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RESUMO: Módulo 11 - Resistência e Transferência A resistência estará presente em cada sessão de análise e isso deve estar claro ao paciente, compreender que essa é parte saudável de todas as pessoas. Solicitar alguma situação que ele destacaria, durante a sessão, para que o paciente acostume a se perceber na mesma. Os medos da resistência, ou seja, a resistência da resistência pode, inclusive, deixar um sentimento por um falso, exemplo a raiva pela simpatia. Consciente pode tentar esconder um conteúdo do analista. O analista deve ter o cuidado ao afirmar, deve-se dizer “parece” que está ...e descreve o jeito que percebe: ou triste, ou com vontade de chorar ou..., pois se o afeto doloroso não for o que, de fato, é, o psicanalista pode encaminhar a análise de uma maneira ou de outra. Portanto, a comunicação verbal deve ser cautelosa no que afirma ou pergunta. Interpretar a forma de resistência, pode ser uma maneira repetitiva, na verdade pode ser o caráter da pessoa e não um conteúdo doloroso. O analista escuta com três objetivos em mente: 1) Traduzir as produções do paciente para seus antecedentes inconscientes. 2) Os elementos inconscientes devem ser sintetizados em introvisões inteligíveis. 3) As introvisões obtidas devem poder ser comunicáveis ao paciente. O analista escuta com atenção flutuante, não tenta conscientemente para se lembrar, ele vai lembrar de dados importantes se prestar atenção não-seletiva. A primeira tarefa do analista é identificar a presença da resistência que, se torna difícil, quando é sutil ao paciente. O dever do analista é fazer o paciente compreender que está resistindo, confrontá-lo de que há uma resistência presente. Existem três possibilidades a observar: (1) Por que o paciente está evitando? (2) O que o paciente está evitando? (3) Como o paciente está evitando? Com cuidado, separa-se e isola-se o motivo da resistência a ser investigada. Em todas circunstâncias, procura-se detectar as reações corpóreas e não verbais ocorridas, pois podem fornecer pistas sobre o afeto doloroso que o paciente está lutando. A linguagem deve ser simples e direta, específica e exata, procurando tocar no afeto contra o qual o paciente pode estar resistindo. Por vezes, ao analisar uma resistência, o caminho para encontrá-la não é o afeto, e se a forma de resistência se repete muitas vezes, pode ser um traço de caráter. Ser direto e pertinente sem ser rude. Deve se dizer ao paciente que a resistência é uma ação que está praticando inconscientemente, ou pré- conscientemente ou conscientemente. Uma medida no início da análise é perguntar ao paciente como se sentiu enquanto descrevia um fato durante a sessão. Os pacientes escondem suas resistências por: (1) Ter vergonha ou medo de revelar um estado de resistência. (2) Medo de mostrar uma situação que está causando resistência para evitar que provoque uma reação transferencial hostil. Em análise, a tarefa é descobrir os segredos inconscientes do paciente, pois esse não está cônscio das recordações às quais traz escondidas dentro de si. A análise profunda da transferência tornou-se o elemento central do processo terapêutico. Freud possui uma ideia clara de transferência, de sua gênese, de sua importância técnica e terapêutica. As reações transferenciais são repetições de um relacionamento objetal do passado. A divisão do psíquico em consciente e inconsciente constitui a premissa fundamental da psicanálise, ela torna possível compreender os processos patológicos da vida mental. A Psicanálise se resume em estudar esses elementos e em como eles se relacionam. Os fatos acontecem no consciente, são gravados no pré-consciente e recalcados no inconsciente. A Teoria Topográfica serve para explicar melhor a neurose. O sistema pré-consciente compreende aqueles conteúdos mentais capazes de serem trazidos à consciência quando se focaliza a atenção. Mantém a barreira repressiva e censura desejos e vontades inaceitáveis. O conceito de inconsciente é a camada mais profunda do psiquismo. É um conjunto de processos dinâmicos, formado por desejos recalcados e pela libido. Para Freud, o inconsciente é o verdadeiro psiquismo, o psiquismo real. O id é a fonte dos impulsos de onde derivam todos os outros: o amor e o ódio, os impulsos eróticos e agressivos ou ainda da permanente batalha entre o instinto da vida, ente o da morte e da destruição. Freud usou o termo “id” para referir-se a um reservatório das pulsões instintuais desorganizadas. O id é ilógico, atemporal e regido pelo princípio do prazer, é chamado à realidade pelo ego. A questão da transferência é abordada com a neurose traumática e os jogos infantis, para demonstrar a existência de um automatismo de repetição, o qual transcende o princípio de prazer-desprazer. O ego é constituído durante toda a vida. É uma emanação do id no confronto com a realidade. Freud quis, assim, enfatizar a existência, dentro de cada um de nós, de duas forças distintas: nós mesmos, da qual tomamos consciência e controlamos e um outro (ele), que foge ao nosso controle e na verdade, desconhecemos. Ao