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Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Palhoça
UnisulVirtual
2013
Desenvolvimento Socioeconômico
Créditos
Reitor
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor
Sebastião Salésio Herdt
Chefe de Gabinete da Reitoria
Willian Máximo
Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, 
Pós-Graduação e Inovação
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação 
Institucional
Valter Alves Schmitz Neto
Diretora do Campus Universitário de Tubarão
Milene Pacheco Kindermann
Diretor do Campus Universitário Grande Florianópolis
Hércules Nunes de Araújo
Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual
Moacir Heerdt
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Gerente de Administração Acadêmica
Angelita Marçal Flores
Secretária de Ensino a Distância
Samara Josten Flores
Gerente Administrativo e Financeiro
Renato André Luz
Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão
Roberto Iunskovski
Coordenadora da Biblioteca
Salete Cecília de Souza
Gerente de Desenho e Desenvolvimento de 
Materiais Didáticos
Márcia Loch
Coordenadora do Desenho Educacional
Cristina Klipp de Oliveira
Campus Universitário UnisulVirtual
Coordenadora da Acessibilidade
Vanessa de Andrade Manoel
Gerente de Logística
Jeferson Cassiano Almeida da Costa
Gerente de Marketing
Eliza Bianchini Dallanhol
Coordenadora do Portal e Comunicação 
Cátia Melissa Silveira Rodrigues
Gerente de Produção
Arthur Emmanuel F. Silveira
Coordenador do Design Gráfico
Pedro Paulo Teixeira
Coordenador do Laboratório Multimídia
Sérgio Giron
Coordenador de Produção Industrial
Marcelo Bitencourt
Coordenadora de Webconferência
Carla Feltrin Raimundo
Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico
Maria Isabel Aragon
Assessor de Assuntos Internacionais
Murilo Matos Mendonça
Assessora para DAD - Disciplinas a Distância
Patrícia da Silva Meneghel
Assessora de Inovação e Qualidade da EaD
Dênia Falcão de Bittencourt
Assessoria de relação com Poder Público e Forças 
Armadas
Adenir Siqueira Viana
Walter Félix Cardoso Junior
Assessor de Tecnologia
Osmar de Oliveira Braz Júnior
Educação, Humanidades e 
Artes
Marciel Evangelista Cataneo
Articulador
Graduação
Jorge Alexandre Nogared Cardoso
Pedagogia
Marciel Evangelista Cataneo
Filosofia
Maria Cristina Schweitzer Veit
Docência em Educação Infantil, Docência em 
Filosofia, Docência em Química, Docência em 
Sociologia
Rose Clér Estivalete Beche
Formação Pedagógica para Formadores de 
Educação Profissional
Pós-graduação
Daniela Ernani Monteiro Will
Metodologia da Educação a Distância
Docência em EAD
Karla Leonora Dahse Nunes
História Militar
Ciências Sociais, Direito, 
Negócios e Serviços
Roberto Iunskovski 
Articulador
Graduação
Aloísio José Rodrigues
Serviços Penais
Ana Paula Reusing Pacheco
Administração
Bernardino José da Silva
Gestão Financeira
Dilsa Mondardo
Direito
Itamar Pedro Bevilaqua
Segurança Pública
Janaína Baeta Neves
Marketing
José Onildo Truppel Filho
Segurança no Trânsito
Joseane Borges de Miranda
Ciências Econômicas
Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo
Turismo
Maria da Graça Poyer
Comércio Exterior
Moacir Fogaça
Logística
Processos Gerenciais
Nélio Herzmann
Ciências Contábeis
Onei Tadeu Dutra
Gestão Pública
Roberto Iunskovski
Gestão de Cooperativas
Pós-graduação
Aloísio José Rodrigues
Gestão de Segurança Pública
Danielle Maria Espezim da Silva
Direitos Difusos e Coletivos
Giovani de Paula
Segurança
Letícia Cristina B. Barbosa
Gestão de Cooperativas de Crédito
Sidenir Niehuns Meurer
Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública
Thiago Coelho Soares
Programa de Pós-Graduação em Gestão Empresarial
Produção, Construção e 
Agroindústria
Diva Marília Flemming
Articulador
Graduação
Ana Luísa Mülbert
Gestão da tecnologia da Informação
Charles Odair Cesconetto da Silva
Produção Multimídia
Diva Marília Flemming
Matemática
Ivete de Fátima Rossato
Gestão da Produção Industrial
Jairo Afonso Henkes
Gestão Ambiental
José Carlos da Silva Júnior
Ciências Aeronáuticas
José Gabriel da Silva
Agronegócios
Mauro Faccioni Filho
Sistemas para Internet
Pós-graduação
Luiz Otávio Botelho Lento
Gestão da Segurança da Informação.
Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher
Programa em Gestão de Tecnologia da Informação
Unidades de Articulação Acadêmica (UnA)
Livro didático
Palhoça
UnisulVirtual
2013
Design instrucional
Marina Melhado Gomes da Silva
Desenvolvimento Socioeconômico
 João Antolino Monteiro
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista
João Antolino Monteiro
Design Instrucional
Marina Melhado Gomes da Silva
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Marina Broering Righetto
Revisão
Diane Dal Mago
ISBN
978-85-7817-547-4
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2012
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
330.981 
M77 Monteiro, João Antolino
Desenvolvimento socieconômico: livro didático / João Antolino 
Monteiro; design instrucional Marina Melhado Gomes da Silva. – Palhoça: 
UnisulVirtual, 2013.
131 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-547-4 
1. Economia – Brasil. 2. Desenvolvimento econômico. 3. Brasil – 
Condições econômicas. I. Silva, Marina Melhado Gomes da. II. Título.
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - Crescimento e desenvolvimento econômico . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - Abordagem histórica do processo 
de desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
UNIDADE 3 - Teorias do crescimento econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
UNIDADE 4 - Desenvolvimento segundo a CEPAL e o 
desenvolvimento no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 129
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Desenvolvimento 
Socioeconômico.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
um aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada 
e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da 
UnisulVirtual. Nesse sentido, a “distância” fica caracterizada 
somente como a modalidade de ensino por que você optou para 
sua formação. É que, na relação de aprendizagem, professores e 
instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade, entre em contato. Você 
tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso, 
tais como: telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de 
Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que 
for enviado e recebido fica registrado, para seu maior controle 
e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior 
prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal 
objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual
Palavras do professor
Prezado/a aluno/a, 
Seja bemvindo(a) à disciplina de Desenvolvimento 
Socioeconômico. O objetivo central é levar você ao encontro 
das teorias do crescimento e desenvolvimento econômico e 
ao conhecimento sobre a problemática do desenvolvimento 
econômico dentro de sua dimensão sociopolítica. Para tanto, 
são abordadas diferentes concepções acerca do fenômeno do 
desenvolvimento dentro de uma abordagem pluralista.
Num primeiro momento, você estudará os conceitos de 
desenvolvimento e crescimento econômico, entendendo as 
principais diferenças entre crescimento e desenvolvimento 
e a teoria do subdesenvolvimento. Entenderá porque o 
desenvolvimento exige mudanças de estruturas econômicas, 
sociais e políticas.
Na sequência, você estudará as principais teorias sobre 
crescimento e desenvolvimento econômico e como se dá esse 
processo, além das principais contribuições do pensamento 
econômico.
Conhecerá também a contribuição da CEPAL – 
Comissão Econômica para América Latina e Caribe - ao 
desenvolvimento latino-americano.
Ressalto que não pretendemos esgotar a temática com esse 
livro, mas despertar você para os estudos dessa temática 
importante e ao mesmo tempo apaixonante, dentro das 
Ciências Econômicas.
Bons estudos!
Prof. João Antolino Monteiro
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
portanto, a construção de competências se dá sobre a 
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
São elementos desse processo:
 � o livro didático;
 � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
 � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
autoavaliação); 
 � o Sistema Tutorial.
Ementa
Conceitos de crescimento e desenvolvimento. Abordagem 
histórica do processo de desenvolvimento. Teorias de 
crescimento econômico. Etapas do crescimento econômico. 
Estratégias de desenvolvimento. Problemas que afetam 
o crescimento econômico. O desenvolvimento segundo a 
CEPAL. O caso brasileiro.
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos da disciplina
Geral
Conhecer o pensamento histórico econômico sobre o 
desenvolvimento por meio do estudo, da análise e da 
contextualização das teorias econômicas construídas nas 
sociedades, desde a história moderna até o momento 
contemporâneo.
Específicos
 � Conhecer os conceitos de crescimento e desenvolvimento;
 � Conhecer uma abordagem histórica do processo de 
desenvolvimento;
 � Conhecer as teorias de crescimento econômico;
 � Conhecer a contribuição da CEPAL para o 
desenvolvimento econômico latino-americano.
Carga horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
Unidades de estudo: 4
13
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1 - Crescimento e desenvolvimento econômico 
Nesta unidade apresentamos uma análise conceitual e histórica 
sobre o tema crescimento e desenvolvimento econômico, bem 
como as suas diferentes abordagens nas Ciências Econômicas. 
Entre as questões que serão levantadas, destaca-se a diferença 
entre o crescimento e o desenvolvimento econômico, incluindo 
os indicadores utilizados para a mensuração de ambos, o conceito 
de desenvolvimento e as questões estruturais pertinentes ao tema. 
Fechamos o estudo com a temática do subdesenvolvimento.
Unidade 2 - Abordagem histórica do processo de desenvolvimento
Nesta unidade, apresentamos os principais fatores que 
contribuíram para desencadear o processo de desenvolvimento 
econômico, as contribuições marxista, keynesiana, 
schumpeteriana e de Kalecki, para o aprofundamento dos estudos 
dessa temática. Para entender o processo de desenvolvimento pelo 
qual passaram as diferentes nações, é importante olhar para trás, 
numa perspectiva histórica. Os avanços pelos quais a sociedade 
mundial passou a partir da Revolução Industrial são incontestáveis, 
o que nos permite dizer que, nessa perspectiva, pode-se dividir 
a humanidade em dois períodos: antes e depois da Revolução 
Industrial.
Unidade 3 - Teorias do crescimento econômico
Nesta unidade, você estudará o crescimento econômico como 
um dos grandes desafios que se apresentam na humanidade, 
dada a sua complexidade. Governos, pesquisadores e pensadores 
de diferentes áreas do conhecimento tem se debruçado sobre 
essa temática. Diversas estratégias têm sido criadas a partir dos 
estudos teóricos e empíricos que o tema vem permitindo. Nesse 
sentido, nesta unidade vamos nos debruçar sobre as principais 
teorias do crescimento econômico, conhecendo suas bases e seus 
principais pontos de convergência e divergência. Não temos 
o objetivo de esgotar o tema, mas apresentar os pressupostos 
fundamentais de cada teoria estudada e assim fomentar novos 
estudos e novas compreensões acerca do tema.
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 4 - Desenvolvimento segundo a CEPAL e o desenvolvimento 
no Brasil
Nesta unidade, você vai estudar que o desenvolvimento econômico 
é um tema efervescente nos estudos econômicos, sociológicos e 
da geografia. Tamanha a sua importância, formular políticas para 
o desenvolvimento corresponde a melhorar a vida da sociedade. 
Dessa forma, a partir do surgimento da ONU – Organização 
das Nações Unidas, esse tema ganhou destaque e gerou ações 
práticas, com o objetivo de compreender os motivos do atraso de 
determinados países em relação a outros. Nesse sentido, a ONU 
cria, no Chile, a Comissão Econômica para América Latina e 
Caribe (CEPAL), com o objetivo de compreender e desenvolver 
estratégias desenvolvimentistas na America Latina. Nesta unidade, 
vamos conhecer a CEPAL e as principais formulações desse 
órgão. Vamos, também, conhecer o processo de desenvolvimento 
brasileiro, suas dificuldades e avanços.
15
Desenvolvimento Socioeconômico
Agenda de atividades/Cronograma
 � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, 
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da 
interação com os seus colegas e professor.
 � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 � Use o quadro para agendar e programar as atividades 
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
1
Objetivos de aprendizagem
 � Aprofundar os conhecimentos sobre crescimento 
e desenvolvimento econômico, compreendendo a 
diferença entre esses dois conceitos.
 � Aprofundar os conhecimentos sobre 
subdesenvolvimento.
Seções de estudo
Seção 1 Conceitos de desenvolvimento econômico e 
crescimento econômico
Seção 2 Crescimento versus desenvolvimento
Seção 3 Desenvolvimento como mudança de estrutura 
UNIDADE 1
Crescimento e desenvolvimento 
econômico
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nesta unidade, apresentamos uma análise conceitual e histórica 
sobre o tema crescimento e desenvolvimento econômico, bem 
como as suas diferentes abordagens nas Ciências Econômicas. 
Entre as questões que serão levantadas, destaca-se a diferença 
entre o crescimento e o desenvolvimento econômico, incluindo os 
indicadores utilizados para a mensuração de ambos, a abordagem do 
conceito de desenvolvimento e as questões estruturais pertinentes ao 
tema. Fechamos o estudo com a temática do subdesenvolvimento.
Seção1 - Conceitos de desenvolvimento econômico e 
crescimento econômico
O termo crescimento econômico é recorrente na literatura 
econômica e está entre as metas macroeconômicas, sendo assim, 
um dos fundamentos das políticas nessa área. Compreender a 
evolução conceitual e a importância dessa temática é fundamental.
Segundo Garcia e Vasconcellos (2004, p. 87), as metas 
macroeconômicas são “alto nível de emprego, estabilidade 
de preços, distribuição da renda e crescimento econômico”, 
sendo esse uma meta de longo prazo, também chamada de 
estrutural, dado que para alcançá-lo, são necessárias mudanças 
nas estruturas do país. Independente da matriz ideológica 
dos governos, todos têm como estratégias e planos alcançar o 
crescimento econômico, condicionando, assim, as políticas do 
Estado para essa finalidade.
Quanto ao termo desenvolvimento econômico, ainda que 
também recorrente na literatura econômica atual, é usado 
muitas vezes de forma equivocada. Assim, o que se define 
por desenvolvimento muitas vezes é, na verdade, crescimento 
econômico, dado que esse é uma variável quantitativa, enquanto 
desenvolvimento econômico é uma variável qualitativa.
19
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
1.1 O tema crescimento nas principais correntes do 
pensamento econômico
Nesse primeiro momento, vamos apresentar o conceito de 
crescimento econômico nas principais correntes do pensamento 
econômico, tendo como objetivo entender as fontes e os principais 
elementos que poderiam desencadear o crescimento econômico 
de uma região ou nação.
As primeiras discussões sobre o tema vão surgir durante a fase 
mercantilista, a partir daí tomam forma. Para os mercantilistas, 
esse crescimento estava associado ao acúmulo de riquezas em 
forma de metais preciosos, e para alcançá-lo um país deveria 
fomentar seu comércio internacional.
Segundo Souza (1999), o acúmulo de metais preciosos alcançado 
com o comércio internacional deveria ser estimulado, fazendo, 
dessa forma, com que o país tivesse superávits na sua balança 
comercial. Seria esse o caminho natural para o crescimento 
econômico.
No século XVIII, surgiram na Europa os fisiocratas. 
Contradizendo os mercantilistas, os fisiocratas defendiam que 
a riqueza de um país seria formada na agricultura, sendo outras 
atividades, como o comércio, estéreis, como afirma Quesnay 
(apud KUNTZ, 1984, p. 13): “É a agricultura que fornece a 
matéria para a manufatura e para o comércio e paga uma e outro; 
mas esses dois ramos restituem seus ganhos à agricultura, que 
renova as riquezas despendidas consumidas cada ano”. 
E a riqueza formada pela atividade agrícola vai gerar outras 
riquezas, como afirmam os autores abaixo:
São estas primeiras riquezas, sempre renovadas, que 
sustentam todos os outros estados do reino, possibilitam 
a atividade de todas as outras profissões, fazem florescer o 
comércio, favorecem o povoamento, animam a indústria 
e mantêm a prosperidade da nação. (QUESNAY apud 
KUNTZ, 1984, p.13). 
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
Fica evidente que, para esta escola, o crescimento econômico está 
associado ao desenvolvimento da agricultura, assim como um 
país, para crescer, precisa dar prioridade ao setor primário.
Os economistas fisiocratas combatiam a doutrina 
mercantilista ao propor uma conduta liberal por parte do 
Estado e ao transferir a atenção da análise da órbita do 
comercio para a da produção. Segundo eles, a indústria e 
o comércio apenas transportam valores; o produto líquido 
somente é gerado na agricultura, por meio do fator terra, 
que é uma dádiva da natureza. (SOUZA, 1999, p. 91).
Com o passar do tempo, podemos afirmar que a agricultura 
adquiriu importância no crescimento de um país, mas não elevou 
o nível da riqueza das sociedades como um todo, somente dos 
proprietários de terra. Dessa forma, constituiu-se como uma 
atividade que concentra renda, pois para gerar riqueza precisa ser 
desenvolvida de forma intensiva e em grandes propriedades. Já a 
indústria, ao contrário do que afirmavam os fisiocratas, é geradora 
de crescimento econômico ao distribuir a riqueza produzida.
Na esteira dos fisiocratas, surge também no século XVIII, na 
Inglaterra, a Escola Clássica, protagonizada por Adam Smith e 
David Ricardo, principais expoentes que vão também contribuir 
para o desenvolvimento do conceito de crescimento econômico.
Ao estimular a livre iniciativa, a Escola Clássica tira da 
responsabilidade do Estado o crescimento econômico. Segundo 
Adam Smith, ao buscar o benefício pessoal, o indivíduo colabora 
com toda a sociedade. Conforme afirma Napoleoni (2000, p. 41), 
“ocorrem à formação e o desenvolvimento da riqueza quando o 
indivíduo se esforça por conseguir a maior vantagem pessoal na 
troca, vai mais além da sua própria vontade, de tal sorte que seja 
máxima a disponibilidade de bens para todos”.
Adam Smith (1983) ressalta a importância da vontade 
individual para estimular o crescimento econômico, 
uma vez que, na busca de vantagens pessoais, busca-se 
também alcançar o bem coletivo.
21
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
Outro elemento importante para o crescimento econômico é a 
divisão social do trabalho, como afirma Smith (1983, p. 35), “O 
trabalho anual de cada nação constitui o fundo que originalmente 
lhe fornece todos os bens necessários e os confortos materiais que 
consistem sempre na produção imediata do referido trabalho ou 
naquilo que com essa produção é comprado de outras nações”. 
Dessa forma, a divisão social do trabalho passar a ser, na teoria 
smithiana, fundamental para o crescimento econômico.
Como se pode ver na citação abaixo, a riqueza de uma nação está 
diretamente relacionada à produtividade do trabalho, e, dessa 
forma, também à divisão social do trabalho, que vão oportunizar 
o crescimento econômico.
A riqueza das Nações determina-se, em primeiro 
lugar, pela produtividade do trabalho útil ou trabalho 
produtivo, em oposição ao trabalho improdutivo. O 
primeiro traduz-se por aquele trabalho que produz um 
excedente de valor sobre o seu custo de reprodução. 
Em segundo lugar, a riqueza deriva da quantidade de 
trabalho empregada no processo produtivo, em relação 
à população total. A função de produção de Adam 
Smith está sujeita a rendimentos crescentes, em virtude 
da expansão dos mercados, que permite maior grau de 
divisão do trabalho, o que aumenta a produtividade. O 
crescimento econômico cria um processo cumulativo, 
porque rendas maiores geram poupança e investimento 
em níveis ampliados. À medida que aumenta os gastos 
em educação e saúde e que se expande a dimensão dos 
mercados, aumenta a produtividade do trabalho, gerando 
maior taxa de crescimento econômico. O crescimento 
gera economias externas, responsáveis, como as 
economias de escala, pela redução dos custos médios de 
produção [...] (MEIER; BALDWIN, 1968, p. 41).
A Escola Clássica, assim, muda o enfoque dado pelos 
mercantilistas e fisiocratas, ao trazer para a discussão a 
importância da livre iniciativa e reduzir o papel do Estado para o 
crescimento econômico.
O crescimento econômico, para os clássicos, está associado ao 
pleno emprego dos fatores de produção, maximizando, dessa 
forma, a taxa de lucros, estimulando o aumento da poupança 
interna e os investimentos.
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para David Ricardo (1982), economista clássico contemporâneo 
de Adam Smith, a chave para o crescimento econômico estava 
na distribuição da riqueza produzida entre os trabalhadores, os 
capitalistas e os donos da terra, dessa forma a sociedade poderia 
usufruir de estágios significativos de desenvolvimento.
Ainda para Ricardo, a agricultura era um entrave para o crescimento 
econômico, dada a sua baixa produtividade, além de o crescimento 
ser prejudicado pelo aumento dos salários dos trabalhadores na 
agricultura, tornando difícil a contratação de novos trabalhadores 
produtivos, a aquisição dos meios necessários para a produção, 
a elevação do nível do produto, tendo comoconsequência o 
surgimento do estado de estagnação. (SOUZA, 1999).
Para Marx, o capitalismo era o responsável pelo não crescimento 
econômico, dado as suas crises, e a solução seria a economia 
centralizada, como afirma Filellini: 
No entender de Marx, o crescimento econômico existiria 
a partir do fim das crises cíclicas do modelo capitalista, 
se transformado em uma economia centralizada, com 
substituição direta do modelo de mercado, sem os 
malefícios do trabalho assalariado e com a implantação 
plena da igualdade de condições sociais e econômicas 
para todos. (FILELLINI, 1994, p.25). 
Por sua vez, os neoclássicos pensam o crescimento econômico 
como um ciclo virtuoso da economia, sendo a análise precedida 
por eles de curto prazo e focada nos aspectos microeconômicos. 
Assim: “(...) consideravam o desenvolvimento como um processo 
gradual, contínuo e harmonioso e mostravam-se, em geral, 
otimistas quanto às possibilidades de um progresso econômico 
contínuo”. (MEIER; BALDWIN, 1968, p. 09). 
Dessa forma, as diversas abordagens elencadas objetivaram 
apresentar como o crescimento econômico foi tratado pelos 
pensadores econômicos em destaque. Outros pensadores também 
se debruçaram sobre o tema, porém, entende-se que os citados 
acima deram maior expressão à temática.
23
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
Seção 2 - Crescimento versus desenvolvimento
O crescimento econômico pode ser entendido como uma variável 
quantitativa, enquanto o desenvolvimento econômico como uma 
variável qualitativa.
Durante algum tempo, os dois termos eram vistos com sentido 
único, e os acréscimos na riqueza produzida, mensurada pelo 
Produto Interno Bruto (PIB), era sinal de que um país estava se 
desenvolvendo. 
Segundo Souza (1993, p.27), 
Uma primeira corrente considera crescimento como 
sinônimo de desenvolvimento; para outros autores, 
o crescimento é condição indispensável para o 
desenvolvimento, mas não é condição suficiente. 
Enquadram-se nessa primeira corrente os modelos de 
crescimento de tradição neoclássica como o de Meade, 
ou pós-keynesiana como os de Harrod e Domar. 
Para os economistas da primeira corrente, um país 
é subdesenvolvido porque cresce menos do que os 
desenvolvidos, apesar de possuírem recursos ociosos, 
como, por exemplo, terra e mão,de,obra. O país mostra-
se subdesenvolvido porque não utiliza integralmente os 
fatores de produção de que dispõe e sua economia cresce 
abaixo de suas possibilidades. Associados a essa noção, 
emergem modelos que enfatizam apenas a acumulação 
de capital, solução simplificadora da realidade, que coloca 
todos os países dentro da mesma problemática.
Ao considerar crescimento e desenvolvimento econômico 
como o mesmo conceito, as ideias são resumidas em variáveis 
quantitativas, mensuradas por indicadores também quantitativos, 
que escondem, por exemplo, a má distribuição de renda.
