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1/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br NOTA TÉCNICA AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA EM SAÚDE (ATS) Nº 1067 Solicitante: 09ª Vara da Fazenda Pública Número do processo: 0277680-66.2022.8.06.0001 Data: 10/10/2022 Medicamento X Material Procedimento Cobertura SUMÁRIO TÓPICO Pág 1. Tema 2 2. Considerações teóricas 2 3. Eficácia do medicamento, evidências científicas e riscos 6 4. Sobre a liberação na ANVISA e custo da medicação/material 12 5. Sobre o fornecimento da medicação/material pelo SUS 17 6. Sobre a presença de diretriz clínica do Ministério da Saúde ou de órgão público e a incorporação pela CONITEC 18 7. Conclusões 19 8. Respostas aos questionamentos 20 9. Referências 21 2/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br NOTA TÉCNICA 1) Tema: Uso da quimioterapia adjuvante esquema TC por 4 ciclos com suporte de Neulastin para tratamento de carcinoma de mama pT2cpN0. 2) Considerações teóricas O câncer da mama é o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres em todo o mundo, seja em países em desenvolvimento ou em países desenvolvidos. Para 2016 e 2017, estimou-se que o Brasil terá 57.960 casos novos de câncer da mama, com um risco estimado de 56,20 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores não melanóticos da pele, esse tipo de câncer é o mais frequente entre as mulheres das regiões Sul (74,30/100 mil), Sudeste (68,08/100 mil), Centro-Oeste (5587/100 mil) e Nordeste (38,74/100 mil). Na região Norte, é o segundo tumor mais incidente (22,26/100 mil) entre elas.(1) É considerado um câncer de relativo bom prognóstico, quando diagnosticado e tratado precocemente. No entanto, quando diagnosticado em estágios avançados, com metástases sistêmicas, a cura não é possível. A sobrevida média após cinco anos do diagnóstico, na população de países desenvolvidos, tem aumentado, ficando em cerca de 85%.(1,2) No Brasil a sobrevida aproximada é de 80%.(1) Os melhores resultados em sobrevida em países desenvolvidos estão relacionados principalmente ao diagnóstico precoce por mamografia (MMG), sendo este exame um método eficaz de rastreamento populacional, quando indicado nas faixa etária e periodicidade adequadas, e à evolução dos tratamentos adjuvantes.(3) A idade é o principal fator de risco para o câncer de mama feminino. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta. Outros fatores de risco estabelecidos incluem aqueles relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, uso de anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal), história familiar de câncer da mama, alta densidade do tecido mamário, obesidade, urbanização e elevação do status socioeconômico, entre outros.(4-7) 3/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br O câncer de mama é uma das doenças mais estudadas em Oncologia, considerado muito heterogêneo e, portanto, com diferentes abordagens em diretrizes, guidelines, e trabalhos científicos. As recomendações nas presentes Diretrizes, em sua maioria, estão baseadas em estudos de fase III, prospectivos e randomizados, em revisões sistemáticas e em meta-análises. O câncer de mama tem seu prognóstico e tratamento definidos pela localização, idade de apresentação e estadiamento, e ainda fatores de risco que levam em consideração critérios histopatológicos, biológicos e, mais recentemente, moleculares e genéticos. A conduta quanto aos riscos de as mulheres desenvolverem câncer de mama está contemplada nas diretrizes do Instituto Nacional de Câncer, do Ministério da Saúde, para a detecção precoce (rastreamento e diagnóstico precoce) desse câncer no Brasil, sendo as estratégias adotadas: o rastreamento mamográfico entre mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos, e a conscientização sobre os sinais e sintomas suspeitos e encaminhamento para serviço de diagnóstico de câncer mamário. O exame clínico das mamas como estratégia de rastreamento não é recomendado, em função de ser incerto o balanço entre possíveis danos e benefícios.(8,9). Estima-se que para se prevenir uma morte é necessário o rastreamento de 400 mulheres na idade entre 50-70 anos por um período de dez anos.(10,11); por questões metodológicas, os resultados positivos do rastreamento mamográfico passaram a ser questionados.(12) O Relatório de Recomendação No 178 da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde (CONITEC), de outubro de 2015, disponível em http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2015/Rastreamento_Mamografia_f inal.pdf, mostra que, com base nas evidências científicas e diante da incerteza sobre os benefícios, aliada ao sobrediagnóstico, benefícios pequenos e aumento do risco por resultados falsos positivos, levando a biopsias e tratamentos desnecessários, além do aumento do risco radiológico por exposições repetidas, não se pode preconizar a ampliação do uso da mamografia para o rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas com risco habitual fora da faixa etária atualmente preconizada (50 a 69 anos). A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. 