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Atuação de Psicólogas(os) em Associação

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Atuação de Psicólogas(os) em Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae)
Profa. Juliana Fonseca
Quais são as normativas que perpassam pela atuação de Psicólogas(os) em uma Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) ou instituições similares?
Inicialmente, a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) contextualiza que não existem no Sistema Conselhos de Psicologia normativas específicas a respeito do trabalho de Psicólogas(os) nas Apaes. 
Contudo, independente do campo de atuação, é imprescindível que a prestação de serviço de Psicólogas(os) aconteça dentro dos padrões éticos estabelecidos pelo Código de Ética Profissional (CEPP) – Resolução CFP 010/2005, além de normativas vigentes que regulamentam a profissão. Para quem atua neste contexto, também é importante conhecer o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), além da Lei 13.146 de 2015 ( Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Estatuto da Pessoa com Deficiência).
O que caracteriza o serviço prestado por uma Apae? 
De acordo com o Núcleo de Pessoas com Deficiência do CRP-PR, vivemos um momento histórico de importante transição na área dos direitos das pessoas com deficiência. Instituições historicamente significativas para a área, na passagem de um modelo médico-assistencial para um modelo social de deficiência, encontram um lugar ainda difuso, em que mantêm as referências que possuíam, e assumem novas atribuições, integrando-as num mesmo espaço institucional. 
A Apae é uma instituição fundada em 1954 e que, atualmente, devido ao processo de inclusão social das pessoas com deficiência, possui diversas frentes de trabalho. De acordo com a Federação Nacional das Apaes, ela se caracteriza por ser uma organização social cujo objetivo principal é promover a atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla, ofertando serviços de saúde, educação, assistência social, proteção, capacitação e autogestão, desde a prevenção até a reabilitação.
Dessa forma, além da parte educacional, o Núcleo de Pessoas com Deficiência do CRP-PR elucida que as Apaes, em suas diversas unidades, realizam atendimentos na área de saúde, assistência social, empregabilidade, autodefensoria, garantia de direitos, entre outras. Cabe frisar que, embora historicamente reconhecida como uma instituição de ensino, hoje não podemos considerar a Apae como um ambiente escolar, uma vez que existem dentro da instituição – e em seu estatuto – diferentes áreas de atuação, sendo a educacional apenas uma delas. 
Sou Psicóloga(o), e fui contratada(o) para trabalhar em uma Apae. Como é o trabalho que devo desenvolver (clínico, escolar ou institucional)? 
Para a atuação profissional neste contexto, a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) compreende ser necessário refletir sobre os objetivos da contratação de um(a) profissional da Psicologia.
 Uma vez que é possível a existência de integrações entre os espaços de atuação de diversas áreas dentro da instituição, é importante especificar no contrato de trabalho a natureza da prestação de serviço para a qual a(o) Psicóloga(o) foi contratada(o), a fim de compreender as possibilidades e limites de sua atuação. 
A falta da especificação de um plano de trabalho e seus fluxos pode interferir negativamente na prestação de serviços psicológicos, prejudicando a qualidade do trabalho a ser desempenhado. 
É importante refletir que cada área de atuação em Psicologia possui sua particularidade (legal, teórica, técnica, metodológica, ambiental, etc.). Nesse sentido, a(o) profissional deve conhecer a natureza do trabalho a que se propõe, construindo e identificando possibilidades e limites para sua atuação. Espera-se que as(os) profissionais assegurem a entrega de um serviço eticamente compatível com a demanda recebida. Para tanto, é necessário apropriar-se pessoal, teórico e tecnicamente do seu trabalho, além de identificar e compreender as nuances de sua prestação de serviço. 
A partir desses constructos, que são facilitados por meio do constante aprimoramento e reflexão sobre a prática, a(o) Psicóloga(o) poderá organizar e propor intervenções de forma a garantir os direitos das(os) usuárias(os), a promoção de saúde e qualidade de vida, além da responsabilidade social e demais preceitos éticos da profissão. 
