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PSICOPATOLOGIA GERAL Professor Tom Rodrigues AULA 11: A consciência do Eu e suas alterações; A personalidade e suas alterações; A inteligência e suas alterações. A CONSCIÊNCIA E A VALORAÇÃO DO EU E SUAS ALTERAÇÕES Origem e desenvolvimento do Eu (ontogenia do Eu) No início da vida não há, entre o Eu e o mundo exterior, discriminação e delimitação claras; Esta diferenciação vai sendo construída ao longo do primeiro ano de vida; ◦ Por volta de um ano, admite a existência de objetos não percebidos; ◦ Surgimento da linguagem traz a possibilidade de exteriorização da vida interior; ◦ Aos 4 anos, o autoconceito já é mais abrangente. Problematizando a IDENTIDADE Conceito de identidade e Psicologia; O Eu, para a psicanálise, é formado como um mosaico de identificações que dão o efeito de um sujeito único, idêntico a si mesmo. ◦ A atribuição de um nome próprio e a própria imagem corporal refletida no espelho ajudam nessa função ao darem a impressão de um mesmo que continua “igual”. ◦ O Eu é efeito do imaginário. Aspectos que envolvem a formação do Eu: Contato contínuo com a realidade (Teste de realidade); Investimento amoroso e narcísico sobre a criança; Projeção dos desejos inconscientes dos pais sobre a criança; Identificações da própria criança (introjeções do Outro). “O Eu é um Outro” (Arthur Rimbaud) DESPERSONALIZAÇÃO E DESREALIZAÇÃO Despersonalização A despersonalização é o sentimento de perda ou de transformação do Eu. É uma vivência profunda de estranhamento e infamiliaridade consigo mesmo. Na despersonalização corporal, há uma sensação intensa de estranhamento e perda da familiaridade do indivíduo com o seu próprio corpo. Desrealização Comumente associada à despersonalização, pode ocorrer a desrealização, que é a transformação e a perda da relação de familiaridade com o mundo comum, no sentido de uma relação de profunda estranheza daquilo que, no dia-a-dia, é comum e familiar. Despersonalização e de desrealização são comuns nas crises intensas de ansiedade, nas crises de pânico, nas psicoses tóxicas por alucinógenos, nos episódios agudos de esquizofrenia e em formas graves de depressão. ALTERAÇÕES DO EU CORPORAL (ALTERAÇÕES DO ESQUEMA CORPORAL) O deprimido vive seu corpo como algo pesado, lento, difícil, fonte de sofrimento e não de prazer. Sente-se fraco, esgotado, incapaz de fazer frente às exigências da vida. A astenia refere- se a esse tipo de vivência corporal dos pacientes deprimidos. Já o paciente maníaco vive seu corpo como algo extremamente ativo, poderoso e vivo. Sente-se forte e ágil, não conseguindo parar e repousar por período mais longo. Há mesmo, com freqüência, a incapacidade de perceber as limitações reais do corpo. Alguns pacientes esquizofrênicos experimentam diversas e profundas alterações do esquema corporal. O paciente tem a sensação de que alguém, algo ou uma força externa desconhecida age sobre seu corpo, manipulando-o ou controlando-o. Por sua vez, os pacientes com psicoses tóxicas, produzidas por alucinógenos podem ter experiências de deformação do esquema corporal. Já os pacientes histéricos tendem a erotizar intensamente o corpo todo, mas, em contrapartida, podem sentir seus genitais e a atividade genital como insensíveis ou perigosos. Os indivíduos com quadros ansiosos graves sentem o corpo como que comprimido, asfixiado, como se existisse uma pressão externa sobre ele. Nas crises de pânico é frequente a despersonalização corporal e a sensação de morte iminente. O paciente com quadro obsessivo-compulsivo pode sentir o corpo como sujo ou contaminado, tendo de esforçar-se constantemente para limpá-lo, purificá-lo ou protegê-lo da contaminação. O hipocondríaco vive seu corpo como lugar de todo o seu sofrimento, investido intensamente por toda a sua atenção e libido. Por sua vez, os pacientes com dismorfofobia (ou transtorno dismórfico corporal) percebem distorcidamente, como horríveis e dignos de enorme vergonha, partes de seu corpo (nariz, orelhas, face, seios, nádegas, mãos, etc.), ou pequenos defeitos físicos que passariam despercebidos na maioria das pessoas. (≠Anorexia Nervosa). O fenômeno do membro