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3-CONTROLE-DE-INFECÇÃO-HOSPITALAR-1

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1 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 INFECÇÃO HOSPITALAR .......................................................................... 5 
2.1 Marcos no Desenvolvimento dos Programas de Controle das Infecções 
Hospitalares ............................................................................................................. 6 
3 BIOSSEGURANÇA ..................................................................................... 9 
3.1 Comissão de Biossegurança em Saúde............................................. 10 
3.2 Vertentes da Biossegurança .............................................................. 11 
3.3 Princípios de Biossegurança .............................................................. 12 
3.4 Níveis de Biossegurança .................................................................... 13 
3.5 Portaria 2616 do Ministério da Saúde de 12/05/1998 ........................ 15 
3.6 O PCIH: Organização ......................................................................... 15 
3.7 PCIH e CCIH ...................................................................................... 19 
4 CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS POR POTENCIAL DE 
CONTAMINAÇÃO ..................................................................................................... 22 
4.1 Vigilância epidemiológica e indicadores epidemiológicos das infecções 
hospitalares.............................................................................................................24 
4.2 Indicadores de uso de antimicrobianos. ............................................. 25 
4.3 Relatórios e notificações .................................................................... 26 
5 EDUCAÇÃO DO PACIENTE E ACOMPANHANTES ............................... 27 
6 PRECAUÇÕES E ISOLAMENTOS HOSPITALARES .............................. 28 
6.1 Precauções padrão ............................................................................ 29 
6.2 Precauções de contato ....................................................................... 32 
6.3 Precauções para gotículas ................................................................. 33 
6.4 Precaução para aerossóis .................................................................. 35 
6.5 Isolamento protetor ou reverso ........................................................... 37 
6.6 Precauções e isolamento em neonatologia e pediatria ...................... 37 
 
3 
 
6.7 Situações especiais ............................................................................ 39 
6.8 Microrganismos multirresistentes ....................................................... 40 
7 RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ................................................ 41 
7.1 Regulamentações .............................................................................. 43 
7.2 Riscos dos RSS ................................................................................. 46 
7.3 Classificação ...................................................................................... 50 
7.4 Exposição a agentes biológicos ......................................................... 51 
8 DOENÇA INFECCIOSA ............................................................................ 52 
9 INSPEÇÃO HOSPITALAR ........................................................................ 54 
10 DESINFECÇÃO HOSPITALAR ............................................................. 56 
10.1 Princípios ativos utilizados nos desinfetantes hospitalares: ............ 56 
10.2 Classificação dos artigos hospitalares ............................................ 58 
11 LAVAGEM E ANTI-SEPSIA DAS MÃOS PARA CIRURGIAS ............... 58 
11.1 Antissepsia da pele do paciente para procedimento cirúrgico ........ 59 
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 61 
13 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos!
 
5 
 
2 INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
Fonte: hnso.com.br 
O termo infecção hospitalar é definido como doença infecciosa contraída após 
a internação, que se manifesta durante o período desta ou após a alta quando puder 
ser correlacionado a internação ou procedimentos hospitalares realizados durante o 
período de estadia hospitalar. 
A grande maioria das infecções hospitalares é causada por um desequilíbrio 
da relação existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de 
defesa do hospedeiro. Isto pode ocorrer devido à própria patologia de base 
do paciente, procedimentos invasivos e alterações da população microbiana, 
geralmente induzida pelo uso de antibióticos. (WEBER, 1997, apud 
PEREIRA, 2014, p. 251). 
Os microrganismos que predominam nestas infecções raramente são 
causadores de infecções em outras situações, por apresentarem pequena virulência, 
mas em decorrência da baixa de imunidade, são capazes de se desenvolver e 
manifestar o processo infeccioso nestes âmbitos e situações. 
Uma quantidade significativa de infecções hospitalares pode ser considerada 
como autógenas, onde seu desenvolvimento ocorre a partir da microbiota do próprio 
paciente, sendo de origem comunitária ou intra-hospitalar, condição de difícil 
definição. 
O hospedeiro é o elo mais importante da cadeia epidemiológica por albergar os 
microrganismos que desencadeiam processos infecciosos. A patologia de base 
 
