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MÓDULO 5 – Tópicos avançados em sexualidade Os trabalhos de Freud em indicar fases para a sexualidade, teve o seu estudo mal compreendido, pois a sexualidade sempre foi um tabu, pela forma cultural e histórica como foi e é abordado. A concepção freudniana trata da sexualidade, ampliando a percepção do simples aspecto biológico para aspectos culturais, sociais e psicológicos, que não podem ser dissociados do estudo da sexualidade. O homem, nos estágios mais primitivos da evolução, buscava a mulher apenas para acalmar suas tensões sexuais e, nesta procura, a violência era comum e a posição do coito, a mesma dos outros primatas, havia a identificação com o reino animal. Nas etapas mais avançadas sobre sexo para a reprodução, a mulher é entendida como importante para procriar e criar. É preciso perceber que ao longo da evolução do homem, esse passa a observar o sexo para além da procriação e sim o prazer. No entanto, o cristianismo, por meio de suas igrejas, vê no sexo a procriação, sendo entendido como um ato de amor inferior. Na atualidade, quer como forma de prazer ou para procriar, ainda é uma visão limitada, porque presentemente o sexo é percebido como uma forma de comunicação. O ser humano possui vários diferenciais das outras espécies, que são necessárias, como a emoção e a afetividade. O afeto é positivo quando permite ao outro, um contínuo crescimento, mobilizando fatores essenciais na construção da autoestima. O amor, o diálogo, o elogio, o toque corporal, a comunhão, a assertividade, a espiritualidade, as fantasias, a cumplicidade e o erotismo são pontos chaves no desenrolar de um relacionamento sadio e promissor. A partir de 1954, os estudos de William Masters e Virgínia Johnson, sobre o funcionamento sexual humano, do ponto de vista fisiológico, foi iniciado de modo científico, cujos resultados foram publicados, no livro “A Resposta Sexual Humana”. O sexo era estudado pela percepção da reprodução, os estudos sobre sexualidade era competência dos sociológicos e psicológicos, que acabaram exagerando em suas interpretações, devido à falta da percepção biológica. Existem muitos transtornos sexuais de ordens múltiplas: orgânica, psicológicas, menos e mais profundas, individuais e de casal. As parafilias são definidas como “transtornos sexuais caracterizados por fantasias sexuais especializadas e intensas necessidades e práticas que, em geral, são de natureza repetitiva e angustiam a pessoa”. (KAPLAN, SADOCK & GREBB, 1997) São excluídas do diagnóstico de parafilia as práticas que se restringem ao relacionamento sexual, de um ou mais indivíduos, enquanto isto não atrapalhe as outras áreas de sua vida, nem causem sofrimento (para si ou para outrem). A homossexualidade não é mais considerada uma parafilia. Exibicionismo – desejo do expor os órgãos genitais para mulheres; Fetichismo – fixação a objetos, quase exclusivo aos homens, Freud considerava decorrente do complexo de castração; Frotteurismo – roçar o pênis contra as nádegas de uma mulher vestida, sem o consentimento dessa; Pedofilia – excitação por crianças de até 13 anos; Sadismo e masoquismo sexuais – são complementares. Sadismo, excita-se com o sofrimento do outro. E o masoquismo caracteriza-se por comportamentos sexuais de se submeter ao sofrimento físico. Quando um casal, de comum acordo, atua com essas fantasias, não se considera parafilia; Voyeurismo – busca observar, escondido, pessoas nuas ou mantendo relações sexuais; Fetichismo transvéstico – homens heterossexuais que usam roupas femininas. Alguns são sadios, mas tem fantasias dentro de um quadro saudável e positivo; Necrofilia – obsessão por satisfazer-se sexualmente com cadáver, muitas vezes violando sepulturas; Zoofilia – atos sexuais com animais. Em regiões muito isoladas isso acontece sem ser considerado um desvio; Urofilia – prazer sexual associado ao desejo de urinar no parceiro; Croprofilia e clismafilia – teoricamente as duas estariam ligadas à fixação do estágio anal, pois está ligada a fezes; Parcialismo – focalizar-se em uma parte específica do corpo; Escatologia telefônica – telefonemas obscenos, sendo a conversa acompanhada de masturbação; Masturbação – considerada comum enquanto atividade auto erótica e normal, mas por dogmas religiosos são considerados patológicos; Identidade de gênero e orientação sexual – este conceito abrange aspectos biológicos, históricos, psicológicos e até espirituais. Muitos itens contribuem para formar em cada um a noção pessoal de gênero, e do que é ser homem ou mulher. O mundo ocidental está tentando desfazer alguns desses mitos e preconceitos; Orientação sexual: hetero, homo ou bi – a orientação se refere à preferência em relação à atração sexual; Transtorno de identidade de gênero – caracterizada por sentimentos persistentes de desconforto com o próprio sexo biológico, ou com o papel de gênero do próprio sexo. Alguns fatores podem perturbar o desenvolvimento, podendo transformar-se em um ponto de fixação, cada ponto de articulação nessa complexa montagem pode ensejar a dissociação da pulsão sexual. Mais de 50% dos transtornos de preferência sexuais se iniciam antes dos 18 anos de idade, sendo a pedofilia o transtorno de preferência sexual mais comum. Boa parte dos desvios da vida sexual normal, posteriormente observados tanto nos neuróticos quanto nos perversos, é estabelecida desde o começo pelas impressões do período infantil, supostamente desprovido de sexualidade. Uma pessoa que tem transtornos da sexualidade, não completou o processo evolutivo normal até o ajustamento adulto saudável. A resposta sexual é tão intrínseca da personalidade que se torna impossível avaliar a importância relativa dos fatores psicológicos e orgânicos. Alguns tipos de disfunção acometem homens e mulheres. Este módulo não pretendeu determinar qual a função da sexualidade na apreensão psicanalítica do homem e sim precisar, quanto à sua extensão e compreensão, o uso que os psicanalistas fazem do conceito da sexualidade.
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