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e-Book-Processo-Administrativo-Ambiental-na-Pratica-2021-Claudio-Farenzena

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Cláudio Farenzena
Processo Administrativo
Ambiental na Prática
2ª EDIÇÃO - E-BOOK - 2021
SOBRE O AUTOR
 
Cláudio Farenzena é advogado especialista em Direito Ambiental pela
Universidade Federal do Paraná - UFPR, sócio fundador do escritório
Farenzena Advocacia Ambiental com sede em Florianópolis e filial em
Brasília, voltada a Tribunais Superiores. Atua exclusivamente na área
jurídica ambiental com destaque em processos administrativos
ambientais (esfera administrativa), ações anulatórias de auto de 
infração ambiental e defesa em ações civis públicas de reparação
ou indenização por dano ambiental (esfera cível) e defesa em 
ações penais por crimes ambientais (esfera criminal).
https://advambiental.com.br/
https://advambiental.com.br/
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AVISOS LEGAIS
 
 
Você concorda que não irá copiar, redistribuir ou explorar 
comercialmente, qualquer parte deste livro, total 
ou parcial, sem a permissão do autor.
 
 
E-BOOK
 
Processo Administrativo Ambiental na Prática
2º Edição. 2021
 
 
 
Copyright © Todos os direitos reservados.
https://advambiental.com.br/
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo
para as presentes e futuras gerações.
 
Art. 225, Constituição Federal de 1988
https://advambiental.com.br/
https://advambiental.com.br/
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 3 
Sumário 
1. Conversa inicial ................................................................................................... 7 
2. Conceitos .............................................................................................................10 
3. Infração ambiental ............................................................................................. 14 
3.1. Poder de Polícia ............................................................................. 15 
3.2. O auto de infração ambiental ......................................................... 16 
3.3. Requisitos do auto de infração ambiental ....................................... 17 
3.4. Competência para lavrar o auto de infração ................................... 18 
3.5. Competência para julgar o auto de infração ................................... 20 
4. Tríplice responsabilidade.................................................................................. 22 
4.1. A responsabilidade administrativa é subjetiva ................................ 23 
4.2. O nexo causal deve ser demonstrado ............................................ 24 
5. Absolvição penal pode ser usada no processo administrativo ..................... 26 
6. A aplicação do princípio do in dubio pro reo no processo administrativo... 29 
7. Princípio da insignificância .............................................................................. 32 
8. Tutela antecipada em sede administrativa ...................................................... 34 
9. Principais Leis de Direito Ambiental ................................................................ 37 
9.1. Art. 225, da Constituição Federal ................................................... 37 
9.2. Lei 9.605/1998 ................................................................................ 37 
9.3. Decreto 6.514/2008 ........................................................................ 38 
9.4. Lei 6.938/1981 ................................................................................ 38 
9.5. Lei 12.651/12.................................................................................. 39 
9.6. Lei 11.428/2006 .............................................................................. 40 
9.7. Lei 9.784/1999 ................................................................................ 41 
10. Sanções administrativas ................................................................................... 43 
10.1. Advertência .................................................................................... 44 
10.2. Multa simples ................................................................................. 45 
10.3. Multa diária ..................................................................................... 47 
10.4. Apreensão ...................................................................................... 48 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 4 
10.5. Destruição ou inutilização do produto ............................................. 51 
10.6. Suspensão de venda e fabricação do produto ............................... 52 
10.7. Embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas ............... 52 
10.8. Demolição de obra ......................................................................... 54 
10.9. Suspensão parcial ou total das atividades ..................................... 56 
10.10. Restritiva de direitos ....................................................................... 56 
11. Aplicação da pena, atenuantes e agravantes .................................................. 58 
12. Reincidência . .................................................................................................... 62 
13. Espécies de Prescrição ..................................................................................... 64 
13.1. Prescrição da pretensão punitiva ................................................... 64 
13.2. Prescrição intercorrente ................................................................. 65 
13.3. Prescrição da pretensão punitiva na modalidade intercorrente ...... 65 
13.4. Prescrição da pena de multa .......................................................... 66 
13.5. Prescrição executória ..................................................................... 67 
14. Princípios que regem o processo administrativo ambiental ......................... 70 
14.1. Princípio do devido processo legal ................................................. 70 
14.2. Princípio da razoável duração do processo .................................... 70 
14.3. Princípio da legalidade ................................................................... 71 
14.4. Princípio da finalidade .................................................................... 72 
14.5. Princípio da impessoalidade ........................................................... 72 
14.6. Princípio da moralidade .................................................................. 73 
14.7. Princípio da eficiência..................................................................... 74 
14.8. Princípio da publicidade ................................................................. 74 
14.9. Princípio da motivação ................................................................... 75 
14.10. Princípio do contraditório e da ampla defesa.................................. 76 
14.11. Princípio da razoabilidade e proporcionalidade .............................. 76 
14.12. Princípio do in dubio pro reo ........................................................... 77 
14.13. Princípio da insignificância ............................................................. 78 
15. Fases do processo administrativo ................................................................... 80 
15.1. Lavratura do auto de infração ambiental ........................................ 82 
15.1.1. Notificação do autuado ................................................ 83 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 5 
15.2. Audiência de conciliação ................................................................ 86 
15.2.1. Opções do autuado após a audiência de conciliação .. 90 
15.3. Defesa administrativa ..................................................................... 91 
15.4. Instrução ........................................................................................ 93 
15.5. Julgamento em 1ª instância ........................................................... 95 
15.6. Recurso administrativo e Julgamento em 2ª instância ................... 97 
16. Fase pós processual ........................................................................................102 
17. Vícios sanáveis e insanáveis ...........................................................................105 
17.1. Causas de anulação e nulidade ....................................................106 
18. Redução do valor da multa ..............................................................................112 
19. Conversão da multa .........................................................................................115 
20. Infrações ambientais – Decreto 6.514/08 ........................................................119 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 6 
 
 
 
