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TERREMOTOS E AS SOLUÇÕES NA ARQUITETURA FIS1012 - Aspecto Físico no Conforto Ambiental Ana Beatriz de Oliveira TERREMOTOS OU ABALOS SÍSMICOS O QUE SÃO? 2 Terremoto ou abalo sísmico é um movimento brusco e repentino do terreno resultante de um falhamento. Portanto, a ruptura de uma rocha é o mecanismo pelo qual o terremoto é produzido. Essa ruptura causa a liberação de uma grande quantidade de energia, a qual gera ondas elásticas que se propagam pela Terra em todas as direções. As rochas comportam-se como corpos elásticos e podem acumular deformações quando submetidas a esforços de compressão ou de tração. Quando esse esforço excede o limite de resistência da rocha esta se rompe ao longo de um plano, novo ou pré-existente de fratura, chamado falha. O ponto abaixo da Terra onde ocorre o terremoto é chamado de hipocentro, e a zona central na superfície onde ele se manifesta é chamada de epicentro. 3 Normalmente não é o deslocamento na fratura que causa maior estrago, mas sim as vibrações (ondas elásticas) que se propagam a partir da fratura. Na maior parte das vezes a fratura nem atinge a superfície, mas as vibrações podem ser fortes o suficiente para causar danos consideráveis. As forças tectônicas que causam os sismos são devidas aos processos dinâmicos que ocorrem no interior da Terra, principalmente os lentos movimentos de convecção no manto, responsáveis pela deriva dos continentes. 4 Os efeitos deste movimento em construções, como em edifícios, podem ser consideráveis. Os terremotos fazem com que os edifícios se movam muito rapidamente. Essa aceleração é muito prejudicial quando se trata de edifícios, uma vez que casas e outras estruturas comuns são projetadas para suportar seu próprio peso. Elas geralmente podem resistir às forças verticais adicionais causadas pelos movimentos verticais do em geral. As forças horizontais, no entanto, são frequentemente subestimadas ou negligenciadas durante a fase de projeto, de modo que os edifícios podem desmoronar quando submetidos a um terremoto, por exemplo. 5 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS 1. MAGNITUDE Magnitude é uma medida quantitativa do tamanho do terremoto. Ela está relacionada com a energia sísmica liberada no foco (Hipocentro) e também com a amplitude das ondas registradas pelos sismógrafos. Para cobrir todos os tamanhos de terremotos, desde os micro tremores de magnitude negativas até os grandes terremotos com magnitudes superiores a 8.0, foi idealizada uma escala logarítmica, sem limites. No entanto, a própria natureza impõem um limite superior a esta escala já que ela está condicionada ao próprio limite de resistência das rochas da crosta terrestre. Magnitude e energia podem ser relacionadas pela fórmula descrita por Gutenberg e Richter em 1935: log E = 11,8 + 1,5 x M E = energia liberada em erg M = magnitude do terremoto A escala utilizada para quantificar a magnitude local é a Escala Richter. 6 ESCALA RICHTER Criada há quase um século por dois americanos, Charles Richter e Bueno Gutenberg, a escala Richter foi feita para medir os movimentos sísmicos (ondas sísmicas) de um determinado lugar – ou seja, quantificar a energia liberada no foco do tremor. Indo de 1 à 10, os valores podem ser divididos nas seguintes categorias: Descrição Magnitude Frequência Forte 6.0 - 6.9 120 por ano Grande 7.0 - 7.9 18 por ano Importante 8.0 - 8.9 1 por anos Excepcional 9.0 - 9.9 1 a cada 20 anos 7 1–1.9 2–2.9 3–3.9 4–4.9 5–5.9 6–6.9 7–7.9 8–8.9 9+ MICRO MENOR LEVE FORTE GRANDE IMPORTANTE E EXCEPCIONAIS ESCALA RICHTER Criada há quase um século por dois americanos, Charles Richter e Bueno Gutenberg, a escala Richter foi feita para medir os movimentos sísmicos (ondas sísmicas) de um determinado lugar – ou seja, quantificar