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UNIDADE III
Finanças e 
Orçamento 
Público
Thaís Liliane dos Santos
Evolução Conceitual do Orçamento
Público e Princípios Orçamentários
Caro(a) aluno(a), a �nalidade do Estado, de uma forma geral, é a realização do bem
comum, atendendo às necessidades sociais. Para custear a sociedade como um todo,
é necessário um dispêndio muito grande de dinheiro.
Entre as várias atividades do governo, existe a �gura da atividade �nanceira. Assim
como na vida pessoal, é preciso saber o valor de receitas e despesas para que se
possa ocorrer um equilíbrio entre elas. Esse controle pode ser assim denominado
orçamento.
Os primeiros movimentos na aceitação de orçamentos públicos padronizados datam
da década de 30. O orçamento público, no Brasil, passou por várias transformações
até chegar nos dias atuais.
Dessa forma, ao �nal desta aula, você será capaz de:
de�nir o conceito de Orçamento Público;
conhecer os tipos de orçamentos;
identi�car os princípios que norteiam o Orçamento Público.
Aula 01
Introdução
2
Orçamento Público
O orçamento público é um instrumento de planejamento da ação do governo que,
basicamente, localiza-se a previsão de despesas e de receitas para um período
determinado.
Berner e Sousa (2018, p. 50) de�nem: “O orçamento Público é um instrumento que
efetua o planejamento do governo constituído de despesas �xadas pelo Legislativo a
qual autoriza o Executivo a realizar estas despesas no exercício �nanceiro por meio
de arrecadação de receitas estimadas.”.  
Lima (2018, p. 01) trata o orçamento público
[...] como planejamento feito pela Administração Pública para atender, durante
determinado período, os planos e programas de trabalho por ela desenvolvidos, por
meio da plani�cação de receitas a serem obtidas e dos dispêndios a serem
efetuados, objetivando a continuidade e a melhoria quantitativa e qualitativa dos
serviços prestados à sociedade.
“O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pública ou
privada, e representa o �uxo previsto dos ingressos e das aplicações de recursos em
determinado período.” (BRASIL, 2018, p. 15).
A atividade de orçar está intimamente ligada à atividade de planejar. Podemos traçar
uma análise paralela entre um orçamento familiar e o orçamento público. Na vida
familiar/particular, temos de administrar os nossos próprios recursos, isto é, o quanto
ganhamos em relação às nossas despesas, de modo a evitar que �quemos sem o
necessário para viver. Assim, o Estado brasileiro também sente a necessidade de
realizar um planejamento adequado para as �nanças com a �nalidade de alcançar o
desenvolvimento.
3
Segundo o Portal da Câmara dos Deputados (2019, on-line), o primeiro orçamento
data de 1830 e foi “aprovado pelo Decreto Legislativo de 15-12-1830, que �xava a
despesa e orçava a receita das antigas províncias para o exercício de 1831 (de
1.7.1831 a 30.6.1832).”.
O orçamento a partir desse momento tornou-se um verdadeiro instrumento de
administração que apresentava as atividades econômicas e �nanceiras do governo,
antes tratado somente como um instrumento político de �nanças públicas
(CREPALDI; CREPALDI, 2013).
SAIBA MAIS
O Orçamento Público pode ser estudado sobre diferentes
naturezas: política econômica, administrativa, jurídica,
contábil e �nanceira. Quando se olha para o orçamento como
resultado do processo de avaliação de demandas e de escolhas
entre possíveis alternativas, tratamos a respeito da sua
natureza política. A natureza econômica se destaca pelas
questões �scais, ous eja, receitas, despesas, dé�cits e dívidas.
O orçamento tratado como lei, em que se estima a receita e
autoriza tetos de despesa, de�ne a sua natureza jurídica.
Como natureza administrativa, o orçamento tem o papel de
ser instrumento de gestão. Ao antecipar os �uxos de
arrecadação e de pagamento, o orçamento é um instrumento
�nanceiro. A natureza contábil, por meio das contas, antecipa
o resultado patrimonial e global da gestão.
Fonte: Giacomoni (2017).
4
A história da evolução conceitual do orçamento público é dividida em duas fases:
orçamento tradicional e orçamento moderno.
FATOS E DADOS
O Portal da Câmara dos Deputados disponibiliza um resumo da Evolução
Histórica no Brasil sobre o Orçamento da União. Con�ra em:
<https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-
uniao/cidadao/entenda/cursopo/HistoricoBrasil>. Acesso em: 14 jun. 2019.
5
https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/HistoricoBrasil
SAIBA MAIS
O Manual Técnico de Orçamento pode ser acessado por meio do link:
<https://bit.ly/2RqYdEyf>. Acesso em: 14 jun. 2019.
É um importante instrumento de apoio aos processos orçamentários.
6
https://bit.ly/2RqYdEy
Tipos de Orçamento
Orçamento Tradicional
Conhecido também como clássico, o orçamento tradicional era um documento que
constava apenas a previsão da receita e autorização da despesa para um período de
um ano dissociado de qualquer planejamento, cujo foco se respalda aos gastos. A
forma de elaboração era centrada no controle contábil, sem qualquer ênfase no
controle da gestão dos recursos.
Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 22) a�rmam: “O orçamento clássico ou tradicional
consistia em um plano contábil, em que os governos tinham atividades e ações
bastante limitadas e trabalhavam em um regime de rígido controle das despesas
públicas.”.
A função principal do orçamento tradicional era possibilitar aos órgãos de
representação um controle político sobre os executivos. Preocupava-se em manter o
equilíbrio �nanceiro e evitar, ao máximo, a expansão de gastos (GIACOMONI, 2017).
Figura 1 - Budget 
Fonte: kchung / 123RF.
7
O orçamento se pauta na projeção das alocações realizadas no passado, não tendo
nenhuma preocupação com ações especí�cas na resolução de problemas da
sociedade.
O orçamento tradicional/clássico se estendeu até a década de 60.
Tabela 1 - Nome da tabela 
Fonte: fonte aqui.
Orçamento Moderno
A partir da Lei nº 4.320/64, o Governo Federal passou a utilizar o orçamento
moderno. Destacam-se, nessa fase, dois tipos de orçamento: orçamento de
desempenho e orçamento-programa.
No orçamento de desempenho, a preocupação do gestor é saber o que o Governo
realiza e não como ele compra. Caracteriza-se pela apresentação do objeto do gasto
e um programa de trabalho, contendo as ações que foram desenvolvidas. Nesse tipo
de orçamento, não há vinculação com o orçamento anterior.
O orçamento-programa foi introduzido nos Estados Unidos no �nal da década de
1950 com o nome PPBS (Planning Programming Budgeting System). No Brasil, foi
instituído em 1964, pela Lei nº 4.320/64 e pelo Decreto-Lei nº 200/67.
Receita Despesas
Tributos 80.000 Custeio 90.000
Impostos 70.000 Pessoal 20.000
Taxas 10.000 Manutenção 70.000
       
Empréstimos 20.000 Investimentos 10.000
    Obras 10.000
Total 100.000 Total 100.000
8
Esse instrumento é entendido como um plano de trabalho de planejamento da ação
do governo. Identi�ca os programas de trabalho, projetos e atividades,
estabelecendo objetivos e metas a serem implantadas e a sua previsão de custos
relacionados.
“O orçamento-programa, parte integrante do plano de governo que efetua o
detalhamento das despesas por meio da política econômica, faz a previsão para o
próximo exercício, evidenciando os objetivos e metas de programas de trabalhos bem
como a destinação dos recursos praticados nos programas” (BERNER; SOUSA, 2018,
p. 54).
Em 1988, a Constituição Federal CF estabeleceu a normatização da matéria
orçamentária por meio do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Orçamento de Desempenho
No orçamento de Desempenho, a preocupação não gira só em torno dos gastos, mas,
sim, com a preocupação com o resultado dos gastos. Os gastos são explicados por
seus programas de trabalho e como esses recursos serão destinados à unidade.
Berner e Sousa (2018, p. 53) conceituam:
[...] também conhecido como pós-tradicional, tem como objetivo veri�car quais são
os destinos dos recursos �nanceiros praticadospela gestão pública. Esse tipo de
orçamento atenta-se aos resultados dos gastos não somente com o gasto em si.
Nesse tipo de orçamento não há vinculação com o orçamento anterior.
Orçamento base zero
É uma técnica utilizada para a elaboração do orçamento-programa. Na fase de
elaboração da proposta orçamentária anual, deve-se ter justi�cativas dos gastos em
sua totalidade a cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário.
A sua origem data de 1968, por meio de uma experiência desenvolvida por Peter A.
Pyhrr, no Texas, nos Estados Unidos. Surge no sentido de combater o aumento dos
gastos e a ine�ciência na utilização/alocação dos recursos. Não leva em consideração
os dados históricos de receitas e despesas de forma a não perpetuar erros históricos.
Paludo (2017, p. 14) trata a respeito das principais características do Orçamento
Base Zero:
9
[...] foca em objetivos e metas atuais; analisa o custo-benefício dos projetos e
atividades; identi�ca e elimina duplicidades; assegura a alocação racional de
recursos; fornece subsídio para tomada de decisão (apresenta várias opções, vários
"pacotes de decisão"); facilita o controle de resultados; exige funcionários
capacitados em matéria orçamentária.
Orçamento Participativo
O Orçamento participativo é uma técnica e não propriamente um orçamento. Esse
mecanismo é utilizado para ouvir as demandas prioritárias da população, em que os
cidadãos, por meio de assembleias, participam da elaboração dos orçamentos.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) dispõe sobre o
orçamento participativo em seu art. 48. Parágrafo único: “A transparência será
assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de
ATENÇÃO
No orçamento base zero, toda despesa é considerada uma despesa nova,
independentemente de se tratar de despesa continuada oriunda de período
passado ou de uma despesa inédita/nova.
10
audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos,
lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.” (BRASIL, 2000).
Orçamento Incremental
É uma técnica de elaboração orçamentária em que os itens da receita e da despesa
sofrem um ajuste marginal a cada ano, corrigindo o valor monetário da moeda.
“O Orçamento Incremental é aquele que, a partir dos gastos atuais, propõe um
aumento percentual para o ano seguinte, considerando apenas o aumento ou
diminuição dos gastos, sem análise de alternativas possíveis.” (PALUDO, 2017, p. 14).
ORÇAMENTO PÚBLICO
TIPOS/TÉCNICAS FINALIDADE ÊNFASE CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
        TRADICIONAL
        Controle
Político.
      Objeto de
Gasto.    
    Institucional.
Nenhuma vinculação
com planejamento.
Não utiliza
indicadores de
resultado.
    Elemento de
Despesa.
Valorização do
aspecto jurídico.
Neutralidade em
relação à economia.
Alocação de recursos
para aquisição de
meios.
       
DESEMPENHO
Controle
Político.
Desempenho.
Institucional.
Alguma utilização de
indicadores.
Instrumento da
Administração.
Categoria
Econômica.
Não havia vinculação
com planejamento.
Instrumento de
Intervenção na
Resultados
(e�cácia).
Por Programas. Preocupação com os
custos dos
11
Economia. programas.
Por funções.
Apresenta propósito
e objetivos para os
gastos.
            PROGRAMA
  Controle
Político.
    Realizações.
Institucional.
Elo de União entre
Planejamento e
Orçamento.
  Instrumento da
Administração.
Funcional.
Identi�cação clara de
objetivos.
  Resultados
(e�cácia e
e�ciência).
Natureza da
Despesa.
Utilização
sistemática de
indicadores.
Instrumento de
Intervenção na
Economia.
Estrutura
Programática.
Indicação do custo
total dos programas.
Categoria de
Programação.
Avaliação e análise
técnica das
alternativas.
          BASE-ZERO
Controle dos
gastos
excessivos ou
desnecessários.
      E�ciência na
Alocação dos
Recursos.
      Não considera
importante.
Não valoriza
prioridades
históricas.
Foca objetivos e
metas atuais.
Instrumento da
Administração
para a Seleção
das Melhores
Alternativas.
Exige justi�cativa
detalhada para cada
despesa.
Análise e avaliação
de todas as despesas.
Pode proporcionar
redução de gastos.
    PARTICIPATIVO Promoção da
Cidadania.
        Despesa
com
        Categoria
Econômica
Participação direta
dos cidadãos.
12
Tabela 2 - Tipos de orçamento público 
Fonte: Adaptada de Paludo (2017).
Princípios Orçamentários
Os princípios orçamentários normatizam e norteiam a elaboração, aprovação,
execução e controle do orçamento público. Estão elencados na Constituição Federal,
no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei nº 4.320/64.
investimentos. (Investimentos).
  Fortalecimento
da Democracia.
Decisão das
prioridades pela
população local.
Não é evolução de
outras técnicas - é
experiência nova
baseada na
Autorregulação.
       
INCREMENTAL
  Controle
Político.
  Itens de
Despesa.
  Institucional.
É base no orçamento
anterior.
Não há comparações
com alternativas.
  Manutenção
das Atividades.
  Incremento de
dotações.
  Elemento de
Despesa.
Incremento
mediante barganha
política.
Técnica rudimentar
que foca itens da
despesa em vez de
objetivos.
13
Princípio da Legalidade
Tal princípio indica que as autorizações orçamentárias para arrecadação e realização
das despesas devem ser feitas por meio de Lei aplicável a toda Administração Pública.
Berner e Sousa (2018, p. 66) a�rmam: “[...] todos os entes públicos estão sujeitos a
cumprir a legislação com a �nalidade de benefícios à sociedade, estes sofrerão penas
se houver desvios e práticas ilícitas em benefício próprio [...]”.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade
A autorização concedida pelo Poder Legislativo, para a realização de despesas e
arrecadação de receitas, não pode ser concedida por prazo inde�nido, pois, assim, o
Governo perderia o controle. Em razão disso, de�niu-se, no art. 2° da Lei nº 4.320/64,
que a cada ano �nanceiro (12 meses) seja elaborada uma nova lei orçamentária. No
Brasil, o exercício �nanceiro coincidirá com o ano civil (01 de janeiro a 31 de
dezembro) (BRASIL, 1964).
Princípio da Unidade
Pelo princípio da Unidade, não se admite orçamentos paralelos e tal princípio está
voltado à movimentação �nanceira do Tesouro. O seu objetivo é a �scalização
Figura 2 - Marcadores 
Fonte: kchung / 123RF.
14
orçamentária e �nanceira do Legislativo.
