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WebAula 3 Contabilidade Avançada Profa. Ma. Maíra Jessika Fernandes Silva CONTABILIDADE AVANÇADA LIVRO 3 1ª EDIÇÃO GOIÂNIA Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS 2022 Catalogação: Biblioteca Anhanguera ____________________________________________________________ Contabilidade Avançada - WebAula 3 / Dr. Cosme Massi (orga- nizador); Maíra Jessika Fernandes Silva – Goiânia : Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS, 2022. 31 p. : il. ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X 1.Contabilidade Avançada. I. Massi, Cosme. II. Silva, Maíra Jessika Fernandes. III.Título. CDU: 658 ____________________________________________________________ 2022 Direitos exclusivos em língua portuguesa cedidos ao Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS Avenida João Cândido de Oliveira, 115, Cidade Jardim Cep: 74423-115- Goiânia - GO Tel: (62) 3246 1404Fax: 3246 1444 site: www.anhanguera.edu.br CONTABILIDADE AVANÇADA Organização Pró-Reitor de Ensino a Distância Dr. Cosme Massi Autora Profa. Ma. Maíra Jessika Fernandes Silva Produção Supervisão do Processo Instrucional (SPI) Supervisora Prof.ª Esp. Karina Adorno de La Cruz Instrução de Material Didático Impresso (IMADIM) Diagramador Hugo Sávio de Carvalho Melo Revisor de Língua Portuguesa Profª. Ms. Mairy Aparecida Pereira Soares Ribeiro ©2022 por Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito, do Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS. MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 5 WEBAULA 3 MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Prezado (a) acadêmico (a), Nesta WebAula você vai apren- der sobre os métodos de reavaliação utilizados na contabilidade: o método do custo de aquisição, o método do valor justo e o método da equivalência patrimonial. Você verá em quais situações cada método deve ser aplicado conforme a legislação. Além disso, verá exemplos práticos da contabiliza- ção de cada método para elaboração dos demonstrativos finan- ceiros. Vamos lá? 3.1 CONCEITUAÇÃO Os métodos de avaliação (mensuração) dos investimen- tos são tratados nos artigos 183 e 248 da Lei 6.404/1976, com as devidas alterações das Leis 11.638/2007 e 11.941/2009, e, tam- bém, pelas Normas Brasileiras de Contabilidade e órgãos regu- SUMÁRIO WEBAULA 3 Métodos de Reavaliação: Método do Custo, Método do Valor Justo e Método da Equivalência Patrimonial .................................................................. 5 3.1 Conceituação ................................................................. 5 3.2 Método do Custo ........................................................ 12 3.3 Método do Valor Justo ............................................... 16 3.4 Método da Equivalência Patrimonial ....................... 22 MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 76 CONTABILIDADE AVANÇADA ladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil (Bacen), etc. Para a avaliação são utilizados três métodos: a. Método do Custo; b. Método do Valor Justo; e c. Método da Equivalência Patrimonial. Os investimentos a serem avaliados por esses métodos podem estar classificados tanto no Ativo Circulante, como nos subgrupos Ativo Realizável a Longo Prazo e Investimentos do Ativo Não Circulante. Os conceitos importantes para a compre- ensão do assunto aqui tratado são apresentados no Quadro 1: Quadro 1: Conceitos importantes para estudo de métodos de reavaliação. É qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro para a entidade e a um passivo financeiro ou instrumento patrimonial para outra entidade. É qualquer ativo que seja: a. caixa; b. instru- mento patrimonial de outra entidade; c. direito contratual de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; d. direito contra- tual de troca de ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições potencialmente favoráveis para a entidade; e. um contrato que seja ou possa vir a ser liqui- dado por instrumentos patrimoniais da pró- pria entidade, e que: • não é um derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada a rece- ber um número variável de instrumentos patrimoniais da própria entidade; ou • um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra forma que não pela troca de um mon- tante fixo de caixa ou outro ativo financeiro, por número fixo de instrumentos patrimoniais da própria entidade. É um contrato realizado com a finalidade de gerenciar incertezas existentes em outro con- trato. É um contrato que decorre (deriva) de outro e pode envolver tanto os mesmos contra- tantes do contrato original, como também sur- gir terceiros que estejam dispostos a assumir os riscos. É qualquer passivo que seja: a. uma obrigação contratual de: • entregar caixa ou outro ativo financeiro a outra entidade; ou • trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que