a energia liberada no foco do tremor. Indo de 1 à 10, os valores podem ser divididos nas seguintes categorias: 8 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS 2. INTENSIDADE É uma medida qualitativa dos efeitos do terremoto na superfície terrestre. Esses efeitos são avaliados a partir da observação "in loco" tanto em termos de danos ambientais quanto de perdas humanas e materiais (construções). Na classificação da intensidade dos terremotos, ou seja, dos seus efeitos na superfície terrestre, é utilizado a Escala de Mercalli Modificada, sobretudo no Ocidente, a qual possui 12 graus (em algarismos romanos). O grau da intensidade dos sismos vai depender da ocorrência de outros fatores (internos e/ou externos), a saber. ● Profundidade Focal (distância entre o Epicentro e o Hipocentro); ● Estrutura geológica da área afetada, com disposição ou não de relevo na região (podendo haver deslizamento de terra e soterramento de áreas habitáveis); ● Qualidade das construções civis (edificação com material de baixa qualidade é mais suscetível a desmoronar) A falta de planejamento por parte das autoridades competentes, a inexistência de uma Estação Sismológica local ou próxima (monitora os sismos) e, até mesmo, as condições socioeconômicas agravam a situação nestas áreas de maior instabilidade tectônica, sujeitas a abalos sísmicos e vulcanismo constantes. 9 ESCALA DE INTENSIDADE MERCALLI MODIFICADA (ABREVIADA) 10 ESTRUTURA O QUE ACONTECE COM A PARTE ESTRUTURAL DURANTE UM ABALO SÍSMICO? 11 A massa do edifício multiplicada pela aceleração causada pelo terremoto produz forças muito grandes, conforme descrito pela segunda lei do movimento de Newton (força = massa x aceleração). Um terremoto emite ondas de choque em intervalos curtos e rápidos, como uma carga horizontal extremamente severa. No caso de um sismo, as forças laterais transmitidas pelas ondas do terremoto fazem vibrar toda a estrutura, podendo causar desde danos superficiais ao colapso total da estrutura. Logo, regiões mais afetadas por esses abalos, como Japão, Chile e Filipinas encontraram soluções tectônicas, para que pudessem sobreviver em meio a natureza em que estão, surgindo a então Tecnologia anti-sísmica Força = Massa x Aceleração 12 SOLUÇÕES APLICADAS ENGENHARIA ANTI SÍSMICA 13 MADEIRA Possui diversas vantagens, como a leveza, a boa ductilidade, a rápida montagem e o fácil uso. PÊNDULO Usado como contra-peso MOLA Fortemente presente em edifícios Japoneses. 14 DUCTIBILIDADE A ductilidade consiste no grau de deformação que um material pode ter até o rompimento completo da sua estrutura. É a capacidade de um componente em sofrer deformações, sem apresentar trincas, rachaduras e outras formas de ruptura parcial ou total. O uso do concreto não é recomendado em sistemas que pretendem prevenir a ruptura diante os abalos sísmicos, devido ao seu baixo grau de ductilidade. Ou seja, quanto maior a tensão nas paredes e pilares, menor o seu tempo até fragmentar. 15 MADEIRA A madeira engenheirada é aquela que é processada industrialmente para otimizar o seu desempenho para uso na Construção Civil. Ou seja, a madeira é “engenheirada” (passa por engenharia e processos) sendo transformada de matéria-prima com imperfeições naturais, para um material fabricado de excelente propriedade construtiva. Tais processos garantem uma maior ductilidade à madeira, e uma maior leveza, garantindo princípios essenciais na hora de decidir um processo construtivo em edifícios que serão propícios à passar por atividades sísmicas. 