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VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA HIV LIARA LYN • LUCAS MALAQUIAS • VINICIUS CAVALCANTE • VITÓRIA RÉGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA E MICROBIOLOGIA DOCENTE: PROF. HUMBERTO MEDEIROS DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA BÁSICA PARA FARMÁCIA Teresina-PI, 2023 TÓPICOS EPIDEMIOLOGIA CLASSIFICAÇÃO E VARIABILIDADE GENÉTICA ORIGEM DO VÍRUS MORFOLOGIA BIOSSÍNTESE VIRAL PATOGENIA HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RESPOSTA IMUNOLÓGICA TRANSMISSÃO PREVENÇÃO E CONTROLE TRATAMENTO DIAGNÓSTICO Cinco casos de pneumonia por Pneumocistis carinii (LA, EUA) Homossexuais masculinos e imigrantes africanos ORIGEM DO VÍRUS 02 Depleção de linfócitos T circulantes Casos de pneumonia por P. carinii; sarcoma de Kaposi Imunocomprometimento semelhante: hemofílicos, usuários de drogas injetáveis: e indivíduos que haviam recebido transfusão de sangue ou hemoderivados Se tratava de um retrovírus: coincidência com as vias da hepatite B; caráter crônico levava a AIDS; quadro de imunosupressão Caracterização da transcriptase reversa O retrovírus era distinto de outro já conhecido e caracterizado na ciência: o vírus linfotrópico para células T (HTLV) ORIGEM DO VÍRUS 03 Em 1986, foi isolado e confirmado o agente etiológico da AIDS, denominado vírus da imunodeficiência humana (HIV) Quadros clínicos de imunocomprometimento grave em pacientes que apresentavam contagem de linfócitos TCD4+ inferiores a 200 células/mm3 de sangue periférico. Quadro semelhante a AIDS em macacos mantidos em cativeiro - SAIDS ORIGEM DO VÍRUS 04 SIV - vírus da imunodeficiência em símios O SIV e o HIV-2 são mais próximos do que o HIV-2 e o HIV-1. Posteriormente, verificou-se que o HIV-2 possui alta similaridade genética com o SIVsmm que infecta naturalmente macacos-fuliginosos na África ocidental. Caça, uso para alimentação e fins medicinais, animais de estimação Contato humano com o sangue desses animais contendo lentivírus e, assim, possibilitado a transmissão viral interespécies Família Retroviridae Subfamília Orthoretrovirinae; Gênero Lentivírus CLASSIFICAÇÃO 05 "Retrovírus": a partícula viral contém uma enzima que converte o RNA genômico viral em DNA dupla fita, que é então integrado no DNA celular. HIV-1 CRF E URF HIV-2 VARIABILIDADE GENÉTICA 06 Tipos antigênicos: HIV-1 e HIV-2 M N O P A B C D F G H K E I A B C D E F G H VARIABILIDADE GENÉTICA 07 Processo de transcrição reversa: promove recombinação entre as duas fitas de RNA genômico. Frequência de 10% de recombinação Grupos do HIV-I M, N , O, P Grupo O: vírus endêmicos na República dos Camarões e ocorrem menos frequentemente em outros países da África Grupo N: recombinante entre o HIV-1 e o SIV: mesmas características do O Grupo P: a origem se deu a partir de um evento de transmissão zoonótica a partir da espécie de gorila (SIVgor) MORFOLOGIA 08 Envelope glicolipoproteico; Espículas; Matriz do vírus; Capsídeo viral; Enzimas: transcriptase reversa, integrase, protease Proteínas vif, vpr, nef e p6 Dois RNA de fita simples; MORFOLOGIA 09 Duas cópias de RNA de fita simples de polaridade positiva (RNA+) Transcrição pela transcriptase reversa em DNA de fita dupla, Os RNA mensageiros (RNAm) são transcritos a partir desse DNA proviral e traduzidos nas diferentes proteínas virais. BIOSSÍNTESE VIRAL 10 ADSORÇÃO, FUSÃO E PENETRAÇÃO 11 CCR5 ou CXCR4 Pré- Granpo Peptídeo de Fusão gp41 12 RNASE H RNASE H RNASE H PBS 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 3' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 5' 3' 5' Integrase complexo pré- integrativo ou PIC INDO PARA O NUCLEO 2 3 4 1 5 6 7 8 9 10 INTEGRAÇÃO E TRANSCRISÃO 13 processamento 3′ transferência da fita de DNA 1. 