Buscar

Planejamento e orçamento participativo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Planejamento e orçamento 
participativo
Apresentação
O Orçamento Participativo é um modelo que visa, de forma democrática, a escutar as opiniões dos 
diversos segmentos da sociedade acerca do orçamento. Dessa forma, é possível direcionar a 
alocação de recursos e buscar atender às reais demandas da população.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como funciona o processo de organização do 
planejamento do orçamento de um órgão público, ou seja, como é planejada a previsão de receitas 
e a alocação de recursos e despesas pelo viés participativo.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever a origem do orçamento participativo no Brasil.•
Analisar a legislação vigente do orçamento participativo e a sua aplicabilidade.•
Relatar as tendências do orçamento participativo.•
Desafio
A democracia é um termo muito usado pelos políticos em campanhas eleitorais. Há quem diga que 
ela nasceu em Atenas, na Grécia, sendo o termo utilizado para a forma de governo que 
caracterizava a administração política dos interesses coletivos dos habitantes das cidades-estado. 
Embora a democracia tenha perdido o seu espaço na Idade Média, ela reapareceu por volta do 
século 18, durante as revoluções burguesas que eclodiram no mundo ocidental.
Nos dias atuais, sabe-se que o recurso público vem dos tributos que todas as pessoas consumidoras 
pagam quando há a compra de uma casa, de um carro, ou até mesmo de um chiclete. Dessa forma, 
é a população que paga por essa conta.
Se é a população que paga, então não seria justo se a própria população escolhesse como o 
dinheiro deveria ser investido? É por isso que existe o Orçamento Participativo e as audiências 
públicas.
Veja a seguinte situação:
Você é gestor público de uma prefeitura municipal e, neste ano, recebeu a incumbência de 
organizar o Orçamento Público anual. Sabendo da importância da participação de todos, você 
decidiu fazer isso por meio de audiências públicas.
Para isso, é importante que haja um roteiro a ser seguido, e também que a população compareça na 
audiência.
a) Descreva como seria o roteiro dessa audiência.
b) Descreva o que você faria para despertar o interesse da comunidade em participar das 
audiências públicas.
Infográfico
A audiência pública é um instrumento de participação popular garantido pela Constituição Federal 
de 1988 e regulado por Leis Federais, Constituições Estaduais e Leis Orgânicas municipais. É um 
espaço onde os poderes Executivo e Legislativo ou o Ministério Público podem expor um tema e 
debater com a população. Podem ser assuntos como a formulação de uma política pública, a 
elaboração de um projeto de Lei ou ainda a realização de empreendimentos que podem gerar 
impactos à cidade, à vida das pessoas e ao meio ambiente.
No Infográfico a seguir, veja como o povo pode ter voz, por meio das audiências públicas, levando 
em consideração que essas são ferramentas para discussão de problemas, em que, de forma 
democrática, todos podem opinar, sendo muito utilizadas na elaboração de orçamentos 
participativos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para 
acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/4c6c6481-44e7-42da-81ab-d6650e64403f/f297d81d-9f5a-47a4-98c2-bc76fc166bc2.png
Conteúdo do livro
O Brasil é um exemplo de país em que a redemocratização e a descentralização caminharam juntas. 
Desde 1988, com a promulgação da Constituição Federal, os cidadãos têm seus direitos de 
participação popular assegurados. No que se refere à descentralização, busca-se aproximar o 
governo da comunidade por meio da conciliação de demandas coletivas e individuais, além de 
aumentar a governança. Sendo assim, o Orçamento Participativo um exemplo de descentralização 
na gestão.
Leia o capítulo Planejamento e Orçamento Participativo, da obra Planejamento e orçamento público, 
e conheça um pouco mais sobre como é organizado um Orçamento Participativo, ferramenta que 
democratiza o processo de alocação de recurso públicos. Veja, ainda, como funciona o processo de 
audiências públicas e os resultados que geram.
Boa leitura!
PLANEJAMENTO E 
ORÇAMENTO 
PÚBLICO 
Luciane Rosa de Oliveira
Planejamento e orçamento 
participativo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever a origem do orçamento participativo no Brasil.
