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Processos psicológicos e doenças 
relacionadas ao trabalho
Apresentação
Com frequência, o tempo dos trabalhadores destinado às atividades laborais ultrapassa qualquer 
outro conjunto de atividades das suas rotinas. Isso significa que o trabalho se configura como um 
importante contexto de desenvolvimento, ocupando um lugar central na vida das pessoas. Neste 
sentido, observa-se que, desde a Revolução Industrial, há cerca de 200 anos, as condições de 
trabalho vêm apresentando danos à saúde física e mental dos trabalhadores. Estresse, Síndrome de 
Burnout, depressão e até mesmo suicídio são algumas das principais disfuncionalidades de ordem 
psicológica que frequentemente estão presentes nesse contexto.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará os processos psicológicos (com ênfase nos 
processos psicológicos básicos), aprenderá a relacioná-los com as disfuncionalidades relacionadas 
ao trabalho e, por fim, estudará sobre a produção de subjetividade pautada na hiperdemanda de 
trabalho na contemporaneidade.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o que são processos psicológicos básicos.•
Relacionar processos psicológicos com disfuncionalidades relacionadas ao trabalho.•
Explicar a produção de subjetividade, pautada pela hiperdemanda do trabalho na 
contemporaneidade.
•
Desafio
Os processos psicológicos podem ser entendidos como etapas ou mecanismos que ocorrem em um 
indivíduo e produzem mudanças em seu comportamento, pensamento ou emoção. Em geral, são 
divididos em processos básicos (incluindo sensação, percepção, atenção e emoção) e superiores 
(incluindo abstração, pensamento e linguagem).
Entre os processos psicológicos básicos, destaca-se a importância da sensação e da percepção na 
interação das pessoas com as situações que vivem. Pensando nisso, analise a seguinte situação:
Considerando a situação mencionada e os conceitos de sensação e percepção, responda:
a) Em qual momento da situação descrita é possível identificar o fenômeno da sensação? Explique 
brevemente o que caracteriza esse processo e qual característica definidora tornou possível a sua 
identificação nesse caso.
b) Em qual momento da situação é possível identificar o fenômeno da percepção? Explique o que 
caracteriza a percepção e como é possível identificá-la na situação descrita.
Infográfico
As disfuncionalidades ou as doenças relacionadas ao trabalho podem ter diversas origens. Em geral, 
elas ocorrem a partir da relação entre diversos fatores, tanto de nível pessoal (individual, particular 
de cada trabalhador) quanto contextual (englobando o ambiente físico e social em que a pessoa 
está inserida).
Neste Infográfico, você verá os cinco principais fatores que estão relacionados à ocorrência de 
disfuncionalidades no contexto laboral.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ba55cdfb-aece-4b63-853b-a9727b7e2793/cad90b71-7531-44fc-b197-2536aa9dc10e.png
Conteúdo do livro
Cada vez mais o trabalho está tomando uma proporção maior na vida das pessoas. O mercado de 
trabalho atual está formado por um número menor de trabalhadores atuando, que estão ganhando 
menos e realizando uma quantidade maior de atividades. Essa configuração acaba por acarretar em 
profissionais desgastados, com maior incidência de estresse, Síndrome de Burnout, entre outras.
No capítulo Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho, da obra Qualidade de Vida e 
Segurança no Trabalho, você verá como definir o que são os processos psicológicos básicos, 
relacionar processos psicológicos com disfuncionalidades relacionadas ao trabalho e explicar a 
produção de subjetividade pautada pela hiperdemanda do trabalho na contemporaneidade.
Boa leitura.
QUALIDADE DE VIDA 
E SEGURANÇA NO 
TRABALHO 
Sabine Heumann
Processos psicológicos 
e doenças relacionadas 
ao trabalho
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir processos psicológicos básicos. 
  Relacionar processos psicológicos com disfuncionalidades relacionadas 
ao trabalho.
  Explicar a produção de subjetividade, pautada pela hiperdemanda 
do trabalho na contemporaneidade.  
Introdução
Em geral, os processos psicológicos costumam ser divididos em básicos 
(incluindo atenção, sensação, percepção, emoção, etc.) e superiores 
(englobando abstração, linguagem, etc.), conforme discute Tamayo (2011). 
Compreender o funcionamento dos processos psicológicos é um im-
portante passo para discutir a produção de subjetividade e a relação 
homem-trabalho nos dias atuais. 
Neste capítulo, você vai conhecer um pouco mais dos processos 
psicológicos e suas relações com as doenças e disfuncionalidades 
relacionadas ao trabalho. Assim, você aprenderá a definir o que são 
processos psicológicos básicos, a relacionar processos psicológicos 
com disfuncionalidades relacionadas ao trabalho e a explicar a pro-
dução de subjetividade, pautada pela hiperdemanda do trabalho na 
contemporaneidade. 
