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Revisão para a Prova Psicoterapias-Abordagem Psicodinâmica Profa. Rilza Xavier Marigliano Conceito de Transferência • A enorme gama de variadas possibilidades teóricas, técnicas e práticas que estão contidas na sua conceituação. • O fato de que a transferência advém tanto da pessoa do analisando como, também, do próprio psicanalista, além de, em cada um deles separadamente, ou entre eles, em diferentes arranjos combinatórios, adquirir múltiplas manifestações clínicas. A transferência é uma reedição de padrões infantis, é uma forma de manifestação dos conteúdos inconscientes e se constitui em um instrumento para o trabalho do analista. • Embora o fenômeno transferencial esteja virtualmente presente em todas as interrelações humanas, o termo “transferência” acabou ficando reservado unicamente para a relação presente no processo psicanalítico, onde juntamente com a “resistência” e a “interpretação”, constitui o tripé fundamental da prática da psicanálise, dando-lhe o selo de genuinidade psicanalítica, entre outras modalidades psicoterápicas, porém a transferência não é exclusividade do setting analítico. Conceito de Transferência para Freud • Em 1914 (Novas recomendações sobre a Técnica da Psicanálise I, II e III), ele postula que somente a repetição na transferência pode libertar as lembranças reprimidas e assim evitar uma eterna compulsão à repetição, como actings substitutos. Nesse trabalho, Freud introduz o conceito de neurose de transferência. “Esta se dá quando o paciente nutre forte carga emocional pela pessoa do analista e isso passa a tomar uma grande faixa de seu tempo fora do consultório”. Conceito de Pré-Transferência • Essa denominação alude à uma manifestação de natureza transferencial que se instala no paciente ainda antes dele sequer ter tido um contato pessoal com o seu possível analista e que pode surgir desde o encaminhamento à sua pessoa, uma observação em algum evento científico, o primeiro contato telefônico, etc. Conceito de Para-Transferência • Consiste no fato de que o paciente, à moda de actings, extravasa para fora da situação analítica os seus sentimentos transferenciais que estão sonegados e que não aparecem diretamente com o analista, de modo a revelar com pessoas de seu convívio mais íntimo algumas reações e atitudes inusitadas, que algumas vezes deixam os interlocutores surpresos e outras os circunstantes são acionados e “convidados” a exercer determinados papéis. Conceito de Extra-Transferência • Trata-se de um termo bastante conhecido e divulgado, que classicamente designa uma condição pela qual o analista percebe que o analisando demonstra por meio dos interrelacionamentos de sua vida cotidiana a forma de como estão estruturadas as suas relações objetais internas. De modo geral, os analistas desvirtuam a extratransferência e apregoam que tais experiências emocionais só têm eficácia analítica se elas forem analisadas à luz da vivência do “aqui-agora-comigo” transferencial. Conceito de Neurose de Transferência • É útil traçar uma diferença entre o surgimento na situação analítica de momentos transferenciais e a instalação de uma neurose de transferência. Neste último caso, quer seja de aparecimento precoce ou tardio, o analisando vive intensa e continuadamente uma forte carga emocional investida na pessoa do psicanalista, que transborda para fora da sessão e lhe ocupa uma grande fatia do seu tempo e de seu espaço mental. O comum nesses casos é que o paciente revive as suas experiências afetivas não com uma percepção de um “como- se”, de que está reproduzindo antigas vivências equivalentes, mas com a convicção de um está havendo, de fato. A existência desse tipo de transferência justifica plenamente o emprego sistemático de interpretações centradas no calor do “aqui-agora-comigo-como-lá- então”. Conceito de Transferência Psicótica • Como o nome designa, trata-se de uma transferência que caracteriza os pacientes clinicamente psicóticos e que, contrariamente à crença de Freud de que esses pacientes não seriam analisáveis, porquanto eles nunca desenvolveriam uma transferência (ele partia da ideia de que, nesses casos, toda libido estava investida auto eroticamente), hoje é consensual que eles desenvolvem, sim, uma clara transferência, sendo que, embora muitas vezes sejam inacessíveis à análise, muitas outras vezes eles possibilitam um verdadeiro trabalho analítico. Tipos