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BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO 1 Sumário Sumário ............................................................................................ 1 NOSSA HISTÓRIA .............................................................................. 2 INTRODUÇÃO ................................................................................. 5 NORMAS DA BIOSSEGURANÇA ................................................... 7 BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO ...................... 10 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) .................... 14 IMUNIZAÇÃO ................................................................................. 16 ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO ................................. 18 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .......................... 21 PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE ......................................................................................... 23 CONCLUSÃO ................................................................................ 27 REFERÊNCIAS .............................................................................. 28 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criada a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Vídeos de Apoio Visando promover mais um pouco de conhecimento sobre o assunto de BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO, foram selecionados alguns vídeos que deverão ser assistidos antes de inciar a leitura do conteúdo da apostila. Vídeo 1: Biossegurança em Serviços de Saúde Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=PhEXqSqujGc > Sinopse: no vídeo a professora Giovanna Cruz aborda pontos chaves acerca da Biossegurança em Serviços de Saúde. Vídeo 2: Aula Gratuita- Biossegurança: Classificação de risco dos agentes biológicos Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=i0SZifKCpqQ > Sinopse: no vídeo a professora Fernanda Coelho aborda a Classificação dos Riscos biológicos em serviços de saúde. Vídeo 3: Infecção hospitalar: higiene e cuidado evitam problemas Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=pXKk0H5KAeM > Sinopse: no vídeo do canal oficial do Ministério da Saúde explica o que são as infecções hospitalares, como são contraídas e ensina as técnicas e procedimentos utilizados pelos funcionários dos hospitais para controlá-las e preveni-las. Mostrando os cuidados que se deve ter para ajudar na prevenção https://www.youtube.com/watch?v=PhEXqSqujGc https://www.youtube.com/watch?v=i0SZifKCpqQ https://www.youtube.com/watch?v=pXKk0H5KAeM 4 dessas infecções e apresenta a função desempenhada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 5 INTRODUÇÃO Os avanços tecnológicos e biotecnológicos são extremamente promissores para área da saúde, tendo em vista a larga necessidade de produtos e materiais que existe no mercado. Na atualidade, é possível a realização de exames com o uso de imagens computadorizadas dos corpos humanos, o que garante precisão na visualização de doenças, bem como de diagnósticos. Através da tecnologia virtual é possível a realização de atos cirúrgicos orientados e acompanhados por especialistas de qualquer hemisfério do planeta, ou seja, durante a realização da cirurgia. Por meio de técnicas artificiais a ciência oferta à sociedade meios de reprodução, as terapias gênicas se constituem como garantia da possibilidade de regeneração saudável para as células doentes e/ou danificadas. Garantido a chance de cura para doenças como, por exemplo, alguns tipos de câncer que há muitos anos eram considerados incuráveis. De outra forma, a ciência é capaz de propagar danos a todas as formas de vida, caso devidos cuidados na utilização de recursos tecnológicos e biotecnológicos não sejam tomados. Um ponto a se destacar, refere-se à tomada de consciência dos trabalhadores das instituições de saúde. É necessário que o profissional que atua nesta área reflita seu pensamento para a busca de um ambiente saudável e livre de doenças infecciosas A biossegurança diz respeito a uma série de diretrizes e critérios que aspiram à proteção dos profissionais de saúde e da população. É uma área do conhecimento definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que assegura a prevenção e o controle de riscos pertinentes às atividades que sejam capazes de afetar à saúde de todas as formas de vida. O objetivo principal da biossegurança é garantir que quaisquer procedimentos de saúde realizados transcorram de forma segura, no que diz respeito aos profissionais e os pacientes, gerando resultados satisfatórios. 