Os processos psicológicos 
Os processos psicológicos foram alvo de estudos e discussões desde o iní-
cio da psicologia. Muitos estudiosos falam sobre eles, mas sua defi nição 
propriamente dita ainda é pouco explorada. Na maioria dos livros, o foco 
é apenas uma distinção entre processos psicológicos básicos e processos 
psicológicos de ordens superiores, e não se discute em profundidade sua 
defi nição conceitual (TAMAYO, 2011). Para compreender o que os caracteriza 
e, posteriormente, relacioná-los às disfuncionalidades relativas ao trabalho, 
você verá uma defi nição conceitual do que são processos psicológicos, com 
ênfase nos processos psicológicos básicos, e verá alguns dos processos para 
favorecer a compreensão. 
A definição conceitual de processos psicológicos 
Em linhas gerais, um processo psicológico pode ser entendido como uma 
série de etapas ou mecanismos que ocorrem em um organismo resultando 
em mudanças no comportamento, na emoção ou no pensamento. Sendo 
assim, pode-se dizer que os processos psicológicos são uma maneira de se 
explicar as mudanças nos comportamentos ou no estado de um indivíduo 
e, também, nas condições ambientais que desencadeiam essas mudanças 
(TAMAYO, 2011). 
De acordo com Tamayo (2011), como já mencionado, com frequência, a 
literatura costuma separar os processos psicológicos em processos básicos 
e superiores. De maneira simplificada, pode-se fazer a seguinte distinção:
  processos psicológicos básicos englobam: sensação, percepção, atenção, 
emoção, etc.; 
  processos psicológicos superiores englobam: abstração, pensamento, 
linguagem, etc.
Note que os processos psicológicos superiores são mais sofisticados do 
que os básicos, que seriam as formas mais simples de interação do indivíduo 
com o meio. Entretanto, há autores que defendem que essa distinção (básicos 
e superiores) é essencialmente didática, não uma realidade prática (TAMAYO, 
2011). De qualquer maneira, no escopo deste capítulo, você vai se aprofundar 
nos processos psicológicos entendidos como básicos. 
Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho2
De acordo com a definição proposta por Tamayo (2011), processos psicológicos podem 
ser compreendidos como etapas de um processo de mudança no comportamento, 
emoção ou pensamento de um indivíduo. Em geral, são divididos em processos psi-
cológicos básicos (que englobam sensação, percepção, emoção, atenção) e processos 
psicológicos superiores (que envolvem linguagem, pensamento e abstração). 
A partir da compreensão inicial, para dar continuidade aos objetivos deste 
capítulo, a partir de agora, veremos cada um dos processos citados: sensação, 
percepção, atenção e emoção. Assim, inicialmente, você verá de forma conjunta 
os processos de sensação e percepção e, posteriormente, verá os processos de 
atenção e emoção. Essa organização se dá devido à forte relaçãoe à proximi-
dade dos conceitos de sensação e percepção, o que será discutido mais adiante. 
Sensação e percepção 
Primeiramente, é importante destacar que sensação e percepção são temáticas 
que vêm sendo estudadas de maneira inter e transdisciplinar desde muito 
antes de que a psicologia existisse enquanto ciência. Para compreender os dois 
processos, vamos iniciar pela discussão do conceito de sensação (RIBEIRO; 
LOBATO; LIBERATO, 2009), que pode ser entendida como o primeiro con-
tato do sujeito com o ambiente (ou com um estímulo do ambiente). De forma 
sucinta, podemos pensar em sensação como um processo de detecção de 
estímulos oriundos do meio e de transmissão desses estímulos para o cérebro. 
Sendo assim, compreende o processo pelo qual os cinco sentidos (visão, tato, 
paladar, olfato e audição) apreendem informações do ambiente (FELDMAN, 
2015; GAZZANIGA; HEATHERTON; HALPERN, 2018).
O processo de sensação ocorre, por exemplo, quando, ao provar um suco, através 
do paladar, a pessoa sente o seu gosto ou então quando encosta em uma flor e, a 
partir do tato, é possível sentir a sua textura. Ou seja, pode-se dizer que a sensação 
é um processo de experiência básica do organismo (sujeito) em relação ao contexto 
em que está inserido (FELDMAN, 2015; GAZZANIGA; HEATHERTON; HALPERN, 2018).
3Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho
Já a noção de percepção pode ser definida como o ato ou efeito de perceber 
a partir dos cinco sentidos e reconhecer um estímulo do contexto. Sendo assim, 
pode-se afirmar que a percepção funciona de uma forma um pouco mais com-
plexa em relação à sensação, englobando o processamento, a organização e a 
interpretação de um estímulo sensorial. Assim, costuma-se compreender que 
a percepção é um passo além da sensação, abrangendo o momento em que o 
organismo se relaciona com o meio de uma forma consciente, construindo uma 
informação útil e significativa sobre aquela experiência sensorial (FELDMAN, 
2015; GAZZANIGA; HEATHERTON; HALPERN, 2018).
A percepção ocorre quando você, ao provar um suco, sente o gosto e o cheiro e os 
relaciona a algo que você já sentiu em outro momento. Assim, consegue associar 
aquelas informações sensoriais a um tipo específico de suco (suco de laranja, por 
exemplo). Ou seja, a percepção ocorre a partir das informações sensoriais que são 
interpretadas, isto é, a partir da atribuição de um sentido a um estímulo (FELDMAN, 
2015; GAZZANIGA; HEATHERTON; HALPERN, 2018). 
