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7 PROCESSO CIVIL I

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PROCESSO CIVIL SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS 
LINHAS MESTRAS DO CPC
1. Modelo Constitucional do Processo civil 
As normas devem ser interpretadas e aplicadas à luz da Constituição, esse modelo impõe que o CPC seja lido sob o filtro constitucional. 
2. Estilo aos meios alternativos de solução das controvérsias 
O CPC se dedica a incentivar a convivência de um sistema multiportas na solução das controvérsias (estímulo à conciliação, arbitragem, mediação, etc). 
Obs: propõe inclusive que as conciliadores e mediadores façam disso uma carreira 
3. a) Razoável duração do processo, incluindo a atividade satisfativa e Primazia do mérito
b) De-Formalização Processual 
 Estimula o julgamento de mérito todas as vezes que o mérito possa ser alcançado e decidido, isto é, para que o conflito seja resolvido deve-se priorizar o julgamento do mérito à formalização do processo, o que deve ser feito em um tempo razoável.
4. a) Modelo cooperativo do Processo Civil (Art. 6 CPC)
Ex: Existe, no procedimento comum, um momento processual dentro da fase saneadora que pode ser utilizado para que o juiz, em cooperação com as partes, realize o saneamento do processo, ou saneamento em cooperação - Art. 357
b) Contraditório com direito de influência e proibição da surpresa
Mais que o contraditório meramente formal, agora o contraditório é substantivo, ou seja, funciona como direito de influir na formação da decisão judicial e evitar decisões surpresa (Ex: se não leva em conta manifestação das partes, é uma sentença nula!)
5. Sistema de respeito as precedentes judiciais 
Estabelece um sistema de respeito aos precedentes judiciais.
Conteúdo programático: Arts. 217 a 538
DO PROCEDIMENTO COMUM
1. Fases (divisão meramente didática, a atividade processual não é exclusivamente aquela da fase em que se encontra)
a. Postulatória 
b. Ordinatória - Saneadora
c. Instrutória 
d. Decisória 
e. Recursal (Oitavo período)
f. Liquidatória 
g. Cumprimento de sentença 
Procedimento: caminho, sucessão de atos processuais encadeados de modo sucessivo com a observância de garantias constitucionais. Existem vários tipos de procedimento, o código aborda o comum (padrão, completo). Esse procedimento comum serve de forma subsidiária aos procedimentos especiais (tratadas pelo próprio cpc)
 Procedimento comum é a regra aplicada a todos os procedimentos, é também regra subsidiária aos procedimentos especiais do CPC e também a leis especiais (fora do CPC) ATÉ O PRÓPRIO PROCESSO DE EXECUÇÃO.
	Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
	Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício (Primazia do mérito - Linha mestra: é o art. que abre o procedimento comum)
→ Como afirmar que determinado caso seguirá o procedimento comum? 3 perguntas para saber
) Isso é procedimento especial previsto no próprio CPC? (art 540 e seguintes). Caso concreto: alguém invadiu uma propriedade (de posse ilegítima - ação de reintegração de posse); bens deixados por um parente falecido (ação de inventário e partilha); 
a) É procedimento especial fora do cpc mas na legislação complementar? (inscrição indeferida no concurso público - não tinha idade suficiente - lei do mandado de segurança). 
b) É matéria está prevista no microssistema dos juizados especiais? (estaduais, federais e da fp- municipal e estadual).
Com a negativa das 3 perguntas, tem-se o procedimento comum (80 a 90% das ações que tramitam são pelo procedimento comum).
→ Todavia, naquilo que a lei especial ou o procedimento especial forem omissos, utiliza-se o procedimento comum.
Como iniciar o procedimento comum: 
	Elementos estruturais do processo: 
a) Jurisdição - relacionada à competência (poder do estado de distribuir justiça), poder que deve ser feito através de um instrumento: o PROCESSO (meio pelo qual a jurisdição é exercida) , um ambiente de garantias constitucionais.
i) A jurisdição não se presta automaticamente ou de ofício, é preciso ser provocada)
b) Exercício do direito de ação - (direito subjetivo em busca da tutela dos direitos) através dele a jurisdição é provocada
1. Petição Inicial - ato processual que corporifica o direito subjetivo de ação e provoca a atividade jurisdicional, que será exercida através do processo. 
· Tudo depende dela, é o ato inaugural. 
Provocador: autor que provoca a jurisdição pela ética. 
Regras:
a) Representação: A parte NUNCA tem Jus postulandi. No procedimento comum, tanto o autor, como o réu PRECISAM estar representados por advogados, traduzido no documento formal: PROCURAÇÃO
b) Escrita: A PI deve ser necessariamente ESCRITA por advogado (no juizado especial ou na esfera trabalhista pode ocorrer oral, sendo escrita posteriormente) e ASSINADA por advogado.
i) Escrita em papel físico para onde o processo ainda é físico ou de forma virtual, como a realidade atual, ou seja, petição escrita eletrônica (PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO - PJE).
Crítica: todas as regras foram imaginadas para ambientes em processo físico. Mas o CPC é de 2015 poderia ter acrescentado. Legislador desatualizado, poderia ter o procedimento específico para o ambiente virtual. Teoricamente não é diferente, continua sendo comum. O código teve em vista que a regra geral era o físico e isso não é verdade.
c) Escrito no idioma pátrio: não necessariamente português, mas sim em um português correto do ponto de vista ortográfico.
→ Esse ato (PI), no procedimento comum, possui 7 REQUISITOS ESSENCIAIS (mas dependendo da ação pode ter mais), conforme o art. 319:
DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Art. 319. A petição inicial indicará:
I. o juízo a que é dirigida;
· JURISDIÇÃO o juízo a que é dirigida; encaminhamento ao juízo competente (CAPÍTULO DA COMPETÊNCIA	PARA DIRECIONAR)
II. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
· QUALIFICAÇÃO DAS PARTES: A mais completa possível - do autor e do réu). Caso não tenha os dados: isso não inviabiliza o acesso à jurisdição. Os 3 parágrafos do art. 319 relativizam essa exigência, pois, se não for possível, caso seja muito oneroso ou atrase o acesso à jurisdição, isso pode ser dispensado:
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Obs: DOIS ELEMENTOS QUE NÃO ESTÃO PREVISTOS MAS ESTÃO PRESENTES NA PETIÇÃO: a referência necessária ao advogado e procuração e o nome da ação (nome iuris), não é uma exigência prevista no CPC, mas é de bom tom que conste na petição, pois já informe ao sistema a natureza da demanda. 
III. o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
· TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO DO PEDIDO: exigência entre narrar os fatos e descrever os fundamentos jurídicos do pedido. Cumpre-se este requisito descrevendo o enredo, a causa de pedir fática da demanda, expondo também os fundamentos jurídicos do pedido. 
· Sempre acompanhado dos documentos comprobatórios desses fatos, ou, caso ainda não os tenha, da informação que irá produzi-los na fase de instrução. 
Fundamentos jurídicos se dividem em:
a) fundamentos legais (qual norma jurídica fundamenta o direito que sustenta minha pretensão)
b) doutrinários (o embasamento na melhor doutrina sobre aquela tema, que reforça o argumento legal) 
c)jurisprudenciais (conjunto de decisões judiciais favoráveis ao sentido que pretende-se que seja dado à norma)
Da fundamentação jurídica jurisprudencial: Respeito ao sistema de precedência judicial (linha mestra), impacta precisamente a própria elaboração de uma petição inicial. Otávio Augusto aconselha colocar na primeira folha da petição, para demonstrar de início que a petição está apoiada por precedentes.
