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Fisiologia 1 Planejamento e Controle de Produção I José Francisco Ramos Zanca 1ª e di çã o Planejamento e Controle de Produção I 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: José Francisco Ramos Zanca Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes & Christina Corrêa da Fonseca Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói Bibliotecária: ELIZABETH FRANCO MARTINS – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Planejamento e Controle de Produção I 3 Pa l av ra da Rei tora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Planejamento e Controle de Produção I 4 Planejamento e Controle de Produção I 5 Sumário Apresentação da disciplina............................................................................................. 07 Plano da disciplina............................................................................................................. 09 Unidade 1 – Uma Visão Geral do Sistema de Produção ......................................... 13 Unidade 2 – Planejamento Estratégico da Produção .............................................. 37 Unidade 3 – Previsão de Demanda............................................................................. 65 Unidade 4 – Planejamento Mestre da Produção - PMP.......................................... 81 Unidade 5 – Programação da Produção...................................................................... 105 Considerações finais ........................................................................................................ 121 Conhecendo o autor ........................................................................................................ 123 Referências......................................................................................................................... 125 Anexos................................................................................................................................. 127 Planejamento e Controle de Produção I 6 Planejamento e Controle de Produção I 7 Apresentação da disciplina Prezado aluno, Bem-vindo à disciplina de Planejamento e Controle da Produção (PCP). Ao longo deste semestre, vamos estudar como se planeja e controla a o processo produtivo de uma organização (empresa). Conheceremos em detalhe cada um dos diferentes planejamentos que deverão ser realizados. Sucesso! Planejamento e Controle de Produção I 8 Planejamento e Controle de Produção I 9 Plano da disciplina A disciplina tem como objetivo, entregar ao aluno os conhecimentos necessários para a sua atuação como engenheiro da produção, em aspectos relacionados ao planejamento e controle da produção. Conhecendo desde o planejamento estratégico da produção até a programação da produção, onde estes objetivos estratégicos são convertidos em ações operacionais. São apresentas cinco unidades, passando por uma introdução do assunto, e através de cada capítulo realizando um detalhamento dos diferentes aspectos que devem ser considerados durante as atividades de planejamento e controle da produção. UNIDADE 1 - UMA VISÃO GERAL DO SISTEMA DE PRODUÇÃO Nesta unidade, você entenderá que são os sistemas produtivos, suas entradas, suas saídas e seus diferentes tipos de processos produtivos, como também conhecerá como estes interagem com o planejamento estratégico da organização. Plano da unidade: Introdução Funções do Sistema de Produção Planejamento e Controle da Produção Sistemas Produtivos Inputs para o processo de transformação Processo de transformação Saídas do processo de transformação Planejamento e Controle de Produção I 10 UNIDADE 2 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO Nesta unidade, você terá uma noção dos conceitos associados com o planejamento estratégico como também com a estratégia de produção, conhecendo como estes dois temas se relacionam. Também serão apresentados os conceitos muito utilizados na produção de CIM (Computer Integrated Manufacturing), JIT (Just In Time) e Kanban. Plano da unidade: Introdução Missão Corporativa Estratégia corporativa, competitiva e de produção Objetivos de desempenho da função de produção Conceitos estratégicos de produção Plano de Produção Controle Kanban Sistema CIM UNIDADE 3 - PREVISÃO DE DEMANDA Nesta unidade, você vai conhecer como é o modelo de previsão de demanda, como também os diferentes tipos de modelo de previsão que podem ser utilizados. Plano da unidade: Introdução Etapasde um modelo de previsão de demanda Técnicas de previsão de demanda Sistemas Produtivos Inputs para o processo de transformação Processo de transformação Saídas do processo de transformação Planejamento e Controle de Produção I 11 UNIDADE 4 PLANEJAMENTO MESTRE DA PRODUÇÃO - PMP Nesta unidade, você entenderá o planejamento mestre da produção, como também o plano mestre da produção. Plano da unidade: Introdução Elaboração do plano mestre de produção Logica na elaboração do plano mestre de produção Nível de tomada de decisão no Plano Mestre de Produção Estrutura de Lista de Materiais para o Plano Mestre de Produção Estratégias para elaboração do Plano Mestre da Produção Plano mestre da produção e prazos Plano mestre da produção e plano de vendas Analise e validação da capacidade Arquivo do Plano-Mestre de Produção UNIDADE 5 - PROGRAMACAO DA PRODUCAO Nesta unidade, você entenderá as etapas que fazem parte da programação da produção, como também das atividades de acompanhamento e controle da produção. Plano da unidade: Introdução Administração de Estoques Sequenciamento Emissão e liberação de ordens Acompanhamento e controle da produção Bons estudos! Planejamento e Controle de Produção I 12 Planejamento e Controle de Produção I 13 Uma Visão Geral do Sistema de Produção 1 Planejamento e Controle de Produção I 14 Em esta unidade, você entenderá que são os sistemas produtivos, suas entradas, saídas e seus diferentes tipos de processos produtivos, como também conhecerá como estes interagem com o planejamento estratégico da organização. Objetivos da unidade: O objetivo desta unidade é conhecer, de forma geral, os sistemas produtivos, suas caracterizações e sua interação com o planejamento estratégico da organização. Plano da unidade: Introdução Funções do sistema de produção Planejamento e controle da produção Sistemas produtivos Inputs para o processo de transformação Processo de transformação Saídas do processo de transformação Bons estudos! Planejamento e Controle de Produção I 15 Introdução Na pré-história quando o homem criava as suas próprias ferramentas para a caça e para a sua própria defesa, pode-se dizer que já acontecia a industrialização, a transformação de matérias primas em produtos, à primeira produção organizada pode ser atribuída aos artesãos, os quais através da produção manual transformavam, por exemplo, barro em utensílios domésticos básicos. Com o decorrer do tempo este trabalho artesanal foi substituído pelas primeiras fabricas de produção, passando-se assim da produção em pequenas escalas, para a produção em grandes escalas. Durante a revolução industrial acontecem significativas mudanças na forma de se produzir, devido ao fato da inclusão das maquinas a vapor nos processos produtivos das fábricas. Após a segunda guerra mundial, começaram a surgir às primeiras estratégias empresariais focadas para a conquista de mercado, estratégias as quais sempre visavam objetivos de qualidade e eficiência. Sendo assim, pode ser entendida a administração da produção, a forma como a organização produz bens e serviços, produção a qual deve ser administrada de forma eficiente e eficaz , para assim atingir os objetivos definidos pela mesma. A função de produção dentro da organização pode ser entendida como, a reunião ou agrupamento de recursos destinados à produção de bens e/ou serviços. Toda é qualquer tipo de organização possui uma função de produção, nem sempre esta função de produção é a mesma para todo tipo de organização e nem sempre em empresas similares ou do mesmo ramo tem a mesma função de produção. Planejamento e Controle de Produção I 16 Funções do Sistema de Produção A função de produção é a chave parta toda organização, já que através desta função são produzidos os bens e/ou serviços da organização. Além da função de produção as organizações possuem outras funções, cada uma delas tendo as suas próprias responsabilidades e objetivos específicos. Além da função de produção podem ser definidas outras funções chaves para a organização, como por exemplo: Função de Marketing Função Contábil-Financeira Função de desenvolvimento de produto/;serviço Existem também outro funções da organização, as quais são conhecidas como funções de apoio às funções chaves, sendo estas as seguintes: Função de recursos