apresentar os diferentes tipos de corrosão. � Apresentar as principais formas de combate à corrosão em metais. Introdução A corrosão pode ser definida como a deterioração de um material, resul- tado de ataque químico proveniente do ambiente. A corrosão é causada por reação química e a taxa de o quanto a corrosão acontece depende também da temperatura e da concentração dos reagentes e produtos. Outros fatores como a tensão mecânica e a erosão também podem contribuir com a corrosão. Neste capítulo, você vai estudar o processo de corrosão e as reações eletroquímicas correspondentes associadas, os aspectos básicos da ci- nemática da corrosão, a polarização, a passivação, as séries galvânicas, os diferentes tipos de corrosão e as principais formas de combate à corrosão em metais. Corrosão – definições gerais Corrosão é um tema bastante amplo e pode referir-se a materiais metálicos e não metálicos (madeira, polímeros, cerâmicas, entre outros). Neste capítulo, será estudado somente corrosão em materiais metálicos em meio aquoso. Conforme Smith e Hashemi (2012), a corrosão pode ser definida como a deterioração de um material, resultado de ataque químico proveniente do ambiente. A corrosão é causada por reação química e a taxa de o quanto a corrosão acontece depende também da temperatura e da concentração dos reagentes e produtos. Outros fatores como a tensão mecânica e a erosão também podem contribuir com a corrosão. A corrosão pode ser definida como uma forma de “decomposição” dos metais, ou seja, de certo ponto de vista, a corrosão pode ser considerada o inverso do processo metalúrgico. Esse processo transforma o minério de ferro (óxido de ferro) no metal ferro. No entanto, quando o ferro está em contato com a atmosfera ambiente (chuva, variação de temperaturas, entre outros), tende a se oxidar, voltando à condição inicial de óxido. Essa oxidação é chamada de corrosão. Porém, não são apenas os metais que sofrem corrosão. Os materiais não metálicos, como as cerâmicas e os polímeros, não sofrem ataque eletroquí- mico (que será definido a seguir), mas podem ser deteriorados por meio de ataque químico direto. Por exemplo, materiais cerâmicos refratários podem ser quimicamente atacados em altas temperaturas por sais fundidos. Polímeros orgânicos podem ser deteriorados por meio de ataque por solventes orgânicos. A água é absorvida por alguns polímeros orgânicos que causam mudanças nas dimensões ou nas propriedades. A ação combinada de oxigênio e radiação ultravioleta deteriorará alguns polímeros mesmo na temperatura ambiente (SMITH; HASHEMI, 2012). Entre os principais meios corrosivos, tem-se a atmosfera, os solos, as águas naturais (rios, lagos e do subsolo), a água do mar e os produtos químicos. Porém, a atmosfera é o meio corrosivo de maior significância e sofre influ- ência fundamentalmente dos seguintes fatores: umidade relativa; substâncias poluentes, tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica e temperatura. Além desses fatores, devem ser considerados os fatores climáticos, como: intensidade e direção dos ventos, variações climáticas de temperatura e umidade, chuvas e insolação (radiação ultravioleta). Corrosão2 De acordo com Gentil (2007), a classificação da corrosão atmosférica, em função do grau de umidade na superfície metálica, pode ser de três tipos: � Seca: ocorre em atmosfera isenta de umidade, sem qualquer presença de filme de eletrólito na superfície metálica. Tem-se uma lenta oxidação do metal com formação do produto de corrosão, podendo o mecanismo ser considerado puramente químico. � Úmida: ocorre em atmosferas com umidade relativa menor que 100%. Tem-se um fino filme de eletrólito, depositado na superfície metálica, e a velocidade do processo corrosivo depende da umidade relativa, poluentes atmosféricos e higroscopicidade dos produtos de corrosão. � Molhada: a umidade relativa está perto de 100% e ocorre condensação na superfície metálica, observando-se que a superfície fica molhada com eletrólito. Gentil (2007) descreve que, de acordo com o meio corrosivo e o material, podem ser apresentados diferentes mecanismos/reações para os processos corrosivos. Os principais mecanismos são: 1. Mecanismo químico: ocorrem reações químicas diretas entre o material metálico, ou não metálico, e o meio corrosivo, não havendo geração de corrente elétrica. Os casos mais comuns são: corrosão de material metálico, em temperaturas elevadas, por gases ou vapores e em ausência de umidade, chamada de corrosão seca; corrosão em solventes orgânicos isentos de água; corrosão de materiais não metálicos. 