4/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br DIAGNÓSTICO Quando há suspeita de câncer por métodos detecção precoce ou do exame físico (nódulo mamário geralmente único, isolado, endurecido e, frequentemente, aderido ao tecido adjacente, podendo apresentar assimetria ou retração), a lesão deverá ser biopsiada. Após o diagnóstico ser confirmado por exame histopatológico, nova anamnese deve focar principalmente a história familiar, comorbidades e fatores de risco e a evolução cronológica da doença. Deve-se voltar a realizar exame físico completo à procura de outros potenciais sítios de doença, mormente o exame das axilas, da região cervical e das fossas supraclaviculares. O objetivo da biopsia inicial é a obtenção de material suficiente para o diagnóstico, sempre utilizando a conduta menos invasiva, para evitar a desnecessária excisão cirúrgica de lesões benignas.(12,13) O tipo histopatológico invasivo mais comum (observado em mais de 90% dos casos) é o carcinoma ductal infiltrante (CDI) e o segundo mais comum (em 5% a 10% dos casos), o carcinoma lobular infiltrante (CLI). Estas Diretrizes referem-se a estes dois tipos, sendo o termo Câncer de Mama utilizado como seus sinônimos. Existem algumas diferenças clínicas entre o carcinoma ductal e o lobular em relação ao prognóstico e à história natural da doença. Os CLI possuem maior tendência a apresentarem-se, ao diagnóstico, com doença em ambas as mamas e com maior frequência de doença multicêntrica. A maioria dos CLI acomete mulheres mais idosas, a sua variante clássica comumente apresenta positividade para receptores hormonais (RH) e o seu prognóstico parece ser mais favorável do que o das pacientesacometidas por CDI. As pacientes com CLI podem apresentar doença metastática tardiamente para sítios característicos como meninge, peritônio e trato gastrointestinal. A classificação molecular do câncer de mama pode ser realizada no material histopatológico por análise genética e, mais comumente, por imunohistoquímica.(14-17) Estão descritos diferentes subtipos moleculares de câncer de mama que diferem na sua evolução clínica e prognóstico. Os cinco subtipos moleculares são: luminal A, luminal B, luminal híbrido, receptor do fator de crescimentoepidérmico humano 2 (HER-2) e basal- símile (18-20); contudo, na prática clínica, para a definição do tratamento do câncer de mama, utiliza-se principalmente, além dos critérios clinico- patológicos, o statusdos receptores hormonais de estrógeno (RE) e progesterona (RP) e a avaliação do status do HER-2. A imuno-histoquímica (IHQ) descreve a positividade de receptores de estrogênio (RE) e de 5/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br progesterona (RP) com percentual de acometimento. No laudo anátomo- patológico, os patologistas informam esta concentração por meio de vários índices, como a porcentagem de células positivas, ou a associação entre esta porcentagem e a intensidade de coloração (sistema de Allred), ou, ainda, associando a avaliação de possível heterogeneidade tumoral, incluindo o exame das diferentes áreas do tumor com diferentes padrões de expressão (escore H). A IHQ também quantifica a positividade de receptores HER-2 (0/3 cruzes, 1/3 cruzes, 2/3 cruzes ou 3/3 cruzes). A superexpressão do HER-2 deve ser demonstrada por exame por técnica molecular (FISH, CISH, SISHI, DISH) com resultado (razão de amplificação) maior que 2 (dois). O exame molecular está indicado para casos em que foi detectada por técnica imuno-histoquímica a expressão tumoral HER-2 em intensidade de duas cruzes, ou seja, não se indica para os resultados de 0/3, 1/3 ou 3/3 cruzes. ESTADIAMENTO O objetivo do estadiamento é classificar a doença de acordo com sua extensão locorregional e a distância, estabelecendo padrões que orientam o tratamento e o prognóstico dos casos. O mais aceito sistema de estadiamento do câncer de mama é o da União Internacional Contra o Câncer (UICC), a Classificação de Tumores Malignos, que utiliza as categorias T (tumor), N (acometimento linfonodal) e M (metástase a distância), chamada simplificadamente de TNM, cuja 7ª edição é de 2010.(21) Porém, cada vez mais vem sendo utilizado o manual da AJCC, que adota o mesmo sistema TNM e teve em sua 8ª edição publicada em 2017, atualizando, como as definições de T4, excluindo o Tis (CLIS): carcinoma intralobular in situ da classificação e incluindo outros fatores prognósticos(21a). TRATAMENTO As opcões terapêuticas do câncer de mama incluem cirurgia do tumor primário, avaliação do acometimento axilar e radioterapia como forma de tratamento local e o tratamento medicamentoso sistêmico (quimioterapia, inclusive hormonioterapia). O tratamento sistêmico pode ser prévio (também dito neoadjuvante) ou adjuvante (após a cirurgia e a radioterapia). As modalidades terapêuticas combinadas podem ter intento curativo ou paliativo, sendo que todas elas podem ser usadas isoladamente com o intuito paliativo. 