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Disciplina: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE DA MULHER Professora: Enfermeira Aryádna Caroline Lima Damasceno Métodos contraceptivos Planejamento Familiar PLANEJAMENTO FAMILIAR O planejamento reprodutivo, chamado também de planejamento familiar, designa um conjunto de ações de regulação da fecundidade, as quais podem auxiliar as pessoas a prever e controlar a geração e o nascimento de filhos, e englobam adultos, jovens e adolescentes, com vida sexual com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e aquelas que se preparam para iniciar sua vida sexual. As ações do planejamento reprodutivo ou planejamento familiar são definidas e amparadas pela Lei nº 9.263/1996, que também estabelece penalidades e dá outras providências. Art. 3º Art. 3º O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão de atendimento global e integral à saúde. Parágrafo único - As instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde, em todos os seus níveis, na prestação das ações previstas no caput, obrigam-se a garantir, em toda a sua rede de serviços, no que respeita a atenção à mulher, ao homem ou ao casal, programa de atenção integral à saúde, em todos os seus ciclos vitais, que inclua, como atividades básicas, entre outras: I - a assistência à concepção e contracepção; II - o atendimento pré-natal; III - a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato; IV - o controle das doenças sexualmente transmissíveis; V - o controle e prevenção do câncer cérvico-uterino, do câncer de mama e do câncer de pênis. V - o controle e a prevenção dos cânceres cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis. Art. 9º Art. 9º Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção. Parágrafo único. A prescrição a que se refere o caput só poderá ocorrer mediante avaliação e acompanhamento clínico e com informação sobre os seus riscos, vantagens, desvantagens e eficácia. § 1º A prescrição a que se refere o caput só poderá ocorrer mediante avaliação e acompanhamento clínico e com informação sobre os seus riscos, vantagens, desvantagens e eficácia. (Redação dada pela Lei nº 14.443, de 2022) Vigência § 2º A disponibilização de qualquer método e técnica de contracepção dar-se-á no prazo máximo de 30 (trinta) dias. (Incluído pela Lei nº 14.443, de 2022) Vigência As ações de planejamento reprodutivo são voltadas para o fortalecimento dos direitos sexuais e reprodutivos dos indivíduos e se baseiam em ações clínicas, preventivas, educativas, oferta de informações e dos meios, métodos e técnicas para regulação da fecundidade. Devem incluir e valorizar a participação masculina, uma vez que a responsabilidade e os riscos das práticas anticoncepcionais são predominantemente assumidos pelas mulheres É importante atentar para as ações de planejamento reprodutivo das mulheres lésbicas e bissexuais. Para esse grupo, o desejo ou o direito à maternidade precisa ser garantido, considerando que técnicas de reprodução assistida como a inseminação artificial e a fertilização in vitro estão disponíveis pelo SUS, independentemente do diagnóstico de infertilidade. Na atenção básica a atuação dos Profissionais de Saúde no que se refere ao planejamento reprodutivo envolve principalmente três tipos de atividades: ACONSELHAMENTO AVALIAÇÃO GLOBAL ENTREVISTA EXAME FÍSICO EXAMES COMPLEMENTARES ATIVIDADES EDUCATIVAS ACONSELHAMENTO O aconselhamento é entendido como um "processo de escuta ativa individualizado e centrado no indivíduo. Pressupõe a capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores visando o resgate dos recursos internos do indivíduo para que ele tenha possibilidade de reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação" (CN DST/AIDS – MS, 1997). Esta prática pressupõe: (1) a identificação e acolhimento da demanda do indivíduo ou casal, entendida como suas necessidades, dúvidas, preocupações, medos e angústias entre outras, relacionadas às questões de planejamento familiar e prevenção das DST/AIDS; (2) avaliação de risco individual ou do casal, para