de Transferência • Freud dividiu as transferências em positivas e negativas. Com a evolução da psicanálise essa classificação ficou inadequada e insuficiente, o que justifica uma explicitação em separado de cada uma das modalidades. Segundo Zimerman, as expressões “positivo” e “negativo” são altamente inadequadas para uma compreensão psicanalítica, porquanto elas estão impregnadas de um juízo de valores, com um ranço moralístico, superegóico. No entanto, como são termos consagrados, eles devem ser mantidos, desde que bem compreendidos. Transferência Positiva • Classicamente essa denominação referia-se a todas as pulsões e derivados relativos à libido, especialmente os sentimentos carinhosos e amistosos, mas também incluídos os desejos eróticos, desde que tenham sido sublimados sob a forma de amor não sexual e não persistam como um vínculo erotizado. Zimerman julga importante a ser destacado é o fato de que muitas vezes o que parece ser uma transferência “positiva” pode estar sendo “negativa”, do ponto de vista de um processo analítico, porquanto ela pode estar representando não mais do que uma extrema e permanente idealização (isso é diferente de uma – estruturante admiração) que o paciente faz em relação ao analista. Transferência Negativa • Com esse nome Freud referia aquelas transferências nas quais predominava a existência de pulsões agressivas com os seus inúmeros derivados, sob a forma de inveja, ciúme, rivalidade, voracidade, ambição desmedida, algumas formas de destrutividade, as eróticas incluídas, etc. Na atualidade, creio ser relevante fazer a afirmativa de que se uma análise não transitou pela “transferência negativa” no mínimo ela ficou incompleta, porquanto todo e qualquer analisando tem conflitos manifestos ou latentes relacionados à agressividade. Transferências • É evidente que inúmeros outros aspectos poderiam ser enfocados nas relações entre a transferência e a atividade interpretativa, porém as exemplificações aqui apresentadas permitem comprovar o quanto a transferência pode se manifestar de múltiplas formas, graus e em diferentes planos do psiquismo do paciente. Cada um dos tipos de transferência exige, por parte do analista, um manejo técnico especificamente apropriado, inclusive quanto à forma de interpretar ou de não interpretar. Contratransferência • A contratransferência costuma ser considerada como um dos conceitos fundamentais do campo analítico, ao mesmo tempo em que a sua conceituação é uma das mais complexas e controvertidas entre as distintas correntes psicanalíticas. Discussões acerca de suas possíveis inconveniências, ou prováveis vantagens como sendo um excelente instrumento da prática psicanalítica; o ocultamento ou o alardeamento desse fenômeno na literatura psicanalítica; problemas semânticos devido às diferentes formas de sua compreensão; a divergência quanto a se a contratransferência é um fenômeno unicamente inconsciente ou também consciente; a possibilidade de ela ser utilizada pelo psicanalista de forma benéfica ou inadequada e iatrogênica, são alguns dos aspectos que têm acompanhado a sua história no curso das sucessivas etapas da psicanálise. Não obstante, a importância da contratransferência continua plenamente vigente, tendo o seu interesse aumentado à medida que está havendo um emprego cada vez mais generalizado da terapia psicanalítica com pacientes severamente regredidos. Transferência e Contratransferência • Para Freud, a contratransferênciadefine-se por ser a transferência do analista em relação ao paciente ou a resposta do analista à transferência do paciente, ou seja, a reação emocional, controlada, consciente e adequada do terapeuta ao paciente. • A transferência é o deslocamento do sentido atribuído a pessoas do passado para pessoas do nosso presente. Esta transferência é executada pelo nosso inconsciente. Para a teoria freudiana, esse fenômeno é fundamental para o processo de cura. • A transferência e a contratransferência são uma forma de projeção típica da relação terapêutica entre paciente e terapeuta e pode-se caracterizar de forma positiva, com sentimentos de afeto e admiração, ou negativa, com sentimentos de agressividade e resistência, dependendo dos laços inconscientes e emocionais que emergem nesta relação. O amor na Transferência • O ato psicanalítico primeiro, é suportar a transferência e, com isso, ter inscrito a demanda, estendendo-se esta originada e marcada pela