2. Mecanismo eletroquímico: ocorrem no mecanismo eletroquímico rea- ções químicas que envolvem transferência de carga ou elétrons através de uma interface ou eletrólito: são os casos de corrosão observados em materiais metálicos quando em presença de eletrólitos, podendo o eletrólito estar solubilizado em água ou fundido. Os casos mais comuns são: corrosão em água ou em soluções aquosas; corrosão atmosférica; corrosão no solo; corrosão em sais fundidos. 3Corrosão A maioria das corrosões metálicas ocorre por meio de reações eletroquímicas. Essa corrosão envolve reações de oxidorredução, que transformam os metais em óxidos ou em outros compostos. Por este motivo, é muito comum observarmos ferrugem em objetos de ferro ou então a formação de uma camada verde (conhecida como azinhavre) sobre objetos feitos de cobre. Pilha de corrosão galvânica As reações eletroquímicas desencadeiam a formação de uma pilha de corrosão eletroquímica (conhecida como pilha de corrosão galvânica), que contém obrigatoriamente quatro elementos (apresentados na Figura 1): � Ânodo: Região em que ocorrem as reações de oxidação. Consequen- temente, é a superfície na qual a corrosão ocorre. � Cátodo: Região em que ocorrem as reações de redução. Assim, a su- perfície torna-se protegida, não há corrosão. � Eletrólito: Solução condutora que envolve o cátodo e o ânodo. � Ligação elétrica entre cátodo e ânodo. Figura 1. Pilha galvânica macroscópica com eletrodos de zinco e cobre. Fonte: Smith e Hashemi (2012). Corrosão4 Coelho (2015) descreve que as pilhas galvânicas, na sua forma elemen- tar, são compostas por um par de eletrodos metálicos (positivo e negativo) submergidos no seio de um eletrólito, ligados por meio de um condutor; uma corrente elétrica percorre pelo mesmo, terminando apenas quando ocorre a dissolução completa de um dos eletrodos, isto é, o metal mais ativo da pilha, que é o ânodo, cede seus elétrons para o outro metal (cátodo), através do condutor, e acaba sendo corroído. Para facilitar o entendimento, vamos analisar um pedaço de ferro, o qual é imerso numa solução de sulfato cúprico, ficando recoberto por uma película de cobre metálico e sofrendo uma reação oxidação-redução, que pode ser descrita pela equação: Fe + Cu2+ Fe2+ + Cu0 Nessa reação, os elétrons são transferidos do ferro para íons cúpricos ou, em outras palavras, o ferro se oxida e o cobre se reduz. Se separarmos, agora, essas duas semi-reações, imergindo o pedaço de ferro em uma célula contendo solução de sal ferroso e colocando a solução de sulfato cúprico em outra célula, ligando-se as duas meia-células por meio de uma ponte salina e condutores metálicos adequados, teremos uma pilha galvânica (COELHO, 2015). A pilha de corrosão galvânica ocorre devido à diferença de potencial de eletrodo entre os diferentes metais e é mais reativa quanto maior for esta diferença de potencial. Para saber mais sobre pilhas galvânicas, assista ao vídeo: https://goo.gl/Q8aU6r Cinemáticada corrosão As reações que ocorrem nos processos de corrosão eletroquímica são reações de oxidação e redução. As reações na área anódica (anodo da pilha de corrosão) são reações de oxidação. A reação mais importante e responsável pelo desgaste do material é a de passagem do metal da forma reduzida para a iônica. Já as 5Corrosão reações na área catódica (cátodo da pilha de corrosão) são reações de redução. Essas reações ocorrem com íons do meio corrosivo ou, eventualmente, com íons metálicos da solução, de acordo com a Associação Brasileira de Corrosão (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO, 2017). Ainda de acordo com a Associação Brasileira de Corrosão (2017), os produ- tos de corrosão nos processos eletroquímicos são, normalmente, resultantes da formação de compostos insolúveis entre o íon do metal e o íon hidroxila. Logo, os produtos da corrosão (na grande maioria dos casos) são: hidróxido do metal corroído ou óxido hidrato do metal. Quando o meio corrosivo contiver outros íons, poderá haver a formação de outros componentes insolúveis e o produto de corrosão pode ser constituído de sulfetos, sulfatos, cloretos, dentre outros. Porém, no que se refere à corrosão, existem alguns termos importantes que precisam ser definidos, entre estes a polarização e a passivação. Polarização, de acordo com Callister (2002), é o deslocamento de cada potencial de eletrodo a partir do seu valor de equilíbrio, e a magnitude deste deslocamento é uma sobretensão. Ou seja, a modificação do potencial de um eletrodo devido a variações de concentração, sobre voltagem de um gás ou variação de resis- tência ôhmica, recebe o nome de