Quando utilizamos indicadores como o PIB e PIB per capita para 
mostrar o crescimento econômico e também o desenvolvimento 
econômico, não levamos em conta, por exemplo, a propriedade 
dos fatores, nem sua nacionalidade, o que pode significar que 
a riqueza produzida esteja sendo transferida para outros países, 
ou que os salários estejam muito baixos, entre outros problemas, 
como afirma Paz e Rodrigues (1972, p.2), apud Sandro 
Wollenhaupt (2003, p.4):
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
O desenvolvimento econômico não deve ser confundido 
com crescimento, porque os frutos dessa expansão podem 
não estar beneficiando a economia como um todo bem 
como sua população. Podem estar ocorrendo efeitos 
perversos, tais como:
a) transferência do excedente para outros países;
b) apropriação do excedente por poucas pessoas no próprio 
país;
c) os salários continuam extremamente baixos;
d) as empresas tradicionais não conseguem desenvolver-se 
pelo pouco dinamismo do mercado interno;
Entendido o crescimento econômico como acréscimos no produto 
de um país, enquanto o desenvolvimento representa melhora 
na qualidade de vida da população, como afirma Vasconcelos e 
Garcia (2004, p.210):
Crescimento e desenvolvimento econômico são dois 
conceitos diferentes. Crescimento Econômico é o 
crescimento contínuo da renda per capita ao longo do 
tempo. O Desenvolvimento Econômico é um conceito 
mais qualitativo, incluindo as alterações da composição do 
produto e alocação dos recursos pelos diferentes setores da 
economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar 
econômico e social (pobreza, desemprego, desigualdade, 
condições de saúde, nutrição, educação e moradia).
O crescimento tem como fontes (Vasconcelos e Garcia, 2004): o 
aumento da força de trabalho, do estoque de capital, a melhora na 
qualidade da mão de obra, nos aspectos tecnológicos e a eficiência 
organizacional. É a partir da análise desses fatores que se conhece 
as diferenças de desenvolvimento entre os diferentes países.
O crescimento econômico é representado por 
acréscimos na produção e tem como indicador o 
aumento no Produto Interno Bruto. O desenvolvimento 
representa melhora nas condições de vida da 
população.
25
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
Para alcançar o desenvolvimento, um país precisa crescer, já 
que isso é condição para o desenvolvimento. Para isso, algumas 
condições são fundamentais. 
Entre elas, destaca-se a formação de poupança como forma 
de financiamento dos investimentos necessários. Na busca 
por recursos para investimento, um país pode tanto utilizar a 
poupança interna ou a estrangeira, por meio de empréstimos 
ou ajuda financeira. Fomentar a poupança interna deve ser 
prioridade quando se quer alcançar o crescimento, pois dessa 
forma o país terá recursos para satisfazer as suas necessidades de 
investimento. Se a poupança doméstica é o pré-requisito para a 
acumulação de capital, então, a atenção deve ficar voltada para 
as políticas que incentivem as pessoas a se absterem de parte do 
consumo presente. (VASCONCELOS; GARCIA, 2004). 
Outra condição apresentada por Vasconcelos e Garcia (2004), 
para alavancar o crescimento, é a existência de “um mercado 
financeiro e de capitais razoavelmente desenvolvidos, sendo assim 
fator importante na mobilização de recursos das famílias, via 
intermediários financeiros, para o investimento das empresas.”
Nos países pobres, esbarra-se na renda baixa, impedindo que 
a maioria da população consiga fazer poupança, sendo, muitas 
vezes, a renda limitada, a qual permite apenas a subsistência.
Quando não consegue fazer poupança interna que dê conta das 
necessidades de investimentos para fomentar o crescimento, o 
caminho é buscar poupança estrangeira, que pode ser alcançada 
de três maneiras (VASCONCELOS e GARCIA, 2004):
a) Por meio de investimento direto;
b) Por meio de empréstimos no mercado financeiro mundial 
ou nos bancos de fomento como o BIRD- Banco 
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento;
c) Por meio de ajuda estrangeira de países industrializados.
O quadro abaixo mostra uma das formas de atração de poupança 
estrangeira, que é pelos investimentos diretos:
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
Investimentos estrangeiros no Brasil atingem US$ 7,7 bilhões 
em outubro e batem recorde para o mês
22/11/2012 - 17h20
Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os investimentos das empresas estrangeiras no Brasil 
bateram recorde em outubro. Segundo dados divulgados hoje 
(22/11/12), pelo Banco Central (BC), o montante que as empresas 
internacionais aplicaram no país somou US$ 7,73 bilhões no mês 
passado, o maior valor registrado para o mês.
De acordo com o chefe adjunto do Departamento Econômico 
do Banco Central, Fernando Rocha, o comportamento dos 
investimentos estrangeiros diretos está estável em relação a 2011. 
De janeiro a outubro, as empresas multinacionais investiram US$ 
55,306 bilhões no Brasil, praticamente o mesmo valor que os US$ 
55,960 bilhões registrados em igual período do ano passado.
O técnico do BC ressaltou que os investimentos estrangeirosdiretos estão compensando o rombo nas contas externas 
brasileiras, que acumula US$ 39,554 bilhões entre janeiro e 
outubro. “O nível dos investimentos estrangeiros diretos mostra 
que o financiamento do déficit em transações correntes está 
sendo feito com qualidade”, ressaltou.
Formada pela soma dos saldos da balança comercial, de serviços, 
de rendas e das transferências unilaterais, a conta de transações 
correntes mede a dependência do país em relação aos capitais 
financeiros internacionais e aos investimentos estrangeiros 
diretos. Se não fossem os investimentos das empresas no Brasil, 
o país dependeria do capital especulativo de estrangeiros para 
cobrir o rombo nas contas externas.
Rocha informou ainda que, depois do recorde em outubro, os 
investimentos estrangeiros diretos deverão recuar em novembro. 
Isso porque uma empresa estrangeira, que não teve o nome 
divulgado, vendeu a participação no país para um grupo 
nacional, o que impactou a conta de investimentos estrangeiros 
líquidos. O nome da empresa não foi revelado, mas o valor da 
operação foi estimado em US$ 1,5 bilhão.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, o saldo 
dos investimentos estrangeiros líquidos somou US$ 1 bilhão 
até o dia 20. Por causa da compra da empresa estrangeira pela 
brasileira, o BC estima que a conta fechará o mês com saldo 
positivo de US$ 3 bilhões.
Fonte: Agência Brasil, 2012. 
27
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
Ainda sobre os índices de desenvolvimento, o gráfico abaixo 
mostra os investimentos diretos no Brasil, fazendo um 
comparativo dos últimos quatro anos (2009-2012):
Figura 1.1- Investimento estrangeiro direto acumulado no ano
Fonte: ITAÚ, 2012. 
2.1 Como países com renda per capita baixa podem fomentar 
a poupança?
Essa questão se relaciona ao fato de baixos índices de 
desenvolvimento estarem associados a países de maioria pobre 
e de alta concentração de renda. Muitas vezes um país rico, 
mas que apresenta nível alto de concentração de renda, alcança 
crescimento econômico, condição para o desenvolvimento, não 
consegue se desenvolver, porque desenvolvimento não condiz 
com concentração de renda.
Países onde o setor primário é predominante têm 
como característica forte crescimento econômico, 
porém, com baixo nível de desenvolvimento. 
Para identificar e analisar os níveis de desenvolvimento e 
concentração de renda, faz-se uso de indicadores como o IDH- 
Índice de desenvolvimento humano, e do Índice de Gini. 
28
Universidade do Sul de Santa Catarina
Sobre esse índice, ele pode ser conhecido no quadro abaixo, 
o qual mostra que quanto mais desenvolvido o país menor a 
concentração de renda.
O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano 
Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de 
concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta 
a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos 
mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns 
apresentam de zero a cem). O valor zero representa a 
situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. 
O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma 
só pessoa detém toda a riqueza. Na prática, o Índice de 
Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% 
mais ricos. No Relatório de Desenvolvimento Humano 
2004, elaborado pelo Pnud, o Brasil aparece com Índice 
de 0,591, quase no final da lista de 127 países. Apenas 
sete nações apresentam maior concentração de renda. 
(WOLFFENBÜTTEL, 2007). 
Quadro 1.1 – Exemplos do índice de Gini
Posição 
ranking 
mundial 
País Índice
1 Hungria 0,244
2 Dinamarca 0,247
3 Japão 0,249
34 Índia 0,325
67 Portugal 0,385
76 EUA 0,408
90 China 0,447
93 Rússia 0,456
109 Argentina 0,522
112 México 0,546
118 Chile 0,571
119 Colômbia 0,576
120 Brasil 0,591
121 África do Sul 0,593
127 Namíbia 0,707
Fonte: IPEA, 2007.
29
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
Além dos elementos apresentados anteriormente como 
fundamentais para o desenvolvimento, os autores enfatizam dois 
fatores estratégicos para que um país alcance o desenvolvimento: 
o capital humano e o capital físico.
O capital humano é o valor do ganho de renda potencial 
incorporado em cada indivíduo, ou seja, inclui a habilidade 
inerente à pessoa e seu talento, assim como a educação e as 
habilidades adquiridas; enquanto o capital físico está relacionado 
à presença notável de maquinário e de equipamentos sofisticados 
e abundantes em países ricos, e à sua escassez e ausência em 
países pobres.
Investir na formação dos trabalhadores é um dos grandes 
diferenciais que os países que lograram alcançar níveis altos de 
desenvolvimento fizeram. Países como Coreia do Sul, Taiwan, 
Singapura, estão entre aqueles que optaram pelo desenvolvimento 
a partir do fortalecimento do estoque de capital humano, 
representando acréscimos no estoque de capital físico. 
A questão do desenvolvimento também passa necessariamente pelas 
mudanças estruturais de um país. Pensar o desenvolvimento é pensar 
educação, saúde de qualidade, questões ambientais, infraestrutura, 
inovação tecnológica, segurança, entre outros pontos. 
Segundo Bresser Pereira (2008, p.15):
O desenvolvimento econômico é um processo histórico 
deliberado de elevação dos padrões de vida que ocorre 
dentro de cada Estado-Nação. É o resultado de uma 
estratégia nacional que tem como líderes os governantes, 
como principais agentes os empresários e a burocracia 
do estado, e como forma de realização a acumulação de 
capital e a incorporação de conhecimento à produção. 
Em cada estado nacional sua liderança é exercida pelo 
governo, que age em estreita relação com os cidadãos 
e particularmente com os empresários no processo de 
definir políticas econômicas e instituições legais que 
promovam o investimento e o aumento da produtividade.
Por mais que um país apresente crescimento econômico, 
representado por indicadores como PIB e PIB per capita, não 
necessariamente esse crescimento vai resultar em melhorias na 
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
qualidade de vida. Ele poderá provocar concentração de renda e 
de recursos numa região específica do país, resultando em “ilhas 
de prosperidade”, rodeadas por “ilhas de pobreza e atraso”.
2.2 Subdesenvolvimento
As relações econômicas entre os países favorecem, na sua grande 
maioria, o surgimento de dois tipos de nações: as desenvolvidas e 
as subdesenvolvidas. Mesmo com todo avanço tecnológico que a 
humanidade vem desfrutando nos últimos anos, os frutos desse 
avanço não de distribuem de maneira uniforme, como afirma 
Furtado (1992, p. 7): “os aumentos de produtividade e assimilação 
de novas técnicas não conduzem à homogeneização social, ainda 
que causem a elevação do nível de vida médio da população”. 
Nos países subdesenvolvidos essa condição é fortalecida pela 
sua estrutura econômica que, segundo Souza (1995, p.27), 
“encontra-se compartimentada em um setor de subsistência, um 
setor de mercado interno e um setor de mercado externo”, que 
se caracterizam por baixa produtividade, pouca diversidade nos 
produtos e direcionamento ao mercado externo.
Mesmo evoluindo de forma significativa, a economia brasileira 
ainda é fortemente direcionada ao mercado externo, e tem a sua 
pauta de exportação baseada fortemente em produtos primários 
ou semimanufaturados.
Quem acompanha o mercado acionário, suas altas 
e baixas, percebe a influência das commodities no 
desempenho dos pregões em todo o mundo. As notícias 
em jornaisou noticiários financeiros, normalmente, são 
compostas pelas frases: “Bolsas sobem com commodities” 
ou então, “Commodities derrubam as bolsas”. Por quê?
Commodities em inglês significa mercadorias. No mercado 
financeiro, a palavra refere-se às transações de matéria-
prima, agrícola ou mineral, de grande importância 
para toda a economia internacional. São exemplos 
de commodities: petróleo, minério de ferro, cobre, café, 
soja, entre outros. Seus preços são cotados em dólar 
e os contratos de compra e venda são negociados nas 
bolsas internacionais. Sendo assim, elas representam 
recursos fundamentais para a produção industrial e 
31
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
para o consumo de qualquer economia, e a oscilação em 
sua cotação tem influência direta nos fluxos financeiros 
internacionais. (INVESTBOLSA, 2008). 
Veja o gráfico abaixo, que mostra as principais exportações 
brasileiras no período 2009-2010, focadas, principalmente, em 
commodities.
Figura 1.2 – Valor e participação de algumas commodities na pauta de exportações
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Valor exportado (2009)
Valor exportado (2010)
Participação (2009)
Participação (2010)
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Fonte: IPEA, 2010. 
Nos países que têm importância forte o setor primário e grande 
parte da produção desse setor é direcionada à exportação, a pauta 
de importação está fortemente atrelada a produtos manufaturados 
de alto valor agregados, assim, corre-se o risco de que as relações 
de trocas fiquem deterioradas, pois é necessário vender muito 
para comprar uma quantidade pequena.
Para explicar essa relação, Raul Prebisch cria a teoria das relações 
trocas deterioradas.
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
2.2.1 Principais expoentes dos estudos sobre o subdesenvolvimento 
no Brasil
Celso Furtado, economista brasileiro que figurou entre os 
grandes pensadores da CEPAL (Comissão Econômica para 
America Latina e Caribe), fez uma abordagem crítica em 
relação à temática do desenvolvimento e do subdesenvolvimento, 
conceitos que estão vinculados entre si. Nessa perspectiva, 
segundo Furtado (2009, p.30), “o desenvolvimento no mundo 
todo tende a criar desigualdades. É uma lei universal inerente ao 
processo de crescimento: a lei da concentração”. 
Celso Furtado parte da premissa levantada por Raul Prebisch, 
economista argentino e membro da Cepal, de que o capitalismo é 
“um processo de difusão do progresso técnico, difusão irregular, 
comandada pelos interesses das economias criadoras de novas 
técnicas”. (Furtado, 1992, p.5).
Partindo dessa afirmação, pode-se entender o porquê dos 
desequilíbrios entre países e mesmo entre regiões, como no caso 
da América Latina e na sua relação com os países desenvolvidos. 
Mesmo internamente aos países, temos diferenças significativas, 
em que se observa o desenvolvimento e o subdesenvolvimento 
convivendo “pacificamente”, de forma que as diferenças parecem 
se atenuar à medida que se avança tecnologicamente. Dessa 
forma, a difusão da “riqueza” não se dá de maneira uniforme.
Para Furtado (1992, p.8), “o subdesenvolvimento é um 
desequilíbrio na assimilação dos avanços tecnoló gicos produzidos 
pelo capitalismo industrial a favor das inovações que incidem 
dire tamente sobre o estilo de vida.” Para usufruir desses avanços, 
faz-se necessário uma forte dominação e estratificação pelas 
classes dominantes, como afirma Furtado (1992, p.9):
A teoria do subdesenvolvimento, entre muitas coisas, 
mostra claramente que para manter o nível de consumo das 
classes mais ricas brasileiras, níveis e padrões de consumo 
que tendem a imitar os padrões de consumo das altas 
classes dos países centrais, há a necessidade de reforçar as 
estruturas de dominação e estratificação existentes. Com 
isso permite-se a uma privilegiada parcela da população, 
usufruir da maior parte do produto nacional, causando 
uma repartição extremamente perversa e desigual, porém 
necessária para a manutenção do status quo.
33
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
Sendo assim, tem-se claro que para vencer o subdesenvolvimento 
é necessária vontade política. O Estado deve assumir um papel 
fundamental no processo de superação do subdesenvolvimento, 
o que, para Furtado (1992), é possível, principalmente, por 
intermédio de ações referentes a políticas públicas e econômicas, 
direcionadas à superação do subdesenvolvimento.
Ao elencar ações para a superação do subdesenvolvimento, Celso 
Furtado utiliza exemplos da Coreia do Sul e Taiwan, países que 
têm elevado nível de homogeneidade social:
As experiências referidas nos ensinam que a 
homogeneização social é condição necessária, 
mas não suficiente para alcançar a superação do 
subdesenvolvimento. Segunda condição necessária é a 
criação de um sistema produtivo eficaz, dotado de relativa 
autonomia tecnológica, o que requer: (a) descentralização 
de decisões que somente os mercados asseguram; (b) 
ação orientadora do Estado dentro de uma estratégia 
adrede concebida; e (c) exposição à concorrência 
internacional. Também aprendemos que para vencer a 
barreira do subdesenvolvimento não se necessita alcançar 
os altos níveis de renda por pessoa dos atuais países 
desenvolvidos. (FURTADO, 1992, p.15).
 Para conhecer mais sobre a teoria de Celso Furtado, 
leia o artigo O subdesenvolvimento revisitado, na obra 
Economia e Sociedade, de 1992, indicado no Saiba Mais 
desta unidade. 
Outros pensadores também se debruçaram sobre o tema do 
subdesenvolvimento, como Raul Prebisch, ao apontar três 
questões importantes, como seguem:
1) Uma tal estrutura entorpece consideravelmente a 
mobilidade social, isto é, a origem e o crescimento 
dos elementos dinâmicos da sociedade, dos homens 
com iniciativa e energia, capazes de assumir riscos e 
responsabilidades, tanto na técnica e na economia quanto 
nos outros aspectos da vida coletiva; 
34
Universidade do Sul de Santa Catarina
2) A estrutura social se caracteriza em grande parte pelo 
privilégio na distribuição da riqueza e, assim, da renda; 
o privilégio debilita ou elimina o incentivo à atividade 
econômica, em detrimento do emprego eficaz dos 
homens, das terras e das máquinas; 
3) Esse privilégio distributivo não se traduz em forte 
ritmo de acumulação de capital, a não ser em formas 
exageradas do consumo nas camadas superiores da 
sociedade em contraste com a precária existência das 
massas populares. 
(PREBISCH, 1963, p. 12).
Para Prebisch, a estrutura social predominante na América 
Latina, na sua condição periférica, apresenta forte entrave ao 
progresso técnico e ao desenvolvimento econômico e social.
Outro pensador brasileiro que contribuiu de maneira importante 
para a discussão do subdesenvolvimento brasileiro foi Florestan 
Fernandes. 
Na sua relação econômica com outros países, especificamente 
os desenvolvidos, o Brasil assume um papel de produtor de 
excedentes, atuando de forma subsidiária.
Conforme Fernandes (1968, p. 36-37), o Brasil se torna uma 
plataforma de produção de excedente econômico a ser apropriado 
por nações e capitais imperialistas: 
Trata-se de uma economia de mercado capitalista 
constituída para operar, estrutural e dinamicamente: 
como uma entidade especializada, ao nível da integração 
do mercado capitalista mundial; como uma entidade 
subsidiária e dependente, ao nível das aplicaçõesreprodutivas do excedente econômico das sociedades 
desenvolvidas; e como uma entidade tributária, ao nível 
do ciclo de apropriação capitalista internacional, no qual 
ela aparece como uma fonte de incrementação ou de 
multiplicação do excedente econômico das economias 
capitalistas hegemônica.
Essa relação dependente é danosa para o país, pois impede, dessa 
forma, o desenvolvimento, condenando, assim, todos os esforços 
que são feitos no sentido de sair da condição de subdesenvolvido. 
35
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
Nesse contexto, Florestan Fernandes (1981, p.16) inaugura a era 
da discussão sobre capitalismo dependente na América Latina. 
As influências externas atingiram todas as esferas 
da economia, da sociedade e da cultura, não apenas 
através de mecanismos indiretos do mercado mundial, 
mas também através de incorporação maciça e direta 
de algumas fases dos processos básicos de crescimento 
econômico e de desenvolvimento sociocultural. Assim, 
a dominação externa tornou-se imperialista, e o 
capitalismo dependente surgiu como uma realidade 
histórica na América Latina.
A teoria do capitalismo dependente de Florestan e a teoria 
do subdesenvolvimento de Furtado são convergentes ao 
desacreditarem no subdesenvolvimento como condição 
preliminar para o desenvolvimento.
Como Prebisch e outros pensadores cepalinos, Florestan 
Fernandes elenca elementos importantes para a condição 
dependente da América Latina, considerados por ele entraves 
permanentes ao desenvolvimento:
Os países latino-americanos enfrentam duas realidades 
ásperas: 1) estruturas econômicas, socioculturais e 
políticas internas que podem absorver as transformações 
do capitalismo, mas que inibem a integração nacional 
e o desenvolvimento autônomo; 2) dominação externa 
que estimula a modernização e o crescimento, nos 
estágios mais avançados do capitalismo, mas que 
impede a revolução nacional e uma autonomia real. 
Os dois aspectos são faces opostas da mesma moeda 
(FERNANDES, [1973] 1981, p. 26).
Resumindo, de acordo com Florestan, a situação política, social 
e econômica dos países da periferia tem como características a 
polarização social, a baixa autonomia, a dependência ao mercado 
externo e forte exportação de excedente, sendo resultado da 
crescente expansão internacional do capital para as regiões 
periféricas. Isto é de fato um fator sistêmico e determinante 
externo da dependência e do subdesenvolvimento. 
36
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
Nesta unidade, você estudou os conceitos de crescimento e 
desenvolvimento econômico em suas diferentes abordagens. 
Evidenciou-se a diferença entre o crescimento e desenvolvimento 
econômico, incluindo os indicadores utilizados para a 
mensuração de ambos, o conceito de desenvolvimento e as 
questões estruturais pertinentes ao tema. Estudamos também o 
subdesenvolvimento econômico e as suas diversas abordagens.
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) Sobre o desenvolvimento econômico e sua abordagem é incorreto 
afirmar que:
a. ( ) É um processo histórico deliberado de elevação dos padrões de 
vida que ocorre dentro de cada Estado-Nação.
b. ( ) Assume o mesmo conceito de crescimento econômico, pois as 
variáveis analisadas são as mesmas.
c. ( ) A presença de crescimento econômico em um país não garante 
desenvolvimento econômico.
d. ( ) Ao considerar crescimento e desenvolvimento econômico 
como o mesmo conceito, as ideias são resumidas em variáveis 
quantitativas, mensuradas por indicadores também quantitativos, 
que escondem, por exemplo, a má distribuição de renda.
e. ( ) Uma das condições para que um país se desenvolva é a formação 
de poupança como forma de financiamento dos investimentos 
necessários.
37
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 1
 2) Diferencie desenvolvimento econômico de crescimento econômico.
3) A partir dos elementos levantados por Florestan Fernandes, explique 
como pode ser caracterizado o desenvolvimento do Brasil e da América 
Latina.
38
Universidade do Sul de Santa Catarina
Saiba mais
Se você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade 
ao consultar as seguintes referências:
FILELLINI, Alfredo. Desenvolvimento e 
subdesenvolvimento. São Paulo: EDUC, 1994.
FURTADO, Celso. O subdesenvolvimento revisitado. 
Economia e Sociedade. No1. Agosto 1992. 
GARCIA, Manuel Enriquez; VASCONCELLOS, Marco 
Antonio Sandoval de. Fundamentos de economia. 2 ed. São 
Paulo: Saraiva, 2004.
KUNTZ, Rolf (ORG.). François Quesnay: economia. São 
Paulo: Ática, 1984. 192 p.
KUNTZ, Rolf. Capitalismo e natureza: ensaio sobre os 
fundadores da economia política. São Paulo: Brasiliense, 1982. 
139 p.
MEIR, G. M.;BALDWIN, R. E. Desenvolvimento 
econômico. São Paulo: Mestre Jou, 1968.