  Analisar a legislação vigente do orçamento participativo e sua 
aplicabilidade.
  Relatar as tendências do orçamento participativo. 
Introdução
Neste capítulo, você vai compreender como funciona o orçamento 
participativo dentro das organizações públicas, nas esferas municipal, 
estadual e federal. O orçamento é uma importante ferramenta que auxilia 
no planejamento das ações a serem executadas em um determinado 
período. Nele, são determinadas as receitas e as despesas públicas, ou 
seja, a entrada de recursos e como eles devem ser aplicados.
Ainda acerca desse tema, você vai compreender a importância do 
orçamento participativo, aquele em que as pessoas, entidades, sindicatos 
e associações podem opinar no momento do planejamento. Esse tipo 
de orçamento tem como objetivo aproximar a população do poder 
público, para discutir, fomentar ideias e pensar juntos sobre onde se quer 
chegar, considerando como o indivíduo enxerga sua cidade e seu estado 
a curto, médio e longo prazo. Trata-se de um momento de reflexão e 
construção coletiva. 
Orçamento participativo no Brasil
Podemos entender que orçamento é uma ferramenta de planejamento para 
empresas tanto do setor público quanto do setor privado, que auxilia na defi -
nição de suas ações e na organização de recursos. Bezerra Filho (2013, p. 5) 
conceitua orçamento público da seguinte forma:
Ferramenta legal de planejamento do Ente Federativo (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios) onde são projetados os ingressos e os gastos orça-
mentários que serão realizados em um determinado período, objetivando a 
execução dos programas e ações vinculados às políticas públicas, bem como as 
transferências constitucionais, legais e voluntárias, os pagamentos de dívidas 
e outros encargos inerentes às funções e atividades estatais.
Ou seja, é aquela ferramenta destinada às empresas do setor público (união, 
estados e municípios) que projeta todos os gastos públicos, assim como as 
despesas, em um determinado período, a fim de atender a programas e ações 
vinculadas às políticas públicas, inerentes às atividades estatais. Também no 
orçamento estipulam-se as transferências legais, constitucionais e voluntárias 
e os pagamentos de dívidas e encargos. 
Como o governo planeja essas ações? Ele deve planejar sozinho? Observe 
que o setor público tem diversos setores, como saúde, educação e segurança. 
O governo é complexo e apresenta muitos problemas. Mesmo que ele apresente 
bons resultados em suas ações, ele não consegue ter a mesma visão que uma 
pessoa que está recebendo as consequências dessas ações no dia a dia, aquela 
que vivencia os problemas. 
Dessa forma, visando a atender a essa demanda tendo como base a visão das 
pessoas, das entidades e das associações, foi criado o orçamento participativo, 
com o objetivo de permitir que todos opinem. Isso exige que o governo se una 
a um grupo de pessoas e às entidades que fazem parte desse contexto, para 
que possam planejar juntos as ações e soluções para os diferentes desafios 
que determinado grupo enfrenta.
Acesse o link a seguir e aprenda sobre o orçamento participativo de uma forma menos 
formal, assistindo ao vídeo animado organizado pela prefeitura de Piedade.
https://qrgo.page.link/DpaC4
Planejamento e orçamento participativo2
O orçamento participativo, segundo Bezerra Filho (2013), tem como carac-
terística a participação das comunidades de forma efetiva e direta na escolha e 
na proposta orçamentária de governo. Entidades como conselhos, associações, 
sindicatos ou grupos de moradores se sentemouvidas na elaboração de metas, 
podendo apontar quais programas são prioritários. Essa mobilização visa a uma 
gestão democrática, fazendo com que a gestão pública atenda aos verdadeiros 
interesses sociais, uma vez que a população que vivencia o problema sabe 
objetivamente quais são as suas demandas e qual é a sua urgência.
O orçamento participativo visa à colaboração, à participação e à gestão 
democrática a partir de vários olhares sobre o mesmo tema, com foco no 
trabalho em equipe e com a complementação de especialistas no processo de 
comunicação entre os envolvidos. Trata-se de um trabalho coletivo, que não 
se atém apenas à visão tecnicista, mas também à visão da população que vai 
ser atendida. O planejamento participativo conta com elaboração, execução 
e avaliação em conjunto.