6 A biossegurança se atenta na fiscalização das instalações laboratoriais e as práticas adotadas no laboratório assim como em ambientes maiores como hospitais, clínicas e centros de enfermagem, devido aos agentes biológicos estarem em qualquer local. Estas medidas são indispensáveis, devido nesses lugares, existir a exposição frequente de indivíduos a agentes patogênicos, além dos riscos físicos e químicos. 7 NORMAS DA BIOSSEGURANÇA Uma das principais normas de biossegurança aplicada na área da saúde é relativa à higienização das mãos. Estas devem sempre ser lavadas antes e após qualquer procedimento que seja necessário contato com paciente, fato que diminui a chance de infecções cruzadas. Outro ponto de recomendação é o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os quais devem ser utilizados restritamente no ambiente de trabalho. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), bem como todos os órgãos de saúde, tem se empenhado vigorosamente para a melhoria da assistência prestado aos pacientes, buscando aprimorar a eficácia de suas ações, ofertando um serviço de qualidade aos usuários dos serviços de saúde. Figura 1: Programa Nacional de Segurança ao Paciente 8 No Brasil, um ponto importante na atenção à saúde foi a implementação do Programa Nacional de Segurança do Paciente, destacado na figura acima, o qual possui como objetivo a prevenção e redução da incidência de eventos adversos relativos à assistência prestada em serviços de saúde. Estes que possuem a capacidade de gerar males aos pacientes e prejuízos ligados aos cuidados à saúde, resultantes de processos ou estruturas da assistência. A conduta que visa a segurança do paciente pondera os procedimentos assistenciais visando a identificação da ocorrência das falhas antes que estas provoquem malefícios aos pacientes. Desse modo, se faz necessário identificar os processos mais agravantes e com maior possibilidade de ocorrência, visando o desenvolvimento de ações eficazes para prevenção. Considera-se que os sistemas de serviços de saúde são complexos e têmcada vez mais incorporado tecnologias e técnicas elaboradas, cercados de riscos adicionais na prestação de assistência aos pacientes. No entanto, algumas medidas simples e efetivas são capazes de prevenir e reduzir riscos e danos, como por exemplo: meios de dupla identificação do paciente; melhora da comunicação entre profissionais de saúde; administração segura de medicamentos; realização de cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos; higiene das mãos para a prevenção de infecções e prevenção de quedas e úlceras por pressão (UPP). Estas ações executadas corretamente e com segurança, pelos profissionais de saúde, através do desenvolvimento de protocolos específicos, ligadas às barreiras de segurança nos sistemas, possuem a capacidade de prevenção dos eventos adversos relacionados à assistência à saúde. A biossegurança pode ser enfocada em duas direções: tanto em relação aos organismos geneticamente modificados e seus derivados quanto às atividades inerentes a biotecnologia, proteção social e ocupacional dos trabalhadores. O Ministério da Saúde por meio da Norma Regulamentadora 9 nº 32 (NR-32) dispõe acerca da segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, representando considerável avanço para os trabalhadores da área, por meio de diretrizes para a implementação de medidas de proteção à saúde e segurança do trabalhador. 10 BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO Biossegurança pode ser definida como uma série de ações focadas na prevenção, controle, redução ou eliminação de riscos ligados às atividades que sejam capazes de interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Sendo assim, trata-se de um método estratégico e indispensável para a pesquisa e o desenvolvimento sustentável sendo de extrema relevância para avaliação e prevenção de prováveis efeitos adversos de novas tecnologias à saúde. Na esfera do Ministério da Saúde (MS), a Biossegurança é zelada pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), sendo esta coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) e composta pelas Secretarias de Vigilância em Saúde (SVS) e de Atenção à Saúde (SAS), pela Assessoria de Assuntos Internacionais em Saúde (AISA), pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Através da sua implantação, a CBS apresenta como objetivo a delimitação de estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações ligadas à Biossegurança, para se ter uma melhor articulação entre o Ministério da Saúde com órgãos e entidades referentes ao tema. Suas principais atribuições são: participação e acompanhamento nos âmbitos nacional e internacional, da elaboração e reformulação de normas de biossegurança; realização do levantamento e análise das questões referentes à biossegurança, buscando identificar seus impactos e suas correlações com a saúde humana; possibilitar debates públicos acerca da biossegurança, por meio de reuniões e eventos abertos à comunidade; estimulação da integração de ações dos diversos órgãos do Sistema Único de Saúde (SUS), nas questões de biossegurança em saúde; e assessoramento nas atividades relacionadas à formulação, à atualização e à implementação da Política Nacional de Biossegurança. 