NAPOLEONI, C. Smith, Ricardo, Marx. 8 ed. Rio de Janeiro: 
Biblioteca de Economia, 2000.
PAZ, Pedro, RODRIGUES, Octávio. Modelos de crescimento 
econômico. Rio de Janeiro: Forum, 1972.
SOUZA, N. de J. de. Desenvolvimento econômico. 4 ed. São 
Paulo: Atlas, 1999.
VASCONCELLOS, M. A. S; GARCIA, M. E. Fundamentos 
da economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
2
Objetivos de aprendizagem
 � Aprofundar os conhecimentos sobre o processo de 
desenvolvimento.
 � Analisar a contribuição teórica das diferentes escolas 
do pensamento econômico e sociológico sobre o 
desenvolvimento econômico.
Seções de estudo
Seção 1 Fatores que desencadearam o processo de 
desenvolvimento
Seção 2 Interpretação marxista do desenvolvimento
Seção 3 Interpretação schumpeteriana do 
desenvolvimento
Seção 4 Interpretação keynesiana do desenvolvimento
UNIDADE 2
Abordagem histórica do processo 
de desenvolvimento
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nesta unidade, apresentamos os principais fatores que 
contribuíram para desencadear o processo de desenvolvimento 
econômico, as contribuições marxista, keynesiana, 
schumpeteriana e de Kalecki para o aprofundamento dos estudos 
dessa temática. 
Para entender o processo de desenvolvimento pelo qual passaram 
as diferentes nações, é importante olhar para trás, numa 
perspectiva histórica.
Os avanços pelos quais a sociedade mundial passou a partir da 
Revolução Industrial são incontestáveis, o que nos permite dizer 
que nessa perspectiva pode-se dividir a humanidade em dois 
períodos: antes e depois da Revolução Industrial.
Seção 1 - Fatores que desencadearam o processo de 
desenvolvimento
O processo de desenvolvimento se dá a partir das grandes 
navegações e do descobrimento de vários países, o que permitiu 
o surgimento de novos produtos e ao mesmo tempo ganhos 
econômicos, por meio do comércio que se desenvolveu.
Alguns fatores foram importantes para fortalecer esse processo, 
como apresentamos abaixo.
1.1 O fim do feudalismo
O primeiro fator que desencadeou o desenvolvimento certamente 
foi o fim do feudalismo, modo de organização social que, devido 
à ênfase nas relações de troca e na produção de subsistência e 
41
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
ausência do comércio, impedia o desenvolvimento das forças 
produtivas e, dessa forma, o crescimento econômico.
Segundo Souza (1995, p.33), “no interior dos feudos, o 
regime, ao mesmo tempo em que proporcionava estabilidade 
social, constituía-se em um imobilismo secular, prejudicial ao 
desenvolvimento das forças produtivas”.
O comércio vai ser o elemento mais importante na derrocada do 
feudalismo e na passagem para novas fases, o renascimento e o 
mercantilismo que, segundo Souza (1995), permitiram alcançar 
novos horizontes e deram origem à uma modificação social na 
Europa.
1.2 A Revolução Industrial Inglesa
O advento da Revolução Industrial Inglesa determinou o avanço 
na produção industrial e o surgimentode novas tecnologias, 
permitindo o incremento nos transportes e na atividade agrícola, 
tendo efeito direto sobre os custos de produção e o aumento da 
oferta de bens e serviços, que vão culminar na redução dos preços e 
no acesso de uma gama maior de bens e serviços pela população.
Os principais fatores que permitiram o desenvolvimento da 
Revolução Industrial pela Inglaterra foram (SOUZA, 1995):
 � O comércio permitiu à Inglaterra o acúmulo de capitais, 
favorecido por um sistema de créditos originados com a 
fundação do Banco da Inglaterra, o que vai favorecer o 
aumento do comércio internacional;
 � A posse de propriedades rurais pelos capitalistas 
permitiu a expansão da atividade agrícola, o aumento da 
produtividade e ao mesmo tempo o êxodo rural; 
 � O aumento da população, que vai se dar em função 
da melhora da atividade agrícola, gerou um aumento 
da produção de alimentos e melhoria na qualidade da 
produção agrícola;
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Universidade do Sul de Santa Catarina
 � O comércio marítimo, dado a condição geográfica da 
Inglaterra;
 � A existência de grandes jazidas de carvão, que vão passar 
a ser utilizadas a partir do surgimento da máquina a 
vapor, permitiu a redução nos custos de transportes;
 � O uso do carvão nas siderúrgicas e na indústria permitiu 
o barateamento do processo produtivo do aço e o 
aumento da produtividade dos trabalhadores.
Outros fatores ainda poderiam ser elencados, como o aumento 
da renda per capita e das taxas de lucros, o crescimento da 
população nas áreas urbanas, a abertura de novos mercados 
externos e a melhora nos processos produtivos no setor têxtil, 
como a introdução da fiandeira volante e da máquina de fiar, a 
produção em galpões, entre outros.
Segundo Souza (1995, p.36), “O crescimento da renda estimulava 
o consumo, os investimentos e a adoção de inovações técnicas, 
fechando o círculo dinâmico do crescimento”.
O Estado também foi fundamental para o desenvolvimento inglês, 
ao criar “regulamentação comercial, a proteção internacional de 
interesses privados ingleses, como a abertura e preservação de 
novos mercados; [..] evitar a queda da taxa de lucros e, então, do 
ritmo dos investimentos” (SOUZA, 1995, p.36).
Aqui temos um grande paradoxo, pois no berço das teorias 
liberais da Escola Clássica, que defendia o Estado mínimo, e 
do capitalismo moderno, o Estado tem papel importante no 
fortalecimento da Revolução Industrial inglesa.
1.3 O surgimento dos EUA como nova potência industrial
Alguns aspectos foram importantes para o declínio do papel da 
Inglaterra como potência industrial nessa época, principalmente 
o surgimento de concorrentes, destacando-se os Estados Unidos, 
acompanhados da Alemanha e do Japão, que começam a usufruir 
dos avanços proporcionados pela Revolução Industrial Inglesa, já 
difundidos para outros países.
43
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
Com a busca da Inglaterra por novas áreas para negócios e 
expansão econômica, forçada pelo seu crescimento demográfico, 
que demandava uma produção sempre maior de alimentos, as 
conquistas coloniais foram a saída encontrada para a necessidade 
de terra fértil e em grande quantidade.
Nessa busca, os imigrantes ingleses encontram as terras 
americanas, férteis e em grande quantidade. Segundo Souza 
(1995), os imigrantes levavam, além da vontade de trabalhar, 
conhecimento e capital, fatores determinantes para a revolução 
industrial americana.
Porque a colonização americana pelos ingleses 
oportunizou o desenvolvimento americano, ao 
contrário de outros países, como a Índia, que 
foi colonizada pelos ingleses e não alcançou o 
desenvolvimento?
A diferença está na forma de colonização, pois enquanto nos 
Estados Unidos os ingleses foram para ficar, estabeleceram aí sua 
nova vida; na Índia, a colonização tinha como objetivo explorar os 
recursos produtivos e enviar para a metrópole, no caso, a Inglaterra. 
Os Estados Unidos, portanto, vão se beneficiar dos avanços 
tecnológicos criados na Inglaterra, e isso será fundamental no 
desenvolvimento americano, como afirma Tauile (2001, p.22):
A revolução industrial, que surgiu e se desenvolveu 
inicialmente na Europa Setentrional, mais precisamente 
centrada na Inglaterra, foi um importante fator para trazer 
ao continente americano, em especial para os Estados 
Unidos, as “sementes” dessa nova revolução tecnológica. 
A colonização norte-americana foi condicionada por 
um conjunto de características que fizeram não apenas 
com que o desenvolvimento do capitalismo nos Estados 
Unidos se desse de maneira extremamente vigorosa - na 
virada para o século XX, a produção industrial americana 
já era maior do que a da Inglaterra -, como também que 
surgisse uma série de novas peculiaridades na dinâmica do 
capitalismo moderno. 
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Esses avanços vão fazer com que os Estados Unidos sejam o 
destino de 27,8 milhões de pessoas no período de 50 anos, 
que vai de 1880 a 1930, impactando consideravelmente o 
desenvolvimento da Revolução Industrial Americana.
São fatores determinantes da Revolução Industrial Americana 
(SOUZA, 1995, p.38):
1. As inovações tecnológicas: Fortes transformações vão 
se dar na agricultura, principalmente na produção de 
algodão, que vai alimentar de matérias primas o setor 
têxtil da Inglaterra, tornando-se o principal produto 
exportado pela economia americana. 
A inovação não fica restrita ao algodão, alcançando outros 
setores da atividade agrícola, como os secadores de cereais, 
os debulhadores de milho e os semeadores de trigo. 
2. A introdução de métodos científicos no cultivo e na 
criação de animais.
3. A democratização do acesso à terra.
Na questão da terra, o acesso foi democratizado por meio do 
Homestead Act de 1862.
Conforme Veiga (1991, p. 60):
A promulgação da famosa Homestead Law, que 
procurava facilitar a distribuição de lotes de 160 acres 
(64,75 ha), ocorreu em 1862, quando a rebelião do sul 
deu maioria no Congresso ao jovem partido Republicano, 
emanação dos meios industriais e financeiros do nordeste, 
francamente partidários da free land.
A democratização do acesso a terra permitiu aos Estados Unidos 
ter uma base agrícola bem distribuída e de base familiar, o que 
lança as bases para um forte desenvolvimento, consolidando a 
revolução agrícola americana e permitindo o crescimento da 
renda dos agricultores.
O crescimento da renda agrícola, devido aos assentamentos 
de colonos e às transformações da agricultura, assim 
como a expansão industrial urbana, fruto das inovações 
tecnológicas ocorridas na agricultura, favoreceu o setor de 
mercado interno (SOUZA, 1995, p.39)
45
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
Outros fatores ainda devem ser considerados, como a revolução 
nos transportes e o crescimento da renda agrícola, que vão 
influenciar o crescimento do mercado interno e irão acontecer de 
forma simultânea com o crescimento das exportações.
Mesmo com todo o desenvolvimento que o Estados Unidos 
aufere, esse país não vai ficar imune às crises, como a Grande 
Depressão ocorrida nos anos 1930, que vai demonstrar o que 
Marx chama de contradições do capitalismo.
A expansão súbita e intermitente da escala de produção 
é o pressuposto de sua contração súbita; a contração 
provoca novamente a expansão, mas essa é impossível 
sem material humano disponível, sem multiplicação dos 
trabalhadores independente do crescimento absoluto da 
população (MARX, 1984, p. 201).
Devido às suas crises e aos aspectos inerentes ao seu 
desenvolvimento, vão se constituir nos Estados Unidos diferenças 
significativas entre as regiões. Assim, o Sul não teve acesso ao 
mesmo nível de desenvolvimento da média americana, sendo que 
alguns estados do Sul (SOUZA, 1995, p.41), “tinham renda per 
capta de 50% da renda do país.”
1.4 O Japão como modelo de desenvolvimento
Quando se pensa em um país modelo de desenvolvimento 
geralmente se associa ao Japão essa qualidade.
O primeiro passo para o desenvolvimento japonês foi o fim do 
Xogunato,também conhecido pelos governos militares, em 
1986, como o movimento chamado Restauração Meiji. Segundo 
Brandão (1998, p. 28), 
as forças do “Xogum” eram compostas por 80.000 
hatamotos (soldados fortemente armados) que serviam 
para estabelecer a “paz” interna a qualquer eventual 
conflito. Desse modo, o período Tokugawa corresponde 
ao fortalecimento da unidade nacional japonesa ao impor 
uma capital (Tóquio), que deveria abrigar a família de 
todos os Xoguns. A consequência foi a formação de um 
centro comercial e cultural “nacional”.
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Ao mesmo tempo em que favorecia a unidade nacional, o 
Xogunato fechava o Japão às influências externas, mantinha 
a concentração de terra nas mãos da Familia Tokugawa, que 
exercia o Xogunato. (SOUZA,1995).
A restauração Meiji vai permitir ao país a abertura ao ocidente, 
a abolição do sistema feudal, as mudanças na posse da terra 
e a contínua abertura dos portos. “A Restauração Meiji 
transformou em duas décadas o Japão num mais moderno” 
(JANEIRA, 1985, p. 34).
A restauração Meiji 
A era Meiji (1868-1912) representa um dos períodos mais notáveis 
da história das nações. Sob o reinado do imperador Meiji, o Japão 
realizou, em apenas algumas décadas, o que levou séculos para 
se desenvolver no Ocidente - a criação de uma nação moderna, 
com indústrias modernas, instituições políticas modernas e um 
modelo moderno de sociedade.
Nos primeiros anos de seu reinado, o imperador Meiji transferiu 
a capital imperial de Kyoto para Edo, sede do governo feudal 
anterior. A cidade foi rebatizada de Tóquio, que significa “Capital 
Oriental”. Foi promulgada uma Constituição, que estabelecia um 
gabinete e uma legislatura bicameral. Foram abolidas as velhas 
classes nas quais a sociedade havia sido dividida durante a era 
feudal. O país inteiro lançou-se, com energia e entusiasmo, ao 
estudo e à adoção da moderna civilização ocidental.
A Restauração Meiji assemelhou-se ao rompimento de um 
dique atrás do qual haviam se acumulado as energias e forças de 
séculos. A onda e o fermento provocados pela súbita liberação 
dessas energias se fizeram sentir no exterior. Antes do final do 
século XIX, o país envolveu-se na Guerra Sino-Japonesa de 1894-
95, que terminou com a vitória do Japão. Uma das consequências 
da guerra, por parte do Japão, de Taiwan, na China. Dez anos 
depois, na Guerra Russo-Japonesa de 1904-05, o Japão saiu 
vitorioso mais uma vez, conquistando a ilha Sakalina do Sul, que 
havia sido cedida à Rússia em 1875, em troca das Ilhas Kurilas, e 
teve reconhecido seu interesse especial na Manchúria. Após ter 
excluído outras potências de exercer qualquer influência sobre 
a Coreia, o Japão, primeiramente, tornou-a seu protetorado, em 
1905, e depois anexou-a em 1910.
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Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
Seção 2 - Interpretação marxista do desenvolvimento
O ponto de partida para entender a teoria marxista do 
desenvolvimento econômico é o “materialismo dialético”. Para 
Marx, a história da humanidade se dá em função da forma como 
os indivíduos satisfazem suas necessidades materiais por meio do 
trabalho.
Antes de tudo, o trabalho é um processo de que 
participam o homem e a natureza, processo em que o 
ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula 
e controla seu intercâmbio material com a natureza. 
Defronta-se com a natureza como uma de suas forças. 
Põe em movimento as forças naturais de seu corpo – 
braços e pernas, cabeça e mãos -, a fim de apropriar-se 
dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à 
vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e 
modificando-a, ao mesmo tempo, modifica sua própria 
natureza. (MARX, [1988] 2002, p.211).
Começa, assim, a construção da teoria do valor trabalho por 
Marx, a partir das premissas levantadas por Adam Smith, 
segundo ele,o valor de um bem dependia da quantidade de 
trabalho necessário para a sua produção, ou seja, “os bens contêm 
O imperador Meiji, cujo governo ilustrado e construtivo 
ajudou a conduzir a nação durante as décadas dinâmicas de 
transformação, morreu um 1912, antes da eclosão da Primeira 
Guerra Mundial. No final dessa guerra, na qual o Japão entrou 
sob as cláusulas da Aliança Anglo-Japonesa de 1902, o país foi 
reconhecido como uma das grandes potências do mundo. O 
imperador Taisho, que sucedeu o imperador Meiji, foi sucedido, 
por seu turno, pelo imperador Hirohito, em 1926, e começou a 
era Showa.
Fonte: HISTÓRIA. Embaixada do Japão no Rio de Janeiro. Disponível em: 
<http://www.rio.br.emb-japan.go.jp/caracteristicas/historia.htm>. Acesso em: 
12 mar. 2013. 
http://www.rio.br.emb-japan.go.jp/caracteristicas/historia.htm
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certa quantidade de trabalho que permutamos por aquilo que, 
na ocasião, supomos conter o valor de uma quantidade igual.” 
(SMITH, 1988, p.36).
Ao diferenciar valor de uso do valor de troca, Marx reforça a 
importância das trocas para o desenvolvimento econômico, sendo 
que elas têm a “função de desafogar os estoques e dinamizar a 
produção.” (SOUZA, 1995, p.77). Assim, quanto maior forem 
as trocas na economia, maior tende a ser o nível de produção, 
que vai determinar de forma significativa a utilização dos fatores 
produtivos capital, trabalho, recursos naturais e de inovação.
Marx vai chamar de relações de produção “ a interação entre 
as técnicas de produção e a organização socioeconômica da 
sociedade, que vão compreender a organização do trabalho, 
suas qualificações, conhecimento, processos e o estado geral da 
técnica” (SOUZA, 1995, p.77). Para isso, ele parte da ideia de 
que as relações entre capitalistas e trabalhadores caracterizam 
uma relação social, e que os antagonismos dessas duas classes 
emergem das contradições internas do sistema capitalista.
O antagonismo existente entre trabalhadores e capitalistas 
vai determinar a organização e o fortalecimento da classe 
trabalhadora, visando a modificar a situação existente.
Com o desenvolvimento da indústria, o proletariado não 
apenas se multiplica; concentra-se em massas cada vez 
maiores, sua força aumenta e ele sente mais tudo isso. 
Os interesses, as condições de existência no interior do 
proletariado igualam-se cada vez mais à medida que a 
maquinaria elimina todas as distinções de trabalho e 
reduz, quase por toda parte, os salários a um mesmo nível 
baixo. A crescente concorrência dos burgueses entre si e 
as crises comerciais que disso resultam tornamos salários 
dos operários cada vez mais instáveis; o aperfeiçoamento 
constante e cada vez mais rápido das máquinas torna as 
condições de vida do operário cada vez mais precárias; 
as colisões entre o operário singular e o burguês singular 
assumem cada vez mais o caráter de colisões entre duas 
classes. Os operários começam a formar coalizões contra 
os burgueses; reúnem-se para defender seus salários. 
Chegam até mesmo a fundar associações permanentes 
para estarem precavidos no caso de eventuais sublevações. 
Aqui e ali a luta explode em revoltas (MARX; 
ENGELS, 1998, p. 74).
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Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
A organização do proletariado vai ensejar uma resposta por parte 
dos capitalistas, que se manifesta na melhora das relações de 
trabalho e no acesso a direitos trabalhistas aos trabalhadores.
Seção 3 - Interpretação schumpeteriana do 
desenvolvimento
As transformações ocorridas na economia mundial, nas últimas 
décadas, trazem à tona as ideias de um economista que contribuiu 
de forma significativa para a temática do desenvolvimento: Joseph 
Alois Schumpeter.
Schumpeter coloca em evidência na sua teoria o papel das 
inovações, resultado do incremento que a tecnologia vem 
desempenhando no processo de desenvolvimento econômico.
Segundo ele, as inovações são determinadas a partir dos 
investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e 
são incorporadas pelos consumidores à medida que são ofertadas.
As inovações no sistema econômico não aparecem, via 
de regra, de tal maneiraque primeiramente as novas 
necessidades surgem espontaneamente nos consumidores 
e então o aparato produtivo se modifica sob sua pressão. 
Não negamos a presença desse nexo. Entretanto, é o 
produtor que, igualmente, inicia a mudança econômica, 
e os consumidores são educados por ele, se necessário; 
são, por assim dizer, ensinados a querer coisas novas, 
ou coisas que diferem em um aspecto ou outro daquelas 
que tinham o hábito de usar. Portanto, apesar de 
ser permissível, e até mesmo necessário, considerar 
as necessidades dos consumidores como uma força 
independente e, de fato, fundamental na teoria do fluxo 
circular, devemos tomar uma atitude diferente quando 
analisamos a mudança (SCHUMPETER, 1988, p. 48).
Essas mudanças vão originar as inovações, que são características 
do “empresário inovador”, ou seja, daquele tipo de empresário que 
adota “novas cominações produtivas” e coloca-as em prática.
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O empresário, nesse caso, seria a figura central no processo de 
dinamizar a economia e colocar para a sociedade as inovações, 
para que elas não fiquem ociosas, “pois se não forem postas em 
prática, permanecem economicamente relevantes” (SOUZA, 
1995, p.113).
Para definir o indivíduo que possui perfil de empresário, Possas 
(1987, p. 175) afirma que “o empresário não se confunde com o 
capitalista nem constitui uma classe, podendo exercer qualquer 
função numa firma. Não é necessariamente proprietário ou 
acionista, embora a classe capitalista seja nutrida por empresários 
bem-sucedidos”. E a sua função primordial seria colocar no 
mercado as inovações, assumindo, assim, o papel de líder 
econômico.
Na visão de Schumpeter (1988, p. 48-49), as inovações podem ser 
definidas como:
Introdução de um novo bem, ou seja, um bem com que 
os consumidores ainda não estejam familiarizados ou de 
uma nova qualidade de um bem. 
Introdução de um novo método de produção, ou seja, um 
método que ainda não tenha sido testado pela experiência 
no ramo próprio da indústria de transformação, que, 
de modo algum, precisa ser baseado numa descoberta 
cientificamente nova, e pode consistir também em nova 
maneira de manejar comercialmente uma mercadoria. 
Abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado 
em que o ramo particular da indústria de transformação 
do país em questão não tenha ainda entrado, quer esse 
mercado tenha existido antes ou não. 
Conquista de uma nova fonte de matérias-primas 
ou de bens semimanufaturados, mais uma vez 
independentemente do fato de que essa fonte já existia ou 
teve que ser criada. 
 Estabelecimento de uma nova organização de qualquer 
indústria, como a criação de uma posição de monopólio 
(por exemplo, pela trustificação) ou a fragmentação de 
uma posição de monopólio.
Dessa forma, Schumpeter traz à tona a importância das 
inovações tecnológicas e do empresário para o processo de 
desenvolvimento econômico.
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Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
Ainda na perspectiva do desenvolvimento, outro elemento 
importante para que o empresário possa realizar as suas 
atividades, para Schumpeter, seria o crédito. 
Segundo Souza (1995, p.113), “conceder crédito ao empresário 
significa emitir uma ordem ao sistema econômico, em 
consonância com os anseios do empresário, no sentido de criar 
capacidade produtiva adicional”.
O crédito assume, portanto, uma função importante na teoria 
schumpeteriana. O capital passa a ser um bem econômico 
especial, que necessita de um mercado definido. Surge, então, o 
mercado monetário ou de capitais, que além de ter um produto 
específico, também tem funções diferentes de outros mercados. 
(...) a função principal do mercado de monetário ou 
de capital é o comércio de crédito com o propósito de 
financiar o desenvolvimento. O desenvolvimento cria e 
alimenta esse mercado. No curso do desenvolvimento 
lhe é atribuída ainda uma outra, ou seja, terceira função: 
ele se torna mercado das próprias fontes de rendimentos 
(SCHUMPETER, 1988, p. 86).
Outro aspecto importante elencado por Schumpeter que contribui 
para o desenvolvimento econômico de uma sociedade seria o 
processo de “destruição criadora”, que surge a partir da existência 
das inovações e tem como princípio a eliminação de empresas não 
inovadoras, que por serem ineficientes e crescerem a uma taxa 
menor, acabam desaparecendo do mercado. (SOUZA, 1995).
O lucro do empresário assume um papel essencial dentro 
dinâmica do desenvolvimento econômico, como propulsor e 
motivador das inovações. E quando se leva em consideração o 
sistema capitalista, 
Sem o desenvolvimento não há nenhum lucro, sem 
lucro não há nenhum desenvolvimento. Para o sistema 
capitalista deve ser acrescentado ainda que sem lucro não 
haveria nenhuma acumulação de riqueza. Ao menos não 
haveria grande fenômeno social que temos em vista – este 
é certamente uma conseqüência do desenvolvimento e, de 
fato, do lucro (SCHUMPETER, 1988, p. 103).