Esse processo é inclusivo e democrático. Nele, existem várias concepções 
de um todo, contando com a participação dos diferentes segmentos da comu-
nidade. Apresenta diversidade de ideias e pluralidade, a partir de um processo 
coletivo que fica acima de um viés individual. Esse processo não pode ser 
instrumento manipulado. É necessária a participação da população desde o 
início, desde o planejamento e o levantamento de demandas, verificando-se 
também se a população será realmente ouvida. Os governantes não conseguem 
ter uma visão do todo e precisam da participação da comunidade.
Pode-se destacar algumas vantagens do orçamento participativo, conforme 
elencado por Pires (2001):
  Quando as pessoas participam, criam a situação de compromisso, ou 
seja, sentem-se responsáveis, pois são parte do processo do construir 
coletivo. São como donas do projeto.
  A participação popular possibilita o controle e a vigilância sobre os 
gastos públicos e sobre como os órgãos planejam e executam seu or-
çamento, garantindo transparência no processo.
  A participação da comunidade melhora os projetos. A administração tem 
uma visão; já a pessoa que vive na comunidade tem o conhecimento de 
quem usa os serviços públicos no dia a dia. Isso ajuda na melhoria da 
qualidade técnica. Com o orçamento participativo, a política se junta ao 
cidadão, que conhece a realidade e aponta onde os recursos devem ser 
alocados; os especialistas (técnicos), por sua vez, buscam as melhores 
alternativas para o gasto do dinheiro público.
3Planejamento e orçamento participativo
O orçamento participativo apresenta três vantagens principais, que podemos definir 
como responsabilidade, transparência em todo o processo e melhoria de ações, 
por meio da participação de todos.
A Constituição Federal de 1988 conta com mais de 50 dispositivos assecu-
ratórios da participação popular na gestão pública, como forma de fortalecendo 
a ideia de democracia em todo o processo de gestão. O termo orçamento 
participativo ficou conhecido em meados dos anos 1980, tendo o processo o 
objetivo de “[...] centralizar o planejamento participativo no horizonte em curto 
prazo e utilizar a experiência como instrumento de gerência tanto de recursos 
materiais como de recursos de poder”, conforme define Pires (2001, p. 41). 
Lima (2010, documento on-line) afirma que o orçamento participativo 
passou por experimentações. 
No período de 1975 a 1986 se desenvolveram as primeiras experiências brasi-
leiras de Orçamento Participativo, contemplando os municípios de Piracicaba 
(SP), Lajes (SC), Campinas (SP), Vila Velha (ES), Boa Esperança (ES), Rio 
Branco (AC), Toledo (PR), Prudente de Morais (MG), Juiz de Fora (MG) e 
Pelotas (RS). Elas, ao mesmo tempo que atenderam a um objetivo específico 
— a participação social na elaboração dos orçamentos dessas localidades 
—, serviram de impulso ao exercício da democracia participativa, sob outras 
formas.
Bezerra Filho (2013) afirma que, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, as 
experiências com orçamento participativo foram vitoriosas em matéria de 
participação popular na elaboração e fiscalização do orçamento. Pires (2001) 
afirma que esse tipo de orçamento teve início em prefeituras municipais, 
visando a disseminar o viés democrático na escolha, com ênfase nos interesses 
populares.
A legislação do orçamento participativo
Os cidadãos têm direitos e deveres. O Estado, em suas funções, precisa atender 
às demandas da população. Para isso, ele se utiliza de recursos, oriundos dos 
Planejamento e orçamento participativo4
tributos. Ou seja, a população, de maneira geral, fi nancia as ações do Estado 
pagando seus impostos. 
Conforme aponta Lima (2010), surge, assim, um “pacto” entre a população 
e o Estado. O cidadão tem o dever de acompanhar a gestão desses recursos 
ao lado dos poderes públicos, por meio de propostas para a formulação de 
políticas públicas que atendam à população, fiscalizando desde o planejamento 
até o controle e a execução orçamentária.