humanos Função de compras Função de engenharia e suporte técnico Na prática, diferentes organizações poderão adotar estruturas e/ou funções (já sejam chaves ou de apoio) diferentes. Todas estas funções já sejam chaves ou de apoio se relacionam com a função de produção através de objetivos organizacionais comuns. Este relacionamento entre as diferentes funções que são executadas na organização pode existir com diferentes graus de responsabilidade em relação as suas fronteiras de cada uma das funções, deixando assim, a definição destas fronteiras e responsabilidades a cada organização. (Ver Figura 1) Planejamento e Controle de Produção I 17 Figura 1: Fronteiras de responsabilidade da Administração da Produção Planejamento e Controle da Produção O PCP - Planejamento e Controle da Produção pode ser definido como o processo de gerenciamento das atividades da função produção. O PCP pode ser considerado como o sistema de gerenciamento dos recursos operacionais de produção de uma empresa. As funções chaves do PCP são as funções de: Planejamento (o que e quando será produzido) Programação (recursos utilizados para a operação, com início e término de todo o fluxo de trabalho) Controle (monitoramento e correção de desvios da produção). O PCP também tem uma relação direta com aspectos tais como: Determinação das quantidades que serão produzidas Layout da planta para melhor aproveitamento do fluxo de insumos, Definição de quais serão as etapas de cada processo de manufatura Planejamento e Controle de Produção I 18 Definição e designação de mão de obra, seja ela humana ou mecânica para assim transformar as matérias primas em produtos e/ou serviços. As organizações (empresas) são estudadas como um sistema de transformação (através da função de transformação), onde são transformadas as entradas (insumos) em saídas ( produtos e/ou serviços), este tipo de sistema é conhecido como sistema produtivo. (ver figura 2) Figura 2: Sistema Produtivo Para que um sistema produtivo transforme insumos em saídas (produtos e/ou serviços) ele precisa estar pensado em termos de prazos. Onde planos são desenvolvidos e ações são executadas, para que assim transcorridos os tempos estimados nos planos, as ações executadas se tornem realidade. O horizonte de tempo de um sistema produtivo pode ser dividido em 3 níveis, sendo estes níveis os seguintes: Longo prazo Meio prazo Curto prazo Pode-se dizer que o planejamento em produção “é uma metodologia que propõe decompor o problema do planejamento da produção em subproblemas menores, resolvendo-os sequencialmente – do maior horizonte de tempo para o menor” e está dividido em três níveis – planejamento de longo, médio e curto prazo (Figura 3). Planejamento e Controle de Produção I 19 Figura 3: Planejamento e controle da Produção (longo, meio e curto prazo) No longo prazo, no nível estratégico os sistemas produtivos precisam montar um plano estratégico da produção, que tem por objetivo, através das previsões de demanda e históricos de venda, visualizar com que capacidade produtiva o sistema deverá trabalhar para assim satisfazer as necessidades dos seus clientes. Este plano é chamado de estratégico, já que sem a aprovação deste plano pela alta direção da empresa,a liberação tanto dos recursos físicos como também Planejamento e Controle de Produção I 20 financeiros estarão comprometidos, o que comprometerá também o andamento da organização como um todo. No nível estratégico são definidas as políticas em longo prazo da empresa, o PCP participa da formulação destas politicas através do planejamento estratégico da produção. O planejamento estratégico da produção consiste na preparação de um plano de produção para um determinado período de tempo, geralmente em longo prazo, se utilizando para isto de estimativas de vendas, previsões de demanda, como também disponibilidade de recursos financeiros e produtivos (capacidade de produção). Este plano trabalha com família de produtos, não especifica detalhadamente a produção especifica dos produtos. A finalidade deste plano é a adequação dos recursos produtivos a demanda esperada, para assim poder atingir os objetivos estratégicos que foram definidos. Em médio prazo, já com o plano de produção aprovado, deve-se montar o plano mestre de produção (PMP) o qual tem por objetivo procurar táticas para operar da forma mais eficiente possível o sistema produtivo que foi montado, planejando o uso da capacidade instalada, através das estimativas de demanda de meio prazo, como também dos pedidos em carteira já negociados. Este plano mestre da produção é um plano tático, já que este plano deve analisar diferentes formas de manobrar o sistema produtivo disponível. A partir deste plano mestre da produção o sistema de produção passa a assumir compromissos de entrega de produtos. Já em curto prazo, no nível operacional através do programa de produção, são executados todos os processos de transformação do sistema produtivo para assim entregar os bens e/ou serviços os clientes. Chama-se de operacional porque em este nível o sistema só é operado, através das decisões já tomadas no plano de produção e no plano mestre de produção. Quando mais especificados estiverem o plano de produção e plano mestre da produção, a passagem do nível estratégico para o tático, e do tático para o operacional, não terá muitas mudanças ou alterações. Planejamento e Controle de Produção I 21 No nível operacional são preparados e controlados os programas em curto prazo da produção, tendo-se preocupação com o dia a dia do sistema produtivo tanto com a programação da produção como também com o acompanhamento e controle da mesma. A programação da produção se utiliza do plano mestre da produção, sendo a encarregada de produzir os bens e/ou serviços, tratando todas as variáveis que possam afetar a produção do sistema produtivo, variáveis como: ordens de compra dos itens sendo produzidos, ordens de fabricação das peças ou partes e ordens de montagens do produto final. Já o acompanhamento e controle da produção são realizados através da coleta e analise de dados do sistema produtivo, procurando assim garantir que a programação da produção seja realizada da forma em que foi definida, identificando-se algumas alterações no processo de produção, este processo de acompanhamento e controle da produção, deverá realizar as alterações necessárias para assim se atingir os objetivos definidos. Na hierarquia de decisões de planejamento da produção, as decisões maiores, de maior inércia, vão hierarquicamente restringindo as decisões menores, de menor inércia, sendo necessária coerência entre os diversos níveis hierárquicos de decisão, garantindo assim a harmonia no processo de planejamento. A figura 4 apresenta o equilíbrio entre as atividades de planejamento e controle da produção no longo, médio e curto prazo. Planejamento e Controle de Produção I 22 Figura 4 :Atividades do Planejamento e Controle da Produção no longo, meio e curto prazo. Planejamento e Controle de Produção I 23 Sistemas Produtivos Um sistema pode ser definido como um conjunto de partes que interagem entre si, e que também são independentes, partes as quais juntas formam um todo. O sistema é composto por entradas, processo de transformação e saída, como também de um sistema de realimentação e retroalimentação sobre todo o sistema. Produção pode ser entendida, como: i) “Criação de bens e serviços capazes de suprir as necessidades econômicas do homem.” ii) “Ato ou efeito de produzir, criar, gerar, elaborar, realizar.” iv) “Em uma organização fabril, produção é a fabricação de um objeto material, mediante a utilização de mão-de-obra, materiais e equipamentos; já em uma prestadora de serviços, produção é o desempenho de uma função que tenha alguma utilidade.” Sendo assim, um sistema de produção ou sistema produtivo pode ser definido como um “conjunto de atividades inter-relacionadas desenvolvidas na produção de bens (caso de indústrias) ou de serviços.” Um sistema produtivo converte entradas (insumos ) em saídas (bens e/ou serviços) através de um processo de transformação. A figura 5 apresenta um esquema clássico de um sistema produtivo, com seus diferentes tipos de insumos e saídas. Planejamento e Controle de Produção I 24 Figura 5 : Detalhamento das entradas e saídas de um sistema produtivo. Qualquer operação de transformação produz bens ou serviços, podendo ser também um mix dos dois, transformação pode ser entendida como o uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo para produzir saídas. Toda e qualquer atividade de produção pode ser vista como um modelo de entradas, transformação e saídas. Inputs para o processo de transformação Os inputs para o processo de transformação pode ser classificados em: Recursos transformados: São os recursos que são tradados ou transformados de alguma forma Recursos de transformação: São os recursos que agem sobre os recursos transformados Recursos transformados Os recursos transformados podem ser classificados em: Materiais Informações Consumidores Planejamento e Controle de Produção I 25 Geralmente um dos recursos transformados é o dominante em uma operação de transformação Recursos de transformação Os recursos de transformação podem ser classificados em: Instalações: prédios, equipamentos, terrenos e tecnologia associada ao processo de produção. Funcionários: São os que mantêm , administram , planejam e operam a produção. Processo de transformação Como já foi explicado, o processo de transformação é o encarregado de transformar as entradas, ou também conhecidas agora como recursos transformados e transforma-los em saídas (bens ou serviços). Sendo assim, existem os seguintes processos de transformação: Processamento de materiais: Este tipo de processamento pode vir a transformar as propriedades físicas dos materiais, o que acontece quase sempre com as operações de manufatura, existem também outros tipos de processamento de materiais, os quais podem vir a mudar a localização dos recursos (empresa de transporte), existem tipos de operações de transformação as quais mudam a posse, a propriedade do bem, isto acontece, por exemplo, nas operações de varejo. Processamento de informações: O processamento de informações pode vir a mudar propriedades informativas do recurso informação, como por exemplo, a criação de um balanço ou estado contábil por parte de um contador, alguns processos de transformação acomodam e estocam a informação, por exemplo, bibliotecas entre outros. Processamento de consumidores: Os processos que transformam os consumidores, também dependem do processo de transformação, existem processos que mudam o consumidor, por exemplo, pintar as unhas no caso das mulheres, os hotéis processam os consumidores, literalmente estocando os mesmo Planejamento e Controle de Produção I 26 no hotel, existem também os processos que podem mudar o estado fisiológico do consumidor, como seriam os tratamentos hospitalares. Saídas do processode transformação As saídas do processo de transformação, são bens e/ou serviços, existem alguns pontos através dos quais podem ser diferenciados os bens dos serviços, estes pontos são os seguintes: Tangibilidade: Em geral os bens são tangíveis e os serviços são intangíveis, você não pode tocar a melhora na saúde de uma pessoa, mas sim pode tocar o carro que foi produzido na fábrica; Estocabilidade: Geralmente os bens são estocáveis e os serviços não, você pode estocar um carro (bem), mas não pode estocar a saúde de uma pessoa (serviço); Transportabilidade: Sendo o bem tangível, ele é transportável, já sendo o serviço intangível ele não é transportável; Simultaneidade: Os bens geralmente são produzidos para depois serem entregues ao consumidor, o tempo entre a produção e a venda (entrega ao consumidor) não é imediato, já os serviços são produzidos e são entregues de forma imediata ao consumidor. Contato com o consumidor: O consumidor tem um baixo grau de contato com as operações que produzem o bem, já no caso do serviço, o consumidor tem um alto grau de contato com as operações que produzem o serviço. Classificação dos sistemas produtivos A classificação dos sistemas produtivos tem por objetivo facilitar o entendimento das caraterísticas de cada tipo de sistema, e também subsidiar o entendimento de como realizar o planejamento e controle de diferentes tipos de sistemas de produção. A primeira classificação, já foi apresentada através da diferenciação da produção de bens e serviços. O quadro 1 entrega um resumo desta primeira diferenciação Planejamento e Controle de Produção I 27 Manufatura Serviços Geralmente o produto é concreto. Geralmente o serviço é intangível. A posse é transferida quando uma compra é efetuada. Geralmente a posse não é transferida. O produto pode ser revendido. O serviço não pode ser revendido. O produto pode ser demonstrado. Normalmente o serviço não pode ser demonstrado com eficácia (ele não existe antes da compra). O produto pode ser estocado por vendedores e compradores. O serviço não pode ser estocado. O consumo depende da produção. Produção e consumo geralmente coincidem. Produção, venda e consumo são feitos em locais diferentes. Produção, consumo e, frequentemente, a venda, são feitos no mesmo local. O produto pode ser transportado. O serviço não pode ser transportado (embora os “produtores” frequentemente possam). O vendedor fabrica. O comprador / cliente participa diretamente da produção. É possível contato indireto entre empresa e cliente. Na maioria dos casos, o contato direto é necessário. Quadro 1 : Diferenças entre Manufatura e Serviços A segunda classificação dá-se através do grau de padronização dos produtos a serem produzidos e consequentemente com o volume de produção demandado pelo mercado (ver quadro 2). Sistemas produtivos com uma alta demanda e alto volume de produção são conhecidos como sistemas de produção contínuos e sistemas de produção em massa Sistemas produtivos com uma demanda média e um volume médio de produção são conhecidos como sistemas de produção em lotes (repetitivos). Sistemas produtivos com uma baixa demanda e baixo volume de produção, são conhecidos como sistemas de produção sob encomenda. Planejamento e Controle de Produção I 28 Quadro 2 : Classificação segundo o grau de padronização dos produtos Esta classificação não depende do produto que esta sendo produzido e sim da forma em que este produto é produzido, por exemplo, temos a produção de um carro, onde pode ser produzido em uma linha de montagem para um único carro, o ser produzido em lotes, onde cada lote representa um modelo diferente, o sob encomenda, onde o carro é produzido especificamente para um cliente só. Sistemas contínuos de produção Os sistemas contínuos de produção, são utilizados quando existe uma alta demanda pelo produto e uma alta uniformidade na produção, sendo assim a produção do produto não depende da demanda do mesmo , utilizando-se de estoques de produtos para controlar as variações de demanda. Neste tipo de sistema não se tem como diferenciar um produto na linha de produção, são todos similares, devido a estas características, a automação do processo é alta, e a flexibilidade da linha de produção é baixa. Neste tipo de sistema, a possibilidade de variação das características do produto também é baixa, sendo assim a participação do operário no processo de transformação, limitasse ao acompanhamento do processo de transformação, para assim dar apoio à solução de problemas que possam vir acontecer na linha de produção. Planejamento e Controle de Produção I 29 Os sistemas contínuos de produção se utilizam de estoques para o controle da demanda, tanto de matérias-primas como de produtos acabados. Estes estoques armazenam uma grande quantidade já seja se insumos (matérias-primas) como de produtos acabados, para assim amortecer picos de demanda de produtos como também escassez de matérias-primas. Neste tipo de sistema produtivo, o planejamento e controle da produção tem seu foco a nível estratégico no plano de produção, o qual está focado na diminuição dos custos do processo produtivo. No nível tático, o plano mestre da produção esta focado na identificação, nas variações de demanda, através da análise de históricos de demanda, o que servirá para conhecer e poder regular a carga futura do sistema, bem como para a realização do controle de estoques de matérias-primas e de produtos finalizados. No nível operacional, pelo fato da produção não ter uma relação direta com a demanda, a programação da produção não possui grandes pontos de preocupação ou controle na execução do programa de produção. Sistemas em massa Este tipo de sistema produtivo é utilizado para a produção em grande volume e pouca variação de produtos, a diferença com os sistemas contínuos é que neste tipo de sistema (em massa) precisa-se da intervenção do operário para realizar a montagem do produto. A demanda para produtos produzidos em sistemas de produção em massa é estável, não tendo muitas variações. A linha de produção deste tipo de sistema é pouco flexível, já que existem poucas variações de produtos sendo produzidos. Em este tipo de sistema produtivo a variação do produto final é só em relação a montagem do mesmo , devido a este fato , se faz necessária a participação do operário para a diferenciação do produto na hora da montagem. Em este tipo de sistemas, pelo fato da demanda ser constante e não existir uma alta variação no produto final, os níveis de estoques de matérias-primas como de produtos finalizados, é baixo, já no processo de