são potencialmente desfavoráveis para a entidade; ou b. contrato que será ou poderá ser liquidado por instru- mentos patrimoniais da própria entidade, e seja: • um não derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada a entregar um número variável de instrumentos patrimoniais da enti- dade; ou • um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra forma que não pela troca de um montante fixo em caixa, ou outro ativo financeiro, por um número fixo de instrumen- tos patrimoniais da própria entidade. é qualquer contrato que evidencie uma partici- pação nos ativos de uma entidade após a dedu- ção de todos os seus passivos. São exemplos de instrumentos patrimoniais: ações ordinárias não resgatáveis, alguns instrumentos resgatá- veis, alguns instrumentos que impõem à enti- dade obrigação de entregar, para outra contra- parte, parte de seus ativos (pro-rata) líquidos Instrumento Financeiro Ativo Financeiro Derivativo Passivo Financeiro Instrumento Patrimonial Conceito Significado MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 98 CONTABILIDADE AVANÇADA Neste contexto, é impor- tante frisar que caixa é um ativo financeiro porque representa um meio de troca e, portanto, constitui a base sobre a qual todas as transações são mensu- radas e reconhecidas nas demonstrações contábeis. Um depósito de caixa em banco ou instituição financeira similar é um ativo financeiro porque representa o direito contratual do depositante de obter caixa da instituição ou de descontar cheque, ou instrumento similar, reduzindo o saldo em favor de credor, em pagamento de Passivo financeiro (RIBEIRO, 2017, p. 56). A Figura 1 mostra exemplos de ativos financeiros que representam direito de receber caixa no futuro e os correspon- dentes passivos financeiros que representam obrigação contra- tual de entregar caixa no futuro. Em cada caso, o direito con- tratual de uma parte de receber (ou obrigação de pagar) é compensada pela correspondente obrigação de pagar da outra parte (ou direito de receber) (RIBEIRO, 2017, p. 56). Figura 1: exemplos de ativos financeiros. O dinheiro que a empresa possuir em excesso na conta Caixa ou na conta Bancos, podem ser aplicados em instrumen- tos financeiros enquanto a empresa não o utiliza de outra maneira. Essas aplicações visam a obtenção de rendimentos, os quais não estão relacionados as atividades operacionais nor- mais da organização. As aplicações podem ser feitas por meio da compra de títulos de crédito ou de valores mobiliários e podem variar quanto ao prazo de vencimento, sendo desde curtíssimo prazo, longo prazo e até assumircaráter perma- nente. Ademais, podem ser investimentos de renda fixa ou de renda variável. Com rentabilidade garan- tida ou não. No Balanço Patrimonial, os investimentos possuem classificação, como regra, a depender dos prazos fixados de seus vencimentos. E de modo geral, conforme o número de dias, classificam-se de acordo com as regras apresentadas na Figura 2. de uma entidade somente na liquidação, alguns tipos de ações preferenciais, warrants e opções de compra lançadas (bônus de subscrição) que permitem ao detentor subscrever ou adquirir um número fixo de ações ordinárias não resga- táveis da entidade emissora em troca de um montante fixo de caixa ou outro ativo finan- ceiro. aplicações de recursos financeiros (dinheiro) em instrumentos financeiros que possam gerar fluxos de caixa futuros para a empresa. Investimentos Fonte: Elaborado pela autora com base em Ribeiro (2017, p. 56). Fonte: Elaborado pela autora com base em Ribeiro (2017, p. 56). MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 1110 CONTABILIDADE AVANÇADA Figura 2: Classificação dos investimentos no Balanço Patrimonial conforme o prazo. Apesar da classificação apresentada na Figura 2, a Lei nº 6.404/76 no artigo 183 considera investimentos somente os classificados no subgrupo Investimentos do Ativo Não Circu- lante. Ribeiro (2017) divide os investimentos em três catego- rias: a. investimentos em títulos não representativos do capi- tal de outras sociedades, como aqueles efetuados em títulos de crédito ou valores mobiliários (Letras do Tesouro Nacional, CDBS, ouro, Debêntures etc.); b. investimentos em títulos representativos do capital de outras sociedades (ações ou cotas); e c. investimentos representativos de direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia (propriedades para investimento, obras de arte etc.). Por sua vez, os investimentos em títulos representativos do capital de outras sociedades, podem ser classificados em cinco categorias: a. participações em controladas; b. participa- ções em coligadas; c. participações em controladas em con- junto (joint ventures); d. participações em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo; e participações em outras sociedades (RIBEIRO, 2017). Os investimentos, podem ser ainda voluntários ou