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file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Evolução das Práticas de Recursos Humanos nas Organizações Tipicamente a maioria das grandes organizações tem um departamento dedicado a recursos humanos; no entanto, a maior parte das pessoas trabalham em empresas pequenas ou médias, muitas delas sem um departamento de recursos humanos. O gestor de RH em pequenas empresas é geralmente o proprietário, administrador ou supervisor do negócio, com uma gama maior de tarefas e responsabilidades, e muitas vezes tem orçamento muito menor à disposição para utilizar em funções críticas de RH. Isso é lamentável, já que muitos dos desafios de RH enfrentados pelas grandes empresas são os mesmos das pequenas empresas. Por exemplo, é igualmente importante que uma pequena empresa seja capaz de atrair e reter uma equipe talentosa. Mais importante ainda no caso de acidentes do trabalho, onde há negligência por parte dos colaboradores, muitas vezes pode ser mais fácil para órgãos governamentais e entidades legais atingir o proprietário de uma pequena empresa do que os executivos de grandes organizações. Independentemente do fato de a empresa ser grande ou pequena, como os gestores de RH lidam com suas tarefas é uma função inerente a eles e ao sistema de valores da organização. Todas essas perguntas integram a função de RH. Para discutir estes aspectos devemos analisar a breve história da administração de RH, suas origens e as filosofias que o sustentam, as quais orientam as diferentes técnicas de ARH. Discutiremos as metas e os objetivos de RH e por que é importante que as políticas de RH sejam alinhadas à visão estratégica e à missão da organização. Exploraremos alguns dos aspectos contextuais de ARH que integram a formação e o direcionamento de como as pessoas são recrutadas, selecionadas, retidas e tratadas uma vez a bordo da organização. A ARH é uma parte complexa e difícil da prática organizacional porque os gestores de RH e suas equipes devem entender inúmeras leis, regras e regulamentos governamentais em áreas como equidade e diversidade (antidiscriminação e ação afirmativa), saúde ocupacional e segurança, leis de relações industriais (tanto domésticas quanto internacionais). Todavia, gestores de RH devem não só ter conhecimento de todas essas coisas, como também ter uma visão muito abrangente do que está acontecendo na sociedade – por exemplo, diferenças entre gerações são vistas como tendo uma forte influência sobre por que e como as pessoas file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br trabalham. Saber essas coisas e transformar esse conhecimento em informações compreensíveis, fáceis de acessar e práticas, não é fácil. Focaremos as áreas de recrutamento, seleção, retenção e desenvolvimento de equipe. Se nos fossemos perguntar a qualquer executivo ou proprietário de empresa o que eles consideram a tarefa mais desafiadora na administração da empresa, é muito provável que eles responderiam que achar e selecionar a equipe certa sejam uma delas. Contudo, a seleção é apenas parte da história da ARH; uma vez encontradas as pessoas, você precisa mantê-las. E aqui se encontra um dos nossos maiores desafios como gestores – como é que retemos pessoas na prática? Um bom gestor de RH vai assegurar que existam práticas, processos e políticas que mantenham o interesse dos colaboradores e proporcionem oportunidades para o desenvolvimento da equipe. Primeiramente, vamos conhecer um pouco mais a história e os temas principais de recursos humanos. Origens da administração de recursos humanos (ARH) Dependendo do autor do livro que você ler, haverá alguma variação na discursão sobre as origens da teoria e prática de ARH. As práticas de RH são implicitamente estudadas pelos antropólogos há mais de dois séculos, à medida que eles investigavam as práticas de trabalho nos tempos antigos. Por exemplo, descobriu-se que em muitas raças anglo-celtas as pessoas eram nomeadas de acordo com o trabalho que faziam – Smith, Cook, Miller e Taylor não são apenas sobrenomes, mas também profissões; você era, literalmente, o que fazia como meio de subsistência. Frequentemente as ocupações que as pessoas tinham em tempos passados eram as que elas mantinham durante toda a vida. Algumas profissões exigiam uma vida inteira de aprendizado, prática e experiência antes que a perfeição fosse atingida, e jovens começavam um