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Atividade de Português 3º ano – EM Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 8. Pobre é ladrão? Ferreira Gullar 04/10/2015 Logo após o fim de semana, quando a zona sul do Rio foi tomada pelos arrastões, assisti a um programa de televisão em que se debatia o assunto. De fato, foram dois dias – um sábado e um domingo – que deixaram as pessoas apavoradas, sem falar daquelas que sofreram diretamente a ação dos pivetes. Eles agiram em grupos de dez, quinze assaltantes que, nas praias, tomavam dos banhistas celulares, bolsas, cordões de ouro, relógios, enfim, tudo o que pudessem levar. Em meio a tanta gente, corriam e sumiam, sem que nem mesmo os policiais conseguissem pegá-los. Alguns foram presos, mas, como disse um delegado, logo seriam soltos para voltar a assaltar. É que são menores. Pois bem, durante o debate, a opinião dos participantes era de que a razão dessa crescente ação dos pivetes está na maneira como agem as autoridades, usando apenas a repressão policial, quando o problema é social. Ou seja, de nada adianta reprimir a ação dos pivetes, uma vez que a causa está na desigualdade: esses assaltantes são jovens de classe baixa, filhos de famílias pobres, que muitas vezes não têm nem mesmo o que comer. Isso, sem dúvida alguma, é verdade. Mas, partindo dessa constatação, o que fazer para evitar que eles continuem a assaltar? Na opinião dos debatedores, naquele programa, o governo deveria oferecer a esses jovens atendimento capaz de reintegrá-los à vida social. Noutras palavras, é a desigualdade social que os leva a roubar. Vamos examinar essa tese. Quantos menores pobres existem na cidade do Rio de Janeiro? Não sei ao certo, mas acredito que cheguem a muitos milhares, a centenas de milhares. Se aqueles jovens assaltam por serem pobres, por que não há muitos milhares de assaltantes em vez de algumas dezenas? Os que agiram naquele fim de semana não chegavam a cem. Diante disso, concluo que não é apenas por ser pobre que o cara se torna assaltante. Ou vamos admitir que basta ser pobre para ser bandido? Seria uma ignomínia contra os pobres que, pelo contrário, em sua absoluta maioria trabalham para ganhar o pão de cada dia. Na verdade, a maioria dos que pegam no pesado são os pobres. E o pessoal do Petrolão, rouba por quê? Por não ter o que comer certamente não é. Será por vocação? Citei, certa vez, numa de minhas crônicas, o que disse uma senhora favelada: "Tenho cinco filhos, duas meninas e três meninos. Quatro deles estão estudando. Só um deles não quis estudar e virou assaltante". Vejam bem; todos eles foram criados na mesma casa, na mesma favela, pela mesma mãe, enfrentando as mesmas dificuldades. Por que só um deles optou pelo crime? Semana passada, um desses garotos declarou que rouba por prazer e não estuda porque não quer. A desigualdade social existe e, no Brasil, chega a um nível vergonhoso. E há desigualdade, maior ou menor, em todos os países, até naqueles de alto desenvolvimento econômico, como os Estados Unidos. Deve-se observar também que, durante séculos, a humanidade enfrenta esse problema e luta para livrar-se dele. Admito que talvez nunca cheguemos à sociedade justa, mas ela pode ser menos injusta, sem dúvida alguma. Só que isso vai demorar – e muito. Voltemos, então, à tese daquele pessoal do tal programa. Se é verdade que os pivetes assaltam porque nasceram numa sociedade desigual, significa que, enquanto a desigualdade se mantiver, haverá assaltantes, os quais não devem ser punidos, pois são vítimas da sociedade desigual. Puni-los seria cometer uma dupla injustiça, certo? No fundo, é mais ou menos essa visão do problema que levou à benevolência das leis brasileiras contra os criminosos, tenham a idade que tiver. Mas como fica a mocinha inglesa que teve sua bolsa levada pelos pivetes com todo o seu dinheiro e todos os seus documentos? Chorando, ela prometeu nunca mais voltar ao Brasil. Como fica o assassinato daquele senhor, morto pelo pivete que queria roubar sua bicicleta? Se a causa dos crimes é a desigualdade social, e ela vai custar muito a ser superada, vamos ter de viver o resto da vida trancados em casa ou andar apavorados pelas ruas da cidade. Será que está certo? GULLAR, Ferreira. Folha de S. Paulo, 4 out. 2015. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2015/10/1689620-pobre-e-ladrao.shtml>. Acesso em: 28 out. 2015. 1. Segundo o texto, é correto afirmar: a. ( ) O sujeito enunciador do texto conclui que o pobre é ladrão devido às dificuldades financeiras e sociais por que passa, respondendo à pergunta do título. b. ( ) Presente no arrastão, o sujeito enunciador do texto pôde descrever em detalhes o ocorrido, inclusive o assalto à moça inglesa e o assassinato de um homem por um pivete. c. ( ) O maior problema apontado no texto é que os assaltantes que participaram dos arrastões são menores e, depois de presos, logo são soltos, tornando-se criminosos piores. d. ( ) O texto questiona as ideias apresentadas em um programa de televisão, no qual os participantes debatiam sobre os arrastões ocorridos num final de semana na zona sul do Rio. e. ( ) O sujeito enunciador do texto concorda que os assaltantes não devem ser punidos por serem pobres e, portanto, vítimas de uma sociedade injusta e desigual. 2. A respeito da estrutura argumentativa do texto, conclui-se que: I. São apresentados argumentos de autoridade, como depoimentos de especialistas da área, para dar credibilidade aos fatos. II. Os principais argumentos empregados no texto são baseados em fatos e na observação da realidade. III. A tese defendida pelo sujeito enunciador do texto é que de nada adianta a repressão policial, pois o problema é social. IV. Várias perguntas são lançadas no texto com o propósito de desconstruir a tese de que os jovens assaltam porque são pobres. a. ( ) As afirmativas II e III são verdadeiras. b. ( ) Apenas a afirmativa IV é verdadeira. c. ( ) As afirmativas I e III são falsas. d. ( ) As afirmativas I, II e III são falsas. e. ( ) Apenas a afirmativa I é verdadeira. 3. Qual é a tese defendida pelo sujeito enunciador do texto? _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 4. Que argumentos ele utiliza para defender essa tese? Cite dois. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 5. Explique qual é o objetivo do sujeito enunciador do texto lançar várias perguntas ao leitor. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 6. No texto de Ferreira Gullar predomina a sequência expositiva informativa ou a sequência expositiva argumentativa? Justifique. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 7. Assinale a sentença em que a palavra “que” não tem a mesma função morfológica apresentada na frase: “Mas como fica a mocinha inglesa que teve sua bolsa levada pelos pivetes (...)?” a. ( ) “De fato, foram dois dias – um sábado e um domingo – que deixaram as pessoas apavoradas (...).” b. ( ) “(...) sem falar daquelas que sofreram diretamente a ação dos pivetes.” c. ( ) “Noutras palavras, é a desigualdadesocial que os leva a roubar.” d. ( ) “Os que agiram naquele fim de semana não chegavam a cem.” e. ( ) “Ou vamos admitir que basta ser pobre para ser bandido?” 8. Nas alternativas a seguir, assinale em qual exemplo está correta a classificação da palavra “se”: a. ( ) “Deve-se observar também que, durante séculos, a humanidade enfrenta esse problema.” – Trata-se de um pronome reflexivo. b. ( ) “(...) a humanidade enfrenta esse problema e luta para livrar-se dele.” – É um pronome de realce ou palavra expletiva. c. ( ) “Se a causa dos crimes é a desigualdade social, (...) vamos ter de viver o resto da vida trancados em casa (...)” – É uma conjunção subordinativa adverbial causal. d. ( ) “(...) assisti a um programa de televisão em que se debatia o assunto.” – Trata-se de um índice de indeterminação do sujeito. e. ( ) “Se aqueles jovens assaltam por serem pobres, por que não há muitos milhares de assaltantes em vez de algumas dezenas? – É uma conjunção subordinativa integrante. 9. MULTIRIO – 2011) No uso do pronome relativo, é necessário observar se há ou não necessidade de colocar-se antes dele uma preposição. Sob esse aspecto, está INCORRETA a frase: (A) Foram apresentadas ideias com que simpatizamos. (B) Temos orgulho dos valores por que lutamos. (C) Nem todo brasileiro reage com a força que é capaz. (D) Trata-se de um projeto que não conhecemos. 