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O grande legado de Schumpeter foi o de definir 
a inovação como elemento fundamental para o 
desenvolvimento, e o empresário “empreendedor” 
como elemento importante na difusão das inovações 
geradas.
Seção 4 - Interpretação keynesiana do desenvolvimento
A abordagem keynesiana do desenvolvimento está centrada na 
macroeconomia do pleno emprego, nos fatores de crescimento 
do investimento e nos seus impactos sobre o emprego e a renda. 
A partir da crise de 1930, a teoria macroeconômica clássica, 
representada pela lei de Say, segundo a qual toda a oferta cria a 
sua demanda, cai por terra, dando lugar a uma ação mais efetiva 
do Estado nos rumos da economia.
Para a economia sair da crise, fazia-se necessário a redução do 
nível de desemprego e o aumento da produção, e segundo Keynes 
(1982), isso só aconteceria a partir da ação do Estado, uma vez 
que o mercado seria incapaz de alcançar o pleno emprego.
Um dos pontos importantes levantados por Keynes e não 
considerados pelos economistas clássicos foi o desemprego 
involuntário. Como as empresas não conseguem reduzir os 
salários, item importante nos seus custos, nos momentos de baixa 
demanda começam a fazer demissões para adequar a produção à 
demanda do mercado. 
Dessa forma, as demissões realizadas passam a ser um freio ao 
crescimento da demanda e à elevação dos preços. Assim, não se 
atinge o pleno emprego por insuficiência de demanda (SOUZA, 
1995).
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Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
O tema central da análise keynesiana é o estudo das causas 
das flutuações da produção, da renda e do emprego. A seguir, 
apresentam-se elementos importantes pensados por Keynes, entre 
os quais se destaca:
 � A demanda efetiva: determina o volume de emprego na 
economia, diferentemente do apregoavam os clássicos. 
Para esses últimos, a oferta era o elemento dinâmico da 
economia, conforme a lei de Say. Keynes (1982, p.59) 
define o que vem a ser a demanda efetiva como “(...) 
simplesmente a renda agregada (ou produto) que os 
empresários esperam receber, incluídas de rendas que 
fazem passar às mãos dos outros fatores de produção, 
por meio do volume de emprego corrente que resolvem 
conceder”. 
 � As expectativas dos agentes econômicos: por meio 
da política monetária e fiscal, o governo age sobre as 
expectativas dos agentes econômicos, influenciando 
diretamente o nível dos investimentos. 
 � O grau de confiança: o grau de confiança dos 
empresários é uma componente psicológica importante 
apontada por Keynes, pois influencia as flutuações 
econômicas e, mais especificamente, o nível de emprego.
 � A propensão marginal a consumir: quanto melhor forem 
as expectativas dos agentes econômicos quanto ao futuro, 
maior tende a ser a propensão marginal a consumir, ou 
seja, o consumo é uma função crescente da renda.
 � Os investimentos: têm papel importante na economia 
keynesiana. Eles que dependem do crescimento da 
população, das inovações no processo produtivo e 
do incentivo a investir. Dessa forma, quanto maior aeficiência marginal do capital, maior tende a ser o nível 
de investimentos na economia por parte dos empresários.
 � Incerteza e risco: são dois componentes importantes 
na análise keynesiana, sendo que a estabilidade das 
instituições, o aumento da eficiência e a abertura de 
novos mercados reduzirá o grau de incerteza e risco e 
aumentará o nível de investimentos na economia.
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Cabe destacar que a análise keynesiana é uma 
abordagem de curto prazo, não descrevendo a 
trajetória da economia no longo prazo, como a 
teoria do desenvolvimento exige. Nesse sentido, a 
abordagem pós-keynesiana vai se preocupar em 
analisar a economia no longo prazo.
A abordagem pós-keynesiana, especificamente de Harrod e 
Domar, tinha como preocupação, segundo Souza (1995, p.101), 
“(...) saber como manter o crescimento persistente sem inflação 
ou deflação”. Objetiva, dessa forma, encontrar um nível de 
crescimento compatível com o pleno emprego, em uma economia 
em expansão.
Segundo Bresser Pereira (1975, p. 9-10):
O modelo Harrod-Domar foi o primeiro modelo 
específico de crescimento a ser elaborado. Sem 
dúvida, Ricardo, Marx e Schumpeter já haviam 
elaborado modelos de desenvolvimento. E na obra de 
outros economistas já estavam contidos modelos de 
desenvolvimento, mas nunca sob a forma explícita e 
precisa do modelo Harrod-Domar. Mais importante 
que essa prioridade no tempo, porém, este modelo 
apresenta uma característica que o torna notável: sua 
extrema simplicidade. Está baseado em dois conceitos 
básicos: do lado da oferta agregada, na relação marginal 
produto-capital, ou seja, em quanto aumenta a produção 
ou a oferta global, quando, através do investimento, 
aumenta de uma unidade o estoque de capital; e do lado 
da demanda, no propensão marginal a poupar, ou seja, 
em quanto aumenta a poupança, quando aumenta de uma 
unidade a renda ou demanda agregada.
Ainda segundo o mesmo autor (1975, p.12) 
Este modelo extremamente simples está baseado em uma 
concepção de fio da navalha do crescimento. O processo 
de desenvolvimento, nesses termos, é eminentemente 
instável Existe apenas uma taxa de crescimento dos 
investimentos e da renda que assegura o equilíbrio, 
e, dentro de uma perspectiva tipicamente keynesiana, 
não há nenhum mecanismo automático que garanta o 
crescimento àquela taxa.
55
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
Harrod, em seu modelo, faz a distinção entre poupanças e 
investimentos planejados e poupanças e investimentos realizados, 
afirmando que a poupança realizada será igual ao investimento 
realizado e que ambas as poupanças, tanto a planejada como a 
realizada, são funções da renda. (SOUZA, 1995).
Matematicamente, podemos dizer que poupança realizada (St) é 
igual ao investimento realizado (It). Dessa forma: St = It, em que 
a poupança (s) será uma função da renda (Y). Assim, St= f(Y).
O ponto fundamental, segundo Harrod, é saber o que leva os 
empresários a investirem e quais as condições de realização do 
pleno emprego no longo prazo, uma vez que a poupança depende 
da renda e que os investimentos são uma proporção constante da 
variação da renda.
Para Domar, também citado por Souza (1995), a questão 
se resume em determinar uma taxa de crescimento ideal do 
investimento que assegure crescimento com pleno emprego, de 
forma que a expansão da renda nacional dependa não do nível de 
investimento corrente, mas sim da variação desse investimento. 
Tanto Harrod quanto Domar chegam à conclusão que a 
propensão marginal a poupar é a variável que determina a taxa 
de crescimento da renda e a taxa dos investimentos, ou seja, para 
que a economia cresça, estabelecendo o pleno emprego, torna-
se necessário que a renda nacional possa se expandir no mesmo 
ritmo da capacidade produtiva. (SOUZA, 1995).
4.1 A contribuição de outros autores para o desenvolvimento 
econômico
Uma das contribuições importantes para o tema do 
desenvolvimento foi a ideia de financiamento do investimento 
dada por Kalecki (1983). 
Segundo Souza (1995 p.104), “o investimento, o consumo dos 
capitalistas, os gastos do governo e as exportações constituem 
as variáveis fundamentais na determinação no nível de atividade 
econômica”, ou seja, o princípio da demanda efetiva. 
56
Universidade do Sul de Santa Catarina
A variável investimento assume papel importante na teoria de 
Kalecki (1983, p.39), pois,
O investimento, uma vez realizado, automaticamente fornece 
poupança necessária para financiá-lo. De fato, em nosso modelo 
simplificado, os lucros em um dado período constituem o 
resultado direto do consumo dos capitalistas e do investimento 
naquele período. Se o investimento aumenta em um certo valor, 
a poupança a partir dos lucros é, portanto, maior.
Outros pensadores também deixaram sua contribuição para a 
temática do desenvolvimento além dos apresentados acima.
Podemos destacar Malthus, que também contribuiu para a 
construção do princípio da demanda efetiva. Segundo Souza 
(1995 p.93), 
Malthus, apesar de reconhecer a importância da oferta 
na determinação do nível do produto, sustentava que 
a redução gradual dos salários reais deprime tanto a 
demanda como a oferta [...] e que os níveis de emprego 
e produto dependem da demanda agregada efetiva. 
Quando poder de compra da população se reduz, diminui 
a procura de bens e serviços e o nível da atividade 
econômica se contrai.!
Malthus reforça a ideia de que não pode haver acumulação com 
a redução do consumo. Dessa forma, coloca na demanda a chave 
para o crescimento do produto.
O que quero dizer é que nenhuma nação tem a 
possibilidade de enriquecer mediante uma acumulação 
de capital decorrente de uma redução permanente do 
consumo, porque se tal acumulação ultrapassa de muito 
o necessário para se obter uma demanda efetiva do 
produto, uma parte dela logo perde tanto o seu uso 
quanto o seu valor e deixa de ter o caráter de riqueza.” 
(MALTHUS, T. R., 1983, p. 198).
Malthus afirma, então, que é inútil acumular se não há demanda 
adequada para os produtos desse capital. 
57
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
Outro ponto importante foi a sua insistência na ineficiência da 
Lei de Say, parte do pensamento clássico. Sobre ela, Malthus 
(1983, p.194), afirma que ‘’é um erro muito grave considerar 
ponto pacífico que a humanidade produzirá e consumirá tudo o 
que produzir e consumir, e que nunca preferirá a indolência às 
recompensas do trabalho’’.
Ainda na sua crítica aos clássicos, Malthus enfatiza que esses não 
levam em conta, na sua análise, as necessidades e os gostos dos 
consumidores, que seriam variáveis importantes na composição 
da demanda, mesmo sendo variáveis subjetivas.
O preço de mercado, segundo ele, irá variar, independente dos 
custos de produção, bastando, para isso, ter situações de escassez 
ou excesso de produtos no mercado.
Para Malthus, é um erro pensar a acumulação a partir da redução 
permanente do consumo, pois dessa forma a riqueza perderia seu 
valor e o equilíbrio seria desfeito.
Não quero dizer que a parcimônia ou mesmo a 
diminuição temporária do consumo não seja útil, 
e, às vezes, mesmo absolutamente necessária ao 
desenvolvimento da riqueza. Tudo que pretendo, 
é que nenhuma nação jamais poderá tornar-se rica 
pela acumulação de um capital proveniente de uma 
diminuição permanente do consumo, porque uma tal 
acumulação de um capital, ultrapassando muito o que é 
necessário para satisfazer a demanda efetiva dos produtos, 
perderia logo uma parte de sua utilidade e seu valor e 
assim, o caráter da riqueza. (MALTHUS apud SOUZA, 
1995 p.95).
Dessa forma, afirma que, ao estimular a poupança visando a 
uma acumulação permanente, a economia correria o risco de 
desaquecimento, pois o consumo é fundamental para o crescimento 
econômico; e que variáveis como as necessidades e os gostos dos 
consumidores são importantes, apesar de sua subjetividade.
58
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
Nesta unidade, você conheceu os principaisfatores que 
contribuíram para alavancar o processo de desenvolvimento 
econômico das diferentes economias, fatores como o fim do 
feudalismo e as Revoluções Industriais Inglesa e Americana, 
destacando-se também a Revolução Japonesa.
Ainda para aprofundar esta temática, foram apresentadas 
as contribuições marxista, keynesiana, pós-keynesiana, 
schumpeteriana e de Kalecki, para o desenvolvimento econômico.
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) Sobre a Revolução Industrial Inglesa e os fatores determinantes para o 
seu surgimento, assinale a única alternativa incorreta.
a) ( ) O acúmulo de capitais no comércio, favorecido por um sistema de 
créditos originados com a fundação do Banco da Inglaterra, o que 
vai estimular o comércio internacional;
b) ( ) A manutenção do feudalismo, dadas as condições de estabilidade 
existentes em seu interior;
c) ( ) A posse de propriedades rurais pelos capitalistas, que permitiu a 
expansão da atividade agrícola, o aumento da produtividade e ao 
mesmo tempo o êxodo rural. 
d) ( ) O comércio marítimo;
e) ( ) A existência de grandes jazidas de carvão, que vão passar a ser 
utilizadas a partir do surgimento da máquina a vapor, permitiu a 
redução nos custos de transportes.
59
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 2
2) A Revolução Industrial Inglesa vai acontecer num período em que se 
desenvolviam as teorias liberais da escola clássica ,a partir de estudos 
de Adam Smith e David Ricardo, entre outros. Nesse sentido, explique 
qual a importância do Estado para o sucesso da Revolução Industrial na 
Inglaterra.
3) Na interpretação dos modelos de desenvolvimento, Schumpeter 
apresenta fatores determinantes para o desenvolvimento econômico. 
Entre as alternativas abaixo, é incorreto dizer, sobre a análise de 
Schumpeter:
a) ( ) Ele coloca em evidência o papel das inovações;
b) ( ) O empresário inovador é uma peça importante no processo de 
desenvolvimento;
c) ( ) O crédito atua como elemento no financiamento do 
desenvolvimento;
d) ( ) O lucro é o elemento que dinamiza o surgimento das inovações;
e) ( ) O empresário age por impulso e, dessa forma, o desenvolvimento 
independe de sua ação.
60
Universidade do Sul de Santa Catarina
Saiba mais
Para aprofundar o tema da interpretação marxista do 
desenvolvimento, leia o capítulo 4 - Desenvolvimento segundo 
Karl Marx, do livro: SOUZA, N. de J. de. Desenvolvimento 
econômico. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
3
Objetivos de aprendizagem
 � Aprofundar os conhecimentos sobre as teorias do 
crescimento econômico.
 � Conhecer as diferentes etapas do crescimento 
econômico.
Seções de estudo
Seção 1 Teorias do crescimento econômico
Seção 2 Etapas do crescimento econômico
Seção 3 Teoria evolucionária do desenvolvimento 
econômico
UNIDADE 3
Teorias do crescimento 
econômico
62
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
O crescimento econômico é um dos grandes desafios que se 
apresentam à humanidade, dada a sua complexidade. Governos, 
pesquisadores e pensadores de diferentes áreas do conhecimento 
têm se debruçado sobre essa temática. Diversas estratégias são 
criadas a partir dos estudos teóricos e empíricos que o tema vem 
permitindo. 
Nesse sentido, nesta unidade vamos nos debruçar sobre as 
principais teorias do crescimento econômico, conhecendo suas 
bases e seus principais pontos de convergência e divergência. 
Não temos o objetivo de esgotar o tema, mas de apresentar os 
pressupostos fundamentais de cada teoria estudada e assim 
fomentar novos estudos e novas compreensões a cerca do tema.
Uma boa leitura.
Seção 1 - Teorias do crescimento econômico
As teorias do crescimento econômico vêm atualmente 
contribuindo significativamente para identificar as causas que 
levam ao crescimento das economias. As diferenças entre os 
países, configuradas pela existência de países desenvolvidos 
em contraposição aos de baixo desenvolvimento, são fatores 
motivadores para busca de conhecer os fatores que interferem 
nessa conjuntura.
Apresentar teorias e modelos que deem conta de explicar as 
causas e os fatores determinantes ao desenvolvimento econômico 
vem sendo o desafio enfrentado por diferentes pesquisadores dos 
ramos da economia.
63
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
Nesse intento, apresentaremos aqui as principais teorias e 
modelos de crescimento econômico mais recentes, começando 
pelo Modelo de Crescimento Neoclássico e seus principais 
expositores, especificamente o trabalho de James Meade.
Os modelos apresentados a seguir surgem após o advento da 
Teoria Geral, protagonizada por Keynes.
1.1 O Modelo de Crescimento Neoclássico
A busca pelo crescimento econômico sempre esteve entre os 
objetivos dos governos, independente das linhas políticas, visando 
a aumentar a renda e a redução da pobreza. O crescimento 
econômico passa a ser um desafio aos economistas, que se 
lançam no desenvolvimento de modelos e teorias, procurando 
identificar quais fatores seriam determinantes para que os países 
encontrassem o caminho do desenvolvimento.
Os principais elementos do Modelo Neoclássico, segundo Paz e 
Rodrigues (1972, p. 107), são:
 � concorrência perfeita e pleno emprego em todos os 
mercados;
 � economia fechada e sem governo; 
 � função de produção com rendimentos constantes à escala 
(quando variam simultaneamente todos os fatores) e 
rendimentos decrescentes quando se altera apenas um 
dos fatores; 
 � economia produzindo um único bem com apenas três 
fatores: capital fixo (K), trabalho (L) e terra (N); 
 � fatores de produção homogêneos, divisíveis e 
imperfeitamente substituíveis entre si.
64
Universidade do Sul de Santa Catarina
1.2 Modelo de Meade 
Esse é construído considerando o curto prazo, que, segundo 
Meade (apud HELLER, 2001, p.8), é definido como: “o 
período no qual a razão entre a produção de novos bens de 
capital e o estoque existente de bens de capital é pequeno, de 
modo que as alterações no estoque de bens de capital podem ser 
negligenciadas”.
No modelo apresentado por Meade, as variações 
ocorridas no produto no período T vão ser iguais as 
variações dos fatores K e L, multiplicadas por suas 
produtividades marginais, mais uma variação residual 
atribuída ao progresso técnico. (PAZ E RODRIGUES, 
1972, p. 117).
O modelo apresenta várias hipóteses que para o crescimento 
em diferentes proporções, que levam em conta a existência ou 
não de progresso técnico, o crescimento demográfico positivo 
ou negativo. Além disso, essas hipóteses determinam, nas suas 
diferentes formulações, o nível de crescimento da economia, que 
vai depender das hipóteses que se fizer em torno das variáveis 
envolvidas.
1.2.1 Primeira hipótese
Quando se consideram nulos o crescimento demográfico e 
o progresso técnico, o nível de crescimento da economia vai 
depender da produtividade marginal do capital e do ritmo de seu 
crescimento, bem como da propensão a poupar. (SOUZA, 2005).
1.2.2 Segunda hipótese
Com a hipótese de crescimento demográfico positivo e progresso 
técnico nulo, a economia precisa crescer no mesmo ritmo do 
crescimento demográfico e da acumulação de capital para 
manter o crescimento equilibrado, isto é, sem desemprego ou 
hiperemprego (SOUZA, 2005).
65
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
Ainda segundo Souza (2005):
 � Se não houver progresso técnico, taxas de crescimento 
diferentes para o capital e para a população conduzem 
a variações tanto nas remunerações dos fatores capital e 
trabalho, como nas participações desses fatores na renda 
nacional. Logo, o crescimento equilibrado depende da 
igualdade entre essas taxas, pois capital e população 
crescendo na mesma proporção fazem com que o 
crescimento aconteça de forma equilibrada.� Maior crescimento demográfico requer acumulação de 
capital na mesma proporção, para manter no longo prazo 
o crescimento de Y, K e L em equilíbrio estável. 
 � Crescimento demográfico menor aumenta os salários e 
reduz o crescimento econômico. Nesse caso, é necessário 
que o progresso técnico e o capital aumentem sua 
contribuição para o crescimento econômico.
James E. Meade foi um economista keynesiano 
que ganhou, em 1977, o Prêmio Nobel de Ciências 
Econômicas, junto com Bertil Ohlin, por sua pesquisa 
sobre o comércio internacional e dos movimentos de 
capitais internacionais. Meade analisou como as políticas 
governamentais afetaram o comércio e como as políticas 
de comércio têm afetado o bem-estar econômico. Por 
duas vezes ocupou cargos econômicos no governo 
britânico, onde pesquisou a política econômica na 
Grã-Bretanha, após a Segunda Guerra Mundial. Seu 
interesse principal era pesquisar sobre desemprego em 
massa. Meade ensinou Comércio na London School 
of Economics e Economia Política na Universidade de 
Cambridge. Ele também foi membro da Liga das Nações, 
na seção de economia. James Meade nasceu em 1907 e 
morreu em 1995. (MEADE, 2013). 
66
Universidade do Sul de Santa Catarina
1.3 Modelo de Solow 
Em 1956, em uma publicação intitulada “A Contribuition to 
the Theory of Economic Grouth”, que o fez ganhar Prêmio 
Nobel de Economia em 1987, Robert Solow trabalhou os temas 
crescimento e desenvolvimento econômico.
Na mesma perspectiva do modelo de Meade, modelo de Solow 
chega a conclusões usando relações per capita. Relacionando 
poupança, acumulação de capital e crescimento demográfico, ele 
procura explicar a variação do produto per capita.
De acordo com Rodrigues (2004), o modelo de Solow defende 
a acumulação de capital como o principal instrumento 
para o crescimento econômico no curto prazo, sendo que o 
investimento, à medida que aumenta a capacidade produtiva, é 
fundamental para o crescimento econômico.
(...) o investimento é financiado através da poupança, 
uma economia cuja taxa de poupança está a aumentar 
permanentemente experienciará crescimento econômico. 
Mas, como o impacto de uma unidade adicional de 
capital é cada vez menor, esta economia não poderá 
atingir sempre uma taxa de crescimento mais elevada, 
sendo que no longo prazo a taxa de crescimento 
econômico é antes determinada pelo progresso 
tecnológico. (RODRIGUES, 2004, p.202).
No curto prazo, o investimento é fundamental para o 
crescimento econômico, o que não vai acontecer no longo 
prazo, dado que os acréscimos de investimento em capital não 
repercutirão da mesma forma no acréscimo do crescimento 
do produto. Dessa forma, Solow defende que, para manter o 
crescimento no longo prazo, os recursos devem ser canalizados 
para o progresso tecnológico, fomentando, assim, o surgimento 
de inovações. “Solow argumentava que no longo prazo a 
única fonte de crescimento possível é a mudança tecnológica” 
(EASTERLY, 2004, p.67).
No modelo de crescimento econômico de Solow, sem progresso 
tecnológico, a taxa de crescimento do produto real da economia, 
no estado estacionário, é igual à taxa de crescimento da força de 
trabalho.
67
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
A não repercussão dos acréscimos de capital na mesma proporção 
do crescimento econômico vai se dar em função da Lei dos 
Rendimentos Decrescentes, segundo a qual o aumento de capital 
numa proporção, devido à existência de um fator constante, não 
resultará de incrementos na produção na mesma magnitude. 
Exemplificando: dado um conjunto fixo de trabalho e um 
conjunto fixo de capital, os incrementos de capital representarão 
aumentos do produto de forma decrescente, sendo que o produto 
marginal será decrescente.
Segundo Souza (2005, p.6), 
(...) a contribuição neoclássica à teoria do crescimento 
econômico é inegável e continua muito atual. O modelo 
de Solow mostra a dinâmica de longo prazo de uma 
economia capitalista desenvolvida, que se dirige a um 
estado de equilíbrio estável. Nesse ponto, o crescimento 
demográfico e a tecnologia determinam o ritmo de 
crescimento equilibrado.
No modelo de Solow, a tecnologia é um fator externo, como 
afirma (JONES, 2000, p. 30), 
o progresso tecnológico é exógeno: usando uma 
comparação comum, a tecnologia é como um maná 
que cai do céu, no sentido em que surge na economia 
automaticamente, sem levar em consideração outros 
acontecimentos que estejam afetando a economia.
Pensando dessa forma, o modelo exclui o fator tecnologia no 
curto prazo, sendo essa uma variável que só cabe no modelo no 
longo prazo.
Robert M. Solow é um economista americano e 
destinatário do prêmio John Bates Clark Medal (1961) 
e do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas (1987). Ele 
é mais conhecido por seus esforços sobre a teoria 
do crescimento econômico. Como um estudante 
em Harvard, ele se tornou assistente de pesquisa 
de Wassily Leontief, o economista que introduziu o 
método de análise de input-output em economia. A 
contribuição mais conhecida de Robert Solow foi o 
68
Universidade do Sul de Santa Catarina
modelo Solow-Swan, um modelo de crescimento 
exógeno segundo o qual Solow separa fatores 
de crescimento econômico em aumentos em 
insumos (incluindo trabalho e capital) e progresso 
técnico. Outras obras importantes incluem o modelo 
de Solow de crescimento econômico baseado em 
diferentes tipos de capital. Solow considerava o capital 
novo mais produtivo do que o velho capital. (CLARK, 
2013, tradução nossa).