a infecção pelo HIV e outras DSTs; e (3) o reconhecimento pelo profissional de que o sucesso a ser alcançado depende da ação conjunta dos interlocutores (profissional e indivíduo ou casal). Implica, portanto, na promoção de um diálogo no qual a mensagem é contextualizada às características e vivência da(s) pessoa(s) e na necessidade de participação ativa nesse processo. A idéia demarcada no aconselhamento é a troca. Dessa forma torna-se possível o desenvolvimento de uma relação de confiança, condição básica para a realização dos procedimentos presentes no processo de aconselhamento. ATIVIDADES CLÍNICAS As atividades clínicas devem ser realizadas levando-se em conta que todo e qualquer contato que a mulher venha a ter com os serviços de saúde deve ser utilizado em benefício da promoção, proteção e recuperação da sua saúde. De tal forma que a primeira consulta deve ser feita após as atividades educativas incluindo: a anamnese; exame físico geral e ginecológico, com especial atenção para a orientação do auto-exame de mamas e levantamento de data da última colpocitologia oncótica para avaliar a necessidade de realização da coleta ou encaminhamento para tal; análise da escolha e prescrição do método anticoncepcional. As consultas subseqüentes ou consultas de retorno visam um atendimento periódico e contínuo para reavaliar a adequação do método em uso, bem como prevenir, identificar e tratar possíveis intercorrências. ATIVIDADES EDUCATIVAS As atividades educativas devem ser desenvolvidas com o objetivo de oferecer à clientela os conhecimentos necessários para a escolha e posterior utilização do método anticoncepcional mais adequado, assim como propiciar o questionamento e reflexão sobre os temas relacionados com a prática da anticoncepção, inclusive a sexualidade. As ações educativas devem ser preferencialmente realizadas em grupo, precedendo a primeira consulta, e devem ser sempre reforçadas pela ação educativa individual. Existem diferentes metodologias de trabalho de grupo. Cada serviço deve utilizar a que melhor se adapte às suas disponibilidades de pessoal, de tempo e de espaço, bem como às características e necessidades do grupo em questão. Seja qual for a metodologia utilizada, é de fundamental importância que as práticas educativas tenham um caráter participativo, permitindo a troca de informações e experiências baseadas na vivência de cada indivíduo do grupo. A linguagem utilizada pelo profissional de saúde deve ser sempre acessível, simples e precisa. O planejamento familiar inicia no setor Acolhimento dentro da UBS. Neste primeiro momento deve-se: -Identificar os motivos do contato da mulher -Direcionar para o atendimento necessário. Entrevista: Registrar os antecedentes pessoais obstétricos e patológicos (com atenção especial às IST e às doenças cardiovasculares e metabólicas) Abordar, sempre que pertinente, as questões referentes às parcerias, à identidade de gênero, à orientação sexual e à satisfação sexual pessoal ou do casal. Questionar se há medicações em uso. Investigar presença de dispaurenia e de sangramentos vaginais pós-coito ou anormais, principalmente se há intenção de uso do DIU. Questionar sobre o desejo de concepção ou anticoncepção por parte da mulher ou do casal. Indagar sobre o conhecimento e uso prévio de métodos anticoncepcionais. Indicação de preservativos: Quem faz? Equipe Multiprofissional • Orientar sobre o uso e formas de inserção dos preservativos masculinos e femininos. • Orientar sobre sua função como método de barreira e a importância da dupla proteção. • Ofertar preservativos masculinos e femininos para as usuárias e usuários. • Atentar em especial para aquelas(es) desproporcionalmente afetadas(os) pelo HIV/aids: profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, população transgênera e transexual, pessoas que utilizam substâncias psicoativas injetáveis e população em privação de liberdade. Escolha do método anticoncepcional: quem faz? Enfermeiro ou médico. Neste momento são realizadas as seguintes ações: • Orientar sobre os métodos anticoncepcionais existentes e