aprendizado em que eram monitorados bem de perto. Em muitos aspectos os processos de aprendizado mudaram pouco no decorrer dos séculos e o modelo utilizado para treinar pessoas permanece muito forte. Jovens pedreiros, joalheiros, fabricantes de vidro, cozinheiros e outros artesãos ficavam ligados aos seus mestres durante o aprendizado, muitas vezes tendo de conviver com eles até se aperfeiçoarem em suas áreas. Hoje, o sistema de aprendizagem que consiste no treinamento e desenvolvimento da equipe ainda permanece. Certamente se você pretende um dia ser acadêmico vai perceber que o modelo file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br de aprendizado sobrevive até hoje na academia. Seu supervisor de pesquisa ou orientador será seu guia e mentor, ajudando você no processo de elaborar e conduzir sua pesquisa, escrever e publicar sua tese, lecionar, lidar com as regras e políticas da universidade, e assim por diante. Breve visão histórica brasileira No Brasil, a primeira República apresenta o reflexo da decadência do modelo exportador cafeeiro, que transfere os recursos disponíveis para o setor industrial. Os trabalhadores mais organizados, principalmente em nível de sindicatos, são os portuários e os ferroviários, em virtude do modelo exportador existente. Com a migração italiana tivemos a presença maciça de lideranças sindicais que ameaçavam os padrões nacionais. Não havia uma legislação trabalhista que norteasse os trabalhadores. De 1930 a 1945, denominado “Estado Novo”, houve a oportunidade de disciplinar as relações entre empregados e empregadores. Nesse período, os conceitos de administração científica são observáveis. Conforme Dutra, “esse período ficou marcado pelo início da gestão burocrática e legalista de pessoas que perdura até os dias atuais em uma grande parte das empresas brasileiras” (2002, p. 32). O período de 1945 a 1964, denominado Segunda República, caracteriza-se pela redemocratização e pelo desenvolvimento econômico, com investimento na indústria de base. É a fase da instalação de indústrias multinacionais, trazendo modelos inovadores de gestão de pessoas, principalmente em alta tecnologia de maquinários e da indústria automobilística. A chegada dessas indústrias possibilitou a profissionalização de mão- de-obra técnica para atender às necessidades das metalúrgicas e montadoras. A história do Brasil foi interrompida com a intervenção militar na economia que duraram 30 anos. A partir de 1970, o desenvolvimento econômico possibilitou a competitividade entre as pessoas. As primeiras faculdades de Administração de Empresas colaboraram nas questões referentes à gestão de pessoas, inserindo disciplinas que discutiam em seu conteúdo os principais questionamentos: remuneração, políticas, negociações etc. No quadro a seguir poderemos verificar a passagem desse período histórico e como as pessoas eram vistas nas empresas. file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Áreas de responsabilidade da função de pessoal. Até 1950 De 1950 a 1970 De 1970 até 1999 Controle da Frequência Controle da Frequência Controle da Frequência Faltas ao trabalho Faltas ao Trabalho Faltas ao Trabalho Pagamentos Pagamentos Pagamentos Admissões e Demissões Admissões e Demissões Admissões e Demissões Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Serviços Gerais Serviços Gerais Medicina e Higiene Medicinae Higiene Segurança Patrimonial Segurança Patrimonial Segurança Industrial Segurança Industrial Contencioso Trabalhista Contencioso Trabalhista Cargos e Salários Cargos e Salários Benefícios Benefícios Recrutamento e Seleção Recrutamento e Seleção Treinamento Treinamento Avaliação de Desempenho Qualidade de Vida Desenvolvimento Gerencial Relações Trabalhistas Sindicalismo Desenvolvimento Organizacional Estrutura Orga nizacional Fonte: Marras (2001, p. 25) A evolução do modelo de gestão de pessoas baseou-se, assim, em princípios tayloristas, oriundos do próprio modelo industrial existente na época e importado pelo mercado brasileiro. O Desenvolvimento da administração de recursos humanos (ARH) Embora qualquer coisa que tenha a ver com encontrar e contratar uma pessoa para um emprego possa ser interpretada como ARH, a verdadeira teoria e estudo de ARH é bastante recente, começando com a introdução de ARH como área de estudos integrante do MBA, na Universidade de Harvard e na Faculdade de Administração de Michigan, na década de 