 
#1 
Conversa inicial 
 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 7 
1. Conversa inicial 
Cada vez mais os órgãos ambientais têm aprimorado os métodos 
de fiscalização, lavrando autos de infração ambiental e embargos no local da 
infração e até mesmo em laboratórios de sensoriamento remoto através de imagens 
de satélites de alta resolução e software de cruzamento de informações com dados 
do Governo Federal, CAR, INPE PRODES, DETER, dentre outros, principalmente 
nos casos de desmatamento. 
O auto de infração ambiental lavrado pelas autoridades ambientais, 
seja in loco ou remotamente (através de imagens de satélite), é entregue ao infrator 
pessoalmente, quando possível, enviado por carta com aviso de recebimento 
(Correios), ou, publicado em Diário Oficial, quando não for possível localizar o 
infrator, instaurando-se o competente processo administrativo pelo qual poderá o 
autuado exercer seu direito ao contraditório e à ampla defesa, ou pagar a multa. 
Ocorre que, muitas vezes, o valor da multa e até mesmo outras 
sanções administrativas eventualmente impostas, são desproporcionais, 
desarrazoadas e por vezes, até ilegais. 
Em qualquer dos casos, o autuado deve estar amparado técnica e 
juridicamente, com estratégias de defesa bem elaboradas, até porque, a maioria das 
infrações administrativas também são consideradas crimes ambientais e ilícitos 
civis imprescritíveis, recomendando-se cautela na elaboração da defesa para se 
antecipar a eventual ação penal ou de obrigação de reparar ou indenizar o dano na 
esfera cível. 
 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 8 
Entretanto, é comum que as estratégias de defesa e a própria 
legislação sejam ignoradas pelo autuado ou até mesmo por profissionais que não 
possuem conhecimento específico, o que pode implicar no agravamento da 
situação. Na prática forense já nos deparamos com situações prescritas e até ilegais, 
que por desconhecimento do autuado, ensejaram a aplicação de severas sanções 
administrativas, as quais cumpridas indevidamente. 
Pensando nisso, elaboramos o e-Book Processo Administrativo 
Ambiental na Prática, 2ª Edição, com o objetivo de apresentar o processo 
administrativo ambiental em âmbito federal e as matérias que o envolvem, por vezes 
complexas ou até desconhecidas, o que demonstra a importância de o autuado estar 
amparado, preferencialmente, por um Advogado especialista em Direito Ambiental, 
ou, outro profissional qualificado na área, a quem caberá uma escorreita análise 
técnica e jurídica do caso. 
Convém ressaltar, que no processo administrativo ambiental há 
peculiaridades que muitas vezes somente um profissional qualificado seria capaz de 
constatar e argumentar, a exemplo da ocorrência da prescrição da pretensão 
punitiva na modalidade intercorrente ou da prescrição da pena de multa, ou ainda, 
se o nexo de causalidade entre a conduta e o dano foi suficientemente demonstrado 
pele agente ambiental. 
Essas questões e muitas outras, são abordadas neste e-Book a 
partir de conhecimentos teóricos e da prática forense do sócio fundador do escritório 
Farenzena Advocacia Ambiental, Cláudio Farenzena, tais como, conceitos, auto de 
infração ambiental e o respectivo processo administrativo, competências, infrações 
administrativas, princípios, responsabilidade, direitos do autuado, teses de defesa, 
redução do valor da multa, prazos, conversão da multa e muito mais. 
Boa leitura! 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 9 
 
 
 
#2 
Conceitos 
 
 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 10 
2. Conceitos 
Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre 
degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição 
original. 
Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre 
degradada o mais próximo possível da sua condição original. 
Sanção administrativa: pena imposta para punir a prática de conduta que viola as 
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, 
aplicada ao autuado quando do julgamento do auto de infração pela autoridade 
julgadora competente. 
Medida administrativa cautelar: medida de urgência adotada pelo agente 
ambiental em caráter preventivo, no ato da fiscalização ou em momento posterior, 
independentemente da lavratura de auto de infração, mantida até decisão da 
autoridade competente. 
Multa indicada: valor da multa indicado pelo agente ambiental no auto de infração, 
sujeito à confirmação da autoridade julgadora de primeira instância ou da autoridade 
superior. 
Multa consolidada: valor da multa consolidado pela autoridade competente, que 
pode contemplar circunstâncias majorantes, atenuantes, reincidência e demais 
adequações eventualmente cabíveis. 
 
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Cristiane
Destacar
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 11 
Reincidência: cometimento de nova infração ambiental pelo mesmo infrator, no 
período de 5 anos, contados da lavratura de auto de infração anterior devidamente 
confirmado pela autoridade julgadora de primeira instância administrativa, 
circunstância essa que leva ao agravamento da nova penalidade. 
Atividades de subsistência: atividades exercidas diretamente pelos integrantes de 
família em situação de vulnerabilidade social decorrente de seunível de renda, 
educação, saúde ou localização geográfica, admitida a ajuda eventual de terceiros, 
que sejam indispensáveis ao seu sustento e desenvolvimento socioeconômico. 
Auto de infração ambiental: documento destinado à descrição clara e objetiva da 
infração administrativa ambiental constatada, do qual constam a indicação dos 
dispositivos legais e regulamentares infringidos e da sanção cabível. 
Relatório de fiscalização: a formalização de acusação contra o autuado acerca da 
prática de infração ambiental, por meio do qual o agente ambiental relata as causas 
e circunstâncias da violação detectada e descreve, detalhadamente, o 
comportamento do autuado e dos demais agentes envolvidos, o que inclui o seu 
elemento subjetivo, para determinar a responsabilidade administrativa e 
fundamentar a imposição das sanções indicadas, bem como das eventuais 
circunstâncias atenuantes ou agravantes apontadas. Nele consta ainda, os 
elementos probatórios colhidos e individualiza os objetos, instrumentos e petrechos 
relacionados à prática da infração ambiental. 
Audiência de conciliação ambiental: ato da conciliação ambiental com vistas a 
explanar ao autuado as razões de fato e de direito que ensejaram a lavratura do auto 
de infração, além de apresentação das soluções legais possíveis para encerrar o 
processo, tais como o desconto para pagamento, o parcelamento e a conversão da 
multa em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio 
ambiente. 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 12 
Decisão de primeira instância: decisão de julgamento do auto de infração e 
aplicação das penalidades cabíveis, contra a qual cabe recurso hierárquico. 
Decisão de segunda instância: decisão de julgamento do recurso hierárquico. 
Declaração de nulidade: decisão que reconhece a existência de vício que torna 
nulo ato administrativo. 
Absolvição: declaração de improcedência da acusação formulada contra o 
autuado, desde que a autoridade competente, por exemplo, reconheça que está 
provada a inexistência do fato, que não constitui o fato infração administrativa 
ambiental ou que o autuado não concorreu para a infração. 
Trânsito em julgado administrativo: momento processual em que a decisão da 
autoridade julgadora competente se torna imutável e definitiva em âmbito 
administrativo. 
Decisão revisional: decisão proferida, a qualquer tempo, a pedido do autuado ou 
de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de 
justificar a inadequação da sanção aplicada, sem que resulte no agravamento da 
sanção. 
Equipe de Instrução: equipe de servidores do órgão ambiental federal autuante 
responsável pela instrução do processo e elaboração de proposta de julgamento do 
auto de infração, em primeira instância, e pela elaboração de proposta de julgamento 
do recurso, em segunda instância. 
Conversão de multas ambientais: Procedimento especial que substitui a 
obrigação de pagar a multa ambiental por serviços de preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade do meio ambiente. 
 
https://api.whatsapp.com/send?phone=554832118488&text=Ol%C3%A1%20Dr.%20Cl%C3%A1udio%20Farenzena%2C%20eu%20quero%20falar%20sobre...
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 13 
 
 
 