O princípio da unidade ensina que o orçamento deve ser uno, ou seja, no âmbito de
cada esfera de Governo (União, estados e municípios) deve existir apenas um só
orçamento para um exercício �nanceiro. Cada esfera de Governo deve possuir
apenas um orçamento, fundamentado em uma única política orçamentária e
estruturado uniformemente. Assim, existem o orçamento da União, o de cada estado
e o de cada município (PALUDO, 2017, p. 23).
Princípio da Universalidade
Segundo o art. 3 da Lei nº 4.320/64, a lei de orçamento compreenderá todas as
receitas e todas as despesas próprias dos órgãos do governo e da administração
centralizada.
O tema universalidade orçamentária foi tratado pelo art. 165 da Constituição
Federal:
§ 5º: A lei orçamentária anual compreenderá: 
I -  o orçamento �scal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público; 
II -  o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III -  o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a
ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo poder público (BRASIL, 1988, on-line).
Dessa forma, o orçamento deve conter todas as receitas a serem arrecadadas e todas
as despesas a serem realizadas em um determinado período.
Princípio do Orçamento Bruto
O princípio do orçamento bruto está explícito na Lei nº 4.320/64, especi�camenteem
seu art. 6: “Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus
totais, vedadas quaisquer deduções.
“Procura-se com esta norma impedir a inclusão de importâncias líquidas, ou seja,
descontando despesas que serão efetuadas por outras entidades e, com isso,
15
impedindo sua completa visão, conforme preconiza o princípio da universalidade.”
(PALUDO, 2017, p. 23).
Princípio da Exclusividade
Pelo princípio da exclusividade, a Lei de Orçamento deverá tratar apenas de matéria
�nanceira, excluindo-se dela qualquer outro dispositivo estranho.
Esse princípio consta no § 8º do art. 165 da Constituição Federal:
A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
�xação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei (BRASIL, 1988, on-line).
No sentido de impedir que a Lei de Orçamento fosse utilizada como meio de
aprovação de outras matérias que não possuíam vínculos com questões �nanceiras,
surgiu esse princípio (GIACOMONI, 2017).
Princípio da Especi�cação, Especialização ou
Discriminação
A �nalidade desse princípio é apoiar o trabalho �scalizador dos parlamentos sobre as
�nanças executivas e classi�cando as despesas em níveis detalhados que possam
facilitar a análise da origem dos recursos e a sua aplicação. Não são permitidos os
lançamentos de valores globais, de forma genérica, ilimitados e sem discriminação.
Esse princípio consta no § 1º do art. 15 da Lei nº 4.320/1964:
Na lei de orçamento, a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos;
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material,
serviços, obras e outros meios de que se serve a Administração Pública para
consecução dos seus �ns (BRASIL, 1964, on-line).
16
Ao atender as necessidades próprias, as entidades públicas poderão adotar graus de
discriminação além do �xado em lei. Quanto maior for o detalhamento, maior será a
transparência.
Princípio da não Afetação de Receitas
Tal princípio defende que nenhuma receita de impostos poderá ser vinculada com
determinada despesa pelo legislador, ou seja, veda a vinculação de receita de
impostos a órgãos, fundo ou despesa.
Na Constituição Federal, especi�camente no art. 167, são vedadas:
FATOS E DADOS
ELEMENTOS DE DESPESA: indicam os objetos de gastos
que a administração pública utiliza para a consecução de
seus �ns, tais como pessoal, material e serviço.
Para classi�car uma despesa quanto à sua natureza, devem
ser identi�cados: a Categoria Econômica e o Grupo de
Despesa a que pertence; a forma de sua realização ou
Modalidade de Aplicação; e, �nalmente, o seu objeto de
gasto ou Elemento de Despesa. A despesa será classi�cada
por uma numeração no total de 6 (seis) dígitos.
Fonte: Crepaldi e Crepaldi (2013).
17
IV- a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvada a
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que os arts. 158 e 159 se
referem; a destinação de recursos para as ações e serviços públicas de saúde, para
manutenção e desenvolvimento do ensino e para a realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelo art. 198, § 2º;
212; e 37, XXII; e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
de receita prevista no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo
(BRASIL, 1988, on-line).
A �nalidade desse princípio é de que as receitas estejam livres para a sua alocação
racional, em um momento oportuno, de acordo com as prioridades públicas.
ATENÇÃO
A  União tem di�culdade no cumprimento desse princípio, pois alguns tipos de
receitas são naturalmente vinculados à execução de determinadas despesas. São
exemplos: as contribuições sociais econômicas e as de intervenção no domínio
econômico. Saiba mais em:   <https://bit.ly/1eebVV8>.
Acesso em: 15 jun. 2019.
18
https://bit.ly/1eebVV8
Princípio da Publicidade
Esse princípio constitucional, previsto no art. 37 da CF, é o norteador de todos os
atos da administração pública. O seu objetivo é proporcionar publicidade aos atos
públicos, a �m de que haja transparência dos gastos públicos.
Giacomoni (2017, p. 82) expõe: “Por sua importância e signi�cação e pelo interesse
que desperta, o orçamento público deve merecer ampla publicidade. Formalmente, o
princípio é cumprido, pois, como as demais leis, é publicado nos diários o�ciais. A
publicidade ideal, porém, envolve as mesmas questões ligadas à clareza.”.
A publicidade legal é realizada pelo Diário O�cial.
Princípio do Equilíbrio
O princípio trata que a LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias - disporá de equilíbrio
entre receita e despesa. Estabelece que a despesa �xada não pode ser superior à
receita prevista. Tem a �nalidade de impedir gastos desordenados, bem como
impedir o dé�cit orçamentário.
Berner e Sousa (2018, p. 64) a�rmam: “O princípio do Equilíbrio atrela-se com a Lei
de Responsabilidade Fiscal em que haverá o estabelecimento das receitas e
despesas, na igualdade entre as duas contas.”.
É um princípio fundamental para a administração pública, tendo, como base, os
pressupostos da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF.
Princípio da Clareza
O princípio da clareza estabelece que o orçamento deve ser apresentado em
linguagem transparente, simples, no entanto sem descuidar das exigências técnicas
orçamentárias.
“O orçamento público, ao cumprir múltiplas funções - algumas não técnicas - deve ser
apresentado em linguagem clara e compreensível a todas aquelas pessoas que, por
força de ofício ou por interesse, precisam manipulá-lo.” (GIACOMONI, 2017, p. 82).
19
INFOGRÁFICO INTERATIVO
Para consultar o Infográ�co Interativo, 
acesse a versão digital deste material
20
QUESTÃO OBJETIVA
De acordo com a Lei nº 4.320/64, em seu art. 3: “A lei de
orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as
de operações de crédito autorizadas em lei.”, estamos
tratando de um princípio orçamentário. Assinale a
alternativa que corresponda a esse princípio.
Princípio da Universidade.
Princípio da Especi�cação.
Princípio da Exclusividade.
Princípio da não afetação das receitas.
Princípio do orçamento bruto.
21
QUESTÃO OBJETIVA
O Orçamento Público, através dos anos, foi se modi�cando
e se aperfeiçoando, a �m de que ele atendesse, de forma
e�ciente, a administração e a população. Sobre as
características do Orçamento Tradicional, que é um dos
primeiros orçamentos, é correto a�rmar que
Há ênfase nos resultados.
Esse orçamento é regido pela Lei nº 4.320/64.
O critério de classi�cação é o funcional-programático.
Esse orçamento estimula o exercício da cidadania.
O foco consiste no objeto do gasto.
22
Fechamento
Nós, enquanto cidadãos, temos a oportunidade de saber e de cobrar do poder público
a forma com que o nosso dinheiro é redirecionado, ou seja, onde é usado e como é
usado.
Conhecer os principais conceitos de orçamento, de orçamento público e princípios
orçamentários nos faz entender um pouco a respeito de como funciona a máquina
pública.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
conhecer os conceitos de orçamento;
conhecer a evolução do orçamento público;
identi�car os princípios orçamentários e as suas diferenças.
23
Legislação sobre
Orçamento,
Dispositivos
Constitucionais,
Planejamento e
Orçamento e Sistema
Orçamentário
Brasileiro: PPA, LDO e
LOA
Aula 02
24
A elaboração do orçamento público, no Brasil, segue um ciclo integrado de acordo
com a Constituição Federal de 1988, o qual compreende: o Plano Plurianual (PPA); a
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
A Lei nº 4.320/64 (referente às Normas de Direito Financeiro) regula o orçamento
público, juntamente com a Lei Complementar nº 101/2000 e a Constituição Federal
de 1988.
Ao �nal desta aula, você será capaz de:
conhecer a legislação que trata a respeito do orçamento público;
identi�car os instrumentosorçamentários;
aprender sobre o PPA, a LDO e a LOA.
Introdução
25
Legislação do Orçamento
No Brasil, vigora o princípio da hierarquia constitucional, em que a Constituição
Federal de 1988 é o ápice do ordenamento jurídico. Todas as demais normas
infraconstitucionais devem se adequar a ela, pois é a fonte primária do Direito
Orçamentário.
Após a CF, a principal fonte é a Lei nº 4.320/64, a Lei de Normas Gerais do
Orçamento e Contabilidade Pública. Essa lei não se aplica às empresas estatais que
não se utilizam de recursos da União para a sua manutenção ou para investimentos.
Para esse caso, essas empresas são submetidas à Lei nº 6.404/76, a Lei das
Sociedades Anônimas - SA, denominadas “estatais independentes”.
Como a Constituição Federal só foi promulgada em 1988, a Lei nº 4.320/64 foi
recepcionada no novo ordenamento jurídico como “Lei Complementar”. Por questões
de economia, todas as leis editadas antes da Constituição são mantidas desde que
não sejam incompatíveis com o novo texto.
Figura 1 - Constituição Federal 
Fonte: zerbor / 123RF.
26
Outra Lei de grande relevância é a Lei Complementar nº 101/2000, a Lei de
Responsabilidade Fiscal - LRF. Ela estabelece normas de �nanças públicas voltadas
para a responsabilidade na gestão �scal.
Instrumentos Normativos
Orçamentários
A Constituição Federal estabelece três instrumentos legais de planejamento em seu
art. 165: “Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I- o plano plurianual; II-
as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais” (BRASIL, 1988). Esses
instrumentos são leis ordinárias aprovadas pelo Poder Legislativo.
Figura 2 - Visão Jurídico-legal do orçamento público 
Fonte: Adaptada de Paludo (2017).
27
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 165, cria o Plano Plurianual (PPA), a
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e uni�ca os orçamentos anuais (Fiscal,
Seguridade Social e de Investimento das Estatais) no Orçamento Geral da União
(OGU), acabando com duas práticas perversas no país, o Orçamento Monetário no
BACEN e as despesas fora do orçamento (convênios e dívidas) (CASTRO, 2018 p.
21).
Para as despesas de capital e outras delas decorrentes, incube ao PPA �xar um
planejamento de longo prazo (quatro anos). Quanto às suas metas, estas são
divididas em metas anuais e, em relação às metas anuais, estas constam da Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
ATENÇÃO
O PPA, a LDO e o LOA são leis ordinárias e não complementares do ponto de
vista da sua tramitação e aprovação. A Lei nº 4.320/64 é uma lei ordinária que foi
recepcionada pelo ordenamento jurídico.
28
Plano Plurianual - PPA
Castro (2018, p. 21) a�rma: “O primeiro PPA foi elaborado pelo governo Fernando
Collor para vigorar de 1991 a 1995. Foi apresentado ao Congresso Nacional e
aprovado quase sem discussão e emendas, cumprindo exigências constitucionais.
Publicado pelo Poder Executivo, recebeu bonita encadernação, mas não se tornou
um orientador da ação governamental.”.
O PPA é um instrumento de planejamento em que constarão as metas  (expressas em
números) para os próximos anos em diversas áreas.
Lamberti (2018, p. 57) de�ne o Plano Plurianual da seguinte forma: “Corresponde ao
plano de médio prazo, por meio do qual se procura ordenar as ações do governo que
levem ao alcance dos objetivos e das metas �xadas para um período de quatros anos.”.
Sobre o PPA, Berner e Sousa (2018, p. 59) elucidam:
O Plano Plurianual estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes, bem como para as relativas aos programas de duração continuada. É o
planejamento estratégico quadrienal do governo, que contém todos os programas
governamentais que serão executados durante o período de quatros anos.
Podemos entender o PPA como um planejamento em relação ao que fazer com o
dinheiro público, por meio de impostos dos cidadãos.
O art. 165, da Constituição Federal, trata também do conceito: “§ 1°: a lei que
instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e
outras delas decorrentes, bem como para as relativas aos programas de duração
continuada". E a sua �nalidade “está ligada ao mandato constitucional de "redução
das desigualdades regionais" (§ 7º do art. 165 da CF de 88).
Paludo (2018, p. 98) detalha o conceito para uma melhor compreensão.
Regionalização – refere-se às macrorregiões brasileiras: Norte, Nordeste, Sudeste,
Centro-Oeste e Sul.  
29
Diretrizes – são “um conjunto de instruções”, isto é, são “orientações gerais” que
balizam as medidas que o governo adotará para alcançar os objetivos; são “linhas
norteadoras” que de�nem os rumos a serem seguidos; são critérios de ação e de
decisão que disciplinam e orientam os diversos aspectos envolvidos no planejamento.
Objetivos – são alvos a serem atingidos, ou seja, são os resultados que se pretendem
alcançar com a realização das ações governamentais, sempre visando ao bem-estar
da coletividade. Cada Programa incluído no PPA possui objetivo(s) especí�co(s), ao
mesmo tempo em que concorre para o alcance dos objetivos gerais.
Metas – são partições dos objetivos que, mediante a quanti�cação física dos
programas e projetos, permitem medir e avaliar o nível de alcance dos objetivos.
Despesas de Capital – as despesas de capital são aquelas que contribuem para a
formação ou aquisição de um bem de capital; são obras de toda espécie,
equipamentos, investimentos, inversões �nanceiras e amortizações de dívidas.
Outras delas decorrentes – são as despesas geradas após a entrega do produto das
despesas de capital. São despesas correntes essenciais para o seu funcionamento ou
manutenção. Exemplo: a construção de uma escola é despesa de capital. Concluída a
obra e iniciada a sua utilização, é necessário contratar professores, auxiliares, pagar
despesas como luz, água, telefone etc. – essas são as despesas decorrentes das
despesas de capital (da construção da escola).
