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Lauane Pereira Nutrição – Universidade Federal da Bahia Giardia INTRODUÇÃO • A giárdia inclui protozoários flagelados que parasitam o intestino delgado de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. • O gênero giardia é dividido em três espécies: G. duodenalis (mamíferos e humanos); G. muris (roedores) G. agilis (anfíbios). • Primeiro protozoário intestinal humano a conhecido; • Uma das causas mais comuns de diarreia em crianças de países em desenvolvimento; • Mais comum em crianças de 1 a 10 anos; o Maus hábitos de higiene • É o parasita intestinal mais encontrado nos países desenvolvidos. MORFOLOGIA • Contém: núcleos delimitados pela carioteca que liga-se ao retículo endoplasmático, citoesqueleto complexo composto por microtúbulos, estruturas semelhantes a vacúolos lisossômicos. • Não contém: mitocôndria, peroxissomos, complexo de golgi. A giárdia apresenta duas formas evolutivas: trofozoíto e o cisto, ambos são diferenciados pela organização estrutural e bioquímica. → Trofozoíto: é encontrado no intestino delgado, responsável pelas manifestações clínicas da doença. o Tem um formato de pera (piriforme), quatro pares de flagelos: um par anterior, um ventral, um posterior e um caudal; face dorsal lisa e convexa, face ventral côncava o Disco adesivo é uma estrutura presente apenas nesses protozoários, é formado por microtúbulos e microfilamentos de alfa e beta tubulinas e por proteínas chamadas de giardinas que garantem a o adesão do parasito à mucosa intestinal. o Os corpos medianos também contém microtúbulos e proteínas contráteis; o Apresenta dois núcleos; o Aderidos a mucosa intestinal; o Deslocam-se por meio de flagelos; o Nutrição → pinocitose o Reprodução por divisão binária → Cisto: responsável pela transmissão do parasita. o Apresenta uma parede externa glicoproteica o A parede cística torna os cistos resistentes a certas variações de temperatura e umidade e produtos químicos o No citoplasma podem ser encontrados dois ou quatro núcleos o Um núcleo variável de fibrilas longitudinais (axonemas de flagelos) e os corpos escuros com forma de meia-lua CICLO BIOLÓGICO • Apenas 1 hospedeiro; • Devido o Ph ácido do estômago a parede do cisto é quebrada e ocorre o descistamento, virando trofozoíto, logo após ele vai para o intestino delgado; • Alguns trofozoítos se desprendem da parede do duodeno e são levados para o intestino grosso, a partir disso, ele começa a liberar o próprio líquido que por sua vez, também é eliminado nas fezes. • O trofozoíto vive umas 2hs no ambiente, por isso a contaminação por cisto é mais frequente • Quanto mais pastosa as fezes mais cisto; • Só existe giardíase intestinal, pois caso algum trofozoíto caia na corrente sanguínea ele é fagocitado pelas células de defesa TRANSMISSÃO • Os cistos são as formas mais infectantes para o homem e animais e a transmissão ocorre por via face-oral; • A maioria das infecções é aquirida a partir da ingestão de cistos presentes na água e nos alimentos. • Existe também a transmissão direta de pessoa para pessoa, por meio de mãos contaminadas, é comum em locais de aglomeração humana, especialmente, quando desprovidos de condições sanitárias adequadas. SIMATOLOGIA • Assintomáticos (reservatórios): 5 a 15% eliminam os cistos em 6 meses, 50% autolimitante; • Sintomáticos: quadro de diarreia aguda e autolimitante, ou um quadro de diarreia persistente (com evidência de má absorção e perda de peso, apetite e mal estar, podendo não responder ao tratamento específico) o Síndrome de má absorção: deficiência na absorção de vitaminas B12, A, D, E, K, ferro e gorduras → diarreia com esteatorreia (excesso de gordura nas fezes) > desconforto abdominal, cólica, inflamação catarral ou duodeno, diarreia aquosa com odor fétido. • Nas infecções crônicas, os sintomas podem persistir por muitos anos, manifestando-se com episódios de diarreia contínuos, intermitentes ou esporádicos. DIAGNÓSTICO → Clínico: simatologia; exames laboratoriais. → Parasitológico (exame de fezes): cistos ou trofozoítos em fezes líquidas Obs: a eliminação dos cistos é intermitente, portanto, 3 amostras fecais coletada em dias alternados. PATOGENIA • Não causam feridas; • Os trofozoítos impedem que o alimento seja absorvido pelas microvilosidades fazendo um bloqueio, uma espécie de ´´tapete``; • Processos inflamatórios → reação imune do hospedeiro TRATAMENTO • Metronidazol (provoca alterações no DNA do parasita) • Secnidazol; • Tinidazol; • Furazolidona. ➔ Benzimidazois: ligam-se nas tublinas prevenindo a formação de microtúbulos, e portanto, compromete a divisão celular, impede a captação de glicose inibindo a formação de ATP, usado como fonte de energia. EPIDEMIOLOGIA • Diarreia dos viajantes – zonas endêmicas; • Surtos- contaminação de água / abastecimento; • Concentração de cloro – não elimina cistos; • Importância assintomáticos – manipuladores de alimentos e ambientes coletivos. ❖ OMS: 500 mil novos casos / ano. PROFILAXIA • Higiene pessoal; • Destino correto das fezes – sanemanto básico • Limpeza dos alimentos; • Tratamento da água (cistos resistem à cloração da água, mas são destruídos em água fervente); • Tratar os doentes e diagnosticar a fonte de infecção • Higiene adequada em creches, asilos e escolas.