#3 
Infração ambiental 
 
 
 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 14 
3. Infração ambiental 
A Lei Federal 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, embora conhecida 
popular e imprecisamente por Lei dos Crimes contra o Meio Ambiente, trata de 
maneira simultânea e em partes diferentes do seu texto, de infrações penais e 
infrações administrativas, ou seja, não é exclusivamente penal, aplicando-se, 
sobretudo, os Capítulos I, II e III à responsabilização administrativa, no que for 
compatível. 
No campo das infrações administrativas, o legislador apenas 
estabeleceu condutas genéricas consideradas ilegais, bem como o rol e limites das 
sanções previstas, de modo que, a especificação de cada infração administrativa foi 
regulamentada pelo Decreto 6.514 de 22 de julho de 2008. 
De forma legalmente adequada, embora genérica, o artigo 70 da 
Lei 9.605/98 prevê, como infração administrativa ambiental, “toda ação ou omissão 
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do 
meio ambiente”. 
É o que basta para, com a complementação do Decreto 6.514/08 
cumprir o princípio da legalidade, que, no Direito Administrativo, não pode ser 
interpretado mais rigorosamente que no Direito Penal, campo em que se admitem 
tipos abertos e até em branco. 
As infrações ambientais podem resultar em sanções 
administrativas ─ que como a própria expressão já indica, devem ser impostas pela 
Administração Pública ─, as quais são autônomas e distintas das sanções criminais 
cominadas à mesma conduta, estando respaldada no poder de polícia ambiental. 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 15 
3.1. Poder de Polícia 
A Constituição Federal de 1988 prevê que as condutas e as 
atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados, 
impondo ao Poder Público a obrigação de defender e preservar o meio ambiente, 
por meio de ações preventivas ou por ações repressivas (multa administrativa, 
embargos, apreensão, etc.). 
Assim, o poder de polícia ambiental pode e deve ser exercido por 
todos os entes da Federação, pois se trata de competência comum, prevista na 
Constituição Federal. É dizer que, a fiscalização das atividades nocivas ao meio 
ambiente concede aos agentes ambientais federal, estadual ou municipal 
designados para essa atividade, interesse jurídico suficiente para exercer seu poder 
de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado em área cuja competência 
seja de um município ou de um estado. 
Cumpre mencionar, que a Lei Complementar 140/2011 ─ onde 
definidas legalmente a atuação supletiva e subsidiária dos entes federativos ─, 
legitimou o exercício do poder de polícia ambiental por qualquer dos entes 
federativos com atribuição comum de fiscalização, fornecendo solução para 
eventual sobreposição de autuações, ou seja, a prevalência do auto de infração 
ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou 
autorização. 
É preciso lembrar que os autos de infração lavrados por fiscais 
competentes para o exercício da função gozam da presunção de veracidade e 
legitimidade, de modo que a sua desconstituição exige, do suposto infrator, a 
apresentação de substanciosos elementos de prova capazes de afastar a presunção 
gerada pelo documento público. 
https://api.whatsapp.com/send?phone=554832118488&text=Ol%C3%A1%20Dr.%20Cl%C3%A1udio%20Farenzena%2C%20eu%20quero%20falar%20sobre...
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 16 
No entanto, o poder de polícia não subtrai ao agente autuante, a 
atribuição, o dever correlato de cumprimento, em sua plenitude, da legislação de 
regência, sobretudo, no preenchimento dos requisitos para lavrar o auto de infração, 
como veremos detalhadamente mais adiante. 
3.2. O auto de infração 
ambiental 
O auto de infração ambiental está previsto nos artigos 70 a 76 da 
LeiFederal 9.605/98, e pode ser lavrado por agentes ambientais designados para 
atividades de fiscalização, contra pessoas físicas ou jurídicas, que, por meio de uma 
ação ou omissão, violem as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e 
recuperação do meio ambiente. 
Trata-se de um documento público formal, atualmente lavrado por 
meio eletrônico, com a identificação do autuado; a descrição da infração 
administrativa constatada; a indicação dos dispositivos legais e regulamentares 
infringidos; a imposição de sanções e a aplicação de medidas administrativas 
cautelares, tais como advertência, multa simples, multa diária, apreensão dos 
animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos e subprodutos 
objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos, veículos e embarcações 
de qualquer natureza utilizados na infração; destruição ou inutilização do produto ou 
bem; suspensão de venda e fabricação do produto; embargo de obra ou atividade e 
suas respectivas áreas; demolição de obra; suspensão parcial ou total das 
atividades, e, restritiva de direitos. 
É o auto de infração que inaugura o processo administrativo 
destinado à apuração da infração ambiental, assegurado o direito ao contraditório e 
ampla defesa, oportunidade na qual o autuado pode pagar a multa, oferecer defesa 
https://api.whatsapp.com/send?phone=554832118488&text=Ol%C3%A1%20Dr.%20Cl%C3%A1udio%20Farenzena%2C%20eu%20quero%20falar%20sobre...
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 17 
ou, requerer a conversão da multa em serviços de preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade do meio ambiente, esta, quando cabível, pois nem todas 
as infrações administrativas são passíveis de conversão. 
Dois pontos merecem destaque: 
 A ocorrência de dano ambiental não é exigida para a lavratura 
do auto de infração ambiental, bastando que o infrator, por ação 
ou omissão infrinja a legislação ambiental. 
 Uma cópia do auto de infração, acompanhado de toda 
documentação pertinente, inclusive, com o histórico de 
infrações do autuado é encaminhada para o Ministério Público 
apurar eventual crime ambiental e/ou ilícito civil. 
3.3. Requisitos do auto de 
infração ambiental 
O auto de infração ambiental deve conter os requisitos mínimos de 
validade, tais como, ser lavrado em formulário próprio, com a identificação do 
autuado, a descrição clara e objetiva das infrações administrativas constatadas e 
a indicação dos dispositivos legais e regulamentares infringidos, não devendo conter 
emendas ou rasuras que comprometam sua validade. 
Também deve conter a descrição das circunstâncias que levaram 
à constatação da infração ambiental e à identificação da autoria, que se baseia na 
demonstração da relação da infração administrativa com a conduta do autuado, 
comissiva ou omissiva, e o seu elemento subjetivo, além do registro da situação 
por fotografias, vídeos, mapas, termos de declaração ou outros meios de prova, os 
critérios utilizados para fixação da multa, a identificação do dano ambiental e dos 
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responsáveis pela reparação e quaisquer outras informações consideradas 
relevantes para a caracterização da responsabilidade administrativa, a qual veremos 
adiante, é subjetiva. 
Especificamente no caso de áreas irregularmente desmatadas 
ou queimadas, o agente ambiental autuante deve colher todas as provas possíveis 
de autoria e materialidade no ato da fiscalização, bem como da extensão do dano, 
podendo se apoiar em documentos, fotos e dados de localização, incluindo as 
coordenadas geográficas da área para posterior georreferenciamento. 
Mas nem sempre é possível ao agente ambiental colher todos os 
dados necessários à lavratura do auto de infração em campo. Desse modo, o auto 
pode ser complementado a posteriori, desde que não implique modificação do fato 
descrito no documento de autuação. 
O preenchimento dos requisitos para lavrar o auto de infração é 
fundamental, porquanto deve ser assegurado ao infrator ambiental o devido 
processo legal, com direito ao contraditório e à ampla defesa, com meios e recursos 
a ela inerentes, conforme expressamente previsto na Constituição Federal, na Lei 
9.605/98 (artigo 70, parágrafo 4º) e Lei 9.784/99 (artigo 2º), de modo que, a 
descrição que omite informações importantes para o pleno exercício do direito de 
defesa é considerada vício formal e insanável que conduz à nulidade do auto. 
3.4. Competência para lavrar 
o auto de infração 
As autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental 
e instaurar processo administrativo são os funcionários de órgãos ambientais 
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integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para 
as atividades de fiscalização por ato normativo ou portaria. 
É o caso dos analistas e técnicos ambientais de que trata a Lei 
10.410/02 ─ norma especial que cria e disciplina a carreira de especialista em meio 
ambiente, dos quadros do Ministério do Meio Ambiente, do IBAMA e do ICMBio ─, 
que atribuiu especialmente ao cargo de analista ambiental a prática da fiscalização, 
no exercício do poder de polícia ambiental, bem como, aos técnicos ambientais, 
estes últimos, porém, sob a condição de ser precedida por ato de designação próprio 
da autoridade ambiental à qual esteja vinculado, o que normalmente é feito através 
de portaria. 
Importante frisar que o IBAMA pode celebrar convênios com os 
Estados, Municípios e o Distrito Federal, para que estes possam exercer atividade 
de fiscalização ambiental, através de suas policias e demais servidores, desde que 
designados para esse fim. 
Recentemente um autuado procurou nosso escritório indagando 
sobre a (im)possibilidade de o Corpo de Bombeiros Militar lavrar autos de infração 
ambiental no Estado do Mato Grosso. A resposta foi de que os bombeiros estão 
autorizados a lavrar autos em circunstâncias que envolvam queimadas ilegais, 
incêndios florestais e transporte de produtos perigosos, tóxicos ou nocivos à saúde 
humana, desde 30 de outubro de 2019, quando aquele Estado alterou o seu Código 
Florestal para incluí-los como autoridade competente para aqueles atos. Na prática, 
ao atender ocorrências de incêndio em zonas rurais e verificando indícios de 
incêndio criminoso, os bombeiros têm lavrado autos de infração ambiental. 
Em suma, qualquer funcionário de órgãos ambientais integrantes 
do SISNAMA, desde que designados para as atividades de fiscalização, mesmo 
que por portaria, são competentes para lavrar auto de infração e instaurar processo 
administrativo. 
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3.5. Competência para julgar 
o auto de infração 
Em âmbito federal, uma equipe de instrução, composta por 
servidores do órgão ambiental autuante, é a responsável por instruir, preparar e 
relatar processos de apuração de infrações ambientais, inclusive pedidos de revisão 
de sanções, para serem submetidos a julgamento pelas autoridades de primeira e 
segunda instâncias administrativas. 
À equipe de instrução não é competente para emitir a decisão final, 
mas tão somente elabora um relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das 
fases do procedimento e formula uma proposta de decisão,objetivamente 
justificada, encaminhando o processo à autoridade julgadora competente de 
primeira instância. 
Essa autoridade julgadora é o Coordenador Regional, no âmbito 
do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico 
Mendes, e, o Superintendente Estadual, no âmbito do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. 
Já o julgamento do recurso hierárquico compete ao Presidente 
do órgão ambiental federal autuante, ou seja, Presidente do IBAMA ou do ICMBIo. 
Importante destacar que há somente duas instâncias no processo 
administrativo ambiental federal após a revogação do inciso III do artigo 8º da Lei 
6.938/81, de modo que, o CONAMA não detém mais competência para decidir, 
como terceira e última instância administrativa em grau de recurso, ou seja, o artigo 
130 do Decreto 6.514/08 foi tacitamente revogado. 
 
