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DIREITO À DIFERENÇA E QUESTÕES ETNORRACIAIS

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21/08/2023, 16:04 wlldd_231_u3_pol_inc_aço_afi
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681234&atividadeDesc… 1/24
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INTRODUÇÃO
Nesta aula trataremos dos conceitos básicos que envolvem as questões étnico-raciais, com a �nalidade de
compreender o porquê da divisão das pessoas em raças e suas consequências. 
De início, é preciso ter em mente que se hoje se sabe que todos os seres humanos possuem direitos que lhe
são inerentes, no passado a situação era diferente. Foram muitos anos para se construir um sistema de
proteção que fosse capaz de reconhecer que todas as pessoas possuem os mesmos direitos e as mesmas
proteções e que não é possível negar a ninguém direitos básicos fundamentados em qualquer condição
pessoal, como raça, gênero, religião, entre outras. 
No entanto, é preciso compreender que, embora legalmente os indivíduos possuam os mesmos direitos, as
pessoas são diferentes entre si. Assim sendo, reconhecer essas diferenças é o primeiro passo para se entender
as políticas de inclusão e ações a�rmativas. 
Feitas essas considerações, bons estudos! 
DIVERSIDADE ÉTNICA E RACIAL
Aula 1
COLONIALISMO, RAÇA E RACISMO
Nesta aula trataremos dos conceitos básicos que envolvem as questões étnico-raciais, com a
�nalidade de compreender o porquê da divisão das pessoas em raças e suas consequências. 
32 minutos
DIREITO À DIFERENÇA E QUESTÕES
ETNORRACIAIS
 Aula 1 - Colonialismo, raça e racismo
 Aula 2 - As distintas expressões de racismo
 Aula 3 - Racismo e antirracismo no Brasil
 Aula 4 - Povos indígenas, ribeirinhos e meio ambiente
 Referências
143 minutos
21/08/2023, 16:04 wlldd_231_u3_pol_inc_aço_afi
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A constituição de grupos étnicos foi resultado tanto de eventos históricos como de contrastes culturais que
resultaram em um processo de geração e manutenção, tanto em termos biológicos como em termos de
compartilhamento de valores culturais, de combinação ou de interação.
Para Poutignat e Strei�-Fenart (1998), nos grupos étnicos seus membros se identi�cam e são identi�cados como
se constituíssem uma categoria diferenciável das demais categorias.
No entanto, no decorrer da história da humanidade é possível perceber a existência de dominação, quer
política, cultural ou histórica, entre essas relações interétnicas. Essa dominação, que decorreu das relações
assimétricas de poder, resultou em subordinação e exclusão de grupos e na formação de um padrão
predeterminado de identidade cultural e social, fenômeno o qual se denomina etnocentrismo.
Sumner (1950) conceitua etnocentrismo como a visão de um grupo como o centro de todas as coisas, de modo
que todos os demais são avaliados e classi�cados com base nas referências trazidas por ele.
Sob o ponto de vista etnocêntrico, ou seja, de uma humanidade universal, justi�caram-se diversas formas de
hierarquização, sendo a principal e mais importante aquela decorrente da expansão do domínio econômico e
militar da África e da Ásia pelos países europeus. Criou-se, assim, o que se denomina eurocentrismo, isto é, a
visão da Europa como centro de qualquer desenvolvimento humano, como subterfúgio de justi�car a
colonização e a escravidão dos povos nativos da África, Ásia, América e Oceania.
Do etnocentrismo adveio o racismo, caracterizando-se por ser uma derivação doutrinária baseada na divisão
dos seres humanos em raças e na existência de uma subespécie humana superior às demais.
Importante mencionar que, tanto do ponto de vista biológico como do ponto de vista genético, não existe a
separação dos seres humanos em raças, uma vez que o termo é utilizado para descrever um grupo com
características morfológicas homogêneas, o que não é o caso dos seres humanos, uma vez que só existe uma
raça: a humana.
Para Santos et al. (2010), a explicação para isso está no fato de que as diferenças mais aparentes entre os seres
humanos, tais como pigmentação da pele, textura do cabelo, formato do nariz e olhos, entre outros, são
insigni�cantes em termos genéticos.
Embora a classi�cação em raças seja rejeitada cienti�camente, o conceito raça passou a designar linhagem e
descendência, isto é, pessoas que possuem características físicas em comum por decorrerem de um ancestral
comum. A primeira classi�cação racial dos seres humanos foi feita por François Bernier, em 1684, com o
objetivo de classi�car as diferentes espécies humanas que habitavam a terra, tendo como base os grupos
�sicamente contrastados. Em 1758, Carl Von Linné apresentou sua taxonomia baseada em características físicas
e morais dos indivíduos, tendo como base, inclusive, a divisão dos continentes (MUNANGA, 2006). Na sequência,
em 1853, Joseph Arthur de Gobineau defendeu a superioridade da raça branca (BOLSANELLO, 1996), ou seja, a
hierarquização racial.
É por este motivo que, segundo Rabinow e Rose (2006), utiliza-se a concepção de racismo para subdividir em
subespécies os seres humanos, de modo a sustentar um conjunto de relações de exclusão, encarceramento e
morte daqueles considerados hierarquicamente inferiores.
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Importante mencionar, ainda, os movimentos de negritude e branquitude. Tais movimentos estão relacionados
à identidade branca e negra e buscam compreender como a posição privilegiada decorrente do processo de
colonialismo interfere nos dias atuais.
RACISMO E QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS
Para interpretar os conceitos trazidos no primeiro bloco, é preciso entender que o termo etnia expressa a
realidade cultural das pessoas em grupos, tendo como base as percepções comuns e as experiências
compartilhadas, enquanto raça refere-se aos traços biológicos comuns e às áreas continentais ocupadas desde
tempos remotos. Deste modo, tanto o etnocentrismo como o racismo são ideologias baseadas na falsa
concepção de superioridade e hierarquização de pessoas.
Neste sentido, Foucault (1993) ensina que o racismo é um elemento constitutivo do chamado biopoder, que
serve como uma estratégia para eliminar ou escravizar as raças tidas como inferiores em prol da regeneração e
puri�cação da raça superior.
Para Candiotto e D’Espíndula (2012) o termo racismo empregado por Foucault como decorrente do biopoder e
da guerra de raças pode abarcar tanto as diferenças de raça, cor, tipo físico e intelectual como aquelas
decorrentes de exclusão, desigualdade social, encarceramento e abandono.