Programas de Duração Continuada – de acordo com a LRF, são despesas que
ultrapassam dois exercícios �nanceiros. Referem-se à manutenção dos órgãos e
entidades e aos recursos necessários à oferta de bens e serviços no período de
vigência do PPA por meio de programas continuados de educação, saúde, segurança,
lazer etc.
30
O PPA é apreciado como um planejamento estratégico de médio prazo da
Administração Pública brasileira. São incluídas as metas e despesa de capital e outras
delas decorrentes, que ultrapassam o período de um exercício �nanceiro e as
diretrizes e os objetivos são as intenções do governo.
As leis orçamentárias têm tramitação especial. Por ser um plano de quatros anos, é
elaborado a cada quatro anos. O período de validade não coincide com o do chefe do
Executivo. O PPA é deslocado um ano para frente em relação ao mandato do chefe do
Executivo, de modo que, no primeiro ano de governo, o presidente, o governador ou o
prefeito estão executando o PPA feito pelo antecessor, deixando, no último ano de
mandato, a mesma herança para o sucessor. Assim, garante-se a continuidade
administrativa dos projetos.
SAIBA MAIS
Todas as informações de cada etapa do PPA devem ser
registradas no SIOP - Sistema Integrado de Planejamento e
Orçamento, que é o instrumento informatizado e adotado
para o processo de elaboração, monitoramento, avaliação e
revisão dos programas do Plano Plurianual. Os registros físico-
�nanceiros, no SIOP, são de periodicidade semestral: as
informações referentes ao primeiro semestre devem ser
registradas no período de 01 a 31 de julho; e as informações
referentes ao segundo semestre no período de 15 de janeiro a
15 de fevereiro do exercício seguinte.
Fonte: Paludo (2017).
31
O Projeto do PPA será encaminhado pelo chefe do Executivo (presidente) ao
Legislativo até quatro meses do encerramento do primeiro exercício �nanceiro do
mandato presidencial (até 31 de agosto do primeiro ano do mandato). OLegislativo
devolverá o PPA aprovado para sanção até o dia 22 de dezembro (encerramento da
sessão legislativa).
Assim como na vida particular ou pro�ssional, todo projeto ou plano pode sofrer
alterações em razão de fatos independentes à nossa vontade. Enquanto ainda são
projetos, eles podem ser alterados tanto pelo Poder Legislativo, por meio de
emendas parlamentares, como por meio de mensagem do Poder Executivo.  
Modelo de Gestão
SAIBA MAIS
A sessão legislativa ordinária é o período de atividade normal do Congresso a
cada ano, especi�camente de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22
de dezembro. A cada quatro sessões legislativas, a contar do ano seguinte ao das
eleições parlamentares, compõe-se uma legislatura.
Fonte: Brasil (1988).
32
A gestão por resultados, na administração, foi introduzida pelo PPA em 2000-2003.
Era centrada nos programas e otimizava a gestão organizacional, trazendo resultados
diretos para a sociedade, além de melhorar a qualidade dos serviços.
O PPA-2004-2007 trouxe o Pacto de Concertação:
[...] um instrumento de gestão orientado para a conciliação de interesses dos
diferentes níveis territoriais: macrorregional, regional, estadual, municipal etc.,
capaz de pôr em prática uma política compartilhada e articulada de
desenvolvimento nacional e local, baseada em estratégias de estruturação
equilibrada e complementar, respeitando a diversidade e a identidade cultural
(PALUDO, 2018, p. 97).
Os critérios de e�ciência, e�cácia e efetividade foram atribuídos na gestão do Plano
Plurianual de 2008-2011.
O PPA de 2012-2015 inaugurou um novo modelo de estrutura e conceitos para o
Plano Plurianual, de�nindo os espaços de atuação do Plano e do Orçamento, o que
permitiu elevar o Plano a um nível mais estratégico, com a criação dos Programas
Temáticos que retratam a agenda de governo organizada pelos temas de políticas
públicas. Além disso, possibilitou a quali�cação da comunicação com a sociedade.
Dessa forma, caro(a) estudante, consulte as orientações para a elaboração do plano
plurianual de 2016-2019 disponíveis em:
<http://www.planejamento.gov.br/servicos/central-de-
conteudos/publicacoes/orientacoes_elaboracao_ppa_2016_2019.pdf>. Acesso em:
16 jun. 2019.
O PPA de 2016-2019 aproximou a orientação estratégica dos programas temáticos,
permitindo que os resultados pretendidos sejam alcançados por meio de um melhor
acompanhamento da execução das ações.
33
http://www.planejamento.gov.br/servicos/central-de-conteudos/publicacoes/orientacoes_elaboracao_ppa_2016_2019.pdf
Para acessar a íntegra do Plano Plurianual de 2016-2019, consulte, também, o
seguinte link: <http://www.planejamento.gov.br/assuntos/planeja/plano-plurianual>.
Acesso em: 16 jun. 2019.
FATOS E DADOS
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(MPOG) divulgou o Plano Plurianual de 2016-2019 e
incluiu a promoção da ciência, da tecnologia e da inovação
entre as “diretrizes estratégicas”. O governo considera que
a agenda da CT&I tem papel central no desenvolvimento
dos países, sobretudo no cenário mundial marcado pela
crescente exigência de ganhos de produtividade e
competitividade.
Para mais informações, consulte o seguinte link:
<http://www.fapeg.go.gov.br/cti-integra-as-diretrizes-
estrategicas-do-plano-plurianual-2016-2019/>. Acesso
em: 16 jun. 2019.
34
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/planeja/plano-plurianual
http://www.fapeg.go.gov.br/cti-integra-as-diretrizes-estrategicas-do-plano-plurianual-2016-2019/
FATOS E DADOS
Como a sociedade participou da elaboração do PPA?
O PPA de 2016-2019 foi o resultado de um processo de
construção coletiva entre órgãos do governo e
representações da sociedade, um resultado que envolveu
mais de 4 mil participantes, exatamente em 120 o�cinas
governamentais para a formulação dos programas
temáticos. A formulação também foi participativa com a
sociedade e Estados, em dois Fóruns Interconselhos, seis
fóruns regionais, quatro setoriais e debates no Conselho
Nacional de Secretários Estaduais de Planejamento
(Conseplan).
O Fórum Interconselhos é o espaço de interação de�nido
para viabilizar a participação da sociedade no processo de
elaboração do Plano. Esse Fórum tem caráter consultivo e
conta com a participação de representantes dos conselhos
nacionais e de entidades representativas da sociedade.
Durante o Fórum, os participantes discutiram as políticas
públicas e apresentaram recomendações e sugestões para
o aperfeiçoamento da proposta programática apresentada,
as quais foram posteriormente incorporadas ao Plano.
Para consultar mais informações, considere o seguinte
link: <http://www.planejamento.gov.br/>. Acesso em: 16
jun. 2019.
35
http://www.planejamento.gov.br/
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
Além de constituir um detalhamento anual das metas do PPA, a Lei de Diretrizes
orçamentárias deve conter, conforme art. 165 da CF:
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
�nanceiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação
das agências �nanceiras o�ciais de fomento (BRASIL, 1988, on-line).
A LDO é um instrumento norteador da LOA, sendo que ela é responsável pela
conexão entre o plano estratégico das ações governamentais (plano plurianual) e o
plano operacional (orçamento anual).
O chefe do poder executivo deverá encaminhar a LDO até o dia 15 de abril (oito
meses e meio antes do encerramento do exercício �nanceiro) e deverá ser devolvida
para sanção até o dia 17 de julho (encerramento do primeiro período da sessão
legislativa).
A LDO deverá ser acompanhada pelos anexos de Metas Fiscais e de Riscos Fiscais.
A Lei de responsabilidade �scal (Lei Complementar nº 101/2000) em seu art. 4
de�ne:
§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias o Anexo de Metas Fiscais,
em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes,
relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
§ 2º O Anexo conterá, ainda:
I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; 
II - demonstrativo das metas anuais, instruído com a memória e a metodologia de
cálculo que justi�quem os resultados pretendidos, comparando-as com as �xadas
nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas
e os objetivos da política econômica nacional; 
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios,
36
destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; 
IV - avaliação da situação �nanceira e atuarial: 
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do
Fundo de Amparo ao Trabalhador; 
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; 
V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da
margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, em que serão
avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas
públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem (BRASIL,
2000, on-line).
O anexo de metas �scais prevê metas para os 3 anos seguintes, segundo a LRF. A
meta �scal é o que se espera arrecadar, gastar e fazer “sobrar”. Sobrar no intuito de
quitar juros e o principal da dívida, seja ela �utuante, seja ela permanente. Esse ano
deverá conter: previsão trienal da receita, da despesa e, do confronto destas, da
estimativa dos resultados nominal, primário e bruto da execução orçamentária;
previsão trienal do estoque da dívida pública; avaliação das metas do ano anterior;
demonstrativo das metas anuais, com a sua metodologia; evolução do patrimônio
líquido;avaliação �nanceira (curto prazo) e atuarial (longo prazo dos fundos de
previdência dos servidores públicos; estimativa de compensação da renúncia de
receitas (CREPALDI; CREPALDI, 2013).
A principal atribuição da LDO é orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual.
Além de orientar, ela se executa no ano seguinte.
A LDO disporá sobre as alterações na legislação tributária, em que deverão constar a
criação de novos tributos e o aumento ou a de�nição dos gastos públicos.
Orçamentos Anuais - LOA
37
A Lei Orçamentária Anual compreende a programação das ações a serem
executadas, visando, entre os seus objetivos principais, atingir as diretrizes, objetivos
e metas estabelecidas no Plano Plurianual, contendo todas as receitas e despesas
administradas pela União.
Paludo (2017, p. 57) conceitua:
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o produto �nal do processo orçamentário
coordenado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Ela abrange apenas o
exercício �nanceiro a que se refere e é o documento legal que contém a previsão de
receitas e autorização de despesas a serem realizadas no exercício �nanceiro.
Em atendimento ao princípio da anualidade, a LOA possui vigência anual, também
conhecida como exercício �nanceiro, o qual, por força do art. 34 da Lei nº 4.320/64,
coincide com o ano civil (01/01/XX a 31/12/XX).
Conforme o art. 165 da CF, § 5º, a Lei Orçamentária Anual compreenderá:
I - o orçamento �scal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
Figura 3 - Orçamento 
Fonte: bimdeedee / 123RF.
38
mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a
ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público (BRASIL, 1988, on-line).
Nos termos da Constituição, conforme citado, as Leis Orçamentárias Anuais deverão
ter suas receitas e despesas consignadas em três esferas de orçamento: esfera �scal,
de investimentos das empresas estatais e da seguridade social.
Na esfera �scal, são contempladas as receitas e as despesas com a execução das
atividades mais comuns do governo. A esfera de investimentos das empresas estatais
contempla as despesas das empresas que o Poder Público detenha a maioria do
capital com direito a voto.
Somente o Orçamento Fiscal e o de Investimentos, dentre várias funções, objetivam
reduzir desigualdades inter-regionais.
Figura 4 - Prazos importantes 
Fonte: Orçamento Cidadão (2018, p. 9).
39
QUESTÃO OBJETIVA
A administração pública utiliza três instrumentos de
planejamento: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO); e Lei de Orçamento Anual (LOA).
Esses instrumentos são de�nidos na Constituição Federal
de 1988. Sobre esses instrumentos, assinale a alternativa
correta.
A LOA compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal.
A vigência do PPA não coincide com a do mandato do chefe do
Poder Executivo.
A LDO compreenderá: o orçamento �scal, o orçamento de
investimento e o orçamento da seguridade social.
As alterações na legislação tributária serão dispostas pela
LOA.
O prazo para encaminhamento, aprovação e sanção da LOA
coincide com o da LDO.
40
QUESTÃO OBJETIVA
“Integrará o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias o
Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas
anuais, em valores correntes e constantes, relativas a
receitas, despesas, resultados nominal e primário e
montante da dívida pública, para o exercício a que se
referirem e para os dois seguintes.”. Considerando o
exposto, em qual Lei foi citado o Anexo de Metas Fiscais?
Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101/00 - Estabelece normas
de �nanças públicas voltadas para a responsabilidade na
gestão �scal e dá outras providências.
Lei nº 4.320/64 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro
para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Lei nº 6.404/76 - Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
Lei nº 8.666/93 - Institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública.
Lei nº 9.784/99 - Regula o processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal.
41
Fechamento
Caro(a) aluno(a), tratamos, nesta aula, sobre a legislação que rege o orçamento
público. O Modelo Orçamentário é composto por 3 instrumentos: o PPA (Plano
Plurianual), que estabelece diretrizes e metas a longo prazo; a LDO (Lei de Diretrizes
Orçamentárias), que enuncia as políticas públicas para o ano seguinte; e a LOA (Lei de
Orçamento Anual), que estima receita e �xa a programação das despesas.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
ter uma breve noção sobre legislação orçamentária;
identi�car os tipos de instrumentos orçamentários;
conhecer sobre a visão jurídico-legal do orçamento público.
42
Execução Orçamentária e Financeira
Da Receita Pública
As decisões e as escolhas expressas na Lei Orçamentária assumem natureza
�nanceira na forma de �uxos de recursos que entram e saem do Tesouro. O exercício
�nanceiro coincide com o ano civil (1º de janeiro a 31 de dezembro) de cada ano. As
receitas nada mais são que as entradas de dinheiro do cofre público. Dessa maneira,
estudaremos sobre a receita pública e a sua execução.
Ao �nal desta aula, você será capaz de:
conhecer os conceitos e classi�cações da receita pública;
entender os créditos orçamentários, especiais e suplementares;
diferenciar as etapas da execução orçamentária.
Caro(a) aluno(a), antes de entrar no assunto sobre a execução orçamentária e
�nanceira da receita pública, devemos passar por alguns itens importantes para o seu
entendimento.
Aula 03
Introdução
43
Conceito de Receita Pública
A receita pública, vista de uma forma geral, é tratada pela legislação contábil
brasileira como ingressos que entram no cofre estatal.
Podemos de�ni-la também como ingresso de caráter não devolutivo. Basicamente, a
receita pública pode ser compreendida como recursos �nanceiros arrecadados para
fazer face às despesas orçamentárias (CREPALDI; CREPALDI, 2013).