2. Síntese das poliproteínas estruturais Gag e enzimas virais, e ainda como RNA das novas partículas virais. MONTAGEM 14 BROTAMENTO E MATURAÇÃO 15 Rearranjo estrutural pela enzima Protease Gag-Pol Protease A autocatálise da PR é necessária para liberar a enzima madura do precursor Gag-Pol. Durante essa liberação a atividade catalítica da PR é alterada a cada estágio de processamento, demonstrando que esse é um dos meios pelos quais a maturação é orquestrada. 16 Aumento da infecciosidade das partículas virais. PROTEÍNAS ACESSÓRIAS transporte do PIC para o núcleo da célula infectada; Participa da ativação do LTR durante a fase transcricional do ciclo replicativo; Induz a parada do ciclo celular na fase G2. Vpr Vif inibir a atividade de uma família de proteínas celulares – APOBEC3 Vpu processo de internalização do vírus; Induz a degradação das moléculas de CD4 que se encontram no RE. Nef endocitose do receptor viral CD4 e de moléculas de MHC de classe I. inibição da síntese das moléculas de MHC de classe II; ativação de proteínas-chave que participam nas cascatas de sinalização intracelular 17 Depleção de linfócitos TCD4+ PATOGENIA Disfunção imunológica Doença Persistente Crônica Infecções oportunistas 19 MECANISMOS Depleção de linfócitos TCD4+; Disfunção de células apresentadoras de antígeno; Ativação exacerbada da resposta imunológica; Exaustão de linfócitos T e B; Perda da arquitetura de tecidos linfoides. HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO 20 Curso de progressão da infecção Fase aguda (ou infecção primária); Fase persistente crônica; AIDS. Contagem de células TCD4+ Carga viral plasmática Presença ou não de manifestações clínicas 1. 2. 3. Marcadores de progressão Primeiras semanas da infecção; Intensa replicação viral; Altíssima carga viral; O indivíduo pode ou não apresentar sintomas clínicos; Os sintomas inespecíficos (Ex.: febre alta, linfoadenopatia, mal-estar, perda de peso, etc.); Intensa resposta imunológica HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO 21 Fase aguda Mediada por células TCD8+ Fase crônica assintomática; Manutenção dos níveis de células TCD4+ acima de 350/mm3; Baixa concentração de HIV plasmático; Indivíduo clinicamente saudável; Caracterizada por replicação contínua de vírus, depleção progressiva de células TCD4+ e contínua evolução viral. HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO 22 Fase persistente crônica Caracterizada pela depleção maciça de células TCD4+; Contagem de células TCD4+ inferiores a 200/mm3; Altos níveis de vírus circulante; Aparecimento de manifestações clínicas características da imunodeficiência -> infecções oportunistas; Tempo de progressão nos indivíduos infectados de cerca de 8 a 10 anos (na ausência de tratamento antirretroviral). HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO 23 AIDS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Em infecções pelo HIV-1 Perda de peso > 10% do peso corporal; Diarreia crônica; Febre (intermitente ou constante); Linfadenopatia; Dermatite persistente; Anemia; Linfopenia, plaquetopenia; Candidíase oral, esofágica, vaginal recorrente, de traqueia, de brônquios ou de pulmões; Leucoplasia pilosa oral. 24 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Doenças oportunistas (AIDS) Citomegalovirose; Hespes simples; Herpes-zoster; Micobacterioses; Pneumonia; Candidíase; Pneumocistose; Toxoplasmose; Neoplasia intraepitelial. 