Observa-se que essa política baseada no biopoder foi utilizada diversas vezes na história, como exemplo, nas
ações que justi�caram a escravidão dos africanos e índios. Neste ponto, cumpre consignar que, historicamente,
a escravidão não estava vinculada à etnia ou raça. Ela estava atrelada à guerra, isto é, os povos que perdiam as
disputas armadas tornavam-se escravos daqueles que as venciam (ACCIOLY, SILVA, CASELLA, 2017). Como
exemplo de tal fato, é possível citar o denominado Cilindro de Ciro, um decreto emitido após a conquista da
Babilônia pelo rei persa Ciro, entre os anos 538 a 537 a.C., que permitiu que os povos exilados regressassem a
suas terras de origem.
A ideia de escravidão ligada à concepção de raça e etnia surgiu a partir do século XVI com as grandes
navegações dos países europeus como forma de justi�car a ordem social que surgia com a colonização dos
demais continentes. Assim, os territórios colonizados e suas populações foram submetidos ao domínio destas
nações imperialistas. Consequentemente, foi instalada a concepção de que o branco europeu, na condição de
povo civilizado, deveria se sobreporaos demais. Como exemplo, é possível citar que os bens culturais, como
danças, festas, músicas, entre outros, assim como os espirituais, como crenças e ritos, diversos dos europeus
foram classi�cados como inferiores e, por este motivo, foram perseguidos para que fossem eliminados
(SILVEIRA, 2016).
Tratou-se, portanto, de um longo processo de inferiorização e dominação.
Dentro deste contexto, surgiram os movimentos de conscientização da identidade racial. Um destes
movimentos é o da branquitude. Importante esclarecer que a branquitude pode ser compreendida de diversas
formas. Para Piza (2005), trata-se de um movimento de re�exão da hierarquização, pois busca reconhecer as
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desigualdades e os privilégios dos brancos para reivindicar a igualdade plena para todos. Já Cardoso (2020)
divide a branquitude em dois tipos: a branquitude crítica, que reconhece e rejeita os privilégios e as vantagens
que obtém por sua identidade branca; e a branquitude acrítica, que defende a supremacia branca.
Outro movimento é o da negritude, que tem como objetivo trazer diversos questionamentos conscientes acerca
do preconceito e da discriminação, de modo a compreender a identidade preta positiva, ou seja, que seus
atributos físicos, sua cultura, sua espiritualidade não são inferiores a nenhuma outra, de modo a reabilitar uma
identidade cultural própria destas pessoas.
Tais movimentos foram importantes para que houvesse alteração no paradigma de hierarquização racial.
MUDANÇA DE PARADIGMA E DIREITOS
Conforme pode ser observado, o sistema de proteção decorrente das noções de etnia e raça propiciou uma
mudança no paradigma ao propor tanto a igualdade como o respeito às diferenças.
No entanto, trata-se de um processo lento e gradual. Neste sentido, ensina Jesus (2012) que o branco sempre
foi representado como o ser humano ideal, de modo a legitimar sua situação de privilégios. Consequentemente
foi e ainda é preciso diversas ações para desconstituir este estereótipo idealizado de identidade racial ideal para
o enfrentamento do racismo.
Assim sendo, é preciso compreender o passado para se entender o porquê da necessidade de políticas de
inclusão e ações a�rmativas ligadas à raça e etnia.
Importante consignar que, para eliminar as distorções criadas como mecanismo de dominação e implementar
uma política que resguardasse a igualdade de todas as pessoas, foi necessário criar um sistema normativo de
proteção dos direitos humanos.
Piovesan (2012) ensina que o processo de proteção teve início após a Segunda Guerra Mundial com o
movimento de reconstrução dos direitos humanos. Tal movimento decorreu da concepção de que todos os
Estados têm a obrigação de respeitar os direitos humanos. Esse sistema de proteção tem como marco a
elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) em 1948.
Com o decorrer dos anos, este sistema foi aperfeiçoado para abarcar a proteção de pessoas ou grupos de
pessoas particularmente vulneráveis, como no caso das vítimas de discriminação quer por etnia quer raça. Para
tanto, foi aprovado em 1965 a Convenção Internacional sobre eliminação de todas as formas de discriminação
racial, de modo a proibir não só a discriminação racial como também qualquer distinção, exclusão, restrição ou
preferência fundada na raça, na cor e na descendência ou origem nacional ou étnica.
Por conseguinte, para a aplicação da teoria na prática é preciso promover a conscientização da existência
histórica de privilégios decorrentes desta hierarquização racial e de que o sistema normativo de proteção visa
eliminar exatamente estas distorções. Portanto, não se tratam de mecanismos de segregação e muito menos de
conceder direitos indistintamente, mas de corrigir por meio de políticas de inclusão e ações a�rmativas as
discrepâncias criadas entre os indivíduos, tendo como base o conceito político e social de raças.
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É preciso, ainda, entender que os movimentos de conscientização, tanto aqueles relacionados à branquitude
como à negritude, têm como objetivo trazer diversos questionamentos conscientes acerca do preconceito e da
discriminação e atuar para promoção de ações antirraciais.
A conscientização, portanto, é o primeiro e mais importante passo para a aplicação das políticas inclusivas
relacionadas às questões étnico-raciais. Em outras palavras, trata-se de mudar o paradigma para aceitar as
diferenças ao mesmo tempo em que se compreende que a hierarquização étnico-racial não deve mais existir.
Com isso, o pro�ssional torna-se capacitado para compreender que as leis e políticas públicas e privadas que
trazem as medidas a�rmativas têm como �nalidade a inclusão das pessoas que por muito tempo foram
inferiorizadas e dominadas. Assim, não se trata de um benefício, mas de uma resposta do Estado para corrigir
as distorções existentes e atingir a igualdade, lembrando que, toda política de inclusão é temporária, visto que,
uma vez atingido o seu objetivo (igualdade) ela deixa de existir.
VÍDEO RESUMO
Para entender um pouco mais sobre colonialismo, raça e racismo, assista a este vídeo. Nele você encontrará os
conceitos mais importantes relacionados ao tema, sua interpretação e aplicação, uma vez que, no atual estágio
da sociedade, não há como os pro�ssionais estarem alheios aos conhecimentos básicos em diversidade e
igualdade. 
Assim sendo, este vídeo é importante para aqueles que querem se destacar no mercado de trabalho.