A Constituição de 1988 estabelece instrumentos de democracia participativa. Dessa 
forma, fica atribuído como dever dos cidadãos participar efetivamente das políticas 
públicas, visando ao bem comum. A ideia era que a promulgação da Constituição 
situasse a cidadania como um dos pilares do novo ordenamento. Todo cidadão tem 
direito à participação política, à audiência pública, à fiscalização da publicidade dos 
atos administrativos, à participação no processo decisório por meio dos conselhos, 
entre outros direitos. Dessa forma, o orçamento participativo não é uma política de 
determinado partido, mas, sim, um direito assegurado desde a CF de 1988. Para saber 
mais sobre a CF/1988, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/31BJU
De que forma o cidadão consegue participar de forma efetiva do orçamento 
participativo? Uma forma prevista na CF são as audiências públicas, que são 
um espaço de discussão entre a comunidade, de forma legítima e democrá-
tica. Nas audiências públicas, são propostas ações entre os diferentes entes 
da sociedade, que auxiliam na tomada das decisões por parte dos gestores 
públicos. Nesse espaço, todos possuem o mesmo direito de opinião, sendo 
que os diferentes segmentos da sociedade civil podem participar, como asso-
ciações comunitárias, conselhos e sindicatos. Esse tipo de evento precisa ser 
organizado e pautado para o bem comum e o compromisso com o interesse 
coletivo, conforme destaca Lima (2010).
Por meio das audiências públicas, são identificadas as necessidades de cada 
região, com diferentes lideranças da sociedade civil, e os gestores apresentam 
os recursos e apontam onde podem ser alocados. Antes de ser aprovado o 
orçamento público, este é enviado para o Poder Legislativo, onde é apreciado 
e discutido com a sociedade ali representada. Embora não seja uma regra, as 
5Planejamento e orçamento participativo
audiências públicas são as preferidas no momento da realização da discussão 
acerca do orçamento. O que é discutido na audiência pública não tem poder 
vinculante, mas, de qualquer modo, pesa em vários aspectos, como na definição 
de projetos, programas e ações que vão compor a Lei Orçamentária Anual.
Orçamento participativo na prática 
Embora não exista apenas uma regra para a construção do orçamento partici-
pativo, existem alguns passos que devem ser seguidos para sua organização, 
sendo eles:
1. realização das assembleias locais e setoriais;
2. realização das reuniões nas câmaras municipais;
3. organização de um comitê;
4. avaliação do processo.
As assembleias locais e setoriais são momentos em que o poder executivo 
(prefeito) fala do que foi realizado e que não existia no período anterior, 
apresentando, assim, seu planejamento, a partir de um plano de investimentos 
e das regras do processo do orçamento participativo, conforme Lima (2010). 
São escolhidos os representantes populares, membros da comunidade deno-
minados delegados, que podem ser locais e setoriais. Estes são eleitos (ou 
designados) com base em critérios estabelecidos no conjunto de regras. Após 
essa escolha, são organizadas reuniões locais e setoriais entre os delegados e 
as comunidades, podendo ocorrer sem a presença dasautoridades, se assim 
desejarem. Nessas reuniões, os participantes decidem os projetos prioritários 
que serão executados.
Após as discussões sobre o tema, os líderes se encontram na Câmara de 
Vereadores — afinal, quem aprova o orçamento participativo são os vereadores. 
Nesse encontro, o Comitê do Orçamento Participativo entrega ao prefeito a lista 
de projetos prioritários, que foram definidos com a participação dos cidadãos. 
A partir daí, de forma conjunta, o Comitê do Orçamento Participativo e o 
município realizam o desenho da matriz orçamentária, sendo, então, criado 
o plano de investimento. Este é compartilhado com a população e publicado, 
para ser usado no monitoramento e na verificação do cumprimento do que 
foi acordado. Uma vez concluído esse ciclo, que vai das primeiras reuniões 
nos bairros até a aprovação da matriz orçamentária, é feita a avaliação e o 
ajuste das regras do processo do orçamento participativo. As novas regras são 
usadas no ano seguinte. 