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#4 
Responsabilidade 
ambiental 
 
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4. Tríplice 
responsabilidade 
O sistema constitucional brasileiro optou expressamente pela 
tríplice responsabilidade ambiental, nas esferas administrativa, civil e criminal, 
efetivada com a promulgação da Lei 9.605/98 que, repetindo o comando 
constitucional (artigo 3°), disciplinou e instituiu não apenas os crimes ambientais, 
mas também as infrações administrativas ambientais. 
Na prática, significa que os causadores de danos ambientais, 
pessoas físicas e jurídicas, poderão ser punidos de forma independente nas esferas 
administrativa, cível e penal, sem que isso configure violação ao princípio do non bis 
idem, ou seja, o autuado pode ser punido mais de uma vez pela mesma conduta, 
desde que em outra esfera. Vamos explicar melhor. 
Na esfera administrativa, o infrator está sujeito as sanções de 
advertência, multa simples, multa diária, apreensão dos animais, produtos e 
subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de 
qualquer natureza utilizados na infração, destruição ou inutilização do produto, 
suspensão de venda e fabricação do produto, embargo de obra ou atividade, 
demolição de obra, suspensão parcial ou total de atividades e restritiva de direitos. 
Já na esfera cível, o infrator pode ser demandado, 
independentemente da existência de culpa, a indenizar e/ou reparar os danos 
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade ou conduta, o 
que geralmente acontece através de ação civil pública proposta pelos legitimados. 
Aqui, um ponto que merece destaque é que o degradador pode ser condenado tanto 
a reparação ou restauração do dano ambiental, como ao pagamento de 
indenização, ou ainda, nas duas ao mesmo tempo. 
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E por fim, o infrator que, de qualquer forma, concorrer para a prática 
da infração, prevista em lei como crime ambiental, inclusive o diretor, o 
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o 
preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de 
outrem, não impeçam a sua prática, quando poderiam agir para evitá-la, poderão 
ser réus em processo na esfera penal, cujo órgão acusador será o Ministério Público 
(Federal ou Estadual). 
Do que foi dito, conclui-se que, as infrações ao meio ambiente 
podem ter repercussão nas três esferas; que a sua apuração não é realizada pelo 
mesmo órgão; possuem consequências jurídicas diversas; e, estão submetidas a 
regime jurídico específico, embora se verifiquem alguns pontos em comum. 
4.1. A responsabilidade 
administrativa é 
subjetiva 
Como visto, a Constituição Federal prevê a tríplice 
responsabilidade ambiental, pela qual o causador de danos ambientais está sujeito 
à responsabilização administrativa, cível e penal, de modo independente e 
simultâneo. 
Na esfera cível, a responsabilidade por danos ambientais é 
objetiva, ou seja, se o Ministério Público propuser uma ação contra determinado 
transgressor, ele não precisará provar a culpa ou dolo do réu. 
Já para a aplicação de penalidades administrativas que resulta 
do poder de polícia dos órgãos ambientais, exige-se a comprovação do dolo ou 
culpa, por força da teoria da culpabilidade, ou seja, deverá ser comprovado o 
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elemento subjetivo do transgressor, além da demonstração do nexo causal entre a 
conduta e o dano. 
Desse modo, se não ficar demonstrado que o autuado tenha 
efetivamente praticado o ato ilícito descrito no auto de infração, além do nexo entre 
a conduta e o dano, não há que se falar em responsabilidade administrativa. 
4.2. O nexo causal deve ser 
demonstrado 
Como visto, a responsabilidade administrativa por dano ambiental 
é subjetiva, de modo que, a autoridade competente pela fiscalização e lavratura do 
auto de infração deve comprovar a relação entre a conduta do alegado transgressor 
e o dano efetivamente causado. 
Essa comprovação é realizada através de uma operação 
denominada “nexo”, que nada mais é do que a união entre dois ou mais elementos 
que geraram um acontecimento, aqui compreendido como um dano, ou seja, como 
e de que forma a conduta do alegado transgressor contribuiu para o dano ambiental. 
Há infrações administrativas, que para sua configuração, a própria 
lei ─ neste caso o Código Florestal de 2012 ─ exige expressamente o 
estabelecimento de nexo causal para apuração da responsabilidade pela 
infração, a exemplo da infração de fazer uso de fogo sem autorização. 
É bem verdade que muitas vezes não se consegue comprovar o 
nexo de causalidade a fim de estabelecer a ligação da conduta do agente com o 
dano. Tal fato, pois, não autoriza a lavratura de auto de infração ambiental, seja por 
“achismo”, “convicção pessoal”, ou porque o transgressor é o proprietário ou 
possuidor do local, bens ou animais objetos da infração. 
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#5 
Absolvição na 
esfera penal 
 