falta, sendo portanto, uma demanda de amor. Segundo Freud: • “O paciente evoca esse amor, ao intuir o tratamento analítico a fim de curar a neurose. Em outro momento ainda diz: É tão desastroso para a análise que o anseio do paciente por amor seja satisfeito, quando seja reprimido. O caminho que o analista deve seguir não é nenhum destes: é um caminho para o qual não existe modelo na vida real” (Freud, 1914, p.127). O amor na Transferência • O amor de transferência caracteriza-se por certos traços que lhe asseguram uma posição especial. Em primeiro lugar, é provocado pela situação analítica, em segundo lugar, é significativamente intensificado pela resistência e, em terceiro lugar, é um amor neurótico, porque é por definição, impossível. A situação analítica deve intervir, de certo modo na gênese deste amor, o que não significa em absoluto, a pessoa do analista, mas sim o analista. Freud alerta que o comportamento do analista não pode ser de recusa (repressor), nem de consentimento: • “É tão desastroso para a análise que o anseio do paciente por amor seja satisfeito, quanto seja reprimido. O caminho que o analista deve seguir não é nenhum destes: é um caminho para o qual não existe modelo na vida real” (Freud, 1914, p.127). Revisão para a Prova Psicoterapias- Abordagem Psicodinâmica The Talking Cures: thepsychoanalyses and the psychotherapies (As curas pela conversa: as psicanálises e as psicoterapias) • A evolução da psicanálise, como teoria e como terapia, a partir da estrutura unitária criada e proposta incansavelmente por Freud, durante toda a sua vida, até o mundo metapsicologicamente pluralístico no qual vivemos. • O desenvolvimento da psicoterapia psicanalítica a partir de sua origem teórica, a psicanálise , inicialmente como uma adaptação distinta e coerente dos conceitos psicanalíticos às exigências clínicas de pacientes não considerados indicados para a psicanálise, mas atualmente evoluindo para um campo de relacionamentos multifacetados (e problemáticos) com seu ancestral psicanalítico. • Inicio com Freud e o nascimento da psicanálise, por ele desenvolvida como um produto purificado do amontoado de abordagens terapêuticas em voga naquela época e introduzida experimentalmente com o auxílio de seu primeiro colaborador, Breuer. Ela logo se tornou a psicologia científica e a psicoterapia científica. A Psicoterapia Psicodinâmica foi um fenômeno Americano • Por uma variedade de razões particulares ao desenvolvimento histórico da psicanálise em relação à psiquiatria nos Estados Unidos, o desenvolvimento original da psicoterapia psicodinâmica foi um fenómeno tipicamente americano. • Ela surgiu da confluência de inúmeras tendências sociais e intelectuais nos Estados Unidos: da tentativa consciente da psicanálise de aliar-se à psiquiatria e à medicina organizadas e de "cooptar" a psiquiatria para as ideias psicanalíticas; da ampla aceitação, na psiquiatria americana, da doutrina psicobiológica de Adolf Meyer. Pacientes mais comprometidos poderiam ser tratados • Uma consequência importante dessa conquista bem sucedida da psiquiatria norte- americana pela psicanálise foi a suposição, assumida por médicos e educadores psicanalistas, da responsabilidade pelo cuidado e pelo tratamento dos pacientes internados e dos pacientes ambulatoriais mais gravemente doentes que buscavam os hospitais-escola e as clínicas afiliadas às universidades. • Esses pacientes diferiam bastante dos pacientes ambulatoriais tipicamente neuróticos, dos principais centros psicanalíticos europeus, em torno dos quais os preceitos técnicos da psicanálise tinham sido criados — porque, em suas primeiras décadas na Europa, a psicanálise tinha sido excluída da universidade e do mundo médico acadêmico e, portanto, negada aos portadores de transtornos mentais e comportamentais mais graves. Mecanismos de Defesa • Chamamos de mecanismos de defesa os diversos tipos de processos psíquicos, cuja finalidade consiste em afastar um evento gerador de angústia da percepção consciente. • Os mecanismos de defesa são funções do Ego e, por definição, inconscientes. O Ego situa-se em parte no consciente e em parte no inconsciente. Como sede da angústia, ele é mobilizado diante de um sinal de perigo e desencadeia uma série de mecanismos repressores que impedirão a vivência de fatos dolorosos, os quais o organismo não está pronto para suportar. Mecanismos de Defesa • O conceito de mecanismo de defesa