polarização. Caso não houvesse o efeito do fenômeno da polarização, a corrente entre ânodos e cátodos seria muito mais elevada, à semelhança de um quase curto-circuito. Isto se daria porque as resistências elétricas do metal e do eletrólito são muito baixas, restando apenas as resistências de contato dos eletrodos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO, 2017). Quando as reações de corrosão são controladas predominantemente por polarização nas áreas anódicas, diz-se que a reação de corrosão é controlada anodicamente e que o eletrodo está sob o efeito de uma polarização anódica. Quando as reações de corrosão são controladas predominantemente por polarização nas áreas catódicas, diz-se que a reação é controlada catodicamente e que o eletrodo está sob o efeito de uma polarização catódica. Quando é controlada pelo aumento de resistência de contato das áreas anódicas e catódicas, diz-se que a reação é controlada ohmicamente. Corrosão6 Em relação as causas da polarização, estas podem ser: 1. Polarização por concentração: ocorre frequentemente em eletrólitos parados ou com pouco movimento. 2. Polarização por ativação: ocorre devido à sobrevoltagem de gases no entorno dos eletrodos. 3. Polarização ôhmica: ocorre devido à precipitação de compostos que se tornam insolúveis com a elevação do pH no entorno das áreas catódicas. Além disso, é importante compreender o conceito de passivação. Existem alguns metais e ligas ativos que, sob condições ambientais particulares, perdem a sua reatividade e se tornam extremamente inertes. Este fenômeno é deno- minado passividade e é exibido por cromo, ferro, níquel, titânio e muitas de suas ligas. Sente-se que o comportamento passivo resulta a partir da formação de uma película de óxido muito fina e altamente aderente sobre a superfície do metal, a qual serve como barreira protetora contra a corrosão adicional (CALLISTER, 2002). Ou seja, a passivação é a modificação do potencial de um eletrodo no sentido de menor atividade (mais catódico ou mais nobre) devido à formação de uma película de produto de corrosão. A passivação pode ser explicada em termos de curvas de potencial de polarização versus log densidade de corrente na seção precedente. A tendência de corrosão de um metal ou de uma liga numa célula galvânica é determinada pela sua posição na série galvânica. A série galvânica indica a nobreza relativa de diferentes metais e ligas num determinado ambiente (como, por exemplo, a água do mar). Quanto mais afastados estiverem os metais na série galvânica, maior será o efeito da corrosão galvânica. Os metais e as ligas no topo da série são mais nobres, enquanto os da parte de baixo da lista da série são menos nobres. 7Corrosão Tipos e formas de corrosão A corrosão pode ser apresentada considerando a aparência ou a forma de ataque e as diferentes causas da corrosão e seus mecanismos. Pode-se ter corrosão segundo: a morfologia; as causas ou o mecanismo; os fatores mecânicos; o meio corrosivo e a localização do ataque (GENTIL, 2007). Porém, as formas segundo as quais a corrosão pode manifestar-se são definidas principalmente pela aparência da superfície corroída, sendo as principais: � Corrosão uniforme (ou generalizada): quando a corrosão se processa em toda extensão da superfície, ocorrendo perda uniforme da espessura. Esta forma é comum em metais que não formam películas protetoras, como resultado do ataque; � Corrosão por placas: quando os produtos de corrosão se formam em placas que se desprendem progressivamente. É comum em metais que formam película inicialmente protetora, mas que, ao se tornarem espessas, fraturam e perdem aderência, expondo o metal a novo ataque; � Corrosão alveolar: a corrosão se processa na superfície metálica, produzindo sulcos e escavações, apresentando fundo arredondado e profundidade geralmente menor que o seu diâmetro. � Corrosão por pite (ou puntiforme): a corrosão age em pontos ou pe- quenas áreas na superfície metálica, produzindo pites, que são definidas como cavidades com fundo em forma angulosa e profundidade maior que seu diâmetro. A corrosão por pite é frequente em metais formadores de películas protetoras, em geral passivas, que, sob a ação de certos agentes agressivos, são destruídas em pontos localizados, os quais tornam-se ativos, possibilitando corrosão muito intensa. Um exemplo comum é representado pelos aços inoxidáveis austeníticos em meios que contêm cloretos; � Corrosão intergranular ou intercristalina: quando o ataque se mani- festa no contorno dos grãos, como no caso dos aços inoxidáveis austení- ticos sensitizados, expostos a meios