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5. Absolvição penal pode 
ser usada no processo 
administrativo 
Como dissemos na introdução deste e-Book, a importância de um 
Advogado, de preferência especialista em Direito Ambiental desde o início do 
processo administrativo é de fundamental importância, sobretudo, porque uma 
infração às normas ambientais pode gerar efeitos nas três esferas. 
No entanto, apesar da independência das esferas, a Administração 
Pública (órgão ambiental autuante) estará vinculada a eventual decisão do juízo 
criminal, quando houver absolvição do infrator com base nos incisos I e IV do artigo 
386 do Código de Processo Penal - CPP, assim redigidos: 
Art. 386.O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte 
dispositiva, desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal. 
Na prática, quando o autuado, réu em ação penal por crime 
ambiental, é absolvido com fundamento naqueles dois incisos, poderá se utilizar da 
sentença absolutória para requerer o arquivamento do auto de infração 
ambiental e do respectivo processo administrativo. 
Por outro lado, se a sentença declarar extinta a punibilidade do 
infrator com fundamento nos incisos II, III, V, VI e VII do artigo 3861, não haverá 
 
1 Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I – [...]; II - não 
haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal; IV – [...]; V – não existir prova de ter o réu 
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repercussão na esfera administrativa, porque a sentença será meramente 
declaratória. 
A diferença entre sentença absolutória e sentença declaratória 
de extinção da punibilidade, é que naquela, o juiz reconhece categoricamente a 
inexistência do fato ou de que o réu não concorreu para a infração penal, enquanto 
nessa, o juiz reconhece a existência da infração ambiental, mas não confere ao 
Estado o poder de punir, como por exemplo, quando faltarem provas suficientes para 
o decreto condenatório. 
Importante salientar que a punição administrativa não depende de 
processo criminal a que se sujeite o infrator pelo mesmo fato, nem impõe 
à Administração Pública que aguarde o trânsito em julgado dos demais processos. 
Assim, pode o autuado se utilizar da sentença de absolvição para 
requerer o arquivamento do auto de infração e do processo administrativo sem 
qualquer imposição de penalidade. 
No entanto, se já houve a aplicação de sanção administrativa e 
sobrevêm decreto absolutório na esfera penal fundado nos referidos incisos I e 
IV, observado o prazo prescricional, o autuado poderá requerer judicialmente a 
desconstituição da punição. 
Resta claro, portanto, a importância de o autuado buscar na esfera 
penal ─ quando a infração também constituir crime ─, sua absolvição pelos 
incisos I e IV, pois somente assim será possível anular o auto de infração e 
consequentemente as sanções administrativas, tais como multas e embargos. 
 
concorrido para a infração penal; VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 
20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua 
existência; VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
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#6 
Princípio do in 
dubio pro reo 
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6. A aplicação do 
princípio do in dubio 
pro reo no processo 
administrativo 
Temos defendido a aplicação do princípio do in dubio pro reo em 
matéria administrativa ambiental, pelo fato de que as sanções administrativas são 
resultados do poder de polícia do Estado. 
À propósito, a própria Constituição Federal de 1988 cuidou de 
assegurar aos litigantes em processo administrativo, e aos acusados em geral, o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, sem fazer 
qualquer diferenciação em relação ao processo judicial. 
Ao assegurar aos “acusados em geral” todos os meios e recursos 
ao exercício do contraditório e da ampla defesa, entendemos que a Constituição 
Federal autorizou a aplicação do princípio do in dubio pro reo em âmbito 
administrativo, o qual deve ser utilizado no momento da valoração das provas, de 
modo que, se há dúvida quanto a autoria e materialidade da infração, ou indícios 
que amparem a versão da defesa, a decisão tem que favorecer o autuado. 
Não se desconhece que os atos administrativos gozam de 
presunção de veracidade e legitimidade, mas o poder de polícia não subtrai ao 
órgão público responsável pela fiscalização ambiental, a atribuição, o dever correlato 
de cumprimento, em sua plenitude, da legislação de regência para fins de 
responsabilização administrativa. 
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Ademais, o ius puniendi do Estado é único, de modo que, a 
aplicação dos princípios penais e processuais penais garantistas e limitadores 
devem ser estendidos também, ao direito administrativo sancionador, porque as 
infrações administrativas se diferenciam das penais tão somente em relação à 
autoridade que as aplica. 
Logo, se ao final do processo administrativo não restar 
demonstrado suficientemente como e de que forma o autuado concorreu para a 
infração ambiental ou presente indícios que corroboram a versão que for 
apresentada pela defesa, deve-se afastar a imposição de penalidade mediante 
aplicação do princípio in dubio pro reo, pois ao agente público não lhe é dado poder 
de impor sanções por “convicções pessoais”, “achismo” ou meras “conjecturas” de 
que o cidadão tenha violado as normas ambientais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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#7 
Princípio da 
insignificância 
 
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7. Princípio da 
insignificância 
O princípio da insignificância, de aplicação excepcional, tem lugar, 
notadamente, no direito penal, para afastar a tipicidade material, tornando o 
comportamento atípico quando o dano causado ao bem jurídico protegido pela 
norma for desprezível, tornando desproporcional a pena cominada. 
Referido princípio surge como instrumento de interpretação 
restritiva aplicável não apenas na seara criminal, mas a todo direito sancionador 
como é o direito administrativo, no sentido de excluir ou afastar a própria tipicidade 
administrativa nas infrações de violação mínima e assegurar que a intervenção 
administrativa somente ocorra nos casos de lesão de certa gravidade. 
A jurisprudência é bastante conflituosa em relação à sua aplicação 
no direito ambiental, sobretudo em crimes ambientais, mas temos defendido sua 
aplicação extensiva as infrações administrativas, quando preenchidos os requisitos 
já assinalados pelo Supremo Tribunal Federal – STF, quais sejam: 
 mínima ofensividade da conduta do agente; 
 ausência de periculosidade social da ação; 
 reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e, 
 relativa inexpressividade da lesão jurídica. 
Ao nosso ver, cabe aplicar o princípio da insignificância em matéria 
administrativa ambiental, quando, mediante juízo de ponderação, verificar-se que 
o dano ambiental foi incapaz de comprometer o meio ambiente e a imposiçãode 
sanção administrativa se afiguraria desproporcional e desarrazoada. 
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#8 
Tutela antecipada 
no processo 
administrativo 
 
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8. Tutela antecipada em 
sede administrativa 
Temos defendido que, em processos administrativos ambientais, 
sobretudo em âmbito federal, é cabível a aplicação de tutela de urgência com 
fundamento no artigo 300 do Código de Processo Civil de 2015 ─ dentre outros 
dispositivos ─, por força do artigo 152 do mesmo diploma, que prevê expressamente 
a possibilidade de aplicação subsidiária e supletiva das suas normas aos processos 
administrativos. 
Isso porque, a Constituição Federal de 1988 assegura a todos os 
litigantes em processo administrativo os princípios constitucionais do contraditório e 
da ampla defesa, com todos os meios e recursos a ela inerentes. 
No que diz respeito aos processos “administrativos”, o artigo 15 
possibilitou a ampliação da interpretação diante de omissão da lei em sede 
administrativa. 
Não é ocioso observar, que o Código de Processo Civil de 2015 
contém diversos enunciados normativos que reproduzem disposições 
constitucionais ou se destinam a concretizá-las, explicitando-as melhor e tendo uma 
importante função retórica de contribuir para sua aplicação mais efetiva e adequada. 
E essas normas constitucionais são aplicáveis a qualquer 
processo judicial ou administrativo, pois o devido processo legal, a ampla defesa 
 