6/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br 3) Eficácia do medicamento, evidências científicas e riscos A quimioterapia é o tratamento sistêmico habitual que pode ser administrado de forma neoadjuvante ou adjuvante, sem perda de eficácia e com segurança, no caso de doença inicialmente operável. Para pacientes com doença inicialmente inoperável de uma cirurgia conservadora, o uso de quimioterapia neoadjuvante é preconizado com o objetivo de converter o quadro para uma cirurgia conservadora da mama. Nestes casos, a quimioterapia neoadjuvante é capaz de fornecer um melhor desfecho estético e possivelmente funcional, sem prejuízo em termos de recidiva à distância ou de sobrevida global. O tratamento sistêmico adjuvante é responsável por grande parte da redução da mortalidade por câncer de mama de quase todos os países ocidentais. O benefício da quimioterapia adjuvante é observado não apenas em sobrevida livre de doença, mas também em sobrevida global mesmo após 15 anos de acompanhamento66. Aspectos específicos e escolhas de quimioterapia para cada linha de tratamento estão apresentados nos tópicos de tratamento de acordo com o subtipo molecular da doença. Para o tratamento adjuvante do câncer de mama hormônio positivo (luminal A e B) e HER2-negativo, caso da paciente em tela, em tumores operáveis por cirurgia conservadora e com axila negativa, deve-se iniciar o tratamento por cirurgia parcial. A decisão do tratamento adjuvante deve ser guiada pelos fatores de risco patológicos e imunohistoquímicos. Tumores luminais têm menor benefício e resposta à quimioterapia, na maioria das vezes. Portanto, após a cirurgia inicial, a decisão de terapia adjuvante deve ser baseada em fatores de risco patológicos e imunohistoquímicos. De uma forma geral, nas pacientes com baixo risco, ou seja, os casos de câncer de mama com laudo histopatológico de carcinoma mucinoso, cribiforme, adenoide cístico, papilífero ou tubular, que são subtipos considerados de bom prognóstico, a radioterapia adjuvante é priorizada. Porém, não é indicada quimioterapia adjuvante em caso de tumores de até 3 cm e linfonodo negativo. A hormonioterapia associada à radioterapia pode ser indicada em tumores de baixo risco que expressem receptores hormonais, de acordo com o status menopausal. Contudo, a cirurgia conservadora é a primeira opção de tratamento em tumores luminais de baixo risco. 7/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br As cirurgias dos tumores invasivos com axilas clinicamente negativas, geralmente, são acompanhadas pela técnica de linfonodo sentinela (LS), pela qual os linfonodos axilares do nível I são identificados por meio do corante azul patente ou de radiotraçador. Embora o método de LS seja comprovadamente válido em inúmeros estudos, todos os estudos relatam resultados falso-negativos. Espera-se que os serviços médicos que utilizam esta técnica tenham taxas de falso-negativo abaixo de 10%. A biópsia de linfonodo sentinela (BLS) também é indicada em caso de doença não invasiva (CDIS) extensa em que se planeja uma mastectomia. A BLS pode ser omitida em pacientes com tumores cT1cN0 com luminais A, com mais de 70 anos e comorbidades. Nessa situação, o US axilar é necessário para complementar a avaliação clínica. A linfadenectomia axilar não é necessária para todas as pacientes com axila positiva. Groube e Giuliano (2001) e Giuliano e colaboradores (2011) concluíram que pacientes com tumores pequenos, axila clinicamente negativa e com até dois linfonodos sentinelas positivos, tratados com radioterapia adjuvante não necessitam de esvaziamento axilar. O estudo de Balic e colaboradores (2019)46 corroboram estes achados e sugere que pacientes com acometimento linfonodal microscópico (menor que 2 mm) também não necessitam de dissecção axilar. Até o presente momento, a definição de adequadas margens cirúrgicas permanece controversa. As orientações atuais definem como margem negativa a ausência de tumor com margem corada por nanquim, inclusive para doença residual pós-tratamento neoadjuvante. Por outro lado, pacientes com risco intermediário ou alto devem ser consideradas para tratamento quimioterápico adjuvante, além da radioterapia e hormonioterapia, desde que não haja contraindicação clínica. O tempo para início da quimioterapia deve ser inferior a 12 semanas após a cirurgia, mesmo que alguns estudos mostrem dados divergentes. Para a radioterapia, o tratamento deve ser iniciado cerca de um mês após a quimioterapia. A hormonioterapia adjuvante, também indicada para todas as pacientes de médio e alto risco cujo tumor expresse RH, deve ser prescrita de acordo com status menopausal, iniciada após o término da quimioterapia adjuvante. A hormonioterapia pode ser prescrita de forma concomitante ou sequencial à radioterapia adjuvante. 