Planejamento e orçamento participativo6
Você sabia que tem direito a opinar sobre os recursos públicos e tem o dever de 
fiscalizar a destinação correta do dinheiro público? Além das audiências públicas, outra 
forma de participar é por meio do site da transparência pública. Todos os entes da 
federação são obrigados a publicitar suas contas, seus contratos e suas contratações. 
Para conferir o Portal da Transparência, do Ministério Público, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/FVDPr
Tendências do orçamento participativo
Sendo os municípios os entes mais próximos da população, é natural que sejam 
os mais cobrados. Nesse caso, o processo de orçamento participativo aplicado no 
município pode ser considerado como uma garantia para a concretude da demo-
cracia participativa, tendo em vista a proximidade geográfi ca entre a população 
que é gerida e o executivo (gestor), conforme aponta Lima (2010). Essa ideia vem 
ganhando espaço, e o orçamento participativo vem sendo cada vez mais aplicado 
em comunidades que buscam se aproximar da gestão do orçamento público.
O modelo de orçamento participativo possibilita a discussão acerca de vários 
problemas em inúmeras cidades do Brasil. Ele corresponde a um momento de 
reflexão sobre o orçamento público, o planejamento urbano e a construção das 
cidades, com a participação e o envolvimento das pessoas em geral, que, até 
então, eram excluídas do processo, como associações, sindicatos, entidades 
do terceiro setor e instituições sem fins lucrativos. O orçamento participativo 
vai ao encontro de prioridades sociais mais urgentes, antes renegadas nos 
projetos tecnocráticos, conforme aponta Costa (2005).
De forma legal, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº. 
101, de 4 de maio de 2000) aponta a importância do orçamento participativo 
como forma de diminuição dos problemas da gestão brasileira (BRASIL, 2000). 
Conforme Silva et al. (2010, documento on-line), isso ocorre com base em
[...] dois aspectos: impulsiona maior controle e transparência das políticas 
públicas, e coloca a população para participar da escolha e fiscalização da 
execução de tais políticas. Assim, o OP vem propiciando a melhoria da situação 
financeira, econômica e social dos municípios em que é implementado.
7Planejamento e orçamento participativo
Um aspecto importante a ser salientado como tendência na aplicação do 
orçamento participativo é o acesso à informação, por meio da tecnologia. Com 
o aumento da tecnologia, as mudanças nas formas de se comunicar e participar 
e a facilidade de acesso à informação, a transparência na prestação de contas 
de órgãos públicos passa a ser uma realidade. Com isso, o orçamento público 
sem a participação do povo torna-se, muitas vezes, alvo de críticas, devido à 
ineficácia de suas ações, que não levam a visão da comunidade em conside-
ração. Nesse sentido, o orçamento participativo passa a ser uma ferramenta 
de gestão essencial, devendo ser usado quando possível na realidade de cada 
município. Essa ferramenta fortalece a democracia e é uma forma de a admi-
nistração local consolidar a participação popular e ouvir o que a população 
tem a dizer. O orçamento participativo articula a comunidade e “quebra” a 
cultura monopolizadora tecnicista de orçamentos realizados isoladamente, 
dentro dos gabinetes, sem a participação popular, conforme afirma Lima (2010).
Portanto, a participação, mais do que uma “moda”, deve ser um requisito 
para a democratização do processo de alocação de recursos e a promoção da 
autorresponsabilidade nas comunidades. Em essência, para a organização 
pública, o orçamento participativo é uma excelente ferramenta para um bom 
planejamento estratégico. Se for feito sem a participação da comunidade, o 
orçamento público se tornará apenas uma peça burocrática. 
A cidade de Porto Alegre conta com orçamento participativo desde o ano de 1989. 
Acesse o link a seguir e saiba mais sobre a aplicação desse processo na capital gaúcha.
https://qrgo.page.link/TP2Tq
Planejamento e orçamento participativo8
BEZERRA FILHO, J. E. Orçamento aplicado ao setor público: abordagem simples e objetiva. 
2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
BRASIL. Lei Complementar no. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças 
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. 