Kohama (2016, p.66) conceitua a receita pública como
[...] todo e qualquer recolhimento feito aos cofres públicos e a variação ativa
proveniente do registro do direito a receber no momento da ocorrência do fato
gerador, quer seja efetuado através de numerário ou outros bens representativos de
valores – que o Governo tem direito de arrecadar em virtude de leis, contratos ou
quaisquer outros títulos que derivam direitos a favor do Estado –, quer seja oriundo
de alguma �nalidade especí�ca, cuja arrecadação lhe pertença ou caso �gure como
depositário dos valores que não lhe pertencerem.
As receitas públicas podem ser conceituadas em sentido amplo e em sentido restrito.
No sentido amplo: “são ingressos de recursos �nanceiros nos cofres do Estado, que
se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de
recursos �nanceiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando
representam apenas entradas compensatórias.”. No sentido restrito: “são públicas
apenas as receitas orçamentárias.” (BRASIL, 2018, p. 14).
44
Os ingressos extraorçamentários são recursos �nanceiros que não integram a LOA e
são de caráter provisório. As receitas orçamentárias estão previstas na LOA e
integram o Poder Público.
Ingressos Extraorçamentários
Poderíamos pensar, nesse momento, que ingressos extraorçamentários são aqueles
que estão fora do orçamento. Na verdade, esses ingressos não �guram no LOA, mas
são recebimentos de recursos que constituirão compromissos exigíveis que deverão
ser devolvidos.
Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 54) de�nem os ingressos orçamentários da seguinte
forma: “São aqueles pertencentes a terceiros, arrecadados pelo ente público
FATOS E DADOS
RECEITAS PRIMÁRIASCorrespondem às provenientes da arrecadação tributária
com impostos, taxas e contribuições, bem como do esforço
próprio de arrecadação de suas unidades. Além disso, o
Governo consegue gerar receitas por meio do seu
patrimônio, como aluguéis e os dividendos que recebe das
empresas que controla.
Para mais informações, consulte o seguinte link:
<http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-
1/orcamentos-anuais/2019/ploa/orcamento-cidadao.pdf>.
Acesso em: 16 jun. 2019.
45
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-1/orcamentos-anuais/2019/ploa/orcamento-cidadao.pdf
exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior
devolução. Esses ingressos são denominados recursos de terceiros.”.
Exemplos de ingressos orçamentários: depósitos em caução, �anças, operações de
crédito por ARO, emissão de moeda e outras entradas compensatórias no ativo e
passivo �nanceiros.
46
SAIBA MAIS
Adiantamento Sobre Receita Orçamentária (ARO)
O QUE É?
É uma operação de crédito pelo qual o tesouro público contrai
dívida por “antecipação da receita prevista”, a qual será
liquidada quando efetivada a entrada da receita.
PÚBLICO-ALVO
União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal.
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
Destina-se a atender insu�ciência de caixa dentro do próprio
exercício �nanceiro. A Lei de Orçamento pode conter
autorização ao Executivo realizar, em qualquer mês do
exercício �nanceiro, operações de crédito por antecipação da
receita, a �m de atender a insu�ciências de caixa. A Lei de
Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder
Executivo �ca autorizado a utilizar para atender a sua
cobertura.
NORMA BÁSICA
Lei nº 4.320/64, Decreto nº 93.872/86, Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Para mais informações, consulte o seguinte link:
<http://produtosbancarios.com.br/adiantamento-sobre-
receita-orcamentaria-aro/>. Acesso em: 16 jun. 2019.
47
http://produtosbancarios.com.br/adiantamento-sobre-receita-orcamentaria-aro/
Receitas Orçamentárias
O Manual Técnico de Orçamento - MTO (BRASIL, 2018, p. 15) expõe o seguinte
conceito de receitas orçamentárias:
Disponibilidades de recursos �nanceiros que ingressam durante o exercício e
constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do
qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de
recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja �nalidade precípua é
atender às necessidades públicas e demandas da sociedade.
Paludo (2017, p. 159) também apresenta uma de�nição, a qual é: “As receitas
orçamentárias correspondem às entradas de recursos que o Estado utiliza para
�nanciar seus gastos, para aplicação em programas e ações governamentais,
incorporando-se ao patrimônio do ente público.”.
Com esses conceitos, podemos de�nir algumas características dos ingressos
orçamentários: �nanciam despesas orçamentárias; geram desembolso
orçamentários; têm caráter permanente; e pertencem ao Estado.
Classi�cação legal da receita orçamentária
A Lei nº 4.320/64, em seu art. 11, classi�ca as receitas em duas categorias
econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.
De acordo com o Manual Técnico do Orçamento - MTO (BRASIL, 2018, p. 18):
As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as
disponibilidades �nanceiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o
Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para �nanciar os objetivos de�nidos
nos programas e ações correspondentes às políticas públicas.
48
As receitas correntes são aquelas que contribuem para a �nalidade fundamental do
órgão ou entidade pública. São ingressos oriundos de suas atividades operacionais.
Conforme postula o art. 11 da Lei nº 4.320/64:
§ 1º - São Receitas Correntes: as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial,
agropecuária, industrial, de serviços e, ainda, as provenientes de recursos
�nanceiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas classi�cáveis em Despesas Correntes.    
A seguir, trataremos, resumidamente, de cada uma das subcategorais.
a) Receitas Tributárias
Compreende a arrecadação de tributos (impostos, taxas e contribuições de
melhoria), de acordo a legislação tributária brasileira. As receitas tributárias são as
mais signi�cativas.
49
As espécies de tributos são explicadas no quadro a seguir.
SAIBA MAIS
“Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” (BRASIL,
1966).
50
Quadro 1 - Tributos 
Fonte: Adaptado de Crepaldi e Crepaldi (2013).
b) Receitas de Contribuição
As Receitas de Contribuições são destinadas à manutenção de programas e serviços
sociais e de interesse público. Englobam as contribuições sociais e econômicas.
As contribuições sociais têm como objetivo atender à sociedade, com
acompanhamentos sociais, por exemplo, a Previdência Social. Já as contribuições
econômicas são, por exemplo, as categorias pro�ssionais: OAB, CRM, CRC, entre
outras.
c) Receita Patrimonial
Tipos Características
Impostos
Tributo cuja obrigação tem como fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal especí�ca e relativa ao contribuinte. É pago independentemente de uma
contraprestação imediata e direta do Estado compulsoriamente. Exemplos: imposto sobre
produtos industrializados; ICMS pago pelo consumidor na aquisição de gêneros
alimentícios, roupas, móveis etc.; IPTU pago anualmente sobre a propriedade de imóveis
urbanos.
Taxas
Cobradas pelo setor público em razão do poder de polícia ou da utilização efetiva ou
potencial de serviços públicos, divisíveis e especí�cos, prestados ou postos à disposição da
população. Exemplo: o IPVA que se paga para o licenciamento de veículos.
Contribuições
de melhoria
Caracterizam-se como tributos destinados a custear obras públicas de que decorra a
valorização imobiliária. Exemplos: a pavimentação e o asfaltamento de vias melhorando o
acesso, a construção de praças e logradouros, construção de avenidas e viadutos etc.
Empréstimo
compulsório
Tributo para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência. Também no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional, respeitando o art. 150, III, b e c.
Contribuições
sociais
Tributo previsto no art. 149, CRFB, o qual determina que a União pode instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias
pro�ssionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas.
51
A Receita Patrimonial é o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos
do ativo permanente, ou seja, decorre da exploração econômica do patrimônio da
instituição.
Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 58) expõem o seguinte conceito:
São aquelas provenientes da locação e alienação de bens, de arrendamento
(receitas imobiliárias), como também ganhos da aplicação de disponibilidade em
opções de mercado (receitas mobiliárias) e de outros rendimentos oriundos de
renda do patrimônio (participações e dividendos e outras receitas patrimoniais).
Assim, são exemplos de receitas patrimoniais as decorrentes de aluguéis, dividendos,
compensações �nanceiras/royalties, concessões, entre outras (BRASIL, 2018).
d) Receita Agropecuária
As Receitas Agropecuárias decorrem da exploração econômica de atividades
agropecuárias de origem vegetal ou animal.
O Manual Técnico de Orçamento - MTO (BRASIL, 2018, p. 20 ) de�ne essas
receitas como: “[...] receitas de atividades de exploração ordenada dos recursos
naturais vegetais em ambiente natural e protegido. Compreende as atividades de
cultivo agrícola, de cultivo de espécies �orestais para produção de madeira, celulose
e para proteção ambiental, de extração de madeira em �orestas nativas, de coleta
de produtosvegetais, além do cultivo de produtos agrícolas.”.
Essas receitas incluem, também, todas as movimentações necessárias para o
transporte ou benfeitorias derivadas da atividade.
52
e) Receita Industrial
Giacomoni (2017, p. 150) de�ne a Receita Industrial como: “Derivada de atividades
industriais: extrativa mineral, de transformação, de construção e de serviços
industriais de utilidade pública (energia elétrica, água e esgoto, limpeza pública e
remoção do lixo)”.
Além dessas receitas, temos outras provenientes das atividades industriais de�nidas
pelo Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE) como receitas de serviços
industriais e outras receitas industriais.
f) Receita de Serviços
Como o próprio nome expõe, a Receita de Serviços é o ingresso proveniente da
prestação de serviços por parte do ente público.
Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 58) tratam a referida receita da seguinte forma:
As receitas de serviços registram o valor total da arrecadação da receita originária
da prestação de serviços, tais como: atividades comerciais, �nanceiras, de
transporte, de comunicação, de saúde, de armazenagem, de serviços cientí�cos e
Figura 1 - Exploração econômica de atividades agropecuárias 
Fonte: Igor Zhuravlov / 123RF.
53
tecnológicos, agropecuários, de metrologia (conhecimento dos pesos e medidas dos
sistemas de unidades) etc.
Esses serviços são remunerados mediante preço público e são conhecidos como
tarifas.
g) Transferências Correntes
Paludo (2017, p. 170) de�ne Transferências Correntes como: “[...] ingresso
proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente
ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora.”.
Transferências Correntes: são provenientes do recebimento de recursos �nanceiros
de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas de
manutenção ou funcionamento que não impliquem contraprestação direta em bens
e serviços a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a utilização dos
recursos recebidos vincula-se à determinação constitucional ou legal, ou ao objeto
pactuado. Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes
esferas ou entre entidades públicas e instituições privadas (BRASIL, 2018, p. 20).
A �nalidade das contas de transferência é impedir a dupla contagem dos mesmos
recursos quando da elaboração dos demonstrativos contábeis dos entes - União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
h) Outras receitas correntes
Giacomoni (2017, p. 151) apresenta o seguinte postulado:
Envolvem receitas não enquadradas nas classi�cações anteriores: indenizações,
restituições e ressarcimentos; alienação de bens e mercadorias apreendidas
associadas ao trá�co de entorpecentes e drogas; receitas de dívida ativa de prêmios
prescritos de loterias federais; multas aplicadas pelo Tribunal de Contas da União
etc.
Até o momento, detalhamos as receitas correntes. A seguir, conceituaremos as
receitas de capital.
54
As receitas de capital são aquelas que alteram o patrimônio duradouro do Estado.
São oriundas de atividades não operacionais, visando cumprir os objetivos traçados
nos programas e ações do governo.
Assim, tem-se o seguinte postulado: “Receitas de Capital: aumentam as
disponibilidades �nanceiras do Estado. Porém, de forma diversa das Receitas
Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido.”
(BRASIL, 2018, p. 18).
O art. 11, da Lei nº 4.320/64, trata essas receitas da seguinte forma:
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos �nanceiros
oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a
atender despesas classi�cáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
Orçamento Corrente (BRASIL, 1964).
Portanto essas receitas são destinadas à aquisição de bens ou criação de novos
serviços pelo Estado.
55
a) Receita de Operações de Crédito
É o ingresso proveniente da colocação de títulos públicos ou da contratação de
empréstimos e �nanciamentos obtidos junto a entidades estatais, instituições e
outras.
Giacomoni, (2017, p. 150) a�rma: “Envolvem a captação de recursos para atender a
desequilíbrios orçamentários ou, ainda, �nanciar empreendimentos públicos. É por
intermédio dessa modalidade de receita que são cobertos os dé�cits orçamentários
que ensejam a formação da dívida pública”.
Nesse grupo, enquadram-se receitas decorrentes de empréstimos, amortizações,
�nanciamentos e outras receitas a�ns.
ATENÇÃO
Essas receitas representam permutações patrimoniais que nada acrescentam ao
patrimônio público, em que só ocorre uma troca de elementos patrimoniais, isto
é, há um aumento no sistema �nanceiro pela entrada de recursos e uma baixa no
sistema patrimonial pela saída de um bem ou direito, exceto as transferências de
capital.
Fonte: Paludo (2017).
56
b) Receita de Alienação de bens
São resultados decorrentes da alienação de bens móveis e imóveis patrimoniais.
ATENÇÃO
O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de capital derivada da alienação de
bens e direitos que integram o patrimônio público para o �nanciamento de
despesa corrente, salvo se destinada por Lei aos regimes de previdência social,
geral e próprio dos servidores públicos.
57
c) Amortização de empréstimos
“É o ingresso proveniente da amortização de empréstimos concedidos, ou seja,
referente ao recebimento de parcelas de empréstimos ou �nanciamentos
anteriormente concedidos em títulos ou contratos.” (PALUDO, 2017, p. 172).
d) Transferência de Capital
Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 59) postulam: “Registram os valores das transferências
de capital (transferência inter e intragovernamental, a instituições privadas, ao
exterior e a pessoas), tendo por �nalidade concorrer para a formação de um bem de
capital, estando vinculados à constituição ou aquisição de insumos.”.
O objetivo dessas transferências é a aplicação em despesas de capital.
e) Outras receitas de Capital
Envolvem as Receitas de Capital não classi�cáveis nas outras fontes. São
classi�cados os montantes arrecadados com outras receitas vinculadas ao acréscimo
patrimonial do órgão ou entidade.
Figura 2 - Imóveis 
Fonte: vladmax / 123RF.
58
Execução Orçamentária e Financeira
da Receita Pública
A execução orçamentária e a execução �nanceira acontecem simultaneamente. Não
é possível separar o orçamento do �nanceiro. A execução orçamentária se dá pela
utilização dos créditos constantes no orçamento. Já a execução �nanceira visa
atender à realização dos projetos e atividades.
SAIBA MAIS
Regra de Ouro
Denomina-se Regra de Ouro os dispositivos legais que vedam
que os ingressos �nanceiros oriundos do endividamento
(operações de crédito) sejam superiores às despesas de capital
(investimentos, inversões �nanceiras e amortização da dívida).