8/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br Uma revisão sistemática concluiu que 6 ciclos de ciclofosfamida associadaa metotrexato e 5-fluorouracil (CMF) é equivalente a 4 ciclos de doxorrubicina associada à ciclofosfamida (AC). Ambos os esquemas reduziram 20% a 25% da mortalidade dos pacientes e reduziram em 30% a recidiva da doença, em oito anos. No geral, esquemas quimioterápicos com dose significativamente mais baixa por ciclo de antraciclinas foram menos efetivos, comparados a doses mais intensas. Outra revisão sistemática (Early Breast Cancer Trialists' Collaborative Group, 2019), que utilizou dados individuais de pacientes, concluiu que aumentar a dose da quimioterapia adjuvante comparado ao esquema padrão e reduzir o intervalo de tempo entre os ciclos de tratamento; ou administrar medicamentos individuais em sequência, em vez de administrar os mesmos medicamentos simultaneamente reduz moderadamente o risco de recidiva e morte por câncer de mama em 10 anos, sem aumentar a mortalidade por outras causas95. Sendo assim, esquemas de quimioterapia além de 4 ciclos de AC, como por exemplo, 6 ciclos de ciclofosfamida associada à doxorrubicina e 5-fluorouracil (FAC) ; ou 6 ciclos de ciclofosfamida associada à epirrubicina e 5-fluorouracil (FEC) ; ou 4 ciclos de AC associada à taxano resultam em maior benefício com redução de 10%- 15% na mortalidade. A associação de taxano sequencialmente ao antracíclico é uma opção terapêutica que não aumenta o risco de mortalidade por leucemia ou insuficiência cardíaca congestiva, como os esquemas com maiores doses de antracíclicos. O taxano associado ao paclitaxel semanal, por 12 semanas, e associado ao docetaxel a cada 3 semanas, por 4 ciclos são esquemas que se mostraram superiores em sobrevida livre de doença e sobrevida global, quando comparados ao docetaxel semanal e paclitaxel a cada 3 semanas. Para pacientes com contraindicação aos antracíclicos, pode-se indicar 4 ciclos de docetaxel e ciclofosfamida (TC) ou 6 ciclos de ciclofosfamida associado a metotrexato e 5-fluorouracil (CMF). O esquema TC foi comparado com AC em pacientes operáveis em estágio de I-III, e ao final de sete. Além dos esquemas de quimioterapia adjuvante considerados padrões, outros esquemas são descritos como quimioterapia de terceira geração, como o FEC (5-fluorouracil associado à epirrubicina e ciclofosfamida) por três ciclos seguidos de docetaxel 100 mg/m2 por 3 ciclos; ou paclitaxel 80 mg/m2 semanal por 8 ciclos; ou doxorrubicina associada à ciclofosfamida (AC) e taxano e o esquema TAC (docetaxel, doxorrubicina e ciclofosfamida) por 6 9/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br ciclos. Os dois últimos esquemas são considerados mais complexos por envolver profilaxia primária com fatores estimuladores de colônias de macrófagos/granulócitos (G-CSF). As opções de tratamento hormonal adjuvante são o tamoxifeno r(TMX) na dose de 20 mg por dia, indicado nos casos de mulheres na pré ou pós- menopausa, ou os inibidores da aromatase (IA), utilizados apenas após a menopausa. Os IA incluem o anastrazol, o letrozol e o exemestano e podem ser associados ao ácido zoledrônico na adjuvância, a cada 6 meses, por 3 anos. Para pacientes pré-menopáusicas, ainda, pode-se associar a supressão ovariana, usualmente alcançada com o uso de análogos de hormônio liberador de gonadotrofina (LHRH). Alternativamente, quando a supressão definitiva é desejável, esta pode ser atingida através de ooforectomia ou irradiação de ovários. Em caso de contraindicação a antracíclicos, pode-se indicar a quimioterapia com docetaxel mais ciclofosfamida (TC) por 4 ciclos ou 6 ciclos de CMF. O esquema TC foi comparado com AC em pacientes operáveis em estágio de I- III, e ao final de 7 anos houve maior benefício em relação a sobrevida livre de doença e sobrevida global (81% versus 75% e 87% versus 82%, respectivamente), com significância estatística. O perfil de toxicidade foi diferente, com maior incidência de neutropenia no grupo do TC e maior toxicidade em relação a náusea e vômitos para o grupo do AC. Inexiste esquema de quimioterapia considerado como padrão, e outros esquemas também avaliados por meta-análise são descritos como quimioterapia de terceira geração, como o FEC (5-fluorouracil mais epirrubicina mais ciclofosfamida) por três ciclos seguidos de docetaxel 100 mg/m2 por 3 ciclos ou paclitaxel 80 mg/m2 semanal por 8 ciclos; ou doxorrubicina mais ciclofosfamida (AC) mais taxano dose densa e o esquema TAC (docetaxel, doxorrubicina e ciclofosfamida) por 6 ciclos. Os dois últimos esquemas são considerados mais complexos, envolvendo antibioticoterapia profilática e profilaxia primária com fatores estimuladores de colônias de macrófagos/granulócitos. O tempo para início da quimioterapia deve ser inferior a 12 semanas após a cirurgia, embora diversos estudos mostrem dados divergentes. No quadro abaixo estão descritas as recomendações para o tratamento quimioterápico em pacientes com câncer de mama hormônio-positivo HER2- 10/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br negativo localizado ou localmente avançado, onde consta o esquema solicitado no caso em questão: Pegfilgrastim (Neulastim) é uma formulação de ação prolongada de filgrastim, um fator estimulador de colônias de granulócitos humanos recombinantes. Pegfilgrastim é indicado para diminuir a incidência de infecção manifestada por neutropenia febril em pacientes