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Peça 04 - Ana Elisa e Mariana Toller pdf

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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA 
 
 
 
 
LUCAS DE TAL, motorista, casado, residente e domiciliado 
em Goiânia, RG nº XXX, CPF nº XXX.XXX.XXX-XX ou CNPJ nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, 
e-mail autor@xx.com.br, residente e domiciliado na Rua X, nº X, Bairro X, na cidade 
Goiânia, Estado de Goiás, CEP nº XX.XXX-XXX, por via de seu advogado(a), que esta 
subscreve (procuração anexa), com endereço profissional na Rua X, nº X, Bairro X, cidade 
de Goiânia, Estado de Goiás, e-mail advogado@xx.com.br, vem perante Vossa Excelência, 
com base nos arts. XXX do Código/Lei1, propor 
 
AÇÃO DE CONHECIMENTO COM PEDIDO DE DECLARAÇÃO DE 
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS e RETIRADA LIMINAR DO NOME 
DOS ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO 
 
em face do Banco Carrefour, CNPJ nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, representado por Ciclano 
De Tal, brasileiro, gerente do Banco Carrefour, casado, RG nº XXX, CPF nº XXX.XXX.XXX-
XX, e-mail réu@xx.com.br, residente e domiciliado na Rua X, nº X, Bairro X, na cidade 
Goiânia, Estado de Goiás, CEP nº XX.XXX-XXX, pelos fatos e fundamentos a seguir 
expostos: 
 
I – DOS FATOS 
 
 Lucas De Tal ao tentar adquirir um produto a crédito, se viu surpreendido com a 
alegação de que seu nome estava inscrito no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) 
referente ao atraso no pagamento de um cartão do Banco Carrefour. 
 Ocorre que, envergonhado pela recusa da venda a crédito por parte do 
estabelecimento comercial, entrou em contato com o referido hipermercado, recebendo a 
informação de que ainda estava inadimplente (relativo a um “resíduo” do cartão Carrefour), 
 
1 A referência legal no preâmbulo só é necessária se for para a prova da OAB, que, aliás, exige o embasamento legal 
relativo ao direito material objeto do pedido, e não relativa à peça processual em si, salvo neste último caso se tratar 
de ação de rito especial, cujos dispositivos legais deverão também ser referenciados. 
10,0 (dez vírgula zero)
mailto:autor@xx.com.br
mailto:advogado@xx.com.br
mailto:réu@xx.com.br
apesar de já ter efetuado o pagamento total da respectiva fatura e possuir todas as 
comprovações do referido pagamento. 
 
 
 
II – DO DIREITO 
 
1. Do Pedido de Declaração com Inexistência de Débito 
 
 Busca-se por meio da ação sanar grave prejuízo no que tange a responsabilidade 
do Banco Carrefour ao fazer uma cobrança indevida ao Requerente. 
 De início, deve-se destacar que se tratando de relação de consumo, um dos 
aspectos mais relevantes do Código de Defesa do Consumidor é a possibilidade de 
inversão do ônus da prova prevista no art. 6º, VIII, com a seguinte redação: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, 
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando 
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
 
 Têm-se que a inversão do ônus da prova ocorrerá quando a alegação do consumidor 
for verossímil OU quando o consumidor for hipossuficiente. 
 Desta forma, é importante destacar que o consumidor é presumidamente vulnerável 
no mercado de consumo de acordo com o art. 4º, I, do CDC. Desse modo, presume-se, de 
forma absoluta (jure et de juris), que o consumidor é mais fraco que o fornecedor na relação 
jurídica entre eles estabelecida, portanto, solicita-se, no presente caso, a inversão do ônus 
da prova, pois se trata de uma relação de consumo entre o Lucas e o Requerido, sendo 
aplicável o no art. 6º, VIII do Código de Defesa do Consumidor 
 Ainda assim, Lucas possui todas as faturas de todos os meses pagos de forma 
integral, comprovando, desta forma, que o débito cobrado fora indevido e lhe causou grave 
constrangimento. 
 
2. Dos Danos Morais 
 
 Ademais, é importante destacar também a necessidade de responsabilização por 
danos morais decorrentes do grave constrangimento causado ao Requerido. 
 Desse modo, é assegurado pela Constituição Federal em sei inciso X do artigo 5° o 
direito à indenização pelo dano moral sofrido no caso em questão. Vejamos: 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
 Assim, em virtude do referido texto da Lei Maior, deve ser constado o direito do 
requerente, fundamentado na garantia constitucional, de ser indenizado, tendo em vista 
todo abalo emocional sofrido pelo requerente, pois este fora constrangido ao ser cobrado 
um débito indevido, afetando sua honra e dignidade perante todas as pessoas ali presentes. 
 Além disso, o Requerente manteve inscrição indevida em cadastro de 
inadimplentes, configurando-se dano moral in re ipsa (presumido), esta cobrança indevida 
presumidamente expõe ao ridículo. Em ação de indenização por danos morais, decorrentes 
de indevida inscrição de nome no cadastro dos inadimplentes, não se exige a comprovação 
dos danos morais, que surgem automaticamente, desta forma, o Banco Carrefour tem o 
dever de reparar os danos sofridos pelo Requerente. 
 Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça tem entendimento pacífico de que o 
dano moral, oriundo de inscrição ou manutenção indevida em cadastro de inadimplentes, 
prescinde de prova, configurando-se in re ipsa, visto que é presumido e decorre da própria 
ilicitude do fato. Assim, importante é a transcrição do seguinte julgado: 
 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO 
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM 
CADASTRO DE INADIMPLENTES. DANO MORAL CONFIGURADO. 
QUANTUM ARBITRADO. VALOR RAZOÁVEL. AGRAVO INTERNO 
NÃO PROVIDO.1. O Superior Tribunal de Justiça tem 
entendimento pacífico de que o dano moral, oriundo de inscrição 
ou manutenção indevida em cadastro de inadimplentes, prescinde 
de prova, configurando-se in re ipsa, visto que é presumido e 
decorre da própria ilicitude do fato.2. O valor arbitrado pelas 
instâncias ordinárias a título de danos morais somente pode ser 
revisado em sede de recurso especial quando irrisório ou 
exorbitante. No caso, o montante fixado em R$ 8.000,00 (oito mil 
reais) não se mostra exorbitante nem desproporcional aos danos 
causados à vítima, que teve seu nome inscrito em órgão de 
proteção ao crédito em razão de cobrança indevida.3. Agravo 
interno a que se nega provimento.(AgInt no AREsp n. 1.501.927/GO, 
relator Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 12/11/2019, 
DJe de 9/12/2019.) 
 