A FUNDAMENTAÇÃO COM BASE EM PRECEDENTES NORTEIA O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: peso muito maior no codigo de 2015 em relação ao anterior. Decisões deferidas pelos tribunais que devem ser (em alguma medida) observadas, garantindo maior segurança jurídica e isonomia.
Importância da argumentação com base em precedente
· Tutela de evidência;
· Julgar liminarmente improcedente um pedido que venha a contrariar determinadas decisões;
· Remessa necessária;
· Cumprimento provisório de uma sentença;
· Poderes de um relator;
· Decidir monocraticamente um recurso.
 Juiz que aplica mal ou não observa o precedente: decisão nula.
IV. o pedido com as suas especificações;
· Revela a pretensão do autor. 
Obs: Requerimento: diferente de pedido. Ex: autor incluído na gratuidade da justiça faz jus a isenção de custas e eventuais convenções (em honorários de sucumbência, por ex). Nesse caso deve-se fazer requerimento (requer-se concessão do benefício da JG, conforme tais artigos, por ser o autor hipossuficiente. Não foi para pedir gratuidade da justiça. ISSO é mero requerimento. 
V. o valor da causa;
· A toda causa deve-se atribuir valor, que corresponda a pretensão do autor. Toda PI tem que ter valor da causa, com base nele há consequências fiscais (custas processuais, honorário sucumbência podem ser baseados no valor da causa), A atribuição de valor NÃO É LIVRE, deve-se observar os artigos:
	Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível.
	Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;
IV - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 
OBS: Deve-se somar os danos morais e materiais. Inovação do sistema anterior, pois a base era o material, deixando os morais sem somar nos pedidos. A consequência está nas custas, que limitam o exercício abusivo da ação de indenização por danos morais. Renunciando a gratuidade da justica não terá importância, mas fora isso sim). 
OBS II : o juiz pode, de ofício, determinar a correção do valor atribuído à causa (coisa que não podia fazer no código anterior). 
V - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VI - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
VI. as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
· Provas: requerimento para produção de provas. Manifestação do autor na PI no sentido de que tem provas a serem produzidas no processo, além das que eventualmente está produzindo com a propria inicial, exemplo produção de prova oral. 
Art. 320: a PI necessariamente deverá estar acompanhada dos documentos essenciais à propositura da ação. Necessárias à demonstração da verdade do que foi alegado - prova testemunhal, pericial, depoimento pessoal
CONCLUSÃO: Não precisa citar as testemunhas na petição, este é um requerimento genérico. Será ntimado a apresentar o ROL de testemunhas (mais a frente).
VII. a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
· AUDIÊNCIA DE TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO: advém de inovação no procedimento comum. Uma vez que o CPC incentiva os meios alternativos de resolução dos conflitos (audiência do 334). Ocorre antes mesmo do réu oferecer defesa. Primeiro ato depois do juiz analisar a PI. Esse requisito se satisfaz com a simples menção. 
Autor declarando interesse: audiência ocorre, pouco importando a opinião do réu.
Autor declarando desinteresse: tem que aguardar manifestação do réu para saber se a audiência vai ocorrer ou não.
NÃO OCORRE: duas partes não tem interesse.
OCORRE: só quando UMA não se interessa ou dois interessam (mesmo o autor tendo dito na inicial que não tem interesse, mas se o réu tiver ela ocorrerá e será obrigatório o autor comparecer).
OBS: Se o autor se omite, o juiz poderá intimar o advogado alegando que este foi omisso, ou entender que o silêncio significa que o autor quer. 
O exercício do direito de ação se concretiza com o ato processual (o primeiro procedimento, caminho, pelo qual o processo se exterioriza), sendo ele: PETIÇÃO INICIAL.
	Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
A Petição inicial não é um documento único. 
· Sempre NECESSARIAMENTE acompanhada. A começar pela CÓPIA DOS DOCUMENTOS PESSOAIS	DO AUTOR, COMPROVANTE DE NASCIMENTO, OUTORGA AO ADVOGADO (a depender certidão de nascimento, promessa de compra e venda etc.) Deve-se protocolar todos os documentos essenciais.
OBS: protocolada a PI e examinada pelo juiz, verificar-se-á se é caso de EMENDA À PETIÇÃO INICIAL: possibilidade do autor corrigir ou completar a petição inicial. Portanto, se o juiz entender que a petição não preenche os requisitos do 319, o juiz não deve INDEFERIR de imediato, pois de acordo com o o 321:
	Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
· O juiz deve ser ESPECÍFICO ao dizer o que deve ser complementado. No antigo código não precisava, agora tem que indicar o ponto, aspecto que deve ser complementado (INOVAÇÃO CPC 2015). 
· EXEMPLO DO PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO JUDICIAL com as partes (no caso o autor) para que sua pretensão seja viável a instaurar sua pretensão judicial, pois indeferir a petição de plano iria contra a PRIMAZIA DO MÉRITO, DEFORMALIZAÇÃO DO PROCESSO.
	O professor falou do conceito de sentença, citando o 203 do CPC: 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
a) Sentença por exclusão
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.
O ato do juiz que indefere a PI é uma sentença sem resolução do mérito, (terminativa) por força do art. 203 parágrafo primeiro combinado com o art 485 inciso I ( O juiz não resolverá o mérito quando indeferir a petição inicial;. O recurso cabível, conforme o art. 1009 do CPC é apelação. 
· sentença definitiva. Tem aptidão de formar coisa julgada material 
· sentença terminativa: Tem aptidão de formar coisa julgada formal
DO PEDIDO (art. 322/329 CPC)
Conceito: um dos elementos da ação que revela a pretensão do autor (motivo pelo qual o autor provocou a unidade jurisdicional). Divide-se em pedidos mediatos e imediatos.
a) Pedidos mediatos: o bem jurídico completamente pedido pelo autor,pretensão completa. Ex: alguém seja condenado a obrigação de pagar valor específico.
b) Pedidos imediatos: pedido de prestação jurisdicional, para que o estado juiz dirima o conflito de interesse - pedido para que o estado juiz preste jurisdição. Ex: prestação jurisdicional 
Classificação 
Os pedidos são classificados segundo a natureza jurídica da sentença. Alguns autores têm classificação trinária, mas o professor leva em conta as 5 naturezas diversas, classificação quinária.
I. Pedido declaratório: o autor pretende a declaração da existência (positivo) ou inexistência (negativo) de um direito. Ex: ação de investigação de paternidade não cumulada com pedido de pagamento. 
· Obs: via de regra os pedidos declaratórios são imprescritíveis 
II. Pedido constitutivo: o autor pretende a constituição ou desconstituição de uma relação jurídica. Ex: nulidade de uma cláusula abusiva (constitutivo negativo) 
· O pedido constitutivo pode ser positivo ou negativo
III. Pedido condenatório: o autor pretende a condenação do réu a uma obrigação (direito obrigacional) de pagar/fazer/não fazer ou entregar coisa certa ou incerta 
→ Alguns autores param com a classificação dos pedidos aqui, outros complementam com os 2 seguintes, que são sub espécies do pedido condenatório. Lato sensu também seriam condenatórios,	mas devem ser tratados de forma individual.
IV. Pedido mandamental: pretende uma ordem judicial, mais do que uma condenação. Ordem judicial que SE DESCUMPRIDA gera mais do que uma simples condenação, há a uma obrigação de pagar (consequência é crime - de desobediência a ordem judicial. Sai do lado civil e vai para o penal). Ex: ação de mandado de segurança.
