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GESTALT GESTALT Gestalt é uma palavra de origem alemã que pode ser traduzida aproximadamente como, “Forma Total”; “Forma Global” “configuração” ou “Boa forma”. Doutrina que defende que, para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o todo. Refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar". A teoria da Gestalt atribui ao sistema nervoso central um dinamismo autorregulador que, à procura de sua própria estabilidade, tende a organizar as formas de modo coerente e unificado. Utilizamos as leis da Gestalt o tempo todo, mesmo de modo inconsciente. https://www.youtube.com/watch?v=n3LU2Y4A0AA&t=435s Leis da Gestalt Unidade: capacidade de separar, identificar ou destacar unidades formais em uma composição. A Unificação é a igualdade/harmonia dos estímulos visuais transmitidos pelos elementos visuais que constroem uma composição. Quanto melhor o equilíbrio dos elementos visuais, maior é a sensação de Unificação. Leis da Gestalt Segregação: é a igualdade ou a semelhança dos estímulos produzidos pelo campo visual, quando fatores de harmonia, equilíbrio, ordenação visual e coerência da linguagem estão presentes. Capacidade de diferenciar ou evidenciar objetos, ainda que sobrepostos. Isso se deve à variação de forma e estética que um elemento tem em comparação com outro. Esta linda e deliciosa bola de sorvete napolitano é composição visual. Que tal considerarmos seus sabores como a segregação das informações, separados pela cor, dentro do mesmo elemento? Continua sendo uma bola de sorvete. Leis da Gestalt Unificação: Equilíbrio simétrico e absoluto das unidades visuais, equilíbrio perfeito. A Unificação é a igualdade/harmonia dos estímulos visuais transmitidos pelos elementos visuais que constroem uma composição. Quanto melhor o equilíbrio dos elementos visuais, maior é a sensação de Unificação. Um exemplo bem simples é o do aro da bicicleta. Os raios estão distribuídos de forma tão simétrica e tão harmoniosa que parecem estar unidos. Leis da Gestalt Fechamento: elementos são agrupados quando parecem se completar. Há a tendência de se buscar na memória algum elemento que seja próximo do objeto, na questão de conteúdo e forma, para facilitar a compreensão do mesmo. É a “pegadinha visual” mais legal de ser utilizada no design. O Fechamento é a Lei da Gestalt que faz com que nosso cérebro produza contornos e/ou faça fechamentos que não existem. O que pode ser chamado de “Fechamento Sensorial da forma”. Leis da Gestalt Continuidade: A repetição ordenada de objetos é uma boa representação de como as unidades se organizam de forma a obter um efeito de continuidade. Trata-se da tendência dos objetos em seguir uma linha de fluidez visual gradativa. Isso é feito através de formas, linhas, cores, profundidade, planos, etc. Se você enxerga elementos em uma composição de modo ininterrupto, essa peça tem uma boa continuidade. Leis da Gestalt Semelhança: Os estímulos com mais semelhança entre si tendem a ser agrupados, a constituir partes ou unidades. Elementos semelhantes em cor ou forma tendem a ser agrupados pelo cérebro em uma só unidade. Isso faz com que objetos aproximados, apenas com uma característica semelhante, se unam aos olhos do observador. Leis da Gestalt Proximidade: Elementos próximos um dos outros tendem a ser vistos juntos. Elementos muito próximos uns dos outros, se encaixando harmoniosamente, são processados em nosso cérebro como elementos conjuntos, ou unidades. É o princípio da proximidade. Além disso, se tais elementos são semelhantes reforçam ainda mais nosso cérebro para a leitura de um só objeto. Leis da Gestalt Pregnância: a lei básica da percepção visual da Gestalt, a boa forma. A pregnância de um objeto é que vai definir o quão rápido ele é percebido e assimilado, e também a eficiência da comunicação da mensagem para com o receptor. Equilíbrio, clareza e unificação visual, facilitando sua compreensão. GESTALT TERAPIA Não é a mesma coisa que Gestalt como estudo da percepção. A Gestalt-terapia é um modelo psicoterápico com ênfase na responsabilidade de si mesmo, na