2 Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições 
deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
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e o contraditório são inerentes não apenas ao processo judicial, mas também ao 
processo administrativo (artigo 5º, LIV e LV, Constituição Federal). 
Não se pode admitir que um processo administrativo seja 
desprovido de garantias fundamentais constitucionais. Aliás, seria 
inconstitucional qualquer lei que afastasse, em processo administrativo, garantias 
da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. 
O artigo 15, portanto, é claro em admitir aplicação supletiva e 
subsidiária das normas do Código de Processo Civil na ausência de normas 
específicas sobre processo administrativo. Não há afronta à independência das 
esferas (civil e administrativa) uma vez que a norma poderá ser aplicada, em caso 
de inexistência de lei disciplinadora do tema. 
Em âmbito administrativo, as normas e regulamentos federais 
aplicáveis em matéria ambiental são omissas quanto a possibilidade de concessão 
de tutela antecipada ou de urgência. 
Por isso, temos defendido o cabimento de pedidos liminares em 
sede administrativa, em conformidade com o Código de Processual Civil de 2015, 
quando houverem elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo 
de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
 
 
 
 
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#9 
Legislação 
ambiental 
 
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9. Principais Leis de 
Direito Ambiental 
9.1. Art. 225, da 
Constituição Federal 
O artigo 225 da Constituição Federal consagra a proteção ao meio 
ambiente, impondo ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
Além disso, estabelece, em seu § 3º, que as condutas e atividades 
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados. 
No caso de infração ambiental, preveem a Lei 9.605/98 e o Decreto 
6.514/08, dentre outras cominações, a aplicação de multa e apreensão dos produtos 
e instrumentos da infração administrativa ou do crime ambiental, enquanto a 
reparação civil está prevista na Lei 6.938/81. 
9.2. Lei 9.605/1998 
A Lei Federal 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, embora conhecida 
popular e imprecisamente por Lei dos Crimes contra o Meio Ambiente, não tipifica 
cada uma das condutas infracionais administrativas contrárias ao direito ambiental, 
mas apenas define, genericamente, a infração administrativa como violação às leis 
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Cláudio Farenzena | Advogado especialista em Direito Ambiental 38 
de proteção ambiental, ou seja, não é exclusivamente penal, aplicando, sobretudo 
os Capítulos I, II e III à responsabilização administrativa, no que for compatível. 
É o que basta para, com a complementação do Decreto 
regulamentador cumprir o princípio da legalidade e servir de fundamento para que 
os agentes ambientais autuem quem violar a norma ambiental. 
9.3. Decreto 6.514/2008 
Os ilícitos administrativos e as respectivas sanções encontram seu 
fundamento legal nos artigos 70, 72 e 75 da Lei 9.605/98, que prevê os denominados 
tipos infracionais abertos, os quais demandam a edição de outros atos normativos 
para a descrição das sanções aplicáveis às condutas lesivas ao meio ambiente. 
Para isso, foi expedido o Decreto 6.514, em 22 de julho de 2008, 
que regulamenta o comando da lei ordinária, a fim de garantir o interesse público 
de defesa do meio ambiente, dispondo sobre as infrações e sanções administrativas 
ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração 
destas infrações, e dá outras providências. 
9.4. Lei 6.938/1981 
A Lei Federal 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente - PNMA, promulgada em de 31 de agosto de 1981, é considerada um 
marco regulatório para a legislação ambiental brasileira, que além instituir o Sistema 
Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, definiu objetivo à preservação, melhoria 
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança 
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, enumerando princípios a serem 
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atendidos e criando conceitos, tais como, “poluição” e “poluidor”, termos comuns 
que comumente são mencionados em autos de infração. 
É da PNMA que se extrai a diferença entre responsabilidade 
objetiva e subjetiva para fins de responsabilização por danos ambientais, bem 
como, o conceito de meio ambiente que estendeu a proteção jurídica a todos os 
elementos da natureza de forma interativa e integral, consagrando-se com a 
Constituição Federal de 1988 enquanto direitodifuso pertencente à categoria dos 
direitos fundamentais, atribuindo-lhe configuração jurídica diferenciada ao classificá-
lo, no artigo 225, como bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida. 
9.5. Lei 12.651/12 
A Lei Federal 12.651, de 25 de maio de 2012, o famoso Código 
Florestal Brasileiro de 2012, aplicável tanto em áreas rurais como urbanas, é a lei 
que institui normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação 
Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de 
matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e 
prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros 
para o alcance de seus objetivos. 
Merece destaque no Código Florestal, a caracterização das áreas 
de preservação permanente, as famosas APPs, nas quais somente se admite 
intervenção ou sua supressão nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social 
ou de baixo impacto ambiental. A violação a esta parte da norma representa hoje, a 
maior parte das infrações ambientais administrativas em centros urbanos. 
 
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Uma curiosidade sobre o Código Florestal de 2012, é sobre a data 
de 22 de julho de 2008, mencionada 23 vezes no seu texto, a qual é utilizada, 
basicamente, como parâmetro para estabelecer um regime de proteção transitória 
para situações ocorridas até referida data. 
Pois bem. Tal data, é da entrada em vigor do Decreto 6.514, de 22 
de julho de 2008, que regulamentou a Lei 9.605/98 e disciplinou também o processo 
administrativo, bem como as infrações administrativas ambientais federais, 
inclusive, regulamentou o §3º do artigo 225. 
9.6. Lei 11.428/2006 
A Lei 11.428, de 22 de dezembro de 2006, regulamenta pelo 
Decreto 6.660/08, dispõe sobre a utilização, conservação, regeneração e proteção 
da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. 
 É o único bioma brasileiro que possui um regime jurídico 
próprio, regulamentando o § 4º, do artigo 225 da Constituição Federal, que diz, ser 
a Mata Atlântica patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, 
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive 
quanto ao uso dos recursos naturais. 
Curiosamente, o termo “Patrimônio Nacional” do qual faz parte 
o Bioma Mata Atlântica, foi inserido pelo constituinte de 1988 em resposta a líderes 
políticos mundiais que já naquela época, se referiam a Amazônia como propriedade 
mundial, ou seja, é mera proclamação de defesa de interesses do Brasil diante 
de eventuais ingerências estrangeiras, não podendo se confundir patrimônio 
nacional com bem da União. 
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O corte, a supressão e a exploração de vegetação no Bioma Mata 
Atlântica é bastante restritivo, e por vezes, até vedado, podendo ser realizado de 
maneira diferenciada, conforme se trate de vegetação primária ou secundária, nesta 
última levando-se em conta o estágio de regeneração, e bem por isso, é outra 
infração administrativa corriqueira na prática. 
9.7. Lei 9.784/1999 
A Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999 não é legislação ambiental, 
mas regula e orienta o processo administrativo em âmbito federal, inclusive o 
ambiental, impondo a Administração Pública obediência estrita aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, 
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência, 
conforme expressa o próprio Decreto 6.514/08. 
Na lei, merece destaque o artigo 50, que impõe à Administração 
Pública o dever de motivar os atos administrativos, com indicação dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos, que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses do 
administrado, cuja violação conduz a anulação do ato. 
Ou seja, as decisões administrativas de imposição de penalidade, 
ainda que cautelares, devem ser devidamente motivadas, de forma explícita, clara 
e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos 
de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, 
serão parte integrante do ato, o que importa em motivação per relationem ou aliunde. 
No entanto, já esclarecemos no nosso blog, que a adoção de 
parecer jurídico ou outras decisões como forma de decidir (motivar) não pode ser 
genérica ou padronizada, o que é comum na prática forense. 
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#10 
Sanções 
administrativas 
 