11 As ações de biossegurança em saúde são essenciais para a promoção e manutenção do bem-estar e proteção à vida. A evolução de forma extremamente veloz do conhecimento científico e tecnológico gera condições oportunas que permitem atos que inserem o Brasil em níveis de biossegurança recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os profissionais de saúde, desde seus primórdios, enfrentam inúmeros riscos a sua saúde devido a assistência. A partir da descoberta dos primeiros casos de Síndrome da Imunodeficiência adquirida (AIDS), se tornou mais evidente a vulnerabilidade e probabilidade da propagação de doenças ocupacionais na área da saúde, tornando-se necessário a avaliação dos mecanismos de prevenção de contaminação cruzada. Se faz necessário a presença de uma rotina clara e objetiva, a qual deve ser seguida por toda equipe multiprofissional prestadora da assistência em saúde, no intuito de diminuir a probabilidade de ocorrência de contaminação cruzada e suas complicações. As instituições de saúde podem estabelecer em seus serviços as comissões de biossegurança. As quais possuem como objetivo a preservação da segurança de toda instituição, principalmente na prestação de serviços à sociedade. As funções das comissões de Biossegurança visam: Trabalhar em parceria com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) almejando condições seguras de trabalho para toda a equipe; Normatizar os cuidados de Biossegurança em todas instituições de saúde; Elaborar, implantar e avaliar periodicamente o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS); 12 Elaborar e implantar um protocolo de redução de acidentes com materiais químicos e biológicos; Desenvolver um programa de controle de infecções pretendendo proteger pacientes e a equipe de saúde do risco de transmissão de doenças infecciosas nas instituições de saúde; Implantar um protocolo de assistência segura ao funcionário acidentado; Implantar o protocolo de cirurgia segura; Supervisionar os Laboratórios, Clínicas e a Central de Material Esterilizado, pertencentes às instituições de saúde; Sensibilizar e acompanhar os funcionários no tocante a prevenção de doenças por meio da vacinação; Implementar a coleta seletiva de lixo nas instituições; Capacitar os funcionários, no que diz respeito às atividades desenvolvidas pela comissão de Biossegurança. Os principais métodos para a redução das infecções ocupacionais são a prevenção da exposição a materiais biológicos potencialmente infecciosos, além da imunização, assim como a educação continuada. O Programa de Controle de Infecções possui como objetivos: A propagação entre todos os membros da instituição de saúde do conceito de precauções padrão, que evidencia que qualquer contato com fluidos corpóreos é infeccioso, o que requer que todo profissional sujeito ao contato direto com eles se proteja; Revisão anual dos manuais de biossegurança; Redução de microrganismos patogênicos encontrados no ambiente de trabalho e, consequentemente, contaminação cruzada; Sensibilizar a equipe de saúde quanto à importância das técnicas adequadas de controle de infecção; 13 Estabelecer estratégias de promoção à saúde dos pacientes e da equipe de saúde; Promover a importância da vacinação tanto para os funcionários quanto aos pacientes. Lavagem frequente das mãos, para a prevenção do risco de transmissão de microrganismos para clientes, pacientes e profissionais de saúde. Caso as luvas sejam rasgadas ou puncionadas durante o procedimento, elas deverão ser removidas imediatamente e as mãos rigorosamente lavadas, e novamente enluvadas, antes de completar o procedimento. Realizar todas as etapas de avaliação e tratamento de acidentes de trabalho com material biológico, conforme fluxograma para acidentes. Profissionais com lesões nas mãos ou dermatites devem abster- se, até o desaparecimento das lesões, de cuidar de clientes e de manipular instrumentos e aparelhos potencialmente contaminados. Contudo, em casos especiais estes devem ser cobertos com curativos antes do calçamento das luvas. As superfícies das bancadas de trabalho devem ser limpas e descontaminadas com hipoclorito a 2% ou álcool a 70%, antes e após os trabalhos e sempre após algum respingo ou derramamento, sobretudono caso de material biológico potencialmente contaminado e substâncias químicas. 