experiência individual do momento atual (aqui e agora), no relacionamento terapeuta-cliente e na autorregulação e ajustamento criativos do indivíduo, levando em conta sempre o meio ambiente e o contexto social, que constituem o ser de um modo geral. O psicólogo alemão Fritz Perls, um de seus grandes desenvolvedores. Laura Perls construiu a gestalt terapia junto de seu marido Friederich Perls A ascensão do Nazismo levou a que os principais nomes do Gestaltismo e da Gestalt-terapia tivessem que emigrar para os Estados Unidos, acabando por facilitar a expansão da teoria para fora da Europa. A gestalt terapia também se respalda no existencialismo, tendo o ser humano como ator principal em sua trajetória. Nesta perspectiva não é possível definir de antemão as características de alguém ou do trabalho do gestalt terapeuta. O ser humano é livre para fazer escolhas e responsável por elas; A essência vai se constituindo aos poucos, mediantes as escolhas; O ser humano é responsável por tudo que lhe acontece. A culpa não é do outro, pois ele mesmo quem fez suas escolhas. O foco está na relação desenvolvida com o cliente, através do contato e da atualização de sentimentos e vivências. Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=Yg71wYf-mg4&t=260s A visão fenomenológico-existencial traz um extenso modelo de ideias, em especial o valor do mundo vivido como fonte do conhecimento e da consciência e a concepção de ser humano como detentor de liberdade de escolha, processo que acontece a cada momento. A volta à experiência presente e imediata, tão cara à Gestalt-terapia, tem também sua ancoragem no preceito fenomenológico de voltar às coisas mesmas — o que, no âmbito terapêutico, se refere ao vivido pelo cliente. A Gestalt-terapia está especialmente associada ao humanismo pela sua visão holística do homem. Na prática terapêutica, é preciso entender o homem como um ser inteiro, embora, como diz a fenomenologia, ele se apresente por perfis) Acreditar que existe na pessoa um potencial que ultrapassa sua existência presente, que é o impulso para o crescimento, para o processo de atualização como um todo cada vez mais integrado, é a contrapartida psicológica do vir a ser existencial. Esse preceito positivo é o que move o esforço dessa abordagem. A autonomia do espírito humano, capaz de encontrar por si mesmo a melhor alternativa para suas dificuldades, é o ponto de encontro entre o humanismo e a Gestalt-terapia. Ambos veem o homem como possuidor de um valor positivo, tendência atualizante. capaz de se autogerir e de se autorregular sem a tutela de autoridade externa, inclusive a do terapeuta(FRAZÃO & FUKUMITSU, 2013 p. 40). Frases tais como “Vou cuidar de mim e o resto que se dane”, “Minha família não tem nada a ver com a drogadição do meu irmão, ele sempre foi difícil”, “É um problema meu e você não deve se preocupar”, “Não vou mudar minha atitude para ajudar ninguém, pois quem vai me ajudar?” Essas frases têm sua legitimidade na experiência presente do cliente e seu sentido atual deve ser compreendido profundamente pelo profissional. Nada de julgamentos apriorísticos na abordagem gestáltica. Julgamentos morais fechados à investigação do sentido são, a meu ver, a maior debilidade e a grande falência de uma escuta terapêutica. Não estamos nos referindo à desatenção pela compreensão do ponto de vista do cliente, atitude central para a fertilidade do encontro terapêutico apreensão do não dito naquilo que é dito é, segundo penso, a essência do fazer fenomenológico-dialógico humanista da Gestalt. Perceber que sob essa camada autocentrada existe uma aguda e dolorosa frustração da necessidade do encontro previne duplamente o terapeuta de ver de forma superficial e parcial o ser humano à sua frente e de apoiar padrões egocêntricos defensivos Justamente por estaremnesse patamar, infelicitam a pessoa(FRAZÃO & FUKUMITSU, 2013 p. 41).. Referência FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajuma. Gestalt-terapia: fundamentos epistemológicos e influências filosóficas. . São Paulo: Summus, 2013
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