Assim como na meta de resultado primário e no teto dos
gastos, a avaliação do cumprimento da regra de ouro ocorre
legalmente ao �nal de cada exercício fechado (janeiro a
dezembro de cada ano).
Para mais informações, consulte o seguinte link:
<https://www.tesourotransparente.gov.br/visualizacao/painel-
da-regra-de-ouro>. Acesso em: 16 jun. 2019.
59
https://www.tesourotransparente.gov.br/visualizacao/painel-da-regra-de-ouro
Créditos Orçamentários
A fase de realização da receita e da despesa é denominada execução orçamentária. A
execução dos programas se dá após a publicação da Lei Orçamentária Anual (LOA).
As dotações inicialmente aprovadas na LOA podem ser insu�cientes para a
realização de todos os programas previstos. Dessa forma, a LOA pode ser alterada no
decorrer da execução por meio de créditos adicionais.
Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 66) a�rmam: “A LOA não pode conter matéria estranha
que não se relacione diretamente ao orçamento. Mas é permitido conter autorização
para que o Executivo abra créditos suplementares ou realize contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipaçãoda receita.”.
Os créditos adicionais são classi�cados em: especiais, extraordinários e
suplementares.
a) Créditos especiais
Os créditos especiais são aqueles destinados a despesas para as quais não haja
dotação orçamentária especí�ca (BRASIL, 1964). São veri�cados em termos de
gestão que houve falha de planejamento.
As características dos créditos especiais (CREPALDI; CREPALDI, 2013) podem ser
de�nidas quanto:
à �nalidade: atender a programas não contemplados;
à autorização legislativa: prévia, sempre em Lei especial;
à forma de abertura: decreto do Executivo;
a recursos: indicação obrigatória dos recursos;
a limite: obrigatório, indicado na Lei de autorização e no ano de decreto de
abertura;
à vigência: no exercício;
à prorrogação: só para o período seguinte;
à classi�cação de despesas: para projetos e atividades com indicação dos
elementos.
b) Créditos extraordinários
60
Conforme postula o Manual Técnico de Orçamento - MTO (BRASIL, 2018, p. 99), os
créditos extraordinários são:
[...] destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública, conforme art. 167 da CF. Na União, serão
abertos por medida provisória. Os créditos extraordinários não poderão ter vigência
além do exercício em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos
nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
�nanceiro subsequente; [...].
As características dos créditos extraordinários (CREPALDI; CREPALDI, 2013) podem
ser de�nidas quanto:
à �nalidade: despesas imprevisíveis e urgentes;
à autorização legislativa: independente de autorização legislativa;
à forma de abertura: decreto do Executivo com remessa imediata de recursos;
a recursos: independente de indicação obrigatória dos recursos;
a limite: obrigatório, indicado no exercício de abertura;
à vigência: no exercício;
à prorrogação: só para o período seguinte;
à classi�cação de despesas: para despesas imprevisíveis e urgentes.
c) Créditos suplementares.
Os créditos suplementares objetivam corrigir erros de orçamento. Eles estão
diretamente relacionados ao orçamento, incorporando-se a ele, pois as dotações já
existentes são suplementadas.
As características dos créditos suplementares (CREPALDI; CREPALDI, 2013)  podem
ser de�nidas quanto:
à �nalidade: reforço do orçamento;
à autorização legislativa: prévia, podendo ser incluída na LOA ou em Lei
especial;
61
à forma de abertura: decreto do Executivo;
a recursos: obrigatórios, indicado na Lei de autorização ou no decreto de
abertura;
a limite: no exercício em que foi aberto;
à vigência: no exercício em que foi aberto;
à prorrogação: jamais permitida;
à classi�cação de despesas: só para objetos ou elementos.
Execução da Receita
As receitas orçamentárias passam por quatro estágios: previsão, lançamento,
arrecadação e recolhimento.
a) Previsão
A previsão é o primeiro estágio da receita em que se faz uma projeção da receita a ser
arrecadada em cada exercício �nanceiro.
Vale a pena destacar o art. 12 da Lei nº 101/2000 - LRF:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais,
considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de
preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de
cálculo e premissas utilizadas (BRASIL, 2000, on-line).
São levados em consideração os últimos três exercícios, incluindo as perspectivas de
arrecadação dentro do contexto econômico do país e da política �scal adotada.
b) Lançamento
Na etapa do lançamento, é identi�cado o devedor ou da pessoa contribuinte.
O art. 53 da Lei nº 4.320/64 de�ne: “O lançamento da receita é ato da repartição
competente, que veri�ca a procedência do crédito �scal e a pessoa que lhe é
devedora e inscreve o débito desta.” (BRASIL, 1964).
62
Existem três espécies de lançamento (PALUDO, 2017):
de ofício, efetuado pela Administração sem a participação do contribuinte (ex.:
IPVA, IPTU);
por declaração, quando o sujeito passivo presta à autoridade administrativa
competente as informações necessárias ao lançamento (ex.: ITR, IRPF); e
por homologação, que ocorre quando o sujeito passivo antecipa o pagamento
sem prévio exame da autoridade administrativa competente.
c) Arrecadação
A Arrecadação é o recebimento das receitas dos Estados pelos agentes
arrecadadores. É recebido dos contribuintes para entregar aos tesouros públicos.
Geralmente, estes são efetuados por redes bancárias autorizadas.
d) Recolhimento
É a etapa em que acontece o ingresso das receitas nos cofres públicos. Os controles
dos saldos e transferências de recursos são realizados pelo Sistema Integrado de
Administração Financeira (SIAFI).
Conforme postula a Lei nº 4.320/64, especi�camente o art. 56: “O recolhimento de
todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.” (BRASIL,
1964).
63
Dívida Ativa
De uma forma simples, a dívida ativa se refere aos créditos da Fazenda Pública
vencidos e não arrecadados.
“A dívida ativa abrange todos os créditos da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez
foram apuradas, por não terem sido pagos nas datas em que venceram. São créditos a
receber classi�cados no ativo e representam uma fonte potencial de �uxo de caixa.”
(PALUDO, 2017, p. 185).
Figura 3 - Recolhimento 
Fonte: kritchanut / 123RF.
64
QUESTÃO OBJETIVA
As Receitas Orçamentárias integram o patrimônio do
Poder Público e estão previstas na Lei de Orçamento
Anual (LOA). Sobre as etapas da receita orçamentária,
assinale a alternativa correta.
A etapa do lançamento é a etapa que antecede a �xação do
montante de despesa que constará nas leis de orçamento.
A transferência dos valores arrecadados à conta especí�ca do
Tesouro Nacional é denominada arrecadação.
A estimativa da arrecadação das receitas é realizada na fase
do lançamento.
A entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos
contribuintes ou devedores é denominada recolhimento.
O ato de veri�car a procedência do crédito �scal e a pessoa
devedora é denominado fase do lançamento.
65
QUESTÃO OBJETIVA
Quanto à categoria econômica, as receitas orçamentárias
são classi�cadas em Receitas Correntes e Receitas de
Capital. Diante do exposto, assinale a alternativa que
apresenta uma única receita de capital.
Receitas industriais.
Receitas patrimoniais.
Receitas de serviços.
Receitas de operações de crédito.
Receitas tributárias.
66
Fechamento
Entender o conceito de receita pública e identi�car as suas possíveis classi�cações se
faz necessário para compreender e interpretar um orçamento público.
É por meio das receitas que o governo mantém a sua estrutura e oferece bens e
serviços à população.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
conhecer o conceito de receita pública e os seus desdobramentos;
compreender as fases da execução da receita;
identi�car as diferenças da receita de tributos: impostos, taxas, contribuições,
empréstimos compulsórios e contribuições sociais.
67
Execução Orçamentária e Financeira
da Despesa Pública
Caro(a) aluno(a), trataremos, nesta aula, sobre a despesa pública e a sua execução
orçamentária e �nanceira. Os conceitos de despesa pública são essenciais para
entender as classi�cações como: orçamentário e extraorçamentário; despesas
correntes; e despesas e capital.
Ao �nal desta aula, você será capaz de:
identi�car os conceitos de despesas e as suas classi�cações;
aprender sobre a classi�cação funcional;  
conhecer as fases e estágios da despesa orçamentária.
Aula 04
Introdução
68
Conceito de Despesa Pública
Caro(a) aluno(a), antes de conceituarmos a despesa pública, de�niremos o tempo
despesa, independente de qualquer área.
Bernere Sousa (2018, p. 98) expõem: “Consideramos despesas como o sacrifício para
a obtenção de receitas, ou seja, é a utilização ou o consumo de bens e serviços para
conquistar novos bens e serviços agregados de valores que satisfaçam o poder
econômico da empresa detentora da receita.”.
Uma despesa, em sentido mais simples, quer dizer saída de dinheiro que contribui na
geração da receita.
“A despesa pública corresponde a "despender recursos". É com a execução das
despesas públicas que os programas e ações de Governo são realizados e as
necessidades da população são atendidas.” (PALUDO, 2017, p. 193).
Para o funcionamento dos serviços públicos, é necessário que haja um conjunto de
dispêndios. A despesa pública compreende as autorizações para gastos com as várias
atribuições e funções governamentais (CREPALDI; CREPALDI, 2013).
Dessa forma, todas as despesas deverão estar previstas na LOA - Lei de Orçamento
Anual - ou em Leis especiais à execução dos serviços públicos e dos documentos
patrimoniais.
Classi�cação: Orçamentários e
Extraorçamentários
As despesas, assim com as receitas, são classi�cadas em: extraorçamentárias e
orçamentárias.
a) Extraorçamentárias:
69
Paludo (2017, p. 204) de�ne despesa extraorçamentária da seguinte maneira:
Despesa extraorçamentária - são as despesas que não constaram no orçamento:
são todos os dispêndios �nanceiros que não foram nem precisam ser autorizados
pela LOA ou por Créditos Adicionais. São contrapartidas (devoluções) dos ingressos
extraorçamentários (cauções, ARO etc.). Também podem se referir a Restos a Pagar,
cuja autorização para a realização da despesa ocorreu em exercício anterior.
As despesas extraorçamentárias possuem características de transitoriedade, pois
indicam valores que foram recebidos anteriormente, como receitas extraordinárias.
Elas independem de autorização do Poder Legislativo. “São despesas compensatórias
de entradas no ativo �nanceiro.” (LAMBERTI, 2018, p. 46).
Trataremos, brevemente, sobre as despesas extraorçamentárias: restos a pagar,
despesa de exercícios anteriores e suprimentos de fundos.
Restos a pagar: conforme postula o art. 36 da Lei nº 4.320/64, são despesas
empenhadas e não pagas até 31 de dezembro e terão vigência de até dois exercícios
subsequentes ao da inscrição.
Após esse período, terão sua prescrição interrompida. O reconhecimento do direito
do credor posteriormente à prescrição dar-se-á mediante empenho à conta de
créditos orçamentários destinados a atender despesas de igual classi�cação ou,
quando inexistentes, como despesas de exercícios anteriores (CREPALDI; CREPALDI,
2013, p. 122).
“Restos a Pagar são resíduos passivos cujos pagamentos poderão ou não
ocorrer em exercício(s) seguinte(s). A inscrição não garante o direito ao
pagamento. É necessário que se cumpra integralmente o estágio da liquidação
(que em Restos a Pagar é de�nido como "processado"). Portanto, alguns
empenhos inscritos poderão ser cancelados se o fornecedor não entregar o
material ou não prestar o serviço conforme combinado.” (PALUDO, 2017, p.
272).
b) Despesas de exercícios anteriores
São as despesas que não puderam ser pagas no exercício.
70
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo
consignava crédito próprio, com saldo su�ciente para atendê-las, que não se
tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição
interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente, poderão ser pagas à conta de dotação especí�ca consignada no
orçamento, discriminada por elemento, obedecida, sempre que possível, a ordem
cronológica (BRASIL, 1964, on-line).  
Suprimento de fundos
Os suprimentos de fundos são conhecidos como adiantamentos; são utilizados para
pagamento de despesas, em determinadas situações excepcionais que não podem
aguardar o processo normal de realização.
O art. 68 da Lei nº 4.320/64 conceitua: “entrega de numerário a servidor, sempre
precedida de empenho na dotação própria para o �m de realizar despesas, que não
possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.” (BRASIL, 1964).
b) Orçamentárias: são �xadas na LOA ou na Lei de créditos adicionais abertos
durante o exercício. As despesas são reconhecidas pelo regime de competência por
força da Lei nº 4.320/64, em seu art. 35, o qual postula que pertencem ao exercício
�nanceiro as despesas nele legalmente empenhadas, não importando, pois, o seu
pagamento.
71
As despesas orçamentárias são necessárias para a execução dos programas de
governo, voltadas para a realização de serviços públicos ou para o aumento do
patrimônio. Elas são classi�cadas em: Despesas Correntes e Despesas de Capital.
SAIBA MAIS
Regime de Competência: os efeitos �nanceiros das transações
e eventos são reconhecidos nos períodos em que ocorrem,
independentemente de terem sido recebidos ou pagos.
Regime de Caixa: os recebimentos e os pagamentos são
reconhecidos na escrituração contábil unicamente quando se
recebe ou se paga mediante dinheiro ou equivalente.
Na contabilidade pública, adota-se o regime contábil misto:
regime de caixa para a receita e de competência para as
despesas.
72
Classi�cação: Despesas Correntes, Despesas de
Capital
As despesas correntes são de natureza operacional realizadas para a manutenção
das máquinas e funcionamento dos órgãos governamentais. Exemplos: despesas com
pessoal, água, luz, telefone etc.
Está classi�cado em despesas de Custeio e Transferências Correntes conforme art.
12 da Lei 4.320/64 (BRASIL, 1964, on-line):
§ 1º Classi�cam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de
serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de
conservação e adaptação de bens imóveis. 
§ 2º Classi�cam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as
quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras
entidades de direito público ou privado.
As despesas de custeio estão representadas no art. 13 da mesma lei:
Figura 1 - Despesas 
Fonte: Andriy Popov / 123RF.
73
Pessoa Civil.
Pessoal Militar.
Material de Consumo.
Serviços de Terceiros.
Encargos Diversos.
No que tange às Transferências Correntes, têm-se:
Subvenções Sociais.
Subvenções Econômicas.
Inativos.
Pensionistas.
Salário Família e Abono Familiar.
Juros da Dívida Pública.
Contribuições de Previdência Social.
Diversas Transferências Correntes.
74
b) As despesas de capital
As despesas de capital contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um
bem de capital (BRASIL, 2018).
