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RESUMO 10 Tópicos Avançados Em Psicanálise Clínica O conceito de resistência exerceu fator determinante no surgimento da psicanálise. Freud avaliou a interpretação da resistência, junto com a transferência, como as características específicas da sua técnica e considerava os fenômenos da resistência relacionados a toda a gama e mecanismos de defesa do paciente. “Os mecanismos defensivos dirigidos contra um perigo passado reaparecem no tratamento sob a forma de resistência contra a cura. Disso se depreende que o ego considera a própria cura como um novo perigo”. (Freud, 1937). Greenson (1967) escreveu: “As resistências defendem o status quo da neurose do paciente. As resistências se opõem ao analista, ao trabalho analítico e ao ego racional do paciente”. O aspecto clínico da resistência é fundamental para dar continuidade ao tratamento, portanto, é necessário ao psicanalista reconhecer que as resistências aparecem em uma variedade de maneiras complexas e sutis. O silêncio do paciente é a forma de resistência mais nítida e frequente que encontramos na prática psicanalítica. Significa que o analisando não está disposto, consciente ou inconscientemente, a transmitir seus pensamentos ou emoções ao analista. É dever do psicanalista considerar as causas do silêncio, pode ser que não esteja com vontade de falar. Neste caso, o paciente não está silencioso, está cônscio de não estar com vontade de falar ou não tenha nada a dizer. A instalação de situações defensivas pode decorrer por diversos fatores, assim como no aspecto sintomatológico. Em se tratando de Psicanálise, o falar é imperativo, porém com o silêncio o analisando pode indicar estar submisso por situações antigas ou atuais, sendo necessário uma abordagem firme e decidida do analista, pelo questionamento. Greenson (1967), adverte: Na situação analítica, um importante aspecto da arte da comunicação com o paciente está no uso do silêncio. O silêncio do Analista adquire muitos significados para o analisando, dependendo da situação transferencial e contra-transferência do analista. Sobre as emoções do paciente, a indicação de resistência é quando o paciente fala sem afeto, com observações secas, insípidas, monótonas e apáticas. Posturas no divã que demonstram resistência: rigidez, contração muscular, o corpo encolhido, mãos apertadas, braços cruzados apertados bem contra o peito, tornozelos encostados e qualquer posição inalterada, mantida durante toda a sessão ou movimentos excessivos. A discrepância entre a postura e o conteúdo verbal é um sinal de resistência, ex: fala com suavidade e se contorce e se mexe. A maneira de falar usando chavões, termos técnicos ou conversas vazias é sinal resistência. Indica uma fuga das imagens vividas e evocativas da linguagem pessoal de um indivíduo com o objetivo de impedir uma comunicação revelada pessoalmente. O atraso do paciente, o fato de não ir às sessões e se esquecer de pagar são indicações de uma relutância para vir ou para pagar a sessão analítica, pode ser consciente e de acesso fácil ou ser inconsciente, o paciente pode racionalizar o ocorrido, tentando negar que seu relacionamento com o analista é “unicamente” profissional. Os pacientes que não lembram de seus sonhos resistem à recordação dos mesmos estão lutando com alguma fuga. Os sonhos são os meios de acesso mais importantes para o inconsciente, para o reprimido e para a vida instintual do paciente. Resistência da repressão: resistências das defesas do ego. Resistência da transferência, semelhante à da repressão, possui a qualidade de, ao exprimir, refletir a luta contra impulsos infantis que emergiram em relação à pessoa do analista, sendo como derivada do ego. O sintoma pode ser sentido “corpo estranho” e indesejável, pode ocorrer um processo de assimilação do sintoma na organização psicológica do indivíduo. Freud: “O ego passa agora a comportar-se como se reconhecesse que o sintoma tivesse vindo para ficar, e a única coisa a fazer é aceitar a situação, sem afligir-se, e tirar dela a maior vantagem possível”. (1926a). Os mais evidentes exemplos de ganho na doença podem ser constatados nas pacientes como “neurose de compensação”. A Resistência do Id - Essa forma de resistência necessita, para sua eliminação, daquilo que Freud denominou “elaboração”. A Resistência do Superego – Freud considerava a “resistência do superego” como sendo a mais difícil de o analista discernir e abordar. Ela reflete a ação de um “sentimento inconsciente de culpa”. (1923); O psicanalista deve possuir diferentes tipos de classificação para alertá-lo em material do id, funções do ego, relações objetais ou reação do superego, material que ele pode estar lidando. A forma e o tipo de resistência mudam, no decorrer da análise, ocorrem regressões e progressões, cada paciente exibe as suas resistências. Outra abordagem proveitosa no caso das resistências está em produzir os tipos de defesa usados pela resistência. A repressão é definida como tática ou método de defesa pela mente humana para evitar o acesso à consciência, as excitações ou as representações torturáveis, ligadas ou não à pulsão, frente às exigências do próprio Ego. No fortalecimento da repressão, a anulação é o mecanismo que se faz o contrário do que foi feito anteriormente para tentar “apagar” o significado do ato. Está presente no pensamento mágico dos obsessivos. A conversão seria uma atividade defensiva com deslocamento das catexias em direção a órgãos do sentido e musculatura estriada, resultando disfunções. Deslocamento é a medida defensiva comum no cotidiano do cidadão, sem que ele tome consciência disso. Dissociação da consciência - fala-se em “estado alterado da consciência”, “estados segundos”, “dupla personalidade”, “despersonalização”, “estado