com malignidades não mieloides recebendo agentes antineoplásicos mielossupressores. É administrado uma vez por ciclo e é o G-CSF mais comumente usado nos EUA. O rótulo do FDA para pegfilgrastim especifica que não deve ser administrado 14 dias antes ou dentro de 24 h da administração da quimioterapia mielossupressora. Esta restrição foi colocada devido a um potencial teórico para aumentar a toxicidade da quimioterapia para células progenitoras mieloides após estimulação do fator de crescimento. Dois estudos relataram anteriormente um aumento na incidência de neutropenia de grau 4 em pacientes que receberam cinco dias consecutivos de quimioterapia sobreposta com filgrastim. Consequentemente, a restrição impede o uso profilático de pegfilgrastim com um regime de quimioterapia quinzenal (Q2W) nos EUA. Em contraste com o rótulo da FDA, o rótulo da EMA afirma 11/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br que o pegfilgrastim é recomendado para cada ciclo de quimioterapia, administrado pelo menos 24 h após a quimioterapia citotóxica. As diretrizes da National Comprehensive Cancer Network (NCCN) recomendam pelo menos 12 dias entre uma dose de pegfilgrastim e o próximo ciclo de quimioterapia, apoiando o uso de pegfilgrastim profilático em pacientes que recebem um regime Q2W. Isso é consistente com as diretrizes da Organização Europeia para Pesquisa e Tratamento do Câncer (EORTC), que afirmam que o pegfilgrastim pode ser administrado com quimioterapia em pacientes que recebem tratamento em intervalos de 14 dias. Seis estudos avaliaram a administração de filgrastim versus pegfilgrastim, dois estudos avaliaram placebo versus pegfilgrastim, um estudo avaliou filgrastim versus pegfilgrastim ou nenhum G-CSF profilático versus pegfilgrastim e um estudo avaliou lipegfilgrastim versus pegfilgrastim. Nos dois ensaios clínicos randomizados que compararam placebo versus pegfilgrastim em pacientes com câncer colorretal recebendo FOLFOX, FOLFIRI ou FOIL, ambos os estudos mostraram uma incidência significativamente menor de FN (neutropenia febril) com pegfilgrastim em comparação com placebo . No RCT que comparou filgrastim versus pegfilgrastim em pacientes com DLBCL recebendo R-CHOP-14, uma incidência numericamente menor de NF foi observada com pegfilgrastim em comparação com filgrastim, porém as diferenças observadas na incidência de NF não foram estatisticamente significativas(p < . 05). Entre os 10 estudos não randomizados, cinco estudos avaliaram filgrastim versus pegfilgrastim, um estudo avaliou filgrastim ou nenhum G-CSF profilático versus pegfilgrastim, um estudo avaliou lipegfilgrastim versus pegfilgrastim e três estudos avaliaram pacientes que receberam um regime Q3W e pegfilgrastim profilático versus Q2W regime profilático e pegfilgrastim. Quatro em cada cinco estudos mostraram uma incidência diferente de NF menor ou comparável, não estatisticamente significativa com pegfilgrastim em comparação com filgrastim. Uma análise de subgrupo post-hoc não randomizada avaliando filgrastim versus pegfilgrastim, uma incidência significativamente maior de FN foi observada em pacientes tratados com pegfilgrastim em comparação com aqueles que receberam filgrastim (13% vs. 1% para pegfilgrastim vs. filgrastim, respectivamente). Em outro estudo que avaliou pegfilgrastim versus filgrastim versus nenhum G-CSF profilático, uma incidência numericamente menor ou comparável de FN foi observada 12/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br com pegfilgrastim em comparação com filgrastim ou sem G-CSF profilático (0,0% versus 0,0% versus 0,7% para pegfilgrastim versus . filgrastim vs. nenhum G-CSF profilático, respectivamente); significância estatística não foi avaliada neste estudo. Dois dos três estudos mostraram uma incidência menor ou comparável de NF não estatisticamente significativa com um regime Q2W e pegfilgrastim profilático em comparação com um regime Q3W e pegfilgrastim profilático]. KYTRIL ® (cloridrato de granisetrona) contém como princípio ativo o cloridrato de granisetrona, que se constitui em um potente antiemético e antagonista altamente seletivo dos receptores de 5-hidroxitriptamina (5- HT3). Estudos com substâncias marcadas radioativamente demonstraram que KYTRIL® possui uma afinidade insignificante com outros tipos de receptores, incluindo sítios de ligação de 5-HT e dopamina D2. Receptores do tipo 5-HT3 da serotonina estão localizados perifericamente nas terminações nervosas vagais e centralmente no quimiorreceptor da zona de desencadeamento da área postrema. Durante o vômito induzido pela quimioterapia, as células mucosas enterocromafins liberam serotonina, que estimula os receptores 5-HT3. Isto evoca uma descarga vagal aferente, induzindo o vômito. Foi demonstrado que KYTRIL® administrado por via intravenosa é eficaz na prevenção e no tratamento de náuseas e vômitos associados com quimioterapia oncológica em adultos. KYTRIL® administrado por via intravenosa demonstrou ser eficaz em crianças a partir de 2 anos para prevenção e tratamento de náuseas e vômitos agudos induzidos pela quimioterapia. 