14 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) O Equipamento de Proteção Individual (EPI) pode ser definido como todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, que objetiva proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, em conformidade com a NR 06 do Ministério do Trabalho. Sendo dividido em: Proteção para os membros superiores; Proteção para os membros inferiores; Proteção contra quedas com diferença de nível; Proteção de tronco; Proteção do corpo inteiro; Proteção auditiva; Proteção para a cabeça; Proteção respiratória; Proteção da pele. As luvas devem ser utilizadas para prevenção da contaminação da pele com material biológico, durante a prestação de cuidados e na manipulação de instrumentos e superfícies. A higienização das mãos deve ser realizada rotineiramente. As luvas não devem ser utilizadas fora do local de trabalho, a não ser para o transporte de materiais biológicos, químicos, estéreis ou de resíduos. A máscara é o EPI indicado para a proteção das vias respiratórias e mucosa oral durante a realização de procedimentos em que ocorra possibilidade de respingos ou aspiração de agentes patógenos presentes no sangue e outros fluidos corpóreos. A máscara deve ser escolhida de modo a permitir proteção adequada, conforme os agentes biológicos. Os óculos devem ser utilizados em atividades que possam produzir respingos e/ou aerossóis, projeção de estilhaços pela quebra de materiais, assim como em procedimentos que utilizem fontes luminosas intensas e eletromagnéticas, que envolvam risco químico, físico ou biológico. Devendo ser higienizado após o seu uso, no caso de trabalho com agentes biológicos, utilizar solução desinfetante - hipoclorito a 0,1%. 15 O jaleco deve ser em algodão ou material sintético, com mangas longas e colarinho alto, deve ser utilizado exclusivamente em ambiente laboral, devido ao alto risco de contaminação cruzada. Já o jaleco de TNT, ou capote, é descartável, oferece proteção contra fluídos corpóreos, e consequentemente a infecção cruzada. O gorro é confeccionado em TNT e possui como objetivo a proteção do couro cabeludo contra respingos e aerossóis, bem como impossibilita que caia algum fragmento de cabelo no local em que se dá a assistência. O uso do propé vem sendo abolido, devido sua utilização não prevenir a contaminação ambiental, podendo levar microrganismos até as mãos dos funcionários, ao tocarem seus pés para retirá-lo. 16 IMUNIZAÇÃO É de extrema importância que os profissionais envolvidos diretamente com processos de programa de gerenciamento, estabeleçam os protocolos de segurança e de saúde, dos quais estão inclusos exames periódicos, assim como garantam que as empresas mantenham seus empregados imunizados conforme o Programa Nacional de Imunização (PNI), mantendo em seus arquivos cópia dos comprovantes. As imunizações protegem não apenas a saúde dos profissionais, assim como seus clientes e familiares. Todos os funcionários necessitam comprovar que possuem o esquema vacinal em dia, tendo 3 doses de Hepatite B, 1 dose de Febre Amarela, 2 doses de Tríplice Viral (acima de 29 anos, é necessário somente 1 dose), 3 doses de Dupla Adulto (dT) e reforço a cada dez anos, 1 dose de dTpa (adulto) para profissionais de saúde e reforço a cada dez anos. No caso da hepatite B o Programa Nacional de Imunização (PNI) recomenda três doses da vacina em intervalos de zero, um e seis meses, como destacado na figura abaixo. Para confirmação da resposta vacinal deve ser realizado o teste sorológico anti-HBs, um a dois meses após a última dose, com intervalo máximo de seis meses. Neste teste deve ser detectada a presença de anticorpos protetores com titulação acima de 10 UI/mL. Figura 2: Esquema Vacinal Hepatite 17 De acordo com o Ministério da Saúde, em nos casos de esquema vacinal interrompido não há necessidade de recomeçá-lo, mas apenas dar seguimento ao mesmo. Profissionais que tenham parado o esquema vacinal para hepatite B após a 1ª dose deverão realizar a 2ª dose logo que possível e a 3ª dose deve ser realizada com um intervalo de 2 meses da dose anterior. Em caso de acidentes com material biológico envolvendo pessoas com esquema incompleto de vacinação, recomenda-se a comprovação da resposta vacinal através da realização do anti-HBs. Em relação ao protocolo pós exposição ocupacional segue detalhes na figura abaixo. Figura 3: Recomendações para profilaxia de hepatite B após exposição ocupacional a material biológico. 