disponíveis na Atenção Básica. • Informar a eficácia de cada método, sua forma de uso e possíveis efeitos adversos. • Orientar sobre suas contraindicações diante de certos antecedentes clínicos e/ou ginecológicos. • Reforçar a importância do retorno para acompanhamento clínico conforme método em uso e disponibilidade da usuária. • Recomendar métodos de acordo com adequação e escolha informada da usuária, considerando fatores individuais e contexto de vida dos usuários(as) no momento da escolha do método. Educação em saúde: • Orientar individual ou coletivamente pessoas em idade fértil (10-49 anos), considerando os aspectos biopsicossociais relacionados ao livre exercício da sexualidade e do prazer, além dos aspectos culturais e transgeracionais relacionados à sexualidade e à reprodução. • Orientar acerca de temas importantes como direitos sexuais e direitos reprodutivos, sexo seguro, métodos anticoncepcionais (quadros 2, 3 e 4), papéis sociais e projeto de vida, reprodução humana assistida, atenção humanizada ao abortamento, riscos implicados em certas práticas sexuais. MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Anticoncepcionais hormonais na história da sociedade - 1960 - Objetivos Importância dos anticoncepcionais Indicações e contraindicações dos anticoncepcionais hormonais: Sob prescrição médica: - exames - fatores: hereditariedade, estilo de vida, ser tabagista ... Contraindicações: Ser tabagista, histórico de problemas de saúde relacionados ao sistema cardiovascular Histórico de alguns problemas de saúde relacionados ao uso de anticoncepcionais Doenças Cardiovasculares É uma das principais causas de morte não só no Brasil, mas em todo o mundo. Algumas doenças cardíacas podem ser detectadas nos primeiros anos de vida. Os hormônios presentes nas pílulas favorecem a contração dos vasos sanguineos e aceleram a formação de coágulos, comprometendo a circulação do sangue. Histórico de alguns problemas de saúde relacionados ao uso de anticoncepcionais Acidente Vascular Cerebral (AVC) Ocorre quando, no percurso de vasos que levam sangue ao cérebro, ocorre entopimentos nesses vasos ou quando eles se rompem. O que pode ocasionar esse fator ser desencadeado em uma mulher que faz uso de anticoncepcionais hormonais é o hormônio estrogênio pois ele causa alterações significativas no sistema de coagulação do sangue, resultando em aumento dos fatores de coagulação e diminuição dos inibidores naturais da coagulação. Histórico de alguns problemas de saúde relacionados ao uso de anticoncepcionais Irregularidade do ciclo menstrual Gera algumas complicações no organismo feminino. O planejamento familiar, por exemplo, é afetado por ele por tornar difícil de realizá-lo pela dificuldade em compreender o período fértil da mulher como estratégia de iniciar ou retomar a fase de programação de concepção. Segundo o Manual de Anticoncepção (FEBRASGO) (2015), depreende-se que existem anormalidades em comum no uso de diferentes tipos de anticoncepcionais hormonais Algumas destas anormalidades são: Sangramento vaginal irregular não volumoso, ou volumoso e prolongado. Todas essas pesquisas e informações geram o questionamento: “De que forma os anticoncepcionais hormonais atuam ativamente no surgimento desses problemas de saúde?” TIPO DE ANTICONCEPCIONAL PRINCIPAIS EFEITOS EDVERSOS ANTICONCEPCIONAIS ORAIS > TROMBOEMBOLISMO > INFARTO DO MIOCÁRDIO > ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO CONTRACEPTIVO INJETÁVEL > TROMBOEMBOLISMO > INFARTO DE MIOCÁRDIO > HIPERTENSÃO ARTERIAL > ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ANTICONCEPCIONAL TRANSDÉRMICO > AUMENTAR OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE ETINILESTRADIOL NO SANGUE PÍLULA DO DIA SEGUINTE > TROMBOEMBOLISMO SISTEMA INTRAUTERINO LIBERADOR DE LEVONORGESTREL > DESENCADEAR INFECÇÕES > DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA > RISCO DE EXPULSÃO DO DISPOSITIVO Quadro 2: tipos de anticoncepcionais citados por MOREIRA e colaboradores (2022). Fonte: Artigo Científico (MOREIRA et al 2022) No quadro pode-se observar que o