 Saiba mais
Conforme explanado, os movimentos de branquitude e negritude buscam entender o conceito político de
raça para que haja a superação do ideal de hierarquia branca e o combate de políticas racistas. Em
oposição ao movimento da branquitude, tem-se o da branquidade. O conceito de branquidade tem como
base a negação por parte do indivíduo branco de que exista superioridade e privilégios sociais dos
brancos, aproximando-se do conceito de branquitude acrítica. Assim, para entender como os conceitos de
branquitude e branquidade relacionam-se com o processo de branqueamento da população acesse o
artigo Da ideologia do branqueamento à branquitude: re�exões sobre brancura e identidade racial branca.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 2
AS DISTINTAS EXPRESSÕES DE RACISMO
Nesta aula trataremos das distintas expressões do racismo com o objetivo de conhecer e
compreender, na perspectiva do biopoder, sua dimensão na sociedade. 
31 minutos
https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/60369/751375152623
21/08/2023, 16:04 wlldd_231_u3_pol_inc_aço_afi
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INTRODUÇÃO
Nesta aula trataremos das distintas expressões do racismo com o objetivo de conhecer e compreender, na
perspectiva do biopoder, sua dimensão na sociedade. 
Sabe-se que a raça não é um conceito biológico ou genético, mas sim um conceito político e social baseado nas
relações de dominação e subordinação que desencadearam a hierarquização dos seres humanos. O racismo,
portanto, é um processo que gera condições de subalternidade das pessoas nos diversos âmbitos das relações
humanas.
O racismo, que pode ser motivado tanto pela raça como na etnia, não se manifesta de uma única maneira.
Desta forma, é preciso reconhecer suas maneiras de manifestação para, posteriormente, entender as
consequências sociais. 
Feitas essas considerações, bons estudos!
RACISMO, PRECONCEITO EDISCRIMINAÇÃO
O racismo foi inserido na sociedade como um mecanismo de poder, resultado da construção do conceito de
raças pelo contexto político e social. É fato que a diversidade humana fez com que fossem criados meios de
identi�cação dos seres humanos de acordo com seus atributos. No entanto, as abordagens utilizadas partiam
da ideia de hierarquização de pessoas, quer baseada na concepção de superioridade de raças (características
biológicas) quer na de superioridade de etnias (características étnico-culturais).
Neste sentido, ensina Foucault (2005, p. 285-286) que os Estados modernos foram constituídos sob os ideais da
biopolítica, de modo a desenvolver uma espécie de cálculo político de gestão populacional, ou, em suas
palavras, “a assunção da vida pelo poder”.
Assim como Foucault, Agamben (2002) refere-se à biopolítica como a estrutura fundamental da modernidade,
uma vez que é ela que decide sobre o valor ou desvalor da vida, ou seja, da mesma forma que diminuir a
quali�cação da vida de uns quali�ca a de outros.
Consequentemente, o racismo surgiu deste processo de desumanização que antecedeu às condutas
discriminatórias ou preconceituosas.
Segundo Wieviorka (2007), o uso do termo racismo é recente, embora as ideias e práticas sejam antigas, sendo
que as doutrinas e ideologias racistas tenham se alterado conforme os anos. Para o autor, a ideia de diferenças
em razão da própria natureza e das características físicas dos grupos têm início no �nal do século XVIII e início
do século XIX.
De acordo com Campos (2017), o racismo como forma de indicar doutrina ou ideologia começou a ser
empregado no início do século XX, ligando o termo às ideologias raciais e práticas racistas a partir das noções de
preconceito e discriminação.
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Cumpre esclarecer, entretanto, que o racismo não se confunde com preconceito ou discriminação. De acordo
com Almeida (2018), preconceito é o juízo baseado em estereótipos, que podem ou não ensejar em práticas
discriminatórias, como considerar os negros violentos ou os judeus avarentos. Já discriminação é o tratamento
diferenciado a membro de um grupo identi�cado, tendo como requisito fundamental o poder de atribuir
vantagem ou desvantagem.
No que se refere à discriminação, Almeida (2018) divide-a em direta, quando o repúdio é ostensivo, como no
caso de recusa de ser atendido por determinada pessoa; e indireta, quando há ausência de intenção explícita de
discriminar pessoas. Divide, ainda, em discriminação positiva, quando atribui tratamento diferenciado a grupos
discriminados com a �nalidade de corrigir as desvantagens, e discriminação negativa, que causam mais
prejuízos e desvantagens.
O racismo é o fenômeno que estrutura a sociedade com base no biopoder e que explica como as instituições e
os processos de subjetivação são moldados (SILVA; ARAÚJO, 2020).
As manifestações racistas apontam para o funcionamento do próprio racismo, destacando três concepções:
individual, institucional e estrutural.
O racismo individualista, também denominado de comportamental ou subjetivo tem como critério a relação
estabelecida entre o racismo e a subjetividade, por estar relacionado à consciência individual e a aspectos
meramente comportamentais. Já o racismo institucional tem como critério a relação estabelecida pelo racismo e
o Estado, sendo resultado do funcionamento das instituições, conferindo vantagens ou desvantagens a partir da
raça. Por �m, o racismo estrutural refere-se à relação entre o racismo e a economia, dizendo respeito às
divisões de classe e a organização de um sistema de privilégios social e racial (ALMEIDA, 2018).
RACISMO EM TRÊS CONCEPÇÕES
Para interpretar o racismo e seu funcionamento, é preciso compreender como a sociedade seleciona uns em
detrimento de outros, tendo como base a construção de estereótipos raciais e étnicos fruto tanto das
manifestações racistas, como da segregação das instituições e da seleção desses indivíduos pelo mercado de
trabalho.
Partindo do racismo individualista, trata-se de um fenômeno que vincula o ético e psicológico ao caráter
comportamental, tanto individual como coletivo. De acordo com Almeida (2018, p. 28), devido à natureza
psicológica e não política deste fenômeno, a concepção individualista “pode não admitir a existência de
“racismo”, mas somente de ‘preconceito’”.
Cumpre mencionar, ainda, que o racismo individualista pode ocorrer tanto de maneira direta como indireta,
assim como de forma individual ou em grupo, como exemplo, no caso de ofensas direcionadas contra as
pessoas negras no cotidiano.