Sobre as despesas de capital, Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 91) postulam:
FATOS E DADOS
A proposta de orçamento, para o exercício de 2019, prevê
gastos com pessoal da ordem de R$ 326,9 bilhões, com
impacto �nanceiro em 2019 estimado em R$ 325,9
bilhões, incluindo inativos e pensionistas da União e outras
despesas relacionadas a pessoal. Importa mencionar que a
esse valor se soma R$ 24,5 bilhões referentes à
contribuição patronal ao regime próprio dos servidores,
que se trata de despesa �nanceira. Do total orçamentário,
excluídas as despesas com sentenças judiciais, os gastos
dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo
representam, respectivamente, 3,1%, 10,8% e 84,4%, do
Ministério Público da União - MPU, 1,6%, e da Defensoria
Pública da União, 0,1%. Para mais informações, consulte o
seguinte link:
<http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-
1/orcamentos-anuais/2019/ploa/orcamento-cidadao.pdf>.
Acesso em: 17 jun. 2019.
75
Classi�cam-se, nesta categoria, as despesas destinadas a formar e/ou adquirir bens
e/ou direitos, como execução de obras, aquisição de materiais permanentes,
concessão de empréstimos, títulos representativos de capitais, bem como
amortizações de dívida.
As despesas de capital são subdivididas em: Investimentos, Inversões Financeiras e
Transferência de Capital.
Os investimentos se referem ao planejamentode obras destinadas à aquisição de
imóveis (BERNER; SOUSA, 2018). As despesas de capital contribuem para o
acréscimo ou incremento do Produto Interno Bruto - PIB.
Em relação às inversões �nanceiras, estas são
[...] as despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização (já
construídos); de bens para revenda; constituição ou aumento de capital de
empresas que desenvolvam atividades comerciais ou �nanceiras; ações de
empresas com qualquer �nalidade que não resulte em aumento de capital; e ainda
a concessão de empréstimo. Representadas pelas seguintes contas: aquisição de
imóveis, participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou
entidades governamentais ou �nanceiras, aquisição de títulos representativos de
capital de empresa em funcionamento, constituição de fundos rotativos, concessão
de empréstimos e diversas inversões �nanceiras (CREPALDI; CREPALDI, 2013, p.
91).  
As transferências de capital são inversões �nanceiras que o poder público realiza em
contraprestação com bens e serviços derivados de contribuições. São representadas
por: amortização da dívida pública, auxílios para obras públicas, auxílios para
equipamentos e instalações, auxílios para inversões �nanceiras e outras
contribuições.
Classi�cação: Funcional
76
A Portaria Interministerial nº 163/2001 de�niu as seguintes classi�cações:
categoria econômica (dígito 3 para despesas correntes e 4 para despesas de
capital);
grupo de natureza das despesas (dígitos de 1 a 6):
       1. pessoal e encargos sociais; 
       2. juros e encargos da dívida; 
       3. outras despesas correntes; 
       4. investimentos; 
       5. inversões �nanceiras; 
       6. amortização da dívida;
modalidades de aplicação;
elemento da despesa (dígitos variam de 1 a 99). Exemplos: 09 - Salário Família;
30 - Material de Consumo.
Figura 2 - Classi�cação 
Fonte: Le Moal Olivier / 123RF.
77
Quadro 1 - Classi�cação funcional 
Fonte: fonte aqui.
Natureza
DÍGITO(S) 1º 2° 3° e 4° 5° e 6° 7° e 8°
NÍVEL
Categoria
Econômica
Grupo de
Natureza de
Despesa
Modalidade
de Aplicação
Elemento
de
Despesa
Subelemento
FATOS E DADOS
Para um melhor entendimento, apresentaremos o seguinte exemplo de
codi�cação da despesa: 3.3.90.30.04
1º Dígito corresponde à categoria econômica: 3 - Despesas Correntes; 
2º Dígito corresponde ao grupo de despesa: 3 - Outras despesas correntes; 
3º e 4º Dígitos correspondem à modalidade de aplicação: 90 - Aplicações diretas; 
5º e 6º Dígitos correspondem ao elemento da despesa: 30 - Material de consumo; 
7º e 8º Dígitos correspondem ao subelemento: Combustíveis.
78
Execução Orçamentária e Financeira
da Despesa Pública
Fases, estágios ou etapas da despesa orçamentária
Trataremos, neste momento, sobre os estágios das despesas: Fixação, Empenho,
Liquidação e Pagamento.
a) A �xação, na verdade, é uma etapa de planejamento em que as despesas são
registradas na contabilidade por meio de um documento denominado “Nota de
Dotação - ND”, gerado pelo SIAF (Sistema Integrado de Administração Financeira).
Paludo (2017, p. 240) postula: “a �xação da despesa orçamentária insere-se no
processo de planejamento e compreende a adoção de medidas em direção a uma
situação idealizada, tendo em vista os recursos disponíveis e observando as
diretrizes e prioridades traçadas pelo Governo.”.
A �xação ocorre dentro do processo de elaboração orçamentária, o qual é concluído
com a aprovação e promulgação da Lei Orçamentária Anual.
79
b) O empenho é ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição, conforme
postula a Lei nº 4.320/64, especi�camente o art. 58.
Esse primeiro estágio é realizado por meio do documento NE - Nota de Empenho
(SIAFI) - que registra o comprometimento da despesa orçamentária. Na NE,
constarão: o nome do credor; a especi�cação e importância da despesa, bem como os
demais dados necessários ao controle da execução e da programação �nanceira. O
empenho possui três modalidades: ordinário (em que o pagamento ocorrerá uma
única vez); o estimativo (são despesas cujo montante não se pode determinar, por
exemplo, a energia elétrica); e o global (são despesas que serão pagas parceladas).
ATENÇÃO
O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal se apresenta como um sistema informatizado para
processamento e controle da execução orçamentária,
�nanceira e patrimonial dos órgãos da Administração Pública
federal direta e indireta. O Sia� é operacionalizado pela STN,
vinculada ao Ministério da Fazenda. Mantido desde 1987,
conta com constantes atualizações para adequação às
legislações, liberação de novas funcionalidades e a aplicação
de novas tecnologias para facilitar a utilização do sistema
pelos usuários.Para mais informações, consulte o seguinte link:
<http://intra.serpro.gov.br/linhas-negocio/catalogo-de-
solucoes/solucoes/principais-solucoes/sistema-integrado-de-
administracao-�nanceira-do-governo-federal-sia�>. Acesso
em: 17 jun. 2019. 
80
Conforme expõe a Lei nº 4.320/64: “Art. 61. Para cada empenho, será extraído um
documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a
representação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da
dotação própria.” (BRASIL, 1964).
Caro(a) aluno(a), não devemos confundir “empenho” com “nota de empenho”, pois
eles se complementam.
c) A liquidação é realizada por meio da Nota de Lançamento (NL), também pelo SIAFI.
É o segundo estágio da despesa e se caracteriza pela entrega da obra, materiais ou
serviços contratados com o fornecedor.
A liquidação consiste na comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações
constantes do empenho e tem como �nalidade apurar: a) a origem e o objeto do que
se deve pagar; b) a importância exata a pagar; e c) a quem se deve pagar a
importância para extinguir a obrigação. Quando a liquidação tratar de
fornecimentos feitos ou serviços prestados, terá por base: I - o contrato, ajuste ou
acordo respectivo; II - a Nota de Empenho; III - os comprovantes da entrega de
material ou da prestação efetiva do serviço (PALUDO, 2017, p. 237).
Dessa forma, a liquidação é a comprovação da entrega mediante a emissão da nota
�scal. Ela toma líquido e certo o direito do credor de receber o valor correspondente
ao material entregue ou ao serviço prestado.
d) Pagamento da despesa é a saída efetiva de numerários da conta única do Tesouro
Nacional em favor do credor por meio da emissão de Ordem Bancária - OB. É o
terceiro e último estágio da despesa.
81
Licitação
Um tópico muito importante e que não podemos deixar de mencionar é a Licitação.
FATOS E DADOS
DESPESAS FINANCEIRAS
Por diversos motivos, às vezes, famílias, empresas ou
mesmo o Governo precisam gastar mais do que recebem.
Os países, assim como as famílias, precisam, algumas vezes,
recorrer a empréstimos ou �nanciamentos e,
consequentemente, endividam-se. No Orçamento Fiscal,
embora o valor total da despesa com a Dívida Pública
Federal esteja estimado, para 2019, em R$ 1.424,8 bilhões,
a maior parte desse montante, equivalente a R$ 758,7
bilhões, corresponde ao seu re�nanciamento. Esse valor é
resultado da denominada “rolagem da dívida”. Restam,
ainda, R$ 666,2 bilhões, dos quais R$ 378,9 bilhões são
relativos ao pagamento de juros e, R$ 287,3 bilhões, à
amortização da dívida. Essa última parcela é a que permite
a redução do principal da dívida. Para mais informações,
consulte o seguinte link:
<http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-
1/orcamentos-anuais/2019/ploa/orcamento-cidadao.pdf>.
Acesso em: 17 jun. 2019.
82
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-1/orcamentos-anuais/2019/ploa/orcamento-cidadao.pdf
Giacomoni (2017, p. 324) a�rma: “A realização das despesas no âmbito da
administração pública, particularmente com a aquisição de bens e a contratação de
serviços e obras, depende do cumprimento das regras de licitação.”.
A contratação de serviços e obras e aquisiçãode bens é realizada pelo processo
denominado Licitação. Tal processo é regulado pela Lei nº 8.666/93. Leia-se, a seguir,
o que postula o art. 3 dessa Lei.
Art. 3. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos (BRASIL, 1993, on-line).
Temos seis modalidades de licitação no setor público brasileiro: concorrência,
tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão, conforme postula a Lei nº
8.666/93, especi�camente o art. 22. Essas modalidades são elucidadas a seguir.
Figura 4 - Acordo 
Fonte: Dzianis Apolka / 123RF.
83
Concorrência: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos
de quali�cação exigidos no edital para a execução de seu objeto.
Tomada de Preço: é a modalidade de licitação entre interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
observada a necessária quali�cação.
Convite: é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de
3 (três) pela unidade administrativa, a qual a�xará, em local apropriado, cópia
do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem o seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
Concurso: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para
escolha de trabalho técnico, cientí�co ou artístico, mediante a instituição de
prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de
edital publicado na imprensa o�cial com antecedência mínima de 45 (quarenta e
cinco) dias.
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de
bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no
art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.    
   
Pregão: direciona-se para a aquisição de bens e serviços comuns, ou seja,
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
de�nidos pelo edital, por meio de especi�cações usuais no mercado (BRASIL,
1993, on-line).
84
Cronograma de desembolso
Para que as despesas possam ser efetivamente realizadas, é necessário que os
recursos �nanceiros estejam disponíveis no momento devido para a quitação da
obrigação. Nem sempre é possível o ajuste entre a entrada efetiva das receitas com
as necessidades de pagamento das despesas. Dessa forma, a norma brasileira
determina que o Poder Executivo, após a publicação da Lei orçamentária,
ATENÇÃO
A escolha da modalidade da licitação entre concorrência,
tomada de preços e convite é determinada pelo valor
estimado da contratação, existindo limites para obras e
serviços de engenharia e para comprar serviços em cada uma
das três modalidades. Assim, com base no exposto, faz-se
pertinente considerar os seguintes postulados do art. 23 da Lei
nº 8.666/93:       I - para obras e serviços de engenharia:  a)
convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);b)
tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e
quinhentos mil reais); c) concorrência: acima de R$
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);    II - para
compras e serviços não referidos no inciso anterior:a) convite -
até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);  b) tomada de preços - até
R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais); c)
concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e
cinquenta mil reais) (BRASIL, 1993). 
85
estabelecerá a programação �nanceira e o cronograma de desembolsos
(GIACOMONI, 2017).
De acordo com a Lei nº 101/2000, a LRF segue o cronograma dos desembolsos:
No prazo de 30 dias após a publicação da lei orçamentária, as receitas previstas
serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação,
com a especi�cação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à
evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança
da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários
passíveis de cobrança administrativa.
Se veri�cado, ao �nal de um bimestre, que a realização da receita poderá não
comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação �nanceira, segundo os
critérios �xados pela lei de diretrizes orçamentárias.
Até o �nal dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo
demonstrará e avaliará o cumprimento das metas �scais de cada quadrimestre,
em audiência pública na comissão mista de orçamento ou equivalente nas Casas
Legislativas estaduais e municipais (BRASIL, 2000, on-line).
86
QUESTÃO OBJETIVA
As despesas orçamentárias são aquelas que dependem de
autorização legislativa. Elas são classi�cadas em despesas
correntes e despesas de capital. Dentre as alternativas a
seguir, assinale aquela que apresenta uma despesa de
capital.
Investimentos.
Subvenções sociais.
Contribuições de previdência social.
Material de consumo.
Serviços de Terceiros.
87
QUESTÃO OBJETIVA
Realizar as despesas públicas previstas no orçamento é
uma ação conhecida como Execução Orçamentária. Esse
processo acontece em três fases, conforme expõe a Lei nº
4.320/64. A partir do exposto, quais são os estágios da
execução das despesas?
Fixação, Arrecadação e Pagamento.
Previsão, Lançamento e Recolhimento.
Empenho, Lançamento e Pagamento.
Fixação, Empenho e Recolhimento.
Empenho, Liquidação e Pagamento.
88
Fechamento
Tratamos, nesta aula, sobre as despesas e as suas principais classi�cações. Temos um
entendimento melhor a respeito das características das despesas orçamentárias e
extraorçamentárias. Detalhamos as despesas correntes e de capital. Veri�camos,
além disso, como funcionam as suas execuções.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
identi�car os conceitos de despesas e suas classi�cações;
aprender sobre a classi�cação funcional;
conhecer as fases e estágios da despesa orçamentária.
89
Responsabilidade Fiscal
Infelizmente, o Brasil, na maioria dos anos, esteve com alto grau de endividamento.
Um dos motivos foi a irresponsabilidade dos gestores públicos que gastavam
exageradamente com pessoal e �nalidades sem especi�cações. Assim, o país não
tinha como realizar investimentos necessários para o desenvolvimento da nação.
A Lei de Responsabilidade Fiscal se apresentou como uma forma de código de
conduta dos administradores públicos.
Ao �nal desta aula, você será capaz de:
conhecer os principais conceitos da LRF;
reconhecer os instrumentos de planejamento;
conhecer os principais assuntos tratados na LRF.