transformação, os níveis de estoques de componentes para a finalização do produto é alto. Planejamento e Controle de Produção I 30 Em nível estratégico, o planejamento e controle da produção esta focado na redução de custos do processo produtivo, já no nível tático, o plano mestre da produção esta focado no volume de matérias-primas a serem mantidas nos estoques de insumos, como também no volume de componentes necessários a serem utilizados no processo de transformação. Sistemas em lote Este tipo de sistema é utilizado para produtos com volume médio de produção, sendo que cada lote produzido pode seguir um conjunto diferenciado de operações de transformação e montagem. Devido à característica de ser em lote, este tipo de sistema é um sistema altamente flexível, para assim atender, tanto os diferentes pedidos dos clientes, como também as possíveis flutuações ou variações da demanda. Este tipo de sistema situa-se, entre os sistemas de produção em massa (em um extremo) e os sistemas sob encomenda (no outro), isto devido, tanto as variações de demanda como também as variações de produtos e quantidades a serem produzidas. A variação de demanda quepode existir é tratada através dos níveis de estoque, tantos da entrada (insumos) como da saída (produtos acabados). Em este tipo de sistema produtivo o foco do planejamento da produção, esta no nível operacional, onde a programação da produção deve procurar organizar o sequenciamento das ordens de produção tanto dos produtos finais, como também, em cada grupo de recursos do próprio processo de transformação. Sistemas sob encomenda Este último tipo de sistema produtivo, tem com objetivo a montagem de produtos específicos para cada cliente, a demanda para este tipo de sistema é baixa, tendendo a zero. Este tipo de produto possui uma data especifica para ser entregue ao cliente, uma vez o produto finalizado, o sistema produtivo começa a produzir um outro Planejamento e Controle de Produção I 31 produto definido para um outro cliente sendo este um novo projeto, já que cada produto é para um cliente específico. Este tipo de sistema, exige uma alta flexibilidade dos recursos produtivos, o que leva a ter um plano de produção flexível. Neste tipo de sistema de produção, os recursos produtivos são organizados por centros de trabalho ou departamentos com foco na função executada. Nos produtos produzidos por este tipo de sistema as especificações do produto, dependem tanto das especificações técnicas do mesmo, como também das negociações com o cliente, sendo assim o planejamento da produção começa na hora de negociar ou entender a necessidade do cliente, já que esta necessidade está geralmente atrelada a algum outro projeto ou empreendimento maior , na qual o produto que será produzido (sob encomenda) é parte ou componente deste empreendimento maior. Nesta unidade, você estudou os conceitos associados a planejamento e controle da produção, como também algumas classificações e conceitos chaves associados aos processos produtivos ou sistemas de transformação. Na próxima unidade você estudará os temas relacionados com o planejamento estratégico e as relações existentes entre planejamento estratégico e estratégia de produção. Também serão apresentados os temas relacionados com o CIM (Computer Integrated Manufacturing) , JIT (Just in Time) e Kanban É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Planejamento e Controle de Produção I 32 Exercícios – Unidade 1 1.Das seguintes afirmações, a função de produção pode ser entendida como: 1. O agrupamento de recursos destinados à produção de bens; 2. O agrupamento de recursos destinados à produção de serviços; 3. O agrupamento de recursos para assim alcançar os objetivos estratégicos da organização; 4. Toda organização possui uma função de produção; 5. Nem toda organização possui uma função de produção. A Alternativa certa é: a) São verdadeiras as alternativas 1, 2 e 5. b) São verdadeiras as alternativas 2 , 3 e 4. c) São verdadeiras as alternativas 2 , 3 e 5. d) São verdadeiras as alternativas 1, 2 e 4. e) São verdadeiras as alternativas 3,4 e 5. 2.Das funções apresentadas a continuação, são funções do planejamento e controle da 1. Planejamento; 2. Programação; 3. Controle; 4. Auditoria; 5. Especificação. A alternativa certa é: a) Função 2,3 e 4. b) Função 3,4 e 5. c) Função 1,3 e 4. d) Função 1,3 e 5. e) Função 1, 2 e 3. Planejamento e Controle de Produção I 33 3.O plano estratégico da produção, que tem por objetivo: A alternativa certa é: a) Definir as táticas para assim o sistema produtivo trabalhar de forma eficiente. b) Definir a capacidade produtiva com a qual o sistema deverá trabalhar. c) Definir as demandas de produtos, como de família de produtos que serão produzidos. d) Identificar os processos de transformação que serão implementados no programa de produção. e) Identificar o Plano Mestre de Produção PMP através do qual será realizada a programação da produção. 4.O acompanhamento e controle da produção é realizado através de: a) Amostras dos produtos produzidos. b) Informações da alta direção. c) Coleta e analise de dados do sistema produtivo. d) Informações dos operários. e) Dados do sistema estratégico de controle e auditoria. 5.Dos recursos apresentados , os inputs para o processo de transformação pode ser classificados em : 1) Recursos transformados. 2) Recursos de transformação. 3) Recursos materiais. 4) Recursos informacionais. 5) Recursos dos consumidores. 6) Recursos de instalações. 7) Recursos de funcionários. A opção certa é: a) Opção 1 e Opção 3 b) Opção 2 e Opção 4 c) Opção 5 e Opção 6 d) Opção 1 e Opção 2 e) Opção 1 e Opção 7 Planejamento e Controle de Produção I 34 6.Os recursos de transformação podem ser classificados em: a) Instalações e funcionários. b) Materiais e funcionários . c) Instalações e materiais. d) Informação e funcionários. e) Nenhuma das anteriores. 7.São processos de transformação: 1. Criação de um balanço comercial. 2. Operações de transporte. 3. Operações de manufatura. 4. Pintar as unhas. 5. Atender a hóspedes. A alternativa certa é a) Opção 1 , 2 e 3. b) Opção 2, 3 e 4. c) Opção 3,4 e 5. d) Nenhuma das opções apresentadas é um processo de transformação. e) Todas as opções apresentadas são processos de transformação. 8.Das características apresentadas a continuação , quais servem para diferenciar produtos de serviços: 1) Acessibilidade; 2) Tangibilidade; 3) Estocabilidade; 4) Transpostabilidade; 5) Simultaneidade; 6) Flexibilidade. A opção certa é: a) Alternativa 2,3,4 e 5. b) Alternativa 1,3,4 e 5. c) Alternativa 1,3,5 e 6. d) Alternativa 2,3,5 e 6. e) Alternativa 3,4,5 e 6. Planejamento e Controle de Produção I 35 9.Explique o porque um carro pode ser considerado um produto que pode ser produzido em vários sistemas de produção diferente ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Planejamento e Controle de Produção I 36 10.Detalhe os sistemas contínuos de produção ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Planejamento e Controle de Produção I 37 Planejamento Estratégico da Produção 2 Planejamento e Controle de Produção I 38 Nesta unidade você terá uma noção dos conceitos associados com o planejamento estratégico como também com a estratégia de produção, conhecendo como estes dois temas se relacionam. Também serão apresentados os conceitos muito utilizados na produção de CIM (Computer Integrated Manufacturing), JIT (Just In Time) e Kanban Objetivos da unidade: Entender o conceito de planejamento estratégico Entender o conceito de estratégia de produção e os diferentes planos associados a esta estratégia. Conhecer que é o CIM (Computer Integrated Manufacturing) Conhecer o conceito de JIT (Just in Time) Conhecer o conceito de Kanban Plano da unidade: Introdução Missão Corporativa Estratégia corporativa, competitiva e de produção. Objetivos de desempenho da função de produção Conceitos estratégicos de produção Plano de Produção Controle Kanban Sistema CIM Bons estudos! Planejamento e Controle de Produção I 39 Introdução O planejamento estratégico veio surgir em meados da década de 60, pode ser entendido como uma metodologia gerencial a qual, ajuda a estabelecer a direção a ser seguida pela organização, visando uma maior interação com o ambiente. O planejamento estratégico define a direção a ser seguida pela empresa, para assim minimizar os riscos de não maximização de resultados, o planejamento estratégico orienta a empresa em relação aos aspectos da sua politica, suas estratégias e objetivos empresariais. O planejamento estratégico tem por objetivo maximizar os resultados das operações realizadas nas organizações, como também minimizar os riscos nas tomadas de decisões das mesmas. Os impactos das decisões definidas no planejamento estratégico são em longo