No que se refere ao racismo institucional, Carmichal e Hamilton (1992) defendem a existência um tipo de
racismo que independe, ainda que relativamente, do comportamento e da ideologia individual, capaz de
dissociar o racismo destes aos subjetivos e lhes dar relevância nas relações sociais. Trata-se da junção de dois
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tipos de comportamento, um explícito e um implícito. O primeiro comportamento está associado aos indivíduos
ao passo que o segundo vincula-se às instituições ao dissociar o racismo a intenções ou à consciência dos
indivíduos.
Para diferenciar o racismo individualista do institucional, Carmichal e Hamilton (1992) citam o atentado
terrorista ocorrido em Birmingham, no Alabama, por terroristas brancos contra uma igreja frequentada por
negros e que matou diversas crianças. Já como exemplo de racismo institucional, citam os índices de
mortalidade infantil nesta mesma cidade, em que vários bebês negros faleceram por causa da pobreza e da
discriminação contra a comunidade negra.
Observa-se, portanto, que o racismo institucional é capaz de manter os negros em uma situação de
inferioridade sem que tal mecanismo seja percebido pela sociedade. Neste sentido:
Portanto, as instituições moldando o comportamento humano e mantendo um padrão preestabelecido.
Se o racismo institucional é uma forma internalizada do racismo na sociedade baseada no poder e expressa por
um conjunto de elementos simbólicos, o racismo estrutural atua nos processos de subjetivação, funcionamento
e constituição da sociedade à medida que diz respeito às divisões de classe, ao que se entende por costumes,
hábitos e linguagem (SILVA; ARAÚJO, 2020).
O racismo estrutural impõe as regras e os padrões racistas das instituições e os vincula à ordem social, de modo
a condicionar e manter toda estrutura de sociedade, privilegiando determinados grupos em detrimento de
outros.
Em síntese, o racismo decorre do próprio indivíduo, das instituições e da própria estrutura social, constituindo
um verdadeiro paradoxo, uma vez que ao mesmo tempo em que existe uma ampla condenação das práticas e
ideologias racistas, tanto individuais como institucionais, as desigualdades continuam sendo reproduzidas.
POLÍTICAS E PRÁTICAS ANTIRRACISTAS
Veri�ca-se, por conseguinte, que, em que pese o fato de o racismo ser inerente à ordem social, ele deve ser
combatido com a implementação de políticas e práticas antirracistas.
[...] o problema não é mais a existência de doutrinas ou de ideologias que se valem mais
ou menos explicitamente da ciência, não é nem mesmo o que pensam as pessoas, ou
qual é o conteúdo dos argumentos que utilizam ocasionalmente para justi�car seus
atos racistas. É no funcionamento mesmo da sociedade, da qual o racismo constitui
uma propriedade estrutural inscrita nos mecanismos rotineiros, assegurando a
dominação e a inferiorizarão dos negros sem que ninguém tenha quase a necessidade
de os teorizar ou tentar justi�ca-los pelaciência.
— (WIEVIORKA, 2007, p. 30)
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Sob o ponto de vista do racismo individualista, por estar relacionado aos comportamentos, os mecanismos
adequados são a conscientização e educação, além de mudanças culturais para o enfrentamento do problema
(ALMEIDA, 2018).
Importante frisar que, como o racismo transcende ao âmbito individual, de modo a atingir não apenas o poder
de uma pessoa sobre a outra, mas de um grupo sobre o outro, é preciso um aparato institucional para prevenir,
por meio da conscientização e educação, além de combater tais práticas. Neste ponto, faz-se necessário a
utilização de meios repressivos, tais como sanções civis e penais, aliado a um conjunto de normas para
proteção e repressão.
Do ponto de vista das normas jurídicas, o Brasil, além de seguir a Convenção Internacional sobre eliminação de
todas as formas de discriminação racial, editou a Lei nº 7.716/1989, conhecida como Lei do Racismo, em que
de�ne os crimes de racismo, cominando as respectivas penas. Editou, também, a Lei nº 12.288/2010,
denominada de Estatuto da Igualdade Racial, trazendo uma ferramenta importante de política de proteção aos
direitos humanos, de modo a atribuir responsabilidade ao Estado brasileiro e à sociedade na garantia de
igualdade de oportunidades e participação na comunidade, na política, na econômica, na educação, na cultura e
no desporto, independente da cor da pele ou etnia.
É preciso compreender, também, ainda sob o ponto de vista institucional, que existem parâmetros
discriminatórios baseados na hegemonia, ou seja, que existem grupos que detêm o poder e exercem domínio
político e econômico face aos demais. Todavia, isso só é possível devido à capacidade destes grupos de
institucionalizarem seus interesses. Neste sentido ensina Almeida (2018, p. 31): 
Consequentemente, a forma pelo qual o Poder Público e as instituições privadas agem ou deixam de agir
in�uencia a perpetuação das práticas racistas. 
Para combater tais práticas, faz-se necessário realizar mudanças institucionais, como exemplo, a introdução de
políticas a�rmativas para aumentar a representatividade destas minorias e, consequentemente, alterar a lógica
dos processos institucionais.
Cabe mencionar, no entanto, que como as políticas a�rmativas referem-se a práticas de discriminação positiva,
ou seja, que atribuem tratamento diferenciado a determinado grupo como forma de corrigir as desigualdades,
são mecanismos que apesar do seu reconhecimento jurídico e político, geram controvérsias na sociedade
Assim, o domínio de homens brancos em instituições públicas – por exemplo, o
legislativo, o judiciário, o ministério público, reitorias de universidades públicas etc. – e
instituições privadas – por exemplo, diretoria de empresas – depende, em primeiro
lugar, da existência de regras e padrões que direta ou indiretamente di�cultam a
ascensão de negros e/ou mulheres, e, em segundo lugar, da inexistência de espaços em
que se discuta a desigualdade racial e de gênero, naturalizando, assim, o domínio do
grupo formado por homens brancos.
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https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681234&atividadeDes… 10/24
(ALMEIDA, 2018). 
Quanto ao racismo estrutural, considerando que o comportamento está relacionado a um conjunto de
elementos, o Poder Público e as demais instituições devem buscar a igualdade e a diversidade de suas relações,
a remoção dos obstáculos raciais impostos, a promoção de debates e o acolhimento no caso de con�itos
raciais. 
Portanto, o combate ao racismo depende de práticas e posturas individuais e coletivas antirracistas e da adoção
de políticas a�rmativas de inclusão. 
VÍDEO RESUMO
Para entender um pouco mais sobre as distintas expressões do racismo, assista a este vídeo. Nele você
encontrará importantes conceitos e como interpretá-los, além de entender um pouco mais sobre as políticas e
práticas antirracistas. 