contrário do id, o ego é pleno de responsabilidade e preocupação com as consequências de seus atos. O ego possui a tarefa de autopreservação. Possui as funções de: exame da realidade e o trabalho de síntese. O superego pode ser entendido como nosso ‘censor’ e crítico inconsciente, embora uma íntima parte dele corresponda à censura consciente. A função do superego pode se resumir em: acusar e criticar o ego. É, pois, o principal responsável pelo sentimento de culpa que todos nós sentimos, tanto em nível consciente quanto inconsciente. O superego luta por perfeição, o ego exige adequação à realidade e o id esforça-se para obter prazer e evitar sofrimento, independentemente dos meios e das consequências. A transferência é em si uma repetição inadequada do passado. A transferência é, antes de tudo, da forma de se opor à rememoração do material recalcado. Se uma modificação do passado transpira no comportamento transferencial, então é, em geral, em direção à satisfação do desejo. O analista é um alvo ideal das reações transferenciais, mas todas as pessoas importantes na vida de um indivíduo também o são. Se o paciente coloca o analista no lugar do/a pai/mãe está, também, lhe concedendo o poder que o superego exerce sobre o ego, visto que os pais foram a origem de seu próprio superego, ele pode corrigir erros, pelos quais os pais foram responsáveis ao educá-lo. Alguns neuróticos permanecem tão infantis que, também na análise, só podem ser tratados como crianças. (Freud, 1940a:175). O papel do analista na questão da transferência “O médico deveria ser impenetrável ao paciente e, como um espelho, só refletir o que lhe é mostrado” (Freud.1990, p 21). Recomenda a análise didática e a autoanálise como controle da contratransferência. Freud constatou que a transferência poderia se tornar a mais forte resistência oposta ao tratamento e distingue a transferência: a) positiva: se compõe de sentimentos conscientes amigáveis e ternos, e outros encontrados no inconsciente e parecem ter um fundamento erótico. b) negativa: se refere à agressividade em relação ao analista, à desconfiança, ódio, ira, hostilidade, desconfiança, desdém, aversão, censura, ressentimento, amargura, inveja. O termo “neurose de transferência” tem dois sentidos, o nosográfico, é a neurose na qual a transferência psicanalítica é possível por oposição à neurose narcísica; no técnico, é a neurose terapêutica que, em um tratamento psicoterapêutico, substitui a neurose clínica. Freud introduz a noção de neurose de transferência em Recordar, Repetir, Perlaborar. Na neurose de transferência, todo o comportamento patológico do paciente vem se recentrar na sua reação com o analista, é o processo pelo qual os sintomas da neurose são transpostos para a relaçãoanalisando-analista. A neurose clínica transforma-se em neurose de transferência, cuja elucidação leva à descoberta da neurose infantil. Se a situação transferencial é manejada adequadamente é possível dar um significado novo aos sintomas da doença e substituir a neurose por uma “neurose de transferência”, da qual o paciente pode ser curado pelo trabalho terapêutico. A expressão “resistência transferencial” é, geralmente, empregada na literatura psicanalítica, como uma expressão abreviada para o relacionamento complexo e estreito, entre os fenômenos transferenciais e as funções da resistência. Freud descreve a contratransferência como a resposta emocional do analista aos estímulos que provém do paciente, como resultado da influência do analisado sobre os sentimentos inconscientes do analista, considerando-a como um obstáculo ao tratamento. Freud formula que a situação analítica intervém, de certo modo, na gênese do amor de transferência o que não significa, em absoluto, a pessoa do analista: “Ele deve reconhecer que o estado amoroso do paciente é induzido pela situação analítica e não tem que ser imputado aos atrativos de sua pessoa”. Como princípio fundamental se deve proceder de modo que o desejo e a expectativa do paciente subsistam, sirvam de forças atuantes para o trabalho e as mudanças a realizar e ter cuidado para não propiciar a essa fonte de energia, uma satisfação substitutiva. O papel do analista consiste em resistir à adaptação por regressão. O analisando vivencia o passado e observa o presente; inversamente, o analista deve experimentar o presente e observar o passado; experimentar o passado em vez de observá-lo é uma contratransferência. O analista não deve pensar que tudo é transferência, mas em tudo há transferência e descobrir a porção de transferência que há em todo o ato mental. O significado para o paciente, das atitudes do analista, tem sempre a capacidade de levá-lo a se reportar aos sentimentos de suas situações traumáticas. O papel do analista é ajudar o paciente a adquirir um verdadeiro insight sobre as distorções da transferência e, através do insight, aumentar a sua capacidade para relacionamentos gratificantes, com base em expectativas maduras e realistas, em vez de fantasias irracionais, derivadas de sua infância.
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