prazo e afetam a competitividade, a natureza e as características das empresas, minimizando assim as chances de não garantir o atendimento da missão da empresa. Através da realização do planejamento estratégico a empresa deve identificar as suas forças e habilidades em relação ao ambiente na qual se insere, para assim criar vantagens competitivas em relação à concorrência existente, identificando e potencializando as situações de ganho. O planejamento estratégico pode ser entendido como a identificação de situações através das quais possam ser tomadas decisões rápidas em relação a oportunidades e ameaças, otimizando assim a vantagem competitiva da empresa. Sendo assim a posição estratégica da organização, influencia a sua competitividade, na elaboração da estratégia (através da qual será implementado o planejamento estratégico), é de suma importância identificar os Fatores Críticos de Sucesso (FCS), estes fatores são específicos de cada organização, já que estes fatores estão associados ao negocio da organização (variáveis externas) como também ao desempenho da mesma (variáveis internas) Planejamento e Controle de Produção I 40 A seguir (Quadro 1) são apresentados alguns Fatores Críticos de Sucesso, considerados chaves para o sucesso da organização. Fatores Externos Fatores Internos Ambiente legal Custos operacionais Condições políticas Capacidade da planta Disponibilidade de recursos Capacitação e qualificação da mão-de-obra Nível de competição Carteira de clientes Pode aquisitivo do mercado Fluxo de caixa Taxas de juro e de câmbio Gestão da produção Taxas de impostos Instalações, equipamento e processos Satisfação dos clientes Localização da planta Segurança pública Métodos de controle Tecnologia Sistema de informações gerenciais Valor do salário mínimo Sistema de distribuição de produtos Responsabilidade socioambiental Sistema de seleção de fornecedores Relações com as partes interessadas Política de gestão de pessoas Quadro 1: Fatores Críticos de Sucesso O quadro 1 com os fatores que estão sendo apresentados, deve ser considerado só como um exemplo, já que dependendo do negocio e do setor produtivo, os fatores podem mudar. Em setores produtivos diferentes e/ou negócios diferentes, os fatores críticos de sucesso podem ser diferentes como também similares, já que estes dependerão do ambiente externo e interno da organização. A avaliação da organização segundo esses fatores permite a elaboração de estratégias focadas para a melhoria do posicionamento competitivo da organização. Planejamento e Controle de Produção I 41 Uma estratégia produtiva consiste na definição de um conjunto de políticas relacionadas com a função produção, a qual dá sustentação à posição competitiva da empresa. A estratégia produtiva deve especificar como a produção suportará uma vantagem competitiva, e como complementará e apoiará as demais estratégias funcionais da organização. Missão Corporativa A missão pode ser considerada com o pilar, o norte de uma empresa, é o motivo de existência da mesma. Na missão deve ser definido claramente qual é o negocio atual da empresa e como deverá ser no futuro, como também a linha de pensamento quanto à administração da mesma. Sendo assim com a missão definida a alta cúpula da empresa (diretorias e gerencias) poderá realizar a gestão da mesma, gestão realizada através de um conjunto de decisões orientadas para um mesmo fim, criando-se assim um padrão de decisões para todos os níveis gerenciais ou hierárquicos da empresa. A missão da organização muda com o amadurecimento da mesma, ela não nasce com a organização, ela é criada ao longo do tempo e adaptada caso necessária aos novos negócios ou mercados nos quais a empresa esta inserida. A missão deve representar a todas as partes interessadas que compõem e/ou se relacionam com a organização e deve ser entendida por todos. Normalmente, ao se definir a missão corporativa, algumas questões devem ser levantadas, questões como: Qual escopo do negócio: industrial, comercial ou de prestação de serviços? Qual essência do negócio? Qual o sentido e intensidade do crescimento que se está buscando? Como atender às necessidades dos clientes? Para definir uma missão corporativa a empresa necessita saber aonde quer chegar. A missão corporativa muitas vezes é definida em base a VISÃO de uma empresa, "onde a empresa sonha em chegar". Planejamento e Controle de Produção I 42 Pelo fato da missão corporativa ser uma meta a ser alcançada pela organização, ela deve ser operacionalizada por meio da definição e implementação das estratégias corporativa, competitiva e funcional. Estratégia corporativa, de negocio e de produção. As organizações ou empresas não tem como planejar tudo com perfeição, mas sim podem minimizar seus riscos conhecendo onde querem chegar e como devem chegar lá, isto indica que todo tipo de organização deve ter alguma direção estratégica. A estratégia pode ser entendida como um conjunto de decisões e ações que são realizadas pela organização para atingir seus objetivos. Estas decisões e ações realizadas pela organização definem a posição da organização em relação aosseus competidores, em relação ao mercado e, ao ambiente como um todo. Podemos definir estratégia como: padrão global de decisões e ações através das quais posicionam a empresa no seu ambiente com o objetivo de fazê-la atingir seus objetivos em longo e curto prazo. O termo de estratégia esta diretamente associada ao que se entende por organização, se a organização é uma organização de nível mundial (uma corporação), a sua estratégia posicionara a organização no seu ambiente global, econômico, politico e social e ajudará a atingir seus objetivos globais, definindo os tipos de negócios que terá, quais deixará e quais comprará, como utilizará seus recursos financeiros entre seus vários negócios e como alocará seus recursos humanos no nível estratégico entre seus diferentes negócios , decisões deste tipo formam a estratégia corporativa. Este tipo de decisões orientam a organização na sua tomada de decisão e na definição de atividades de nível global. Cada unidade de negócio desta empresa multinacional precisará definir sua própria estratégia de negócios, estabelecendo a sua missão e objetivos individuais do negocio, como também seus posicionamento de competição no mercado no qual atua. Esta estratégia de negócio tem uma relação direta com as variáveis associadas aos consumidores, aos concorrentes e aos mercados (ambiente do negocio), pelo fato do negócio fazer parte da corporação, a estratégia de negócio Planejamento e Controle de Produção I 43 tem uma relação direta em quanto aos direcionamentos dados pela estratégia corporativa para cada uma das suas diferentes áreas de negócios. Entendendo-se uma área de negócios como uma empresa ou organização, esta é constituída por diversos tipos de funções, como função de marketing, função de produção e função de finanças entre outras. Cada uma destas diferentes áreas (funções) que compõem o negócio (empresa) deve ter a sua própria estratégia, a qual esta diretamente relacionada à estratégia de negócio, a qual a sua vez esta diretamente relacionada com a estratégia corporativa da organização (ver figura 1) , a definição de atividades e tomada de decisões que são realizadas no nível funcional , é conhecida como estratégia funcional da organização. Estes três níveis de estratégia que foram apresentados, corporativo, do negócio e funcional, formam uma hierarquia, no qual a estratégia funcional é uma parte chave da estratégia de negócio, e a de negócio é a chave pata a corporativa (figura 1). Figura 1: Relacionamento entre as estratégias da organização Estratégia corporativa A estratégia corporativa orienta a organização, em relação às áreas de negócio nas quais se deverá atuar, ajudando também a priorizar os recursos materiais, financeiros e humanos que terão que ser destinados a cada área de negócio. Sendo assim a estratégia corporativa dá orientação e sentido aos diversos negócios da organização, ajudando a alavancar resultados corporativos superiores, em relação a soma dos resultados de cada área de negócio da organização. Planejamento e Controle de Produção I 44 Pode-se entender também que a estratégia corporativa subsidia a diversificação dos negócios da organização, já que ela é um desdobramento prático do planejamento estratégico. Esta diversificação de negócios deve ser controlada, especificando-se através da própria estratégia as condições ou não de diversificação. Estratégia de Negocio Pode ser definida uma área de negocio da organização como sendo uma divisão, uma empresa particular, uma unidade de fabricação ou uma mini fábrica dentro da própria organização. Sendo assim uma estratégia de negócio é a estratégia de uma determinada