1980. Seguidamente você ouvirá pessoas referindo-se a file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br modelos Hard e soft de RH; na realidade, elas estão se referindo às escolas de ARH de Michigan e Harvard. A noção de técnicas hard e soft é um componente integral de todas as práticas de ARH, o que torna importante apreciarmos e entendermos o que estes dois termos significam. Para compreender perfeitamente os pressupostos implícitos nessas duas escolas de pensamento de ARH e para entender o significado de hard e soft, vamos recorrer à administração científica de Frederick Taylor e também às técnicas de relações humanas na administração, de Elton Mayo. A ARH está sustentada por variações de administração científica ou relações humanas – especialmente no que se refere a treinamento e desenvolvimento de equipe, e à mensuração de premiação por desempenho. Analisaremos estes tópicos com mais detalhes em breve, já que eles são conceitos importantes e fundamentais na teoria e prática de ARH. A tabela abaixo resume os pontos-chave de ambas as técnicas para a prática de RH. Práticas e Filosofias da ARH hard e soft Práticas de ARH Hard Soft Pressupostos sobre a administração de pessoas A equipe trabalhará segundo as regras se não for gerenciada corretamente. A ênfase fica no indivíduo e controle de gestão. Pessoas são um tipo especifico de recurso e devem ser gerenciadas como tal. A ênfase é no ajuste estratégico das pessoas aos objetivos da organização. A equipe procura autossatisfação e significado no trabalho que provêm de relações sociais. A ênfase é dada ao trabalho em equipe e à colaboração participativa. A geatão deve focar-se em criar locais de trabalho que tragam satisfação e significado, e que encoragem autonomia e autogestão. Pessoas são ativos. Ênfase no valor de encarar a empresa como se fosse composta por vários interessados, entre os quais estão os colaboradores. Orientação para seleção A seleção foca nas melhores pessoas para a tarefa. A ênfase é colocada na adequação entre pessoa e a tarefa. A seleção deve focar em pessoas que possam melhorar a organização, agregando experiência e novos conhecimentos. Mais importante que a adequação emtre pessoa e tarefa é aquela entre pessoa e organização. file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br Orientação para retensão A retensão de equipe é menos importante que a manutenção da eficiência e da produtividade. Os cargos inferiores são mais fáceis de preencher, portanto a reten ção de equipe não é uma preocupação implícita. A retenção é atingida a partir da construção de malhas sociais na organização. O comprometimento e a identificação com a organização são extremamente importante. Orientação para treinamento e desenvolvimento As pessoas devem ter o melhor treinamento específico para a tarefa em questão, porém todo o treinamento e desenvolvimento devem ser específicos à tarefa. O melhor treinamento disponível deve ser usado com as melhores pessoas. As gerências têm a última palavra no que tange a definir e direcionar resultados de desempenho. Quase sempre avaliados em níveis individuais e sempre em relação a atingir resultados específicos relacionados à tarefa. Um fraco desempenho deve-se a uma gestão inadequada no controle dos colaboradores. Orientação para desempenho O desenvolvimento organizacional e pessoal é essencial. Utilizando-se o conhecimento e o intelecto da equipe, a organização vai ser beneficiada. Se as pessoas não se ajustarem às terefas, elabore outras ou identifique cargos que sejam apropriados a elas. Resultados de desempenho são em geral decididos em equipe. Uma avaliação de desempenho é medida não só levando em consideração o desempenho da tarefa, mas também a habilidade para trabalhar como membro da equipe. Por esta razão, tarefas que não estão diretamente relacionadas do trabalho em si poderão também fazer parte de resultados de desempenho avaliados por exemplo, responsabilidade social com dedicação de tempo a eventos de caridade. Orientação para motivação Orientação da Teoria X: especialmente recompensas extrínsecas, como premiações monetárias na forma de bônus pagos por ultrapassar objetivos estabelecidos. Tempo de casa também usado como motivador. Orientação da Teoria Y: especialmente recompensas intrínsecas, tais como promoção, reconhecimento e oportunidades de autodesenvolvimento, autoatualização e autogestão. Modelo de RH Modelo Michigan Modelo Harvard