Tromboembolísmo (60%) é o problema mais provável de ocorrer nos uso dos 5 tipos de anticoncepcionais hormonais citados, em segundo lugar está o Infarto de Miocárdio (40%) e em terceiro está o Acidente Vascular que também aparece em 40% dos anticoncepcionais. Artigos O uso de métodos anticoncepcionais combinados, compostos de estrogênio e progestagênio, realmente podem aumentar o risco de trombose venosa, mas esse é um evento bastante raro. Abaixo dos 30 anos, a trombose venosa ocorre em 1 a 2 em cada 10.000 mulheres não usuárias de métodos hormonais combinados e em cada 2 a 4 mulheres usuárias desses métodos. Assim, é possível verificar que o uso desses métodos pode aumentar o risco, mas mesmos assim, o evento continua sendo bastante incomum de ocorrer. Conclusão: Após vários estudos e leitura com o objetivo de revelar o componente da pílula responsável por promover o desenvolvimento desses eventos clínicos, concluiu-se que ele consiste no componente estrogênico. Outro integrante é o progestagênio sendo que este está mais relacionado ao metabolismo de lipídios e carboidratos, e não tanto à ocorrência de fenômenos tromboembólicos. Entretanto, os efeitos adversos não podem ser ignorados e nem menosprezados, pois estudos apontam que a cada 100.000 mulheres, pelo menos 5 casos de trombose estão relacionados ao uso de anticoncepcionais hormonais. Concluiu-se, então, por meio dessa revisão integrativa que realmente existe relação entre o uso de antioncepionais hormonais com os problemas de saúde norteadores dessa pesquisa: trombose, AVC, doenças cardiovasculares e irregular. Aryádna Caroline Lima Damasceno MÉTODOS CONTRACEPTIVOS “Os métodos contraceptivos são métodos que ajudam a prevenir a gravidez e, portanto, são essenciais no planejamento familiar. Cada método tem um mecanismo de ação e um grau de eficácia diferente. Porém, nem sempre o melhor método é aquele com eficácia mais comprovada, mas sim aquele que melhor condiz com a realidade da pessoa em questão "Os métodos contraceptivos são fundamentais no planejamento familiar. Cada pessoa deve escolher o que melhor se adapta a sua realidade Os métodos contraceptivos podem ser classificados como: natural ou comportamental de barreira hormonal intrauterino definitivo Métodos comportamentais(natural) São aqueles que se baseiam na identificação do período fértil feminino e abstenção sexual durante esse período. São métodos que necessitam de muita disciplina e muito conhecimento do próprio corpo. São eles: tabelinha muco cervical temperatura basal coito interrompido. Tabelinha Baseia-se na análise do ciclo menstrual, na identificação do período fértil da mulher e na suspensão das relações sexuais durante esse período. É importante que a mulher, antes de iniciar esse método, faça uma análise dos ciclos anteriores, sendo recomendada a anotação de, pelo menos, os últimos seis ciclos. Depois de anotar os ciclos por esses meses, deve-se estimar o início do período fértil subtraindo 18 dias do ciclo mais curto, e estimar o fim do período fértil subtraindo 11 dias do ciclo mais longo. Mulheres com ciclos irregulares não devem fazer uso desse método.Muco cervical O método do muco cervical consiste na análise da secreção produzida pelo colo do útero. Essa secreção varia em coloração e textura e deve ser observada diariamente. Após a menstruação, a mulher fica sem produzir secreção por um período que se estende por três ou quatro dias. Após esse período, inicia-se a liberação de uma secreção esbranquiçada (ou amarelada) e pegajosa que se quebra se for esticada entre os dedos. Com o passar dos dias, ela torna- se mais elástica e fluida, sendo possível esticá-la. Nesse período, esse muco assemelha-se a uma clara de ovo, e a mulher sente sua vagina mais úmida. Esse é o sinal da ovulação. A consistência fluida do muco está relacionada com o ápice da produção de estrógeno, não sendo recomendadas relações sexuais nesse período. Para evitar qualquer erro de avaliação, o correto é evitar qualquer relação assim que se inicie a liberação do muco, mesmo que ele ainda não esteja fluido. Se