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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO __ º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO
Roberto Pereira de Melo, brasileiro, casado, motorista, portador do da cédula de identidade de nº 123456 SSP/GO, inscrito no CPF de número: 522.633.966-52, residente e domiciliado na Rua 1, Qd. 2, Lt. 3, Jardim Felicidade, Goiânia, Goiás, CEP.: 74.333-999, e-mail: zecaminhao@hotmail.com, por seu advogado que a esta subscreve, domiciliado no Núcleo de Pratica Jurídica, da Faculdade Universo, na Av. Cora Coralina, Quadra F-25, Lote 40 - St. Sul, Goiânia - GO, CEP: 74175-120, vem respeitosamente, comparecer perante este juízo para propor:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Em face da empresa Gyncar Distribuidora de Peças Ltda, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Alameda Botafogo, n° 23, Setor Coimbra, Goiânia, Goiás, CEP.: 74.558-552, CNPJ.: 23.557.558/0001-65, e-mail:gyncar@hotmail.com" gyncar@hotmail.com, que incluiu nos órgãos de proteção ao credito o nome do autor dessa ação.
PRELIMINARMENTE – DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA AOS REQUERENTES
		Inicialmente, a redação do artigo 5º, inciso LXXIV da Magna Carta, é clara no sentido de que o Estado deverá prestar assistência jurídica total e gratuita às pessoas que comprovarem não possuir recursos suficientes para custear despesas judiciais. Preleciona o dispositivo supramencionado: “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
		O autor não possui condições de arcar com custas processuais sem prejuízo do sustento próprio, bem como da família, a qual lhe gera muitos gastos, razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, mediante simples afirmação, na própria petição:
Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar à custa do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
		Nesta senda, o Supremo Tribunal Federal, através da decisão proferida pelo douto ministro Carlos Veloso, mante firme entendimento sobre o instituto da gratuidade da justiça: 
“A garantia do art. 5º, LXXIV, assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso, não revogou a de assistência gratuita da Lei 1.060/50, aos necessitados, certo que, para obtenção desta, basta a declaração, feita pelo próprio interessado, de que a sua situação econômica não permite vir a juízo sem prejuízo da sua manutenção ou de sua família. Essa norma infraconstitucional põe- se, ademais, dentro no espírito da Constituição, de que deseja que facilitado o acesso de todos a justiça.” (RE 205.746, Rel. Min. Carlos Veloso, DJ 28/02/97) (grifo nosso). 
		Pertinente, mencionar que o artigo 1º, caput, da Lei 7.115/83 afirma que a declaração de pobreza destinada a provar a condição de hipossuficiência, firmada pelo próprio interessado ou por seu procurador, presume-se verdadeira.
		Logo, preliminarmente, os Requerentes postulam-se a admissão do presente pedido de gratuidade para todas as despesas judiciais ou não, relativas aos atos necessários ao desenvolvimento do processo e à defesa dos direitos do beneficiário.
DA INVERSÃO DO ONUS DA PROVA
		Inegavelmente a relação havida entre os ora litigantes é de consumo, ensejando, portanto, a aplicação das normas consumeristas ao caso em tela, como dispõe o artigo 2º da Lei nº 8.078/90: “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.”
		Sendo assim, a aplicação da inversão do ônus da prova em caráter liminar, em favor da autora é de relevante importância, visto que a sua inobservância pode vir a acarretar prejuízos aos que dela se sujeitam.
		O Código de Defesa do Consumidor traz, no inciso VIII, artigo 6º, previsão normativa visa facilitar a defesa do consumidor lesado, com a inversão do ônus da prova, a favor do mesmo; vislumbra-se que para a inversão do ônus da prova se faz necessária a verossimilhança da alegação, conforme o entendimento do Juiz, e/ou a hipossuficiência do Autor.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
		Sendo assim, a demandante requer a este MM Juízo seja concedida liminarmente a inversão do ônus da prova.
DOS FATOS
		Pasme, excelência, que o requerente teve o seu nome incluído indevidamente nos órgãos de proteção ao credito (SPC e SERASA) pela requerida de forma injusta, pois o mesmo efetuou uma compra à vista de peças para seu caminhão no dia 18/01/2020.
		A requerida incluiu o nome do requerente nos órgãos de proteção ao credito por causa de um boleto que nem existia e alegou que ele não teria pago a sua compra no valor de R$ 3.000,00 (Três mil reais), o mesmo apresentou o comprovante de pagamento ( anexo 1), ao gerente da empresa e foi informado que o seu comprovante de pagamento não seria aceito porque a funcionária subscritora do documento foi demitida por justa causa, pois estava furtando dinheiro do caixa.
		Veja, as falhas grotescas cometidas pela empresa causaram ao consumidor um dano moral. Esgotadas as tentativas para resolução amigável da controvérsia causada por erro da requerida, surge a via judicial como última trincheira deste cidadão, no sentido de ter o seu nome removido dos órgãos de proteção ao crédito.