 
 Portanto, verifica-se que se deve reconhecer o direito do Requerente de ser reparado 
diante do prejuízo sofrido, pois é consolidado no Superior Tribunal de Justiça o 
entendimento de que a inscrição ou a manutenção indevida em cadastro de inadimplentes 
gera, por si só, o dever de indenizar e constitui dano moral in re ipsa, ou seja, dano 
vinculado a própria existência do fato ilícito, cujos resultados são presumidos. 
 
3. Retirada Liminar do Nome Dos Órgãos de Proteção ao Crédito – Tutela 
Antecipada 
 
 É importante pontuar também que o Requerente é taxista e necessita que seu crédito 
seja reestabelecido com urgência, não podendo aguardar o deslinde do caso em tela para 
que só então venha a ser retirado seu nome do cadastro de inadimplentes. 
 Com efeito, verifica-se, no presente caso, a necessidade da concessão da tutela de 
urgência para que seja imediatamente desconstituída a negativação em nome do Autor, ou 
ao menos que sejam suspensos seus efeitos, sem a necessidade de prestar caução diante 
do patente periculum in mora e fumus boni juris, nos termos do artigo 300 do Novo Código 
de Processo Civil. Do contrário, o demandante continuará a ser penalizado com os nefastos 
efeitos de ter seu nome inscrito em cadastro de inadimplentes, o que certamente não pode 
ser referendado pelo PoderJudiciário, notadamente diante da situação narrada na presente 
petição. 
 O Requerente não pode continuar a mercê da boa vontade do Banco Carrefour para 
retirada de seu nome dos órgãos de proteção ao crédito. Nota-se, pois, que o requisito do 
periculum in mora é manifesto no caso vertente, posto que a permanência do nome do 
Requerente nos órgãos de proteção ao crédito, está causando restrições e 
consequentemente abalando o seu crédito derivado deste lançamento. 
 Salienta-se que está inscrição está prejudicando em demasia o andamento dos 
negócios e a vida particular do Requerente, por ser elo o mantenedor de seu lar, repisando, 
dependendo da família para honrar seus compromissos, sempre com muita dificuldade, e 
agora com seu nome ainda constando nos órgãos de proteção ao crédito não pode obter 
os benefícios de uma pessoa com um bom cadastro. 
 Ademais, a efetivação da presente medida não prejudicará em nada o Banco 
Carrefour, visto que o Requerente é vítima nesta história, conforme restará provado no 
decorrer da instrução processual. 
 Dessa forma, torna-se abusiva, arbitrária e ilegal a inclusão do nome do Requerente 
nos órgãos de proteção ao crédito a requerimento do Banco Carrefour. Portanto, requer 
desde já que se determine a retirada do nome do Requerente, em caráter de urgência, de tais 
cadastros, diante de grave perigo de dano. 
 
 
III – DOS REQUERIMENTOS 
 
 Diante de tudo que foi exposto, requer: 
A. Declaração de inexistência do débito, com inversão do ônus da prova contra 
o réu nos termos do Código de Defesa do Consumidor, prevista no art. 6º, VIII; 
B. Que o réu seja condenado em danos morais no valor de R $ 7.000,00; 
C. Que seja determinado liminarmente a retirada do nome do autor do SPC; 
D. Citação do requerido para que compareça a audiência de conciliação sob 
pena de revelia; 
E. A produção de todos os meios de prova admitidos em direito, em especial 
prova documental 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 7.000,00 
 
Termo em que 
 
Pede o deferimento. 
 
Goiânia, 24 de abril de 2023 
 
Ana Elisa Gonçalves da Silva 
OAB/UF nº XX.XXX 
Mariana Toller 
OAB/UF nº XX.XXX 
 
PEÇA 4 - PETIÇÃO INICIAL NOSJEC's (caso LUCAS X BANCO)
·Endereçamento (Juizado domicilio consumidor Goiânia): 1,0
• Preâmbulo: 2,0
·Fatos: 1,0
Fundamentos:
.Inexistência do débito/ Relação de consumo /inversão do ônus da prova: 1,0
.Retira da liminar do nome (art.300,CPC): 1,0
.Danos morais (in re ipsa):1,0
- Pedidos (3 pedidos e/inversão do ônus;citação p/ audiência;provas): 2,0
- Valor da causa (soma dos pedidos - até 40 s.m.): 1,0

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