Além da mencionada natureza do serviço, diante de novas demandas, a(o) Psicóloga(o) deverá refletir sobre o vínculo a ser estabelecido com as(os) usuárias(os), o sigilo profissional,  a neutralidade e isenção em relação às partes envolvidas, além da garantia de direitos, conforme dispõe o Código de Ética Profissional (Resolução CFP 010/2005). 
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
b. Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente;
c. Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional;
e. Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia;
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:
a. Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão;
 j. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado;
k. Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação
Art. 3º – O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste Código.
Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.
O trabalho desenvolvido pela(o) Psicóloga(o), em qualquer campo de atuação, deverá estar sempre embasado na ciência psicológica e na autonomia profissional. Autonomia essa que inclui a avaliação técnica diante das especificidades da natureza de seu trabalho. Situações que extrapolam a área de atuação (natureza do serviço), interfiram na garantia do sigilo, ou, ainda, nas quais a(o) profissional avalie que algum aspecto do trabalho interfira negativamente na qualidade do serviço a ser prestado, devem ser dialogadas em equipe para a construção de estratégias adequadas de atuação. Conforme Código de Ética do Profissional Psicólogo:
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho;
Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos:
a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação;
b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo.
É importante que a(o) profissional tenha conhecimento da rede de políticas públicas existente na cidade em que atua, pois encaminhamentos podem ser necessários. O trabalho em rede e o uso de outros equipamentos de políticas públicas também podem ser estratégicos na atuação de profissionais da Psicologia, uma vez que oobjetivo das Apaes é a atenção integral à pessoa com deficiência.  
É fundamental que haja condições para que o trabalho da(o) Psicóloga(o) possa ser realizado de forma ética, garantindo assim o direito da(o) usuária(o) na obtenção de um serviço de qualidade. Portanto, considera-se inadequado prestar qualquer tipo de serviço psicológico em espaços nos quais tais direitos não possam ser garantidos. 
Quais aspectos são importantes de serem considerados no desenvolvimento técnico do trabalho na Apae?
Inicialmente, como base da atuação profissional, salienta-se que a(o) Psicóloga(o) possui autonomia e responsabilidade pela sua atividade profissional, e deve posicionar-se de forma fundamentada acerca de sua atuação, pontuando as possibilidades e limites percebidos. Ressaltamos que a(o) profissional deve pautar seu serviço no embasamento técnico científico, nos direitos humanos, na promoção de saúde e qualidade de vida, na responsabilidade social e demais preceitos éticos e técnicos da profissão. 
O Núcleo de Pessoas com Deficiência do CRP-PR pontua que, tendo em vista a garantia dos direitos humanos das pessoas com deficiência, as(os) Psicólogas(os) devem assumir um compromisso com práticas anticapacitistas, entendendo o lugar de vulnerabilidade desses sujeitos no contexto histórico de exclusão no qual estão inseridos. A(O) profissional deve estar atenta(o) para não reproduzir em sua atuação termos, ações e posicionamentos discriminatórios e excludentes. A prática psicológica deve estar alinhada com a afirmação das pessoas com deficiência como sujeitos de direitos, protagonistas de suas escolhas de vida, ainda que estejam inseridos em relações de dependência e cuidado. 
Diante de cada demanda recebida, a(o) profissional deve refletir sobre a natureza do seu serviço, aspectos legais, éticos e técnicos que perpassam por ele e, assim, posicionar-se formalmente sobre as características do trabalho a ser desenvolvido, ou, por motivos justificáveis, indicar impedimento para a sua realização. Conforme dispõe o Código de Ética profissional (CEPP):
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
k. Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho;
Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos:
a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação;
b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo.
Considerando a(o) Psicóloga(o) como a(o) profissional competente sobre o assunto de Psicologia, caberá a ela(e) definir as características do serviço a ser prestado: objetivos do trabalho, tempo e frequência de atendimento, necessidade de encaminhamentos, dentre outros. Essa é uma análise que perpassa pelas especificidades de cada caso, devendo ser pensada a partir de suas particularidades. Recomendamos a busca de supervisão técnica enquanto ferramenta de aprimoramento contínuo.