6 
 
favorece a ocorrência da infecção por afetar os mecanismos de defesa, a exemplo de 
casos de grandes queimaduras, desnutrição, deficiência imunológica, uso de 
medicamentos e idade avançada. 
A prática de procedimentos invasivos terapêuticos e diagnósticos também são 
fatores importantes de risco para o aparecimento de infecções hospitalares, podendo 
veicular agentes infecciosos no momento da realização ou durante a permanência 
hospitalar, sendo manifestadas principalmente em pacientes gravemente enfermos, 
submetidos a tais procedimentos e também a uso de imunossupressores. 
As Infecções Hospitalares podem ser: 
 Preveníveis ou evitáveis: Aquela que permite interferência na cadeia de 
transmissão dos microrganismos, por meio de medidas eficazes como a lavagem das 
mãos, processamento correto de artigos e superfícies de contato, utilização de 
equipamentos de proteção individual e medidas de assepsia. 
As infecções evitáveis, exige da equipe de saúde e das instituições, 
responsabilidade ética, técnica e social para prover condições de prevenção, 
revelando ser ponto fundamental em todo o processo de controle da infecção e ao 
cuidado com o profissional e paciente. 
 Não Preveníveis: Aquelas que ocorrem mesmo com todas as precauções de 
higiene e segurança, principalmente em pacientes imunologicamente comprometidos, 
sendo originadas a partir de microbiota própria. 
Faltam informaçõese atualização básica sobre métodos e técnicas de 
prevenção de infecção, vigilância epidemiológica, sistema de notificação, ou 
outros, dificultados pelas mais diversas causas como a falta de tempo 
proveniente do acúmulo de funções, falta de apoio administrativo ou falta de 
treinamento específico. (FONTANA; LAUTERT, 2006, apud REIS 2014, p. 
303). 
2.1 Marcos no Desenvolvimento dos Programas de Controle das Infecções 
Hospitalares 
 Década de 70: Neste período ocorreu uma reformulação nas atividades de controle 
de infecção. Em hospitais americanos foram adotadas de forma progressiva 
recomendações de órgãos oficiais, substituindo assim os métodos passivos por busca 
ativa e criação de núcleos para controle de infecção, com consequente aprofundando 
em estudos sobre o tema. No Brasil, surgiram as primeiras Comissões de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH). 
 
7 
 
 Década de 80: Nos Estados Unidos ocorreu a consolidação das experiências 
desencadeadas na década anterior, onde as monitorizações microbiológicas 
rotineiras de pessoal e ambientes deixaram de ser realizadas, dando espaço ao 
aperfeiçoamento progressivo de métodos de vigilância epidemiológica, tendo como 
ponto chave a racionalização do tempo de coleta de dados, através do uso de pistas 
diagnósticas, informatização e consolidação destes dados, disponibilizando assim, 
mais tempo para interpretação, desenvolvimento de atividades educativas e 
abordagem minuciosa dos episódios de tais infecção. 
 No Brasil, neste período começou a ocorrer a conscientização dos 
profissionais de saúde acerca das infecções hospitalares com a instituição de CCIH 
em vários estados do país. 
Em 1983 aconteceu a publicação da Portaria 196, por parte do Ministério da 
Saúde, sendo assim o primeiro documento normativo oficial. 
Em 1987 foram publicadas pelos Centers for Disease Control and Prevention 
(CDC), normas de precauções universais e isolamento de substâncias corpóreas, 
definindo cuidados básicos a serem tomados com todos os pacientes, 
independentemente de seu diagnóstico, e em 1996, realizou-se uma ampla revisão 
destas medidas hoje denominadas de precauções baseadas na transmissão e 
precauções padrão. 
 Década de 90: Em 1992 ocorreu a publicação da Portaria 930, com ênfase na defesa 
da busca ativa de casos. 
Em 1997 ocorreu a aprovação da Lei 9431, que torna obrigatória a presença da 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e do Programa de controle de 
Infecção Hospitalar (PCIH) independente do porte e da estrutura hospitalar, com o 
intuito de reduzir a incidência e a gravidade das IH ao máximo possível. 
Vale destacar que a presença do enfermeiro como membro das CCIH 
aparece como sugestão em alguns destes documentos e que na última 
Portaria, número 2616, publicada em 1998, sua presença aparece no time 
dos profissionais que, obrigatoriamente devem compor essa comissão na 
qualidade de membro executor dos programas de controle de IH. 
(FERNANDES 2000, apud PEREIRA 2014, p.256). 
Outro fator desafiador e de grande impacto sobre as ações de controle foi a 
epidemia de Aids, onde medidas de prevenção e controle foram implantadas para 
todos os pacientes independente do risco, além disso, exigindo criterioso cuidado nas 
 