Sendo assim, para finalizar essa discussão, pode-se dizer que a relação 
entre sujeito e ambiente (contexto em que está inserido) inicia-se pela sensação 
(a partir dos cinco sentidos), quando se estabelece o primeiro contato entre 
organismo e meio, e passa para a percepção no momento em que esse organismo 
interpreta e organiza aquele estímulo (FELDMAN, 2015; GAZZANIGA; 
HEATHERTON; HALPERN, 2018). A partir desse entendimento, para dar 
continuidade à compreensão dos processos psicológicos básicos, na sequência, 
você aprenderá sobre o processo de atenção. 
Atenção 
Tradicionalmente, dentro da ciência psicológica, entende-se que a atenção 
pode ser traduzida a partir da noção de que as pessoas não reagem a todos os 
estímulos do ambiente em que estão inseridas, mas selecionam alguns estímu-
los aos quais irão responder ou reagir. Esse processo de seleção, em síntese, 
corresponde ao processo de atenção (STRAPASSON; DITTRICH, 2008). 
Myers (2015) discute a atenção tratando do processo de atenção seletiva 
e desatenção seletiva. Conforme o autor desenvolve em sua obra, é por meio 
da atenção seletiva que cada um de nós focaliza, de maneira consciente, um 
Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho4
aspecto particular de tudo aquilo que vivencia. Estima-se que os nossos cinco 
sentidos consigam assimilar em torno de 11 milhões de bits de informação 
por segundo, dos quais é possível processar conscientemente apenas cerca 
de 40. Ou seja, ainda que o foco de atenção possa mudar de maneira súbita, é 
possível assimilar apenas uma parte pequena de todo o universo de estímulos 
que ocorre no meio. 
Veja o exemplo a seguir para compreender um pouco mais sobre o processo 
de atenção seletiva e sua importância. 
Uma pesquisa realizada em Sydney, em 2005 e 2007, ajuda a compreender um pouco 
mais do processo de atenção ao analisar o impacto de falar ao celular dirigindo. 
Foram realizadas análises de gravações telefônicas que precediam acidentes de 
carros e foi possível concluir que usuários que falavam ao celular enquanto dirigiam 
(mesmo utilizando equipamentos para falar sem utilizar as mãos) corriam quatro vezes 
mais riscos do que motoristas que não falavam ao telefone. Isso ocorre, de acordo 
com a compreensão de atenção, devido ao fato de que a pessoa não consegue 
focar (verdadeiramente) em mais de uma atividade ao mesmo tempo. Sendo assim, 
ao falar ao celular, o motorista focava sua atenção na conversa, tirando a atenção da 
pista e do trânsito. 
Na mesma linha de raciocínio, os mesmos pesquisadores fizeram outro experi-
mento com motoristas, mas analisando o comportamento após uma sinalização na 
autoestrada. Dos motoristas que vinham conversando com uma pessoa que estava 
dentro do carro (um passageiro), 88% viu a sinalização e respeitou o que foi indicado. 
Já entre os motoristas que vinham falando no celular, apenas 50% viu a sinalização e 
a respeitou. Isso mostra um pouco a diferença entre falar ao celular e falar com outra 
pessoa que também está no carro (que sofre impacto das interferências do trajeto de 
forma semelhante ao motorista), e também reforça a ideia de que a atenção consciente 
seleciona as informações do ambiente que vai focalizar (MYERS, 2015).
Aprofundando essa discussão, da mesma forma, conforme discute Myers 
(2015), existe o processo de desatenção seletiva, que ocorre de maneira 
semelhante ao processo de atenção seletiva, mas enfatiza as informações 
que são “perdidas” no contexto. Para ilustrar, o autor relata um experimento 
em que convida um grupo de pessoas para analisar um jogo de basquete. 
Essas pessoas devem contar quantas vezes um jogador específico pega 
na bola. No meio do jogo, entra uma mulher segurando uma sombrinha 
(fato bem inusitado) e nenhuma das pessoas que estava analisando o jogo 
5Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho
a percebe. Ou seja, quando a atenção está focada em um aspecto, ocorre o 
que se chama de cegueira da desatenção, reforçando a ideia de que, com o 
processo de atenção, as pessoas selecionam o estímulo que irão focalizar e 
deixam de perceber os demais. 
Quer saber mais sobre o conceito do processo psicológico da atenção? No artigo 
do link a seguir, você poderá ler mais sobre a compreensão de Skinner, dentro do 
behaviorismo, sobre o “prestar atenção”. Neste artigo, a atenção é entendida como um 
processo comportamental, em oposição à ideia de processo cognitivo (STRAPASSON; 
DITTRICH, 2008). 
https://qrgo.page.link/NQYTd
Tendo em vista o que foi apresentado, para finalizar a compreensão dos 
processos psicológicos básicos, a seguir, você aprenderá sobre o processo 
de emoção. 
Emoção
Em linhas gerais, pode-se defi nir emoção como sentimentos, muitas vezes 
associados a elementos fi siológicos e cognitivos, que infl uenciam o compor-
tamento das pessoas (FELDMAN, 2015). As emoções têm forte impacto na 
forma como as pessoas se relacionam com o mundo, interferindo, inclusive, 
no processo de percepção (MYERS, 2015).