18 ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO A exposição à sangue ou outros líquidos corporais potencialmente contaminados tende a suceder em infecção por patógenos como o vírus da imunodeficiência humana (AIDS) e os vírus das hepatites B e C. Os acidentes geralmente acontecem por meio de ferimentos com agulhas, material ou instrumentos perfurocortantes, bem como do contato direto na mucosa ocular, nasal, oral e pele não íntegra com sangue ou materiais orgânicos contaminados. A enfermagem é uma das principais profissões sujeitas a exposição a material biológico. Essa exposição elevada é relativa devido sua equipe ser a de maior número no serviço de saúde, possuindo mais contato na assistência ao paciente. Dentro da equipe de enfermagem, os técnicos geralmente são a categoria mais envolvida nos acidentes com material biológico. Conhecer as características dos acidentes biológicos é de extrema importância para realização de planejamento e desenvolvimento de medidas que reduzam a ocorrência de acidentes, incluindo os programas de educação em serviço. Alguns fatores de risco para ocorrência de infecção podem ser destacados: A patogenicidade do agente infeccioso; O volume e o material biológico envolvido; A carga viral/bacteriana da fonte de infecção; A forma de exposição; A susceptibilidade do profissional de saúde. No caso da Hepatite B e C e do HIV, o sangue é o fluido corpóreo que contém a concentração mais alta de vírus e é o veículo de transmissão mais importante em serviços de saúde. Sendo também encontrado em outros fluidos corpóreos como sêmen, secreção vaginal e outros. 19 O paciente no qual o profissional presta assistência no momento do acidente deve ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, Hepatite B e C., por meio da realização de exames diagnósticos. Caso haja recusa ou impossibilidade de realizar os testes, deve-se considerar o diagnóstico médico, bem como os sintomas e história de situação de risco para aquisição de HIV, HBC e HCV. Quando indicada, a Profilaxia Pós-Exposição (PPE) deverá ser iniciada o mais rápido possível, de forma preferencial, nas duas horas após o acidente, sendo a sua duração de 28 dias. Nos dias de hoje, existem diversos medicamentos antirretrovirais, no entanto nem todos são indicados, com atuações em diferentes fases do ciclo de replicação viral do HIV. Em mulheres na idade fértil que não sabem informar se há possibilidade de gravidez deve- se oferecer o teste de gravidez. A identificação de locais, momentos e atividades que apresentam risco para os trabalhadores é essencial para a elaboração de ações com intuito de minimizar o risco de acidentes. É necessário também, por meio do entendimento dos profissionais, da possibilidade de adquirir doenças infectocontagiosas após acidentes, leva-los a ponderar acerca da sua compreensão e conduta em relação às práticas de biossegurança, com o objetivo de reduzir o risco no ambiente de trabalho. As situações de risco, quando discutidas e explicadas, possuem um maior impacto do que apenas a transmissão de informações, ao serem somente repassadas é necessário reforçar a demanda de intensificação do componenteeducativo no cotidiano das ações de enfermagem. Para a maioria das situações de risco, protocolos preventivos já foram preconizados, mas o grande desafio é a adesão pelos profissionais da área da saúde. É necessário ressaltar que o acidente com exposição a material biológico é apontado como agravo de notificação compulsória. Acidentes não notificados são um fato de grande preocupação, pois tendem a significar que o trabalhador não recebeu os cuidados imediatos que reduzem o risco de 20 soroconversão para infecções pelos Vírus da Hepatite B e HIV, como a administração de imuno e quimioprofilaxia, respectivamente quando indicados. Ao não realizar a notificação o profissional perde a oportunidade de caracterizar o acidente com material biológico como acidente de trabalho, pois provavelmente não foi orientado para preenchimento da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), que possui implicações trabalhistas protetoras no caso de acometimento de uma infecção em decorrência do acidente. 21 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Resíduo de Serviço de Saúde (RSS) é o produto residual, não utilizável, derivado das atividades realizadas por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, que, por suas características, necessita de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. A RDC/ANVISA nº 306, de 07 de dezembro de 2004, estabelece que todo gerador é responsável desde a geração até o destino final dos resíduos. O gestor deve estabelecer um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), que detalhe as ações relacionadas a manipulação dos resíduos sólidos, analisando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, assim como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente. A cópia do PGRSS da Instituição deve estar sempre disponível para consulta das autoridades sanitárias ou ambientais, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral na Comissão de Biossegurança Os RSS são apontados pela ANVISA na Resolução RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004, conforme descrito abaixo e destacados na figura 4: Grupo A - Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. Grupo B - Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Grupo D - Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Grupo E - Materiais perfurocortantes. 