usado de forma adequada, a sua eficácia pode chegar até 85%. Temperatura basal Esse método consiste na verificação da temperatura corpórea, a qual aumenta durante a ovulação. A tomada da temperatura deve ser feita sempre no mesmo local e antes da mulher se levantar pela manhã. O período fértil finalizará no terceiro dia após a elevação da temperatura." Temperatura corporal basal (TCB) é a temperatura do seu corpo em repouso, como quando você acorda de manhã. Coito interrompido O método consiste no homem retirar o pênis da vagina antes da ejaculação. Desse modo, ele evita que o esperma seja depositado no corpo da mulher. Métodos de barreira Os métodos de barreira baseiam-se na adoção de obstáculos que impedem que os espermatozoides alcancem os óvulos. São eles: preservativo masculino e feminino, e diafragma. Preservativo masculino também chamado de camisinha masculina, o preservativo masculino consiste em um material produzido com látex ou poliuretano que é colocado no pênis ereto antes de se iniciar a relação sexual. A camisinha impede que o esperma entre em contato com o corpo feminino. Trata-se de um método contraceptivo de uso simples, baixo custo e que é vendido em vários estabelecimentos comerciais, como farmácias e supermercados, além de ser disponibilizado gratuitamente pelo SUS. Uma das vantagens do método é que, além de evitar uma gestação não planejada, protege contra infecções sexualmente transmissíveis. Preservativo feminino 1 – Como funciona? É uma bolsa de plástico leve e frouxa, que se adapta á vagina e protege o colo do útero (parte inferior do útero), as paredes vaginais e se exterioriza na vulva, ficando a camisinha aparente. A penetração do pênis se faz no interior deste dispositivo, contribuindo para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. 2 – Qual a sua eficácia? Se usada corretamente, o risco de gravidez é de apenas 5%. 3 – Como se utiliza? A própria mulher introduz a camisinha no interior da vagina com auxílio dos dedos, á semelhança de introduzir um absorvente interno. Não deve ser usada ao mesmo tempo com preservativo masculino. Pode ser introduzida algumas horas antes do contato sexual, mas deve ser substituída após cada relação. 4 – Qual é a sua vantagem? A própria mulher pode utilizá-la quando necessário, protege também contra doenças sexualmente transmissíveis (DST´s) e independe de contraindicação quando comparado com outros métodos . 5 – Desvantagem? A presença do dispositivo vaginal pode inibir o contato sexual, além de ter eficácia inferior a outros métodos contraceptivos, pode causar irritação local e alergia. DIAFRAGMA 1 – Como funciona Normalmente é de silicone, no formato de disco maleável, introduzido no interior da vagina de maneira a formar uma barreira na frente do colo uterino para não haver a entrada dos espermatozoides no útero. Deve ser introduzido no interior da vagina, previamente ao ato sexual, em conjunto com gel e creme espermicida, para melhorar sua eficácia e aplicação. 2 – Qual a sua eficácia? Se usado corretamente, o risco de gravidez é de 15%. 3 – Como se utiliza? A maleabilidade do disco permite que ele seja dobrado com os dedos e introduzido facilmente na vagina, á maneira de um absorvente interno, pela própria mulher. Entretanto, é necessária a orientação do ginecologista para o uso adequado e correto. 4 – Qual a sua vantagem? Liberdade para a mulher controlar a contracepção, não aparece após a sua acomodação e não é percebido pelo parceiro, independe de contraindicação quando comparado com outros métodos. 5 – Desvantagem? Deve ser retirado após 6 horas da última relação, apresenta eficácia inferior a outros métodos contraceptivos, pode causar infecção urinária, irritação local, alergia, necessidade de complementação do gel espermicida após cada relação, além de menor proteção para DST´s. Métodos hormonais Os métodos hormonais consistem na utilização de hormônios femininos sintéticos, os quais podem atuar inibindo a ovulação e alterando as características do muco cervical. São eles: pílulas anticoncepcionais, anticoncepcionais injetáveis, implantes e pílula do dia seguinte. CONTRACEPTIVO HORMONAL – ORAL 1 – COMO FUNCIONA? Os contraceptivos orais (ou pílulas anticoncepcionais), podem ser combinadas com os hormônios estrogênio e progesterona, ou apenas progesterona. A principal ação é por interferência na ovulação, mas também modificam o endométrio e o muco do colo do uterino no sentido de dificultar a entrada e a sobrevivência dos espermatozoides. 