área da organização, área que possui certa autonomia de funcionamento e tomada de decisões, mas esta estratégia da área de negócio orienta-se pelas definições da estratégia corporativa. A estratégia da unidade de negócio é a base na qual os diferentes negócios da empresa irão competir no mercado, através das metas de desempenho e das estratégias que serão formuladas para as várias áreas funcionais do negócio a organização procurará se manter competitiva no seu segmento. Pode-se dizer que uma estratégia de negócio em dado instante, é a escolha que determina a posição competitiva da organização. A escolha de determinada estratégia de negócio, define a alocação de recursos e as habilidades organizacionais necessárias para a produção dos bens e/ou serviços oferecidos ao mercado. Dessa forma, se determinam os custos produtivos e os diferentes benefícios (bens e/ou serviços) que serão entregues aos clientes. A opção custo/benefício tomada pela empresa irá competir com as demais opções dos concorrentes no mercado. Os clientes, por sua vez, ao perceberem as vantagens e desvantagens de cada oferta, definirão a margem de lucro aceitável e o volume de vendas para atender as suas necessidades. Assim, a melhor relação entre a margem de lucro e volume vendido definirá a escolha de determinada estratégia competitiva. Planejamento e Controle de Produção I 45 Estratégia funcional A estratégia funcional é a ultima das estratégias a serem formuladas e adotadas por uma organização, já que ela terá papel direto em determinada função, nesse sentido, cada estratégia funcional deve-se orientar pela estratégia de negócio, para assim definir como a estratégia funcional pode vir a contribuir para alcançar os objetivos de negocio. Considerando que a estratégia funcional faz parte da estratégia de negócios e tem papel preciso em direcionar uma determinada função que deverá por sua vez auferir resultados positivos ou até mesmo vantagens competitivas frentes aos concorrentes, chegamos enfim a estratégia de produção. Estratégia de Produção A estratégia produtiva pode ser entendida através do mesmo modelo hierárquico, apresentado para a estratégia corporativa, de negócios e funcional. A estratégia produtiva pode ser entendida como uma macroestratégia funcional, a qual alavanca a estratégia de negócios e corporativa caso existir, uma definição para este tipo de estratégia é a seguinte: A estratégia produtiva é o padrão global de decisões e ações da função de produção que dará sustento à posição competitiva da unidade de negócios da empresa. Em nível das micro-operações que acontecem dentro da própria função de operações , a estratégia produtiva pode ser entendida como: as ações e decisões que definem o papel , os objetivos e as atividades de cada parte da função de produção, de forma que apoiem e contribuam para a estratégia de produção do negocio Planejamento e Controle de Produção I 46 A figura2 a continuação esclarece melhor os 2 aspectos mencionados acima em relação à estratégia de produção. Figura 2: Relacionamento entre as estratégias da produtivas Objetivos de desempenho da função de produção Para qualquer organização que deseja ter uma vantagem competitiva ao longo do tempo, a contribuição da sua função de produção, através da sua estratégia de produção é de suma importância. Esta estratégia quando bem definida da à organização uma vantagem baseada em produção. Os principais critérios através dos quais se podem ter uma vantagem competitiva baseada na função de produção, é através dos objetivos de desempenho da função de produção. Estes objetivos são os objetivos através dos quais a função de produção deve agir, para assim ter um desempenho superior. Podem ser classificados em 5 grupos diferentes (ver figura 3), sendo estes grupos os seguintes: qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo. Planejamento e Controle de Produção I 47 Figura 3: Objetivos de desempenho Plano de Produção O plano de produção tem por objetivo direcionar os diferentes recursos da organização para as estratégias que foram escolhidas. Este plano de produçãoequaciona os níveis de produção, compras, estoques, maquinários e recursos humanos para assim atender as demandas previstas de bens e serviços que foram definidas durante a etapa de planejamento. Como já sabido, além da função de produção existem outras funções na organização, a modo de exemplo temos a função de marketing e a função financeira, cada uma destas funções possui seu próprio plano a ser implementado, sendo assim o plano de produção deve interagir com os outros planos das diferentes funções da organização em quanto a uso e alocação de recursos financeiros, materiais e humanos. No nível estratégico, o plano de produção trabalha com famílias de produtos e informações agregadas de vendas e níveis de produção destas famílias de produtos, geralmente sendo seus períodos de planejamento em meses ou trimestres. Planejamento e Controle de Produção I 48 No nível tático as informações contidas no plano de produção, são usadas para a geração do plano mestre da produção e no nível operacional, junto com o plano mestre da produção, o plano de produção serve de insumo para a definição da programação da produção. Devido ao fato que o plano de produção trabalha com horizontes de tempo no longo prazo, algumas das variáveis utilizadas, como quantidades projetadas de compras e de vendas de bens e serviços, se faz necessário ter algum tipo de sistema de replanejamento do plano de produção, caso alguma destas macrovariáveis venha a apresentar outro comportamento em relação ao comportamento que foi definido no plano de produção original. A continuação serão apresentadas as entradas necessárias para o plano de produção, o processamento que deve ser realizado sobre estas entradas como também a analise financeira que deve ser realizada no plano executado. Entradas para o plano de produção Existe um serie de informações que se fazem necessárias para a implementação de um plano de produção, lembrando que este plano de produção deve estar em consonância com os objetivos estratégicos definidos pela organização. Para dar início ao plano de produção devem ser conhecidas todas as variáveis e todas as áreas que de alguma forma possam vir a mudar a capacidade de produção da organização, já seja através da compra ou mudança de equipamentos, mudança na politica de mão de obra, mudança com os padrões de consumo e taxas de produtividade. O fluxo de demanda para cada família de produto também deverá ser analisado para cada família de produtos, isto se deve a que o plano de produção tem por objetivo equilibrar a capacidade de produção com o nível de demanda esperado. Planejamento e Controle de Produção I 49 Montagem do plano de produção Para a montagem do plano de produção, podem ser utilizadas duas linhas de ação, a linha formal através de técnicas matemáticas, como programação linear, programação por objetivos e simulação entre outras, e a linha informal, a qual se realiza através de ações de tentativa e erro. Pelo fato de se ter uma ampla gama de variáveis a ser utilizadas na montagem no plano de produção, a técnica informal não é muito utilizada devido a complexidade gerada na manipulação das variáveis de entrada. Estas duas formas de montagem, tem um objetivo em comum, o qual é atender aos objetivos estratégicos da organização previamente definidos ao menor custo possível. Para a montagem do plano de produção, os seguintes passos devem ser seguidos: Deve-se conhecer a previsão de demanda para certo período de tempo, com a demanda conhecida. Pode ser definido o plano de produção física de produtos, este plano de produção tem relação com o plano de compras que deve ser definido. Através do plano de produção e do plano de compras pode ser definida a capacidade de produção que será necessária ter, para assim satisfazer a demanda prevista, esta capacidade necessária, depende da capacidade atual de produção e da capacidade futura de produção. Uma vez o plano de produção física definido, o plano de compras definido e a capacidade de produção que se faz necessária também esteja definida, o seguinte passo consiste em avaliar o efeito financeiro da estratégia de produção definida. Planejamento e Controle de Produção I 50 Analise financeira e física do plano de produção Em esta etapa são avaliados todos os custos associados e previsões de vendas definidas, para assim conhecer se o plano de produção definido consegue atingir os objetivos financeiros definidos pela organização no planejamento estratégico que foi definido. No caso de estes objetivos não serem atingidos, se deverão realizar mudanças na montagem do plano de produção. Conceitos estratégicos de produção Just in time O just in time, (justo a