V. Pedido executivo lato sensu: pretende que a sentença a ser proferida tenha força executiva por si mesma, não dependendo, portanto, de uma fase para o seu cumprimento, transitada em julgada ter força executiva. Ex: ação de despejo, não precisa de cumprimento de sentença, basta que o juiz determine por meio do mandado de despejo; Ação possessória: uma vez transitada em julgado, basta a expedição do mandado de manutenção de posse que se terá o cumprimento desse mandado, sentença com força executiva.
→ ASPECTO MAIS IMPORTANTE DA AULA: O pedido LIMITA A SENTENÇA, LIMITA A JURISDIÇÃO. A sentença que não observar os limites do que foi pedido pelo autor na petição inicial é uma sentença PASSÍVEL DE NULIDADE. Isso se dá devido ao princípio da congruência (Também chamado de princípio da correspondência ou correlação entre o pedido e sentença, ou princípio da adstrição) - significa que o pedido limita a sentença (que deve obedecê-lo), não respeitado o pedido, há a violação do princípio da congruência (como o professor gosta de falar).
Se desrespeitado o princípio da congruência, a consequência é uma sentença viciada. Expressão em latim: Cita/extra/ ultra petita (aquém/além/fora)
Ex: Pedido condenatório ao pagamento de indenização no valor de 10 mil material e 5 moral. A sentença julga procedente o pedido do autor, condenando o réu a 15 mil materiais e 10 moral. Essa é uma DECISÃO NULA, pois violou o princípio da congruência, o juiz foi além do valor pedido pelo autor. Logo, o juiz deve proferir outra sentença, dessa vez dentro dos limites do pedido (Independe da manifestação da outra parte. Por isso o	juiz responde procedente/improcedente/parcialmente ao PEDIDO e não a contestação. 
	Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
Regra geral: Pedido deve ser certo e determinado - ou seja, quantificado, o quanto possível, e determinável, incluindo a causa de pedir. 
Pedidos implícitos
Deve-se compreender, ainda, como pedido implícito, a incidência de juros legais, correção monetária e condenação à parte que perdeu a ação das despesas processuais e honorários advocatícios. 
OBS: A sentença que trata desses pedidos, sem que o autor tenha demandado, não fere o princípio da congruência pois a lei os considera implícitos.
Pedidos genéricos
O pedido deve ser certo e determinado, EXCETO QUANDO A LEI ADMITE PEDIDO GENÉRICO!
→ São três situações previstas pelo art. 324: 
	Art. 324. (...)
§ 1º É lícito, porém, formular PEDIDO GENÉRICO:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
· Ex: ação de inventário - quando se abre o inventário - normalmente - é no curso da ação que se sabe sua magnitude. Não há domínio de todas as informações ainda na abertura do inventário. Logo, não é possível individualizar os bens, admitindo-se pedido genérico.
· 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
· Quando o ato ou fato ainda não tiver consumado suas consequências. Ex: ação de indenização ajuizada porque o cliente sofreu um acidente, mas ainda não tem dimensões do prejuízo causado (como cirurgias reparatórias)
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
· Trata-se de situações em que a definição do pedido depende de ato a ser praticado pelo réu. Ex: pedido alternativo - réu pode escolher a obrigação de pagamento, não tem como o autor especificar.
Pedidos periódicos
	Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
→ No curso do processo”, em que se objetiva o adimplemento de “obrigação em prestações sucessivas” (ou “prestações periódicas”), devem ser consideradas incluídas as que se vencerem no curso da demanda.
Pedidos alternativos
	Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
→ Corresponde às obrigações alternativas (podem ser cumpridas de mais de um modo e a escolha é determinada por lei ou contrato). 
· Se a escolha couber ao réu, em um pedido alternativo, o juiz deve garantir ao réu a escolha no que se refere ao cumprimento à ainda que o autor tenha se esquecido de incluir no pedido. 
Ex: Quando for contratualmente estabelecido que diante do inadimplemento, o credor poderá exigir o cumprimento da obrigação ou a resolução contratual com respectivas perdas e danos, é possível, se assim disposto, que o devedor escolha, a seu gosto, por qual forma optará cumprir o contrato, podendo ainda o credor formular pedido alternativo em sua inicial declarando estar satisfeito com quaisquer dos modos de cumprimento.
Pedido sucessivo ou subsidiário
	Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles.
→ A lei admite que o autor faça o pedido em ordem sucessiva ou subsidiária, ou seja, pode fazer mais de um pedido para que, caso o principal não seja acolhido, o juiz examine o pedido seguinte/sucessivo. 
No parágrafo único que prevê que o pedido sucessivo PODE SER FEITO ALTERNATIVAMENTE (o autor não aponta o que quer em primeiro lugar, qualquer um o satisfaz.).
· A diferença é a CONSEQUÊNCIA DO PROCESSO, já que quando estabelece prioridade e o juiz não concede o pedido A, a outra parte ganha e o autor perde o pedido A, podendo ganhar no B = Sucumbência recíproca: custas e honorários DIVIDIDOS. 
· O pedido alternativo diminui o risco de dividir as custas judiciais/honorários advocatícios, pois não há sucumbênciarecíproca, já que qualquer um dos pedidos satisfaz o autor. 
Pedidos cumulados
	Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
→ Possibilidade de economia processual: Possuindo diversas pretensões em face do mesmo réu, o autor pode apresentar cada uma delas em um processo autônomo. Nesta hipótese, veiculará uma ação em cada feito, provocando dispêndio de tempo, de recursos financeiros, logísticos e humanos que poderia ser evitado se todos os pedidos tivessem sido formulados num só processo. Assim, o legislador permite que o acionante cumule diversos pedidos num único processo com vistas a atender ao princípio da economia processual
· Ou seja, é possível ajuizar, por exemplo, duas ações, tramitando normalmente, dois procedimentos e duas sentenças. MAS a lei processual permite a CUMULAÇÃO DE AÇÕES (nesse caso, duas ações em uma só), podem não ter nada a ver uma com a outra, somente o réu.
· Requisitos para cumulação:
	Art. 327; § 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
· as duas são de procedimento comum, por ex
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
· ainda com procedimento diferente é possível cumular as ações, desde que o juiz empregue o procedimento COMUM PARA AS DUAS, autorizando, ainda, que o juiz empregue técnicas diferenciadas dos procedimentos especiais se for compatível com o procedimento comum.
→ Uma vez protocolada a petição inicial, o autor pode alterar o pedido e a causa de pedir? - Art. 329
· Devem ser observadas 3 etapas:
	Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu;
· antes da citação do réu e sem consentimento dele, pode alterar tanto o pedido como a causa de pedir;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
· depois da citação do réu e com seu consentimento, pode alterar o pedido e causa de pedir, MAS garantindo ao réu o prazo mínimo de 15 dias para se manifestar em contraditório depois da alteração, inclusive produzindo prova suplementar.
OBS: Após o saneamento - A alteração é INDEFERIDA pela redação do 329 (não está claro), pois o art. fala apenas na alteração antes do saneamento do processo. Portanto, após o saneamento não se pode alterar o pedido e a causa de pedir, devido à estabilização da demanda. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.
OBS: não estudar 328 cpc pois não tem a ver com o pedido.
DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
	Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
→ Se o juiz indeferir a petição inicial a sentença será sem resolução do mérito (terminativa). Lembrando que, conforme a primazia do mérito, a petição deve ser indeferida em último caso, quando não houver como emendar.