surge nos trabalhos de Freud e é desenvolvido principalmente por sua filha, Ana Freud, em O Ego e os mecanismos de defesa. Vários outros autores desenvolverão conceitos de defesas típicas de certas fases da vida, ou de certos quadros psicopatológicos. Neste aspecto, o trabalho de Melanie Klein será particularmente importante. • Daremos agora uma relação dos principais mecanismos de defesa. Mecanismos de Defesa: Repressão • A Repressão impede que pensamentos dolorosos ou perigosos cheguem à consciência. É o principal mecanismo de defesa, do qual derivam os demais. Já o estudamos, juntamente com a resistência. • Mecanismos de Defesa: Projeção • Quando nos sentimos maus, ou quando um evento doloroso é de nossa responsabilidade, tendemos a projetá-lo no mundo externo, que ao nosso ver assumirá as características daquilo que podemos ver em nós. • Por exemplo, uma mãe que não cuida adequadamente dos filhos, acarretando-lhes vários problemas, poderá projetar a culpa em todas as situações que envolvem a criança. Mecanismos de Defesa: Identificação • Diante de sentimentos de inadequação, o sujeito internaliza características de alguém valorizado, passando a sentir-se como ele. A identificação é um processo necessário no início da vida, quando a criança está assimilando o mundo, mas permanecer em identificações impede a aquisição de uma identidade própria. • Mecanismos de Defesa: Regressão • É voltar a níveis anteriores de desenvolvimento, que em geral se caracterizam por respostas menos maduras, diante de uma frustração evolutiva. • Por exemplo, com o nascimento de um irmão menor, a criança mais velha não suporta a frustração de ser passada para segundo plano. Como defesa, infantiliza-se, volta à chupeta, à linguagem infantil, urina na cama, etc. Se o adultismo pode provocar frustrações, volta a um modelo infantil onde se sentia mais feliz. Mecanismos de Defesa: Racionalização • Abstraímo-nos das vivências afetivas e, em cima de premissas lógicas, tentamos justificar nossas atitudes. Com isto tentamos nos provar que somos merecedores do reconhecimento dos outros. Por exemplo, exploramos uma empregada doméstica que recebe um salário muito baixo. Não podemos suportar a angústia de nos ver como exploradores. Então passamos a nos justificar para nós mesmos. Selecionamos, portanto, da realidade, algumas informações fragmentadas, que justificam nossa conduta, e todo nosso pensamento é elaborado em cima delas. •Mecanismosde Defesa: Deslocamento • Através dele, descarregamos sentimentos acumulados, em geral agressivos, em pessoas ou objetos menos perigosos. • Por exemplo, suportamos o mau humor do chefe e em casa brigamos com os filhos ou chutamos o cachorro. A Interpretação dos Sonhos • O material que forma, constrói, o nosso sonho vem do nosso psiquismo, da nossa realidade. A memória dos nossos sonhos tem a capacidade de hipermnésia (contrário de amnésia), despertos não temos ideia do material, mas durante o sono o conteúdo se manifesta. • No setting analítico usamos a transferência para catalisar o inconsciente para buscar a cura. • A sugestão no começo dava certo, mas depois foi perdendo sua eficácia. • Uma pulsão sexual que foi recalcada vai aparecer de modos disfarçados, lapsos de linguagem, neuroses. Como não foi suficientemente recalcado, sai como perversão, pode se transformar em sintoma ou ato falho. A Interpretação dos Sonhos • O sonho se vale de coisas triviais, coisas banais que não tiveram nenhuma importância psíquica. No conteúdo manifesto do sonho tem coisas importantes e de menos importância. A memória dos sonhos é que nada do que possuamos mentalmente nunca vai se perder inteiramente, mesmo que nós não consigamos acessar esses conteúdos. • O sonho é sobredeterminado: não é uma única determinação, uma única causa. O sonho é um processo dotado de sentido, nunca vou ter certeza de que eu esgotei a interpretação do sonho. A Interpretação dos Sonhos • Determinismo psíquico (cadeia de pensamentos): mesmo que eu distorça o relato do conteúdo do sonho, nossas cadeias condutivas sempre vão existir. O sonho se forma porque durante o sono, a censura endopsíquica perde um pouco da capacidade, fica enfraquecida. • O capítulo VII mostra as várias implicações que os sonhos podem ter, mas apesar das distorções, dos pedaços que se perdem o conteúdo manifesto dá para fazer interpretações e pede para a pessoa analisar cada elemento do sonho. Mesmo os