 1.4 Teoria de crescimento endógeno
Num primeiro momento, o crescimento econômico é explicado 
como dependente de uma variável externa (exógena), o progresso 
tecnológico, apresentado por Solow e Meade. Num segundo 
momento, acompanhando a evolução das pesquisas, surge o 
modelo focado em variáveis endógenas (internas). 
Variáveis endógenas: Determinadas pela solução dos 
modelos econômicos. Os modelos são construídos para 
estimar o valor dessas variáveis a partir de choques ou 
mudanças na economia.
Variáveis exógenas: Variáveis determinantes dos modelos 
econômicos. Os modelos econômicos são construídos 
com base nessas variáveis, supondo-se que seus valores 
não serão afetados por outras variáveis do modelo. Um 
exemplo comum de variável exógena é o nível de um 
imposto qualquer cobrado pelo governo. O valor do 
imposto, digamos, 10% sobre o preço da gasolina, só 
seria alterado caso o governo resolvesse mudar seu valor. 
Portanto, outras variáveis do modelo não são capazes 
de afetar essa variável. Por outro lado, ela é importante 
para determinar outras variáveis econômicas do modelo, 
como o valor do imposto coletado, a quantidade vendida 
de gasolina, entre outras. Choques ou mudanças na 
economia são representados por alterações nas variáveis 
exógenas. A partir desses choques, o modelo é resolvido 
matematicamente de forma a determinar o valor das 
variáveis endógenas, que, no exemplo acima, seriam a 
quantidade vendida de gasolina e o valor coletado de 
imposto. (GLOSSÁRIO ICONE BRASIL, 2007). 
69
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
Dado que o crescimento econômico não pode ser explicado 
apenas pelos fatores trabalho (L) e capital (K), faz-se necessário 
explicar o papel que a tecnologia tinha no crescimento.
Segundo Souza (2005, p.3), 
A nova teoria que trata o progresso técnico como 
elemento ativo no processo de crescimento, afirma que 
ele exerce efeitos expansivos sobre o produto ao elevar a 
produtividade dos fatores e ao retransmitir esses efeitos 
entre as unidades produtivas. A teoria do crescimento 
com progresso técnico endógeno tomou impulso nos anos 
de 1980, por não haver uma tendência à convergência dos 
produtos per capita entre áreas com diferentes níveis de 
desenvolvimento iniciais. Pelo contrário, as desigualdades 
entre regiões ou países ricos e pobres tendem a aumentar. 
Na ausência de perfeita mobilidade dos fatores de 
produção K e L entre países ou regiões, as desigualdades 
aumentam. O crescimento do produto não se explicaapenas por K e L, permanecendo uma parte importante 
não explicada, atribuída no modelo neoclássico à 
tecnologia, A(t), a qual varia lentamente no tempo.
O modelo do crescimento endógeno procurava, assim, encontrar 
internamente as fontes do crescimento econômico.
1.5 O modelo de Romer 
Na busca de entender o papel das inovações tecnológicas para o 
crescimento econômico, o modelo de Romer, segundo Oreiro 
(1999, p.58), “foi um dos primeiros modelos da nova teoria do 
crescimento a tratar o progresso tecnológico como o resultado da 
busca intencional de lucros por parte das firmas.”
Além do capital e trabalho, que não explicam sozinhos o 
crescimento, segundo Souza (2005, p.7), “Outras fontes 
explicativas do crescimento econômico seriam investimentos 
em capacitação tecnológica e geração de conhecimento.” Dessa 
forma, o conhecimento passa a ter importância significativa, o 
que representa reconhecer a importância do capital humano.
70
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para o modelo de Romer, os produtos marginais do capital e do 
trabalho são constantes.
Oreiro (1999, p. 58) apresenta os insumos básicos do modelo de 
Romer:
No modelo em consideração existem quatro insumos 
básicos: capital físico, trabalho, capital humano e o 
conhecimento tecnológico. O trabalho é visto como 
aquelas faculdades possuídas por qualquer indivíduo 
em boas condições de saúde, como, por exemplo, a 
coordenação motora. O capital humano, por sua vez, é 
uma medida que o efeito cumulativo de atividades como 
a educação formal e o treinamento no trabalho tem sobre 
a produtividade dos trabalhadores.
Ao investirem em pesquisa e desenvolvimento, as empresas 
estão disseminando conhecimento, que passa a ter um papel 
importante para o desenvolvimento econômico, por fazer 
aumentar a produtividade do fator trabalho.
Estudando outras fontes de crescimento, além do 
capital e do trabalho, Langoni (1976) mostrou que a 
contribuição líquida da educação para o crescimento 
do PIB foi de 15,7% no Brasil (1960/1970), 23% nos 
EUA (1950/1962) e de 10% na França (1950/1962). 
Com relação ao Brasil, a contribuição do capital físico, 
entr1960/1970, foi de 32%, contra 47% do trabalho 
(incluído os 15,7% da educação), sendo de 21% a parcela 
do crescimento do PIB não explicada pelo capital, nem 
pelo trabalho, sendo atribuída ao progresso técnico 
(LANGONI apud SOUZA, 2005, p. 216).
Como se pode constatar nesse estudo, o conhecimento passa 
a ser uma variável fundamental para entender o crescimento 
econômico.
No modelo de Romer (OREIRO, 1999, p.59): 
A economia é composta por três setores: o setor 
de pesquisa e desenvolvimento, o setor de bens 
intermediários e o setor de bens finais. O setor de 
pesquisa e desenvolvimento utiliza capital humano e o 
estoque de conhecimento existente para produzir novos 
71
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
projetos de bens de capital. Esses novos projetos são 
vendidos ao setor de produção de bens intermediários 
onde serão transformados em novos bens de capital. 
Esses, por sua vez, serão licenciados para o setor produtor 
de bens finais, que os combina com trabalho e capital 
humano para a produção dos referidos bens. A população 
e a força de trabalho permanecem constantes ao longo 
do tempo, assim como o estoque de capital humano. 
A produção de bens finais é uma função do volume 
empregado de trabalho, da fração do estoque de capital 
humano empregado nesse setor e da quantidade e da 
variedade de bens intermediários empregados para esse 
fim. Nesse contexto, o progresso tecnológico aumenta 
a produtividade do trabalho ao aumentar a variedade, e 
não a qualidade, dos bens intermediários utilizados na 
produção de bens finais.
No modelo de Romer, a tecnologia é explicada como um bem 
não rival, mas excludente, ou seja, pode se apropriada por registro 
de patentes, tornando-se, assim, uma fonte de lucro para seus 
detentores, quando licenciadas a terceiros.
A forma mais comum de remuneração da tecnologia são os 
royalties, cuja definição apresentamos a seguir. 
Royalties são o valor pago ao detentor de uma marca, 
patente industrial, processo de produção, produto ou 
obra literária original pelos direitos de sua exploração 
comercial. No caso do petróleo, por exemplo, são 
recursos financeiros provenientes da compensação 
financeira paga aos Estados e municípios pela 
exploração de petróleo ou gás natural em depósitos 
localizados na plataforma continental brasileira. 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2004). 
Um exemplo de pagamento de royalties por uso da tecnologia 
de terceiros são os transgênicos. Veja reportagem que ilustra 
esse caso, que divide os deputados da Câmara: alguns defendem 
o patenteamento de produções transgênicas para incentivar 
pesquisas, enquanto outros querem proibi-lo para preservar 
espécies nativas. 
72
Universidade do Sul de Santa Catarina
Nesse contexto, o conhecimento passa a figurar como fator de 
produção, como o capital físico, o capital humano e a mão de 
obra, ou seja, nesse sentido tem-se claro que é preciso investir na 
produção de conhecimento, assim como se investe em capital fixo 
e na educação dos trabalhadores.
Produtores reclamam que royalties reduzem lucros de 
produções transgênicas - 19/10/2012 
No Brasil, desde o início da década de 90, são cultivadas 
variedades de soja, milho e algodão que sofreram modificações 
genéticas para ficarem resistentes a herbicidas e pragas. 
Apesar de a transgenia também ser capaz de criar plantas 
mais produtivas, os agricultores brasileiros atestam que não há 
diferença entre transgênicos e plantas convencionais.
Agricultores economizam com agrotóxicos, mas têm de pagar 
royalties pelas sementes.
Se por um lado o agricultor economiza em defensivos agrícolas 
quando cultiva transgênicos, por outro tem que pagar royalties à 
empresa que produz a semente modificada. 
O produtor paranaense Gilberto Pivoto explica que, no início, 
a empresa não cobrava royalties, isso tornava o produto 
transgênico mais lucrativo do que o convencional, por causa da 
facilidade no cultivo. Com a cobrança, no entanto, o agricultor 
afirma que a vantagem desapareceu.
O agrônomo e assessor técnico da organização não 
governamental Agricultura Familiar e Agroecologia, Gabriel 
Biancone Fernandes, critica o patenteamento de sementes. “O 
interesse das empresas maior é vender as sementes transgênicas, 
porque elas são patenteadas e feitas para o uso casado com 
agrotóxicos. Com o passar do tempo, elas vão tirando do 
mercado, sobretudo de soja e de milho, as sementes comuns e 
deixam o produtor praticamente sem opção.”
Fonte: CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2012. Produtores reclamam que royalties 
reduzem lucros de produções transgênicas. Disponível em: <http://www2.
camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/428223-PRODUTORES-
RECLAMAM-QUE-ROYALTIES-REDUZEM-LUCROS-DE-PRODUCOES-
TRANSGENICAS.html>. Acesso em: 11 mar. 2013. 
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/428223-PRODUTORES-RECLAMAM-QUE-ROYALTIES-REDUZEM-LUCROS-DE-PRODUCOES-TRANSGENICAS.html
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/428223-PRODUTORES-RECLAMAM-QUE-ROYALTIES-REDUZEM-LUCROS-DE-PRODUCOES-TRANSGENICAS.html
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/428223-PRODUTORES-RECLAMAM-QUE-ROYALTIES-REDUZEM-LUCROS-DE-PRODUCOES-TRANSGENICAS.html
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/428223-PRODUTORES-RECLAMAM-QUE-ROYALTIES-REDUZEM-LUCROS-DE-PRODUCOES-TRANSGENICAS.html
73
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
Investimentos em novos conhecimentos geram 
externalidades, como explicou Romer: A criação de 
novos conhecimentos por uma firma produz efeitos 
externos positivos sobre as possibilidades de produção 
de outras firmas, porque o conhecimento não pode ser 
perfeitamente patenteado ou mantido secreto. E o que 
é mais importante: a produção de bens de consumo 
como uma função do estoque de conhecimento e outros 
insumos exibe retornos crescentes; maisprecisamente, o 
conhecimento pode ter um produto marginal crescente. 
(ROMER apud SOUZA, 1995, p.10).
Nessa perspectiva, segundo Souza e Oliveira (2005, p.220),
O capital humano, o capital físico e a força de trabalho 
estão intimamente associados ao conhecimento técnico, 
gerado internamente, ou importado, e que se difunde 
entre os agentes produtivos, produzindo externalidades 
positivas e que são captadas pelas empresas. Para 
aumentar o PIB per capita, a sociedade precisa investir 
na saúde, educação geral e treinamento específico 
dos trabalhadores, bem como na produção de novos 
conhecimentos técnicos, além de capital físico. Os novos 
conhecimentos produzem externalidades positivas, que 
são apropriadas pelos agentes produtivos, elevando o nível 
da produção agregada.
Temos, então, um ciclo virtuoso, em que quanto mais 
investimentos forem feitos em educação e pesquisa, mais 
forte tende a ser o crescimento econômico, o qual vai se 
transformar em desenvolvimento econômico, dadas as variáveis 
qualitativas incorporadas aos agentes produtivos pelo acesso ao 
conhecimento.
As externalidades positivas vão se dar porque o conhecimento 
é um bem que só pode ser utilizado quando compartilhado, 
permitindo, assim, a difusão dos avanços tecnológicos.
As externalidades podem ser definidas como as alterações 
de custos e benefícios para a sociedade derivadas da 
produção de empresas, ou também como as alterações de 
custos e receitas da empresa devido aos fatores externos.
74
Universidade do Sul de Santa Catarina
Uma externalidade positiva é quando uma unidade 
econômica cria benefícios para outras, sem receber 
pagamentos por isso. Por exemplo, uma empresa treina a 
mão de obra, que acaba, após o treinamento, transferindo-
se para outra empresa;a beleza do jardim do vizinho, que 
valoriza sua casa; uma nova estrada; os comerciantes de um 
mesmo ramo que se localizam na mesma região.
Temos externalidades negativas (ou deseconomia 
externa), quando uma unidade econômica cria custos 
para outras, sem pagar por isso. Por exemplo, poluição e 
congestionamento causados por automóveis, caminhões e 
ônibus; uma indústria que polui um rio e impõe custos a 
atividades pesqueiras.
O conceito de externalidade revela a diferença entre 
custos privados e custos sociais. (VASCONCELOS; 
GARCIA, 2007, pp. 71-72). 
1.6 Inovações tecnológicas
Devido à importância que o conhecimento tem no modelo 
proposto, e ao fato de que o conhecimento é gerador de inovações 
tecnológicas, faz-se necessário entender o que vem a ser inovação 
tecnológica numa perspectiva dos modelos apresentados.
Outro ponto importante é que inovações tecnológicas não são 
somente representadas por inovações no produto, mas também 
por inovações na forma de organizar a produção.
Lemos (1999) destaca dois tipos de inovação: a radical e a 
incremental. Segundo esse autor, a inovação radical representa 
o novo, ou seja, o surgimento de um novo produto ou processo 
produtivo:
Algumas importantes inovações radicais, que causam 
impacto na economia e na sociedade como um todo e 
alteraram para sempre o perfil da economia mundial, 
podem ser lembradas, como, por exemplo, a introdução 
da máquina a vapor, no final do século XVIII, ou o 
desenvolvimento da microeletrônica, a partir da década de 
1950. Estas e outras inovações radicais impulsionaram a 
formação de padrões de crescimento, com conformação de 
paradigmas tecnoeconômicos. (LEMOS, 1999, p.124). 
75
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
Poderíamos ainda citar, a título de exemplo, a fotografia digital 
como uma inovação radical. Nesse caso específico tivemos um 
revés, pois o criador do processo foi tirado do mercado pelo 
processo criado, como no caso da Kodak, citado a seguir. 
Kodak: como a era digital se voltou contra um de seus 
criadores - 21/01/2012
A caça que se virou contra o caçador. O fim do momento Kodak. 
Ironias com a concordata da empresa criada por George Eastman 
em 1880 e registrada como marca em 1888 não faltaram na 
mídia internacional com a notícia dada na quinta-feira e que há 
tempos assombrava uma das maiores e mais antigas companhias 
do setor. O ponto crucial dessa história - que para muitos ganhou 
contornos de tragédia - é que foi a Kodak quem inventou a 
câmera fotográfica digital, símbolo dessa “era” que pôs um fim, 
ou quase, na importância dos filmes, seu principal filão.
A empresa que já foi responsável por vender 90% do filme 
utilizado nos Estados Unidos e desenvolveu um filme, o 
Kodachrome, tão amado por fotógrafos amadores e profissionais 
que Paul Simon escreveu uma canção a respeito, finalmente 
sucumbiu à revolução digital que deixou seus produtos 
obsoletos. Mesmo o Kodachrome, um slide e filme produzido por 
74 anos, exaltado por sua nitidez, durabilidade e tons vibrantes, 
morreu em 2009. Ao longo dos seus anos, entretanto, ele foi um 
ícone da marca amarela e vermelha: foi usado para fazer filmes 
de Hollywood durante o século XX, incluindo 80 ganhadores de 
Melhor Filme no Oscar, para gravar a coroação da rainha em 1953 
e usado por Neil Armstrong para fazer close-ups na superfície 
lunar na missão Apollo 11.
Muito da veia criativa da Kodak foi herdada de Eastman, 
que tinha uma doença degenerativa e tirou sua própria vida 
em 1932, mas que durante décadas influenciou a Kodak e 
uma sucessão de inovações. Mas não pelos seus quase 132 
anos. Para Nancy West, da Universidade de Missouri, citada 
pela Reuters, Eastman havia exercido tal influência sobre a 
empresa que quando ele morreu a Kodak rapidamente se 
transformou numa companhia ligada à nostalgia. “Nostalgia é 
adorável, mas ela não permite que as pessoas sigam em frente”, 
disse ela, que já estudou a empresa a fundo.
76
Universidade do Sul de Santa Catarina
Além da inovação radical, temos a inovação incremental, que se 
refere basicamente à melhoria nos processos produtivos ou no 
produto.
Segundo Lemos (1999, p. 125),
inúmeros são os exemplos de inovações incrementais, 
muitas delas imperceptíveis para o consumidor, podendo 
gerar crescimento de eficiência técnica, aumento da 
produtividade, redução de custos, aumento de qualidade 
e mudanças que possibilitem a ampliação das aplicações 
de um produto ou processo. A otimização de processos 
de produção, o design de produtos ou a diminuição na 
utilização de materiais e componentes na produção de um 
bem podem ser considerados inovações incrementais.
A primeira câmera da Kodak data de 1900. Pouco mais de meio 
século depois, em 1975, eles criavam a primeira câmera digital, 
um protótipo do tamanho de uma torradeira que precisava de 
23 segundos de exposição para produzir uma imagem de 0,01 
megapixel em preto e branco.
“A Kodak foi a primeira empresa a criar a câmera digital, mas 
naquela época, a maioria de seus lucros vinha da vendas de 
produtos químicos utilizados nos filmes e eles tinham medo de 
investir em algo novo, porque achavam que podia prejudicar o 
seu negócio tradicional”, disse Olivier Laurent, editor de notícias 
do British Journal of Photography. “Quando eles perceberam, o 
mercado digital tinha chegado para ficar, ultrapassado o filme e 
todos os concorrentes da Kodak tinham câmeras digitais muito 
superiores. As câmeras Kodak nunca foram boas e a empresa 
perdeu a reputação conquistada com o ‘momento Kodak’”.
Em 1992, Don Strickland, ex-vice-presidente da Kodak, disse 
segundo o The Guardian que a empresa estava pronta para dar 
espaço em seu negócio para as câmeras digitais, mas que seus 
chefes vetaram a ideia com medo de uma “canibalização do filme”.
Fonte: KODAK: como a era digital se voltou contra um de seus criadores. Terra. 
Negócios e TI, Disponível em: <http://tecnologia.terra.com.br/negocios-e-ti/
kodak-como-a-era-digital-se-voltou-contra-um-de-seus-criadores,19382feb71
1ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>. Acesso em: 11 mar. 2013. 
http://tecnologia.terra.com.br/negocios-e-ti/kodak-como-a-era-digital-se-voltou-contra-um-de-seus-criadores,19382feb711ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.htmlhttp://tecnologia.terra.com.br/negocios-e-ti/kodak-como-a-era-digital-se-voltou-contra-um-de-seus-criadores,19382feb711ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
http://tecnologia.terra.com.br/negocios-e-ti/kodak-como-a-era-digital-se-voltou-contra-um-de-seus-criadores,19382feb711ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
77
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
As inovações são fundamentais para o desenvolvimento 
econômico, como defendeu Schumpeter (1988), pois além de 
representar melhorias, exigem investimentos em educação e 
ciência, gerando assim o conhecimento, que por meio delas irá se 
materializar.
Com relação ao modelo de Romer, as inovações não são 
consideradas bem público, portanto, o investimento em 
pesquisa e desenvolvimento pelas empresas acaba gerando 
aumento de competitividade, o que seria uma vantagem gerada 
especificamente a essas empresas. 
Segundo Dias (1999, p.85), 
A inovação concede uma vantagem específica a quem 
a produz, na medida em que garante certo grau de 
monopólio e, consequentemente, um rendimento 
suplementar. Devido às melhorias trazidas pela inovação 
e à exclusividade que possui o inovador, este pode praticar 
um preço acima do custo marginal (isto é, do preço de 
concorrência perfeita). Esta vantagem específica constitui 
a motivação para o investimento em P&D. Ora, como 
os rendimentos crescentes provenientes das inovações 
técnicas são internos à firma, tem de se abandonar o 
quadro de concorrência perfeita.
Mesmo permitindo o uso exclusivo por seus detentores, as 
inovações no modelo de Romer assumem características de não 
rivalidade, ou seja, podem ser usadas por outros mediante venda 
ou concessão.
Dessa forma, ao concederem vantagens aos seus 
produtores, as inovações incentivam as empresas 
a realizarem investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento.
Além da inovação e do capital humano, o papel do governo é 
outro fator importante elencado por Romer, sendo determinantes 
para o crescimento e o desenvolvimento econômico. Como 
afirma Porter (1989, p. 758), “O papel adequado do governo é 
78
Universidade do Sul de Santa Catarina
animar ou mesmo empurrar as empresas para que aumentem suas 
aspirações e passem a um nível superior de feitos competitivos, 
embora esse processo possa ser desequilibrador e mesmo 
desagradável.”
Seção 2 - Etapas do crescimento econômico
O crescimento econômico não acontece de maneira aleatória, mas 
segue uma determinada sequência. Nesse entendimento, Rostow 
(1961[1960]) propôs cinco etapas pelas quais passa uma economia 
e que são determinantes para seu desenvolvimento. São elas:
1. Sociedade tradicional: sociedade caracterizada por 
uma economia de subsistência, em que a produção é 
consumida pelos próprios produtores;
Com características frequentemente identificadas como 
problemas, sobretudo situadas ao nível da produção 
(produtividade, rendimento do trabalho, pertinência 
tecnológica etc.), a sociedade tradicional é definida 
em relação à sociedade moderna, confundindo-se 
essa última com a produção capitalista industrial. O 
retrato que ele traça da sociedade tradicional começa por 
um ponto que se mostra central nessa caracterização: a 
insuficiência de recursos. (CANDIDO, 1999, p.5).
2. Transição: surgem, na economia, excedentes para a 
comercialização com o exterior, mediante suporte de 
infraestrutura e transporte;
3. Take-off: cresce a industrialização e os trabalhadores 
migram do campo para as atividades de manufatura;
4. Impulso para a maturidade: inovação tecnológica oferece 
apoio a uma industrialização diversificada. Segundo 
Candido (1999, p.6):
Neste momento, um país que se coloca no caminho 
correto deve reunir uma série de elementos para preparar 
a decolagem, tais como: a existência de um espírito 
empreendedor, disseminado entre os elementos mais 
79
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
capazes e talentosos; a existência de bancos; a criação de 
uma infraestrutura (estradas de ferro, comunicações) 
que favoreça os deslocamentos das pessoas e 
das mercadorias e cuja construção signifique 
investimento para a criação e o movimento de 
riquezas; o alargamento do comércio exterior e interno; 
um Estado concentrado e eficiente. Considerando que o 
país já reuniu as condições necessárias para dar um salto 
de qualidade, a ideia de progresso econômico aí aparece e 
se recobre de uma intensa positividade.
5. Consumo de massa: a renda per capita cresce a um ponto 
de os ganhos auferidos por um grande número de pessoas 
cobrirem muito mais que apenas suas necessidades de 
subsistência.
As etapas do crescimento elencadas por Rostow precisam ser 
entendidas a partir de uma realidade histórica, pois deslocadas do 
contexto não conseguem explicar, de modo geral, a realidade de 
todos os países.
Seção 3 - Teoria evolucionária do desenvolvimento 
econômico
Ao sairmos da ideia de crescimento econômico para a ideia 
de desenvolvimento econômico, temos uma transformação 
importante, pois o conceito de desenvolvimento vai de encontro 
a novos conceitos e implicações, bem como suplanta velhos 
conceitos, que tiveram implicações importantes na visão do 
crescimento econômico.
Tendo o crescimento como uma variável quantitativa e o 
desenvolvimento como uma variável qualitativa, faz-se necessário 
uma nova abordagem conceitual. 