	§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
→ quando lhe faltar pedido (que revela a pretensão de pedir) ou causa de pedir (fatos). Em resumo, não tem fundamento e nem propósito.
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
→ pedido indeterminado, salvo 3 situações de pedido genérico (caso não se encaixe em nenhuma das 3 a petição é inepta).
· Inovação CPC/2015
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
→ fatos sem conclusão (os pedidos não tem nada a ver com o pedido dos fatos). ex: narra relação conjugal (somente) e ao final pede usucapião.
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
	§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.
· foi incluída uma 5 hipótese de inépcia da petição (parágrafo 2): criticada pelo professor, por tratar de financiamentos em uma instituição financeira. Ele também chama o parágrafo 3 de absurdo por exigir o adimplemento como acesso à justiça (chama de inconstitucional).
Indeferimento 
	 Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
→ caso o juiz indefira a PI, mas a parte não concorda com a justificativa:
a) deixa transitar em julgado (propõe a ação posteriormente);
b) seguro de que o erro foi do juiz, interpõe recurso contra essa sentença (apelação)
i) mecanismo do legislador: possibilidade de retratação do juízo (o juiz volta atrás, admitindo que está errado no prazo de 5 dias).
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
→ O réu é citado para oferecer resposta ao recurso de apelação. Normalmente, o réu concorda com o indeferimento, não entra no mérito da causa e oferece contrarrazões no prazo de 15 dias.
· Se o juiz não acarretar a apelação, o autor pode propor a ação novamente pois não há resolução do mérito na sentença terminativa que indefere a petição inicial 
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334 
→ Retratação do juízo. Consequência: procedimento segue, o réu (que até então nem sabia da ação) é citado para contestar.
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.
→ juiz intima o réu falando que houve ação interposta, mas indeferida (apenas para dar ciência)
Lembrar: indeferimento = recurso de apelacao
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO 
Conceito: improcedência diz respeito ao MÉRITO do pedido, à pretensão do autor (procedência também). Difere-se do indeferimento (sentença terminativa). Logo, a sentença que julga a improcedência liminar do pedido é aquela que RESOLVE o mérito (art. 487).
· primeira diferença em relação ao indeferimento, já que nesse caso faz coisa julgada MATERIAL.
→ Liminar: pode significar o momento em que determinado ato processual ocorre. No sentido do tempo - utilizado nessa aula - significa no início, ou seja, improcedência dita no início da demanda em relação ao pedido.
Atenção! O juiz julga o mérito antes do réu integrar a lide, mas fala-se em improcedência, ou seja, uma decisão favorável ao réu (pois o autor não tem razão), logo, não fere o princípio do contraditório.
Hipóteses - art. 332:
	Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
· a improcedência liminar do pedido se dá devido à valorizaçãodo respeito aos precedentes judiciais (5 linha mestra) - O legislador apresenta situações de improcedência, mas ocorre somente em situações em que não há instrução probatória (produção de outras provas pelo autor - autor apresenta apenas provas documentais). O juiz sentencia com a improcedência liminar do pedido: julgamento com resolução do mérito e forma coisa julgada material 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
· Se o autor não interpõe recurso à sentença que julga improcedente, o réu é citado somente para ter ciência. 
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
· Se o autor não concorda com a sentença também cabe apelação (prazo de 15 dias) e o juiz pode exercer o juízo de retratação no prazo de 5 dias úteis - único caso em que o juiz pode se retratar de uma sentença de mérito. 
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
· Se o juiz não se retratar, pode citar o réu para se manifestar discutindo o mérito (contrarrazões). 
· Se houver retratação, o processo volta a prosseguir e o réu é citado.
→ Se indeferido o pedido, o autor NÃO PODE PROPOR NOVAMENTE A DEMANDA pois houve julgamento do mérito. Se dá razão ao apelante, o processo retorna para ser julgado. 
Audiência de conciliação: o legislador acertou no 331 (indeferimento da petição) e esqueceu no 322 (improcedência liminar do pedido) - o juiz não lembrou do art. 334 no art. 332 (audiência de conciliação). A previsão do 334 acontece em ambas se o autor tiver razão e o processo voltar.
→ Enunciado 293 FPPC: Se o autor interpôs apelação fora do prazo, o juiz não pode se retratar
DA AUDIÊNCIA DO ART. 334 
	Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
· Pressuposto: Não sendo caso de indeferimento ou improcedência liminar do pedido, o procedimento comum deve continuar. O primeiro ato que se segue é a audiência prévia de conciliação do art. 344.
→ O estudo dessa audiência vai de encontro ao estímulo aos meios alternativos/consensuais	para resolução de conflitos (uma das linhas mestras). O art. prevê essa audiência como obrigatória (inovação processual do CPC de 2015). 
· O juiz só pode deixar de marca-la nas duas hipóteses que serão vistas posteriormente. 
Histórico/INOVAÇÃO CPC/2015: No código anterior, o procedimento era dividido em ordinário e sumário, no CPC 2015 essa divisão não existe mais, é somente procedimento comum. O ordinário não previa, no início da fase postulatória (momento que estamos estudando no procedimento comum), a realização de audiência.
A audiência prévia de tentativa de conciliação aconteceria depois da fase postulatória, não era obrigatória e o não comparecimento não gerava nenhuma consequência específica maior.
→ O código de 2015 atuou de forma muito drástica e decisiva, alterando o momento da audiência (início da fase postulatória) e tornando-a OBRIGATÓRIA. 
Servidor: 
	Art. 334 § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como às disposições da lei de organização judiciária.
· A audiência deve ser realizada PREFERENCIALMENTE por um conciliador ou mediador. O ideal que o código/legislador previu foi que as audiências pudessem ser realizadas por profissionais (servidor, aprovado em concurso público para um dos dois cargos). O juiz também não deveria realizar essa audiência, tampouco deveria ser realizada no Fórum.
· A realidade: realizada por estagiários.
a) Mediação: o objetivo é que as partes por si sós construam um consenso. O mediador tem a função de facilitar esse diálogo. Não sugere uma solução, apenas facilita o diálogo. (Mais indicada para situações de direito de família, situações que já existiam antes do litígio.)
b) Conciliação: o conciliador, além de facilitar o diálogo, propõe um meio termo em que as partes venham a aderir ou não. (Mais indicada para situações de direito patrimonial).
→ Quantas audiências podem ser realizadas? Podem ter várias, desde que não ultrapasse o prazo de dois meses a contar da primeira:
	334 § 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.
	§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
→ No código atual o juiz examina a situação e designa uma audiência de conciliação ou mediação, determinando que o AUTOR seja intimado (para saber a data da audiência) e o RÉU citado (para integrar a relação processual).
· Conclusão: A audiência de conciliação NÃO é o momento que o réu apresenta contestação, ele apenas comparece a audiência, ou seja, seus prazos não começaram a correr. 
Prazos: 
a. 30: O juiz não deve marcar a audiência com menos de 30 dias (antecedência mínima)
b. 20: Prazo de 20 dias para citação e intimação do réu para a audiência 
c. 10: Prazo para o réu, depois de citado, manifestar seu desinteresse na realização da audiência de conciliação (antes da audiência):
	· 334 § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
Hipóteses de não realização: 
	§ 4º A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
a) Quando as partes manifestarem expressamente (por escrito) seu desinteresse. O autor deve manifestar na petição inicial. O réu deve externar seu desinteresse através de uma petição específica e única, em um prazo de 10 dias antes da audiência.
