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LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA ANÁLISE MICROSCÓPICA: LESÃO INTRAEPITELIAL DE BAIXO GRAU (LSIL) ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br ANÁLISE MICROSCÓPICA: LESÃO INTRAEPITELIAL DE BAIXO GRAU (LSIL) CITOPATOLOGIA CERVICOVAGINAL (LSIL) O citopatológico cervicovaginal, ou exame preventivo, é utilizado para diagnóstico e rastreamento do câncer do colo do útero, causado pelo papilomavírus humano (HPV). Esse exame tem como objetivo a prevenção do câncer, bem como a avaliação da ação dos hormônios que fazem parte do ciclo menstrual e de processos inflamatórios (CONSOLARO; ENGLER, 2012) George N. Papanicolaou (1883-1962) desenvolveu um sistema de nomenclaturas que classifica os esfregaços cervicovaginais em cinco categorias: classe 1 – que representava as amostras sem evidência de câncer; e as demais classes, que representavam níveis crescentes de suspeita de alterações celulares malignas (GAMBONI; MIZIARA, 2013). No entanto, com o passar dos anos, essa classificação passou por diversas modificações, como a de J. Reagan (1954), que propôs a utilização dos termos displasias e carcinoma in situ; mais tarde propondo uma nova classificação para descrever lesões precursoras de carcinoma escamoso: neoplasia intraepitelial cervical (NIC) (CONSOLARO; ENGLER, 2012; GAMBONI; MIZIARA, 2013). Atualmente, o sistema mais utilizado tem sido o Bethesda, que beneficia e facilita a padronização dos laudos fornecidos pelos laboratórios de citopatologia (Tabela 1). Ao ser redigido em 1988, as condutas clínicas eram focadas em identificar todas as lesões intraepiteliais, incluindo as de baixo grau, denominadas LSIL. No entanto, hoje em dia, o mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA ANÁLISE MICROSCÓPICA: LESÃO INTRAEPITELIAL DE BAIXO GRAU (LSIL) ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br reconhecimento da LSIL, principalmente em mulheres jovens, tem representado infecção por HPV (NAYAR; WILBUR, 2014). Ano Sem evidências da doença Atipias indefinida s Lesões de baixo grau Lesões de alto grau Carcinom a invasor Classificação de Papanicolaou (c) 194 3 Classe I Classe II Classe III Classe IV Classe V Classificação de Reagan e Patten (h) 196 2 Displasi a leve Displasia moderada ou grave ou carcinoma in situ Carcinom a invasor Classificação original de Richardt (h) 196 9 NIC I NIC II ou NIC III Carcinom a invasor Classificação modificada de Richardt (h) 198 8 NIC de baixo grau NIC de alto grau Carcinom a invasor Sistema Bethesda (c) 200 1 Negativo para lesão intraepitelial ou malignidade ASC-US ou ASC-H LSIL HSIL Carcinom a invasor mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA ANÁLISE MICROSCÓPICA: LESÃO INTRAEPITELIAL DE BAIXO GRAU (LSIL) ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Tabela 1 - Relação entre as nomenclaturas citológicas e histológicas do carcinoma escamoso do colo do útero e suas lesões precursoras. Fonte: Consolaro e Engler (2012, p. 140). O carcinoma do colo do útero tem origem na junção escamoglandular (JEC), ou zona de transformação, local no qual os epitélios escamoso e glandular se encontram. As lesões causadas pelo HPV nesse epitélio podem evoluir, ao passo que a infecção pelo vírus entre em queda até que haja a formação de um carcinoma invasivo. Compreender o estágio e a história natural das lesões, que podem ser de leves a graves, é de suma importância no diagnóstico citopatológico cervicovaginal (CONSOLARO; ENGLER, 2012; GAMBONI; MIZIARA, 2013). A LSIL é caracterizada pela perda de maturação e alteração celulares limitadas ao terço inferior do epitélio escamoso ou metaplásico. É representada pelas alterações em células epiteliais maduras (superficiais e intermediárias), tratando-se de uma displasia leve em que são observadas células com citoplasma abundante, contorno definido, isoladas ou grupos, apresentando aspecto de lâminas (Tabela 2) (CONSOLARO; ENGLER, 2012; GAMBONI; MIZIARA, 2013; NAYAR; WILBUR, 2014). Também há hipercromasia discreta com cromatina homogênea finamente