Segundo essa abordagem, ao pensarmos o desenvolvimento, 
segundo Souza (1995, p. 201), “incorporamos a noção de 
mudanças de estruturas econômicas, sociais, culturais e 
tecnológicas.”
80
Universidade do Sul de Santa Catarina
O processo histórico vivenciado pelas sociedades é, em 
determinados momentos, incapaz de promover mudanças; 
mas em outros momentos é capaz de alterar profundamente 
os rumos das sociedades. Ao alterar os rumos da sociedade, 
criando novos arranjos sociais, políticos, econômicos e culturais, 
entre outros, dizemos que esse processo é constituído de 
acontecimentos evolutivos (SOUZA, 2005), tendo como base a 
teoria evolucionista. 
Isso porque a teoria evolucionista diferencia dos economistas 
clássicos a variável meio sociocultural e institucional, 
considerando-a como uma variável endógena, que afeta e é 
afetada pelas variáveis econômicas, enquanto os clássicos a 
consideravam uma variável exógena. (SOUZA, 2005).
Entender como se dá o processo de crescimento em determinado 
lugar e determinada época tem sido a função da teoria do 
desenvolvimento ao longo do tempo. Diferentes compreensões 
surgiram ao longo dos anos, atribuindo o crescimento a fatores 
específicos, como a tecnologia, a poupança, novas descobertas, o 
papel do Estado, que são vistos como fatores interagindo.
Segundo Souza (1995, p.203), “o comportamento dos diferentes 
agente econômicos sofre a influência dessas variáveis na dinâmica 
do crescimento. A motivação dos agentes econômicos, como a 
análise schumpeteriana demonstrou, forma o móbil que está por 
trás dessa dinâmica.”
Nesse sentido, Guha, citado por (Souza, 1995, p.203), afirma 
que essa motivação é biológica, enquanto para Marx a motivação 
é econômica, como já vimos. Vamos estudar a seguir um pouco 
sobre as ideias de Guha. 
3.1 Teoria Evolucionista de Guha
Como ponto de partida, Guha, citado por Souza (1995, p.203), 
afirma que
81
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
O processo evolucionário desenvolveu as armas da 
sobrevivência e os meios de adaptação ao meio; e todos os 
produtos resultantes de habilidades especificas do homem 
– sua cultura, sua tecnologia, seus modos de organização 
social, política e econômica – não podem ser entendidos a 
não ser em termos de seu valor adaptativo.
Para Guha, o crescimento econômico é uma extensão do processo 
evolutivo, sendo que o comportamento do homem em relação ao meio 
é um contínuo adaptar-se. Nesse processo, o homem procura obter 
especializações e vantagens comparativas, sendo que sua organização 
social e econômica se dá em função do meio (SOUZA, 1995). No 
sentido da destruiçãocriadora, que está em continua transformação, a 
tese de Guha vai de encontro às ideias de Schumpeter.
Segundo Rezende (1998, p.2), 
A abordagem evolucionista ou neoschumpeteriana é 
uma corrente teórica que rompeu com os pressupostos da 
teoria econômica clássica, notadamente com a crença do 
equilíbrio e da racionalidade perfeita dos agentes. Entre 
os principais pontos da corrente neoschumpeteriana estão 
as considerações sobre a descontinuidade do processo de 
desenvolvimento, incerteza no processo decisório, entre 
outros. Destaca-se como o elemento mais importante 
dessa teoria, a consideração de que a inovação tecnológica 
é o processo motor do desenvolvimento, que desenvolve 
vantagens competitivas e promove a seleção das empresas 
no mercado. A base para o desenvolvimento da teoria 
evolucionista foi dada por Schumpeter no início do século.
Nessa concepção, a inovação representa o elemento principal e o 
que desencadeia o processo de desenvolvimento.
De acordo com a teoria evolucionista, desenvolvida a 
partir da década de 1970, a tríade de fatores de produção 
(capital, mão de obra e recursos naturais) não abarca 
mais os únicos fatores que asseguram o progresso de uma 
nação. Além desses fatores, o conhecimento e a inovação 
são hoje preponderantes para o desenvolvimento. Sem o 
conhecimento não é possível utilizar a tríade dos fatores de 
produção de forma a ganhar competitividade. Somente ter 
conhecimento também não basta; a inovação é a aplicação 
desse conhecimento na prática, e gera novos produtos e 
novos processos. O evolucionismo estuda a economia sob a 
lente do progresso técnico, expresso pelas inovações. (DE 
AQUINO, 2004, p.25).
82
Universidade do Sul de Santa Catarina
Segundo Dosi, citado por Rezende (1998, p.3), “O enfoque 
evolucionista se preocupa em compreender como se dá o 
processo de inovação dentro das empresas”, e também como essas 
administram o conhecimento e o transformam em inovação.
Nesse sentido, Lemos (1999, p.132) afirma que:
Desde o pós-guerra, vem se reconhecendo, 
paulatinamente, que a produtividade e competitividade 
dos agentes econômicos depende cada vez mais da 
capacidade de lidar eficazmente com a informação para 
transformá-la em conhecimento (...) apontou-se para 
uma tendência de aumento da importância dos recursos 
intangíveis da economia – particularmente nas formas 
de educação e treinamento da força de trabalho e do 
conhecimento adquirido com investimento em pesquisa e 
desenvolvimento.
Com isso, podemos concluir que o investimento em educação e 
qualificação vai ser gerador de inovação e de desenvolvimento.
Síntese
Ao longo desta unidade, você pôde conhecer as principais teorias 
do crescimento econômico, suas bases e seus principais pontos 
de convergência e divergência. Os estudos feitos não objetivaram 
esgotar o tema, mas apresentar os pressupostos fundamentais 
de cada teoria estudada e assim fomentar novos estudos e novas 
compreensões acerca desse tema.
Além disso, você estudou as principais teorias do crescimento, 
conheceu as etapas que se dá o processo de crescimento, bem 
como os aspectos evolutivos que fazem parte do processo.
83
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 3
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) No modelo de crescimento econômico de Solow, sem progresso 
tecnológico, a taxa de crescimento do produto real da economia, no 
estado estacionário, é igual a/à:
a. ( ) Taxa de inflação do ano anterior;
b. ( ) Taxa de poupança interna;
c. ( ) Zero;
d. ( ) Taxa de crescimento da força de trabalho;
e. ( ) 3% ao ano
2) Sobre o Modelo de Romer, assinale a alternativa incorreta:
a. ( ) A economia é composta por três setores: o setor de pesquisa 
e desenvolvimento, o setor de bens intermediários e o setor de 
bens finais.
b. ( ) A população e a força de trabalho permanecem constantes ao 
longo do tempo, assim como o estoque de capital humano. 
c. ( ) A criação de novos conhecimentos por uma firma produz efeitos 
externos positivos sobre as possibilidades de produção de outras 
firmas, porque o conhecimento não pode ser perfeitamente 
patenteado ou mantido secreto.
d. ( ) A tecnologia é bem rival, e não excludente, á medida que se 
uma firma usa uma determinada tecnologia, essa não pode ser 
mais usada por mais nenhuma firma.
e. ( ) O progresso tecnológico é resultado da busca intencional de 
lucros por parte das firmas.
84
Universidade do Sul de Santa Catarina
3) A inovação tecnológica assume um papel importante no 
desenvolvimento econômico, dado que para aumentar seus lucros 
as empresas investem em novos produtos e novos processos. Nesse 
sentido, explique a diferença entre inovação radical e inovação 
incremental.
Saiba mais
HIRSCHMAN, A. Estratégia do Desenvolvimento 
Econômico. Rio de Janeiro: Editora Fundo da Cultura, 1960.
4
Objetivos de aprendizagem
 � Aprofundar os conhecimentos sobre a CEPAL e sua 
contribuição para o crescimento da América Latina.
 � Conhecer a teoria da dependência e sua gênese.
 � Aprofundar o conhecimento sobre o processo de 
desenvolvimento brasileiro.
Seções de estudo
Seção 1 A CEPAL e o desenvolvimento latino-americano
Seção 2 Desenvolvimento econômico brasileiro
UNIDADE 4
Desenvolvimento segundo a CEPAL 
e o desenvolvimento no Brasil
86
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
O desenvolvimento econômico é um tema efervescente nos 
estudos econômicos, sociológicos e da geografia. Tamanha a 
sua importância, formular políticas para o desenvolvimento 
corresponde a melhorar a vida da sociedade. Dessa forma, a 
partir do Surgimento da ONU – Organização das Nações 
Unidas, esse tema tem gerado ações práticas, no sentido de 
compreender os motivos do atraso de determinados países em 
relação a outros.
Nesse sentido, a ONU criou, no Chile, a Comissão Econômica 
para América Latina e Caribe (CEPAL), com o objetivo de 
compreender e desenvolver estratégias desenvolvimentistas na 
América Latina.
Nesta unidade, vamos conhecer a CEPAL e as principais 
formulações desse órgão.
Vamos também entender o processo de desenvolvimento 
brasileiro, suas dificuldades e avanços.
Seção 1 - A CEPAL e o desenvolvimento latino-
americano
Com a criação da CEPAL (Comissão Econômica para América 
Latina e Caribe), o desenvolvimento nos países caribenhos e 
latino-americanos começa a ser pensado. Surgida após a Segunda 
Guerra Mundial, essa comissão passa a ter uns instrumentos da 
ONU para estudar e fomentar o desenvolvimento como estratégia.
A preocupação básica da CEPAL era a de explicar o 
atraso da América Latina, em relação aos chamados 
centros desenvolvidos, e encontrar a forma de superá-
lo. Neste sentido, a análise enfocava, de um lado, as 
87
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
peculiaridades da estrutura socioeconômica dos países da 
“periferia”, ressaltando os entraves ao “desenvolvimento 
econômico”, em contraste com o dinamismo das estruturas 
dos centros avançados; e, de outro lado, centrava-se nas 
transações comerciais entre os parceiros ricos e pobres do 
sistema capitalista mundial que, ao invés de auxiliarem 
o desenvolvimento da periferia, agiam no sentido de 
acentuar as disparidades (MANTEGA, 1985, p.34).
Até então, as abordagens existentes sobre o crescimento econômico 
na América Latina eram fruto de conhecimento empírico, sendo 
este o ponto de partida para os estudiosos que estavam à frente 
da CEPAL, ou seja, entender o contexto histórico e as suas 
implicações no crescimento econômico na região.
Nesse sentido, o documento produzido por Raul Prebisch, em 
1949, para um seminário interno da CEPAL, passa a ser, então, 
documento que vai orientar os estudos feitos pelos economistas 
dessa comissão, e Raul Prebish tornou-seo principal nome do 
pensamento desenvolvimentista latino-americano.
Consulte o documento orientador dos estudos feitos na 
CEPAL: “El desarrollo económico de la América Latina 
y algunos de sus principales problemas” (PREBISCH, 
1949), que traz uma versão regional da economia do 
desenvolvimento, indicado no Saiba Mais desta unidade. 
Os principais pensadores da CEPAL que vão somar forças junto 
a Prebisch são: Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, 
Oswaldo Sunkel, Aníbal Pinto, Fernando Fajnzylber, entre outros.
1.1 O pensamento cepalino
Bielschowsky (2000, p.18) divide o pensamento da CEPAL em 
cinco fases:
1. As origens e anos 1950: industrialização;
2. Os anos 1960: “reformas para desobstruir a 
industrialização”;
88
Universidade do Sul de Santa Catarina
3. Os anos 1970: a reorientação dos “estilos” de 
desenvolvimento na direção da homogeneização social e 
na direção da industrialização pró-exportadora;
4. Os anos 1980: a superação do endividamento externo via 
“ajuste com crescimento”;
5. Os anos 1990: a transformação produtiva com equidade.
Partindo da ideia de que as relações de trocas entre os países 
periféricos e os do centro, esses industrializados, dá-se de forma 
prejudicial aos países periféricos, agrícolas e atrasados. Assim, está 
se contrariando o pensamento dominante que o livre comércio 
e a especialização levariam à propagação do progresso e a 
difusão técnica. Sobre isso, Prebish (1949) questiona a Teoria das 
Vantagens Comparativas, ao defender que os países exportadores 
de matéria-prima são prejudicados, pois não recebem os 
incrementos de produtividade auferidos pelos países ricos.
A deterioração dos termos de troca acontece, segundo Prebish, 
porque ao trocar bens primários via exportação, por produtos 
industrializados via importação, o poder de compra dos países 
exportadores é reduzido, uma vez que os preços dos produtos 
primários tendem a cair em relação aos industrializados, 
necessitando aumentar continuamente as exportações, para 
fazer frente às necessidades internas não supridas pela ausência 
de indústrias.
As causas do atraso dos países periféricos da América Latina se 
relacionam à falta de dinamismo de suas estruturas produtivas, 
baseadas em produtos primários e dependentes dos mercados 
consumidores dos centros. (MANTEGA, 1985).
Dessa forma, segundo Bastos e Silva (1995, p.175), 
“contrapondo-se à ideia de que as causas do subdesenvolvimento 
são os obstáculos internos, as análises da CEPAL destacaram as 
relações entre países, baseando-se na concepção centro-periferia”.
Conforme Souza (1995), havia a ideia de um crescimento 
empobrecedor, dado que o aumento das exportações reduz os 
preços dos produtos exportados, pressionados pelo crescimento 
da oferta; o que, por sua vez, aumenta as importações, devido 
89
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
ao crescimento da renda interna. Ou seja, o aumento das 
exportações é anulado pelo aumento no preço das importações.
Outro fato levantado por Prebish foi a demanda dos produtos 
primários em relação à demanda dos manufaturados. Segundo 
Mantega, (1985, p. 37), “a demanda de bens manufaturados 
crescia muito mais rapidamente do que a demanda de bens 
primários, devido a estes últimos representarem uma proporção 
decrescente da demanda global, à medida que a renda da 
população aumente.”
1.2 O caminho para o desenvolvimento
Partindo da ideia de que, no livre mercado, as economias 
periféricas não conseguirão romper o subdesenvolvimento devido 
a sua condição de agrário-exportadoras e consumidoras de bens 
industrializados importados, a CEPAL propõe a implementação 
de uma política de industrialização, tendo como característica 
principal o desenvolvimento “para dentro”, que foi chamado de 
modelo de substituição de importações.
Segundo Bastos e Silva (1995, p. 176), 
A partir da constatação da deterioração dos termos 
de intercâmbio, desenvolveu-se o argumento de que 
a industrialização dos países periféricos poderia 
reverter a situação. A industrialização deveria iniciar-
se com a produção dos bens que eram importados e 
para os quais havia mercado consumidor. A estratégia 
recomendada era, então, um processo de industrialização 
pela substituição de importações. Uma vez iniciada, a 
industrialização reduziria a dependência com relação 
aos manufaturados exportados pelo centro, aumentaria 
o emprego e a renda interna, expandindo o mercado 
doméstico e propiciando a expansão da indústria. 
Mediante a industrialização e a expansão do mercado 
interno, os benefícios do progresso técnico na produção 
de manufaturados seriam mantidos no próprio país. 
A industrialização era, assim, o único meio de que 
dispunham os países periféricos para captar parte dos 
frutos do progresso técnico e levar progressivamente o 
nível de renda da população.
90
Universidade do Sul de Santa Catarina
O modelo de substituição de importações, de acordo com 
Tavares (1972, p.35), era “ um processo de desenvolvimento 
parcial e fechado que, respondendo às restrições de comércio 
exterior, procurou repetir aceleradamente, em condições 
históricas distintas, a experiência de industrialização dos países 
desenvolvidos”.
Esse modelo tinha no Estado o agente preponderando, 
puxando para si a tarefa de promover o crescimento econômico, 
fornecendo infraestrutura, poupança e capacitação para a 
indústria nacional.
Caberia ao Estado o papel de ordenar a execução da 
expansão necessária à industrialização, captando e 
orientando recursos financeiros nacionais e internacionais e 
promovendo investimentos diretos em setores prioritários 
e naqueles em que a iniciativa privada fosse insuficiente, 
assim como propiciar a cooperação técnica externa nestes 
países (HAFFNER, [1950-1961], 2002, p.11).
Como vimos, alguns elementos foram centrais nas proposições 
da CEPAL para o desenvolvimento, como a mudança do modelo 
desenvolvimentista e a participação efetiva do estado como agente 
indutor do processo desenvolvimentista.
Conforme Mantega (1985), o modelo proposto pela CEPAL 
assume caráter nacionalista, apontando como caminho a 
substituição de importações com busca de poupança externa, 
dada a escassez de capital dos países latino-americanos.
1.3 Os resultados alcançados
Os resultados alcançados com o modelo de substituição de 
importações proposto pela CEPAL não foram os esperados, 
devido alguns entraves, como afirma Furtado (1985), sendo 
que houve um processo de industrialização dos países latino-
americanos que ensejou crescimento econômico, mas, devido à 
concentração de renda, ao êxodo e à pobreza rural, não aconteceu 
o processo de desenvolvimento. 
91
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
Conforme Mantega (1985, p.42), 
Ao postular o desenvolvimento capitalista, a CEPAL 
pressupunha que essa forma de organização econômica 
traria benefícios socais gerais não apenas para a burguesia 
industrial, que era uma parcela reduzida da população, 
como também para as demais classes e grupos sociais 
(trabalhadores, classe média, etc.) que se constituíam no 
grosso da nação.
Celso Furtado, um dos teóricos do modelo de desenvolvimento 
para dentro, deixa claro a sua frustração por não ter atingido 
o estágio de desenvolvimento esperado com o processo 
de industrialização, a partir do modelo de substituição de 
importações.
Naquela época, dávamos por certo que o desenvolvimento 
econômico e sua mola principal, a industrialização, eram 
condição necessária para resolver os grandes problemas 
da sociedade brasileira: a pobreza, a concentração de 
renda, as desigualdades regionais. Mas demoramos a 
perceber que estavam longe de ser condição suficiente. 
Daí que a consciência de êxito que tive na fase inicial 
de avanço da industrialização haja substituída por 
sentimento de frustração (FURTADO, 2000. p.20).
Mesmo alcançando os resultados propostos, o processo de 
industrialização, a estratégia da CEPAL não foi bem sucedida 
em modificar as condições sociais, aumentando a concentraçãode 
renda e piorando a situação da população.
Independente dos resultados alcançados pelo modelo, que não 
agradaram aos teóricos da CEPAL, é inegável a contribuição 
desse organismo para a economia latino-americana e dos seus 
principais expositores, pois seus pensadores ousaram ir de 
encontro aos problemas, estudá-los e apresentar propostas para 
a sua solução.
92
Universidade do Sul de Santa Catarina
1.4 Teoria da dependência- uma abordagem neocepalina
Além de estudar e propor modelos para o desenvolvimento 
latino americano, a CEPAL, por meio de seus pesquisadores, 
contribuiu para o conhecimento e a compreensão dos entraves ao 
desenvolvimento da região. 
Saindo da perspectiva da pobreza, como uma das explicações 
para o baixo crescimento, a CEPAL trouxe à tona aspectos que 
iam além da economia e dos recursos econômicos, criando a 
teoria da dependência, que procurou colocar luz nas razões do 
não desenvolvimento latino americano, mesmo após o processo 
de industrialização idealizado pelo mesmo órgão.
A teoria da dependência surgiu em meados da década 
de 1960, parte como uma reação ao aparente fracasso 
da análise e das propostas dos estruturalistas. Os 
teóricos da dependência argumentam que a estratégia de 
industrialização baseada na substituição das importações 
deixou de produzir crescimento sustentado nos países 
menos desenvolvidos em razão da permanência das suas 
condições econômicas e sociais tradicionais (GILPIN, 
2002, p. 311).
As razões para o não desenvolvimento não foram motivadas 
unicamente pelo fracasso do modelo de substituição de 
importações, mas pela sua incapacidade de modificar as 
estruturas econômicas e sociais da região.
Fernando Henrique Cardoso, um dos grandes expoentes da 
teoria da dependência, afirma que a dependência existe porque 
os interesses dos países subdesenvolvidos são determinados pelas 
nações desenvolvidas.
A dependência da situação de subdesenvolvimento 
implica socialmente uma forma de dominação que se 
manifesta por uma série de características no modo 
de atuação e na orientação dos grupos que no sistema 
econômico aparecem como produtores ou como 
consumidores. Essa situação supõe, nos casos extremos, 
que as decisões que afetam a produção ou o consumo 
de uma economia dada são tomadas em função da 
dinâmica e dos interesses das economias desenvolvidas. 
(CARDOSO; FALETTO, 2004, p.39).
93
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
Dos Santos (2002, p.25) afirma que o fator determinante para 
o não desenvolvimento foi a forma como essas economias se 
integraram à economia mundial.
O caminho do desenvolvimento econômico que havia 
sido realizado pelas nações europeias, pelos EUA e 
pelo Japão era impossível de ser repetido, porque a 
conformação do subdesenvolvimento nas economias 
latino-americanas e, da mesma forma, na Ásia e 
na África, não era simplesmente um resultado de 
conservação de economias pré-capitalistas, mas sim 
um resultado da forma como essas economias foram 
integradas na economia mundial.
Cardoso e Faletto reforçam a ideia de que os sistemas políticos e 
econômicos funcionam de forma conjunta, e que a dependência 
é determinada pelos interesses do sistema político, que tem 
predominância sobre o econômico. Ou seja, primeiro viriam 
os interesses políticos e depois os econômicos. “A noção de 
dependência alude diretamente às condições de existência e 
funcionamento do sistema econômico e do sistema político, 
mostrando a vinculação entre ambos, tanto no que se refere ao 
plano interno do país como ao plano externo”. (CARDOSO e 
FALETTO, 2004, p. 27).
Machado (1999), argumenta que as economias latino-americanas 
não se desenvolveram dadas a sua situação de dependência da 
Europa, num primeiro momento, e dos Estados Unidos num 
segundo momento. De acordo com este autor,
A América Latina experimentou, ao longo dos séculos, 
um crescimento vegetativo à sombra da Europa e dos 
Estados Unidos, situando-se praticamente fora da 
própria historicidade do Ocidente. Na forma da sua 
inserção aos domínios ultramarinos europeus está a 
origem do subdesenvolvimento e da dependência, que 
se prolongaram no tempo. A ocidentalização desses 
espaços iniciou-se com o sistema colonial, confrontando 
o modo de produção agroextrativista com os padrões 
de produção, acumulação de capital, práticas e teorias 
mercantis e, posteriormente, monopolistas-industriais. 
Daí que o capitalismo tardio e dependente latino-
americano decorreu originalmente de contingência 
histórica. (MACHADO, 1999, p.4).
94
Universidade do Sul de Santa Catarina
O capitalismo tardio vai se dar, portanto, em função do atraso 
das economias latino-americanas, ao romperem com a fase 
escravagista e ingressarem no capitalismo mundial.
Seção 2 - Desenvolvimento econômico brasileiro
Dentro do contexto latino-americano, o Brasil, a partir dos 
pensadores brasileiros membros da CEPAL, começa a pensar o 
processo de desenvolvimento nacional, tendo como característica 
histórica a dependência externa, ocasionada pelo processo de 
colonização.
Segundo Brum (1999, p.118), “a dependência caracteriza-se como 
uma situação econômica social e política no qual determinada 
sociedade tem sua estrutura e funcionamento condicionados pelas 
necessidades de outras nações mais poderosas que exercem sobre 
ela dominação.”
Um aspecto importante levantado por Brum (1999) é que a 
dependência só se configura quando existe interesse interno 
de setores importantes da sociedade, que de forma geral são 
favorecidos.
Quanto à história brasileira, Brum (1999) identifica três grandes 
fases da dependência:
 � Fase 1: Os três primeiros séculos, que compreendem o 
período colonial brasileiro e latino-americano;
 � Fase 2: O período de emancipação política do Brasil 
(em 1822), que ocorreu quando a Europa ingressava 
numa nova era – a Revolução industrial – liderada pela 
Inglaterra, em que essa tinha necessidade de matérias-
primas para as suas fábricas, de produtos agrícolas para 
as suas populações urbanas e de mercados para seus 
produtos industrializados. O vínculo de dependência é 
fortalecido em relação ao país líder da industrialização.