4) Sobre a liberação pela ANVISA e custo da medicação/material O medicamento docetaxel é aprovado pela ANVISA com as seguintes indicações em bula: - Câncer de mama Câncer de mama adjuvante Docetaxel em associação com doxorrubicina e ciclofosfamida é indicado para o tratamento adjuvante de pacientes com câncer de mama operável com linfonodo positivo. 13/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br Docetaxel em associação com doxorrubicina e ciclofosfamida é indicado para o tratamento adjuvante de pacientes com câncer de mama operável, linfonodo-negativo, com um ou mais fatores de alto risco: tamanho do tumor > 2 cm, idade < 35 anos, status de receptor hormonal negativo, tumor grau 2 ou 3. A doxorrubicina e ciclofosfamida seguida de Docetaxel em associação com trastuzumabe (AC-TH) é indicado para o tratamento adjuvante de pacientes com câncer de mama operável cujos tumores superexpressam HER2. Docetaxel em associação com trastuzumabe e carboplatina (TCH) é indicado para o tratamento adjuvante de pacientes com câncer de mama operável cujos tumores superexpressam HER2. Câncer de mama metastático Docetaxel em associação com doxorrubicina é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático que não receberam terapia citotóxica prévia para esta condição. Docetaxel em monoterapia é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático após falha de terapia citotóxica. Quimioterapia prévia deve ter incluído a administração de antraciclina ou agente alquilante. Docetaxel em associação com capecitabina é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático após falha de quimioterapia citotóxica. Terapia prévia deve ter incluído a administração de antraciclina. Docetaxel em associação com trastuzumabe é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama metastático cujos tumores superexpressam HER2 e que previamente não receberam quimioterapia para doença metastática. - Câncer de pulmão de não-pequenas células 14/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br Docetaxel é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão de não-pequenas células localmente avançado ou metastático, mesmo após falha de quimioterapia prévia. Docetaxel em associação com cisplatina é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão de nãopequenas células irressecável, localmente avançado ou metastático que não tenham recebido previamente quimioterapia para esta condição (vide Reações Adversas e Características Farmacológicas – Propriedades Farmacodinâmicas). - Câncer de ovário Docetaxel é indicado para o tratamento de carcinoma metastático de ovário após falha de quimioterapia de primeira linha ou subsequente. - Câncer de próstata Docetaxel em associação com prednisona ou prednisolona é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração. Docetaxel em combinação com terapia de privação androgênica (ADT), com ou sem prednisona ou prednisolona, é indicado para o tratamento em pacientes com câncer de próstata metastático hormônio-sensível. - Adenocarcinoma gástrico Docetaxel em associação com cisplatina e fluoruracila é indicado para o tratamento de pacientes com adenocarcinoma gástrico avançado, incluindo adenocarcinoma da junção gastroesofágica, que não receberam quimioterapia prévia para a doença avançada. - Câncer de cabeça e pescoço Docetaxel em associação com cisplatina e fluoruracila é indicado para o tratamento de indução de pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço localmente avançado na cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe. 15/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br Medicamento DOCELIBBS 20 MG/ML SOL DIL INFUS IV CX FA VD TRANS X 6 ML L1C2 - AGENTES ANTINEOPLÁSICOS TAXANOS Tabela de preços da medicação (preço por) PF PMC ICMS 0% PMG Custo médio estimado do tratamento mensal Custo global médio estimado do tratamento (2 anos) R$ 8965,18 R$ 7351,45 R$ 8965,18 R$ 9.556,88 R$ 38.227,54 PF: Preço de fábrica PMC: preço máximo ao consumidor PMG: preço máximo ao governo O medicamento GENUXAL (ciclofosfamida monoidratada) é aprovado pela ANVISA com as seguintes indicações em bula: Genuxal (ciclofosfamida) é um agente quimioterápico indicado para o uso em combinação com outro agente antineoplásico em tratamento quimioterápico para os seguintes casos: • Terapia adjuvante para câncer de mama após a resseção do tumor oumastectomia; • Terapia paliativa de câncer de mama metastático; • Doenças autoimunes, com progressão ameaçadora como formas graves e/ou progressivas de nefrite lúpica e granulomatose de Wegener. O tratamento de nefrite lúpica e granulomatose de Wegener só deve ser realizado com profissionais que tenham experiências específicascom as doenças e com Genuxal (ciclofosfamida).: Medicamento GENUXAL 1000 MG PO SOL INJ IV CX 1 FA VD TRANS X 75 ML (REST HOSP) Tabela de preços da medicação (preço por) PF PMC ICMS 0% PMG Custo médio estimado do tratamento mensal Custo global médio estimado do tratamento (2 anos) R$65,67 R$ 53,85 R$65,67 R$ 525,36 R$ 525,36 16/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br