Para favorecer a compreensão de como isso ocorre, Myers (2015) traz alguns 
exemplos: quando você vai a pé para um destino, ele parece mais longe quando 
você está cansado do que quando você está descansado. Na mesma linha de 
raciocínio, uma colina parece mais íngreme para quem está com uma mochila 
pesada nas costas, ou um alvo parece mais distante quando você arremessa 
um objeto pesado ao invés de um leve. Esses exemplos ajudam a perceber 
o quanto a emoção interfere na percepção das coisas, na forma como cadapessoa encara uma situação. 
Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho6
A percepção é alimentada pelos processos de sensação, emoção e atenção. Con-
forme destaca Myers (2015), a “simples” percepção de algo corriqueiro do dia 
a dia é impactada por diversos fatores, sendo um produto criativo do cérebro. 
A percepção é a nossa versão da realidade, sendo influenciada por aspectos 
biológicos (principalmente a partir da detecção de estímulos através dos sentidos 
— sensação), psicológicos (como a atenção e a emoção) e também culturais (como 
suposições e expectativas que impactam nas emoções, assim como no foco de 
atenção consciente). 
As emoções existem por diversos motivos, ou seja, têm algumas funções 
que as tornam importantes. Veja, a seguir, as que Feldman (2015) destaca 
como principais.
  As emoções preparam o sujeito para a ação: as emoções atuam 
como um elo de ligação entre os estímulos do ambiente e as reações do 
organismo. Quando alguém vivencia uma situação e sente medo, por 
exemplo, o corpo já vai se preparar para ativar uma resposta de luta ou 
fuga, como uma medida reativa ao sentimento de medo. 
  As emoções moldam os comportamentos futuros: as emoções atuam 
também como forma de aprendizado. Quando se vivencia uma situação 
que causa uma emoção ruim, essa vivência faz com que o sujeito aprenda 
a evitar situações semelhantes no futuro. 
  As emoções ajudam na interação humana: quando uma pessoa 
comunica as emoções que está sentido (através de comportamentos 
verbais ou não verbais) facilita a compreensão dos demais, que podem 
se preparar para as reações que virão no futuro. 
Assim, é possível perceber que as emoções ocorrem com uma função e 
moldam os comportamentos das pessoas, assim como sua forma de perceber 
o mundo. Tendo em vista o que foi discutido, na sequência, você aprenderá a 
relacionar esses processos com as disfuncionalidades relacionadas ao trabalho 
para, por fim, compreender a produção de subjetividade nos contextos laborais 
da contemporaneidade. 
7Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho
Os processos psicológicos e as disfuncionalidades 
relacionadas ao trabalho
Desde os anos 1970, há registros de estudos referentes a disfuncionalidades 
relacionadas ao trabalho. Com a era industrial, houve um aumento da divi-
são entre concepção e execução do trabalho, das jornadas de trabalho, do 
ritmo de produção, entre outras características da relação homem-trabalho 
que acarretaram prejuízos graves à saúde física e mental dos trabalhadores 
(MENDES, 1995). 
A partir desse cenário, Dejours (1988) discute sobre o impacto das organi-
zações de trabalho no funcionamento psíquico dos trabalhadores. De acordo 
com o autor, o trabalho pode desencadear para o trabalhador experiências 
de prazer (relacionado à satisfação de suas necessidades) e/ou de sofrimento 
(relacionado à não satisfação de suas necessidades), impactando de maneira 
global na saúde de cada indivíduo. 
Zanelli (2009), em consonância com esse pensamento, afirma que um 
dos grandes desafios da humanidade é conseguir conciliar as necessida-
des, expectativas e os recursos que o trabalhador possui com as necessida-
des, expectativas e demandas que a organização em que ele trabalha tem. 
A dificuldade em conciliar esses dois lados acaba gerando um grande desgaste 
físico e emocional por parte dos trabalhadores, resultando em problemas 
crônicos, tais como insônia, dores de cabeça, úlcera, pressão alta, maior 
suscetibilidade a gripes e resfriados, entre outros. Além desses, o desgaste 
físico e emocional vai levando ao enfraquecimento global do trabalhador, 
resultando, por exemplo, na alta incidência de estresse ocupacional e em 
seu agravamento, ou estado mais agudo, a conhecida síndrome de burnout 
(FONSECA, 2017). 
No link a seguir, você poderá conhecer uma pesquisa realizada com policiais militares 
do estado do Ceará para a identificação preliminar da síndrome de burnout (LIMA et 
al., 2018). 
https://qrgo.page.link/yGU6w
Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho8
De acordo com Fonseca (2017), o Brasil vem ocupando uma posição de 
destaque entre os países que apresentam estresse ocupacional e síndrome de 
burnout. Além disso, tem sido identificado um alto índice de depressão entre 
os trabalhadores, drogadicção, alcoolismo, baixa de rendimento e até mesmo 
suicídio. Foi visto que aspectos como tensão no relacionamento com colegas 
e gestores, expectativa quanto à manutenção ou não do posto de trabalho, 
elevada exigência e pressão profissional (aliada ao excesso de carga de tra-
balho e a longas jornadas) estão fortemente relacionados ao aumento dessas 
disfuncionalidades relativas ao trabalho. 