25 RESPOSTA IMUNOLÓGICA 26 Três principais eventos associados à resposta imunológica estão inter-relacionados e contribuem para a incapacidade de controlar a infecção e para o desenvolvimento de imunodeficiência: Depleção e/ou disfunção de células e tecidos do SI Ativação Imunológica Crônica Exaustão Celular 1. 2. 3. Estabelecimento de latência nas células infectadas; Fusão célula-célula Alta taxa de mutação. Mecanismos de escape: TRANSMISSÃO 27 Presente em diferentes tecidos linfoides por todo o organismo, além de sangue, sêmen, secreções vaginais e/ou cervicais, e leite materno. FORMAS DE TRANSMISSÃO Fatores biológicos e comportamentais SEXUAL PARENTERAL MATERNA OCUPACIONAL 1. 2. 3. 4. SEXUAL PARENTERAL MATERNA OCUPACIONAL TRANSMISSÃO 28 Via natural - atinge asmucosas; Retal, vaginal e oral; Doenças inflamatórias estão associadas a maior risco de infecção; Prevenção: uso de preservativos Inoculação de sangue contaminado por transfusão e compartilhamento de agulhas e seringas Infecção por transfusão: rara Maior probabilidade de estabelecimento da infecção após o contato Via placentária, durante o parto ou amamentação; Devido à intervenção com a terapia antirretroviral com controle dos níveis de vírus, o risco de infecção diminuiu drasticamente Contato com sangue ou objetos perfurocortantes em acidentes de trabalho; Práticas de biossegurança e descontaminação PREVENÇÃO E CONTROLE 29 Esclarecimento sobre as formas de transmissão do vírus e maneiras de proteção. Incentivo ao uso de preservativos; Orientação quanto ao uso de agulhas e seringas descartáveis; Controle do sangue e hemoderivados; Adoção de cuidados na exposição ocupacional a material biológico; tratamento de outras IST's transmissíveis que podem facilitar a infecção; Anticorpos anti-P24 P24 anticorpos antiglicoproteínas do envelope viral. DIAGNÓSTICO 30 Diferentes marcadores podem ser detectados durante a história natural da infecção do HIV no organismo humano, em momentos específicos: Altos níveis de RNA viral no plasma do indivíduo infectado, coincide com o pico de detecção do antígeno viral p24. Pico inical de viremia Detecção do DNA proviral apartir de células mononucleares do sangue periférico. Posteriormente Reação de amplificação baseada no ácido nucleico específico (NASBA); Ensaio de DNA ramificado (b-DNA); Amplificação do ácido nucleico com iniciadores específicos após transcrição reversa (RT-PCR) acoplada à detecção colorimétrica por meio de sonda específica; Reação em cadeia da polimerase (PCR) quantitativaem tempo real; DIAGNÓSTICO 31 A detecção do RNA plasmático viral pode ser realizada por diferentes técnicas, a maior parte delas baseada na amplificação de ácidos nucleicos, e incluem: Utilizado para o acompanhamento da infecção no indivíduo sem tratamento, ou com objetivo de controle do sucesso ou falha terapêutica em indivíduos em tratamento antirretroviral. DIAGNÓSTICO 32 Marcadores da infecção pelo HIV-1 DIAGNÓSTICO 33 Os testes rápidos são primariamente recomendados para testagens presenciais e podem ser realizados com saliva, soro, plasma ou sangue total (o que permite o uso de amostras obtidas por punção digital). Existem vários formatos de testes rápidos para a detecção de anticorpos anti-HIV de ambas as classes IgM e IgG e os mais frequentemente utilizados são: Imunocromatografia de dupla migração (DPP) Imunocromatografia de fluxo lateral Imunoconcentração Fase sólida DIAGNÓSTICO 34 Os testes de detecção de anticorpos antiproteínas do HIV no soro são, atualmente, considerados testes complementares e não mais confirmatórios como anteriormente, e são: ENSAIOS IMUNOENZIMÁTICOS (EIA) WESTERN BLOTTING (WB) DIAGNÓSTICO 35 TESTES EIA 1° GERAÇÃO 2° GERAÇÃO lisado viral Proteína viral recombinante Peptídeos sintéticos Anticorpo anti-p24 conjugado anti-IgG humano. conjugado anti-IgG humano. 