granular e relação núcleo- citoplasma (RNC) pouco aumentada. Podem ser observados coilócitos nas células, caracterizados por núcleos hipercromáticos (excesso de pigmentação nuclear) aumentados, e citoplasmas apresentando grandes halos ao redor do núcleo, deixando áreas mais claras e amplas com limites celulares intensamente corados (Figura 1) (CONSOLARO; ENGLER, 2012; GAMBONI; MIZIARA, 2013; MARTINS, 2014). Quadro citológico da LSIL Células isoladas e em grupos, grandes, com citoplasma maduro e definido. Perda da relação núcleo-citoplasma. Núcleos aumentados em mais de três vezes seu tamanho normal (comparado com o núcleo da célula intermediária), com anisonucleose e sem nucléolo. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA ANÁLISE MICROSCÓPICA: LESÃO INTRAEPITELIAL DE BAIXO GRAU (LSIL) ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Binucleação e multinucleação. Cromatina granular regularmente distribuída, opaca ou difusa. Membrana nuclear lisa, com reforço ou levemente irregular. Coilocitose caracterizada por halo ou cavidade perinuclear bem-definida, citoplasma condensado deslocado em direção à periferia e anormalidades nucleares. Tabela 2 - Quadro citológico apresentado nas lesões intraepiteliais de baixo grau (LSIL). Fonte: Adaptada de Gamboni e Miziara (2013, p. 190). Figura 1 - Células escamosas coradas em Papanicolau, apresentando binucleação, cromatina finamente granular, aumento da relação núcleo-citoplasma e formação de halo perinuclear (coilócito). É importante lembrar que em infecções por Candida spp e Trichomonas vaginalis há a formação de halos inflamatórios ao redor do núcleo de células escamosas. A pseudocoilocitose também é encontrada em mulheres grávidas, alcoólatras e em indivíduos que utilizam alguns tipos de medicamentos. Entretanto, a identificação mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA ANÁLISE MICROSCÓPICA: LESÃO INTRAEPITELIAL DE BAIXO GRAU (LSIL) ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br correta do coilócito é o diagnóstico diferencial entre a LSIL e as demais infecções secundárias (CONSOLARO; ENGLER, 2012). A maiorias das LSILs têm remissão espontânea, que pode ocorrer em 60% dos casos em até 24 meses de acompanhamento, enquanto 1% irá evoluir para lesões mais graves (HSIL, carcinoma in situ e carcinoma invasor). No entanto, se a lesão persistir, condutas clínicas deverão ser tomadas, como a abordagem expectante e a intervencionista (GIACCIO et al, 2010; VIEIRA et al, 2014). A expectante consiste na realização de exames citopatológicos semestrais para acompanhamento da lesão e, em caso de dois exames positivos consecutivos neste período, a paciente será encaminhada para a colposcopia (BRASIL, 2011); já a intervencionista pode ser realizada por ablação, que é a destruição da lesão por cauterização (método mais caro), ou excisional, em que o material é retirado para biopsia (colposcopia). A indicação de cada conduta irá depender do potencial evolutivo da LSIL (BRASIL, 2011; GIACCIO et al, 2010). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA ANÁLISE MICROSCÓPICA: LESÃO INTRAEPITELIAL DE BAIXOGRAU (LSIL) ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Rio de Janeiro: Inca, 2011. CONSOLARO, M.; ENGLER, S. Citologia clínica cervicovaginal: texto e atlas. São Paulo: Roca, 2012. GAMBONI, M.; MIZIARA, E. Manual de citopatologia diagóstica. Barueri: Manole, 2013. GIACCIO, C. et al. Evolução das lesões intraepiteliais de colo uterino de baixo grau em uma coorte de pacientes acompanhadas por 18 meses. Diagnóstico e Tratamento, v. 15, n. 4, p. 170-173, 2010. MARTINS, N. V. Patologia do trato genital inferior: diagnóstico e tratamento. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. NAYAR, R.; WILBUR, D. C. Sistema Bethesda para relato de citologia cervical. 3. ed. São Paulo: Livromed, 2014. VIEIRA, L. et al. Acompanhamento das lesões intraepiteliais escamosas cervicais. Revista Médica Oficial do Hospital Universitário UFJF, v. 30, n. 1, p. 28-32, 2014. mailto:contato@algetec.com.br
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