fantasma ocorre em muitos pacientes amputados. A PERSONALIDADE E SUAS ALTERAÇÕES A personalidade e suas alterações Para Bastos (1997), a personalidade é o conjunto integrado de traços psíquicos consistindo no total das características individuais, em sua relação com o meio, incluindo todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugando tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência. ◦ Envolve constituição corporal, temperamento e caráter. TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE Transtornos de Personalidade A característica principal dos transtornos de personalidade é a de que o indivíduo acometido por estes transtornos sofre e faz sofrer a sociedade, não aprendendo com suas experiências mal-adaptativas. Geralmente surgem na infância e na adolescência; Manifestam um conjunto de comportamentos e reações afetivas claramente desarmônicos, envolvendo vários aspectos da vida do indivíduo; O padrão anormal de comportamento e de respostas afetivas e volitivas é permanente, de longa duração e não limitado ao episódio de transtorno mental associado; Transtornos de Personalidade Transtornos de Personalidade O padrão comportamental é mal-adaptativo; São condições não relacionadas diretamente à lesão cerebral evidente; O transtorno da personalidade leva a algum grau de sofrimento (angústia, solidão, sensação de fracasso pessoal, dificuldades no relacionamento vividas com amargura, etc.); entretanto tal sofrimento pode se tornar aparente para o indivíduo apenas tardiamente em sua vida. A INTELIGÊNCIA E SUAS ALTERAÇÕES O que é inteligência? “A inteligência é a solução de um problema novo para o indivíduo, é a coordenação dos meios para atingir um certo fim, que não é acessível de maneira imediata; enquanto o pensamento é a inteligência interiorizada e se apoiando não mais sobre a ação direta, mas sobre um simbolismo” Jean Piaget Somos seres pensantes. Pensamos sobre as coisas passadas, projetamos nosso futuro, resolvemos problemas, criamos, sonhamos, fantasiamos, somos até capazes de pensar sobre nós mesmos, isto é, somos capazes de nos tornar objetos da nossa própria investigação. Fazemos ciência, poesia, música, construímos máquinas incríveis, transformamos o mundo em símbolos e códigos, criando a linguagem que nos permite a comunicação e o pensamento. Não há dúvida de que somos uma incrível espécie de seres. Psicologias: uma introdução ao estudo Testes de Inteligência Alfred Binet (1904) criou os primeiros testes de inteligência, que tinha como objetivo verificar os progressos de crianças deficientes do ponto de vista intelectual; Testes partem de problemas que a maioria das crianças de uma faixa de idade conseguia resolver e os resultados de quase todos os testes de inteligência são apresentados pelo que se denominou Quociente Intelectual (Q.I). A utilização frequente dos testes levantou um outro questionamento: a rotulação ou classificação das crianças. ◦ “Profecias auto-realizadoras”. Inteligências múltiplas Valorização de um ideal de inteligência; Inteligência geral (g) x inteligências múltiplas. Gardner (1994), por exemplo, fala em oito subtipos de inteligência: - Linguística; - Lógico-matemática; - Espacial; - Musical; - Corporal; - Interpessoal; - Intrapessoal; - Naturalistica. Deficiência Intelectual O retardo mental é definido pela OMS (1993) como uma condição de desenvolvimento interrompido ou incompleto das capacidades mentais, manifestando-sepelo comprometimento das habilidades cognitivas que são adquiridas ao longo do desenvolvimento na infância e na adolescência Incluem principalmente as aptidões intelectivas, a linguagem e a capacidade de adaptação social. Indivíduos com deficiência intelectual representam cerca de 2 a 3% da população geral Causas de Deficiência Intelectual Sempre resultado de interações orgânicoXsociais Diferentes graus de DI Próxima Aula O diagnóstico estrutural em psicanálise: Neurose e Psicose. Leitura obrigatória: FREUD, S. (1923) Neurose e Psicose; FREUD, S. (1924) A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose. FREUD, S. (1894) As neuropsicoses de defesa.
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