3° GERAÇÃO 4° GERAÇÃO conforme nos testes de 3° geração antígeno viral acoplado à enzima O WB é de custo elevado e requer interpretação subjetiva para estabelecer um diagnóstico com base em um padrão de reatividade definido pelo fabricante do conjunto diagnóstico. O MS define o padrão mínimo aceitável de interpretação do WB como reagente (presença de bandas), em pelo menos 2 das seguintes proteínas: p24; gp41; gp120/gp160. Para os testes EIA de 2° geração, e igualmente para o WB, os resultados positivos começam a ser detectados a partir da 5° semana de exposição; Para os testes EIA de 3° geração, os níveis detectáveis de anticorpos aparecem a partir da 3° semana de exposição; Finalmente, para os testes EIA de 4° geração, o período de janela imunológica é de aproximadamente 18 dias; DIAGNÓSTICO 36 Analisando a janela imunológica dos testes EIA e WB T r u q u e s D i v e r t i d o s | M a r c e l a A m a r a l Os principais obstáculos no tratamento do HIV, e no desenvolvimento de uma vacina, são a alta taxa de mutações, que rapidamente levam à geração de linhagens resistentes e à persistência de reservatórios virais latentes; TRATAMENTO 37 Devido ao aumento no número de fármacos que controlam, ao menos temporariamente, a multiplicação do vírus, a infecção pelo HIV pode, hoje, ser considerada uma doença crônica tratável nos países desenvolvidos. (A acessibilidade e a disponibilidade dos tratamentos para o HIV continuam a ser um desafio nos países em desenvolvimento); Se os fármacos efetivos são interrompidos ou suspensos, o vírus rapidamente retoma a sua multiplicação. As pesquisas abrangendo os mecanismos de multiplicação do HIV têm ampliado o número de alvos potenciais para intervenções químicas. T r u q u e s D i v e r t i d o s | M a r c e l a A m a r a l TRATAMENTO 38 INIBIDORES DE FUSÃO/ENTRADA NA CÉLULA INIBIDORES DE TRANSCRIPTASE REVERSA INIBIDORES DE INTEGRASE INIBIDORES DE PROTEASES T r u q u e s D i v e r t i d o s | M a r c e l a A m a r a l 39 No Brasil, os primeiros casos de AIDS foram registrados no início da década de 1980. Segundo estimativas da UNAIDS e do MS do Brasil, em 2013, o número de pessoas infectadas pelo HIV estaria entre 660 mil e 810 mil; EPIDEMIOLOGIA 70 milhões de pessoas tenham sido infectadas pelo HIV e destas, 35 milhões tenham morrido de AIDS ou de complicações decorrentes da infecção, no final de 2013 havia em media 35 milhões de indivíduos infectados pelo HIV no mundo; Apesar do número absoluto de infecções ter aumentado (o de 29,8 milhões em 2001 para 35 milhões no final de 2013), no mundo percebesse uma tendência à estabilização; No Brasil, os mais frequentes são B, C e F, com prevalência para o subtipo B. BRASIL. Ministério de Saúde. Aids/HIV. 2020. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt- br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/aids-hiv-1>. Acesso em: 24 mar. 2023. SANTOS, N. S. O.; ROMANOS, M. T. V.; WIGG, M. D. Virologia Humana. 3° Ed. Guanabara Koogan, 2015. TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12° Ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. REFERÊNCIAS T r u q u e s D i v e r t i d o s | M a r c e l a A m a r a l "Sempre viva como se tivesse algo novo para aprender e você aprenderá." OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
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