Fonte: Adaptado e ampliado a partir de Price (2004). Estes dois temas subjacentes de práticas hard e soft de RH podem ser encontrados nos modelos de Harvard e de Michigan. Os modelos são sustentados pela file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br concepção de Douglas McGregor de pessoas da Teoria X e da Teoria Y. A teoria X refere-se a gestores que assumem uma orientação hard em relação a administrar e motivar pessoas no trabalho, e a Teoria Y a líderes que assumem uma orientação soft (Pitsis, 2008ª; 2008b). No modelo soft de ARH considera-se que o trabalho é parte integral da vida e deve proporcionar uma experiência gratificante, positiva e com senso de autoridade para as pessoas. Elas serão atraídas por empregos que oportunizam para crescimento e aperfeiçoamento; as pessoas permanecerão em empregos que investem nelas como se fossem ativos valiosos. No modelo hard de ARH considera-se que as pessoas não querem se sentir com poder, simplesmente desejam ouvir o que é exigido delas, ter acesso aos recursos e treinamento para atingir estas exigências e ser bonificadas, se elas forem além das metas. As pessoas são atraídas por bons salários, objetivos claros e tarefas de trabalho que sejam ambíguas. O modelo SOFT de ARH é uma abordagem humanística do ARH; normalmente, gestores soft de ARH têm uma orientação segundo a Teoria Y. Os gestores que adotam o modelo HARD de ARH tendem a orientar-se pela Teoria X e acreditam que a maioria das pessoas não gostaria de estar no trabalho; por isso, o monitoramento gerencial e o controle são integrais. Antes de aprendermos o conceito, planejamento, objetivos, o papel da administração, características e dificuldades da ARH, devemos mencionar um conceito muito importante que sustenta a prática de ARH. Esta questão está no cerne da ARH porque tem a ver com o que está implícito no próprio conceito de administração de recursos humanos – isto é, “recursos” e “humanos”. Embora esta definição pareça ser bastante positiva à primeira vista, vamos tentar desconstruir seu significado e etimologia (quer dizer simplesmente as origens dosignificado de uma palavra). Quando observamos mais atentamente a expressão “reserva de alguma coisa”, “alguma coisa” refere-se a colaboradores. Como um ativo corporativo, os colaboradores são utilizados “por uma empresa ter lucro”. Colaboradores file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br são, com certeza, humanos, ou mais precisamente recursos humanos, mas considere a lista de compras corporativa por itens ao qual eles pertencem: dinheiro, equipamento, capital, maquinário e estoque. Poder-se-ia imaginar um grande depósito em algum lugar, cheio de lápis, canetas, envelopes e caixas de papel A4, e um pouco abaixo de tudo isso, talvez alguns seres humanos em embalagens perfeitas. É claro, não estamos falando muito sério – a maioria das organizações na verdade armazena pessoas em escritórios durante boa parte do dia. Contudo, o conceito de seres humanos como recursos tem implicações muito importantes para a noção de ARH, porque existem alguns pressupostos básicos sustentando a noção de seres humanos como recursos. Nos primeiros estágios dos impérios modernos, a partir do século XVII, algumas pessoas eram, literalmente, recursos que podiam ser comprados e vendidos. Essas pessoas eram escravas, e, por centenas de anos, foram o comércio mundial – seres humanos removidos à força da África e obrigados a trabalhar nas Américas. Importantes cidades como Liverpool e Bristol, na Inglaterra, construíram suas riquezas com esse comércio. No século XIX, a Revolução Industrial progredia a pleno vapor nas terras ao norte de Liverpool, os habitantes locais eram apenas um pouco mais respeitados que os escravos, embora fosse necessidade econômica, e não captura a força, que os fazia trabalhar. Naquele trabalho, produziam a base dos valores para a Revolução Industrial do século XIX, movida a carvão, construída a partir do minério de ferro, comercializada em forma de têxteis. A ênfase no livre mercado a expansão dos ideais do capitalismo colocavam cada vez mais importância e valorização no crescimento econômico. Aquelas pessoas que não eram consideradas recursos humanos úteis – que não se associavam produtivamente ao mercado de trabalho – eram confinadas a instituições do tipo hospício para que se tentasse reformá-las, ou eram colocadas em navios e enviadas para o outro lado do