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10. Sanções 
administrativas 
As sanções administrativas são penas prevista na Lei 9.605/95 para 
punir a prática de conduta que viola as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, 
proteção e recuperação do meio ambiente, regulamentadas pelo Decreto 
6.514/08. São indicadas pelo agente ambiental ao lavrar o auto de infração e ao final 
do processo administrativo, podem ser aplicadas ao autuado quando do julgamento 
pela autoridade julgadora competente. 
Sobreleva notar, que o agente ambiental apenas indica a sanção 
que na sua interpretação é a que melhor se enquadra no momento, instaurando-se 
o processo administrativo por meio do qual pode a autoridade julgadora, em decisão 
motivada, de ofício ou a requerimento do interessado, minora, mantém ou majora o 
valor da multa e demais sanções, respeitados os limites estabelecidos na legislação. 
O artigo 72 da Lei 9.605/98 e o artigo 3º do Decreto 6.514/08 não 
estabelecem ordem de prioridade para aplicação de penalidades em 
decorrência da prática de infrações administrativas ambientais, variando a incidência 
conforme a gravidade da infração, nos termos do artigo 6º da Lei 9.605/98 e artigo 
4º do Decreto 6.514/08. 
Antes de adentrarmos nas sanções em espécie, repise-se que, a 
responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva e não admite que 
terceiros respondam por ofensas ambientais praticadas por outrem, ou seja, as 
sanções administrativas que veremos a seguir, somente podem ser aplicadas para 
o verdadeiro transgressor, comprovando-se ainda, o dolo ou culpa, além da 
demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano. 
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10.1. Advertência 
A sanção de advertência pode ser aplicada para as infrações 
administrativas de menor lesividade ao meio ambiente, assim consideradas aquelas 
em que a multa máxima cominada não ultrapasse o valor de R$ 1.000,00, ou que, 
no caso de multa por unidade de medida, não exceda o valor referido. 
Neste caso, o agente autuante que constate a existência de 
irregularidades a serem sanadas, lavra o auto de infração com a indicação da 
sanção de advertência, ocasião em que estabelecerá prazo para que o infrator sane 
tais irregularidades. 
Após, o agenteambiental certifica o ocorrido nos autos do processo 
administrativo instaurado por ocasião da lavratura do auto de infração e dá 
seguimento às demais fases do processo, nas quais é garantido ao autuado o direito 
ao contraditório e à ampla defesa, ocasião em que, tratando-se de multa simples 
inferior a R$ 1.000,00, pode-se requerer à autoridade julgadora sua conversão para 
advertência. Mas sua concessão não é obrigatória, e sim, discricionária. 
Aqui um ponto de total atenção. Se autoridade julgadora autorizar 
a conversão da multa em advertência, o autuado deixa de ser primário, 
circunstâncias que acarreta no agravamento da pena se o infrator cometer uma nova 
infração no período de 5 anos, contados da lavratura de auto de infração anterior 
devidamente confirmado em julgamento, implicando em aplicação da multa em 
triplo, no caso de cometimento da mesma infração, ou aplicação da multa em dobro, 
no caso de cometimento de infração distinta. 
É importante ressaltar que, a sanção de advertência não exclui a 
aplicação de outras sanções, como por exemplo, suspensão de atividades ou 
perdimento de bens, e no caso de o infrator já ter sido beneficiado no período de até 
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3 anos antes, contados do julgamento da defesa da última advertência ou de outra 
penalidade aplicada, não se aplica nova sanção de advertência. 
Uma dúvida muito comum e levada com frequência aos tribunais, 
equivocadamente, é se o agente ambiental deve aplicar a sanção de advertência 
antes de aplicar a multa ou outra sanção. A resposta é não! Inclusive, o Superior 
Tribunal de Justiça – STJ reiteradamente tem afirmado que para a validade da 
aplicação das multas administrativas ambientais não há obrigatoriedade da prévia 
imposição de advertência. 
10.2. Multa simples 
A multa simples é indicada pelo agente ambiental por ocasião da 
lavratura do auto de infração e aplicada pela autoridade quando do julgamento, com 
base na unidade, hectare, metro cúbico, quilograma, metro de carvão-mdc, estéreo, 
metro quadrado, dúzia, estipe, cento, milheiros ou outra medida pertinente, de 
acordo com o objeto jurídico lesado. 
Os valores das multas estão previstos na Lei 9.605/98, sendo o 
mínimo de R$ 50,00 e o máximo de R$ 50.000.000,00, enquanto o Decreto 
regulamentador 6.514/08 tratou de estabelecer os valores para cada infração, 
definindo-os como multas abertas e fechadas, o que adiantamos, é ilegal, conforme 
veremos Capítulo 17. 
A multa pode ser aplicada isolada ou cumulativamente com as 
demais sanções, observando-se a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da 
infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; os 
antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse 
ambiental; e a situação econômica do infrator. 
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No caso de cometimento de nova infração ambiental pelo mesmo 
infrator, no período de 5 anos, contados da lavratura de auto de infração anterior 
devidamente confirmado no julgamento, a multa será elevada ao triplo, no caso de 
cometimento da mesma infração ou ao dobro, no caso de cometimento de infração 
distinta. 
O referido agravamento é apurado no procedimento da nova 
infração, do qual se faz constar, por cópia, o auto de infração anterior e o julgamento 
que o confirmou, notificando o autuado para que se manifeste sobre o agravamento 
da penalidade no prazo de 10 dias para então ser julgado. 
Ainda sobre o valor da multa, destacamos que, como visto 
anteriormente, o poder de polícia ambiental pode e deve ser exercido por todos os 
entes da Federação, mas na hipótese da incidência de dois autos de infração 
possuidores do mesmo objeto e contexto, deve prevalecer o auto de infração 
lavrado pelo órgão que detém a competência para o licenciamento ou autorização 
ambiental. 
Mas aí surge a dúvida quanto ao pagamento da multa, se para o 
órgão federal ou para o órgão estadual/municipal autuante? Nesse caso, o 
pagamento da multa por infração ambiental imposta pelos Estados, Municípios ou 
Distrito Federal substituirá a aplicação de multa pelo órgão federal, se em 
decorrência do mesmo fato, respeitados os limites estabelecidos no Decreto 
6.514/08. 
É bom frisar que somente o efetivo pagamento da multa é 
considerado para efeito da substituição, não sendo admitida para esta finalidade a 
celebração de termo de compromisso de ajustamento de conduta ou outra forma de 
compromisso de regularização da infração ou composição de dano, exceto se deste 
também participar o órgão ambiental federal. 
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10.3. Multa diária 
A multa diária é aplicada sempre que o cometimento da infração se 
prolongar no tempo, não podendo ser inferior a R$ 50,00, nem superior a 10% do 
valor da multa simples máxima cominada para a infração. 
Assim, constatada uma infração que se prolonga no tempo, o 
agente autuante lavra o auto de infração, indicando o valor da multa-dia ou multa 
diária, que somente deixará de ser aplicada a partir da data em que o autuado 
apresentar ao órgão ambiental documentos que comprovem a regularização da 
situação que deu causa à lavratura do auto de infração, ou, da celebração de termo 
de compromisso de reparação ou cessação dos danos. 
Caso o agente autuante ou a autoridade competente verifique que 
a situação que deu causa à lavratura do auto de infração não foi regularizada, a 
multa diária volta a ser imposta desde a data em que deixou de ser aplicada, 
notificando o autuado de sua imposição, sem prejuízo da adoção de outras sanções. 
Ao julgar o auto de infração pelo qual foi imposta a multa diária, a 
autoridade ambiental, em caso de procedência da autuação, confirma ou modifica o 
valor da multa-dia, e decide o período de sua aplicação, consolidando o montante 
devido pelo autuado para posterior execução. 
Para definir o valor da multa diária, o agente ambiental deve 