tempo) significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários, não antes, nem depois, para que assim não se transformem em estoques, e para que os clientes não tenham que esperar. Aspectos de qualidade e eficiência também fazem parte deste conceito, sendo assim pode ser definido o just in time como: Um método que visa atender a demanda instantaneamente com qualidade perfeita e sem desperdícios O Just in time é uma abordagem disciplinada que visa aprimorar a produtividade global e eliminar os desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como também o fornecimento apenas de quantidades necessárias de componentes, na qualidade correta, no momento e locais corretos utilizando o mínimo de instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos. O JIT é dependente do balanço entre a flexibilidade do fornecedor e flexibilidade do usuário. Ele é alcançado através da aplicação de elementos que requerem um envolvimento total dos funcionários e trabalho em equipe, uma filosofia chave do JIT é a simplificação. Planejamento e Controle de Produção I 51 A continuação apresenta-se uma figura 4 com a diferença entre um fluxo tradicional de produção e um fluxo se utilizando a filosofia do JIT. Figura 4: JIT e abordagem tradicional A melhor forma de entender como a abordagem JIT difere da abordagem tradicional é analisar a diferença entre os 2 sistemas, no tradicional existem estoques amortecedores de demanda entre as diferentes atividades do processo de produção, estes estoques são premeditados, para assim isolar cada um dos diferentes estágios do processo de produção. Estes estoques fazem com que cada um dos estágios seja relativamente independente, por exemplo, caso o estágio B interrompa a sua produção, isto não afetara a produção do estágio A que entrega insumos para o estágio B, e não afetara a produção do estágio C, o qual recebe insumos do estágio B. No caso do JIT existe uma dependência direta entre cada um dos estágios do processo de produção, onde os componentes são produzidos e repassados imediatamente para o próximo estágio. Qualquer interrupção em algum dos estágios, será rapidamente detectada já que o processo produtivo como um todo Planejamento e Controle de Produção I 52 parará. Em este tipo de fluxo (JIT), o problema não fica isolado no estágio, ele passa a ser conhecido por todos os estágios que compõem o processo produtivo, o que ajuda a solução mais rápida do mesmo, já que todos os estágios serão responsáveis pela resolução do problema. O JIT faz com que a função de produção passe a ter algumas características que serão apresentadas a continuação, características as quais estão associadas aos objetivos de desempenho da função de produção (ver quadro 2): Qualidade A qualidade deve ser alta, distúrbios no processo produtivo farão reduzir o fluxo de materiais entre os diferentes estágios, além de gerar o aparecimento de estoques entre os estágios que possam continuar com a produção Velocidade Deve-se ter um fluxo rápido de produção , já que pelo fato de não se terem estoques,tendo fluxos de produção lento, fará com que entrega de produtos para os clientes se veja afetada, já que não se terão estoques para atender as demandas dos clientes Confiabilidade A confiabilidade é um pré-requisito para um fluxo rápido de produção, tendo um fornecimento de componentes e equipamentos não confiável, farão com que o fluxo tenha que ser parado para verificação dos componentes e equipamentos Flexibilidade Deve-se ter fluxos de produção que possam ser mudados para assim atender as demandas de todos os tipos de clientes Quadro 2: Características da função de produção no JIT Existem 3 aspectos chaves que devem fazer parte da filosofia do JIT, estes são: Eliminação de desperdícios: O desperdício pode ser considerado como qualquer atividade que não agrega valor ao produto em questão, como por exemplo: produzir mais do necessário; tempo de espera de maquinário, de mão de obra, de materiais e insumos, utilização de estoques e produção de produtos defeituosos. Envolvimento dos funcionários na produção: A filosofia do JIT visa fornecer diretrizes que incluam todos os funcionários e todos os processos da organização ou empresa, a inserção de uma cultura organizacional que estimule este tipo de pensamento é necessária e de suma importância para o desenvolvimento desta filosofia de trabalho. Planejamento e Controle de Produção I 53 Aprimoramento contínuo: Pelo fato do JIT ser uma filosofia que procura a qualidade perfeita sem desperdícios, a organização sempre deve estar aprimorando seus processos e funcionários. Existem algumas técnicas que são classificadas como técnicas para implementação do Just in Time (JIT), , estas são técnicas que tratam especificamente do planejamento e controle da produção, dentro destas técnicas, faremos uma análise mais detalhada da técnica de controle da produção conhecida como Kanban. Controle Kanban O Kanban e um método de operacionalizar o sistema de planejamento e controle puxado, Kanban é uma palavra japonesa que tem o significado de cartão ou sinal, este método controla a transferência de materiais de um estágio a outro da operação, de uma forma simples, é um cartão de controle, onde um estágio cliente indica a seu estágio fornecedor que materiais devem ser enviados. Podem ser encontrados diferentes tipos de implementações do Kanban, sendo estas as seguintes: Kanban de transportes: Este tipo de Kanban é usado para avisar que algum material deve ser retirado do estoque e transferido para algum destino especifico, em este tipo de Kanban se terão detalhes de descrição do material ser transportado, quantidades, destino onde o material terá que ser entregue e o lugar onde deve ser retirado. Kanban de produção: Este tipo de Kanban é um sinal para um processo produtivo, indicando que ele pode produzir um item para que seja colocado em estoque, existem algumas informações próprias que devem ser anexadas em este tipo de Kanban, como por exemplo, quantidade e descrição do componente a ser produzido, materiais necessários para a produção, como também destino para onde o componente ou componentes devem ser enviados após a sua produção. Kanban de fornecedor: Este tipo de Kanban é utilizado para avisar a um fornecedor (estágio fornecedor) que é necessário enviar material ou componentes para um estágio da produção (estágio cliente). Planejamento e Controle de Produção I 54 Independentemente de qual seja o tipo de Kanban que esteja sendo utilizado o princípio sempre é o mesmo, um Kanban (sinal) dispara o transporte, produção ou fornecimento de materiais ou componentes desde uma unidade ou contendor padrão de unidades, se mais de um Kanban é recebido, isto disparará o transporte, produção e/ou fornecimento de materiais e componentes de 2 unidades ou de 2 contendores de unidades e assim por diante. Pode-se entender o Kanban como um médio através do qual o fornecimento, transporte ou produção de um componente ou material é realizado, algumas empresas se utilizam de quadros Kanban, os quais são áreas delimitadas no chão da fábrica, onde existem vários contendores de materiais e/ou componentes, sempre quando um dos contendores se encontrar vazio, já é um sinal para disparar a produção no estágio que abastece o contendor. Sendo assim o Kanban preenche determinadas funções dentro do processo de produção, tais como visibilidade (a informação e o fluxo de material são combinados e movem-se com seus componentes) e produção (controlando a produção em seus estágios indicando o tempo, quantidade e tipo de componente a ser produzido). Para a aplicação conjunta do Kanban/Just-in-Time alguns princípios devem ser analisados, entre estes princípios temos: Princípio da eliminação de perdas, onde qualquer coisa, além da quantidade mínima de equipamentos, espaço, material, mão de obra que são absolutamente essenciais à produção são desperdícios; Princípio do momento exato, em que apenas a peça necessária e na quantidade, necessária, se encontra no tempo e lugar com a qualidade necessária; Principio da qualidade 100%, onde as peças com defeitos não devem prosseguir no processo de fabricação. Se a produção não é 100% o processo deve parar; Princípio da Polivalência da mão de obra, nunca fabricar peças desnecessárias apenas para utilizar uma máquina ou mão de obra disponível. Deslocar os operários para produzir o que for necessário e não dispensar a mão-de-obra nas quedas de produção/vendas, e ou aumento de produtividade; Planejamento e Controle de Produção I 55 Princípio da Disciplina (postura), onde a disciplina rígida, porém simples, não há facilidades e exceções. Não existe “quebrar o galho”; Principio da flexibilidade, onde ocorre flexibilidade da produção para atender às demandas de qualquer