deslocamentos proporcionados pela resistência, dá para analisar o sonho. Não é importante saber exatamente o conteúdo do sonho, mas a interpretação que nós vamos conduzir. A Interpretação dos Sonhos • O que é dormir? Eu tenho que fechar as portas, as catexias dos meus pensamentos de vigília. Quem dorme bem é quem consegue fechar os fluxos dos pensamentos de vigília. Já sabemos que a motilidade está reduzida durante a noite e tenho determinados desejos que estão à espreita querendo se realizar. Eles vão precisar de material, os traços de memória que ficaram durante o dia vão penetrar no sonho e vão se aliar. Os desejos inconscientes vão usar os “restos” (traços mnêmicos) e estes “restos” vão se aproveitar dos desejos inconscientes para vir à tona no sonho. • Ex: eu posso ter sonhos de angústia nos quais os desejos inconscientes são vividos no pré-consciente. Caso Anna O. Estudos sobre Histeria • Considerado o caso 0, Bertha Papehein, jovem aristocrata de Viena. Adora dançar e escrever, mas seus pais a proibiam exercendo extremo controle sobre ela. • Ela começa a desenvolver um conjunto de sintomas que preocupavam sua família. Alucinações em que os ponteiros do relógio ficam deformados, vê cobras no jardim de sua casa, não consegue beber líquidos, que não sejam sucos, não consegue falar alemão e só se comunica em inglês, sente dores pelo corpo e tem um estrabismo convergente. • Breuer: histeria de retenção: sente necessidade de agir de determinada maneira, mas não pode, pois tem que obedecer os padrões sociais. • Freud: Dissociação da consciência: se transforma em sintomas que vêm de uma divisão de afetos de natureza sexual. • Nestes estudos Freud teve a uma certeza quanto a importância das lembranças nos casos de histeria, para que as pacientes pudessem ter contato com suas angústias, visando a diminuição dos sintomas e sua cura. Caso Elisabeth von R. Estudos sobre Histeria • Elisabeth von R., 24 anos, 1892, caçula de 3 filhas, é o 5º caso de Freud. Sofria de histeria de retenção. • Dois momentos importantes: a morte do pai e a morte da irmã. Não se dava bem com o primeiro cunhado e se apaixonou pelo segundo cunhado. • Não conseguia ser hipnotizada, mas continuou sendo tratada pelo método catártico. Tem sentimentos de onipotência e sente-se responsável pela morte da irmã, o cunhado se afastou da família dela. • Sofria há dois anos de dores nas pernas, impossibilitando-a de andar, andava inclinada, sentia uma dor aguda na cocha e ao ser tocada na cocha tinha uma reação de prazer e não de dor. Tinha muito medo de se casar Caso Dora. Fragmentos de um caso de Histeria • Ida Bauer, 17/18 anos, 1905, é levada pelo pai ao consultório de Freud pelo pai com uma carta suicida. São contados dois sonhos que ela teve, os quais mostram como a interpretação dos sonhos é análoga a dos sintomas. • O pai é um rico dono de fábricas, mas muito doente dos olhos e ficou com tuberculose. Foi morar na cidade de Pê, onde conheceu o casal K. Era cuidado pela senhora K. e Dora percebeu que seu pai e ela tinham um caso com o consentimento do Sr. K. Ele rouba um beijo dela e anos depois faz uma declaração de amor. • Tinha fadiga e tosse crônicas, corrimentos, pressão no peito, fraqueza psíquica e amnésia. Ficou 3 meses em análise com Freud (70/72 sessões), após divergências nas intervenções, ela encerra seu atendimento com Freud. Método Catártico • A palavra catarse tem origem grega e significa purificação; refere-se à libertação do que estava reprimido; sentimento de alívio causado pela consciência de sentimentos ou traumas anteriormente reprimidos. Para a psicanálise o método catártico é um procedimento terapêutico pelo qual um indivíduo consegue liberar, trazendo a nível consciente, os sentimentos e emoções reprimidos que até então estavam em seu inconsciente. Por meio da fala, o paciente tem oportunidade de se conectar com ideias recalcadas que produzem sintomas atuais; podendo se libertar das consequências ou problemas que esses sentimentos lhe causavam. • Conforme o Dicionário de Psicanálise de Roudinesco (1998), o método catártico é o procedimento terapêutico pelo qual um sujeito consegue eliminar seus afetos patogênicos e, então, ab-reagi-los, revivendo os acontecimentos traumáticos a eles ligados. A fala é o meio pelo qual estes afetos são eliminados Obrigada! Rilza Xavier Marigliano rmarigliano@cruzeirodosul.edu.br
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