22 Figura 4: Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde 23 PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE A segurança do paciente está correlacionada com a qualidade da assistência, no entanto, é necessário salientar que segurança e qualidade não são sinônimos. A segurança do paciente é um elemento essencial da qualidade na assistência, ou seja, para ofertar cuidados qualificados, é indispensável que as instituições de saúde prestem um atendimento seguro. No meio das principais preocupações relativas à segurança do paciente e qualidade dos serviços de saúde, encontra-se a redução do risco de incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras). Estas são infecções adquiridas durante o processo de cuidado em uma instituição de saúde, que não estavam presentes na admissão do paciente, podendo se manifestar durante a internação ou após a alta hospitalar, incluem-se também as infecções ocupacionais adquiridas pelos profissionais de saúde. As Iras são consideradas um grande problema para segurança dos pacientes, de modo que o seu impacto tende a causar uma internação prolongada, incapacidade a longo prazo, aumento de resistência microbiana aos antimicrobianos, aumento da mortalidade, além do ônus financeiro adicional para a instituição de saúde, paciente e familiares. As ações previstas na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente são capazes de nortear as práticas seguras nos serviços de saúde. Embora a complexidade da assistência à saúde tenha aumentado consideravelmente nos últimos anos, possuindo como consequência o aumento dos riscos pertinentes à infecção, a responsabilidade dos profissionais da saúde e dos serviços de saúde em não causar danos ao paciente ou ao profissional da saúde permanece sendo fundamental. 24 Apesar dos avanços tecnológicos, bons padrões de limpeza ambiental e profissionais bem preparados, as instituições de saúde podem ser reservatórios de infecções. De outro modo, há a pressão pelas organizações saúde para se prestar assistência a um número maior de pacientes tendo recursos humanos e materiais reduzidos, fatores que afetam diretamente a qualidade assistencial e ocorrência de Iras Os fatores de risco para as Iras são geralmente divididos em três espécies: iatrogênicos, organizacionais ou relacionados a pacientes. Os fatores de risco iatrogênicos incluem os procedimentos invasivos, como entubação e uso de antimicrobianos. Os fatores de risco organizacionais dizem respeito ao sistema de ar condicionado contaminado, recursos humanos insuficientes, entre outros. Já os fatores de risco relacionados a pacientes englobam a gravidade da doença, imunossupressão e tempo de permanência. ANVISA(2017), destaca: Reduzir os riscos de IRAS evitáveis requer uma grande mudança de cultura, de atitude e abordagem da assistência prestada a pacientes. Para que ocorram estas mudanças é necessário compreender claramente quais são os fatores AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA 148 que aumentam os riscos do paciente em adquirir a infecção e como/onde as melhorias na estrutura, na organização e nas práticas assistenciais podem reduzir esta ameaça e aumentar a segurança do paciente. A maioria das Iras é endêmica e recomendações de medidas para preveni-las, estão publicadas por organizações internacionais e nacionais (Anvisa), em especial para prevenção de Infecção da Corrente Sanguínea associada a CVC, Infecção do Trato Urinário associada a CVD, ISC e Pneumonia associada a VM. Entretanto, periodicamente podem ocorrer casos agregados, surtos ou epidemia de Iras, nos quais protocolos e procedimentos bem desenhados devem ser seguidos para investigar a causa e rapidamente intervir. As melhorias do sistema e das práticas, resultantes destes estudos, podem ser incorporadas às estratégias para prevenir futuros eventos adversos e surtos. Os serviços de saúde devem aplicar as estratégias de controle de infecção caso haja suspeita ou 25 diagnóstico de surto infecciosos no serviço de saúde ou na comunidade. ANVISA (p.145-147, 2017) No Brasil, a Segurança do Paciente já entrou na agenda política desde a mobilização da Anvisa/Ministério da Saúde junto à OMS para que os objetivos desejados fossem alcançados. A constatação de que os resultados do cuidado na condição de saúde do paciente estão associados ao processo, assim como a fatores contextuais, não é recente, Florence Nightingale, dentre diversas atividades que exerceu ao longo de sua vida, também esteve vinculada com a criação das primeiras medidas de desempenho hospitalar. De modo geral, as ações sobre segurança em serviços de saúde priorizam a identificação e redução de eventos adversos evitáveis. Nota-se que notáveis alterações já foram realizadas neste fundamento, salientando- se a consumação da notificação de eventos adversos, sistemas de comunicação e de técnicas de análise associadas. Para o