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Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 1 LEI 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Disposições constitucionais relevantes Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; Esse dispositivo está relacionado com o controle de constitucionalidade difuso exercido pelo STF. O concontrole de constitucionalidade concentrado já possui efeito erga omnes e vinculante. Veremos mais tarde também que, segundo o STF, o art. 52, X, sofreu mutação constitucional, portanto, as decisões do STF em controle difuso podem ter efeito erga omnes e vinculante. A participação do Senado Federal seria de dar publicidade a essa decisão. Art. 93. XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; ADI ADC Lei ou ato normativo federal ou estadual Lei ou ato normativo federal p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; § 1º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Cláusula de reserva de plenário Órgão especial Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 2 Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Inconstitucionalidade por omissão Poder competente Órgão administrativo Será dada ciência para adoção das providências necessárias. Será dado um prazo de 30 dias para realizadação das das providências necessárias. § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. PGR AGU Deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. O STF, ao apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. Qualquer ação de competência do STF (ADI, ADC, ADIO, ADPF...) Apreciação de inconstitucionalidade. O STF decidiu, na ADI 3916, que o Advogado-Geral da União tem autonomia para defender a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da norma. Segundo a Corte “a AGU manifesta-se pela conveniência da constitucionalidade e não da lei”. Apesar da decisão do STF, atente-se para a letra da CF, que fala somente de inconstitucionalidade. Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 3 CAPÍTULO I - DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. CAPÍTULO II DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE OBJETO DO CONTROLE ADI ADC ADIO ADPF ADI interventiva Lei ou ato normativo federal ou estadual. Lei ou ato normativo federal. Omissão inconstitucional Lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. Violação de princípio constitucional sensível; Recusa à execução de lei federal. OBJETO E PARÂMETRO DA ADI Como vimos na parte geral, o parâmetro vai ser o bloco de constitucionalidade. Veremos agora o objeto da ADI que, em regra, será lei ou ato normativo, federal ou estadual. O termo “lei” compreende: Emendas à Constituição; Leis complementares; Leis ordinárias; Leis delegadas; Medidas provisórias; Decretos legislativos; Resoluções; Tratados internacionais incorporados ao ordenamento jurídico; Resoluções do CNJ e do CNMP O STF decidiu que é possível ADI contra: Medida provisória que abre crédito extraordinário (mesmo sendo de efeito concreto, no entanto, se o crédito já foi utilizado ou a MP perde a sua vigência, a ADI perde o seu objeto) ADI 5449: É cabível a propositura de ADI contra lei orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura de crédito extraordinário. STF. O STF já julgou procedente a ADI 1969 contra: Decreto distrital 20.007/99, que proibiu “a realização de manifestação pública, com a utilização de carros aparelhados e objetos sonoros na Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios, Praça do Buriti e vias adjacentes”, em Brasília (DF). Nesse caso o decreto tirou sua validade diretamente da CF, não de lei. Se não há lei entre o decreto e a CF, cabe ADI. Se houver lei, o controle é de legalidade. CASO RARO Cuidado com os decretos legislativos. Decreto do Executivo, em regra, nãopode ser objeto de ADI. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 4 Quanto às Emendas Constitucionais cumpre destacar: Normas constitucionais originárias Emendas constitucionais Decorrem do poder constituinte originário. Decorrem do poder constituinte derivado reformador. Não podem ser objeto de controle. Podem ser objeto de controle. Quanto às medidas provisórias, importante destacar que: Se a MP for convertida em lei ou perder a sua eficácia, a ADI será prejudicada pela perda do objeto da ação. Nesse caso, o autor da ação pode aditar a petição inicial e incluir a nova lei criada a partir da conversão da MP. O STF pode, de forma excepcional, analisar o caráter de urgência e relevância de MP (ADI 1910) em sede controle de constitucionalidade. Medida provisória que abre crédito extraordinário (ato normativo de efeito concreto) pode ser objeto de controle (tendência observada no STF). Ato normativo compreende: outros atos não abrangidos pelo termo lei dotados de autonomia jurídica, abstração, generalidade e impessoalidade. Podem ser objetos de ADI Não podem ser objeto de ADI: Normas constitucionais derivadas (EC); Resoluções administrativas de tribunais; Regimentos internos de tribunais; Excepcionalmente, portaria do Ministerio da Saúde e Resolução da Anvisa que restringem a doação de sangue de homossexuais – ADI 5543/2020. Atos normativos que retiram sua validade diretamente da Constituição (atos primários); Decreto autônomo, de forma excepcional (art. art. 84, VI da CF/88); Excepcionalmente, ato normativo de efeito concreto e materializado por lei ou medida provisória. Exemplo: LDO, LOA e medidas provisórias que abrem créditos extraordinários. Normas constitucionais originárias; Normas anteriores à CF/88 (direito pré- constitucional); Súmulas; Súmula vinculante; Decretos e regulamentos expedidos pelo Executivo (art. 84, IV da CF/88). Atos de efeitos concretos que não sejam dotados de generalidade e abstração; Atos que retiram o fundamento de validade de leis (atos secundários); Ato normativo de efeito concreto que não seja lei (se o ato normativo for concreto e materializado por lei ou medida provisória, pode ser possível o controle – exemplo – medida provisória que abre crédito extraordinário); Ato normativo revogado; Ato normativo com efeito exaurido; Respostas emitidas pelo TSE. Não se admite o controle de constitucionalidade indireto, reflexo ou oblíquo, ou seja, atos secundários que retiram seu fundamento de validade da lei, não da CF diretamente, não podem sofrer controle de constitucionalidade. Referido controle deve ser exercido na lei, caso a lei seja inconstitucional, ocorrerá a inconstitucionalidade por arrastamento, ou seja, a declaração de inconstitucionalidade arrasta os atos normativos que retiram sua validade da lei declarada inconstitucional. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 5 Ocorre perda superveniente do objeto da ADI (prejudicialidade da ação): Lei revogada; Lei com alteração substancial; Lei com vigência encerrada após propositura da ADI; Se o parâmetro mudar, ou seja, se há uma ADI com o parâmetro de uma norma constitucional originária e vem uma EC que altere o parâmetro do controle. A mudança de paradigma na ADI e ADC, em regra, acarreta a perda superveniente de seu objeto. Excepcionalmente, na ADI 2158, o STF, mesmo com alteração de parâmetro, julgou o objeto da ADI inconstitucional utilizando o parâmetro anterior. Regra Exceção (ADI 2158) Entro com uma ADI contra uma lei que permite a vaquejada por ser cruel contra os animais. O parâmetro principal é o art. 225, VII da CF/88. No decorrer do processo, a EC 96/2017 é aprovada. O parâmetro muda para o art. 225, § 7º (a vaquejada, seguindo os requisitos estabelecidos, é considerada constitucional). Ocorre perda superveniente do objeto da ADI. Lei do Paraná cria taxação de inativos, ou seja, aposentado deve contribuir para a previdência. É proposta uma ADI contra essa lei. Na redação original da CF/88 não havia previsão de taxação de inativo. A EC 41/2003 trouxe a previsão de taxação de inativo. O STF, apesar da mudança do parâmetro, julgou inconstitucional a Lei do Paraná. Na prejudicialidade da ação, mesmo que existam efeitos residuais da aplicação da lei, não é cabível a discussão de inconstitucionaldidade em ADI. Exceções à perda superveniente do objeto da ADI (STF analisará a ADI mesmo em alguns dos casos elencados acima): Se a revogação ocorre por fraude processual, ou seja, se a lei é revogada apenas para escapar dos efeitos da análise da inconstitucionalidade (ADI 3232); Se é feito a inclusão em pauta antes do exaurimento da eficácia da lei temporária impugnada e existindo a possibilidiade de haver efeitos em curso (ADI 446); Se, apesar de revogada, cria-se uma nova norma com alteração não substancial (ou seja, a lei foi revogada, mas trouxe previsões semelhantes às anteriores) (ADI 2418). A ADPF não carece de interesse de agir em razão da revogação da norma objeto de controle, máxime ante a necessidade de fixar o regime aplicável às relações jurídicas estabelecidas durante a vigência da lei, bem como no que diz respeito a leis de idêntico teor aprovadas em outros Municípios (ADPF 449/2019); Tendência de ampliação de objeto de ADI: Como vimos, existem muitos exemplos em que é cabível a ADI. Antes não se admitia ADI contra lei de efeito concreto, agora o STF flexibilizou para admitir contra LOA, por exemplo. Uma portaria do Ministério da Saúde e Resolução da Anvisa que, em regra, não podem ser objeto de ADI, foram consideradas inconstitucionais (restringiam a doação de sangue de homossexuais – ADI 5543). O que podemos observar é uma tendência nos julgados do STF em que será cabível ADI quando envolver ato com “suficiete densidade normativa, considerados os aspectos de generalidade abstrata e de impessoalidade”. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 6 Considerações especiais em relação às leis do Distrito Federal: O DF tem competência legislativa estadual e municipal. Em se tratando de competência legislativa estadual, tal norma distrital pode ser objeto de ADI junto ao STF (controle concentrado e abstrato). Em se tratando de competência legislativa municipal, tal norma distrital não pode ser objeto de ADI junto ao STF (controle concentrado e abstrato), mas pode ser objeto de ADI junto ao TJDFT (controle concentrado e abstrato) e tendo como parâmetro a Lei Orgânica do DF. Nos termos da jurisprudência do STF: Súmula 642 - STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa municipal. ADI no DF Norma distrital – Competência estadual Norma distrital – Competência municipal Competência do STF Competência do TJDFT Exemplo: gás canalizado (art. 25, § 2º da CF/88). Exemplo: transporte coletivo distrital (art. 30, V, da CF/88). Nos termos da ADI 3341/2014: “É certo que o Distrito Federal, por suas peculiaridades, possui tanto a competência reservada aos Estados quanto aos Municípios, nos termos do art. 32, § 1º, da Constituição Federal, porém, a competência desta Corte só estará afastada no controle direto de constitucionalidade quando o objeto da ação for ato normativo editado pelo Distrito Federal, no exercício de competência que o texto constitucional reserve aos Municípios. (...) Nessa ótica, assento a competência do Supremo Tribunal Federal para julgamento desta ação direta de inconstitucionalidade.”Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 7 Seção I Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade Art. 2º Podem PROPOR a ação direta de inconstitucionalidade: I - o Presidente da República; Não prevê o Vice Presidente da Repúplica. II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Nos casos previstos no II, III e IV, os legitimados são as Mesas (órgãos). Não é legitimidade senador, deputado ou comissões parlamentares. Não é legitimidade nenhuma mesa de Câmara Municipal. V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; É o Conselho Federal, não o Conselho Seccional. VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; Para o PP ter representação no CN, basta que um deputado ou um senador do respectivo partido esteja eleito. A perda de representação do partido político no Congresso Nacional, após o ajuizamento da ADI, não descaracteriza a legitimidade ativa, que é aferida no momento da propositura da ação. IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Não tem associação. Associação de associação, para o STF, é considerado legitimado. Exemplo: Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique. Entidade de classe que representa apenas uma fração da categoria não é legitimado. Exemplo: Associação Nacional dos Magistrados Estaduais. A entidade de classe tem que ser representativa de uma determinada categoria social, profissional ou econômica. Ex: Central Única dos Trabalhadores – CUT não pode ser legitimada, pois não representam interesses de apenas uma categoria. Não há homogeneidade de interesses (ADI 271). Para ser considerada de âmbito nacional, a entidade deve estar presente em pelo menos um terço dos estados (nove estados) da federação, tendo como base a lei dos partidos políticos. STF, dependendo da relevância nacional, pode excepcionar a regra. Em relação às entidades de âmbito nacional, na ausência de especificação na lei, o STF estabeleceu três condicionantes: a homogeneidade entre os membros integrantes, a comprovação do caráter nacional mediante a presença de associados em pelo menos nove estados da Federação e a pertinência temática entre seus objetivos institucionais e a norma objeto de impugnação. PT PT PT + CP CP Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 8 Pertinência temática - PT Não precisa (legitimados neutros ou universais) Precisa (legitimados interessados ou especiais) Presidente da República Mesa do Senado Federal Mesa da Câmara dos Deputados Procurador-Geral da República Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil Partido político com representação no CN Mesa de Assembléia Legislativa Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal Governador de Estado Governador do Distrito Federal Confederação sindical Entidade de classe de âmbito nacional Pertinência temática consistente no nexo entre a norma questionada e os objetivos institucionais específicos do órgão ou entidade. A pertinência temática refere-se à necessidade de demonstração de que o objeto da instituição guarda relação (pertinência) com o pedido da ação direta proposta por referida entidade. Capacidade postulatória - CP Não precisa de advogado Precisa de advogado Demais Partido político com representação no CN Confederação sindical Entidade de classe de âmbito nacional O requisito da capacidade postulatória exige que a parte, para postular em juízo, se faça representar por advogado. O STF entendeu que somente os partidos políticos e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional deverão ajuizar a ação por advogado (art. 103, VIII e IX). Quanto aos demais legitimados (art. 103, I-VII), a capacidade postulatória decorre da Constituição. DICAS Sempre que envolver Estados e DF (Mesas da AL, CL, GOV) precisará de pertinência temática. Confederação e entidade de classe sempre precisam de pertinência temática e capacidade postulatória (mais fácil decorar). O partido político com representação no CN não precisa de pertinência temática, mas precisa de capacidade postulatória. Decore assim: 4 PESSOAS - PR, GOV DE ESTADO, GOV DO DF e PGR 4 MESAS - MESA CD, MESA SF, MESA AL e MESA da CL 4 ENTES - CFOAB, PP com representação no CN, confederação sindical e entidade de classe nacional Art. 3º A petição indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações; II - o pedido, com suas especificações. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação. Se subscrita por advogado, a procuração deve ser com poderes especiais. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 9 Art. 4º A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. Inepta Não fundamentada Manifestamente improcedente Exemplos: faltar pedido ou causa de pedir; pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; contiver pedidos incompatíveis entre si. (art. 330, § 1º, do CPC/15). Exemplo: ausência da exposição do fundamentos de fato e de direito. Exemplo: constitucionalidade ou inconstitucionalidade expressamente já declarada pelo STF. Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. Vamos tecer alguns comentários sobre as modificações realizadas pelo CPC/2015 e que modificaram o processo em sede de controle de constitucionalidade. Essas alterações também se aplicam às demais ações, portanto, vamos comentar somente aqui, para não estender ainda mais o material. Antes do CPC de 2015, o prazo para interposição de agravo era de 5 dias. No entanto, o CPC dispõe que: Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. § 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder- lhes é de 15 dias. Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. § 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. Art. 1.070. É de 15 dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida emtribunal. Portanto, da decisão de indeferimento liminar da petição inicial pelo relator: Recurso cabível: agravo interno. Prazo: 15 dias úteis. Competência: Pleno do STF. Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência. Nos termos da jurisprudência do STF (RTJ 178/554-555): “Mais do que não admitir a desistência da própria ação direta, o STF sequer reconhece ao autor a possibilidade de desistir, até mesmo, do pedido de medida cautelar formulado em sede de controle normativo abstrato. O princípio da indisponibilidade, que rege o processo de controle normativo abstrato, impede por razões exclusivamente fundadas no interesse público que o autor da ADI venha a desistir do pedido de medida cautelar por ele eventualmente formulado.” Portanto, não se admite desistência da ADI, nem do pedido de cautelar. Agravo: 15 dias. Embargo de declaração: 5 dias. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 10 Art. 6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de 30 dias contado do recebimento do pedido. Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. Regra: ADI não cabe intervenção de terceiros, exceto, “amicus curiae”. Conceito: Amicus curiae é uma expressão latina que significa “amigo da corte” ou “amigo do tribunal”, é a pessoa ou entidade estranha à causa, que vem auxiliar o STF, provocada ou voluntariamente, oferecendo esclarecimentos sobre questões essenciais ao processo. Competência: Quem admite o amicus curiae no processo é o relator. Caso o relator não admita a participação, essa decisão é irrecorrível. No entanto, mesmo que o relator admita a participação, o Pleno poderá deixar de referendá-lo. Requisitos para admissão do amicus curiae: relevância da matéria e a representatividade dos postulantes. Natureza jurídica do amicus: mero colaborador informal ou agente colaborador. Amicus curiae pode: apresentar sustentação oral. Amicus curiae não pode: formular pedido, aditar o pedido já delimitado pelo autor da ação ou interpor recurso. Observações: Para o STF, o amicus curiae representa um fator de legitimação social das decisões da Suprema Corte. Cabe amicus curiae na ADC (efeito dúplice da ADI e ADC) e cabe também na ADIO (aplica-se à ADIO, no que couber, as disposições da ADI). Cabe amicus na ADPF (aplica-se por analogia o art. 7º, § 2º). Cabe amicus curiae em Reclamação. (RCL 28197) Cabe amicus curiae na edição, revisão e cancelamento de Súmula Vinculante, exceto se o STF a provocou de oficio. Sobre o tema, cabe transcrever parte do julgado da SV 02: “Inadmissão da associação requerente como amicus curiae, pela incompatibilidade lógica dessa atividade com a razão de ser da criação legal, paralela à provocação externa, da figura da edição ex officio de enunciados de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal”. O argumento utilizado foi o de que “a figura do relator somente faz sentido quando a Corte for provocada a editar, a revisar ou a cancelar determinada súmula vinculante, instaurando-se aí verdadeiro contraditório, com abertura de prazos, oitiva de interessados e admissão de manifestação de terceiros”, razão pela qual, agindo o STF de ofício, não haveria incidência de norma legal e, portanto, estaria vedada a manifestação do amicus curiae. O STF não vem admitindo a participação de pessoa física como amicus curiae, tendo em vista a existência do interesse em concreto na ação. O amicus curiae tem que ser representante de uma coletividade. § 1º (VETADO) § 2º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. Amicus curiae Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 11 Art. 8º Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 15 dias. Art. 9º Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. § 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. § 2º O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição. § 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas no prazo de 30 dias, contado da solicitação do relator. Manifestação: Prazo sucessivo. 1º 10 dias AGU 2º 10 dias PGR Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 12 Seção II Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade Requisitos gerais da medida cautelar - MECA: Periculum in mora: risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação. Caso não seja concedida a cautelar, o provimento final vai ser inefetivo ou os efeitos serão graves, difíceis de serem reparados, seja pela impossibilidade fática, seja pela onerosidade excessiva. Fumus boni iuris: alto grau de probabilidade do direito invocado. Muito provavelmente a decisão será favorável ao autor. O STF, via de regra, exige os pressupostos legitimadores da medida cautelar: a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora). Nos termos da jurisprudência do STF (ADI 3401/2005): “A análise dos requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora para a concessão de medida liminar em sede de controle abstrato de constitucionalidade admite maior discricionariedade por parte do STF, com a realização de verdadeiro juízo de conveniência política da suspensão da eficácia.” Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias. Decisão de medida cautelar Quórum de Instalação (para discutir se cabe MECA) Quórum de decisão (para decidir de fato se cabe MECA) Maioria qualificada (8 ministros) Maioria absoluta (6 ministros) § 1º O RELATOR, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 dias. § 2º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. § 3º Em caso de EXCEPCIONAL URGÊNCIA, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Liminar: Prazo comum de 3 dias (AGU e PGR). Liminar inaudita altera pars Medida cautelar MECA Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos13 Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de 10 dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. § 1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. Medida cautetar em controle concentrado Decisão definitiva em controle concentrado Eficácia contra todos Eficácia contra todos Regra: ex nunc (não retroage) Regra: ex tunc (retroage) Exceção: ex tunc (retroage). Exceção: ex nunc (não retroage) – aplicação da modulação de efeitos. § 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. O efeito repristinatório em sede de cautelar ocorre apenas na ADI, tendo em vista que na ADC essa decisão não torna aplicável a legislação anterior, pois a norma foi declarada, de forma liminar, como constitucional, portanto, ainda aplicável. Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de 10 dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de 5 dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. Erga omnes + Ex nunc (regra) Efeito repristinatório Com liminar e relator manda direto ao Tribunal: Prazo sucessivo 1º AGU 5 dias 2º PGR 5 dias Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 14 Capítulo II-A Da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão A incompatibilidade entre a conduta positiva exigida pela constituição e a conduta negativa do Poder Público omisso configura-se na chamada inconstitucionalidade por omissão. Nos termos do STF, “se o Estado deixar de adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da Constituição, em ordem a torná-los efetivos, operantes e exequíveis, abstendo-se, em consequência, de cumprir o dever de prestação que a Constituição lhe impôs, incidirá em violação negativa do texto constitucional.” Desse não fazer (non facer ou non praestare) resulta a inconstitucionalidade por omissão. Em termos simples: a Constituição manda o legislador editar uma norma. Essa norma constitucional chama-se norma de eficácia limitada, limitada porque depende de uma lei para tornar a norma constitucional aplicável ao caso concreto. O legislador, apesar de um razoável prazo dado, não edita a norma. Então há possibilidade de ingressar com uma ADIO para fazer com que essa norma seja editada. Previsão constitucional Art. 103, § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Poder competente Órgão administrativo STF dará ciência para adoção das providências necessárias. Deve adotar as providências cabíveis em 30 dias. A ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma inovação na CF/88. No final dessa lei foi inserida uma tabela comparativa entre a ADIO e o mandado de injunção - MI (não deixe de estudar). A omissão a ser sanada pela ADIO pode ser parcial ou total. ESPÉCIES DE OMISSÃO Total Parcial Omissão parcial propriamente dita Omissão parcial relativa Não há norma regulamentadora para tornar efetiva a norma de eficácia limitada. Há norma regulamentadora para tornar efetiva a norma de eficácia limitada, mas essa regulamentação é deficiente, pois insuficiente. Há norma regulamentadora para tornar efetiva a norma de eficácia limitada, mas essa regulamentação é deficiente, pois concede o benefício da norma apenas a uma categoria, excluindo outras. Exemplo: Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; Não há referida lei. Exemplo: Art. 7º. IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; O disposto na norma é atendido, mas de forma inecifiente. Exemplo: Súmua Vinculante 37/2014: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. A edição da súmula foi justamente evitar que decisões judiciais aumentassem o salário de uma categoria, sem conceder para outras. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 15 Exemplo recente de ADIO: O art. artigo 5º, XLI da CF/88 determina que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”. Acontece que referida lei não foi editada para punir atos atentatórios à orientação sexual e à identidade de gênero. Existe a lei 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, abrangendo “os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.” Veja que a lei excluiu a discriminação em razão da orientação sexual. O STF, na ADIO 26, julgada em 2019, reconheceu o estado de mora inconstitucional e determinou que seja cientificado o STF para a colmatação (preenchimento) do estado de mora constitucional. Enquanto a lei não for editada, o STF utilizou a técnica de interpretação conforme à Constituição para criminalizar as condutas homofóbicas e transfóbicas, nos termos da Lei 7.716/1989 (Lei do Racirsmo), até que seja editada a lei penal específica pelo Congresso Nacional. Procedimento – regra: mesmo da ADI. Procedimento – especial: Cabe fungibilidade entre ADI e ADIO. Lembrando que cabe fungibilidade entre ADI e ADC e entre ADI e ADPF. Não cabe fungibilidade entre ADI e MI. A petição inicial deverá mencionar a omissão. Efeitos da cautelar (ver Bloco - Comparativos - ADI, ADC, ADIO, ADPF e ADI Interventiva). Seção I Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade. PROPONENTES DA ADIO = ADI + ADC Art. 12-B. A petição indicará: I - a OMISSÃO inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa; II - o PEDIDO, com suas especificações. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão. Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 16 Parágrafoúnico. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá desistência. Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições constantes da Seção I do Capítulo II desta Lei. Na ADIO, aplica-se no que couber os requisitos de admissibilidade e do procedimento da ADI. § 1º Os demais titulares referidos no art. 2º desta Lei poderão manifestar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem como apresentar memoriais. § 2º O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. § 3º O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações. Seção II Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. Decisão de medida cautelar - ADIO Quórum de Instalação (para discutir se cabe MECA) Quórum de decisão (para decidir de fato se cabe MECA) Maioria qualificada (8 ministros) Maioria absoluta (6 ministros) § 1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do suspensão do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de suspensão de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. § 2º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 dias. AGU – 15 dias PGR – 15 dias (se não for o autor) Medida liminar Agravo no prazo de 15 dias. Medida possíveis na liminar Liminar ADIO: PGR 3 dias (AGU não tem). Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 17 § 3º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. Art.12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União, a parte dispositiva da decisão no prazo de 10 (dez) dias, devendo solicitar as informações à autoridade ou ao órgão responsável pela omissão inconstitucional, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I do Capítulo II desta Lei. Seção III Da Decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. § 1º Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. Poder competente Órgão administrativo STF dará ciência para adoção das providências necessárias. Deve adotar as providências cabíveis em 30 dias. STF apenas declara que o Poder está em mora, sem estabelecer um prazo. - Em se tratando do Legislativo, o STF apenas dá a ciência para o órgao realizar as provicências necessárias, sem estabelecer um prazo e sem realizar ato prestacional para sanar a omissão. No entanto, na ADIO 26 (criminalização da homofobia) a Corte adotou a teoria concretista direta, geral e com efeito vinculante. O STF reconheceu o “estado de mora inconstitucional do Congresso Nacional na implementação da prestação legislativa destinada a cumprir o mandado de incriminação a que se referem os incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição, para efeito de proteção penal aos integrantes do grupo LGBT;”. Nesse caso, o STF, apesar da ciência ao CN, não deu nenhum prazo para o órgão sanar a omissão. E o que aconteceu? A Corte aplicou a técnica de interpretação conforme a Constituição e determinou a criminalização da homofobia nos moldes da Lei 7.716/89 (Lei do Racismo), até que o CN edite norma criminalizando o ato. § 2º Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei. Poder competente Órgão administrativo Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 18 CAPÍTULO III DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE A ADC foi introduzida pela EC 03/1993. Toda lei, em tese, possui presunção relativa (juris tantum) de constitucionalidade, tendo em vista que passa por um processo prévio de controle no legislativo, em especial, pela Comissão de Constituição e Justiça. O objetivo da ADC é transformar a presunção relativa (juris tantum) em presunção asboluta (jure et de jure) de constitucionalidade. ADC transforma juris tantum em jure et de jure. O efeito da ADC, assim como ocorre na ADI, vincula os demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública, no entanto, não vincula o próprio STF, que pode alterar seu entedimento. Cabe ressaltar que se uma ADI for julgada improcedente (efeito dúplice), a norma objeto do controle também passa a ter presunção absoluta de constitucionalidade. Procedimento - regra: é o mesmo da ADI, tendo em vista o caráter ambivalente ou dúplice da ADI e ADC. Procedimentos especiais: Não há necessidade de manifestação do AGU. Pedro Lenza defende que pelo caráter ambivalente das duas ações, deveria o AGU também se manifestar. Requisito extra da petição inicial: controvérsia judicial relevante. Diferença de efeitos na concessão da cautelar (ver tabela comparativa). LEGITIMADOS Redação original da Lei 9.868/1999 Alteração promovida pela EC 45/2004 e alterou a Lei 9.868/1999 ADI interventiva ADC ADI, ADC, ADIO e ADPF Presidente da República Mesa da Câmara dos Deputados Mesa do Senado Federal - - Procurador-Geral da República - - - - Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Mesa de AL ou a Mesa da CL do DF; Governador de Estado ou do DF; Procurador-Geral da República; CFOAB; Partido político com representação no CN; Confederação sindical Entidade de classe de âmbito nacional. Procurador-Geral da República - - - - Seção I Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Declaratória de Constitucionalidade Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal: I - o Presidente da República; II - a Mesa da Câmara dos Deputados; III - a Mesa do Senado Federal; IV - o Procurador-Geral da República. A EC 45/2004 ampliou o rol de legitimados. Os legitimados a propor a ADI, são os mesmos legitimados a propor a ADC, ADIO e ADPF. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 19 Art. 14. A PETIÇÃO INICIAL indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido; II - o pedido, com suas especificações; III - a existênciade controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos necessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de constitucionalidade. Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. Art. 17 - Vetado Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência. Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de constitucionalidade. Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao Procurador-Geral da República, que deverá pronunciar-se no prazo de 15 dias. Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. § 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. § 2º O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição. § 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas no prazo de 30 dias, contado da solicitação do relator. Agravo no prazo de 15 dias. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 20 Seção II Da Medida Cautelar em Ação Declaratória de Constitucionalidade Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de 10 dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de 180 dias, sob pena de perda de sua eficácia. CAPÍTULO IV DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros. Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido. Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória. EFEITO DÚPLICE Declarada a norma constitucional Declarada a norma inconstitucional ADI – improcedente ADC - procedente ADI – procedente ADC - improcedente Efeito dúplice ou ambivalente da ADI e ADC Medida liminar Com liminar, deve julgar em 180 dias. Quórum de instalação: 8 ministros Quórum de decisão: 6 ministros Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 21 Efeito repristinatório tácito Se o STF declarar a inconstitucionalidade com efeitos retroativos (ex tunc), a legislação anteriormente revogada voltará a produzir efeitos (efeito repristinatório), desde que compatível com a Constituição. A inconstitucionalidade torna a norma nula de pleno direito, nesse caso, uma lei nula não pode revogar uma lei válida. É como se a norma nula nunca tivesse existido. Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato. Art. 26. A DECISÃO que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é IRRECORRÍVEL, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. Decisão de constituicionalidade ou inconstitucionalidade Irrecorrível. Cabe embargos declaratórios. Não pode ser objeto de ação rescisória. Segundo STF (ADI 2791): É cabível a oposição de embargos de declaração para fins de modulação dos efeitos de decisão proferida em ação direta de inconstitucionalidade, ficando seu acolhimento condicionado, entretanto, à existência de pedido formulado nesse sentido na petição inicial. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 22 Art. 27. Ao DECLARAR a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Efeitos da decisão REGRA Exceção Ex tunc. Pode ocorrer a modulação de efeitos: Ex tunc, mas sem retroagir à origem; Ex nunc, a partir da decisão; Pro futuro. Apesar da modulação de efeitos ser um instituto próprio das ações de controle concentrado, o STF vem admitindo, de forma excepcional, a sua utilização em sede de controle difuso-concreto, em especial, no julgamento de recursos extraordinários, tendo como fundamento razões de segurança jurídica ou de interesse social.1 O Supremo Tribunal Federal também admite a modulação de efeitos no controle de recepção de normas pré-constitucionais (AI 582280). 2 “Não parece haver dúvida de que, tal como já exposto, a limitação de efeito é decorrência do controle judicial de constitucionalidade, podendo ser aplicado tanto no controle direto quanto no controle incidental”. 3 Nos termos da jurisprudência do STF (AI 641.798): “Em princípio, a técnica da modulação temporal dos efeitos da decisão reserva-se ao controle concentrado de constitucionalidade, em face de disposição expressa. Nao obstante, e embora em pelo menos duas oportunidaes o STF tem aplicado a técnica de modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade no controle difuso de constitucionalidade das leis, é imperioso que a presente Corte o fez em situações expremas, caracterizadas inequivocamente pelo risco à segurança jurídica ou intresse social.” 1 - BARROSO, Luís Roberto. Controle de constitucionalidade no direito brasileiro, p. 127. 1 - NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional2017 2 - http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo442.htm#transcricao1 3 - Curso de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco. – 11. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. – (Série IDP) página 1063 Art. 28. Dentro do prazo de 10 dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão. Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. Efeitos prospectivos ou modulação de efeitos (2/3) Eficácia erga omnes (contra todos), e efeito vinculante. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 23 Decisões que têm efeito vinculante: Ações de controle concentrado e abstrato: ADI, ADC, ADIO, ADPF; Interpretação conforme a Constituição realizadas pelo STF; Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto realizadas pelo STF; Declaração parcial de inconstitucionalidade com redução de texto (na verdade, é uma das hipóteses do resultado em uma ADI ou ADC); Súmula vinculante; Decisões em controle difuso realizadas pelo STF com declaração de efeito vinculante e erga omnes (abstrativização do controle difuso). EFEITOS DA DECISÃO Em relação às pessoas Em relação ao tempo Em relação aos órgãos Erga omnes (contra todos) Em regra, efeito ex tunc (retroage), mas pode usar modulação de efeitos. Demais órgãos do Poder Judiciárioe à Administração Pública federal, estadual e municipal. Do ato que contrariar a decisão do STF, cabe reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (art. 102, I, l, da CF/88). Nos termos do CPC/2015: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; V – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 24 CAPÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS Art. 29. O art. 482 do Código de Processo Civil fica acrescido dos seguintes parágrafos: "Art. 482. ........................................................................... § 1º O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado, se assim o requererem, poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade, observados os prazos e condições fixados no Regimento Interno do Tribunal. § 2º Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Constituição poderão manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação pelo órgão especial ou pelo Pleno do Tribunal, no prazo fixado em Regimento, sendo-lhes assegurado o direito de apresentar memoriais ou de pedir a juntada de documentos. § 3º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades." Art. 30. O art. 8º da Lei nº 8.185, de 14 de maio de 1991, passa a vigorar acrescido dos seguintes dispositivos: "Art.8º ............................................................................. I - ..................................................................................... ........................................................................................ n) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica; ....................................................................................... § 3º São partes legítimas para propor a ação direta de inconstitucionalidade: I- o Governador do Distrito Federal; II - a Mesa da Câmara Legislativa; III - o Procurador-Geral de Justiça; IV - a Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Distrito Federal; V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação no Distrito Federal, demonstrando que a pretensão por elas deduzida guarda relação de pertinência direta com os seus objetivos institucionais; VI - os partidos políticos com representação na Câmara Legislativa. § 4º Aplicam-se ao processo e julgamento da ação direta de Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios as seguintes disposições: I - o Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade; II - declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma da Lei Orgânica do Distrito Federal, a decisão será comunicada ao Poder competente para adoção das providências necessárias, e, tratando-se de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias; III - somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou de seu órgão especial, poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do Distrito Federal ou suspender a sua vigência em decisão de medida cautelar. § 5º Aplicam-se, no que couber, ao processo de julgamento da ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica as normas sobre o processo e o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal." Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 25 Regras particulares do processo de controle concentrado em relação a outras ações judiciais Inexistência de prazo recursal em dobro ou diferenciado para contesta ou interpor RE; Inexistência de prazo prescricional ou decadencial (enquanto existir o vício de inconstucionalidade, pode ajuizar a ação); Não cabe intervenção de terceiros (assistência jurídica, denunciação da lide, chamamento ao processo); Vedado a desistência da ação e de medida cautelar; Inexistência de recurso contra a decisão que declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei, exceto embargo declaratório; Não cabe ação rescisória para descontituir a sentença proferida em sede de controle concentrado; STF não está vinculado a causa de pedir (pode decidir além do que foi pedido, inclusive, declarando outra norma constitucional ou inconstitucional). No entanto, lembre-se, causa de pedir é um dos fundamentos obrigatórios da petição inicial, se não tiver, será considerada inepta. Embargo Declaratório – CPC 2015 Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. Inconstitucionalidade FORMAL / NOMODINÂMICA (dinâmico, tem M = formal) Vício no devido processo legislativoMATERIAL / NOMOESTÁTICA (material, tem E = estática) Vício de matéria, de conteúdo STF admite a fungibilidade entre ADI e ADO (pode ingressar com uma ADI e, faltanto pressupostos, receber como ADO). Ou o contrário. Cabe fungibilidade entre ADI e ADPF (pode ingressar com uma ADI e, faltando pressupostos, o STF receber como ADPF). Ou o contrário. STF entendeu inexistente a fungibilidade da ADO com o mandado de injunção, tendo em vista a diversidade de pedidos. Fungibilidade ADI e ADO ADI e ADPF Não há na ADIO e mandado de injunção. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 26 Quadro comparativo ADIO e MI ADIO Mandado de injunção Lei 9.8681/1999: a finalidade da ADIO é combater uma omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa. Art. 5º da CF/88: LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Combate o que a doutrina e o STF chama de síndrome de inefitividade das normas constitucionais. Combate o que a doutrina e o STF chama de síndrome de inefitividade das normas constitucionais. Objetivo é fornecer efetividade às normas constitucionais de eficácia limitada. Objetivo é fornecer efetividade às normas constitucionais de eficácia limitada. O controle é realizado de forma concentrada. O controle é realizado de forma difusa. Cabe liminar. Não cabe liminar. Processo constitucional objetivo. Processo constitucional subjetivo. Legitimidade ativa: Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; Partido político com representação no Congresso Nacional; Cconfederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Legitimidade ativa: MI individual: Qualquer pessoa cujo direito esteja inviabilizado pela ausência de norma regulamentadora. MI coletivo: Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; PP com representação no CN, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano (....). Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal . Efeitos erga omnes e ultrapartes. Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. § 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. § 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator. Quando a omissão é da Administração, o STF comunica e dá o prazo de 30 dias para sanar a omissão. Quando a omissão é do Legislativo, em sum função típica de legislar, o STF comunica, mas não há especificação de prazo legal. O STF, no entanto, vem dando prazos razoáveis (em uma ADIO já deu 2 anos). Legislador adotou com regra posição concretista intermediária geral, individual ou coletiva (Julgando procedente o mandado de injunção, o Judiciário fixa ao órgão omisso prazo para elaborar a norma regulamentadora. Se o órgão não elabora no prazo definido, o Judiciário decide. STF já adotou em alguns dos seus julgados a posição concretista direta (A concessão da ordem no MI “concretiza” o direito de forma direta, não dependendo da atuação do órgão omisso, até que a norma regulamentadora venha a ser regulamentada. É como se a decisão judicial fosse uma lei (judiciário como legislador positivo). Legitimados em comum da ADIO com o MI coletivo: PP com representação no CN, organização sindical e entidade de classe. Veja que associação não é legitimada na ADIO. Na ADIO é somente o PGR. Na MI é o MP.
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