Trata-se de um vídeo importante para quem quer entender um pouco mais sobre as diversas faces do racismo.
 Saiba mais
Se o racismo institucional decorre das práticas diretas ou indiretas de discriminação, exclusão e
preconceito dentro das instituições públicas ou privadas, o racismo estrutural caracteriza-se por estar na
estrutura da sociedade, quer de forma consciente quer de forma inconsciente. Trata-se, portanto, de
hábitos, falas, situações, entre outros, decorrentes da estrutura social, histórica e cultural. Assim, para
saber um pouco mais sobre o poder das palavras acesse o artigo O poder das palavras: relações de
alteridade no seio do povo brasileiro, entre branquitude e negritude.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Aula 3
RACISMO E ANTIRRACISMO NO BRASIL
Trataremos da escravidão e de todo o seu processo de abolição, com a �nalidade de analisar
tanto o mito da democracia racial como os sistemas de opressão, dominação e discriminação
ainda existentes no Estado brasileiro.
33 minutos
https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/letronica/article/view/30903/17315
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Esta aula tem como tema o racismo e o antirracismo no Brasil. Para tanto, trataremos da escravidão e de todo o
seu processo de abolição, com a �nalidade de analisar tanto o mito da democracia racial como os sistemas de
opressão, dominação e discriminação ainda existentes no Estado brasileiro. Trataremos também dos
quilombolas, dos movimentos negros e do ativismo antirracista. 
Portanto, assuntos de extrema importância para compreender o porquê da existência das políticas de inclusão
e ações a�rmativas, considerando que não é possível entender o presente sem compreender o passado e todas
suas consequências para com o futuro.
Feitas essas considerações, bons estudos! 
BRASIL: ESCRAVIDÃO E ABOLIÇÃO
Por escravidão (escravatura ou escravismo) depreende-se a prática social em que um indivíduo possui direitos
de propriedade sobre outro por meio do uso da força.
Observa-se que, ao longo da história, existiram diversas ocorrências de práticas de escravidão, quer quando os
povos guerreavam e os perdedores tornavam-se prisioneiros de guerra, quer quando a hierarquização racial foi
utilizada como justi�cativa para a colonização e submissão das pessoas por meio da força. Neste sentido, Silva
(2000, p. 16) a�rma que “pretextos para os escravizar era coisa que não faltava em muitas consciências”.
Analisando a escravidão, Malheiros (2008) ensina que como escravo, o homem é reduzido à condição de coisa,
estando sujeito ao poder, ao domínio ou à propriedade de outro, de modo a ser privado de todos os seus
direitos.
No Brasil, a primeira forma de escravidão foi a dos indígenas, também denominados gentios da terra ou negros
da terra. Os índios eram escravizados, em especial na Capitania de São Paulo, devido ao fato de seus moradores
não terem condições econômicas de adquirir escravos africanos. No entanto, a escravidão dos índios foi
proibida por meio do Diretório dos Índios, elaborado em 1755 e publicado em 1758, por Sebastião Joseph de
Carvalho e Mello, conhecido por Marquês de Pombal (SANTOS, 2021). Assim, a escravidão indígena cedeu
espaço à africana, muito mais lucrativa para a coroa portuguesa e para os mercadores. A este transporte
forçado dos africanos dá-se o nome de trá�co negreiro.
A escravidão dos africanos, portanto, foi introduzida por motivos econômicos, embora a justi�cativaapresentada tenha sido a superioridade racial e cultural dos brancos europeus. Neste sentido, a�rmam
Mantovani, Silva e Bernardes (2021, p. 94): “assim, negro e raça se tornam sinônimos e exemplos de não
humanidade”.
Os negros escravizados eram constantemente submetidos à violência, à exploração do trabalho, a castigos
(físicos e morais). Alguns escravos, no entanto, resistiam à escravidão. Uma das formas de resistência eram as
fugas para os chamados quilombos, local em que os escravos foragidos e alguns libertos produziam e
comercializavam determinados gêneros agrícolas e artesanais, bem como se organizavam militarmente para
lutar pela libertação.
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Lopes, Siqueira e Nascimento (1987) ensinam que a palavra quilombo é um conceito próprio africano que quer
dizer acampamento guerreiro na �oresta, porém que sofreu diversas variações de signi�cado. Com a abolição
da escravidão no Brasil pela Lei Áurea em 1888, a situação das pessoas que habitavam os quilombos passou a
se dar por meio da territorialização étnica, ou seja, de identi�cação com os valores, costumes, além da ligação
territorial. Surge, então, o conceito de quilombolas.
Após a abolição da escravidão, os negros vivenciaram uma longa etapa de marginalização social que se estende
até os dias atuais (LEITE, 1999). O sistema de opressão racial, que impacta até hoje na vida dos negros, é um dos
efeitos da colonização e encontra subsídios no racismo estrutural. Mbembe (2016) acrescenta às diferenças
culturais, religiosas, econômicas e políticas que fez e faz com que os negros sejam tidos como humanidade
subalterna ou não humanidade, sujeitos a maiores condições de violência e desigualdade. Assim, a
precariedade de suas vidas decorre do fato de serem transformados em números, códigos ou coisas.
Para fazer frente ao processo de cidadania incompleta dos negros, surgem movimentos sociais tanto de
conscientização como de reivindicação de igualdade de direitos e proteção das comunidades remanescentes de
quilombos e de suas manifestações culturais.  
A ESCRAVIDÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Para interpretar como a escravidão impacta até hoje a vida dos negros, é preciso compreender que mesmo
após a abolição, estas pessoas foram submetidas a um processo de desumanização.
A abolição não eliminou a subdivisão de raças e o racismo. As pessoas continuaram a ser classi�cadas e
hierarquizadas por suas diferenças. Assim, o negro permaneceu não só na condição de não semelhante como
também de objeto ameaçador da qual era preciso se proteger, desfazer ou destruir (MBEMBE, 2016). 
Manteve-se, portanto, a lógica do biopoder, ou seja, daqueles que deveriam viver e dos que deveriam morrer
(FOUCAULT, 2005). Neste sentido, Mantovani, Silva e Bernardes (2021) a�rmam que a logicidade colonizadora e
racista in�uenciaram nas práticas institucionais e nas condutas individuais para de�nir quais vidas importavam
e quais não eram importantes, isto é, uma vida passível de luto e uma vida não passível de luto. 