16 MOLAS E AMORTECEDORES São sistemas responsáveis pela mudança da frequência natural da estrutura ou para amortecimento das vibrações. Nas fundações dos edifícios, existe um sistema de molas que é usado para absorver os impactos dos terremotos. Nas colunas e vigas, mais especificamente em suas junções, é instalado um material que dissipa a energia quando a estrutura é movimentada em direções opostas (em casos de edifícios muito próximos uns aos outros, é instalada uma molaentre eles para não se chocarem). Em alicerces, são instalados amortecedores eletrônicos, semelhantes a suspensão de veículos, que podem ser controlados a distância. Nas travas de ferro usadas no “esqueleto” do prédio são instalados os amortecedores que evitam a ressonância com o terremoto. 17 MOLAS/AMORTECEDORES 18 MOLAS/AMORTECEDORES Em todos os andares é colocada uma estrutura de aço interna, que ajuda a suportar o peso próprio da construção. Essa estrutura também funciona como um amortecedor, que absorve parte do impacto provocado pelos tremores, diminuindo a chance de ocorrer rachaduras ou danos estruturais. 19 PÊNDULOS Uma das partes mais importantes dos prédios resistentes a fortes terremotos é um pêndulo instalado na parte mais alta da edificação. O pêndulo funciona como um sistema de contrapeso inercial: uma esfera suspensa pesada o bastante para movimentar o prédio no sentido contrário às vibrações ocasionadas pelo terremoto atenua o movimento e deixa a estrutura relativamente estável. O maior sistema de contrapeso inercial do mundo é o da torre Taipei 101. Nele, uma gigantesca bola de 5,5 metros de diâmetro é suspensa por 16 cabos. Tal estrutura reduz em 40% as movimentações do edifício, resiste a ventos de até 450 km/h e a terremotos de até 7 graus Richter. 20 PÊNDULOS - EXEMPLO TAIPEI 101 21 JAPÃO O Japão é um país que localiza-se exatamente no encontro de quatro placas tectônicas: a Euroasiática, a das Filipinas, a do Pacífico e a da América do Norte ou também conhecidas como o “Círculo de Fogo do Pacífico”. Por esse motivo, o país é afetado frequentemente por fenômenos causados por abalos sísmicos – como terremotos ou tsunamis. Segundo estudos, acredita-se que há por volta de 1.500 abalos sísmicos no país por ano. Um exemplo que podemos levar em consideração foram os fenômenos de 2011: o “Sismo e tsunami de Tohoku”, que teve magnitude de 9.1 Mw na escala Richter. Nesse contexto, foram pensadas formas de tentar evitar e se prevenir contra grandes desastres naturais e danos irreversíveis. 22 JAPÃO - CASAS DE ISOPOR Em abril de 2016, a prefeitura japonesa de Kumamoto foi atingida por um terremoto de magnitude 7,0 que matou 49 pessoas e feriu outras 3.000. Mais de 44 mil pessoas foram evacuadas de suas casas, e milhares delas ainda vivem em habitação temporária. Os danos estruturais dos edifícios convencionais foram relatados tanto em Kumamoto quanto na Prefeitura vizinha de Oita. Porém um lugar que não sofreu nenhum dano foi a Zona da Aldeia de Kyushu, um complexo residencial constituído por 480 casas construídas pela Japan Dome House. A empresa japonesa produz suas casas de isopor contra terremotos há mais de uma década, mas foi o desastre do Kumamoto do ano passado que finalmente convenceu as pessoas de que não era apenas marketing. 23 JAPÃO - CASAS DE ISOPOR O isopor - poliestireno expandido é um plástico celular e rígido, que pode apresentar numa variedade de formas e aplicações. Apresenta-se como uma espuma moldada, constituída por um aglomerado de grânulos. As esferas em poliestireno convencional são expandidas cerca de 50% a 60% do tamanho original do monômero de estireno, causando a absorção de uma grande quantidade de oxigênio. A Japan Dome House desenvolveu um método que apenas expande os monómeros de estireno cerca de 20% e minimiza a absorção de oxigênio. Isso torna o material muito mais forte do que a espuma convencional, mantendo suas qualidades altamente isolantes. Uma vez que o isopor não apodrece, essas casas são consideradas muito duráveis. 24 Obrigada!
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