Apesar desse cenário, Fonseca (2017), corroborando Mendes (1995), apro-
funda um pouco mais a discussão. Os autores afirmam que diferentes pessoas 
reagem de maneiras diferentes às situações e adversidades do trabalho. A forma 
de reação está relacionada às vivências de cada pessoa e até mesmo à sua per-
sonalidade. Ou seja, a relação homem-trabalho não está pautada apenas nas 
situações de trabalho em si (mundo externo), mas também em aspectos ligados à 
relação que próprio trabalhador estabelece com a sua realidade (mundo interno). 
Nesse sentido, Zanelli (2009, p. 35) aponta que as disfuncionalidades 
relacionadas ao trabalho estão ligadas aos seguintes fatores:
Biografia pessoal e profissional do trabalhador (como valores, carreira, pa-
péis e outros);
Fatores organizacionais (como estrutura, estratégia, tecnologia e outros);
Fatores institucionais (ética e cultura); 
Políticas governamentais;
Fatores de ordem mundial. 
Ou seja, é possível perceber que as disfuncionalidades ou doenças relacio-
nadas ao trabalho não estão ligadas a um ou outro aspecto em específico, mas 
a uma complexidade de fatores que se inter-relacionam. Assim, relacionando 
as disfuncionalidades decorrentes da relação homem-trabalho e o que foi 
estudado no tópico anterior, referente aos processos psicológicos básicos, é 
possível perceber que a relação que uma pessoa estabelece com seu trabalho, 
assim como as possíveis disfuncionalidades decorrentes dessa relação, per-
passam os processos psicológicos, principalmente o processo perceptivo. Isso 
ocorre porque, conforme você estudou, a percepção consiste na interpretação 
ou atribuição de um sentido a um estímulo/situação com base na sua vivência 
pessoal/história de vida. Sendo assim, diferentes pessoas irão perceber uma 
vivência de trabalho de maneiras distintas (FONSECA, 2017; MENDES, 1995; 
ZANELLI, 2009; FELDMAN, 2015; MYERS, 2015).
9Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho
Preste atenção nessas afirmações para conseguir fazer a relação entre os processos 
psicológicos básicos e as disfuncionalidades relacionadas ao trabalho. 
A partir das afirmações de Dejours (1988) e Mendes (1995), é possível entender que 
as disfuncionalidades relacionadas ao trabalho estão ligadas a aspectos internos do 
próprio trabalhador, ou seja, aspectos de sua vivência e da forma como ele se relaciona 
com a sua realidade.
Entendendo esse ponto, agora, retoma-se a compreensão dos processos psicológicos 
básicos. Como você viu, de acordo com Myers (2015) e Feldman (2015) os processos 
psicológicos básicos estão ligados à forma como a pessoa interpreta o seu meio, a 
sua realidade — principalmente a partir do processo de percepção, que é impactado 
pelos demais processos.
Logo, relacionando essas duas compreensões, você pode ver como os processos 
psicológicos básicos, com ênfase no processo perceptivo, impactam fortemente 
na relação homem/trabalho, estando, assim, relacionados às disfuncionalidades no 
contexto de trabalho. 
Como visto, as disfuncionalidades oriundas do trabalho perpassam a 
esfera individual de cada trabalhador. Entretanto, ainda que este ponto esteja 
claro, as organizações e o mundo do trabalho, de maneira global, devem 
estar atentos à institucionalização dos riscos que os contextoslaborais vêm 
apresentando. Ou seja, ainda que se compreenda que essas disfuncionali-
dades são impactadas pelos processos psicológicos (esfera individual) há 
de se estar atento à institucionalização dos riscos que a forma de produção 
atual oferece a seus trabalhadores, visto que, desde a revolução industrial, 
há cerca de 200 anos, as condições de trabalho vêm apresentando danos 
à saúde do trabalhador (ZANELLI, 2009). Sendo assim, as organizações 
devem prestar atenção à proteção da saúde física e mental dos seus tra-
balhadores, inclusive em consonância com o que prevê a Constituição 
Federal de 1988, que estabelece como princípios fundamentais o respeito à 
cidadania, à dignidade, aos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
(FONSECA, 2017). 
Para dar continuidade a essa discussão, na sequência, você irá estudar 
sobre o contexto contemporâneo de trabalho, pautado na hiperdemanda 
de carga laboral, e verá como isso afeta a produção de subjetividade dos 
trabalhadores. 
Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho10
A subjetividade no contexto de trabalho 
na contemporaneidade
Para iniciar o último tópico deste capítulo, destaca-se um dado bastante alar-
mante: há pesquisas que demonstram que a quantidade de horas trabalhadas 
por um casal americano típico aumentou em aproximadamente 700 horas 
nas últimas décadas. Esse excesso de carga de trabalho tem causado danos 
importantes na vida dos trabalhadores e no equilíbrio entre a vida profi ssional 
e pessoal na contemporaneidade (ZANELLI, 2009). 