Diário Oficial da União, 5 maio 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/LCP/Lcp101.htm. Acesso em: 23 jul. 2019.
COSTA, F. D. A. Orçamento participativo: a institucionalização da participação popular 
no controle do orçamento público. O município de Campina Grande – PB. 2005. 
Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano) - Faculdade de Arquitetura e Urba-
nismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2005. Disponível em: http://repositorio.unb.
br/handle/10482/6624. Acesso em: 23 jul. 2019.
LIMA, J. O. A obrigatoriedade do orçamento participativo no Município: a (não) 
efetividade em discussão. Jus.com.br, 2010. Disponível em: https://jus.com.br/
artigos/17559/a-obrigatoriedade-do-orcamento-participativo-no-municipio. Acesso 
em: 23 jul. 2019.
PIRES, V. Orçamento participativo: o que é, para que serve, como se faz. Barueri: Manole, 
2001.
SILVA, L. I. S. et al. O orçamento participativo e alei de responsabilidade fiscal. Sitientibus, 
n. 43, p. 125-141, 2010. Disponível em: http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/43/1.7_o_or-
camento_participativo.pdf. Acesso em: 23 jul. 2019.
Leitura recomendada
CAMPOS, P. S.; SILVEIRA, N. Orçamento participativo de Porto Alegre: 25 anos. Porto Ale-
gre: Editora da Cidade, 2015. E-book. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/
pmpa/prefpoa/observatorio/usu_doc/livro_orcamento__participativo_de_porto_ale-
gre_-_25_anos.pdf. Acesso em: 23 jul. 2019.
9Planejamento e orçamento participativo
Dica do professor
Apesar de a Constituição Federal garantir a participação popular, muito pouco tem sido feito de 
fato. É então que surge o Orçamento Participativo, que reconhece a influência de grupos antes 
excluídos sobre as políticas públicas, proporcionando, assim, o acesso aos serviços urbanos básicos. 
Todo um processo é realizado por meio de uma atividade cíclica, começando com a discussão sobre 
o tema, indo para o desenvolvimento das propostas, avaliação técnica, votação e execução.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer como funciona o Orçamento Participativo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/262c4b0ed43bd155f0ea3a159e9e2f3a
Exercícios
1) Orçamento Participativo é um mecanismo que permite aos cidadãos influenciar ou decidir 
sobre os orçamentos públicos. Geralmente, isso acontece com o orçamento de 
investimentos de prefeituras municipais, por meio de processos da participação da 
comunidade.
Sobre o Orçamento Participativo, é correto afirmar que:
A) O Orçamento Participativo visa à construção coletiva apenas dos vereadorese do prefeito.
B) Visa, por meio de um processo democrático, à discussão acerca do planejamento das ações 
dos entes.
C) O Orçamento Participativo é uma coisa partidária.
D) É feito por tecnicistas.
E) O Orçamento Participativo é feito no executivo municipal.
2) Existem espaços para a discussão dentro da política pública para elaboração de projetos de 
lei e para a realização de empreendimentos que podem gerar impactos à cidade, à vida das 
pessoas e ao meio ambiente. Essa assertiva faz referência às audiências públicas que podem 
ser feitas depois da implantação de políticas, para discussão e avaliação de seus resultados e 
impacto.
Com relação às audiências públicas, é correto afirmar:
A) São espaços usados pelos políticos para demonstrar a opinião deles.
B) Não devem ser realizadas, porque nas audiências públicas existe a pluralidade de ideias.
C) São propostas ações por diferentes líderes da sociedade civil.
D) Apenas quem é do sindicato e da associação pode participar das audiências públicas.
E) Visa à discussão democrática sobre temas relevantes para a população.
No processo de Orçamento Participativo, o governo consulta a população, a partir de 
reuniões abertas à sociedade, sobre as suas demandas prioritárias e o que incluir na Lei 
3) 
Orçamentária Anual.
Com relação à operacionalização do Orçamento Participativo, é incorreto afirmar:
A) É realizado por meio de discussões, preferencialmente por audiências públicas.
B) Visa, de forma democrática, a discutir a alocação de recursos.