2 – Qual a sua eficácia? Se usados corretamente, o risco de gravidez é de 0,3%. 3 – Como se utiliza? Ingestão diária de comprimidos. Dependendo dos tipos e da combinação hormonal, cada marca de pílula apresentará diferentes intervalos entre as cartelas, desde sete dias até o uso contínuo. 4 – Qual é a sua vantagem? Elevada eficácia contraceptiva, além de efeitos colaterais que podem ser desejáveis, como redução de fluxo menstrual e cólica, redução de acne e oleosidade da pele. 5 – Desvantagem? Em algumas mulheres podem provocar dor mamária, tontura, dor de estômago, alterações de humor e libido, ganho de peso, trombose, derrame (efeitos raros). Não protegem contra DST´s. CONTRACEPTIVO HORMONAL – INJETAVÉL 1 – Como funciona? Semelhante a pílula, isto é, com associação dos hormônios estrogênio e progesterona ou apenas progesterona. A diferença é que há um maior efeito sobre o endométrio e o muco do colo uterino. 2 – Qual a sua eficácia? Se usado corretamente, o risco de gravidez é de 0,3% por ano de uso. 3 – Como se utiliza? -Mensal – Associação dos hormônios estrogênio e progesterona - é aplicada uma dose do contraceptivo por meio de injeção muscular mensal. Mantém fluxo menstrual nos intervalos das injeções. -Trimestral – apenas progesterona - com aplicação de dose a cada três meses. Suspende a menstruarão. 4 – Qual a sua vantagem? Apresenta elevada eficácia e não necessita da ingestão diária de comprimidos. No caso do injetável trimestral, a suspenção da menstruação pode ser útil ás mulheres com cólicas e fluxos elevados. 5 – Desvantagem? Ganho de peso, dor mamária, dor de cabeça, sangramento irregular. Não protege contra DST´s, não pode ser aplicados em mulheres que fazem uso de anticoagulantes pelo risco de formarem hematomas no local da injeção. Implantes subcutâneos CONTRACEPTIVO HORMONAL - IMPLANTES 1 – Como funciona? Pequenos tubos (como palitos de fósforo) de 3 cm, que contém o hormônio progesterona e são inseridos na pele, especialmente na região do braço. Podem atuar por até três anos liberando o hormônio. A ação é por interferência na ovulação. A diferença é que há maior atuação no endométrio e no muco, dificultando a sobrevivência dos espermatozoides, bem como, a sua entrada. 2 – Qual a sua eficácia? Se usado corretamente, o risco de gravidezé de 0,05%. 3 – Como se utiliza? O médico faz uma pequena anestesia na pele por onde introduz uma agulha especial para inserção do implante. 4 – Qual é a sua vantagem? Elevada eficácia sem a necessidade de lembrar-se de tomar comprimidos diariamente. Como suspende a menstruação também auxilia no controle da dor em mulheres que tenham problemas menstruais. 5 – Desvantagem? Ganho de peso, dor mamária, dor de cabeça, sangramento irregular, queda de cabelo, diminuição de libido, depressão. Não protege contra DST´s. Pílula do dia seguinte Trata-se de um método contraceptivo de emergência, ou seja, deve apenas ser utilizado em situações emergenciais, não devendo substituir outros métodos contraceptivos. A pílula consiste em doses altas de hormônios e deve ser usada rapidamente após a relação desprotegida ou que ouve falha de outro método para garantir maior eficácia. Métodos intrauterinos 1 – Como funciona? São pequenas peças de plástico no formato da letra “T” ou do número “7”, com cerca de 2,5 a 3cm introduzidas no interior do útero. Podem ser utilizas com hormônio ou ter partes metálicas (cobre). Esse metal atua matando os espermatozoides e impedindo a fertilização. Já o DIU com hormônio libera pequenas quantidades de progesterona no interior do útero provocando alterações do endométrio (camada que reveste o útero) e do muco do colo uterino, dificultando a entrada dos espermatozoides e a sua sobrevivência. 