Além da carga horária formal de trabalho, observa-se que, com a tecnologia, 
as novas demandas de trabalho (focadas em projetos e prazos determinados, 
não apenas em horas trabalhadas), as exigências cada vez mais complexas 
que as organizações vêm impondo aos trabalhadores (que são pressionados a 
aprender, contínua e rapidamente, sobre novas tecnologias e procedimentos), 
assim como a constante ameaça de desemprego, caracterizam as relações de 
trabalho atualmente (ZANELLI, 2009). 
De acordo com Zanelli (2009), o mercado de trabalho contemporâneo está 
configurado com um número menor de trabalhadores atuando (que ainda 
estão ganhando menos) e realizando mais atividades. Ou seja, o mercado de 
trabalho atual é pautado pela hiperdemanda de trabalho e, por consequência, 
por profissionais desgastados. 
Nesse cenário, destaca-se que empresas que conseguem manter um clima de con-
fiança, franqueza, respeito e transparência são capazes manter níveis de satisfação 
melhores entre seus trabalhadores, o que impacta nos índices de absenteísmo e no 
seu comprometimento com a organização.
Ou seja, empresas que caminham na contramão da hiperdemanda de trabalho, 
focando no compromisso responsável entre organização e indivíduo, na valorização do 
trabalhador, viabilizando condições de saúde e crescimento profissional, têm maiores 
chances de impactar positivamente o desempenho diário de seus trabalhadores, 
favorecendo os resultados organizacionais (ZANELLI, 2009). 
Em meio a esse contexto contemporâneo, destaca-se o papel que o traba-
lho tem na formação do sujeito. Conforme discutem Coutinho, Krawulski e 
Soares (2007), o trabalho ocupa um papel fundamental no desenvolvimento 
11Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho
do ser humano e na sua sociabilidade. Para aprofundar a discussão, as autoras 
relacionam o conceito de subjetividade ao conceito de identidade, destacando 
que a subjetividade pode ser entendida como o modo de ser de cada sujeito, a 
forma como este se observa ou se reconhece, sendo sempre provisório (dinâ-
mico) e fortemente relacionado à sua identificação com o trabalho que exerce. 
Mansano (2009) reforça a compreensão da subjetividade, apoiada na obra 
do filósofo Félix Guattari e Rolnik (1996), afirmando que a subjetividade não 
está no sujeito em si, mas é um produto da relação entre sujeito e o meio físico 
e social em que está inserido. Ou seja, a subjetividade pode ser entendida como 
algo fabricado ou modelado a partir da interação entre indivíduo e ambiente. 
Com essa compreensão, é possível estabelecer e identificar o impacto do 
contexto de trabalho na constituição da subjetividade dos trabalhadores. 
A compreensão de subjetividade pode ser entendida como um modo e ser de cada 
pessoa, a forma como uma pessoa se percebe ou como se reconhece. A subjetividade 
não é algo fixo, mas, sim, algo dinâmico, sendo um produto da relação entre o indivíduo 
e o meio em que está inserido (MANSANO, 2009; COUTINHO; KRAWULSKI; SOARES, 2007). 
Zanelli (2009) corrobora esse ponto de vista afirmando que o trabalho 
influencia as aspirações e também o estilo de vida dos trabalhadores. Para ele, 
o trabalho está entre as atividades mais relevantes do sujeito, sendo a principal 
fonte de significado na constituição da vida daqueles que exercem funções 
formais ou mesmo informais. O autor ainda destaca que, mesmo que o salário 
seja um item bastante relevante na relação em que o trabalhador estabelece com 
o seu trabalho, as pessoas não buscam apenas retorno financeiro com a sua 
atividade, mas previsibilidade nas relações, reconhecimento, oportunidades, 
convivência com amigos, aprendizagem, ou seja, almejam um papel social a 
partir da função que exercem. Essa compreensão demonstra o quanto o trabalho 
tem uma função importante na constituição do sujeito e de sua subjetividade. 
Como você viu, a relação homem-trabalho na contemporaneidade está 
configurada pela hiperdemanda de trabalho e pelo consequente desgaste 
dos profissionais. Essa hiperdemanda acaba por produzir um aumento nas 
disfuncionalidades ou doenças relacionadas ao trabalho, como é o caso do 
estresse, da síndrome de burnout, da depressão, entre outros. Não obstante, 
Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho12
vale destacar que a relação homem-trabalho é pautada pelos processos psico-
lógicos, principalmente a percepção, o que dá um caráter individual e próprio 
de cada trabalhador a essa relação. Ainda assim, destaca-se a importância de 
se tratar desse tema, visto que tais disfuncionalidades estão aparecendo de 
maneira acentuada desde a Revolução Industrial, ou seja, há cerca de 200 
anos. Dessa forma, é possível identificar que há, de fato, fatores relativos 
ao trabalho na contemporaneidade que estão afetando a subjetividade dos 
sujeitos e produzindo disfuncionalidades que impactam na qualidade de vida 
dos trabalhadores de maneira física e mental (ZANELLI, 2009; COUTINHO; 
KRAWULSKI; SOARES, 2007; MANSANO, 2009). 