DA RETIRADA DO NOME DA AUTORA DO CADASTRO DE INADIMPLENTES EM SEDE DE TUTELA ANTECIPADA
		Cumpre trazer à tona a existência dos pressupostos básicos para a concessão de tutela antecipada, quais sejam, o periculum in mora e o fumus boni iuris, elencados no artigo 300 do Código de Processo Civil, in verbis:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
		Imprescindível salientar ainda que o perigo na demora e a probabilidade do direito da requerente são requisitos essenciais para a concessão da tutela antecipada, que no presente caso estão comprovados pelos fatos narrados.
		A demora da remoção do nome do requerente dos programas de restrição ao crédito trará ainda mais danos ao caráter da mesma, posto que ao se ver impedida de realizar uma compra já presenciou imensurável vergonha e tristeza.
		Na conclusão, cumpre dizer que o requerente necessita o mais rápido possível de ver seu nome retirado de tais programas, pois sua inscrição se deu de modo errôneo, o que resultou em um constrangimento sem proporções.
		Sendo assim, é urgente que se proceda à retirada do nome do requerente do cadastro de maus pagadores, uma vez que não há motivos para a negativação, visto que, o requerente pagou o boleto da sua compra à vista no mesmo dia da compra. 
		Requer, portanto, em sede de tutela antecipada, a determinação que a requerida retire o nome do requerente do cadastro de inadimplentes imediatamente, sob pena de multa diária.
DO DIREITO
		Face a todo constrangimento passado pelo requerente, que sempre honrou com seus compromissos cotidianos, fundamenta-se no presente artigo do Código Civil o dano que a empresa causou pela sua imprudência:
Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
		O Código de defesa do Consumidor, em sua proteção amoldado no princípio da vulnerabilidade do contratante leciona:
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoaise de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 3º. O Consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorreta.
A doutrina também se faz bem rica em argumentos sobre o tema:
"Constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando à diminuição de seu patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da pessoa (integridade física, moral e intelectual) não poderá ser violado impunemente, como o dano moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos extrapatrimoniais, provocando sentimentos que não têm preço, a reparação pecuniária visa a proporcionar ao prejudicado uma satisfação que atenue a ofensa causada." MARIA HELENA DINIZ (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7º vol., 9ª ed., Saraiva).
No mesmo sentido, estamos acobertados pela Carta Magna:
“A Constituição empresta muita importância à moral, como valor ético-social da pessoa e da família, que se impõe ao respeito dos meios de comunicação social (art. 221, IV). Ela, mais que as outras, realçou o valor da moral individual, tornando-a mesmo indenizável (art. 5º, V e X). A moral individual sintetiza a honra da pessoa, o bom nome, a boa fama, a reputação que integram a vida humana como dimensão imaterial”. (JOSÉ AFONSO DA SILVA, Curso de Direito Constitucional Positivo, 10º edição, Editora Malheiros).
		No presente caso, a indenização por danos morais é in re ipsa, presumida de direto, e não exige prova de grandiosa lesão moral, conforme julgado proferido pela Colenda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia em caso semelhante ao tratado:
APELAÇÃO CÍVEL. AVON COSMÉTICOS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAIS E MORAIS. INEXISTÊNCIA DO DÉBITO. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA. DANO MORAL CARACTERIZADO. SENTENÇA MANTIDA. INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. DANO MORAL CARACTERIZADO. Inscrição indevida do nome da parte autora nos cadastros do SPC é caso de dano moral puro, que independe de comprovação do dano efetivo, bastando o cadastro negativo para gerar dano moral. Posto Isto e tudo mais que dos autos consta, VOTO no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO interposto, para manter integralmente a sentença guerreada pelos seus próprios fundamentos. (TJ-BA - APL: 00012698220098050054 BA 0001269-82.2009.8.05.0054, Data de Julgamento: 26/06/2012, Quinta Câmara Cível, Data de Publicação: 17/11/2012, grifos nossos).
		No Superior Tribunal de Justiça, é consolidado o entendimento de que "a própria inclusão ou manutenção equivocada configura o dano moral in re ipsa, ou seja, dano vinculado à própria existência do fato ilícito, cujos resultados são presumidos" (Ag 1.379.761). 
		Resta demonstrado, portanto, que inexiste motivação para a inscrição do autor no cadastro de inadimplentes, o que gerou diversos transtornos ao mesmo, causando-lhe danos de ordem moral.
DOS PEDIDOS
		Requer que perante Vossa Excelência:
		1. Seja Liminarmente deferido o pedido de TUTELA ANTECIPADA, obrigando a demandada a efetuar a retirada do nome do requerente do SERASA, no prazo de 05 dias, conforme artigo 43, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor, sob pena de multa diária;
		2. Seja a ré citada para, querendo, contestar a presente ação no prazo legal sob pena de revelia, conforme artigo 344 do CPC;
		3. Seja julgada a presente ação INTEIRAMENTE PROCEDENTE, condenando a ré ao pagamento de, no mínimo, R$2.000,00 (Dois mil reais) pelo dano moral sofrido.
		Dá-se à causa o valor de R$2.000,00 (Dois mil reais).
		
Termos em que,
Pede e espera Deferimento.
Goiânia-GO, 10 de março de 2021.
DIOGO DE OLIVEIRA ABADIA
OAB 101.554

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