Obs: Havendo litisconsortes, TODOS devem manifestar o desinteresse expressamente:
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
II - quando não se admitir a autocomposição.
b) Quando tratar-se de direitos patrimoniais não disponíveis (direitos que não admitem autocomposição). Não há designação da audiência.
Ex: quando o poder público for uma das partes. Considerando que leis específicas determinam audiência com poder público.
Meios tecnológicos:
	§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.
· Ex: videoconferência, alcançando plataformas virtuais e até redes sociais.
· Inovação cpc 2015
Multa
	§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
É obrigatória a designação é obrigatório o comparecimento (tanto do autor quanto do réu). Caso não compareçam (sem justificativa), será considerado um ato de desrespeito à jurisdição. A ausência injustificada implica em multa de ATÉ 2% sobre o valor dado à causa ou proveito econômico (a porcentagem pode ser menor, quem vai decidir é o juiz); o valor não vai para a parte contrária e sim para o estado ou união, conforme a jurisdição.
· Obs: o réu não é considerado revel, seu prazo nem começou a correr. A única consequência é a multa.
	§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
· As partes não possuem Jus Postulandi
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica,com poderes para negociar e transigir.
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.
· Intervalo: Intervalo de 20 minutos entre uma e outra para se chegar em um acordo. 
Acordo: objetos de homologação pelo juiz em sentença (não ocorre na msm hora, dias depois ou horas seguintes. É uma sentença de mérito
	§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
· Uma vez decidido não tem como voltar atrás, MAS cabe recurso desde que o objeto dele seja um vicio: erro, dolo..
→ Se não houver acordo, o procedimento segue.
DA CONTESTAÇÃO
→ Qual é o prazo para contestar? 
	Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
Se não houver conciliação, 15 dias ÚTEIS a contar da citação.
· Prazos especiais (em dobro) 30 dias ÚTEIS (não é um mês) arts. 180, 183, 186, 186 parágrafo 4, 229 caput e parágrafo. 
Em resumo: quando o réu for FP, MP, estiver	assistido pela DEFENSORIA PÚBLICA, NÚCLEO JURÍDICO DAS FACULDADES DE DIREITO (SAJ), ou quando houver litisconsorte passivo com advogados diferentes e escritórios diferentes com PROCESSO FÍSICO. 
→ Como se conta esse prazo?
	Art. 335. O réu poderá oferecer contestação (...) cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
a) Houve audiência e não houve acordo ou as partes não compareceram: conta-se do primeiro dia útil subsequente à audiência
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ;
III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º , o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II , havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
b) Se não houve audiência de conciliação:
i) Se o réu se manifestar expressamente, começa a correr no dia útil subsequente em que protocolou o pedido de cancelamento. 
ii) Se houve litisconsórcio e todos se manifestaram, o prazo é individualizado da data em que cada um protocolou o desinteresse pela audiência.
iii) Se o juiz sequer marcou a audiência: determina-se a citação efetivamente cumprida e começa a contar no dia subsequente.
· Sendo mais de um réu, o prazo é comum. Conta do último. 
Conceito: instrumento de defesa, por excelência, por meio do qual o réu, no procedimento comum, se opõe ou resiste à pretensão do autor.
Características:
a) Escrita: Necessariamente ESCRITA 
b) Advogado: Necessariamente feita e assinada pelo advogado (parte não possui ius postulandi)
Princípio da concentração
O codigo de 2015, em uma inovação, concentra todos os instrumentos de defesa na própria contestação (antes poderia, em tese, fazer petições diversas para impugnar cada ponto) 
	Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, TODA a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
· Incube ao réu concentrar/reunir em sua contestação TODA a matéria de fato e de direito que ele tenha para opor-se a pretensão do autor, ou seja, todos os argumentos devem estar concentrados na contestação, além de demonstrar as provas com as quais pretende resistir à pretensão do autor.
→ Tutela provisória
O artigo 336 e a necessidade de se juntar também as provas se relaciona à tutela provisória: A contestação deve ser consistente, capaz de gerar dúvida razoável no magistrado, não é apenas um ato formal para cumprir a tabela. A ausência da capacidade de gerar uma dúvida razoável enseja a possibilidade de que o autor obtenha uma tutela da evidência
	Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
iv - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável
Princípio da eventualidade
O Princípio da concentração e o princípio da eventualidade ANDAM JUNTOS, em matéria de contestação sempre que lembrar de um deve lembrar do outro, pois eles se complementam. 
Conceito: Significa a possibilidade de o réu arguir toda a defesa possível caso uma, ou algumas delas, seja rejeitada pelo magistrado.
· É a obrigação do réu de juntar os argumentos de fato e de direito AINDA QUE OS ARGUMENTOS DE DEFESA SEJAM CONTRADITÓRIOS.
Ex: Em uma Ação de indenização por cirurgia médica, consta na contestação que, caso o juiz considere a existência de culpa do médico e eventual indenização por danos morais, o valor não pode ser aquele da inicial por tal e tal razão.
→ Pergunta: isso enfraquece a argumentação?
Não, apenas demonstra a amplitude do direito de defesa: A eventualidade atua para demonstrar que o direito de defesa é amplo o suficiente para abarcar argumentos de defesa que sejam contraditórios entre si.
→ Pergunta 2: É admitir a culpa?
Não. O juiz não pode considerar isso, pois a eventualidade está no princípio da concentração. Prever situações e antecipar argumentos é direito. 
A contestação pode ter 3 partes:
1. Defesa processual (questões processuais)
Trata-se das questões preliminares da contestação.
→ Divide-se em:
a) defesa processual dilatória: se acolhida, não tem o poder de extinguir o processo, mas o atrasa;
b) defesa processual peremptória: se acolhida, o resultado é a extinção do processo.
Art 337 - Todos os incisos são matérias processuais:
	Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
OBS: todas essas questões processuais são de ordem pública (ou seja, o juiz pode reconhecer de ofício. 
→ Com exceção de duas: 
· Incompetência relativa: Se o réu nao alegar em constesção: o juízo que era incompetente torna-se competente
· Existência de compromisso arbitral: Que o processo fosse submetido a árbitro e não à jurisdição estatal. Nesse caso, se o réu não alegar na contestação, está renunciando o juízo arbitral, o juízo estatal passa a ser competente.
2. Do mérito 
Somente depois de alegar tudo que podia em defesa processual vem a segunda parte.
Classificação: 
a) defesa direta de mérito: aquela em que o réu se opõe diretamenteao próprio fato constitutivo do direito do autor
b) defesa indireta de mérito: o réu reconhece o fato constitutivo do direito do autor, mas aborda outro fato, que modifica, extingue ou impede o direito alegado pelo autor. 
Ex: O autor pleiteia o pagamento por serviços prestados
· Defesa Direta do mérito: não houve prestação de serviço, então não tem o que que pagar.
· Defesa indireta do mérito: de fato houve a prestação de serviço mas eu já paguei (e mostra o recibo) - reconheceu o fato mas trouxe outro que extinguiu o direito pretendido pelo autor.
Obs: É na defesa de mérito que se faz a defesa baseada em precedentes
Legitimidade passiva
	Art. 338.Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do Art. 85, § 8º .
Regra: Incumbe ao réu apontar eventual equívoco do autor ao incluir, na petição inicial, parte ilegítima no polo passivo da demanda, devendo indicar a parte legítima, se tiver conhecimento, sob pena de tornar-se responsável por indenizar o autor por eventuais prejuízos. 
Inovação processual: No código antigo, tratava-se de uma forma de intervenção de terceiros (nomeação à autoria). No CPC/2015, essa figura foi suprimida e criou-se uma técnica/procedimento DENTRO da própria contestação (princípio de concentração, na peça de contestação, de tudo o que o réu eventualmente pode alegar). 
	Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338 .
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Variáveis:
a) O réu argumenta que não é parte legítima mas não sabe quem é: autor será intimado para promover a substituição do atual por aquele que entende ser o legitimado (assim terá que pagar o advogado do réu, fixação ocorrera por equidade se não tiver valor da causa)
b) O Réu não aponta o erro: juiz julga e define se é responsável ou não
c) O réu fala que não é parte legítima e indica quem seria o legitimado passivo: nessa situação o autor pode escolher (ao invés de mover contra um deles pode optar por mover contra os dois, forma-se um litisconsórcio passivo)
→ Situação em que o réu não é responsável, o autor vai pagar o advogado do réu mesmo sendo beneficiário da justiça gratuita? NÃO
Competência
	Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.
→ Se o réu foi demandado em uma comarca que não é a sua, entendendo que há uma incompetência relativa ou mesmo absoluta, pode pedir ao juízo da comarca para receber a sua contestação alegando incompetência e remeter ao juízo onde a ação foi ajuizada, para que seja analisada. Não precisaria se deslocar a cidade em que foi destinada a étoção para protocolar a contestação com arguição de incompetência.
Ex: mora em MOC e alguém em salvador ajuizou ação lá quando na verdade deveria ter sido em MOC. Na contestação suscita preliminar de incompetência relativa do juízo da comarca de salvador. Nesse caso, não precisaria ir a salvador, pode ser feito na própria comarca de Montes Claros, protocolando aqui, pedindo ao juízo de MOC para remeter internamente ao juízo da comarca de salvador sua arguição (alegação) de incompetência.
· Em tempos de PJE isso não faz sentido, já que recebendo a carta de citação, poderá fazer essa arguição pelo próprio PJE. 
Incompetência relativa e absoluta: 
a) Incompetência absoluta: alega, a qualquer tempo ou grau de jurisdição que há um vício em relacao a materia, pessoa ou função, essa incompetência não preclui
b) Incompetência relativa: diz respeito ao território/local ou ao valor da causa, ao contrário da absoluta, PRECLUI (pode ocorrer o fenômeno da prorrogação da competência: juiz incompetente territorialmente passa a ser competente).
Postulado da impugnação específica dos fatos
	Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
· Ônus que o réu tem de se opor de modo específico	 (item	por item) àquilo que o autor expõe na petição inicial. 
Consequência: aquilo que não impugnar de modo especificado será considerado verdade a partir daí (terá presunção de veracidade). 
Exceções (o réu não precisará impugnar item por item):
	Art. 341. Incumbe também ao réu (...), salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
· Ações em que não se aceita confissão como prova (normalmente sobre direitos indisponíveis): o fato do réu não impugnar especificamente não será considerado verdadeiro de forma presumida.
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
· Ex: petição inicial o autor diz que é casado mas não junta certidão de casamento, não é o fato do réu não ter impugnado esse fato de o autor ser casado que torna ele casado a partir daí
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
· Ex: o réu mostra que no mês de agosto (que teria ocorrido o fato) estava viajando a trabalho (documentos, fotografias, vídeos). Assim, ainda que não tenha impugnado item por item, a defesa do réu, no seu conjunto - de modo global acaba fazendo a contrariedade aos argumentos do autor.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
· Motivo: não tiveram tempo ou contato com o réu para colher informações detalhadas que permitiria a especificação.
Preclusão das alegações do réu
	Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito ou a fato superveniente;
· Surgiram após a contestação. 
Fato superveniente: morte que influi na decisão
Direito superveniente: norma jurídica venha a entrar no mundo jurídico en interfira no que está sendo discutido. Ex: promulgação de uma emenda constitucional que exclui o prazo de um ano para eventual conversão na ação de divorcio por convenção.
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição
Postulado/princípio/ônus da impugnação especificada:
A defesa tem que observar o postulado da impugnação especificada dos fatos (4 elementos da defesa bem feita: princípio da concentração, eventualidade, defesa consistente - capaz de gerar dúvida razoável - defesa que faz uma impugnação especificada dos fatos)
RECONVENÇÃO
Conceito: são os pedidos realizados pelo réu de um processo aoapresentar contestação sobre as alegações do autor na petição inicial, ou seja, o réu não somente se defende da proposição do autor, mas faz alegações e pedidos próprios, na contestação, invertendo a estrutura do processo.
	Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
· Único pressuposto para haver reconvenção: tem que ter alguma conexão com o objeto da causa ou com a defesa de seu conjunto.
Inovação processual: No Código de 73 também havia previsão da reconvenção, mas de forma autônoma, juntada no mesmo prazo da contestação. O CC de 2015 suprimiu a reconvenção, estabelecendo o “pedido contraposto”, não sendo feita em petição separada, mas dentro da própria contestação, eliminando novas custas processuais.
→ Nova relação processual, chamada de reconvencional. Réu recorrente e autor reconvindo. No mesmo processo existem duas relações processuais: do autor contra o réu e do réu contra o autor, mas audiência e sentença únicas (resolve-se as duas lides).
	§1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
· O autor/reconvindo (que torna-se réu) tem direito a oferecer contestação a reconvenção, a diferença é que não vai ser citado e sim intimado a apresentar a contestação em 15 dias.
	§2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
· Importante: a reconvenção é autônoma (mesmo dentro do processo). Significa que se o Autor desistir da ação originária, a reconvenção pode permanecer.
	§3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
· Inovação do CC 2015: ampliação subjetiva da lide, significa que a lei permite que haja ampliação dos dois pólos (passivos e ativos). 
Ex: réu associa-se a terceiro mesmo que ele não esteja na ação originária (e vice versa, com o litisconsorte).
→ Conclusão: a reconvenção não está presa as partes originárias, pode se estender.
	§5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual.
· Legitimação	Extraordinária: normalmente, acontece com o MP. defende interesse de incapaz, então é substituto, pois não está defendendo o próprio direito e sim do incapaz.
Observações sobre a reconvenção: 
· Pouca utilização;
· Elemento	estratégico importante
· Ex: ação revisional de alimentos. A autora ajuíza para aumentar o valor da pensão alimentícia. O réu poderá contestar argumentando impossibilidade de aumentar por insuficiência financeira e que a necessidade do alimentando não está demonstrada - reconvir ao autor pedindo para diminuir o valor da pensão.
· Pode estimular um acordo, já que, via de regra, o autor não espera. 
· São devidos honorários advocatícios na reconvenção]
· Aplica-se à reconvenção as dispocisões dos Arts. 329 e 324.
· Não pode apenas acrescentar nos pedidos (eventualidade). 
→ É possível oferecer uma reconvenção sem contestação?
Sim, mas é um risco para o réu, por isso acontece raramente. 
	§6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.
DA REVELIA
Existe uma noção preliminar que associa revelia e presunção de veracidade.. Na verdade, a presunção de veracidade é o principal efeito da revelia. 
Conceito: Revelia é um instituto processual que representa inação do réu, a inércia do réu devidamente citado para uma ação processual. 
· Revela uma atuação negativa por parte do réu, que deixa de fazer algo que deveria, uma vez que foi citado. 