Butler (2015) esclarece que o reconhecimento das pessoas enquanto titulares do direito à vida depende de
determinadas condições (sociais, econômicas e políticas), normas e categorias. Assim, a garantia de direitos
depende da estrutura do Estado como um todo, de modo que a precariedade da vida é re�exo das relações que
a produziram. Para Butler (2015, p. 46-47): 
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Em síntese, os indivíduos recorrem ao Estado em busca de proteção e este reconhece quem deve ser protegido
e quem não deve. Consequentemente, aqueles que são tidos como não titulares de proteção, são expostos a
outro tipo de violência: a violência exercida pelo próprio Estado.
Sob este aspecto, Mantovani, Silva e Bernardes (2021) acrescentam que a marca do colonialismo europeu na
África e nas Américas produziu um tipo de racismo não pautado exclusivamente no “deixar morrer” da
biopolítica, mas no “fazer morrer” da necropolítica. Portanto, quais vidas deveriam ser sub julgadas ao poder da
morte pelo Estado, ou seja, uma vida passível de extermínio.
Observa-se que como os negros foram apresentados à sociedade como inferiores, criminosos e inimigos sociais,
eles foram submetidos a discursos de normalização social e de mecanismos políticos que tratam suas vidas
como território a serem marcados por meio de procedimentos de regularização. Como exemplo desta política,
Mantovani, Silva e Bernardes (2021) citam os discursos de limpeza social nos espaços urbanos constituídos pelo
higienismo que classi�cam os moradores de rua como sujeitos a serem reintegrados socialmente.
Como consequência deste discurso de normalização social, atrelado ao racismo, justi�ca-se a violência e a
supressão do direito à vida desta parcela da população.
É por este motivo que, desde a década de 1930, os movimentos negros defendem a ideia de reparação por
considerar a abolição como um processo ainda não acabado como a existência de uma dívida herdada dos
antigos senhores e que �cou em forma de estigma, ou seja, uma exclusão tanto de fato quanto simbólica (LEITE,
1999).
MOVIMENTOS E ATIVISMO ANTIRRACISTA
Veri�ca-se, portanto, que o racismo decorrente do biopoder justi�cou a escravidão dos africanos e, mesmo
após a abolição da escravatura permaneceu existindo nas relações sociais. Por conseguinte, os negros foram
colocados à margem da sociedade e considerados não sujeitos de proteção.
Leite (1999, p. 126) ao tratar do Centenário da Abolição e dos trezentos anos de morte de Zumbi dos Palmares,
a�rma que a visão de existência de um só Brasil, o dos quilombos, e de um só povo, os quilombolas, é
estereotipada, pois se utiliza da desquali�cação e do exotismo como mecanismo de manobra para apagar os
sujeitos históricos de “carne e osso, enquanto pleiteantes de um direito que então vem sendo negados”. Para o
A condição precária designa a condição politicamente induzida na qual certas
populações sofrem com redes sociais e econômicas de apoio de�cientes e �cam
expostas de forma diferenciada às violações, à violência e à morte. Essas populações
estão mais expostas a doenças, pobreza, fome, deslocamentos e violência sem
nenhuma proteção. A condição precária também caracteriza a condição politicamente
induzida de maximização da precariedade para populações expostas à violência
arbitrária do Estado que com frequência não têm opção a não ser recorrer ao próprio
Estado contra o qual precisam de proteção.
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autor, a abolição da escravatura não foi capaz de constituir um Brasil menos desigual e com mais diversidade,
uma vez que as elites políticas não tinham a intenção de superar o racismo e conceder aos africanos e seus
descendentes a nacionalidade brasileira.
Não fosse só, o processo de mestiçagem da população brasileira di�cultou o discernimento entre as fronteiras e
os efeitos da cor, de modo a invisibilizar o grupo social advindo da vertente africana e esculpindo um país
embranquecido por meio de uma violência (simbólica) e criando assim vários subgrupos hierárquicos de acordo
com a gradação da cor da pele (ORTIZ, 1988).
A consequência destes vários subgrupos é tanto a permanência destes nos índices de marginalidade social
como a di�culdade de seu enquadramento como titulares de determinados direitos por não serem identi�cados
nem como negros nem como brancos.
Além disso,a partir do prisma interseccional, é possível perceber que o sistema de opressão, discriminação e
sobreposição racial relaciona-se com outros, como o decorrente de gênero e classe. Partindo do princípio de
que a interseccionalidade focaliza estes múltiplos sistemas para reconhecer privilégios e posições, ensinam
Mantovani, Silva e Bernardes (2021, p. 95):
A interseccionalidade, portanto, agrava a desumanização e reduz os seres humanos a números por considerar
que uma vida não pode ser perdida. 
Mas o que fazer para que uma vida seja reconhecida como tal?
Para Mantovani, Silva e Bernardes (2021) a precariedade da vida decorre das relações que a produzem, o que
signi�ca que uma vida não se torna precária por si só, vez que depende de outras vidas e de certas condições
para considerá-la vivível. 
Butler (2015, p. 37) complementa:
Podemos perceber certo devir negro experenciado por populações trans (transexuais,
transgêneros e travestis), imigrantes, povos indígenas, desempregados, pessoas em
situação de rua, usuários de drogas, mulheres em situação de violência e tantos outros
que não correspondem ao padrão branco-heteronormativo
— Someone famous
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Por conseguinte, é a precariedade destas vidas que fundamenta as obrigações sociais positivas com o escopo
tanto de minimizar essa precariedade como eliminar sua distribuição desigual. 
VÍDEO RESUMO
Para entender um pouco mais sobre o racismo e as políticas antirracistas decorrentes de todo o processo de
escravidão no Brasil, cuja abolição não foi capaz de alterar, assista a este vídeo. Nele você encontrará questões
importantes como a interseccionalidade, a precariedade da vida e a redução da vida em números. 
Trata-se de um vídeo importante para quem quer entender um pouco mais sobre o tema e compreender os
movimentos antirracistas. 
 Saiba mais
Achille Mbembe desenvolveu o conceito de necropolítica tendo como base o poder soberano dos Estados
de ditar quem pode viver e quem deve morrer. O autor relaciona o conceito de biopolítica com o de
necropolítica para justi�car diversas formas de dominação e subordinação. Assim, para saber um pouco
mais sobre o poder das palavras acesse o texto Necropolítica.