com- pulsórios. Os voluntários são aqueles realizados por livre e espontânea vontade das empresas. Os compulsórios são aque- les que dependem de incentivos fiscais do governo, como por exemplo, os derivados do Imposto de Renda devido pelas empresas com base no Lucro Líquido. Os investimentos efetu- ados em instrumentos financeiros do Ativo Circulante e do Realizável a Longo Prazo devem ser classificados em quatro categorias: a. destinados a negociação; b. disponíveis para venda; c. mantidos até o vencimento; e d. empréstimos e contas a receber. Ribeiro (2017) enfatiza que os investimentos devem ser mensurados assim que ingres- sam no patrimônio para que sejam definidos os seus valores de entrada (custo de aquisição, fabricação ou construção) e no final de cada período de apuração de resultados e elaboração das demonstrações contábeis. Desta forma, conforme o mesmo autor, no final de cada período de apuração de resultados, para elaborar o Balanço Patrimonial não basta coletar do livro Razão as contas que registram os investimentos com seus res- pectivos saldos. É preciso, de acordo com o tipo do investimento, proce- der ajustes para reconhecer: Fonte: Elaborado pela autora com base em Ribeiro (2017). MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 1312 CONTABILIDADE AVANÇADA Exemplo de aplicação do método de custo • Vamos admitir que em 15 de maio de X1, a sociedade A tenha adquirido um lote de ações representativas de parte do capital da sociedade B, tendo pago a importância de $ 3.000. • Vamos considerar, também, que a sociedade investi- dora tenha incorrido em gastos com a transação (corretagens e emolumentos) no montante de $ 200. • Considerando que a sociedade A tenha a intenção de manter esse investimento em caráter permanente, classifi- cando-o no subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante, veja como contabilizar esse fato: Ações da Sociedade B (Investimentos – ANC) a Caixa (AC) Pela aquisição de um lote etc. ........................... 3.200 No final do exercício social, por ocasião da apuração do resultado e elaboração das demonstrações contábeis, esse investimento será avaliado com base na regra “custo ou valor de realização, dos dois o menor”, contida no inciso III do art. 183 da Lei n. 6.404/1976. Esse dispositivo legal estabelece que os investimentos serão avaliados pelo custo de aquisição, dedu- zido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como perma- nente e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas. a. rendimentos com correção monetária, variação cam- bial, juros ou outros; b. perdas em decorrência da aplicação do teste de recuperabilidade; c. ganhos ou perdas em decorrência do confronto entre o valor contábil e o valor justo, da aplicação do Método da Equi- valência Patrimonial etc. (RIBEIRO, 2017, p. 56). 3.2 MÉTODO DO CUSTO O método do custo ou método do custo de aquisição é o que avalia os componentes do patrimônio de uma organiza- ção com base nos valores das transações que lhes deram ori- gem. A regra é a seguinte: Em relação aos investimentos realizados por uma empresa, devem ser avaliados no momento em que ingressam no patrimônio e, posteriormente, por ocasião da apuração dos resultados e elaboração das demonstrações contábeis. Para avaliação pelo método do custo, o investimento deve ser conta- bilizado pelo valor de entrada, ou seja: MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 1514 CONTABILIDADE AVANÇADA Situação 1: custo menor que o valor de realização Vamos assumir que esses títulos não sejam cotados no mercado de capitais. Vamos assumir, também, que em 31/12/ X1, após estudos realizados, a sociedade A (investidora) tenha concluído que o lote de ações adquirido da sociedade B tem como valor provável de realização a importância de $ 4.500. Sendo o custo de aquisição menor que o valor provável de rea- lização, a sociedade A (investidora) apresentará, no seu Balanço de 31/12/X1, esse lote de ações pelo custo, ou seja, por $ 3.200. Neste caso, não cabe ajuste algum nos registros contábeis. Situação 2: valor provável de realização menor que o custo Vamos assumir, agora, que em 31/12/X2 o valor de reali- zação do lote de ações da sociedade B, após estudos realizados pela investidora (sociedade A), seja igual a $ 2.000. Neste caso, o investimento deverá figurar no Balanço pelo valor provável de realização. Caberá, então, ajuste contábil. Esse ajuste é feito mediante o reconhecimento da perda com débito em conta de despesa e, em contrapartida, crédito em conta redutora da conta que registra o respectivo investimento. A contabilização pode ser feita como segue: Resultado do Exercício a Perdas Prováveis na Realização de Investimentos Pelo reconhecimento de perdas tendo em vista estudos realizados etc. ................................1.200 Obs: • Com o débito na conta “Resultado do Exercício”, a perda ficou devidamente reconhecida no exercício em que foi constatada (regime de competência). • Com o crédito na conta “Perdas Prováveis na Realiza- ção de Investimentos”, que é conta redutora da conta que regis- tra o investimento, este figurará no Balanço pelo respectivo valor de realização. Veja, finalmente, como a conta representativa do investi- mento figurará no Balanço da sociedade A (investidora),em 31/12/X2: ATIVO NÃO CIRCULANTE INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO MÉTODO DO CUSTO Ações da Sociedade B .................................................... 