C) Por meio do Orçamento Participativo discute-se os recursos da Lei Orçamentária Anual.
D) A população pode discutir a alocação de recurso, mas deve se omitir na fiscalização.
E) Visa à autorresponsabilidade da população com relação ao uso do recurso público.
4) A implementação do Orçamento Participativo surgiu com a redemocratização e a 
promulgação da Constituição de 1988, quando foi estimulada a participação popular na 
definição de políticas governamentais por intermédio da criação dos Conselhos Setoriais de 
Políticas Públicas como espaços de controle social.
Sobre Orçamento Participativo, é incorreto afirmar que:
A) Visa à melhoria das ações.
B) Gera o sentimento de autorresponsabilidade na população participante.
C) Os participantes das audiências públicas devem ser especialistas no assunto.
D) É democrático, plural, pois todos podem participar opinando.
E) Produz a ideia de transparência nas ações públicas.
5) Em cada município em que o Orçamento Participativo é executado podem haver diferentes 
metodologias em suas assembleias. Elas podem ser realizadas em sub-regiões municipais, 
bairros ou distritos, em discussões temáticas e/ou territoriais, elegendo também delegados 
que representarão um tema ou território nas negociações com o governo.
Com relação à tendência do Orçamento Participativo com relação aos municípios, é correto 
afirmar que:
A) Devido à proximidade entre os gestores e a população, fica mais fácil a realização das 
audiências públicas, facilitando, assim, o processo do Orçamento Participativo.
B) O Orçamento Participativo auxilia na criação da Lei Orçamentária Anual.
C) Os gestores federais realizam as audiências públicas para alocação dos recursos de forma 
democrática.
D) A democratização da informação é um entrave para os municípios para a realização dos 
Orçamentos Participativos.
E) A política partidária é essencial para a realização das audiências públicas municipais. 
Na prática
No final dos anos 1980, muitos governos locais introduziram mecanismos de incentivo à 
participação das comunidades no processo decisório das políticas públicas locais. Parece haver um 
consenso de que políticas participativas são um objetivo virtuoso para os países do chamado 
Terceiro Mundo, especialmente os recém-democratizados.
Para compreender melhor sobre os mecanismos de participação popular, que é o Orçamento 
Participativo, conheça a história do Samuel. Ele reside no município de Califórnia do Sul e é muito 
atuante, participando de assembleias, incentivando a população a fiscalizar o que é feito com o 
dinheiro público.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/75fdaf43-4206-4a33-bf02-c7be4f691fc1/131c4f7d-b1f1-4e44-ad08-192ea208871d.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Participação e representação nos conselhos gestores e no 
Orçamento Participativo
Você conhece os conselhos gestores e os Orçamentos Participativos (OPs)? Eles são referências 
centrais de experiências participativas no país, dando impulso ao desenvolvimento de um debate 
teórico sobre participação política e democracia, o que amplia, sobremaneira, uma concepção de 
política voltada estritamente para o campo de ação exclusivo dos representantes políticos que 
orientam as suas estratégias e escolhas políticas a partir do jogo eleitoral. Quer saber mais? Leia 
este artigo!
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Orçamento Participativo
Você sabe que todos podem ser ouvidos no Orçamento Participativo, não é mesmo? Que tal 
conhecer o perfil das pessoas que votam em um Orçamento Participativo? Acesse o site e saiba 
mais!
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Construção e consolidação de instituições democráticas: o papel 
do Orçamento Participativo
Várias experiências têm sido desenvolvidas para aumentar a participação dos cidadãos no processo 
decisório de políticas públicas, em especial as de abrangência local. Uma dessas experiências é a do 
Orçamento Participativo. Este artigo analisa a literatura sobre o tema, particularmente relativa às 
experiências de Porto Alegre e de Belo Horizonte. Confira!
https://www.scielo.br/j/ccrh/a/kC9v3946Yp8NqgM8Vnnh8zQ/?format=pdf&lang=pt
http://www.observapoa.com.br/default.php?p_secao=52
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392001000400010&script=sci_arttext&tlng=es%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B

Mais conteúdos dessa disciplina