L1A - AGENTES ANTINEOPLÁSICOS ALQUILANTES PF: Preço de fábrica PMC: preço máximo ao consumidor PMG: preço máximo ao governo O medicamento KYTRIL ® (cloridrato de granisetrona) é aprovado pela ANVISA com as seguintes indicações em bula: KYTRIL® i.v. é indicado para a prevenção e tratamento das náuseas e vômitos induzidos por terapia citostática e para a prevenção e tratamento das náuseas e vômitos pós-operatórios. Medicamento KYTRIL 1 MG/ML SOL INJ CT AMP VD TRANS X 3 ML A4A1 - ANTIEMÉTICOS E ANTINAUSEANTES, ANTAGONISTAS DA SEROTONINA Tabela de preços da medicação (preço por) PF PMC ICMS 0% PMG Custo médio estimado do tratamento mensal Custo global médio estimado do tratamento (2 anos) R$ 223,74 R$ 183,47 R$ 223,74 R$ 290,86 R$ 1.163,44 PF: Preço de fábrica PMC: preço máximo ao consumidor PMG: preço máximo ao governo O medicamento NEULASTIM® (pegfilgrastim) é aprovado pela ANVISA com as seguintes indicações em bula: NEULASTIM é indicado para redução na duração da neutropenia e da incidência de neutropenia febril em pacientes tratados com quimioterapia citotóxica para malignidade (exceto leucemia mieloide crônica e síndromes mielodisplásicas). Medicamento NEULASTIM 10 MG/ML SOL INJ CT SER PREENCH VD TRANS X 0,6 ML + Tabela de preços da medicação (preço por) PF PMC ICMS 0% PMG Custo médio estimado do tratamento mensal Custo global médio estimado do tratamento (2 anos) R$ 6187,18 R$ 5073,49 R$ 6187,184 R$ 8.043,33 R$ 32.173,33 17/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br DISPOSITIVO DE SEGURANÇA L3A1 - FATORES ESTIMULANTES DE COLÔNIAS PF: Preço de fábrica PMC: preço máximo ao consumidor PMG: preço máximo ao governo 5) Sobre o fornecimento da medicação/material pelo SUS: Os hospitais habilitados como UNACON ou CACON têm as condições para o tratamento cirúrgico e clínico de doentes com câncer de mama em todos os estágios da doença. O financiamento de medicamentos oncológicos não se dá por meio dos Componentes da Assistência Farmacêutica. O Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde não disponibilizam diretamente medicamentos contra o câncer. Os hospitais habilitados em Oncologia pelo SUS, sejam ele públicos ou privados, com ou sem fins lucrativos, são os responsáveis pelo fornecimento dos medicamentos para tratamento do câncer por meio da sua inclusão nos procedimentos quimioterápicos registrados no subsistema APAC-SIA (Autorização de Procedimento de Alta Complexidade do Sistema de Informação Ambulatorial) do SUS e são ressarcidos pelo Ministério da Saúde conforme o código da APAC. Estes medicamentos são padronizados, adquiridos e prescritos pelo próprio hospital e devem seguir os protocolos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde, quando existentes. É importante informar que para o paciente ter acesso ao tratamento oncológico pelo SUS, o mesmo deverá estar matriculado em estabelecimento de saúde habilitado pelo SUS na área de Alta Complexidade em Oncologia, na região onde reside e estar sendo acompanhado pela equipe médica, que prescreverá o tratamento conforme protocolos clínicos previamente padronizados. Assim caso o Hospital que assiste o paciente não tenha incorporado o medicamento em questão em seu estabelecimento, sugere-se ao autor que verifique junto ao médico prescritor, quanto à possibilidade de adequação do tratamento requerido às alternativas fornecidas pelo hospital, até que o Hospital faça a aquisição do medicamento solicitado. Uma vez que, a responsabilidade de incorporação e fornecimento é do Hospital Credenciado. Entretanto, para o tratamento de diversos tipos de câncer, existe uma gama de medicamentos antineoplásicos (quimioterápicos) que são fornecidos pelos hospitais credenciados (CACON e UNACON). 18/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br 6) Sobre a presença de diretriz clínica do Ministério da Saúde ou de órgão público e a incorporação pela CONITEC: Em A PORTARIA CONJUNTA Nº 5, DE 18 DE ABRIL DE 2019, do MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE, SECRETARIA DE CIÊNCIA, TEC- NOLOGIA E INSUMOS ESTRATÉGICOS, que aprova as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Carcinoma de Mama, define os esquemas quimioterápicos sugeridos de tratamento de acordo com risco conforme a tabela abaixo, e sugere que o tratamento neoadjuvante siga os esquemas propostos para o alto risco: 19/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br A atualização destas diretrizes encontra-se no momento em pauta para apreciação pelo Plenário da Conitec, incluindo o período disponível para Consulta Pública. 