95
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
 � Fase 3: O período da segunda revolução industrial e o 
fim da Primeira Guerra Mundial, quando os Estados 
Unidos assumem a liderança mundial. Novamente, 
o vínculo de dependência é mantido, tendo o Brasil 
como fornecedor de insumos e consumidor de produtos 
industrializados e de tecnologia.
Marini (2000, p. 145) confirma a assertiva de Brum, afirmando que:
A industrialização latino-americana corresponde assim a uma 
nova divisão internacional do trabalho, em cujo âmbito se 
transfere aos países dependentes etapas inferiores da produção 
industrial [...], reservando-se para os centros imperialistas 
as etapas mais avançadas [...] e o monopólio da tecnologia 
correspondente.
Ainda segundo Brum (1999, p.119), “com tais vínculos externos, 
o Brasil cumpriu, historicamente, em maior ou menor grau, uma 
função subalterna em relação aos centros mundiais dominantes.”
Essa relação de dependência e dominação é clarificada também 
pelo antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro (2007, p. 23):
Nestas análises, partimos do pressuposto, geralmente 
aceito, de que o desenvolvimento geraram, simultânea 
e correlativamente, as economias metropolitanas e as 
coloniais, conformando-as como um sistema interativo 
integrado por pólos mutuamente complementares de 
atraso e de progresso. E configuraram as sociedades 
subdesenvolvidas, não como réplicas de estágios passados 
das desenvolvidas, mas como contrapartes necessárias à 
perpetuação do sistema que ambas compõem.
Complementado, Darcy Ribeiro (2007, p.39) afirma que “as 
nações latino-americanas foram contidas e condicionadas em seu 
desenvolvimento pelos desígnios dos seus novos dominadores que 
operavam no sentido de perpetuar sua condição de economias 
complementares e subalternas.”
Para entendermos o desenvolvimento econômico brasileiro, 
adotaremosa cronologia de Argemiro Brum, em seu livro 
Desenvolvimento Econômico Brasileiro (2003), segundo a qual 
96
Universidade do Sul de Santa Catarina
o primeiro modelo econômico adotado pelo Brasil teria sido o 
exportador, entre os anos de 1500 e 1930, conforme veremos a 
seguir. 
2.1 Modelo econômico primário – exportador (1500 – 1930)
O primeiro momento do processo de desenvolvimento brasileiro 
vai do ano de 1500 até 1930, período colonial. O Brasil segue 
dependente de Portugal até 1822, e após a independência, o 
vínculo vai se transferir para a Inglaterra, marcando esse período 
pela questão financeira. 
Segundo Brum (1999, p.121), 
Nesse longo período da história brasileira, os interesses 
da classe senhorial, representado apenas por dois por 
cento da sociedade, dominaram o cenário do país. 
O poder econômico e o poder político estiveram 
concentrados, de fato e forma quase absoluta nas mesas 
pessoas: os senhores da terra ( latifundiários).
Sempre ligados aos interesses externos, os senhores de terra 
faziam com que fosse refletida internamente a dominação 
externa. Não tinham uma relação de pertença com o Brasil, 
pois seus interesses estavam fora do país. Seus filhos estudavam 
nas escolas estrangeiras, suas mulheres vestiam roupas 
confeccionadas no estrangeiro, por isso sua relação com o país se 
dava numa perspectiva de exploração.
Nesse período, vão acontecer inúmeros focos de resistência e 
de revolta da população, mas que não vão modificar a estrutura 
dominante, política e econômica.
Já no plano internacional, o colonialismo e o mercantilismo 
estavam no seu auge, dando origem aos descobrimentos de novas 
terras (BRUM, 199, p.123), “determinando a orientação da 
economia e a vida na sociedade em formação.”
As colônias, nesse período, sofriam influência do mercantilismo, 
segundo o qual só poderia haver lucro de um país, ou seja, 
97
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
numa relação econômica entre dois países, um sempre sairia em 
prejuízo, conforme já estudamos. 
Um reflexo do modelo colonialista brasileiro implantando por 
Portugal no Brasil foi a organização imposta de fora, ou seja, todas 
as formas de organização eram uma prerrogativa da metrópole, 
criando, assim, um país dependente, organizado a partir dos 
interesses dos outros, o que reflete na atualidade. Assim, conforme 
Brum (1999, p.125), “(...) ainda hoje temos dificuldade de gerar 
formas próprias de organização, de renová-las e adequá-las à 
realidade mutante, ou de fazê-las funcionar a contento”.
Como podemos ver, ainda sentimos os reflexos do modelo 
colonialista, dependente dos interesses externos, visto que as 
classes dominantes ainda mantêm uma mentalidade entreguista.
2.2 Tentativas de industrialização e ciclos econômicos
Graças aos tratados de 1654 e de 1703, com a Inglaterra, 
Portugal abandonou o projeto de desenvolver sua indústria, 
consumindo diretamente manufaturados da Inglaterra. 
Pelos tratados acima citados, os ingleses tinham o direito de 
negociar diretamente com as colônias, e em troca era garantida a 
entrada de vinhos portugueses na Inglaterra. (BRUM, 1999).
Nesse período, a economia brasileira passou por três ciclos 
econômicos bem definidos, o ciclo do açúcar, do ouro e do café.
Segundo Brum (1999, p.31), 
o ciclo pode ser definido como o período em que 
determinado produto, beneficiando-se da conjuntura  
favorável do momento, constitui-se no centro dinâmico 
da economia, atraindo as forças econômicas – capital 
e mão de obra – e provocando mudanças em todos os 
outros principais setores da sociedade.
O ciclo do ouro modificou a estrutura da sociedade brasileira, 
mesmo essa enfrentando as condições impostas externamente.
98
Universidade do Sul de Santa Catarina
O ciclo do ouro fez surgir, na região de minas, uma classe 
abastada. [...] diferente da sociedade rural açucareira, 
estruturou-se graças à relativa distribuição da riqueza 
decorrente da extração aurífera e à implantação de 
atividades agropastoris diversificadas [...] ocorrendo 
assim em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, em menor 
escala, um surto manufatureiro de relevante importância. 
(BRUM, 1999, p.128).
Ainda sobre o ciclo do ouro, Furtado (1998, p.34-35) coloca que 
O ciclo do ouro constitui um sistema mais ou menos 
integrado, dentro do qual coube a Portugal a posição 
secundária de simples entreposto. Ao Brasil o ouro 
permitiu financiar uma grande expansão demográfica, 
que trouxe alterações fundamentais à estrutura de sua 
população, na qual os escravos passaram a constituir 
minoria e o elemento de origem européia, maioria: Para 
a Inglaterra o ciclo do ouro brasileiro trouxe vim forte 
estímulo ao desenvolvimento manufatureiro, uma grande 
flexibilidade à sua capacidade para importar, e permitiu 
uma concentração de reservas que fizeram do sistema 
bancário inglês o principal centro financeiro da Europa.
Como podemos ver, o ciclo do ouro permitiu um período 
de crescimento desassociado da metrópole, um crescimento 
endógeno. O fim desse momento, em que a manufatura 
começava a ganhar corpo, vai acontecer com o Alvará 1785, que 
proibia a manufatura no Brasil.
2.3 A independência 
A independência representou o fim das amarras coloniais com 
Portugal, coincidindo com o fim do mercantilismo e com o 
surgimento da Revolução Industrial, mas a estrutura colonial do 
Brasil permaneceu a mesma.
Segundo Brum (1999, p.153), “a independência foi pouco 
mais que um arranjo político de cúpula: manteve-se o regime 
democrático [...], a mesma estrutura econômica e o sistema 
escravagista, com uma sociedade dicotomizada e acentuada 
discriminação.”
99
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
Dessa forma, a mudança do status político não altera a situação 
econômica, e o país continua com características de colônia. 
Brum (1999) afirma que a autonomia política conquistada não 
foi suficiente para superar a situação colonial, porque o país não 
conseguiu implantar um projeto nacional que permitisse também 
a independência econômica e cultural.
A dependência continuou, permanecendo o país numa 
condição subalterna, mero reflexo das necessidades, dos 
interesses e das ações dos centros de poder mundial. Do 
mesmo modo que no período colonial, durante o império e 
a primeira república o Brasil continuou a desempenhar uma 
função econômica complementar. (BRUM, 199. P.154).
Essa condição de dependência vai perdurar até a década de 
1920, com o esgotamento da estrutura colonial brasileira. Esse 
esgotamento Brum (1999) vai chamar de Crise de Transição 
da década de 1920, período em que o mundo vive momentos 
importantes, como a Primeira Guerra mundial, que vai mudar o 
centro hegemônico mundial da Europa para os Estados Unidos, a 
Segunda Revolução Industrial, a Revolução Socialista na Rússia, 
e outros acontecimentos que vão desencadear mudanças políticas 
e econômicas significativas em diversos países.
 Na economia, mudanças importantes acontecem também no 
Brasil, como a crise do café. Alcoforado (2000, p.101) apresenta a 
situação que se desenrolava no período em análise:
O modelo agrário-exportador que prevaleceu no Brasil 
do período colonial até 1930 tinha como principais 
interessados na sua manutenção a classe de latifundiários 
e os setores agroexportadores. Este modelo se esgotou 
em consequência da crise econômica mundial, que 
afetou profundamente as exportações do Brasil para 
o mercado internacional a partir do crack da Bolsa de 
Nova Iorque em 1929, da emergência de uma burguesia 
industrial comprometida com a modernização do país e 
o desenvolvimento nacional e da crise política resultante 
da eleição fraudulenta para a sucessão do então presidente 
Washington Luís que redundou na Revolução de 30 e na 
ascensão ao poder de Getúlio Vargas. 
100
Universidade do Sul de Santa Catarina
A ascensão de Vargas ao poder vai marcar definitivamente a 
transição do modelo agrário-exportador para a industrialização. 
Nesse sentido, as palavras de Wilson Cano (1998) mostram 
claramenteo rumo que o país tomou.
No período de 1929/33 se altera o caráter principal do 
antigo padrão de acumulação (o modelo “primário-
exportador” ou “o desenvolvimento para fora”). Ou 
seja: a dominação que as exportações exerciam sobre a 
determinação do nível e ritmo da atividade econômica 
do país passaria a segundo plano. A partir desse 
momento, seria a indústria o principal determinador 
do nível de atividade. No dizer de Furtado, dar-se-ia o 
deslocamento do centro dinâmico da economia nacional 
(CANO, 1998, p.172).
O papel do Estado passa a ser agente econômico fundamental 
no modelo que se propõe no período que se inicia na década 
de 1930, com o governo Getúlio Vargas. Mesmo já tendo 
participação na economia em períodos anteriores, nesta década, 
o Estado assume o processo de desenvolvimento da economia, 
chamando para si as principais funções nesse processo, e age 
como parceiro dos agentes econômicos privados.
Exemplo disso foram as crises do café, em que o Estado 
comprava o excedente, permitindo que a oferta não excedesse 
a demanda, fortalecendo o papel de agente interventor da 
economia.
Assume, portanto, no governo Vargas, a tarefa de ser o agente 
dinamizador do desenvolvimento econômico, agindo como 
empresário, regulador, financiador das atividades econômicas e 
fornecedor de bens e serviços.
A participação do governo brasileiro na economia já havia 
começado a ser delineada com a fundação do Banco do Brasil em 
1808, por D. João VI, além de algumas fábricas que visavam a 
atender a Coroa Portuguesa no Brasil. Depois da Independência, 
podemos citar diversas iniciativas de intervenção, segundo 
Rezende (1988):
101
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
 � 1858: criação da Estrada de ferro D. Pedro II; 
 � 1890: criação da Companhia de navegação Loyd 
Brasileiro e a criação de ferrovias federais, que chegaram, 
na década de 1950, a compor 94% da malha ferroviária;
 � 1940: criação da Fábrica Nacional de Motores (FNM); 
 � 1941: criação da Cia. Nacional de Álcalis; 
 � 1941: criação da CSN e Acesita; 
 � 1942: criação da Cia. Vale do Rio Doce; 
 � 1953: criação da Petrobras;
 � 1957: criação das Centrais Elétricas Furnas; 
 � 1956: criação da Usiminas; 
 � 1960: criação da Cosipa; 
 � 1961: criação da Eletrobrás, na área de abastecimentos e 
armazenagens; 
 � 1962: criação da Cibrazem e Cobal;
 � 1963: criação da Docenave, na área de navegação; 
 � 1964: criação do Serpro, Embratel, Embraer, 
Embrafilme; 
 � 1972: criação da Telebrás; 
 � 1972: criação da Infraero, Hidrelétrica de Itaipu;
 � 1975: criação da Portobras, Imbel.
As funções econômicas do governo no período que vai de 1947 
a 1970 também foram muito expressivas. Atuando diretamente 
como empresário, o Estado criou um número significativo 
de autarquias, que saltam de pouco mais de 30 no início do 
período para mais de 80 na década de 70, atuando nos diversos 
102
Universidade do Sul de Santa Catarina
segmentos da economia. Entre as mais expressivas, Rezende 
(1988) cita as autarquias ligadas à construção de estradas, portos, e 
desenvolvimento regional, como: DNER, IAA, INM, SUDENE, 
CMN, DPNVN, DNOS, CNEM, SUDAM, entre outras. 
Essas autarquias representaram um aumento considerável nas 
receitas correntes da União, representando aproximadamente 
70% de todas as receitas. Em contrapartida, no cumprimento de 
seu papel de fomento do desenvolvimento, representaram uma 
participação no investimento estatal de 4,4% do PIB em 1969. 
(SILVA, 1980).
Segundo Riani (1997, p.46), “existiam em 1984 aproximadamente 
317 empresas estatais no Brasil; desse total, 62% tinham suas 
atividades voltadas para o setor produtivo.”
Mesmo com esses avanços no processo de industrialização da 
economia brasileira, ele vai acontecer de forma tardia em relação 
aos centros desenvolvidos.
Segundo Brum (1999, p.206), “A industrialização tardia é 
uma característica da econômica brasileira, que vai entrar na 
era industrial com 150 anos de atraso em relação às nações 
pioneiras”.
Enquanto a Inglaterra e os Estados Unidos usufruíam dos 
avanços trazidos pela Revolução Industrial, o Brasil relutava em 
acabar com a escravidão.
Brum (1999) divide a industrialização brasileira em três fases, 
marcadas como prioridade pela política governamental.
a) Fase da produção de bens de consumo não durável;
b) Fase da produção de bens de consumo durável;
c) Fase da produção de bens de capital e de insumos 
básicos.
Na primeira fase, que vai até meados dos anos 1950, a 
produção visava a atender a demanda imediata, tendo como 
características o uso de matéria-prima e mão de obra local, um 
processo artesanal (industrial de base familiar), e uma produção 
103
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
espalhada pelo território ocupado, dependente, em grande 
parte, das importações de bens de capital para uso no processo 
de industrialização. Os principais segmentos da fase industrial 
foram o têxtil, alimentação, bebidas, vestuário, utensílios 
domésticos e instrumentos de trabalho. (BRUM, 1999).
A segunda fase foi marcada pela produção de bens de consumo 
duráveis, quando se fez necessário o aperfeiçoamento da 
infraestrutura, especificamente em energia, comunicações 
e transportes. A propaganda começa a se dar num processo 
intenso, o que vai dinamizar o consumo e a indústria.
A terceira fase é caracterizada pela produção de bens de capital 
e de insumos básicos, marcando o processo de substituições de 
importações.
2.4 O Estado brasileiro como regulador
O controle estatal brasileiro assumiu importância fundamental 
por permitir que a economia se desenvolvesse de forma 
equilibrada, não havendo a ocorrência de grandes sobressaltos, 
principalmente nos preços.
A criação de mecanismos de controle de preços de serviços de 
utilidade pública fez com que o Estado interviesse no setor elétrico, 
por exemplo, vindo a ser o principal fornecedor de energia. 
Foi criado o CIP (Conselho Interministerial de Preços), em 
1968, com o objetivo de criar mecanismos de controle e combate 
à inflação, controlando os preços dos setores-chave da economia 
(RIANI, 1997).
Em 1979 foi criada, no âmbito da Presidência da República, a 
Secretaria Especial de Abastecimento e Preços (SEAP), sendo 
sucedida, em 1990, pelo Departamento de Abastecimento e 
Preços, subordinado à Secretaria Nacional de Economia, do 
extinto Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento.
Na continuação da política reguladora no governo brasileiro, 
foi criada, em 1992, no âmbito do Ministério da Fazenda, a 
Secretaria de Política Econômica, que, desmembrada, dois 
anos depois, deu origem à Secretaria de Acompanhamento 
104
Universidade do Sul de Santa Catarina
Econômico. Atualmente, o órgão regulador é a Secretaria 
de Acompanhamento Econômico – SEAE, criada em 1985, 
como resultado do desmembramento da Secretaria de Política 
Econômica do Ministério da Fazenda. Com o papel de fazer o 
acompanhamento de preços e o reajuste de tarifas públicas, essa 
Secretaria herdou parte de estrutura de unidades do Executivo 
responsáveis, no passado, pelo controle de preços da economia, a 
exemplo do extinto Conselho Interministerial de Preços (CIP).
A questão do acompanhamento econômico, no entanto, é 
bastante anterior à criação da SEAE, remetendo-se à Comissão 
Nacional de Estímulo à Estabilização de Preços (CONEP), 
criada em 23 de fevereiro de 1965, no âmbito da SUNAB. A 
CONEP estava autorizada a conceder estímulos de caráter fiscal 
ou a restringir o aumento de preços, aumentando-os somente 
com autorização prévia.
O processo de intervenção do governo se fortalece também no 
setor financeiro (RIANI, 1997). O Banco do Brasil e Banco 
Central, por meio do sistema fiscal, passaram a exercer rígidos 
controles sobre o crédito, pelos Bancos Estaduais de Crédito e 
de Desenvolvimento, e de uma série de órgãos de administração 
indireta, que aumentam significativamente as atividades do 
governo.
Com a criação do Sistema Financeiro Nacional, em 1964, por 
meioda Lei 4595, conhecida como Lei da Reforma Bancária, 
foram criados inúmeros órgãos reguladores, com a finalidade de 
disciplinar e regular o sistema financeiro.
2.5 O Estado brasileiro como financiador das atividades 
econômicas
Além de se tornar o principal empresário, o Estado percebeu 
a necessidade de fazer investimentos e de reconhecer que esses 
recursos representavam uma soma vultuosa. Nessa linha, foi 
criado, em 1908, o Banco do Brasil, destinado a conceder 
crédito agrícola; a Caixa Econômica, para o crédito imobiliário; 
e o BNDES, criado pela Lei nº 1628 de 20/06/1952 como 
autarquia federal.
105
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
O BNDES assumiu o papel de agente financiador do projeto 
de desenvolvimento brasileiro, fortalecendo o setor empresarial 
nacional, corrigindo desequilíbrios regionais e atuando também 
como sócio, avalista e garantidor de operações financeiras 
internacionais (PINHEIRO, 2002).
Outros bancos foram criados além do BNDES, como o 
BASA (Banco da Amazônia), o BNB (Banco do Nordeste 
Brasileiro) e outros bancos regionais, que assumiram a função 
de financiar o desenvolvimento do país. Estudaremos esse tema 
mais profundamente quando estudarmos o Sistema Financeiro 
Nacional.
Os bancos de desenvolvimento e os estaduais tiveram, portanto, 
um papel importante no processo de crescimento econômico 
registrado nas décadas de 1950 até 1970, financiando as 
atividades geradoras de emprego e renda.
2.6 O papel de Juscelino Kubitschek no processo de 
desenvolvimento brasileiro
Eleito presidente em 1955, com o slogan “Cinquenta anos em 
cinco”, Juscelino Kubitschek teve como ponto forte o plano 
de metas, baseado em cinco setores: energia, transportes, 
alimentação, indústria de base e educação e a construção de 
Brasília, marcando, assim, o planejamento como instrumento de 
governo no Brasil.
Conceição Tavares (1978, p.72) destaca no período do governo 
de JK a forte participação do Estado e a abertura para o capital 
internacional privado.
De 1956 a 1961 entramos na terceira fase de 
desenvolvimento do pós-guerra, que se caracterizou por 
dois fatores mais destacados: o aumento da participação 
direta e indireta do Governo nos investimentos e a entrada 
de capital estrangeiro privado e oficial para financiar 
parcela substancial do investimento em certos setores.
106
Universidade do Sul de Santa Catarina
Os resultados alcançados são referenciados por Skidmore (1996, 
p.204):
Entre 1955 e 1961, a produção industrial cresceu 80% 
(em preços constantes), com as porcentagens mais altas 
registradas pelas indústrias de aço (100%), indústrias 
mecânicas (125%), indústrias elétricas e de comunicações 
(380%) e indústria de equipamentos de transportes 
(600%). De 1957 a 1961, a taxa de crescimento real foi de 
7% ao ano e, aproximadamente, 4% per capita.
Os avanços alcançados na economia brasileira no período 
em estudo trouxeram também grandes contradições, como a 
concentração econômica na região sudeste, especificamente 
em São Paulo, acentuando os desequilíbrios regionais, o 
enfraquecimento da empresa privada nacional em detrimento da 
empresa estrangeira.
A economia brasileira apresentava um ritmo de crescimento 
declinante no início dos anos 60. Parecia terem-se esgotado as 
possibilidades de crescimento econômico com base na expansão 
da indústria de bens de consumo duráveis, que fora a mola 
propulsora no período anterior. 
Já no final do seu governo, JK começara a reduzir o volume de 
investimentos, deixando obras e transferindo problemas para o seu 
sucessor. Recorrera também a empréstimos externos de curto prazo 
e a emissões de moeda, com reflexos posteriores no agravamento 
do serviço da dívida e na elevação dos índices de inflação.
Segundo Brum (1999), a inflação saltou de 47,79% ,em 1961, 
para 79.87%, em 1963, em contrapartida, o crescimento do PIB 
caiu de 8,6% para 0,6% no mesmo período, no governo de João 
Goulart. 
Outros fatores também podem ser elencados, como o balanço de 
pagamentos com o exterior, que apresentava sucessivos déficits. A 
dívida externa total, superior a três bilhões de dólares, exigia mais 
de 30% do valor das exportações para pagamentos de amortizações 
e juros. O Fundo Monetário Internacional (FMI) pressionava 
para que o governo adotasse um plano econômico de rigorosa 
austeridade, dentro dos padrões ortodoxos (BRUM, 1999).
107
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
Como resposta ao momento econômico, João Goulart lança o 
Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, que 
tinha como bases:
O Plano Trienal adotava uma linha de austeridade com 
vistas ao saneamento financeiro e contemplava exigências 
do FMI quanto à política monetária e fiscal, à redução 
dos gastos públicos e à contenção dos salários, com o 
objetivo de restaurar as finanças públicas, controlar a 
inflação e alcançar a estabilidade econômica e financeira. 
Tratava-se de medidas necessárias, mas de caráter 
um tanto recessivo e implicavam perda, ao menos 
momentânea de poder aquisitivo para os assalariados, 
o que conflitava com a base política do partido e do 
governo (BRUM, 1999, p. 268).
No período seguinte, que vai de 1964 a 1984, será caracterizado 
pelo regime militar. Em março de 1964, o movimento militar 
destituiu o governo Goulart e levou à presidência o Marechal 
Castelo Branco (1964-1967). Em novembro do mesmo ano, foi 
apresentado o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), 
o qual tinha como principais objetivos: acelerar o ritmo de 
desenvolvimento econômico e conter o processo inflacionário.