2 – Qual a sua eficácia? Se usado corretamente o risco de gravidez é de 0,3% para o DIU de cobre e de 0,1% para o DIU hormonal. 3 – Como se utiliza? Ambos necessitam ser colocados pelo ginecologista e podem permanecer por alguns anos. 4 – Qual é a sua vantagem? Ambos os DIU´s permanecem dentro do útero e garantem excelente eficácia contraceptiva. O DIU de hormônio tem como efeito colateral reduzir a menstruação, e pode ser útil para mulheres que possuem cólicas ou fluxo menstrual intenso. 5 – Desvantagem? O DIU de cobre pode aumentar o fluxo menstrual, além de provocar cólicas. Estes efeitos não são observados para o DIU de hormônio. Porém, este pode provocar dor mamária, oleosidade da pele e cistos ovarianos. Ambos não previnem DST´s. Métodos definitivos Métodos chamados de definitivos são métodos cirúrgicos que promovem esterilização e podem ser feitos por homens e mulheres. São eles: a laqueadura e a vasectomia. Laqueadura: é um método contraceptivo definitivo realizado pela mulher que consiste na ligadura ou no corte das tubas uterinas. A mulher continua a ter ovulação, entretanto, como a ligação entre o ovário e o útero foi interrompida, a fecundação não acontece. A idade mínima passou de 25 para 21 anos; Quem tem pelo menos 2 filhos vivos também está autorizado, independentemente da idade; Foi dispensada a autorização do cônjuge para realizar a cirurgia; Pessoas sem filhos podem fazer a esterilização, desde que tenham a idade mínima; Mães podem fazer laqueadura imediatamente após o parto; É necessário esperar 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. Vasectomia: é um método contraceptivo realizado pelos homens e consiste na ligadura ou corte dos canais deferentes. O homem continua ejaculando normalmente, entretanto, não há presença de espermatozoides no líquido ejaculado. O líquido produzido na próstata e na vesícula seminal continua sendo eliminado normalmente durante a ejaculação. Recomendações: Anticoncepcional Masculino Hormônio A utilização de hormônios indiscriminadamente eleva a produção de testosterona, que causa infertilidade. Como isso afeta o testículo, a produção de espermatozoides fica prejudicada. Caso o homem deixe de tomar os hormônios, não é certo que ele voltará a ser fértil, por isso, o uso só deve ser realizado se houver recomendação de um médico. Pílula anticoncepcional masculina A pílula anticoncepcional masculina está em fase de pesquisa. Uma delas demonstrou 99% de eficácia contra gravidez em testes feitos com camundongos e sem resultar em efeitos adversos. Além disso, eles voltaram a ser férteis entre 4 a 6 semanas depois de parar de tomar a pílula. Entretanto, essa opção ainda está sendo pesquisada e precisa ser testada em humanos, sendo assim, ainda não é comercializada. https://g1.globo.com/saude/noticia/2022/03/24/pilula-anticoncepcional-masculina-atinge-99-de-eficacia-em-camundongos-dizem-cientistas.ghtml Gel anticoncepcional masculino O gel anticoncepcional masculino é outra probabilidade de contracepção que pode ser comercializada nos próximos anos. Essa opção consiste em um hidrogel sem hormônios que é aplicado de maneira não invasiva nos ductos espermáticos. Ele funciona como a vasectomia, que impede a passagem dos espermatozoides. No entanto, é um método que poderá ser reversível, já que esse gel anticoncepcional masculino será dissolvido pelo organismo depois de dois anos em que foi injetado. Injeção anticoncepcional masculina Outra opção que está sendo pesquisada e desenvolvida é um novo anticoncepcional masculino em forma de injeção, que é semelhante à citada anteriormente, porém, nesse caso, o homem fica estéril por cerca de 10 anos, podendo também ser reversível. Esse método anticoncepcional masculino consiste em um gel que danifica a cauda dos espermatozoides, fazendo com que a fertilização do óvulo não seja possível de acontecer. Ele é aplicado nos ductos deferentes, canal responsável por conduzir os espermatozoides ao sêmen para a ejaculação.
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