3.200 (–) Perdas Prováveis na Realização de Investimentos... (1.200) Saldo .................................................................................. 2.000 Nos períodos seguintes, caso o valor de realização do investimento volte a superar o custo de aquisição, o valor pro- visionado deverá ser revertido para receita e o investimento figurará no Balanço pelo respectivo custo. A Lei 6.404/76 define que todos os investimentos classifica- dos no Ativo Circulante e nos subgrupos Ativo Realizável a Longo Prazo e Investimentos do Ativo Não Circulante, estão sujeitos à avaliação pelo Método do Custo de Aquisição, exceto aqueles sujeitos aos métodos Valor Justo e Equivalência Patrimonial. Conforme o artigo 183 da referida lei: • o inciso I refere-se as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo; • o inciso III, refere-se a investimentos (perma- nentes) em participação no capital social de outras socieda- des; e • o inciso IV refere-se a outros investimentos como obras de arte, propriedade para investimentos etc (RIBEIRO, 2017, p. 61). Fonte: Extraído de Ribeiro (2017, p. 57). MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 1716 CONTABILIDADE AVANÇADA Ribeiro (2017) explica que nos três incisos apresentados consta a exigência do reconhecimento de perdas para ajustar o valor do investimento quando for inferior ao valor provável de realização ou ao valor de mercado. Contudo, para os investi- mentos em títulos representativos do capital de outras socieda- des, classificados no Ativo Não Circulante, subgrupo Investi- mentos, (desde que não sejam em coligadas, controladas ou em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum) somente será permitido o reco- nhecimento de perda quando for possível provar que a perda é permanente e que o valor do investimento não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas. 3.3 MÉTODO DO VALOR JUSTO Para compreensão do método do valor justo é importante apresentar os conceitos de valor de realiza- ção e valor de mercado. Na Lei n. 6.404/1976 no artigo 183 são apresentados os conceitos de valor de realização e de valor de mercado para os investimentos e instrumentos finan- ceiros. art. 183o Para efeitos do disposto neste artigo, consi- dera-se valor justo: ... c. dos investimentos, o valor líquido pelo qual pos- sam ser alienados a terceiros. d. dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instru- mento financeiro: 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 3) o valor obtido por meio de modelos matemático- -estatísticos de precificação de instrumentos financeiros. Esse dispositivo legal, antes do advento das Leis ns 11.638/2007 e 11.941/2009, referia-se a valor de mercado; agora, após alterações introduzidas pelas citadas Leis, refere-se a valor justo. Por não ser necessário incluir detalhes das técnicas con- tábeis no texto da Lei, o legislador delegou competência para a Comissão de Valores Mobiliários ao incluir, no art. 177, a obri- gatoriedade do cumprimento, por parte das sociedades por ações, das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobi- liários. No método do Valor Justo, o investimento é avaliado pelo respectivo valor de mercado. A NBC TG 46, no item 9, define valor justo como o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração (RIBEIRO, 2017). MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 1918 CONTABILIDADE AVANÇADA Obs: • Com o débito na conta “Ações da Sociedade Amazonas S/A”, a conta representativa do investimento ficou devidamente avaliada pelo seu valor justo. • Com o crédito na conta “Ajustes de Avaliação Patrimo- nial”, a receita permanecerá no Patrimônio Líquido até que seja realizada pela venda do investimento, ocasião em que esse valor será transferido para o resultado (regime de competên- cia). Situação 2: valor justo menor que o custo Vamos admitir, agora, que em 31/12/X1, o valor justo do lote de ações da sociedade Amazonas S/A, conforme cotação no mercado ativo, tenha sido igual a $ 180.000 e não mais $ 250.000 como na suposição anterior. Neste caso, a perda de $ 25.000 (205.000 – 180.000), será contabilizada como segue: Ajustes de Avaliação Patrimonial (PL) a Ações da Sociedade Amazonas S/A (AC) Pelo reconhecimento de perdas tendo em vista valor justo inferior etc. .......................25.000 