sistema de saúde tornar-se mais seguro, pode ser exigido que as instituiçõesde saúde abandonem algumas tradições relativas a autonomia e a autoridade, devido alguns profissionais acreditarem, equivocadamente, que estas características são necessárias para realização eficaz do seu trabalho. BRASIL (2017), leciona: A mensuração confiável dos serviços de saúde para identificar resultados de segurança do paciente é o primeiro desafio para a análise comparativa. Na área da saúde, a prevenção de eventos adversos evitáveis seria o numerador que mais convenceria, do ponto de vista ético. O movimento de promoção da segurança do paciente nos serviços de saúde começa a ter sentido no momento em que sai do “papel”, ou seja, que deixa de ser um projeto ou um regulamento para cumprir etapas de processo de acreditação, de recomendações de gestores, ou até das bases de dados dos responsáveis pelo gerenciamento de risco e se constitui como uma mudança de cultura que se fundamenta na atenção ao paciente e à sua família. Esta atenção pode ocorrer em uma instituição hospitalar, instituição de cuidado de longa permanência ou unidade de emergência, dentre outras. Nesta direção a avaliação sistemática do erro e das barreiras que protegem os pacientes é o pilar de qualquer sistema de atenção à saúde que pretende ser seguro. A segurança do 26 paciente começa no local de cuidado mais próximo do paciente/cliente. BRASIL (p.43, 2017) Todas os métodos criados e adaptados para a finalidade de segurança, como por exemplo os relatos de incidentes, auditorias, bundles, cheklist, revisão de processos e triggers devem ser ponderados na prática clínica. Tendo como objetivo beneficiar o paciente e evitar qualquer lesão decorrente dos cuidados. Para muitos profissionais esta é a forma habitual de trabalhar. Mesmo nessas situações, o sistema pode não permitir que se faça o trabalho com segurança, dessa forma tende a gerar eventos de risco. De forma complementar, a promoção da segurança do paciente deve ser a base de trabalho para todo o assistência de saúde. Segundo estudos sobre risco e segurança, a área da saúde é um dos sistemas mais complexos em razão dos seguintes pontos: Tipo de desempenho que se espera de todos os profissionais, desde atividades rotineiras até as altamente inovadoras; Relação entre os profissionais de saúde e os pacientes, da total autonomia do paciente até a total necessidade de supervisão; Tipo de regulamentações, desde atividades que não possuem regulamentação alguma até aquelas altamente especificadas; Pressão por justiça após um incidente, desde simples caso legal até grandes e complexos processos contra pessoas e instituições; Supervisão e a transparência da mídia e das pessoas, quanto às questões relacionadas à área, desde pouca preocupação até demanda por fiscalização e ação nacional. 27 CONCLUSÃO O movimento de promoção da segurança do paciente nos serviços de saúde passa a possuir fundamento a partir que deixa de ser um projeto ou um regulamento para cumprir etapas de processo de acreditação, de recomendações de gestores, ou até das bases de dados dos responsáveis pelo gerenciamento de risco e se constitui como uma mudança de cultura que se fundamenta na atenção ao paciente e à sua família. Vale salientar que o desafio para o enfrentamento da redução dos riscos e dos danos na assistência à saúde carece da fundamental mudança de cultura dos profissionais para a segurança, disposta à política de segurança do paciente, estabelecida nacionalmente. Desta forma, empenhar na mudança de sistema, no aperfeiçoamento da equipe de saúde, na utilização de boas práticas e no aprimoramento das tecnologias e melhoria dos ambientes de trabalho estabelece conteúdos essenciais para se alcançar melhores resultados para os pacientes, família e comunidade. . 28 REFERÊNCIAS KENNEDY, John F. Special message to the Congress on protecting the consumer interest. Public papers of the presidents of the United States, v. 93, p. 236, 1962. BAKER, Alastair. Crossing the quality chasm: a new health system for the 21st century. British Medical Journal Publishing Group, 2001. WORLD HEALTH ORGANIZATION. DEPARTMENT OF MENTAL HEALTH et al. Mental health atlas 2005. World Health Organization, 2005. SAFETY, WHO Patient et al. WHO guidelines on hand hygiene in health care. World Health Organization, 2009. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n° 63, de 25 de novembro de 2011 ERDTMANN, Bernadette Kreutz. Gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde: biossegurança e o controle das infecções hospitalares. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 13, p. 86-93, 2004. DO CENTRO UNIVERSITÁRIO, Comissão de Biossegurança. Cesmac: Manual de Biossegurança: Enfermagem. 2015. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2017.
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