No entanto, o que talvez seja mais importante é que teríamos de repensar “o direito à
vida” onde não há nenhuma proteção de�nitiva contra a destruição e onde os laços
sociais a�rmativos e necessários nos impelem a assegurar as condições para vidas
vivíveis, e a fazê-lo em bases igualitárias. Isso implicaria compromissos positivos no
sentido de oferecer os suportes básicos que buscam minimizar a precariedade de
maneira igualitária: alimentação, abrigo, trabalho, cuidados médicos, educação, direito
de ir e vir e direito de expressão, proteção contra os maus-tratos e a opressão.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Aula 4
POVOS INDÍGENAS, RIBEIRINHOS E MEIO AMBIENTE
Proteção do meio ambiente, o desenvolvimento sustentável e proteção aos bens culturais, bem
como a proteção aos povos nativos, temáticas cada vez mais entrelaçadas.
32 minutos
https://www.procomum.org/wp-content/uploads/2019/04/necropolitica.pdf
21/08/2023, 16:04 wlldd_231_u3_pol_inc_aço_afi
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A proteção étnica e racial foi aos poucos incorporando ações especí�cas em diversos campos, como o direito à
educação, à saúde, à moradia, ao meio ambiente, à cultura, entre outros. Tratou-se de um processo gradual de
formação, consolidação, expansão e aperfeiçoamento de um sistema de proteção que foi aumentando
conforme se revelavam as necessidades inerentes aos seres humanos. Entre essas necessidades encontra-se a
proteção do meio ambiente, o desenvolvimento sustentável e proteção aos bens culturais, bem como a
proteção aos povos nativos, temáticas cada vez mais entrelaçadas. 
Assim, esta aula tem como tema os povos indígenas, ribeirinhos e meio ambiente.
Feitas essas considerações, bons estudos! 
PROTEÇÃO SOCIOAMBIENTAL
Para garantir a igualdade de oportunidades, a defesa de direitos étnicos e o combate à discriminação, foi
preciso desenvolver um sistema de proteção que valorizasse a herança cultural dos povos indígenas aliada à
preservação do meio ambiente.
No entanto, o primeiro problema enfrentado para o desenvolvimento deste sistema foi estabelecer um critério
para de�nição e enquadramento das pessoas sujeitas à proteção, uma vez que tanto os conceitos de índio
como de povos indígenas são terminologias generalizados, que se fundamentam mais da visão etimológica do
que na visão antropológica. Consequentemente, surge uma visão estereotipada de índio como habitante da
mata, sendo um ser selvagem que vive isolado do mundo, sem roupas ou qualquer contato com a civilização.
Observa-se, entretanto, que o processo de miscigenação não tem o condão de retirar das comunidades
indígenas a qualidade de índio ou comunidade, muito menos de desprovê-los de sua cultura. Por conseguinte,
considerando que a variação cultural é descontínua e que cada cultura descreve o comportamento de um grupo
delimitado, não é possível trabalhar com a tipologia de formas de grupos étnicos, mas sim com os processos
envolvidos em sua geração e manutenção (PHILIPPINI, 2018).
Neste sentido, o contato interétnico entre indígenas e não indígenas decorre de demanda por direitos que são
sustentados por solicitações de ordem moral, visto que a etnicidade ao mesmo tempo em que ampara o
reconhecimento identitário também sustenta uma luta política (OLIVEIRA, 2006).
Assim sendo, partindo do princípio de que a cultura é uma construção social em constante alteração, sendo
importante para a a�rmação da identidade étnica, mas insu�ciente para de�nir grupos étnicos, O’Dwyer (2007)
sustenta que a autoatribuição da identidade étnica tem se tornado um meio de organização política para que os
grupos étnicos reivindiquem o reconhecimento dos seus direitos.
Trata-se, portanto, do processo denominado de etnogênese. A etnogênese é um processo de autoatribuição de
rótulos étnicos por grupos que, até determinado momento, eram tomados indistintamente como sertanejos ou
caboclos, tendo como base a reelaboração de seus símbolos e tradições culturais.
No que se refere à proteção ao meio ambiente, importante consignar que se trata de uma preocupação
recente, uma vez que até o �nal do século XIX não havia consciência da necessidade de preservação da
natureza e dos seus recursos naturais.
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Por meio ambiente entende-se o “conjunto de condições, leis, in�uências e interações de ordem física, química
e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981, p. 1).
Importante mencionar que o meio ambiente pode ser classi�cado em meio ambiente natural e meio ambiente
arti�cial. O meio ambiente natural abrange atmosfera, águas, solo, subsolo, elementos da biosfera, fauna, �ora,
patrimônio genético e zona costeira. Já o meio ambiente arti�cial é aquele decorrente da atividade humana
transformando meio ambiente natural para viabilizar as ações sociais, como exemplo, edi�cações,
equipamentos, rodovias e demais elementos que formam o espaço urbano construído pelos seres humanos.
No que tange ao meio ambiente arti�cial, faz-se necessário consignar que ele abrange também o meio
ambiente do trabalho, que é aquele constituído por fatores que se relacionam às condições de trabalho,e pelo
meio ambiente cultural, que engloba o patrimônio histórico, artístico, paisagístico, ecológico, cientí�co e
turístico.  
DIREITOS HUMANOS E MEIO AMBIENTE
Para o pleno gozo dos direitos e das garantias inerentes aos seres humanos é necessário um contexto
ambiental sadio. Consequentemente, existe uma clara inter-relação e interdependência entre os direitos
humanos e o direito ambiental (CAMPOS; MUCHAGATA, 2017).
Deste modo, o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas tem relação direta com o desenvolvimento
sustentável do meio ambiente e a conservação de biodiversidade.
Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 tenha trazido a ideia de universalidade e de
proteção aos direitos humanos, houve a necessidade de considerar as peculiaridades de cada grupo e de cada
região para a formação de um sistema mais e�ciente. Por este motivo foi elaborada em 1957, pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT), a Convenção nº 107.
Esta convenção foi o primeiro documento de cunho internacional que visualizou o indígena como sujeito
especí�co de direitos e visava à proteção e integração das populações indígenas, bem como outras populações
tribais ou semitribais, além de estabelecer os direitos à terra e as condições de trabalho, saúde e educação. Sua
importância decorre do fato de ter servido para estimular programas coordenados e sistemáticos para proteção
e integração da população indígena. Santos (2013) a�rma, inclusive, que a Convenção in�uenciou a atuação de
diversos organismos internacionais, como o Banco Mundial, para uma política de fornecimento de projetos de
desenvolvimento progressivo para aculturação gradual da população indígena.