10. (Unicamp – 2014) Na última década, os sites de comércio eletrônico têm alterado preços com base em seus hábitos na Web e atributos pessoais. Qual é a sua situação geográfica e seu histórico de compras? Como você chegou ao site de comércio eletrônico? Em que momentos do dia você o visita? Toda uma literatura emergiu sobre ética, legalidade e promessas econômicas de otimização de preços. E o campo está avançando rapidamente: em setembro passado, o Google recebeu a patente de uma tecnologia que permite que uma companhia precifique de forma dinâmica o conteúdo eletrônico. Pode, por exemplo, subir o preço de um livro eletrônico se determinar que você tem mais chances de comprar aquele item em particular do que um usuário médio; ao contrário, pode ajustar o preço para baixo como um incentivo se julgar que é menos provável que você o compre. E você não saberá que está pagando mais do que outros exatamente pelo mesmo produto. (Michael Fertik, Um conto de duas internets. Scientific American Brasil, São Paulo, março 2013, p. 18.) Substitua os dois conectivos “se” sublinhados, fazendo as adaptações gramaticais necessárias e mantendo o nível de formalidade do período. 11. (Enem – 2011) Disponível em: http://www.wordinfo.info. Acesso em: 27 abr. 2010. O argumento presente na charge consiste em uma metáfora relativa à teoria evolucionista e ao desenvolvimento tecnológico. Considerando o contexto apresentado, verifica-se que o impacto tecnológico pode ocasionar a. ( ) o surgimento de um homem dependente de um novo modelo tecnológico. b. ( ) a mudança do homem em razão dos novos inventos que destroem sua realidade. c. ( ) a problemática social de grande exclusão digital a partir da interferência da máquina. d. ( ) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do homem, em sua esfera social. e. ( ) o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da criação de ferramentas como lança, máquina e computador. 12. (Enem – 2015) Pode aparecer onde menos se espera em cinco formas diferentes. É por isso que o Dia Mundial Contra a Hepatite está ai para alertar você. As hepatites A, B, C, D e E tem diversas causas e muitas formas de chegar até você. Mas, evitar isso é bem simples. Vocé, só precisa ficar atento aos cuidados necessários para cuidar do maior bem que você tem: A SUA SAÚDE! Algumas maneiras de se prevenir: • Vacine-se contra as hepatites A e B. • Use água tratada e siga sempre as recomendações quanto à restrição de banhos em locais públicos e ao uso de desinfetantes em piscinas. • Lave SEMPRE bem os alimentos como frutas, verduras e legume. • Lave SEMPRE bem as mãos após usar o toalete e antes de se alimentar. • Ao usar agulhas e seringas, certifique-se da higiene do local e de todos os acessórios. • Certifique-se de que seu médico ou profissional da saúde esteja usando a proteção necessária, como luvas e máscaras, quando houver a possibilidade de contato de sangue ou secreções contaminadas com o vírus. Disponível em: http://farm5.static.flickr.com. Acesso em: 26 out. 2011 (adaptado) Nas peças publicitárias, vários recursos verbais e não verbais são usados com o objetivo de atingir o público-alvo, influenciando seu comportamento. Considerando as informações verbais e não verbais trazidas no texto a respeito da hepatite, verifica-se que a. ( ) o tom lúdico é empregado como recurso de consolidação do pacto de confiança entre o médico e a população. b. ( ) a figura do profissional da saúde é legitimada, evocando-se o discurso autorizado como estratégia argumentativa. c. ( ) o uso de construções coloquiais e específicas da oralidade são recursos de argumentação que simulam o discurso do médico. d. ( ) a empresa anunciada deixa de se autopromover ao mostrar preocupação social e assumir a responsabilidade pelas informações. e. ( ) o discurso evidencia uma cena de ensinamento didático, projetado com subjetividade no trecho sobre as maneiras de prevenção. 13.(Enem – 2015) Examine esta propaganda de uma empresa de certificação digital (mecanismo de segurança que garante autenticidade, confidenciabilidade e integridade às informações eletrônicas). Aponte a relação de sentido que existe entre a mensagem verbal e a imagem. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 14. (Unicamp – 2014) Os infográficos apresentam informações de forma sintética, utilizando imagens, cores, organização gráfica, etc. Indique dois exemplos, do infográfico reproduzido acima, em que a informação é apresentada por meio de linguagem não verbal. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Página 5 Página 6 Página 7