alternante de consciência”. Escotomização - Assim chamada como as zonas cegas da retina, denominada “escotomas”, esse mecanismo se daria num plano quase consciente. Humor - Freud aponta-o como uma “extensa serie de métodos que a mente humana construiu a fim de fugir à compulsão para sofrer”. Não é raro pessoas terem “ataques de riso” em um velório. Inibição - mais presentes nas formas de neurose. Sendo chamado de “bloqueio emocional”. Isolamento é a tentativa obsessiva de distanciar-se das experiências ameaçadoras. O autismo seria a forma psicótica do isolamento. Lembrança encobridora - As lembranças encobridoras parecem estar sempre protegendo ou escondendo uma cena de sexualidade infantil. A autopiedade, caracterizada por lamúrias e queixumes, se relembra de modo obsessivo temas e situações do que passou, encobrindo recordações mais difíceis de virem à tona. Negação - originário da repressão. O reprimido afloraria por um átimo de tempo, dando chance à consciência para negá-la. Postergação de afetos – é o nome que Fenichel dá para situações em que há explosões retardadas de sentimentos e durante esse período o ego se mostra corajoso enfrentando para depois, ser tomado de medo intenso. Racionalização – o ser humano age por uma motivação para sobreviver, exemplo, alimentar-se. As motivações seriam energias psicológicas estimulando o organismo em direção a uma meta significativa uma refere-se a querer consciente; Surdez emocional são os famosos ouvidos de mercador, numa decisão quase de conveniência. Regressão é o processo onde o ego recua, foge de situações conflitivas atuais, para um estágio anterior; Fixação - Regressão e fixação são “almas gêmeas”. Fixação - tendência de se manter cristalizado em determinada época do desenvolvimento psicológicos, neuropsicomotor, libidinal e social, ditos regressivos. Projeção - indivíduo atribui a um objeto externo suas próprias tendências inconscientes. O sujeito projeta o que nega em si próprio, atribuindo ao que seriam originariamente seus. Introjeção - o aparelho psíquiconormal assimila atributos e qualidades de objetos externos ao Ego. Identificação - o sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e pode ser parcial ou total. Idealização - faz acreditar na bondade e beleza dos objetos. Ninguém e nada terão defeito para o idealizador. Renúncia altruística - uma forma de sublimação. O nome é assim dado porque a pessoas “renuncia” a desejos instintivos, narcísicos e de interesses egoísticos. Reparação em linguagem simples e popular - capacidade de pedir desculpas e arrepender-se por atos sacados contra terceiros e socialmente ou moralmente condenados. A simbolização é a capacidade do Ego de usar símbolos tradutores de suas forças afetivas, muitas vezes inconscientes. A hipnose é um processo de substituição do ideal do ego fornecendo exemplos esclarecedores na formação grupal, condição de estar amando, e hipnose como dito. A terapia de grupo tanto se refere ao tratamento de um número de indivíduos (três pessoas no mínimo) reunidos para esse fim, como, no esforço planejado para desenvolver atividades cooperativas, contra as quais manifestam-se as forças do inconsciente. A distinção entre a psicologia de grupo e das massas ou coletiva é um tema, ainda, polêmico no âmbito da psicologia social. Discurso do Outro é uma expressão da pesquisa psicanalítica introduzido por Jacques Lacan (1901-1981), quando Lacan apresentou o Outro como alteridade radical, ou seja, distinto do outro que podemos entender como o próximo, semelhante, estamos nos primeiros cinco anos de seu Seminário Público. Simbólico e imaginário - Diferença que ganhava relevo quando Lacan mostrava que, em certas espécies animais, há dependência de uma imagem do semelhante para que ocorram determinadas condutas. Entretanto, nos humanos, se depende de uma ordenação simbólica. Em um código, há correspondência termo a termo. Negatividade – define-se o Outro pelo que “ele não é”, o Outro não é o semelhante. Quando se trata do conceito de Outro, a negatividade lhe é própria. Para definir o Outro, é preciso buscar uma aproximação lógica. Pelo teorema de Gödel, o princípio ou a regra que organiza um conjunto, está fora do mesmo. Assim, o conjunto consistente é incompleto, não pode se completar, caso se complete, se torna inconsistente. Essência e regra da autoanálise sistemática, a pessoa que trabalha só deve lembrar-se que estará agindo contra seus verdadeiros interesses, se deixar de lado, ou eliminar qualquer ideia ou sentimento que venha à tona. A pessoa deve procurar exprimir o que sente realmente, dar rédeas tão largas quanto possível a seus. Os hospitais psiquiátricos podem possuir psicanalistas, pois são ocupados por pacientes sofredores de diferentes maneiras de perturbação mental. O psicanalista pode influenciar a doença de um paciente quando possui conhecimento da teoria psicanalítica da formação do sintoma. No caso do paciente hospitalizado, a capacidade de cooperação é limitada, e ele não pode estabelecer um relacionamento forte para permitir os desapontamentos, que acompanham o tratamento psicanalítico. O psicanalista deve revelar o potencial terapêutico que existe naqueles que têm contato com o paciente. A teoria psicanalítica fornece conceitos que ajudam a descrever os processos que atuam nas relações interpessoais. O psicanalista pode contribuir para a pesquisa. A psicanálise mantem interesse na maneira que os sintomas e sinais assumem na doença mental. A situação psicoterapêutica é adequada para a observação das comunicações dos pacientes, sejam verbais ou não-verbais. Talvez o futuro conduza a uma cooperação, de modo que a psicanálise possa participar dos cuidados e do tratamento do doente mental, de um jeito mais efetivo.
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