Obs: • Com o débito na conta “Ajustes de Avaliação Patrimo- nial”, que é do Patrimônio Líquido, a perda ficou devidamente registrada aguardando o momento de sua realização para que seja transferida para o resultado. Essa realização poderá ocor- rer na época da alienação das ações ou quando o valor justo se igualar ou superar o custo em montante igual ou superior a perda ora reconhecida. • Com o crédito na conta “Ações da Sociedade Amazo- nas S/A”, essa conta ficou devidamente avaliada pelo valor justo. Exemplo de aplicação do método do Valor Justo • Vamos supor que, em 10 de junho de X1, a sociedade Maranhão S/A tenha adquirido um lote de ações representati- vas de parte do capital da sociedade Amazonas S/A, pagando a importância de $ 200.000. • Vamos considerar, ainda, que essas ações estavam cota- das no mercado de capitais e que a sociedade investidora, na aquisição, tenha incorrido em gastos no montante de $ 5.000 com corretagens, emolumentos etc. • Considerando que a sociedade Maranhão S/A, investi- dora, tenha adquirido esses títulos com intenção especulativa, isto é, pretendendo disponibilizá-los para venda a curto prazo, classificando-os no grupo dos Investimentos Temporários a Curto Prazo, do Ativo Circulante, veja como contabilizará esse fato: Ações da Sociedade Amazonas S/A (AC) a Caixa (AC) Pela aquisição de um lote etc. ......................... 205.000 No final de cada período, por ocasião da apuração dos resultados e elaboração das demonstrações contábeis, o inves- timento será avaliado pelo seu valor justo. Situação 1: custo menor que o valor justo Vamos admitir que, em 31/12/X1, o valor justo do lote de ações da sociedade Amazonas S/A, conforme cotação do mer- cado, tenha sido igual a $ 250.000. Neste caso, o ganho de $ 45.000 será contabilizado como segue: Ações da Sociedade Amazonas S/A (AC) a Ajustes de Avaliação Patrimonial (PL) Pelo reconhecimento de ganhos tendo em vista valor justo superior etc. .......................45.000 Fonte: Extraído de Ribeiro (2017, p. 62). MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 2120 CONTABILIDADE AVANÇADA A Lei n. 6.404/1976, estabelece no art. 183, inciso I, alínea “a”, que, no Balanço, as aplicações em instrumentos financei- ros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo, serão avaliados pelo seu valor justo, quando se tratar de aplica- ções destinadas à negociação ou disponíveis para venda. Nas alíneas “c” e “d” do § 1o do mesmo artigo, estabelece a mencio- nada Lei que considera-se valor justo dos investimentos, o valor líquido peloqual possam ser alienados a terceiros e, dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória reali- zada entre partes independentes. Estabelece, ainda, esse dispositivo legal, os critérios a serem observados para se chegar ao valor justo na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento finan- ceiro. Portanto, os demais investimentos do Ativo Circulante ou do Realizável a Longo Prazo que não se destinarem à nego- ciação e não estiverem disponíveis para venda, bem como os investimentos que tenham carater permanente, segundo a Lei n. 6.404/1976 serão avaliados pelo Método do Custo ou da Equivalência Patrimonial (RIBEIRO, 2017). Para as Normas Brasi- leiras de Contabilidade do tipo NBC TG, convergentes com as Normas Internacio- nais de Contabilidade IFRS, os investimentos também devem ser avaliados pelo Método do Custo, pelo Método do Valor Justo ou pelo Método da Equivalência Patrimonial. Para saber quais investimentos estão sujeitos a cada um desses métodos de men- suração é preciso, novamente, lembrar que, os investimentos, por decisão da própria empresa, podem estar classificados no Ativo Circulante ou no Ativo Não Circulante. Assim, os inves- timentos efetuados em títulos representativos do capital de outras sociedades, classificados no grupo Investimentos do Ativo Não Circulante, efetuados em coligadas, controladas, em sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou que este- jam sob controle comum, salvo nos casos previstos na própria NBC TG 38, em harmonia com a Lei n. 6.404/1976, são avalia- dos pelo Método da Equivalência Patrimonial. Os demais investimentos, conforme disciplina contida no item 46 da NBC TG 38, como regra, serão avaliados pelo valor justo. É importante destacar que a NBC TG 38, para fins de mensuração, estabelece que os investimentos realizados em instrumentos financeiros classificados no Ativo Circulante e no Realizável a Longo Prazo devem ser segregados em quatro categorias: a. ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado; b. ativos financeiros disponíveis para venda; c. investimentos mantidos até o vencimento; e d. empréstimos e contas a receber. Para os investimentos classificados no Ativo Circulante e no Realizável a Longo Prazo, após o seu reconhecimento ini- cial, conforme estabelece o item 46 da NBC TG 38, a entidade deve mensurá-los pelos seus valores justos, sem nenhuma dedução dos custos de transação em que possam incorrer na venda ou em outra alienação, exceto quanto aos seguintes ati- vos financeiros: a. empréstimos e contas a receber – devem ser mensurados pelo custo amortizado usando o método dos juros efetivos; b. investimentos mantidos até o vencimento – devem ser medidos pelo custo amortizado usando o método dos juros efetivos; e c. investimentos em instrumentos patrimoniais que não tenham preço de mercado cotado em mercado ativo e cujo valor justo não possa ser confiavelmente medido e derivativos que estejam ligados e devam ser liquidados pela entrega desses instrumentos patrimoniais não cotados, os quais devem ser medidos pelo custo. MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 2322 CONTABILIDADE AVANÇADA 3.4 MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL O Método da Equiva- lência Patrimonial utiliza a atualização dos valores dos investimentos feitos em coli- gadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum, com base na variação ocorrida no Patrimônio Líquido dessas sociedades. Segundo o item 3 da NBC TG 18, o método da equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicial- mente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor sobre os ativos líquidos da investida. O item 11 da ITG 09, aprovada pela Resolução CFC n. 1.262/2009, explica que: 11. Nesse sentido, cumpre lembrar, primeiramente, que a equivalência patrimonial corresponde a uma forma simplificada de consolidação; por meio dela é consolidado no ativo da investidora o valor não de cada ativo e cada pas- sivo da entidade investida, mas apenas seu ativo líquido (Patrimônio Líquido) na proporção detida pela investidora; e é consolidada no resultado da investidora não cada receita e cada despesa da investida, mas apenas a parte do resultado líquido pertencente à investidora. Assim, a equivalência patrimonial e a consolidação de demonstrações contábeis, quer esta seja integral ou proporcional, são visões diferentes do processo de consolidação de duas ou mais entidades, mas com efeitos praticamente iguais no valor final do Patrimô- nio Líquido e do resultado líquido da investidora. Portanto, estão calcadas no mesmo objetivo de consolidação, mas mostrando seus efeitos uma de forma simplificada, outra de forma integral. Os investimentos sujeitos a avaliação pelo MEC, isto é, aqueles efetuados em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum, quando ingressam no patrimônio, devem ser avaliados pelo Método do Custo. É importante destacar que, conforme disciplinas contidas na NBC TG 15 (itens 10, 32 e 34), na NBC TG 18 (item 32), na ITG 09 (item 18) e no Decreto- -lei n. 1.598/1977 devidamente atualizado pela Lei n. 12.973/2014, (art. 20), quando o custo de aquisição for diferente do valor de patrimônio líquido do investimento que está sendo adquirido, esse custo deverá ser desdobrado para evidenciar os seguintes valores: valor de patrimônio líquido (equivalência patrimonial), valor da mais valia ou da compra vantajosa (menos valia ou deságio) e ainda, o valor do ágio por expecta- tiva de rentabilidade futura (RIBEIRO, 2017). Exemplo de aplicação do método da Equivalência Patrimonial Suponhamos que no Balanço Patrimonial da Compa- nhia A, levantado em 31/12/X1, conste, no subgrupo Investi- mentos do Ativo Não Circulante, um investimento no valor de $ 240.000, no capital da Companhia B. Vamos admitir que a participação de A no capital de B, sua coligada, corresponda a MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 2524 CONTABILIDADE AVANÇADA 40%. Suponhamos, agora, que em 31/12/X2, no Balanço Patri- monial de B, constem as seguintes contas e valores: Patrimônio Líquido de B Capital.................................................................600.000 Reservas de Lucros ..........................................300.000 Total ................................................................... 900.000 Tendo em vista que a Companhia B (investida) é coli- gada da Companhia A (investi-dora), ao apurar os seus resul- tados em 31/12/X2, a investidora deverá atualizar o valor do seu investimento em B, em decorrência da variação ocorrida no Patrimônio Líquido de B, para que o valor do investimento constante do subgrupo Investimentos do Ativo Não Circu- lante de A, continue a equivaler a 40% do Patrimônio Líquido de B. O cálculo para fins de atualização do investimento é simples: como a participação de A em B corresponde a 40% do capital de B, faremos: 40% de $ 900.000 = $ 360.000 Esse valor encontrado, pela aplicação do percentual de participação no valor do Patri-mônio Líquido de B, que foi igual a $ 360.000, corresponde ao valor atualizado do inves- -timento de A em B, que deverá figurar no Balanço Patrimo- nial de A. Para apurar o valor da variação, faremos: Valor do Investimento Atualizado ..................... 