COUTINHO, M. C.; KRAWULSKI, E.; SOARES, D. H. P. Identidade e trabalho na contem-
poraneidade: repensando articulações possíveis. Psicologia & Sociedade, Belo Hori-
zonte, v. 19, p. 29-37, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
-71822007000400006&script=sci_abstract&tlng=PT. Acesso em: 27 set. 2019.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: 
Cortez, 1988.
FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2015.
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Relações Internacionais, Paraná, v. 1, n. 2, 2017. Disponível em: http://revistas.unibrasil.
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GAZZANIGA, M.; HEATHERTON, T.; HALPERN, D. Ciência psicológica. 5. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2018. 
GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1996. 
LIMA, F. R. B. et al. Identificação preliminar da síndrome de burnout em policiais militares. 
Motricidade, Ribeira de Pena, v. 14, n. 1, p. 150-156, mai. 2018. Disponível em: http://
www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-107X2018000100020&l
ng=pt&nrm=iso. Acesso em: 27 set. 2019.
MANSANO, S. R. V. Sujeito, subjetividade e modos de subjetivação na contempora-
neidade. Revista de Psicologia da UNESP, Assis, v. 8, n. 2, 2009. Disponível em: http://
seer.assis.unesp.br/index.php/psicologia/article/view/946.Acesso em: 27 set. 2019.
MENDES, A. M. B. Aspectos psicodinâmicos da relação homem-trabalho: as contri-
buições de C. Dejours. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 15, n. 1-3, p. 34-38, 
1995. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
-98931995000100009&lng=en&nrm=isso. Acesso em: 27 set. 2019.
13Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho
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cação ambiental. Sinapse Ambiental, v. 6, n. 1, p. 42-65, 2009. Disponível em: <http://www.
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STRAPASSON, B. A.; DITTRICH, A. O conceito de “prestar atenção” para Skinner. Psico-
logia: teoria e pesquisa, Brasília, v. 24, n. 4, p. 519-526, 2008. Disponível em: http://www.
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Acesso em: 27 set. 2019.
TAMAYO, R. A checklist to define the psychological processes. Revista Colombiana de 
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pdf/804/80421265013.pdf. Acesso em: 27 set. 2019.
ZANELLI, J. C. Estresse nas organizações de trabalho: compreensão e intervenção baseadas 
em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2009.
Processos psicológicos e doenças relacionadas ao trabalho14
Dica do professor
No contexto de trabalho atual, pautado pela hiperdemanda de atividades, o estresse tem sido 
apontado como uma das principais disfuncionalidades relacionadas ao trabalho.
Por isso, nesta Dica do Professor, você aprenderá sobre a Escala de Avaliação do Estresse (EET), 
uma alternativa para a avaliação do estresse no trabalho, podendo servir como subsídio para a ação 
de promoção da qualidade de vida no trabalho.
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Exercícios
1) Na compreensão de processos psicológicos básicos, destaca-se a importância da percepção 
por ser uma balizadora das demais interações das pessoas com o meio em que estão 
inseridas.
Tendo a compreensão de percepção como base, assinale a alternativa correta:
A) O processo de percepção está relacionado à apreensão de estímulos do ambiente por meio 
dos sentidos.
B) Quando uma pessoa vê um objeto e dá um sentido para ele (interpreta), esse pode ser um 
exemplo de sensação.
C) A sensação e a percepção são etapas de um mesmo processo, podendo ser consideradas 
sinônimos.
D) O processamento de uma informação, ou estímulo do ambiente, sempre se inicia pela 
percepção (primeiro contato entre organismo e meio).
E) A percepção pode ser entendida como o processamento, a organização e a interpretação de 
um estímulo sensorial do ambiente. 
2) Os processos psicológicos já foram estudados por diversos autores no campo da Psicologia. 
Entretanto, a sua definição ainda é pouco discutida, apesar da sua importância.
Sobre a compreensão de processos psicológicos, assinale a alternativa correta:
A) Os processos psicológicos costumam ser divididos em básicos e superiores. Essa divisão é 
muito rigorosa, sendo que um processo não tem impacto no outro.
B) Processos psicológicos podem ser entendidos como mecanismos que ocorrem com uma 
pessoa, resultando em mudança do seu pensamento, da emoção ou até mesmo do 
comportamento.
C) A sensação, a atenção e a percepção, em suas diversas nuances, são alguns exemplos de 
processos psicológicos mais complexos conhecidos como de ordem superior.
A emoção é um exemplo de processo psicológico básico, compreendida como seleção de 
estímulos do ambiente.A partir da emoção entende-se que a pessoa não irá responder a todos 
D) 
os estímulos, mas apenas aos selecionados.
E) Sensação e percepção são exemplos de processos psicológicos básicos. Esses processos são 
muito importantes e uma de suas funções é preparar a pessoa para a ação em uma situação 
de perigo.
3) A hiperdemanda de trabalho e os efeitos que essa realidade traz para os trabalhadores vêm 
sendo discutidos desde os anos 1970. Com a Revolução Industrial e a divisão entre 
concepção e execução do trabalho, entre outras características dessa nova relação, o 
contexto laboral vem desenvolvendo prejuízos graves à saúde física e mental dos 
trabalhadores.