7) Conclusões A avaliação de tecnologia em saúde executada por este Núcleo de Apoio Téc- nico segue regras farmacoeconômicas ajustadas para o sistema público de sa- úde. A cobertura de terapias e procedimentos para pacientes segurados pelo sistema de saúde suplementar segue regras distintas, cuja avaliação foge ao domínio deste órgão. Os hospitais habilitados como UNACON ou CACON têm as condições para o tratamento cirúrgico e clínico de doentes com câncer de mama em todos os estágios da doença. Os hospitais habilitados em Oncologia pelo SUS, sejam ele públicos ou privados, com ou sem fins lucrativos, são os responsáveis pelo fornecimento dos medicamentos para tratamento do câncer por meio da sua inclusão nos procedimentos quimioterápicos registrados no subsistema APAC-SIA (Autorização de Procedimento de Alta Complexidade do Sistema de Informação Ambulatorial) do SUS e são ressarcidos pelo Ministério da Saúde conforme o código da APAC. Estes medicamentos são padronizados, adquiri- dos e prescritos pelo próprio hospital e devem seguir os protocolos e diretri- zes terapêuticas do Ministério da Saúde, quando existentes. Cumpre ressaltar que o esquema proposto não é o mais indicado no caso em questão, dado que não foi encontrado documentos acostados que informassem contraindi- cação ao uso de antracíclicos. Essa questão é importante dado que os outros esquemas teriam mais benefício para a paciente, e o esquema proposto leva 20/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br a mais neutropenia, o que levaria a necessidade de medicações para trata- mento de neutropenia, como o medicamento solicitado, o Pegfilgrastim (Neu- lastim). Sobre esta última medicação especificamente, é possível que em ou- tro esquema nenhuma medicação para neutropenia fosse necessária, e, caso o fosse, existem outras medicações disponíveis que teriam a mesma eficácia. 8) Respostas aos Questionamentos a) Há evidências científicas de eficácia e custo-efetividade do fármaco apontado para o caso em exame? Resposta: Não. b) Há possibilidade de sua substituição por outro fármaco que produza efeitos similares do fármaco prescrito? Resposta: Sim. c) Existem outras informações relevantes a fornecer para a solução do caso em exame? Resposta: Ver conclusões. d) O fármaco prescrito tem registro na ANVISA e é disponibilizado pelo SUS? Vide item 5. e) Em caso negativo a uma das perguntas acima, há tratamento alternativo eficaz disponibilizadopelo sistema público? Resposta: Sim. f) Havendo tratamento oficial alternativo disponibilizado, esse possui eficácia similar daquele realizado a partir do uso do fármaco cuja disponibilização foi requerida nos autos? Resposta: Sim. g) Considerando as respostas aos itens anteriores, pode-se dizer, a partir do quadro apresentado pela parte autora citada, que o fármaco prescrito e requerido judicialmente é imprescindível ao tratamento da enfermidade que 21/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br lhe acomete e à preservação ou restauração de sua saúde em detrimento a outros disponibilizados, se for o caso? Resposta: Não. 9) Referências 1. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2016: Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015. 122p.:il. color. 2. Ferlay J, Bray F, Pisani, Parkin DM. Globocan 2002: câncer incidence, mortality and pralence worldwide. IARC CancerBase No 5, version 2.0. IARC Press: Lyon, 2004 3. Donald A. Berry, Ph.D., Kathleen A. Cronin, Ph.D., Sylvia K. Plevritis, Ph.D., Dennis G. Fryback, Ph.D., Lauren Clarke, M.S., Marvin Zelen, Ph.D., et al. 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INCA, 2015. 168 p.: il. color. Disponível em http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/livro_deteccao_precoce_fin al.pdf. Acesso em 16/01/2018. 22/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br 9. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes para Detecção Precoce do Câncer de Mama. Disponível em http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2015/Relatorio_DDT_Cance rMama_final.p df. Acesso em 16/01/2018. 10. Gøtzsche PC, Jørgensen KJ. Screening for breast cancer with mammography. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 6. Art. No.:CD001877.DOI:10.1002/14651858.CD001877.pub5. 11. Barlow WE, Lehman CD, Zheng Y, Ballard-Barbash R, Yankaskas BC, Cutter GR, et al.. Performance of diagnostic mammography for women with signs or symptoms of breast cancer. J Natl Cancer Inst. 2002;94(15):1151. 12. 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Carcinoma de mama. 2022. 24. Bula da medicação NEULASTIM® (pegfilgrastim) Amgen Biotecnologia do Brasil Ltda. Solução injetável – 10 mg/mL Seringa Manual Ou Seringa com On-Body Injector. 01/02/2022. 25. Bula da medicação GENUXAL (ciclofosfamida monoidratada) Baxter Hospitalar Ltda. 2021. 26. Bula da medicação KYTRIL ® (cloridrato de granisetrona) Laboratórios Bagó do Brasil S.A. Solução Injetável 1 mg/mL. 2020. 24/25 Contato: (85) 98529-2925/996545559 (Yury Trindade) – (85) 99689-0669 (Maria Andreína) nat.ceara@tjce.jus.br 27. Bula da medicação docetaxel Accord Farmacêutica Ltda Solução para diluição para infusão 20 mg/mL. 2022. 28. Long-term effects of continuing adjuvant tamoxifen to 10 years versus stopping at 5 years after diagnosis of oestrogen receptor- positive breast cancer: ATLAS, a randomised trial. The Lancet, Volume 381, Issue 9869, Pages 805 - 816, 9 March 2013 doi:10.1016/S0140-6736(12)61963-1] 29. Early Breast Cancer Trialists’ Collaborative Group (EBCTCG). 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