360.000 (–) Valor contábil (original) do Investimento..(240.000) (=) Valor da variação .............................................. 120.000 Contabilização: Investimentos na Coligada B a Receitas de Participações Societárias Avaliadas pelo MEP Atualização que se processa na conta do investimento, conforme variação apuradapela aplicação do MEP etc. ........................... 120.000 Obs: • Observe que a conta “Investimentos na Coligada B”, sendo debitada por $ 120.000, ficou com seu saldo devida- mente atualizado e figurará no Balanço da investidora em 31/12/X2 pelo valor de $ 360.000, que equivale a 40% do Patri- mônio Líquido de B. • Observe que o valor da correção, $ 120.000, representa receita para a investidora. Essa receita, classificada no grupo de Outras Receitas Operacionais, provocará aumento no resul- tado do exercício da investidora; entretanto, não integrará a base para o cálculo da Contribuição Social e do Imposto de Renda incidentes sobre o lucro líquido, uma vez que já sofreu essas tributações na investida. • O procedimento normal das sociedades, ao apurar o resultado do exercício, é efetuar os cálculos e a contabilização das destinações do Lucro Líquido do Exercício. Essas destina- ções, nas sociedades por ações, ficarão sujeitas à aprovação dos acionistas em Assembleia a ser realizada após a apuração do Resultado e elaboração das demonstra-ções contábeis. Nor- malmente as destinações do Lucro Líquido são aprovadas sem maiores problemas. MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 2726 CONTABILIDADE AVANÇADA Investimentos na Coligada B a Receitas de Participações Societárias Avaliadas pelo MEP Receita auferida pela aplicação do MEP etc. ....................................................... 320.000 b. em X3: Pelo recebimento dos dividendos em dinheiro: Bancos conta Movimento a Investimentos na Coligada B Dividendos recebidos etc. .............................. 200.000 Obs: • Note que, nesse momento, não há que contabilizar o valor recebido como se fosse receita, uma vez que a receita já havia sido reconhecida e contabilizada no exercício de sua competência pelo MEP. • Note, também, que, com a distribuição e pagamento dos dividendos, o Patrimônio Líquido de B equivale a $ 900.000, e o valor do Investimento de A, tendo sido creditado em $ 200.000, caiu para $ 360.000, voltando a equivaler a 40% do Patrimônio Líquido de B, que, agora, corresponde a $ 900.000. Quando ocorrer redução no valor do Patrimônio Líquido da investida em decorrência de prejuízos por ela apurados, o registro contábil da atualização do investimento será: Despesas em Participações Societárias Avaliadas pelo MEP a Investimentos na Coligada B Redução do Investimento que se processa, pela aplicação do MEP etc. .....................$ • Você sabe que o Lucro Líquido do Exercício poderá ter várias destinações, como: constituição de Reservas; compensa- ção de Prejuízos Acumulados, apurados em exercícios anterio- res; aumento do Capital e distribuição de Dividendos. Pois bem, das destinações apresentadas, aquela atribuída aos acio- nistas em forma de Dividendos, no momento da elaboração do Balanço Patrimonial da investida, não figurará no seu Patri- mônio Líquido. • Diante disso, ao efetuar os cálculos para o fim de apli- car a avaliação dos Investimentos pelo MEP, é preciso verificar se a investida efetuou a contabilização de dividendos, cujo valor deve ser adicionado ao seu Patrimônio Líquido para fins de cálculo. • Nesse caso, a investidora poderá optar em contabilizar a parte referente aos dividendos a débito da própria conta que registra o Investimento, ou a débito da conta Dividendos a Receber, do Ativo Circulante, uma vez que já se conhece o valor distribuído. Para ilustrar, vamos assumir que no caso em questão, em 31/12/X2, a Coligada B tenha apurado lucro líquido de $ 800.000, tendo distribuído aos acionistas $ 500.000 e man- tido $ 300.000 no Patrimônio Líquido na conta Reservas de Lucros. Admitindo, ainda, que no exercício de X3 a Coligada B tenha pago os dividendos em dinheiro, ca-bendo a Investidora A a importância de $ 200.000; veja como esses novos fatos seriam contabilizados: a. em 31/12/X2: Contabilização da receita em decorrência da equivalên- cia patrimonial: MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 2928 CONTABILIDADE AVANÇADA Obs: • Com o intuito de permitir a você o conhecimento do mecanismo da aplicação do MEP, apresentamos um exemplo bem simples. Alertamos, no entanto, que antes de calcular o valor da atualização do investimento, alguns procedimentos são necessários, em decorrência das regras para aplicação do MEP contidas principalmente na Lei n. 6.404/1976, nas Nor- mas Brasileiras de Contabilidade do tipo NBC TG e nas nor- mas derivadas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). • Esses