Aula 05
Introdução
90
Conceito, Abrangência e Objetivos
A Lei nº 4.320/64 foi criada para de�nir normas gerais voltadas para a elaboração e o
controle dos orçamentos e balanços. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nº
101/2000 não foi criada para substituir a Lei nº 4.320/64, e sim para que o governo
possa ter uma gestão �scal e�ciente de�nindo normas sobre as �nanças públicas.
Referente à LRF, Paludo (2017, p. 360) salienta:
Essa lei complementar foi um divisor na história das �nanças públicas no Brasil e
em termos de responsabilidade na gestão dos recursos públicos, tornando-se uma
espécie de código aorientar a conduta dos administradores públicos, impondo-lhes,
de um lado, regras e limites e exigindo prestação de contas da utilização dos
recursos públicos, e de outro, abrindo espaço para responsabilização e aplicação de
sanções pessoais.
A ideia da transparência �scal do gestor público foi uma exigência do FMI (Fundo
Monetário Internacional).
O principal objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal é estabelecer “normas de
�nanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão �scal.” (BRASIL, 2000).
Essa lei se destaca pelo planejamento, controle, transparência e a responsabilização
como premissas básicas.
Ao realizar um planejamento, podemos prever antecipadamente riscos, corrigir
distorções e apontar medidas para que haja maiores chances de sucesso quanto aos
objetivos estabelecidos. Assim funciona com a gestão pública.
Podemos veri�car a essência e os objetivos da LRF em seu próprio art. 1, § 1º.
A responsabilidade na gestão �scal pressupõe a ação planejada e transparente, em
que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas
e a obediência a limites e condições no que tange à renúncia de receita, geração de
despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e
mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de
garantia e inscrição em Restos a Pagar (BRASIL, 2000).
91
A LRF é uma Lei Complementar que foi criada para dar corpo à política de
estabilização �scal e dar um “choque” de gestão à administração pública brasileira
(ABRAHAM, 2017).
A Lei Complementar nº 101/2000 alcança todos os entes estatais: União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, os seus poderes, fundos e entidades da administração
indireta (autarquias, fundações e estatais dependentes), destas excluídas as
empresas estatais que não dependem do Tesouro Central. Crepaldi e Crepaldi (2013,
p. 160) a�rmam: “Os consórcios intermunicipais ou administrativos devem também
obediência à LRF, uma vez que operam à conta do direito público, sendo constituídos
por ato de vontade estatal (lei.)”.
SAIBA MAIS
A Lei nº 10.028/2000 completou a LRF, apresentando várias �guras de infrações
penais e administrativas e inserindo alterações e acréscimos no Código Penal, na
Lei nº 1.079/50 (responsabilidade do Presidente da República) e no Decreto-lei
nº 201/67 (responsabilidade dos prefeitos e vereadores).
Fonte: Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 159).
92
Princípios
A LRF se fundamenta nos seguintes princípios de acordo com Crepaldi e Crepaldi
(2013):
Planejamento: visa gerar um processo capaz de garantir, no tempo necessário,
os recursos adequados para a execução das ações administrativas, exigindo que
se aja preventivamente e não corretivamente.
Transparência: é o mecanismo que tenta fazer com que a sociedade tome
conhecimento das ações governamentais, passando pelo fornecimento de
informações compreensíveis aos cidadãos.
Participação popular: tem, em suas audiências públicas (art. 48 - LRF), um meio
de se tornarem centros de decisão em vez de meras participações em
exaustivas reuniões.
Equilíbrio: ocorre pela prevenção de dé�cits imoderados e reiterados.
Preservação do patrimônio público: impede a utilização da receita de capital
decorrente de alienação de bens para �nanciamento de despesa corrente e
inclusão de novos projetos sem o atendimento aos que estejam em andamento.
Limitação de despesas.
Controle do endividamento público: ocorre na obediência a limites e condições
de�nidas na LRF.
93
Instrumentos de Planejamento
O PPA (Plano Plurianual), a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e a LOA (Lei
Orçamentária Anual) são instrumentos previstos da Constituição. A LDF como ação
planejada (pautada em planos previamente traçados, sujeitos à apreciação e
aprovação do legislativo que garante a necessária legitimidade) revigorou e
reestruturou dois instrumentos: LDO e LOA. O PPA não foi abordado, pois o seu
artigo foi vetado.
A LDO teve as suas funções ampliadas e passou a ser o principal instrumento de
planejamento para uma administração orçamentária equilibrada. A principal
FATOS E DADOS
A LRF exige ampla divulgação desses documentos,
inclusive em meios eletrônicos de acesso público. Essa
transparência também será assegurada mediante:
incentivo à participação popular e realização de audiências
públicas durante os processos de elaboração e discussão
dos planos, Lei de Diretrizes Orçamentárias e orçamentos;
divulgação da execução orçamentária e �nanceira em
tempo real para a sociedade em meios eletrônicos de
acesso público; adoção de sistema integrado de
administração �nanceira e controle que atenda a padrões
mínimos de qualidade e permita disponibilizar informações
detalhadas da receita e da despesa.
94
inovação foi a integração de dois anexos ao projeto de lei orçamentária: o Anexo de
Metas Fiscais e o Anexo Especí�co da União.
Além dos anexos, a LRF obrigou a elaboração do Anexo Especí�co em seu art. 4,
especi�camente o § 4º:
§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo
especí�co, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os
parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as
metas de in�ação, para o exercício subsequente (BRASIL, 2000).
Conforme expõe a LRF, a Lei Orçamentária deverá:
ser elaborada de forma compatível com o PPA, com a LDO e com as normas da
LRF;
conter demonstrativos da compatibilidade da programação dos orçamentos
com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais da LDO;
ser acompanhada de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
despesas;
conter reserva de contingência, destinada ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos �scais imprevistos;
conter todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual
(BRASIL, 2000).
95
A Lei Complementar nº 101/2000 alcança todos os entes estatais: União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, os seus poderes, fundos e entidades da administração
indireta (autarquias, fundações e estatais dependentes), destas excluídas as
empresas estatais que não dependem do Tesouro Central. Crepaldi e Crepaldi (2013,
p. 160) a�rmam: “Os consórcios intermunicipais ou administrativos devem também
obediência à LRF, uma vez que operam à conta do direito público, sendo constituídos
por ato de vontade estatal (lei.)”.
SAIBA MAIS
A Lei nº 10.028/2000 completou a LRF, apresentando várias �guras de infrações
penais e administrativas e inserindo alterações e acréscimos no Código Penal, na
Lei nº 1.079/50 (responsabilidade do Presidente da República) e no Decreto-lei
nº 201/67 (responsabilidade dos prefeitos e vereadores).
Fonte: Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 159).
96
Assuntos Tratados na LRF
Receitas Públicas
Sobre as receitas, a LRF tem como regra geral, em seu art. 11, “a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da
Federação.” (BRASIL, 2000).
A LRF trata a respeito da importância da capacidade de arrecadação de tributos, a
qual deverá ser explorada “com vistas tanto a desonerar o poder central para que
realize os investimentos necessários em infraestrutura, tecnologia e programas
sociais, como para tornar estados e municípios cada vez mais independentes do
Governo Federal.” (PALUDO, 2017, p. 375).
A reestimativa de receita, por parte do Legislativo, somente poderá acontecer
quando for comprovado o erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
Ainda sobre esse assunto, Paludo (2017, p. 376) elucida:
Figura 1 - Receitas e Despesas 
Fonte: vinnstock / 123RF.
97
Até trinta dias depois de publicada a LOA, o Poder Executivo deve desdobrar as
receitas previstas em metas bimestrais de arrecadação e informar as medidas que
serão adotadas para combate à evasão e à sonegação e as medidas para cobrança
da dívida ativa e outros créditos tributáriospassíveis de cobrança administrativa.
A intenção da LRF é aumentar as receitas próprias dos entes de forma a diminuir a
dependência, principalmente dos municípios, das transferências de recursos �scais.
As inovações apresentadas por essa Lei são: previsão, arrecadação e medidas de
compensação para a renúncia de receitas.
Receita Corrente Líquida (RCL)
Sobre o que a RCL trata, Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 169) a�rmam: “Ela procura
captar a efetiva capacidade de arrecadação do ente público, pois que a outra espécie
de receita, a de capital, tem natureza eventual, fortuita, não traduzindo a
normalidade da arrecadação governamental.”.
A RCL é a soma de 12 meses de arrecadação, a do mês de apuração e a dos 11
anteriores, excluindo as duplicidades. Ela é o denominador comum de todos os
limites da Lei Fiscal.
Em relação à Receita Líquida, o art. 2 da LRF menciona:
V - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições,
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e
outras receitas também correntes, deduzidos: 
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação
constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no
inciso II do art. 195 e no art. 239 da Constituição; 
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação
constitucional; 
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o
custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes
da compensação �nanceira citada no § 9º do art. 201 da Constituição (BRASIL,
2000, on-line).
A partir do exposto, segue um demonstrativo de Receita Corrente Líquida Municipal:
98
Quadro 1 - Receita Corrente Líquida Municipal 
Fonte: Crepaldi e Crepaldi (2013, p. 170).
Previsão e Arrecadação
A previsão e a arrecadação são tratadas no art. 12 da LRF:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais,
considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de
preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de
cálculo e premissas utilizadas (BRASIL, 2000, on-line).
Receita corrente da Administração Direta Municipal $
(+) Receitas correntes de autarquias, fundações, empresas dependentes e consórcios*   $
(-) Contribuições dos servidores ao RPPS $
(-) Contribuições patronais ao RPPS** $
(-) Receitas de compensação previdenciária (Lei Federal nº 9.796/1999) $
(-) Receitas escriturais de anulação de restos a pagar $
(-) Recursos de interveniência �nanceira $
(-) Resultado do Fundef $
(-) Duplicidades da administração indireta e consórcios $
(=) Receita corrente líquida $
*Inclusive entidades de previdência própria. ** Excluídas das despesas de pessoal, sendo preciso
lançar idêntico valor da RCL.
 
99
Para manter o equilíbrio das contas públicas, é necessário que a previsão das receitas
corresponda à projeção dos recursos para determinado período futuro, permitindo,
assim, a visualização do seu valor total previamente.
A LRF impõe que o Poder Executivo deve colocar à disposição dos demais Poderes e
do Ministério Público os estudos e as estimativas de receitas para o exercício
seguinte, no mínimo trinta dias antes do prazo �nal para encaminhamento de suas
propostas orçamentárias.
100
Renúncia da Receita
Serão admissíveis de renúncia, conforme expõe o art. 14 da LRF: “anistia, remissão,
subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de
alíquota ou modi�cação de base de cálculo que implique redução discriminada de
tributos ou contribuições e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.” (BRASIL, 2000). A renúncia deverá ser acompanhada de estimativa do
impacto �nanceiro com as condições de que as renúncias não afetarão as metas de
resultados �scais previstas no anexo da LDO e deverá ser acompanhada de medidas
de compensação,  por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou
contribuição.
Despesas
ATENÇÃO
No prazo de até 30 dias após a publicação da LOA, as receitas
previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas
bimestrais de arrecadação, com a especi�cação em separado,
quando cabível, das meninas de combate à evasão e à
sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para
cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante
dos créditos tributários passíveis de cobrança, como postula o
art. 13 da Lei de Responsabilidade Fiscal. 
 
Fonte: Brasil (2000) 
101
Qualquer aumento de despesa decorrente de ação governamental deverá estar
acompanhado de dois documentos:
Demonstrativo do Impacto Financeiro - demonstração �nanceira de re�exos do
aumento de despesa no orçamento em vigor e nos dois subsequentes; 
Declaração de Responsabilidade - declaração do ordenador da despesa de que ela
tem adequação orçamentária (está coberta por crédito genérico já previsto no
orçamento) e é compatível com o Plano Plurianual (PPA) e a LDO (harmônica com
as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos) (CREPALDI; CREPALDI,
2013, p. 163).
Se o aumento da despesa não conter esses documentos, tal aumento é considerado
pela LRF, conforme postula o art. 15, como “não autorizado, irregular e lesivo ao
patrimônio público” (BRASIL, 2000).
Despesa obrigatória de caráter continuado
A despesa obrigatória de caráter continuado, segundo a LRF, é a despesa corrente
derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que �xa, para o
ente público, a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois
exercícios. É preciso lembrar que uma despesa de capital nunca poderá ser
enquadrada nesse conceito, somente as despesas correntes.
Para Crepaldi e Crepaldi (2013), as principais características das despesas
obrigatórias de caráter continuado são as seguintes:
tornam-se obrigatórias, no mínimo, por mais de dois anos;
no momento da autorização, deverá ser comprovado que a sua realização não
afetará a meta de resultado �scal estabelecida pela LDO respectiva;
as despesas deverão estar acompanhadas das premissas e metodologia de
cálculo utilizadas, compatíveis com as normas do PPA e da LDO.  
Quanto à redução de despesas, não há regras especí�cas: apenas se exige que ela seja
feita em montante compatível com o aumento pretendido.
Despesa com pessoal
A LRF apresenta, em seu art. 19, a seguinte limitação:
102
[...] a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir
discriminados: 
I - União: 50% (cinquenta por cento); 
II - Estados: 60% (sessenta por cento); 
III - Municípios: 60% (sessenta por cento) (BRASIL, 2000, on-line).
Quadro 2 - Limite das Despesas com Pessoal na LRF 
Fonte: Adaptado de Brasil (2000).
Para a realização do cálculo, serão excluídas algumas despesas. Assim, para uma
melhor visualização, segue um quadro explicativo sobre as regras de computação no
cálculo.
Poderes/Esferas União Estados/DF Municípios
Executivo 40,90% 49,00% 54,00%
Legislativo (incluindo
Tribunais de Contas)
2,50% 3,00% 6,00%
Judiciário 6,00% 6,00% -
Ministério Público 0,60% 2,00% -
Limite por esfera
governamental
50,00% 60,00% 60%
103
Despesas
TOTAIS com
PESSOAL
COMPUTA no
Cálculo
Despesas com Pessoal Ativo
Despesas com Pessoal Inativo
Despesas com Pensionistas
Encargos com Pensionistas
AUXÍLIOS: natalidade, funeral, creche, pré-escolar
Salário-família
Sentenças Judiciais referentes aos últimos 12 meses
Despesas de Exercícios Anteriores (últimos 12 meses)
Abono de Permanência
Terceirização de Mão de Obra - referente à substituição de
servidores/empregados
 
NÃO COMPUTA
no Cálculo
Despesas de Caráter INDENIZATÓRIOcomo:
auxílios: alimentação, transporte e moradia;
ajuda de custos e diárias;
demissão de servidores ou empregados e incentivos à demissão
convocação extraordinária do Congresso Nacional.