corrosivos. Ou seja, a corrosão age entre os grãos da rede cristalina do material metálico, o qual perde suas propriedades mecânicas e pode fraturar quando em esforços mecânicos. � Corrosão intragranular: age nos grãos da rede cristalina do material metálico, o qual perde suas propriedades mecânicas, e pode fraturar a menor solicitação mecânica, com tensão fraturante. Corrosão8 � Corrosão filiforme: a corrosão age sob a forma de finos filamentos, mas que não são muito profundos, que se propagam em diferentes direções. � Esfoliação: se processa de forma paralela à superfície metálica. � Corrosão transgranular ou transcristalina: quando o fenômeno se manifesta sob a forma de trincas que se propagam pelo interior dos grãos do material, como no caso da corrosão sob tensão de aços inoxidáveis austeníticos. A Figura 2 apresenta uma ilustração dos principais tipos de corrosão em estruturas metálicas. Figura 2. Diferentes tipos de corrosão. Fonte: Associação Brasileira de Corrosão, (2017). 9Corrosão Principais medidas que buscam evitar a corrosão É fundamental compreender alguns conceitos importantes quando nos refe- rimos à corrosão, principalmente em metais. Como já explicado, a corrosão é um desgaste do metal a partir da oxidação, em que ocorre um maior desprendimento do metal, que vai ficando cada vez mais exposto aos danos causados pelo contato com a atmosfera. Mas qual é a diferença entre oxi- dação e ferrugem? Todos os metais podem sofrer o processo de oxidação, sendo que o mo- tivo mais comum é o contato direto do metal desprotegido (sem pintura, por exemplo) com o ar, vapor d’água ou água. A oxidação é o início do processo de degradação do metal e deve ser tratadalogo no início, para não dar origem à corrosão e à ferrugem no caso dos metais ferrosos. Quando estão oxidados e corroídos, os metais ferrosos começam a gerar o hidróxido de ferro, a camada avermelhada conhecida como ferrugem. A ferrugem destrói a resistência do metal e, dependendo de sua amplitude, inviabiliza a recuperação. A corrosão de metais, como o ferro, causa grandes prejuízos econômicos e sociais. A prata, o alumínio e o cobre não têm a sua corrosão muito intensa, porque ao se oxidarem eles naturalmente formam uma espécie de película protetora que impede que o restante do material sofra a corrosão. Porém, quando o ferro enferruja, esta forma Fe2O3 · 3H2O, a ferrugem da superfície do metal vai se soltando e expondo continuamente o ferro metálico à condição ambiente e a corrosão vai agindo até a total deteriora- ção da peça. Desta forma, foi necessário desenvolver técnicas que visam a evitar ou amenizar os efeitos da corrosão; alguns destes métodos serão apresentados a seguir. Um desses métodos é o revestimento (Figura 3), que busca separar o metal do seu meio através de uma camada protetora entre o metal e o meio corrosivo. Por exemplo, pode-se impedir o contato do ferro com o oxigê- nio do ar através da aplicação de uma camada de tinta, sendo comumente adotado o zarcão (Pb3O4) ou outras tintas mais eficientes, que podem estar contidas em cerâmicas, metálicas e polímeros, cada um com suas próprias características (GENTIL, 2007). Corrosão10 Figura 3. Exemplo de revestimento visando proteger superfícies metálicas. Fonte: sima/Shutterstock.com. Algumas latas de enlatados são revestidas com estanho e, em seguida, são revestidas com uma camada extra de polímeros. Esta camada de polímeros evita o contato do alimento com o estanho, pois o ácido cítrico dos alimentos pode reagir com o mesmo, provocando a contaminação do alimento. Outra técnica que visa à proteção dos metais contra a corrosão é a gal- vanoplastia ou eletrodeposição metálica, técnica que reveste o metal (a ser protegido) com outro metal mais nobre, o qual impede a interação da peça com o ar e com a umidade, evitando, assim, a corrosão. Entre os objetivos destas técnicas, pode-se citar: adquirir resistência à corrosão; adquirir proteção contra a oxidação; apresentar maior durabilidade; aumentar a resistência da peça; ampliar a espessura da peça; aumentar a condutividade elétrica ou térmica; fazer com que a peça possa passar por um processo de soldagem com maior resistência ou melhorar a estética da peça. Os tipos mais comuns de galvanoplastia são: � Cromagem: recobrimento de uma peça com o metal cromo (Cr). � Prateação: recobrimento de uma peça com o metal prata (Ag). � Douração: recobrimento de uma peça com o metal ouro (Au). � Niquelagem: recobrimento de uma peça com o metal níquel (Ni). � Zincagem: recobrimento de uma peça com o metal zinco (Zn). � Estanhagem: recobrimento de uma peça com o metal estanho (Sn). � Cadmeação: recobrimento de uma peça com o metal cádmio (Cd). 