procedimentos envolvem: a correta seleção dos investimentos sujeitos ao MEP; a análise dos saldos das contas do Patrimônio Líquido das investidas, para ajustá-los, em decorrência da existência de lucros não realizados, embutidos em transações entre empresas do grupo; a identificação das contrapartidas dos acréscimos ou diminuições do investi- mento etc. Ribeiro (2017) destaca a vantagem da aplicação do Método da Equivalência Patrimonial de possibilitar que a investidora reconheça, no seu resultado, o lucro ou o prejuízo apurado pela sua investida no momento em que esse lucro ou prejuízo é gerado e pelo seu valor integral. No Método do Custo, o resultado apurado pela investida somente é reconhe- cido na investidora quando for distribuído e no montante da distribuição. Na situação em que a investida decide manter parte dos lucros no patrimônio, aplicando-se a avaliação do investimento pelo Método do Custo, a investidora somente reconhecerá no seu resultado a parcela do lucro que receber. Essa defasagem não existe quando se adota a avaliação pelo MEP, pois, pelo MEP, a investidora reconhece em seu patrimônio o acréscimo total ocorrido no patrimônio da investida (proporcional à sua participação, obviamente), ainda que a investida mantenha, no seu Patrimônio Líquido, parte dos lucros apurados. Contudo, é importante salientar que a adoção do método de avaliação de investimentos (equivalência patrimonial, custo ou valor justo), não decorre da vontade de cada entidade, mas sim de determi- nações legais e normativas (RIBEIRO, 2017). Saiba mais: No Livro de Ribeiro (2017) intitulado Contabilidade Avançada há vários exemplos práticos de contabilização pelos métodos de custo, valor justo e equivalência patrimonial. Desta forma, você pode verificar diversas situações e praticar as con- tabilizações. Você pode encontrar o conteúdo nos capítulos 2 e 3. O Livro está disponível na Biblioteca Virtual e pode ser acessado pelo link: ht t ps : // i nt e g r a d a . m i n h a bib l iot e c a .c om .br/#/ books/9788547224776/ Não deixe de conferir! Conclusão Nesta unidade você aprendeu sobre os métodos de reava- liação de investimentos utilizados na contabilidade. Foram apresentados os aspectos legais e contábeis desses métodos e as respectivas contabilizações por meio de exemplos práticos. Não deixe de consultar a Biblioteca Virtual para ampliar o seu conhecimento. Agora é a sua vez de praticar, acesse os exercícios! Até a próxima! Fonte: Extraído de Ribeiro (2017, p. 84). https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547224776/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547224776/ MÉTODOS DE REAVALIAÇÃO: MÉTODO DO CUSTO, MÉTODO DO VALOR JUSTO E MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 3130 CONTABILIDADE AVANÇADA Referências ALMEIDA, Marcelo C. Contabilidade Avançada em IFRS e CPC . Grupo GEN, 2020. 9788597023930. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597023930/. Acesso em: 15 fev. 2022. CASAGRANDE, Miguel Â; CASAGRANDE, Luis Alvaro L. Contabilidade e edição avançada para concursos, 1ª edição . Editora Saraiva, 2013. 9788502206649. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788502206649/. Acesso em: 15 fev. 2022. CPC. Comitê de Pronunciamento Contábil. Pronuncia- mento Técnico 15 – Combinação de negócios. Disponívelem: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronun- ciamentos/Pronunciamento?Id=46 GELBCKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo dos; IUDICIBUS, Sergio de; MARTINS, Eliseu. Manual de Conta- bilidade Societária, 3ª edição. São Paulo: Grupo GEN, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597016161/. JR., José Hernandez P; OLIVEIRA, Luis Martins de. Contabilidade Avançada - Texto e Testes com Respostas. Grupo GEN, 2020. 9788597023602. Disponível em: https:// integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023602/. Acesso em: 15 fev. 2022. MÜLLER, Aderbal; SCHERER, Luciano; CORDEIRO, Claudio M. R. Contabilidade Avançada e Internacional - 4ED. Editora Saraiva, 2019. 9788571440135. Disponível em: https:// integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440135/. Acesso em: 15 fev. 2022. RIBEIRO, Osni M. Contabilidade Avançada. Editora Saraiva, 2017. 9788547224776. Disponível em: https://inte- grada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547224776/. Acesso em: 15 fev. 2022. RIOS, Ricardo Pereira; MARION, José C. Contabili- dade Avançada . Grupo GEN, 2020. 9788597024876. Disponí- vel em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597024876/. Acesso em: 15 fev. 2022. SANDE, Silvio; NEIVA, André. Contabilidade Geral e Avançada. São Paulo: Grupo GEN, 2020. 9788530982300. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788530982300/. Acesso em: 15 fev. 2022. Imagens: Banco institucional Shutterstock e Adobe Stock.
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