Segundo Abreu (1992), os objetivos do PAEG eram os seguintes:
1. Acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico, 
interrompido nos dois anos anteriores;
2. Conter, de maneira progressiva, a inflação, regulando os 
preços nos anos de 1964 e 1965, com o objetivo de que se 
estabilizem a partir de 1966;
3. Atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais, 
assim como as tensões criadas pelos desequilíbrios 
sociais, mediante a melhoria das condições de vida;
4. Assegurar, pela política de investimentos, oportunidades 
de emprego produtivo à mão de obra que continuamente 
aflui ao mercado de trabalho;
108
Universidade do Sul de Santa Catarina
5. Corrigir a tendência a déficits descontrolados do balanço 
de pagamentos, que ameaçam a continuidade do processo 
de desenvolvimento econômico, pelo estrangulamento 
periódico da capacidade de importar.
Para Lacerda (2000, p.104)
O PAEG mantinha os objetivos básicos dos discursos 
dos desenvolvimentistas, retomada do desenvolvimento, 
via aumento dos investimentos; estabilidade de preços; 
atenuação dos desequilíbrios regionais; e correção dos 
déficits do balanço de pagamentos, que periodicamente 
ameaçavam a continuidade do desenvolvimento. As 
prioridades imediatas eram, interinamente, o controle 
da inflação, e externamente, a normalização das relações 
com os organismos financeiros internacionais.
Como resultado do PAEG, Brum (1997, p.322) afirma que se 
alcançou a estabilização e preparou-se o país para o crescimento 
econômico.
Ultrapassada a fase de estabilização, o país estava 
preparado para uma nova etapa de expansão econômica. 
O crescimento econômico acelerado passou a ser a 
preocupação central. Seu carro-chefe, a expansão 
industrial, sobretudo a indústria de bens de consumo das 
camadas alta e média da sociedade e os setores industriais 
que produziam esses bens. Um modelo econômico 
característico de sociedades em elevado estágio de 
desenvolvimento e com alto padrão de vida. 
No período seguinte, que se estende de 1967 a 1973, presenciou-
se grande expansão na economia brasileira, fase que ficou 
caracterizada como o “milagre brasileiro”. A economia obteve um 
crescimento acelerado de taxas médias anuais de 10%, enquanto 
a inflação apresentava índices relativamente baixos, com média 
anual de 20% (BRUM, 1997).
O quadro abaixo mostra a evolução dos indicadores econômicos 
no período de 1968 a 1973, o que caracteriza o milagre 
econômicobrasileiro.
109
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
Quadro 4.1 - Indicadores macroeconômicos – 1968 a 1973 
Indicadores selecionados 1968 1969 1970 1971 1972 1973
Tx. do cresc. do PIB (%) 11,2 10,0 8,8 11,3 11,9 14
Inflação (IGP, dez./dez., var. %) 25,5 19,3 19,3 19,5 15,7 15,6
Invest. (% PIB a preços correntes) 18,7 19,1 18,8 19,9 20,3 20,4
Saldo da balança comercial (em US$ milhões) 26 318 232 -344 -241 7,0
Fonte: Brum (1992, p.323).
A expansão econômica do período foi favorecida por inúmeros 
fatores, como mostra Alves (1984, p.146):
Havia um clima favorável aos investimentos econômicos: 
saneamento da economia e das finanças públicas; 
estabilidade sociopolítica; embora sob a égide de 
um grande regime autoritário; perspectivas seguras 
de expansão e lucratividade dos empreendimentos 
econômicos; restauração da confiança dos investidores. O 
crescimento econômico que se operou a partir de então 
se deve, principalmente, ao aumento dos investimentos 
estrangeiros e a um amplo programa de investimento 
do Estado, financiando com recursos de instituições 
internacionais de crédito. 
Um fator importante que deve ser considerado foi o 
endividamento externo, que vai se agravar a partir de 1970, com 
o financiamento da expansão econômica. No ano de 1960, a 
dívida externa bruta era de 2,1 bilhões de dólares, chegou a 21,2 
bilhões em 1975 e a 91 bilhões em 1984 (BRUM, 1999).
O crescimento das desigualdades sociais também foi um fator 
marcante no período, como afirma Lacerda (2000, p.115)
O intenso crescimento que houve durante o milagre 
econômico trouxe grandes benefícios para as classes 
de maior renda, incluindo-se aí a parte da classe 
média assalariada que fornecia os quadros técnicos 
necessários à gestão da economia, como engenheiros, 
economistas, administradores, analistas de sistemas etc. 
A renda concentrou-se ainda mais, em consequência da 
diminuição do valor real do salário mínimo.
110
Universidade do Sul de Santa Catarina
Os setores que mais de destacaram, segundo Abreu et al. (1992, 
p. 239), foram:
O crescimento industrial foi particularmente 
significativo: no mesmo período 1968-73, a indústria 
de transformação cresceu á taxa média de 13,3% ao ano 
(com o máximo de 16,6% em 1973) e a indústria de 
construção (forte absorvedora de mão-de-obra) à taxa 
média ainda mais elevada, de 15% ao ano. Os serviços 
industriais de utilidade pública, incluindo principalmente 
a geração de energia elétrica, e que em boa parte 
estavam sob controle do governo apresentaram também 
crescimento anual da ordem de 12,1%.
Brum (1999) caracteriza o modelo de desenvolvimento no 
período militar como “periférico-associado-dependente”, quando 
comparado ao anterior, considerado “elitista-concentrador e 
excludente” no plano interno.
A fase seguinte, que vai de 1974 a 1979, é chamada por Brum 
(1999) de “O Projeto Brasil Potência”, materializada no Governo 
Geisel como o II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento).
Para Lessa (1982, p.23), o II PND tinha forte motivação para a 
descentralização econômica.
O II PND dispunha de uma estratégia que internaliza 
em seu coração a incorporação dos recursos das regiões 
periféricas. Esta diretiva, que apontava naturalmente para 
uma política de desconcentração industrial, foi reforçada 
de forma explícita à concentração de atividade industrial 
na área metropolitana paulista, perseguindo-se um 
equilíbrio no triangulo São Paulo-Rio-Belo Horizonte. 
Aqui a montagem de um polo industrial pesado em Belo 
Horizonte – iniciada no Governo Médice com a Fiat em 
Betim – é reforçada pelo II PND: prioridades para o polo 
mineiro e reforço na região do Rio com o aquinhoamento 
de projetos tipo CSN II(Itaguaí), Valesul (alumínio), 
Centrais Nucleares em Angra dos Reis, etc.
Outro ponto importante sobre o II PND era a relação proposta 
com a economia internacional:
111
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
A estratégia econômica externa, no próximo período, será 
condicionada, de um lado, pela necessidade de atender aos 
novos desafios decorrentes da situação mundial - petróleo, 
insumos básicos, negociações multilaterais de comércio - e, 
de outro pela determinação de realizar a maior integração 
com a economia internacional sem tornar vulneráveis os 
objetivos internos (II PND, 1974, p. 67).
Dadas as condições da economia, o projeto Brasil Potência tinha 
como metas, segundo Brum (1999): manter a performance do 
milagre com taxas de crescimento entre 8 e 10%, implantar um 
novo padrão de industrialização, diminuir as disparidades de 
renda e corrigir a distorção no setor de transportes, priorizando o 
transporte ferroviário e marítimo.
Os resultados alcançados pelo projeto Brasil Potência trouxeram 
avanços, como: o crescimento médio da economia em 6,9 %, e 
a expansão da indústria de bens de capital e de insumos básicos, 
petróleo, petroquímica, fertilizantes e celulose, completando a 
fase se substituições de importações. 
Outro aspecto importante foi a descentralização do crescimento 
econômico originada pelo II PND, com grandes projetos surgindo 
fora da região sudeste, como o II Polo Petroquímico de Camaçari, 
na Bahia, e Triunfo, no Rio Grande do Sul, entre outros.
Para aprofundar seus estudos sobre o período, leia as 
seguintes obras indicadas no Saiba Mais: 
 
LESSA, Carlos. Quinze anos de política econômica. 
São Paulo: Brasiliense, 1982. 
 
LAFER, Celso. JK e o programa de metas (1956-1961): 
processo de planejamento e sistema político no Brasil. 
Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.
No período que vai de 1980 a 1985, com João Figueiredo na 
presidência da república, entra em vigor o III Plano Nacional 
de Desenvolvimento. Os principais pontos do projeto foram 
(BRUM, 1999):
112
Universidade do Sul de Santa Catarina
 � Acelerado crescimento da econômica;
 � Melhoria na distribuição da renda;
 � Redução das disparidades regionais;
 � Equilíbrio do balanço de pagamentos;
 � Controle do endividamento externo;
 � Desenvolvimento da agropecuária;
 � Desenvolvimento do setor energético;
 � Controle da inflação;
 � Aperfeiçoamento das instituições públicas.
Os dois primeiros anos do plano apresentaram resultados 
econômicos importantes, que podem ser evidenciados pelo 
crescimento do PIB, que foi de 6,8% em 1979 e 9,2% em 1980, 
pelo Proálcool e pelo aumento da produção de petróleo no país, 
que vai responder por 40% do consumo total.
O sucesso do plano foi curto, graças ao cenário externo 
desfavorável, caracterizado por (BRUM, 1999): 
a) Segundo choque do petróleo, que duplicou o preço dos 
combustíveis, 
b) Recessão econômica dos países capitalistas;
c) Elevação das taxas de juros no mercado internacional;
d) Suspensão de novos empréstimos ao Brasil.
Esses fatores externos levam a economia à recessão, significando 
o fim do sonho dos governos militares.
113
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
Na década de 1980 e início dos anos de 1990, o 
Brasil viveu a sua terceira grande crise global aguda, 
decorrente da conjugação de vários fatores e várias 
circunstancias desfavoráveis, internas e externas. A 
extensão e a complexidade da crise advieram também da 
expressão populacional do país, das desigualdades e das 
contradições históricas da nossa sociedade, das mudanças 
ocorridas nas décadas anteriores, do tamanho e das 
características da economia brasileira e da natureza de 
seus vínculos com o exterior. Além de econômica, a crise 
era também social, política, moral, ética e psicológica. 
(BRUM, 1999, p. 419).
A crise nesta década de 1980 vai fazer com que seja conhecida 
como a “década perdida”.
Na tentativa de manter o crescimento econômico, o país utilizou-
se de capital externo, o que agravou seu quadro econômico. 
A dívida externa bruta subiu 209% e a dívida líquida, 
250%, no período de 1978 a 1984,representando um 
acréscimo médio de US$ 8 bilhões ao ano. A dívida 
interna elevou-se de Cr$0,5 trilhões para Cr$ 90,3 
trilhões (ou do equivalente a US$ 12,3 bilhões para US$ 
28,3 bilhões, pelo cambio oficial), de 1979 a 1984. O 
déficit em conta corrente saltou de US$ 5,8 bilhões em 
1978, para US$ 10,7 bilhões em 1979, para US$ 12,8 
bilhões em 1980, e para US$ 16,5 bilhões em 1982. A 
economia entrou em recessão, com o PIB apresentando 
queda de 4,3% em 1981 e de 2,9% em 1983, sendo que a 
media anual no triênio recessivo (1981-1983) foi de –2,1% 
(negativa). A inflação saltou para 77,2% em 1979, para 
110,2% em 1980 e para 223,8% em 1984. As reservas 
cambiais caíram de US$ 11,9 bilhões em 1978 para cerca 
de US$ 4,0 bilhões em 1982 e 1983. Mas essas reservas 
não estavam disponíveis. Eram constituídas de créditos 
que o Brasil tinha junto a devedores inadimplentes, como 
a Polônia, a Bolívia e outros. Era a crise cambial (falta de 
moeda forte – dólares – para atender a seus compromissos 
externos). (BRUM, 1999, p. 289).
Brum (1999) apresenta como razões para a crise brasileira o 
esgotamento do projeto de desenvolvimento e a falta de um novo 
projeto, não deixando de considerar como um fator importante a 
crise da dívida externa, que vai estancar a facilidade de acesso ao 
capital externo.
114
Universidade do Sul de Santa Catarina
Diante da moratória decretada pelo governo mexicano, 
no mês anterior, por incapacidade financeira daquele 
país, os dirigentes dos bancos credores internacionais 
deram-se conta de que haviam emprestado demais a 
muitos países que talvez não tivessem condições de 
cumprir pontualmente os compromissos financeiros 
assumidos. Receosos, suspenderam a concessão de 
novos empréstimos para financiar projetos e refinanciar 
automaticamente a dívida vincenda e os juros. E 
passaram a cobrar a conta. (BRUM, 1999, p. 428).
A falta de recursos vai significar a recessão, como afirma Brum 
(1999, p.430): “o país passou a conviver traumaticamente com os 
fantasmas da estagnação/recessão, do descontrole inflacionário e 
do agravamento dos problemas sociais, acrescidos de indecisões, 
tentativas frustradas e incertezas”.
Dessa forma, encerra-se o ciclo do governo militar, que vai se 
seguir pelo governo de transição eleito por eleição indireta, com 
Tancredo Neves e Jose Sarney, presidente e vice, respectivamente. 
Tancredo Neves não assume o governo, vindo a ocupar o cargo o 
vice-presidente José Sarney, cujo governo foi marcado pelo Plano 
Cruzado, que tinha como objetivo o combate à inflação.
No período que vai de 1990 até 1994, as características mais 
marcantes foram: a implementação dos planos Collor I e II, a 
abertura comercial, a criação do Mercosul e a adesão ao modelo 
neoliberal.
A abertura comercial, diante do fracasso dos planos econômicos, 
passa a ser um ponto importante do governo Collor, permitindo 
uma mudança na estrutura industrial.
A abertura provocou uma profunda reestruturação 
industrial no Brasil, trazendo benefícios para os 
consumidores pela maior disponibilidade de bens e 
serviços, com melhores preços e tecnologia, embora com 
impactos negativos sobre o nível de emprego. A abertura 
brasileira se deu em condições particulares, sem que os 
fatores de competitividade sistêmica fossem adaptados, 
o que provocou um desafio exemplar para os produtores 
locais. Estes ao contrario dos concorrentes internacionais, 
foram prejudicados com tributação e juros elevados, 
carência de infraestrutura e excessiva burocracia. (REGO 
e MARQUES, 2003, p. 204). 
115
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
Mesmo com os impactos positivos, as críticas ao processo de 
abertura se fazem justas, dado o contexto em que se encontravam 
as empresas brasileiras, que se demonstraram incapazes de se 
manterem competitivas.
A partir do Plano Collor, a economia brasileira entrou na era 
neoliberal, com políticas de privatização, redução da importância do 
Estado na economia, Estado e forte desnacionalização do capital.
Com a cassação do mandato de Collor, assume Itamar 
Franco, vice-presidente, que vai consolidar o Plano Real para 
estabilização da economia brasileira. Anunciado em 7 de 
dezembro de 1993, esse plano tinha como objetivo: 
Estabilizar a moeda e recuperar-lhe a confiança, atacando 
as causas básicas da inflação. O êxito na consecução 
desse objetivo imediato representaria o primeiro passo 
fundamental – para a nova etapa de desenvolvimento 
econômico e social, em bases sustentáveis e duradouras. 
Depois de mais de uma década de sucessivos fracassos e 
incertezas, o país passaria a ter um rumo, definindo-se 
as linhas gerais de um novo projeto nacional, em bases 
consistentes e com possibilidade real de implementação. 
(BRUM, 1999, p. 482).
O Plano Real e as etapas pós-real foram fundamentais para a 
estabilização da economia, rompendo com a ideia dos choques 
consecutivos em forma de planos econômicos. Porém, ainda não se 
conseguiu implementar um processo contínuo de desenvolvimento.
Na fase pós-real, a inflação caiu, o ambiente econômico 
tornou-se mais estável e previsível, mas a equação básica 
do crescimento não foi solucionada. Como a capacidade 
instalada não cresceu o quanto deveria, qualquer movimento 
de crescimento de consumo foi abortado por medidas 
de restrição ao credito, elevação dos juros e aumento dos 
empréstimos compulsórios, de forma que o crescimento 
tornou-se um subproduto, não o objetivo principal da 
política econômica. (REGO e MARQUES, 2003, p. 234).
Segundo Dowbor (2001, p.197), para alcançar o 
desenvolvimento, precisa-se romper com as políticas neoliberais, 
as quais fazem com que o crescimento econômico não dê conta 
de resolver os entraves ao desenvolvimento.
116
Universidade do Sul de Santa Catarina
O crescimento econômico, quando existe, não é 
suficiente. Nem a área produtiva, nem as redes de 
infraestruturas, nem os serviços de intermediação 
funcionarão de maneira adequada se não houver 
investimento no ser humano, na sua formação, na sua 
saúde, na sua cultura, no seu lazer, na sua informação. 
Em outros termos, a dimensão social do desenvolvimento 
deixa de ser um “complemento”, uma dimensão 
humanitária de certa forma externa aos processos 
econômicos centrais, para se tornar um dos componentes 
essenciais da transformação social que vivemos. 
(DOWBOR, 2001, p.197) 
Encontrar caminhos que levem o país ao desenvolvimento pleno 
é uma tarefa desafiadora para governos, estudiosos, empresários 
e sociedade em geral. Alcançar um modelo de desenvolvimento 
que leve em conta a dimensão humanitária é um dos desafios que 
está posto.
Síntese
Nesta unidade, apresentamos um retrato da economia latino-
americana, em que evidenciou-se o papel da CEPAL – Comissão 
Econômica para América Latina e Caribe e sua contribuição para 
o entendimento dos elementos que impediam o desenvolvimento 
da região, bem como aspectos gerais sobre seus principais 
teóricos, destacando-se Raul Prebish e Celso Furtado.
Também estudamos a Teoria da Dependência e sua contribuição 
para o entendimento do atraso econômico da América Latina em 
geral.
Por fim, apresentou-se um breve retrospecto do desenvolvimento 
econômico brasileiro, suas nuances, seus entraves e avanços 
até o Plano Real, uma vez que após esse período não tivemos 
a existência de outros planos, tampouco houve grandes 
modificações no processo econômico brasileiro.
117
Desenvolvimento Socioeconômico
Unidade 4
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) Sobre a CEPAL e seu papel no desenvolvimento da América Latina, é 
incorreto afirmar que:
a. ( ) Os estudos da CEPAL objetivavam explicar o atraso da América 
Latina em relação aos chamados centros desenvolvidos e 
encontrar a forma de superação desseatraso.
b. ( ) A abordagem da CEPAL sobre o crescimento econômico na 
América Latina era fruto de conhecimento empírico.
c. ( ) Um dos enfoques dos estudos de Raul Prebish foi contestar a 
teoria das vantagens comparativas, pois os países exportadores 
de matéria-prima são prejudicados, uma vez que não recebem os 
incrementos de produtividade auferidos pelos países ricos.
d. ( ) O pensamento cepalino desde a sua origem até os anos 50 tinha 
como enfoque a industrialização.
e. ( ) A ausência de desenvolvimento decorria da produção restrita a 
produtos primários, cuja demanda no mercado mundial tendia a 
ser pouco dinâmica, submetendo a periferia à deterioração dos 
termos de troca.
2) A CEPAL propõe a implementação de uma política de industrialização, 
tendo como característica principal o desenvolvimento “para dentro”. A 
partir dos estudos feitos, descreva (em torno de 10 linhas) como deveria 
se dar esse processo de desenvolvimento.
118
Universidade do Sul de Santa Catarina
Saiba mais
LAFER, Celso. JK e o programa de metas (1956-1961): 
processo de planejamento e sistema político no Brasil. Rio de 
Janeiro: Editora FGV, 2002.
LESSA, Carlos. Quinze anos de política econômica. São Paulo: 
Brasiliense, 1982.
PREBISCH, Raul. (1949): El desarrollo económico de la 
América Latina y algunos de sus principales problemas, Santiago 
de Chile, CEPAL. Reproducido en A. Gurrieri. La obra de 
Prebisch em la CEPAL, México, D.F., Fondo de Cultura 
Económica, 1982.
Para concluir o estudo
Ao longo desse livro, você teve a oportunidade de 
conhecer aspectos relacionados ao desenvolvimento 
socioeconômico, estudando seus principais conceitos e 
conhecendo a contribuição de economistas, sociólogos e 
historiadores sobre o tema.
Os conteúdos aqui estudados não pretendem dar conta 
de toda a temática que envolve o desenvolvimento 
socioeconômico, mas permitem um primeiro contato 
e assim despertar um interesse pelo tema, que é de 
fundamental importância para a academia.
Na unidade 1, você pôde conhecer as principais 
contribuições que os estudos sobre o crescimento e 
desenvolvimento econômico alcançaram para a ação do 
Estado.
Na unidade 2, apresentamos uma abordagem histórica 
do processo de desenvolvimento, contribuindo 
para o entendimento das dificuldades em conciliar 
desenvolvimento com crescimento econômico.
A seguir, na unidade 3, você estudou as principais teorias 
do crescimento e a busca por estratégias que permitam 
às nações encontrarem o caminho do crescimento 
econômico, e assim chegarem a um estágio mais 
avançado de desenvolvimento.
Por fim, na unidade 4, você pôde conhecer as principais 
contribuições da CEPAL e de como se deu o crescimento 
econômico brasileiro, que, como vimos, ainda não 
alcançou o estágio de desenvolvimento econômico.
Dessa forma, espero que essa leitura tenha contribuído 
para sua formação pessoal e profissional, por meio dos 
estudos aqui feitos.
Referências
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Sobre o professor conteudista
João Antolino Monteiro, graduado em ciências 
econômicas, 2002. Concluiu a especialização em gestão 
de marketing e em docência do ensino superior pela 
Universidade do Sul de Santa Catarina, em 2004. 
Atualmente, é professor titular da Universidade do Sul 
de Santa Catarina no ensino presencial e a distância. 
Desenvolve atividades de consultoria empresarial na 
incubadora de empresas CRIE – Centro Referência em 
Inovação e Empreendedorismo.
Respostas e comentários das 
atividades de autoavaliação
Unidade 1
1) A alternativa b é incorreta. 
2) Crescimento econômico pode ser definido como acréscimos 
no produto, enquanto desenvolvimento econômico 
representa melhoras na qualidade de vida. A diferença entre 
os dois é que crescimento é representado por uma variável 
quantitativa e desenvolvimento por uma variável qualitativa.
3) Fernandes mostra que o Brasil e a América Latina são 
caracterizados por uma economia de mercado capitalista, 
constituída para operar estrutural e dinamicamente como 
uma entidade especializada, ao nível da integração do 
mercado capitalista mundial; como uma entidade subsidiária 
e dependente, ao nível das aplicações reprodutivas do 
excedente econômico das sociedades desenvolvidas; e como 
uma entidade tributária, ao nível do ciclo de apropriação 
capitalista internacional, no qual ela aparece como uma 
fonte de incrementação ou de multiplicação do excedente 
econômico das economias capitalistas hegemônicas.
Unidade 2
1) A alternativa b é incorreta.
2) O Estado teve um papel importante para o desenvolvimento 
inglês, ao criar uma regulamentação comercial, a proteção 
internacional de interesses privados ingleses, como a abertura 
e preservação de novos mercados, evitar a queda da taxa de 
lucros e, então, do ritmo dos investimentos.
3) A alternativa e é incorreta.
130
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 3
1) A alternativa d é correta. 
2) A alternativa d é correta.
3) Inovação radical representa a novidade e a inovação incremental 
representa a otimização de processos de produção, o design de 
produtos ou a diminuição na utilização de materiais e componentes na 
produção de um bem.
Unidade 4
1) A alternativa b é incorreta. 
2) O primeiro passo do modelo proposto era produzir internamente os 
bens, antes importados, que fossem demandados pelos consumidores, 
fortalecendo, assim, o mercado interno. A base para o modelo foi o 
processo de substituição de importações.
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	Apresentação
	Palavras do professor
	Plano de estudo
	Crescimento e desenvolvimento econômico
	Abordagem histórica do processo de desenvolvimento
	Teorias do crescimento econômico
	Desenvolvimento segundo a CEPAL e o desenvolvimento no Brasil
	Para concluir o estudo
	Referências
	Sobre o professor conteudista
	Respostas e comentários das atividades de autoavaliação
	Biblioteca Virtual

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