11Corrosão Entre as técnicas mais utilizadas de galvanoplastia, estão: � Anodização: processo usado mais frequentemente para o alumínio e em menor escala para magnésio, titânio, zircônio, tântalo e vanádio. Esta técnica consiste na aplicação de corrente no metal (ânodo), estando o mesmo em solução adequada, visando à obtenção de uma camada de óxido de espessura maior que o natural. � Cromatização: processo pelo qual o revestimento é produzido contendo cromatos ou ácido crômico. Pode ser feito sobre o metal ou sobre camadas de óxidos ou fosfatos. Sobre o metal, objetiva aumentar a resistência à corrosão ou, então, melhorar a aderência de tintas a materiais metálicos (alumínio, magnésio, entre outros). Sobre camadas de óxidos ou fosfatos, são comumente usados para vedar poros, aumentando a proteção obtida pela fosfatização ou oxidação. � Fosfatização: aplicação de camadas de fosfato sobre vários materiais metálicos (ferro, zinco, alumínio, cadmio e magnésio). Seu objetivo é exaltar a eficiência de outros meios de proteção, pois suas camadas de proteção são medíocres, interferindo no aumento da porosidade e área específica da superfície tratada, o que acaba aumentando a aderência da tinta ou a absorção de óleos lubrifi- cantes protetores. Além disso, tem-se a proteção catódica, a qual envolve a alteração do potencial do metal a ser protegido, fazendo-o agir como cátodo. Visto que a formação da ferrugem se inicia em virtude da oxidação do ferro em contato com o ar úmido, uma das técnicas de proteção do ferro consiste em reverter essa oxidação. Para tal, um eletrodo de sacrifício ou metal de sacrifício é colocado em contato com o objeto feito de ferro ou de aço. Esse metal deve possuir um potencial de oxidação maior que o do ferro para, assim, oxidar-se no lugar dele. Corrosão12 A proteção catódica é uma técnica muito utilizada para a proteção de metais, princi- palmente em oleodutos (tubulação de grosso calibre) e no revestimento de cascos de navios, conforme a Figura 4. Figura 4. Exemplo de “chapas” presas no casco de um navio, para protegê-lo da corrosão. Fonte: IZZ HAZEL/Shutterstock.com. A galvanização é mais uma forma de evitar a corrosão em metais. De acordo com Fogaça (2017), o aço inoxidável é uma liga metálica especial feita de 74% de aço, 18% de cromo e 8% de níquel e possui como propriedade principal o fato de não enferrujar. Os metais cromo e níquel formam óxidos insolúveis que protegem o aço do oxigênio e da umidade do ar. Essa liga é usada na produção de utensílios domésticos, como panelas e talheres, bem como em equipamentos para indústria, construção civil, peças de carro, entre outros. Porém, além de caro, a sua aplicação também é limitada. 13Corrosão Uma técnica muito utilizada na galvanização é a oxidação negra, tam- bém conhecida como oxidação preta. Esta técnica consiste no revestimento de materiais ferrosos (cobre, zinco, entre outros), sendo sua aplicabilidade indicada para materiais que exigem uma proteção média contra a corrosão, não sendo recomendável para peças que necessitem de um revestimento que ofereça durabilidade e resistência intensas. Esta técnica fornece às peças um melhor aspecto visual, com acabamento de cor preta, de forma que é muito utilizada como revestimento estético. A galvanização oxidação negra é amplamente utilizada em parafusos que precisam de um acabamento preto. Além disso, esta técnica também é largamente utilizada para o revestimento e acabamento de armas de fogo, fato que explica a cor preta característica apresentada por vários modelos de armas. Corrosão14 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO. Corrosão: uma abordagem geral. [S.l.]: ABRACO, 2017. Disponível em: <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/israel/teoria/Teo- ria_Corrosao_ABRACO.pdf/at_download/file>. Acesso em: 02 set. 2017. CALLISTER, W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. Rio de Janeiro: LTC, 2002. COELHO, P. Pilha galvânica ou voltaica (célula galvânica). EngQuímica Santos SP, 25 jun. 2015. Disponível em: <http://www.engquimicasantossp.com.br/2015/06/pilha- -galvanica-ou-voltaica-celula.html>. Acessado em: 02 set. 2017. FOGAÇA, J. R. V. Proteção de metais contra a corrosão. Mundo Educação, 2017. Dis- ponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/protecao-dos-metais- -contra-corrosao.htm>. Acesso: 02 set. 2017. GENTIL, V. Corrosão. Rio de Janeiro: LTC, 2007. SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
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