→ A revelia pode ocorrer de mais de um modo: 
a) Citado para a relação processual, o réu não contesta 
b) Citado, o réu CONTESTA fora do prazo de 15 dias (deixou de praticar no prazo previsto), protocola uma contestação intempestiva 
c) Citado, o réu CONTESTA dentro do prazo, mas sem advogado
Efeitos da revelia: 
· Presunção de de veracidade dos fatos narrados pelo autor;
	Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
· Nesse caso, o autor não precisa mais fazer prova dos fatos por ele alegados, uma vez que estes fatos presumir-se-ão verdadeiros a partir de então e ensejará uma das hipóteses do julgamento antecipado do mérito
· Desnecessidade de intimação do réu revel que não tenha advogado constituído
· A partir daí, o réu revel que não tiver procurador constituído não será mais intimado de nenhum ato processual.
→ Situação em que o réu é revel mas seu efeito principal (presunção de veracidade) NÃO OCORRERÁ, ou seja, o autor permanece com o ônus de provar os fatos por ele alegados: 
	Art. 345. A revelia NÃO PRODUZ o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
· Litisconsorte passivo; Ex: de 3, um oferece contestação. Assim, TODOS são beneficiados. 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
· Não comporta autocomposição. Ex: interesse público. Se o Estado ou a União não contestarem a demanda, não haverá presunção porque o interesse público é indisponível.
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; 
· O fato de o réu não contestar não presume verdadeiro o fato que o autor não apresentou documento necessário, como certidão de casamento para comprovar que é casado.
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
· Quando não ensejarem no juiz aparência de verdade (inovação do CPC 2015): dialoga com o convencimento motivado do juiz para formar sua convicção.)
· Juiz não acredita na petição, então não tem obrigação de aplicar o efeito, mesmo ausente contestação do réu.
· Contrariedade da postulação do autor com sua própria pretensão 
· Os documentos juntados apresentam contradição com a pretensão
Pergunta: depois de configurada a revelia, o réu pode entrar no processo? Sim, a qualquer momento até o trânsito em julgado, entretanto pegará o processo na fase que tiver, não podendo praticar atos processuais passados, que já precluiram.
	Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
Novidade CPC 2015: o Código prevê que, mesmo sendo o réu revel, é possível requerer a produção de provas no processo para se contrapor às alegações do autor (provas periciais, testemunhais, a serem introduzidas pelo autor) DESDE QUE ele entre no processo e constitua advogado a tempo dos atos processuais serem produzidos (artigo 349 e seguintes).Ou seja, ANTES DO SANEAMENTO DO PROCESSO (pq é nela que essas provas são deferidas e designadas). 
· Nesse caso, o réu não contesta. Esse requerimento serve somente para requerer prova. 
	Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção.
· É a última chance do réu revel diminuir os efeitos da revelia. As provas produzidas podem destruir a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor. 
DA RÉPLICA DO AUTOR 
Conceito: oportunidade dada ao autor para manifestar sobre a contestação no prazo de 15 dias. 
→ Alguns doutrinadores entendem que o saneamento do processo abrange a réplica do autor, para o professor, configura uma ação postulatória, ou seja, não se encontra na fase saneadora. 
Observação: não é impugnação a contestação e sim réplica a contestação do autor. 
A réplica deve apresentar o contraditório por parte do autor em relação à defesa. Podeinclusive propor outras provas.
· Em regra, não é universal ou automática. Deveria ocorrer apenas em duas situações: 
1. quando o réu alega alguma defesa processual (preliminares da contestação)
	Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337 , o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova.
2. quando fala sobre fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor (defesa indireta de mérito)
	Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
· Todavia, oportunizou-se o momento da réplica pouco importando o que o réu disse. Ou seja, funciona de forma universal, mas teoricamente não seria. Na prática, apresentada a contestação (em ato ordinário, sem falar ao juiz) já intima o autor.
→ Na réplica o autor pode requerer provas e juntar novos documentos, que se contrapõem à contestação. 
· No caso do autor juntar um documento novo na réplica, o réu vai ter que manifestar de novo em 15 dias (obrigação de observar o contraditório). 
Após isso, inicia-se a fase saneadora ou ordenação (saneamento do processo, para que sejam corrigidos eventuais vícios sanáveis - para que seja ordenado, para continuar as fases subsequentes ou ainda para receber nesse momento uma definição, uma decisão). 
DA FASE SANEADORA OU ORDINATÓRIA
· Essa fase pretende limpar o processo de falhas que possam atrapalhar o seu andamento, ou seja, preparar o processo para que siga sem qualquer vício ou irregularidade. 
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
	Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
· O juiz determina a correção de vícios ou irregularidades SANÁVEIS no processo, em prazo não superior a 30 dias 
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
Na fase saneadora, pode acontecer do juiz entender que já deve proferir uma DECISÃO quando verificar uma das hipóteses do art. 354, caput, do CPC, ou seja, um julgamento conforme o estado do processo (o juiz entende que o processo, no estado em que esta, comporta julgamento, não carecendo de prosseguir para a fase probatória).
Da Extinção do Processo
	Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 (extinção sem resolução do mérito) e 487 (com resolução de mérito), incisos II e III, o juiz proferirá SENTENÇA. 
· Ex do 485: O réu, em preliminar, alegou litispendência
· Ocorrendo qualquer uma dessas hipóteses, o juiz deve julgar sem resolução de mérito. Esse ato de juiz será uma sentença, logo o recurso possível é apelação.
· Ex do 487: Prescrição e decadência; homologação de transação, renúncia ou desistência. 
· O juiz profere o julgamento por meio de uma sentença COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. 
Julgamento PARCIAL conforme o estado do processo
	Art. 354. (...)
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por AGRAVO DE INSTRUMENTO.
· Permite o julgamento parcial conforme o estado do processo, ou seja, o juiz pode decidir uma parte do processo e a outra prosseguir.
→ O julgamento conforme o estado do processo pode ser integral (caput) ou parcial, quando a decisão não abranger o pedido pelo autor de maneira total, nesse caso trata-se de uma DECISÃO DE MÉRITO (contém tudo que uma sentença tem - mas NÃO É SENTENÇA), então o recurso cabível é AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
Ex: o autor, na inicial, fez um pedido cumulativo. O réu contesta todos e, quanto a um deles, fala que o pedido está prescrito. O juiz analisa e concorda, proferindo uma decisão de mérito (julgamento parcial sobre o pedido prescrito, enquanto os demais continuam tramitando para as outras fases do processo). 
· Inovação processual: quebrou a tradição do código passado que a decisão vinha ao final sobre tudo.
Julgamento antecipado do mérito 
Não sendo caso de julgamento conforme o estado do processo parcial ou integral - , o juiz deve analisar se é o caso de julgamento antecipado do mérito 
→ Neste momento, NÃO TEM julgamento sem mérito, o julgamento é EXCLUSIVAMENTE de MÉRITO.
· Diferente do julgamento conforme estado do processo, o juiz antecipa o próprio pedido do autor - para acolher ou rejeitar - antes de instruir o processo. Isso pode ocorrer desde que fundamentado em duas situações:
	Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
a) Quando não houver necessidade de produção de outras provas (testemunhal, pericial, depoimento pessoal, etc. O autor e o réu se limitaram à juntada de documentos. Assim, não precisa de audiência de instrução e julgamento, o juiz pode proferir o julgamento antecipado do mérito;
· OBS: se não há prova a ser produzida, não tem mais fase instrutória, é como o mandado de segurança (prova já pronta, é um procedimento especial, então não tem audiência para produção de provas)
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349 .
b) Tenha havido revelia
· principal efeito da revelia: presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor (não sendo caso de nenhuma das 4 exceções estudadas); 
· não tenha havido o requerimento do 349 - réu, mesmo revel, recorrer a produção de provas (quando há tempo).