Sobre o impacto do trabalho nas pessoas na contemporaneidade, assinale a alternativa 
correta:
A) A relação homem-trabalho na contemporaneidade tem causado diversas disfuncionalidades 
de ordem psicológica nas pessoas. De acordo com Dejours (1988), é improvável o ser humano 
sentir prazer no trabalho.
B) Pressão alta, estresse e Síndrome de Burnout são algumas das possíveis disfuncionalidades 
que o mundo do trabalho tem gerado. A realidade laboral, da forma como está instituída, irá 
causar, com o passar do tempo, esses danos em todas as pessoas.
C) De acordo com Zanelli (2010), as disfuncionalidades no trabalho têm origens diversas e 
envolvem diferentes fatores, tais como: história pessoal, genética e contexto mundial.
D) De acordo com Zanelli (2010), a história pessoal (ou biografia pessoal) tem maior impacto na 
produção de disfuncionalidades do que a estrutura organizacional.
E) Mesmo que se compreenda que as disfuncionalidades oriundas do trabalho têm origens 
multifatoriais, é importante que as organizações priorizem um ambiente adequado, a 
valorização das pessoas e o atendimento às necessidades individuais, para que os riscos não 
sejam institucionalizados.
4) O equilíbrio entre vida profissional e pessoal está cada vez mais se tornando um desafio para 
os trabalhadores na atualidade. Para Zanelli (2010), conciliar as necessidades, as 
expectativas e os recursos que o trabalhador tem com as necessidades, as expectativas e as 
demandas que a organização tem é um dos grandes desafios na humanidade.
Sobre a realidade das relações homem-trabalho na contemporaneidade, assinale a 
alternativa correta:
A) A hiperdemanda de trabalho, vada vez mais cobranças por horas trabalhadas e obrigação de 
estar presentes nas empresas de maneira integral.
B) A hiperdemanda de trabalho, atualmente, está relacionada à dificuldade que as leis 
trabalhistas estão impondo aos trabalhadores. Cada vez mais as empresas estão contratando 
menos pessoas para conseguir remunerar melhor.
C) A hiperdemanda de trabalho está relacionada às exigências que o mercado de trabalho atual 
está fazendo. O trabalho vai além das horas formais, sendo que resultados são cada vez mais 
exigidos dos trabalhadores.
D) Na contramão da hiperdemanda do trabalho, a tecnologia costuma estar atuando de uma 
maneira bem positiva, facilitando as interações e os processos de trabalho.
E) A hiperdemanda de trabalho é um fato relativamente recente no contexto estudado, sendo 
percebido a partir do advento da Internet.
5) Tendo como foco os conhecimentos acerca da subjetividade e da relação homem-trabalho, 
enfatiza-se, nesta questão, a compreensão do processo de produção da subjetividade no 
mundo contemporâneo.
Sendo assim, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
A) A subjetividade humana é uma característica própria, particular, que acompanha o indivíduo 
durante toda sua trajetória de maneira constante do nascimento à morte.
B) A subjetividade é algo dinâmico, sendo resultado da interação entre indivíduo e sua 
família/amigos mais próximos. Nesse sentido, o trabalho exerce uma pequena influência.
C) A subjetividade é desenvolvida a partir da interação entre o indivíduo (sua esfera particular) e 
o meio em que ele está inserido, incluindo, assim, o contexto laboral.
D) Subjetividade, personalidade e identidade podem ser entendidas como sinônimos. Sendo 
assim, entende-se que cada pessoa tem a sua e ela é imutável.
E) Apesar da discussão realizada, vale destacar que o contexto de trabalhoainda influencia 
muito pouco a produção de subjetividade dos sujeitos, visto que a maior parte das interações 
se dá em outros contextos. 
Na prática
A hiperdemanda de trabalho tem acarretado em prejuízos à saúde física e mental dos 
trabalhadores. O mercado de trabalho atual requer dos profissionais dedicação, comprometimento 
e agilidade, disponibilidade para aprender contínua e rapidamente, foco em entregas, entre outros. 
Em meio a isso, a ameaça de desemprego está cada vez mais presente, forçando os profissionais a 
se dedicarem cada vez mais.
No Na Prática, você verá como ocorre essa demanda excessiva de trabalho, analisando um exemplo 
que retrata o que é esperado de um profissional que trabalha como gestor em uma empresa de 
tecnologia.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Introdução à psicologia
Neste livro, você encontrará mais sobre os processos psicológicos, principalmente sobre sensação e 
percepção.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A centralidade do trabalho para a construção da saúde
Neste artigo, você poderá aprofundar a discussão da produção de subjetividade no contexto do 
trabalho, a partir de uma análise das relações de trabalho no Brasil.
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A influência do neoliberalismo no desemprego e bem-estar 
social
Neste vídeo, a professora Belinda Mandelbaum discute as relações de trabalho, pautadas pelas 
políticas neoliberais e os altos índices de desemprego na contemporaneidade.
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http://www.revistas.usp.br/rto/article/view/119227/116632
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