Despesas com INATIVOS custeadas com recursos
da arrecadação de contribuições dos segurados;
da compensação �nanceira entre o Regime Geral e o Regime
104
Quadro 3 - Despesas totais com pessoal 
Fonte: Paludo (2017, p. 384).
Essas medidas de limitação com gastos de pessoal foram tomadas “no tocante aos
gastos com folha de pagamento, cujos dispêndios eram tidos, muitas vezes, como
sinônimos de práticas relacionadas a clientelismo, nepotismo, apadrinhamento e
outras formas de benesses.” (CREPALDI; CREPALDI, 2013, p. 165).
O controle dos gastos com pessoal é realizado a cada quatro meses.
Dívida Pública  
A dívida pública é formada por vários elementos. Inclusive, a LRF adotou as próprias
de�nições em seu art. 29, as quais são:
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade,
das obrigações �nanceiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis,
contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para
amortização em prazo superior a doze meses;
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela
União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;
III - operação de crédito: compromisso �nanceiro assumido em razão de mútuo,
abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição �nanciada de bens,
recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e
serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o
uso de derivativos �nanceiros;
Próprio de Previdência Social;
das demais receitas arrecadadas por fundo vinculado à tal
�nalidade, inclusive alienação de bens e superávits.
Terceirização de Mão de Obra - que não se re�ra à substituição de
servidores/empregados.
Despesas de Exercícios Anteriores referente a períodos anteriores
aos últimos 12 meses.
Sentenças Judiciais - períodos anteriores aos últimos 12 meses.
105
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação �nanceira ou
contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;
V - re�nanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do
principal acrescido da atualização monetária (BRASIL, 2000).
Os limites da dívida pública são veri�cados quadrimestralmente.
Em relação ao endividamento, a LRF não �xa os seus limites, mas determina que
esses limites sejam estabelecidos com base na RCL.
106
Operações de Crédito
A operação de crédito, segundo o art. 29 da LRF, é um
[...] compromisso �nanceiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
emissão e aceite de título, aquisição �nanciada de bens, recebimento antecipado de
valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil
e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos �nanceiros
(BRASIL, 2000, on-line).
A instituição �nanceira deve exigir a comprovação de que a operação atende às
condições e limites, sob pena de sofrer enorme prejuízo. No caso de não atendimento
FATOS E DADOS
A dívida pública federal fechou o ano de 2018 em R$ 3,877
trilhões, maior patamar da série histórica, iniciada em
2004. A dívida pública federal é contraída pelo Tesouro
Nacional para �nanciar o dé�cit orçamentário do governo
federal, ou seja, para pagar as despesas que �cam acima da
arrecadação com impostos e contribuições. Para �nanciar
esses compromissos, estão previstos R$ 234,9 bilhões em
recursos orçamentários. A �m de obter mais informações
sobre o assunto, consulte o seguinte link:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/02/26/divida-
publica-cai-177-em-janeiro-e-vai-a-r-3808-
trilhoes.ghtml>. Acesso em: 17 jun. 2019.
107
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/02/26/divida-publica-cai-177-em-janeiro-e-vai-a-r-3808-trilhoes.ghtml
dos limites e condições estabelecidos pelo Senado, a operação é considerada nula e é
cancelada mediante a devolução singela do principal, sendo proibido o pagamento de
juros e encargos.
A contratação de operações de crédito será precedida de pedido do ente interessado,
fundamentado de parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a
relação custo-benefício, os interesses econômicos e sociais da operação e o
atendimento das seguintes condições, conforme postula o art. 32 da LRF:
I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei
orçamentária, em créditos adicionais ou lei especí�ca;
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da
operação, exceto no caso de operações por antecipação de receita;
III -   observância dos limites e condições �xadas pelo Senado Federal;
IV - autorização especí�ca do Senado Federal, quando se tratar de operação de
crédito externo;
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição; de operações
de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com �nalidade precisa
(BRASIL, 2000).
Relatório Resumido da execução orçamentária
O relatório resumido da execução orçamentária é obrigatório para os Poderes e para
o Ministério Público e deverá ser publicado até trinta dias após o encerramento de
cada bimestre.
Esse relatório resumido deverá conter, conforme expõe o art. 52 da LRF, os seguintes
elementos:
Balanço Orçamentário, que especi�que, por categoria econômica, as: receitas
por fonte, informando as realizadas e as que precisam realizar, bem como a
previsão atualizada; e as despesas por grupo de natureza, discriminando a
dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo.
Demonstrativos da Execução: das receitas, por categoria econômica e fonte,
especi�cando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita
108
realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; das
despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa,
discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhadas e
liquidadas, no bimestre e no exercício; e as despesas por função e subfunção.
Além desses elementos, o relatório deverá ser acompanhado de: demonstrativo da
apuração da receita corrente líquida, a sua evolução e a sua previsão de desempenho
até o �nal do exercício; demonstrativo de receitas e despesas previdenciárias;
demonstrativo dos resultados nominais e primários; demonstrativo de restos a pagar
por poder e órgão, segregando os valores inscritos, os pagamentos realizados e o
montante a pagar.
O Relatório de Gestão Fiscal é de periodicidade quadrimestral e o Relatório
Resumido da Execução Orçamentária é bimestral, mas ambos devem ser publicados
até trinta dias após o período respectivo. Aos municípios com menos de 50 mil
habitantes, é facultado elaborar o relatório de gestão �scal em periodicidade
semestral, o que não impede que seja quadrimestral.
RREO (Relatório Resumido de Execução
Orçamentária)
RGF (Relatório de Gestão Fiscal)
- Será publicado por todos os Poderes e Pelo
Ministério Público até 30 dias após o encerramento
de cada bimestre. - Deve conter: o balanço
orçamentário, os demonstrativos da execução das
receitas e das despesas, a apuração da receita
corrente líquida (RCL), as receitas e despesas
previdenciárias, os resultados nominais e primários,
as despesas com juros, os restos a pagar, os valores
inscritos, os pagamentos realizados e o montante a
pagar.
- Será emitido e assinado pelos titulares dos Poderes
e órgãos de todos os entes federados ao �nal de cada
quadrimestre. - Deve conter: o comparativo com os
limites da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal): a)
despesa total com pessoal, destacando a despesa
com inativos e pensionistas; b) dívidas consolidadas e
mobiliárias; c) concessão de garantias; d) operações
de crédito, inclusive por antecipação de receita; -
indicação das medidasa serem adotadas ou adotadas
quando os limites são ultrapassados; -
demonstrativos no último quadrimestre do exercício:
a) do montante das disponibilidades de caixa em
trinta e um de dezembro; b) da inscrição em restos a
pagar, das despesas: liquidadas; empenhadas e não
liquidadas decorrentes de contratos administrativos
ou de convênios em andamento; empenhadas e não
liquidadas, inscritas até o limite do saldo da
disponibilidade de caixa; e despesas não inscritas por
falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos
foram cancelados.
109
Quadro 4 - Resumo 
Fonte: Adaptado de Cartilha da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (2015).
Fiscalização e Controle Social
Quanto ao cumprimento das normas estabelecidas pela LRF, a �scalização compete
ao Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e ao
sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público.
O Tribunal de Contas foi incubido da ação �scalizadora de forma efetiva e
continuada, quando for constatado. Acerca do assunto, o art. 59 da LRF,
especi�camente no § 1º, postula: que há a possibilidade de que as receitas poderão
não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas; que o total da despesa com pessoal ultrapassou 90% do limite; que as
dívidas consolidadas e mobiliárias, operações de crédito e concessão de garantia se
encontram acima de 90% dos respectivos limites; que se encontram acima do limite
os gastos com inativos e pensionistas; que existem fatos capazes de comprometer os
custos ou resultados dos programas (BRASIL, 2000).
Para �nalizar, o controle social está identi�cado no art. 73-A, o qual postula que
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, é parte legítima para, na
forma da Lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o tribunal de contas
(BRASIL, 2000).
110
A LRF tem como um dos seus princípios basilares a transparência. Dessa forma, a
sociedade precisa se utilizar desse instrumento e agir sempre que identi�car
irregularidades na administração pública.
SAIBA MAIS
O Portal da Transparência é um site criado pelo Governo
Federal e lançado pelo Ministério da Transparência e
Controladoria Geral da União em 2004. Qualquer interessado
poderá acessá-lo a qualquer momento. As informações
apresentadas no site se referem à gestão pública do Brasil,
sendo uma das melhores formas para o controle social. A
origem dos dados para a “alimentação” do site é obtida por
meio do Sistema Integrado de Administração Financeira do
Governo Federal (SIAFI) e o Sistema Integrado de
Administração de Recursos Humanos (SIAPE).
Para mais informações, consulte o seguinte link:
<http://www.portaltransparencia.gov.br/sobre/o-que-e-e-
como-funciona>. Acesso em: 17 jun. 2019.
111
http://www.portaltransparencia.gov.br/sobre/o-que-e-e-como-funciona
ATENÇÃO
Em caso de não cumprimento de suas normas, a LRF
estabelece várias sanções institucionais e pessoais. As sanções
pessoais, previstas em um projeto de lei ordinária e
denominada Lei de Crimes de Responsabilidade Fiscal,
conjectura que os governantes poderão ser responsabilizados
pessoalmente e punidos com a perda de cargo, inabilitação
para exercício de emprego público, prisão e multa. As
penalidades alcançam todos os responsáveis, dos Três Poderes
da União, Estados e Municípios, e todo o cidadão será parte
legítima para denunciar.Para mais informações, consulte a
Cartilha da Lei de Responsabilidade Fiscal, a qual está
disponível em:
<www.planejamento.gov.br/assuntos/.../cartilha/080807_pub_lrf_cartilha_port.pdf>.
Acesso em: 17 jun. 2019. 
112
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/.../cartilha/080807_pub_lrf_cartilha_port.pdf
QUESTÃO OBJETIVA
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) incluiu três anexos à
Lei de Diretrizes Orçamentárias: Anexo de Metas Fiscais,
Anexo de Riscos Fiscais e Anexo Especí�co. A partir do
exposto, assinale a alternativa que apresenta a matéria do
anexo especí�co.
Objetivos das políticas monetárias, creditícia e cambial.
Evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios.
Avaliação da situação �nanceira e atuarial.
Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano
anterior.
Demonstrativo das metas anuais.
113
QUESTÃO OBJETIVA
Paludo (2017) a�rma que a dívida interna, de curto prazo,
compreende os restos a pagar, excluídos os serviços da
dívida, os serviços da dívida a pagar, os depósitos e os
débitos de Tesouraria (AROs). Com base nessas
características, qual é o nome da dívida a que o enunciado
se refere?
Dívida Consolidada.
Dívida Pública Mobiliária.
Dívida Flutuante.
Dívida de Operação de Crédito.
Concessão de Garantia.
114
Fechamento
Caro(a) aluno(a), nesta aula, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco sobre a
LRF. Ela é uma Lei que trouxe algumas inovações à Lei nº 4.320/64, pertinentes ao
orçamento público e à administração pública.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
aprender os conceitos da LRF, os seus objetivos e a sua abrangência;
conhecer os princípios que regem a LRF;
identi�car as mudanças ocorridas na Lei.
115
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Sugestão de Série/Filme: O mecanismo (2018).
O longa “O mecanismo” é uma adaptação livre da
Operação Lava Jato. Nesse �lme, a força tarefa policial
descobre um esquema de corrupção generalizado
envolvendo o governo brasileiro e várias empreiteiras
proeminentes. A produção tem como introdução, a cada
episódio, o anúncio de que a história é inspirada em fatos
reais, com personagens e eventos adaptados para �ns
dramáticos.
Caro(a) aluno(a), a ideia, aqui, não é discutir sobre política.
Utilize essa sugestão como forma de analisar a
administração pública como um todo, principalmente em
suas falhas e brechas, quanto ao uso do dinheiro público.
Após a análise, responda aos seguintes questionamentos:
A LRF é uma Lei E�caz?
Você acredita ser possível que um dia teremos um país
longe de corrupção?
116
TEORIA E PRÁTICA
“Foz implanta orçamento participativo: o modelo é um dos
mais avançados no quesito participação popular e construção
de cidadania consciente”. Reportagem disponível no seguinte
link: <https://oparana.com.br/noticia/foz-implanta-
orcamento-participativo/>. Acesso em: 22 mai. 2019. 
 
O Orçamento Participativo representa um grande passo no
sentido de aperfeiçoamento político. Está atrelado ao
princípio da transparência que presta contas do Estado aos
cidadãos. A população organizada, isto é, a sociedade civil,
assume um papel ativo sobre as decisões a respeito de
�nanças e políticas públicas. Por exemplo: a população decide
as prioridades de investimentos em obras e serviços a serem
realizados a cada ano, com os recursos do orçamento da
prefeitura. Isso promove o contato direto com a população, em
que o cidadão faz as reivindicações de suas necessidades para
a comunidade. 
 
117
ESTUDO DE CASO
O processo de elaboração do orçamento é complexo. O
controle do dinheiro público não é uma tarefa fácil para um
país do tamanho do nosso, tanto em relação ao dinheiro
arrecadado quanto ao dinheiro utilizado.
Além dos canais tradicionais à disposição da população,
como o Portal da Transparência, o TCE Cidadão (Tribunal
de Contas da Bahia) lançou um aplicativo que é capaz de
realizar denúncias a respeito do mau uso ou desperdício do
dinheiro público ou simplesmente acompanhar e realizar
consultas. É possível acompanhar, em tempo real, a
tramitação de processos. As manifestações e denúncias,
em torno de irregularidades, serão analisadas pela
Ouvidoria e a resposta será retornada em, no máximo, 30
dias.
118
Mapa Conceitual
ORÇAMENTO PÚBLICO
PPA - Plano Plurianual
LDO - Lei de Diretrizes
Orçamentárias
LOA - Lei Orçamentária Anual
Planejamento
LRF - Lei de Responsabilidade
Fiscal
Programação
Anexos de Metas Fiscais Anexos de Riscos Fiscais
instrumentos de
Planejamento do
Orçamento Público
características características características
anexos incluídos pela Lei
119

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