produto, em qualquer quantidade, a qualquer momento. Sistema CIM Introdução O termo computer integrated manufacturing (CIM) ou manufatura integrada pelo computador, tem seu origem associada a utilização de computadores no: Projeto de produtos; Planejamento da produção; e Controle de operações. Sendo assim o CIM realiza varias funções de manufatura associadas ao negócio. Os sistemas CIM podem ser divididos em uma série de subsistemas , todos os quais tem por função dar apoio as atividades associadas ao sistema de produção da organização, alguns tipos de subsistemas considerados dentro dos sistemas CIM são os seguintes: Suporte ao planejamento do negócio; Projeto do produto; Planejamento da manufatura; Controle do processo; Monitoramento do chão de fábrica, Automação do processo. Como já indicado, os sistemas CIM, permitem a integração dos sistemas produtivos da organização, utilizando-se de computadores, informação e automação, este tipo de sistema pode ser considerado como uma ferramenta que apoia tanto a tomada de decisão no nível estratégico , no nível tático, como também no nível operacional. Planejamento e Controle de Produção I 56 O CIM envolve não só os aspectos relacionados com as atividades de produção, mas também as questões de marketing, vendas, gestão de estoques, finanças e pessoal. O CIM é a designação utilizada para descrever a completa automatização da fábrica, na qual todos os processos e atividades são controlados por computador, e onde a informação que circula é exclusivamente digital. No ambiente CIM, a necessidade do papel, como veículo de informação, é eliminada. O objetivo geral do CIM é proporcionar às empresas uma melhor percepção sobre o seu estado geral dando assim, uma maior agilidade, maior capacidade de reação e de adaptação, de uma forma coordenada, rápida e flexível, de acordo com as características de duas fontes de informações: Externa: os pedidos e alterações oriundas do mercado / clientes; Interna: os eventos previstos e os inesperados oriundosda empresa e do chão de fábrica. Estrutura do CIM As arquiteturas de sistemas de controle modernos são baseadas no conceito de Sistema de Controle Hierárquico Distribuído. Neste tipo de sistemas, as ações de controle são efetuadas pela junção de máquinas com poder de decisão, geograficamente distribuídas, perfeitamente autônomas e autocontidas, que, pela junção de esforços, trabalham para a implementação da tarefa de controle global. A estrutura hierárquica do CIM, é um conjunto de funções a serem implementadas por um sistema de controle, sistema o qual tem diferentes exigências a serem cumpridas, exigências de rapidez de atuação e exigências de importância estratégica, sendo assim as ações a serem implementadas por estes sistemas (CIM) podem ser agrupadas em vários níveis hierárquicos, existindo características funcionais e temporárias próprias para cada nível (ver figura 5). Planejamento e Controle de Produção I 57 Figura 5: Estrutura hierárquica do CIM A estrutura do CIM pode ser dividida em quatro níveis, sendo estes os níveis de: Máquina; Célula; Setor, Fábrica. No nível de máquina são efetuadas as operações elementares de reações aos estímulos do processo, também designadas por ações de controle em tempo real. O nível da Célula é constituído por um conjunto de máquinas destinadas a efetuarem o sincronismo entre as operações elementares do nível inferior. Estas efetuam ainda a sua supervisão, com relação à detecção de anomalias e à sua recuperação, enviando mensagens sobre o estado de funcionamento ao nível imediatamente superior. Planejamento e Controle de Produção I 58 O nível do Setor, também designado por Nível de Supervisão, são efetuadas as operações de condução e controle do processo por setores, sincronização, escalonamento de operações e flexibilização da produção em face das ordens vindas do nível superior e de restrições e informações vindas do nível inferior. No nível Fábrica encontra-se o supervisor global que atua com os operadores (funcionários), com o exterior e com o nível imediatamente inferior. Aqui estão integradas e são tomadas todas as ações de controle estratégico e é efetuada a supervisão global do sistema. Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e consulte sempre a biblioteca do seu polo. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Planejamento e Controle de Produção I 59 Exercícios – Unidade 2 1.O planejamento estratégico 1. É uma metodologia gerencial a qual, ajuda a estabelecer a direção a ser seguida pela organização. 2. É um planejamento em curto prazo. 3. Esta focado diretamente nas ações operacionais da organização. 4. Todas as decisões do planejamento estratégico não afetam a competitividade da organização. 5. Define a direção a ser seguida pela empresa, para assim minimizar os riscos de não maximização de resultados. A alternativa certa é: a) São verdadeiras as alternativas 1 e 5 b) São verdadeiras as alternativas 2 e 4 c) São verdadeiras as alternativas 2 e 5 d) São verdadeiras as alternativas 3 e 4 e) São verdadeiras as alternativas 4 e 5 2.Em relação aos fatores críticos de sucesso, das seguintes afirmações: 1. Cada organização pode ter fatores críticos de sucesso diferentes; 2. Em um setor de negocio, podem existir fatores críticos de sucesso similares a varias organizações; 3. Disponibilidade de recursos é um fator critico de sucesso interno; 4. Localização da planta é um fator critico de sucesso interno; 5. Os fatores críticos de sucesso sempre são os mesmos para todo tipo de organização. Planejamento e Controle de Produção I 60 As afirmações certas são: a) Afirmações 1, 2 e 4 b) Afirmações 2, 3 e 4 c) Afirmações 3, 4 e 5 d) Afirmações 1,4 e 5 e) Afirmações 2,4 e 5 3.Em relação a missão da organização, quais das opções é verdadeira a) A missão define a visão b) A missão sempre se mantém a mesma na organização c) A missão se instrumentaliza através do planejamento operacional d) A missão define objetivos da organização e) A missão é uma meta a ser alcançada 4.Na organização: 1) A estratégia corporativa, muda para cada área de negócio da organização; 2) Cada área de negócio terá a mesma estratégia funcional; 3) Cada área de negócio terá a sua própria estratégia; 4) As estratégias funcionais são corporativas; 5) Cada função na área de negócio da organização tem as suas próprias estratégias funcionais. São verdadeiras a) Opção 3 e 5 b) Opção 1 e 2 c) Opção 2 e 4 d) Opção 4 e 5 Planejamento e Controle de Produção I 61 e) Opção 3 e 4 5.A estratégia produtiva esta associada que função da organização a) Marketing b) Finanças c) Produção d) Está associada a todas as áreas funcionais e) Não está associa a área funcional e sim ao plano produtivo 6.Quais dos objetivos apresentados a continuação, são objetivos de desempenho da função de produção 1) Fazer certo 2) Fazer com rapidez 3) Fazer em tempo 4) Fazer orientado 5) Fazer com liderança As alternativas certas são a) Alternativa 1, 2 e 3 b) Alternativa 1, 3 e 4 c) Alternativa 1, 3 e 5 d) Alternativa 2, 3 e 4 e) Alternativa 1, 4 e 5 7.O plano de produção equaciona os níveis de: 1) Produção 2) Compras 3) Estoques 4) Maquinários 5) Recursos humanos Planejamento e Controle de Produção I 62 A alternativa certa é: a) Opção 1, 2, 3 e 4 b) Opção 1, 2, 3, e 5 c) Opção 2,3,4 e 5 d) Opção 1,2,3,4 e 5 e) O plano de produção só se equaciona com a produção Das seguintes afirmações 8.No JIT existem estoques amortecedores de demanda das etapas ou estágios do processo produtivo 1) A eliminação de desperdícios é chave no JIT; 2) A participação dos funcionários não é necessária no JIT; 3) A confiabilidade das matérias primas é chave no JIT; 4) O aprimoramento continuo é um aspecto que não deve ser considerado no JIT. São verdadeiras a) Afirmação 1 e 3 b) Afirmação 2 e 3 c) Afirmação 3 e 4 d) Afirmação 2 e 4 e) Afirmação 1 e 4 a) Alternativa 2,3 e 5 Planejamento e Controle de Produção I 63 9.Fale das estratégias corporativa, de negócios e de produção ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 10.Explique a estratégia de produção e plano de produção ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Planejamento e Controle de Produção I 64 Planejamento e Controle de Produção I 65 Previsão de Demanda 3 Planejamento e Controle de Produção I 66 Nesta unidade, você vai conhecer como é o modelo de previsão de demanda, como também os diferentes tipos de modelo de previsão que podem ser utilizados Objetivo da unidade: Conhecer os modelos de previsão de demanda e suas derivações Plano da unidade: Introdução Etapas de um modelo de previsão de demanda Técnicas de previsão de demanda Técnicas de previsão de demanda Técnicas baseadas em series temporais Técnicas associadas
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