observar a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas 
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; os antecedentes do 
infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental e a situação 
econômica do infrator, podendo, por ocasião do julgamento, ser elevada ao triplo, 
no caso de cometimento da mesma infração ou ao dobro, no caso de cometimento 
de infração distinta. 
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10.4. Apreensão 
As infrações administrativas são punidas com a sanção de 
apreensão de animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, produtos e 
subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos 
e embarcações de qualquer natureza que fizerem parte ou foram utilizados na 
prática da infração. Neste caso, é lavrado o auto de infração e o respectivo termo 
de apreensão, instaurando-se o processo administrativo. 
O termo de apreensão deve descrever o bem com exatidão, bem 
como suas características, estado de conservação e demais elementos que o 
distingam; as condições de armazenamento e eventuais riscos de perecimento; aestimativa de seu valor pecuniário com base no seu valor de mercado, sempre que 
possível; as circunstâncias que o relacionam com a infração; informação de eventual 
alteração ou adaptação para a prática de infrações ambientais, além de registro 
fotográfico do bem e do local de armazenamento. 
Feito isso, os bens apreendidos podem ficar, até o julgamento do 
processo administrativo, sob a guarda do órgão ou entidade responsável pela 
fiscalização, órgãos e entidades de caráter ambiental, beneficente, científico, 
cultural, educacional, hospitalar, penal e militar, ou em casos excepcionais, com o 
fiel depositário, que pode ser, inclusive, o próprio autuado, desde que a posse 
dos bens ou animais não traga risco de utilização em novas infrações. 
No caso dos animais da fauna silvestre, após a apreensão, a 
autoridade ambiental os liberta em seu hábitat ou os entrega a jardins zoológicos, 
fundações, entidades de caráter cientifico, centros de triagem, criadouros regulares 
ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos 
habilitados, podendo, respeitados os regulamentos vigentes, serem entregues em 
guarda doméstica provisória, inclusive, ao próprio autuado. 
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Se o animal apreendido for doméstico ou exótico e tiver sido 
encontrado no interior de unidade de conservação de proteção integral, em área de 
preservação permanente ou quando impedir a regeneração natural de vegetação 
em área cujo corte não tenha sido autorizado, desde que, em todos os casos, tenha 
havido prévio embargo, poderão ser vendidos ou doados mediante decisão 
motivada da autoridade ambiental, sempre que sua guarda ou venda forem inviáveis 
econômica ou operacionalmente. 
Quanto as madeiras sob risco iminente de perecimento, assim 
consideradas aquelas que estejam acondicionadas a céu aberto ou que não 
puderem ser guardadas ou depositadas em locais próprios, sob vigilância, ou ainda 
quando inviável o transporte e guarda, atestados pelo agente ambiental no 
documento de apreensão, são avaliadas e doadas. 
Os produtos perecíveis também são doados a órgãos e entidades 
públicas de caráter científico, cultural, educacional, hospitalar, penal, militar e social, 
bem como para outras entidades sem fins lucrativos de caráter beneficente. 
Cumpre destacar que, se o bem apreendido é vendido ou doado 
durante o processo administrativo e ao final sobrevir anulação, cancelamento ou 
revogação da apreensão, o órgão ou a entidade ambiental deve restituir o bem no 
estado em que se encontra ou, na impossibilidade de fazê-lo, deve indenizar o 
proprietário pelo valor de avaliação consignado no termo de apreensão. Daí a 
importância de no momento da lavratura do termo de apreensão, verificar se a 
avaliação consignada é condizente com o valor do bem. 
Como visto, os bens utilizados na prática de infração ambiental que 
são apreendidos exigem uma destinação, muitas vezes imediata. Passemos agora, 
à aplicação da sanção em análise pós julgamento. 
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Transcorrida a fase processual e sobrevindo decisão 
irrecorrível que confirma o auto de infração, os bens e animais apreendidos que 
ainda não tenham sido objeto da destinação, não mais retornarão ao infrator. 
Os animais domésticos e exóticos são doados ou vendidos, 
enquanto os animais da fauna silvestre são libertados em seu hábitat ou entregues 
a jardins zoológicos, fundações, centros de triagem, criadouros regulares ou 
entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos 
habilitados. 
As madeiras são doadas a órgãos ou entidades públicas, vendidas 
ou utilizadas pela administração quando houver necessidade, conforme decisão 
motivada da autoridade competente. 
Os produtos perecíveis são doados, ao passo que, os produtos e 
subprodutos da fauna não perecíveis são destruídos ou doados a instituições 
científicas, culturais ou educacionais. 
Já os instrumentos utilizados na prática da infração podem ser 
destruídos, utilizados pela administração quando houver necessidade, doados ou 
vendidos. 
Demais instrumentos apreendidos utilizados na prática da 
infração, como petrechos, equipamentos, veículos e embarcações, podem ser 
destruídos, doados, vendidos ou utilizados pela administração quando houver 
necessidade, desde que em decisão motivada da autoridade ambiental. As vendas 
são realizadas através de leilão público. 
 Tratando-se de substâncias ou produto tóxico, perigoso ou 
nocivo à saúde humana ou ao meio ambiente, são adotadas medidas previamente 
determinadas pelo órgão competente e correrão a expensas do infrator. 
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10.5. Destruição ou 
inutilização do produto 
Constatada a infração ambiental, o agente ambiental, no uso do seu 
poder de polícia, pode adotar a medidas administrativa de destruição ou 
inutilização de produtos, subprodutos e instrumentos utilizados na prática da 
infração para evitar o seu uso e aproveitamento indevido nas situações em que o 
transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias. 
Tal medida é adotada ainda, quando referidos bens possam expor 
o meio ambiente a riscos significativos ou comprometer a segurança da população 
e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização. Também são destruídos os 
produtos e subprodutos da fauna não perecíveis. 
Para tanto, é lavrado um o termo de destruição ou de 
inutilização, instruído com elementos que identifiquem as condições anteriores e 
posteriores à ação, bem como a avaliação dos bens destruídos. 
É parte integrante do termo, um relatório que expõe as 
circunstâncias que justificam a destruição ou inutilização, subscrito por no mínimo 
dois servidores do órgão ambiental autuante, além de registro fotográfico do produto, 
subproduto, veículo, embarcação ou instrumento e de sua destruição. 
O termo de avaliação é fundamental, porque assim como visto na 
medida administrativa de apreensão, é lavrado o auto de infração e instaurado o 
processo administrativo, e sobrevindo decisão de cancelamento, dada a 
impossibilidade de restituição, o proprietário será indenizado pelo valor de avaliação 
consignado no termo de apreensão. 
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10.6. Suspensão de venda e 
fabricação do produto 
A medida administrativa de suspensão de venda ou fabricação 
de produto constitui medida que visa a evitar a colocação no mercado de produtos 
e subprodutos oriundos de infração administrativa ao meio ambiente ou que tenha 
como objetivo interromper o uso contínuo de matéria-prima e subprodutos de origem 
ilegal. 
Trata-se de medida administrativas cautelar, dotada de 
autoexecutoriedade, a qual é formalizada em termo próprio, por meio eletrônico e 
vinculado ao processo instaurado em razão da emissão do auto de infração 
ambiental, com a descrição detalhada dos produtos cuja venda ou fabricação foi 
suspensa. 
10.7. Embargo de obra ou 
atividade e suas 
respectivas áreas 
A sanção administrativa de embargo de obra ou atividade e suas 
respectivas áreas tem por objetivo

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