oceano, inicialmente às colônias britânicas na América e, posteriormente, à Austrália. Esses países tornaram-se fontes importantes de riquezas e valor à sua maneira, juntamente com outras sociedades que se originaram de colonizadores, como o Canadá e a Nova Zelândia. Assim como muitos outros países na Europa, América do Sul, África e Ásia, transformaram-se em fontes críticas de crescimento econômico e, infelizmente para as populações indígenas, a maioria destes territórios tornou-se colônias. Esse fato indicava que os colonialistas podiam reclamar para si a terra que percebessem ser produtiva ou valiosa, e habitar aquela terra para seu próprio crescimento econômico. Na file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br maioria das vezes os recursos da terra não eram considerados não renováveis e assim a flora, a fauna e os recursos minerais eram explorados com o objetivo de ganho econômico. Quase sempre, as populações indígenas locais também se tornavam recursos descartáveis para serem usadas para a maximização do lucro ou eram efetivamente marginalizadas geograficamente, seja na sua própria terra (como aconteceu na Austrália e nos Estados Unidos) ou muitas vezes deportados em massa como escravos. Não foram apenas as populações indígenas e os recursos das terras colonizadas que foram explorados em nome do crescimento econômico. As ricas classes industrialistas no Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Holanda e outras nações colonialistas ajudaram a criar uma significativa classe trabalhadora. As economias eram estruturadas em termos de uma divisão entre os donos do capital e aqueles cujo único recurso era a habilidade de proporcionar seu poder de trabalho ao alugar parte do seu tempo e esforço a um capitalista em troca de uma remuneração. Embora alguns economistas e filósofos políticos acreditassem que essa divisão nas estruturas de classes levaria a uma revolução na qual os trabalhadores usurpariam os donos do capital (Marx e Engels, 1969), tais revoluções não aconteceram. Mesmo assim, muitas nações presenciaram um aumento no movimento sindical, à medida que os sindicatos eram criados para se contrapor ao poder cada vez maior dos industrialistas e donos do capital, e para assegurar um pagamento adequado a um honesto dia de trabalho. Os sindicalistas acreditavam que o principal objetivo das organizações sindicais era o de assegurar que as pessoas não fossem tratadas simplesmente como recursos, mas sim como seres humanos que tinham vidas, famílias, aspirações e assim por diante. Para muitas pessoas na área gerencial, assim como para alguns teóricos – incluindo aqueles dentro das escolas de gerenciamento científico e de relações humanas – os sindicatos eram vistos mais como uma fonte de distúrbio e conflito na vida organizacional. Algumas pessoas podem ser céticas sobre as intenções da ARH e seu papel na vida profissional das pessoas – os assim chamados recursos humanos. Há casos de pessoas sendo tratadas como nada além de um recurso. Frequentemente as empresas recorrem a programas de demissão em massa para influenciar os preços da bolsa de valores, e diariamente nos deparamos com casos de demissões injustas, discriminação e exploração, mesmo em algumas das empresas maiores e mais bem-sucedidas. Entretanto, embora seja mesmo verdade que a exploração de pessoas acontece file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br todos os dias, também é verdade que muitas organizações proclamam que seus colaboradores são seus ativos mais valiosos. Algumas dessas empresas tiveram um crescimento fenomenal, mesmo em tempos de acirrada concorrência e grandes desafios. O ponto a ser reforçado aqui é que o desejo de tratar seres humanos como “ativos” valiosos e não “recursos” descartáveis dá à ARH um papel muito importante dentro das organizações – especialmente à medida que o sindicalismo continua a declinar, em parte devido às políticas governamentais neoeconômicas liberais agressivas nas relações industriais, as quais privilegiam contratos individuais em detrimento de coletivos. Agora chegou a hora de conhecermos o conceito, o planejamento, os objetivos, o papel da administração, características e dificuldades na administração de recursos humanos que são essenciais ao sucesso e ao crescimento das organizações. file:///D:/Meus%20Negocios/Pensar%20Cursos/www.pensarcursos.com.br
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