Observa-se, no entanto, que com o decorrer dos anos, indígenas e tribais passaram a reivindicar sua identidade
étnica, cultural, econômica e social, além de rejeitar a denominação “população”, sob o argumento que o Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, de 1966, estabeleceu como direito à autodeterminação dos povos,
de modo que a expressão deixou de ser adequada para a situação. Não fosse só, a palavra população denota
transitoriedade e contingencialidade, ao passo que o termo povo se caracteriza pela identidade e organização
própria.
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Como consequência, esta convenção foi substituída por outro documento da OIT, a Convenção nº 169, de 1989.
De acordo com OIT (2011), esta convenção foi o primeiro instrumento vinculante que cuida especi�camente dos
direitos dos povos indígenas e tribais, por ter como fundamento o critério subjetivo da autoidentidade indígena
ou tribal. Para ela eram considerados indígenas os habitantes que descenderem de povos da mesma região
geográ�ca que viviam no local na época da conquista ou colonização e que conservam suas próprias instituições
sociais, econômicas, culturais e políticas.
Além disso, tal convenção declarou a obrigação estatal de reconhecer a autonomia dos povos e garante a
propriedade e posse das terras. Neste contexto, Santos (2013, p. 43) a�rma ser possível falar em “povos
indígenas como categoria analítica para �ns jurídicos e também como expressão de identidade”.
Embora a Convenção nº 169 tenha representado um enorme avanço nos direitos dos povos indígenas, o ápice
para o reconhecimento se deu com a aprovação da Declaração das Nações Unidas dos Direitos dos Povos
Indígenas em 2007.
A Declaração (ONU, 2007) reconheceu os direitos dos povos indígenas como um dos direitos coletivos no
âmbito internacional, trazendo a percepção do princípio da dignidade da pessoa humana a indivíduos isolados,
e pressupõe sua inserção em uma coletividade. Assim, a dignidade passa a ser reconhecida pela identidade de
todos em uma só matriz: a humana. Isto signi�ca dizer que dentro de uma mesma substância devem-se
reconhecer as diferenças.
O PAPEL DO ESTADO NA PROTEÇÃO
Os Estados possuem papel importante na proteção dos povos indígenas e meio ambiente. E no que se refere a
eles, faz-se necessário consignar que a globalização trouxe um quadro que se denomina de colonialismo
intelectual (PIRES, 1994). Isto signi�ca dizer que o conjunto de atitudes políticas, econômicas e militares
utilizadas na colonização trouxeram uma alienação cultural no que tange à integração e à autonomia dos povos.
Foi por este motivo que o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e o dos Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais inseriram em seu texto o direito de autodeterminação dos povos. Deste modo, o sistema de
proteção passou a amparar o direito à herança cultural, quer pela perspectiva dos indivíduos quer pela
perspectiva da sociedade, de forma a possibilitar a expressão e a vivência coletiva desses valores.
Observa-se, entretanto, que os documentos internacionais elaborados para a proteção dos povos indígenas
encontram dois empecilhos: soberania estatal e ausência de uniformidade constitucional.
No que se refere à soberania, fundamentam os descumprimentos das regras de proteção na ideia de que a
soberania dos Estados é salvaguardada pela noção de domínio reservado, de modo a impedir a ingerência de
outros países em matérias pertencentes exclusivamente ao direito interno (MACEDO, 2006).
A ausência de uniformização constitucional também decorre da soberania estatal, de modo que o argumento
utilizado para a não observância das regras é que cada Estado pode elaborar seu pressuposto de validade
jurídica de acordo com seus interesses.
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Observa-se, todavia, que tais argumentos são incapazes de eximir os países de sua responsabilidade para com
os povos indígenas, uma vez que a soberania apresenta duas faces. No plano interno, por existir um sistema
vertical de poder, soberania signi�ca o poder que o Estado tem de dizer o direito e de impor suas regras sobre o
seu território e povo. Em contrapartida, no plano externo, o sistema é horizontal, de modo que a sua
manifestação independe do poder de um Estado perante o outro, uma vez que no sistema internacional todos
os Estados são iguais (BONAVIDES, 2000). Consequentemente, ao se vincular a um documento internacional de
proteção, os Estados se obrigam a respeitar e cumprir os preceitos tendo como base a soberania externa e não
a interna.
Os mesmos argumentos são utilizados pelos Estados para desrespeitarem as normas de proteção internacional
do meio ambiente. Neste ponto, importante mencionar, que até o �nal da Segunda Guerra Mundial não existia
um conjunto coerente e sólido de regras sobre o meio ambiente (SOARES, 2003).
Todavia, a percepção sobre a necessidade de interdependência e cooperação começou a adquirir forma e
importância por meio de tratados e conferências e, aliada à ameaça nuclear, fez surgir alguns tratados neste
sentido.
O marco para o movimento em busca de um desenvolvimento sustentável foi a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano, também denominada de Conferência de Estocolmo (1972).
Foi por meio da Declaração produzida nesta conferência, seguida por uma série de outros tratados, que o meio
ambiente deixou de ser visto como fonte inesgotável de recursos. A partir de então, tornaram-se objeto de
discussão as mudanças climáticas, qualidade da água, uso de pesticidas na agricultura, quantidade de metais
pesados na natureza, além das possibilidades de se reduzir os desastres naturais e a modi�cação da paisagem,
com o escopo de traçar as bases para o desenvolvimento sustentável.
VÍDEO RESUMO
Para entender um pouco mais sobre os povos indígenas e os meios de proteção aos seus direitos, atreladoao
desenvolvimento sustentável, assista a este vídeo. Nele você encontrará questões importantes como a
etnogênese, a proteção socioambiental e o papel do Estado. 
Trata-se de um vídeo importante para quem quer entender um pouco mais sobre a etnia e o meio ambiente.
 Saiba mais
No Brasil existem diversos povos indígenas integrados à população regional devido ao intenso contato
interétnico. Um destes grupos é a comunidade Xukuru, que está localizada no agreste Pernambucano e, há
mais de um século, luta para o reconhecimento da terra dos seus ancestrais. Assim, para saber mais sobre
a responsabilidade do Estado brasileiro na proteção dos direitos dos povos indígenas, acesse o artigo
Responsabilidade do estado brasileiro face aos direitos dos indígenas: o caso da tribo xukuru.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/revistadireitoemdebate/article/view/6340
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