→ O julgamento antecipado parcial pode ocorrer conforme o artigo 356:
	 Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 .
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
Conclusão: ➔ Legislador determinou que o processo pode ser separado e que o julgamento antecipado do mérito também pode ser parcial (novidade), esse julgamento não é sentença e sim decisão de mérito.
DECISÃO DE SANEAMENTO 
Alguns chamam de despacho de saneamento, o que, na visão do professor, é incorreto uma vez que trata-se de uma sequência de atos de conteúdo decisórios
→ Decisão de saneamento significa que o juiz decidiu que devem ser resolvidas questões processuais pendentes, antes de dar prosseguimento ao julgamento.
➥ A fim de sanear, ou limpar, o processo para que a fase instrutória possa acontecer. 
	Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão (não é despacho) de saneamento e de organização do processo:
➥ Conjunto de pontos que o juiz deverá verificar e decidir
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;
· Determina que o juiz deverá resolver os pontos controvertidos pendentes
	II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos;
· Delimitar sobre quais fatos recairá a produção de provas
· Deferir ou indeferir as provas requeridas. 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
· Determina que o juiz deve delimitar também as controvérsias relevantes para o julgamento do mérito. 
Ponto e Questão: Ponto, em matéria de direito processual civil, é toda e qualquer alegação da parte sobre a qual o juiz deva se manifestar. Quando esse ponto não se torna controvertido (ou seja, quando a parte contrárianão se opõe) torna-se um ponto incontroverso. 
➥ Quando a parte contrária SE OPÕE à alegação, trata-se de um ponto controvertido ou uma QUESTÃO processual. 
→ Questão processual significa ponto controvertido no processo. 
Inovação processual: No CPC anterior, cabia agravo de instrumento no que se refere às decisões de saneamento dos incisos II e IV. No CPC de 2015, entretanto, NÃO CABE RECURSO IMEDIATO À ESSAS DECISÕES NESSA FASE DO PROCESSO. É possível recurso quando couber apelação (ou seja, quando da prolação da sentença, após a fase instrutória). Por isso, nesse momento, o juiz deve examinar essas questões com muito cuidado. 
Isso ocorreu devido a uma transformação no processo a fim de torná-lo mais célere (como no processo do trabalho, de modo a otimizar o procedimento e postergar os recursos). 
➥ Exceção: Inciso III, inversão do ônus da prova:
	III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 ;
· Inversão do ônus da prova
· Regra: aquele que alega deve provar, todavia, em muitas situações jurídicas, com previsão legal, a lei autoriza que essa regra seja invertida. Ex: Eu alego, mas a outra parte que deverá comprovar. 
➪ Somente da decisão sobre inversão do ônus da prova caberá recurso nessa fase do processo, que é o AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
	V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
· Definir as provas orais que serão produzidas. 
	§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
· Em relação às decisões de saneamento, as partes podem pedir esclarecimentos ou ajustes ao próprio juiz no prazo comum de 5 dias, após o que essa decisão de saneamento se estabiliza. 
· Alternativa em relação às questões que não são cabíveis de agravo de instrumento. O juiz pode ratificar essa decisão. 
	§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
· Negócios processuais probatórios, convenção processual probatória (uma das partes mais importantes temas da parte geral de processo civil) 
· Traz a possibilidade de uma revolução no procedimento, regra geral no art. 190 do CPC:
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo
➥ Permite que as partes delimitem acerca de negócios processuais sobre o procedimento. Pode dar uma roupagem que serve especificamente às partes, sem estar condicionada a uniformização do procedimento comum. Não pode mudar depois. 
· Pode ser feito até mesmo antes do litígio, em contrato. Ex: feita a prestação de serviço, é estabelecido, além do contrato, negócio processual. 
→ NO CASO DO ARTIGO 357: essa disposição aplicada À PROVA (negócio processual probatório). Aqui há certo envolvimento do juiz. Se o juiz homologar, ficará vinculado à ela. ATIVISMO JUDICIAL ESTUDAR PARA O SEMINÁRIO. 
	§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
➥ Inovação processual: permite que as decisões do juiz sejam praticadas em audiência, de modo cooperativo, que ocorrerá para esse fim - audiência de saneamento em cooperação. Nesse caso, as decisões serão tomadas de forma compartilhada entre as partes, enaltecendo a oralidade. Linha mestra do CPC: cooperatividade das partes. Todavia, nem todos os juízes aderem a esse procedimento. 
· Particularidades: 
· A discricionariedade do juiz em designar a audiência não está limitada à restrição da complexidade, ainda que a literalidade da lei sugira. Nesse mesmo sentido, não há obrigatoriedade de ser realizada (deverá), ainda que a lei sugira isso. 
· Designada a audiência, há um aspecto de prova importante: se a parte deseja produzir prova testemunhal, DEVE SER LEVADO O ROL DE TESTEMUNHAS (lista de testemunha que serão ouvidas e a sua qualificação):
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas.
· Nesta oportunidade, será dada às partes a possibilidade de esclarecer ou integrar seus argumentos (por mais que deveriam ter sido concentrados todos os argumentos na contestação), para fortalecê-los, adicionando sentido ao que foi dito. 
	§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum NÃO SUPERIOR a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
· Não havendo audiência e feita a determinação de produção de prova testemunhal será marcado prazo NÃO SUPERIOR A 15 DIAS para juntada do rol de testemunhas. 
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.
· Particularidades
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
· INOVAÇÃO PROCESSUAL: permite que o juiz limite o número de testemunhas, nas questões de menor complexidade, desde que feito de forma fundamentada. 
	§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.
· O juiz já irá nomear o perito que realizará a prova. Além de deferir a prova pericial e nomear o perito, o juiz deverá calendarizar essa prova (já deverá definir tanto quanto possível, o prazo para a produção dessas prova. Ex: data para o perito apresentar o laudo. 
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.
➥ SE REFERE À AIJ, não à audiencia de sanemaneto em cooperação. 
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
O ponto central da fase instrutória é a audiência de instrução e julgamento (arts. 358 e 368). 
➥ É a terceira audiência do procedimento comum, a primeira é a audiência de conciliação do art. 334, a segunda é a audiência de saneamento em cooperação e depois, por fim, a AIJ!
A AIJ tera um momento de instrução (produção de provas) e na sequência (talvez) o julgamento.
· O julgamento nem sempre ocorre, ainda que a nomenclatura de a entender. O comum é ser apenas uma audiência de instrução, apesar preparada para um julgamento. 
→ Existem alguns princípios que orientam a AIJ
· Publicidade: a audiência é pública, qualquer pessoa pode assistir, não apenas advogado e partes), exceto as causas que tramitem em segredo de justiça em que haverá limitação da presença às partes e a seus advogados. 
· Princípio diretivo ao juiz: cabe ao juiz instruir os atos na audiência garantindo que eles ocorram, o Juiz pode usar, inclusive, do poder de polícia administrativo 
	Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
I - manter a ordem e o decoro na audiência;
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III - requisitar, quando necessário, força policial;
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.
· Oralidade e imediatidade: Os atos processuais na AIJ serão orais, além da imediatidade na colheita direta da prova - o juiz colhe a prova imediatamente, não há interposição entre a prova e o próprio juiz. 
· Princípio da unicidade e continuidade dos atos processuais: a AIJ é una e contínua, ou seja, não deve ser fracionada e uma vez começada, ela deve continuar. Todavia, existem exceções, que serão vistas mais adiante, que permitem o adiamento da audiência. .

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