8 
 
ações educativas e de avaliação de riscos. Este fator foi o mais significativo na 
prevenção e controle das IH com impacto sobre todos os hospitais do mundo. 
A gravidade, a letalidade da doença e inicialmente, a indefinição de suas formas 
de transmissão contribuíram para sensibilizar órgãos oficiais, hospitais e profissionais 
quanto a necessidade de adoção de medidas preventivas. Com isto, a saúde 
ocupacional foi se integrando ao controle de infecção, incluindo nas estratégias de 
vigilância a observação da equipe de saúde, para identificar os fatores e 
procedimentos de risco e a adoção de medidas adequadas de controle. 
Em 1998, foi editada pelo Ministério da Saúde a Portaria 2.616, que revoga a 
Portaria 930/92 e reafirmando a importância e ampliando as atribuições da CCIH, 
sendo também definidas as competências da direção da instituição de saúde e das 
coordenações nacional, estaduais e municipais, nas ações de controle das infecções 
hospitalares e cria o Programa de Controle de Infecção (PCIH), propondo entre outras 
ações, os indicadores para uso de antimicrobianos. 
Com a constante preocupação em manter números cada vez menores nos 
índices de IH, destacou-se com grande ênfase, as boas práticas assistenciais de 
integração de todos os setores e o controle de infecção, assumindo um papel 
relevante, interagindo com a saúde ocupacional, em medidas de controle referentes a 
afastamentos de profissionais, imunizações e prevenção de patologias de aquisição 
hospitalar, em conjunto com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), 
nas comissões de revisão de prontuários e óbitos, na padronização de materiais e 
insumos, auxilio as comissões de controle de qualidade por meio de seus indicadores 
epidemiológicos, dentre outros. 
A CIPA deve abordar as relações entre o homem e o trabalho, objetivando a 
constante melhoria das condições de trabalho para prevenção de acidentes 
e doenças decorrentes do trabalho. (BRASIL 2010, apud BARBOSA 2012, p. 
23). 
O controle de infecções hospitalares não é uma responsabilidade exclusiva das 
CCIH, mas sim de toda equipe integrante do serviço de saúde, não devendo dessa 
forma ser excluída a responsabilidade pessoal, pois comissões, isoladamente, pouco 
podem fazer. A comissão deve excluir a visão de superioridade devendo ser, além de 
fiscalizadores, também parceiros, caminhando junto com toda equipe nas ações 
coletivas a fim de exercer melhor manejo das infecções e seu controle, sendo que, o 
 
9 
 
êxito do programa está diretamente relacionado com o envolvimento individual e 
coletivo. 
A falta de recursos humanos gera sobrecarga de trabalho, podendo levar o 
profissional a apresentar déficit de atenção e a não dispor de tempo hábil para 
atender às necessidades do serviço. A distribuição adequada de recursos 
humanos contribuirá para a eficiência dos serviços prestados pela instituição 
hospitalar. (GOMES 2005, apud BARBOSA 2012, p. 53). 
É imprescindível a assimilação e implementação dos procedimentos corretos 
por quem executa diretamente as ações no paciente, sendo necessário grande 
integração com a equipe da CCIH, pois sem esse enlace o problema da infecção 
hospitalar será sempre um problema delicado presente nos serviços à saúde. 
O envolvimento de todos os profissionais que atuam na prestação da 
assistência hospitalar se faz de grande importância para fazer valer as medidas 
preventivas. A enfermagem, através do cuidado prestado, integra o trabalho dos 
demais profissionais, compondo a equipe da CCIH e também executando o cuidado 
direto ao paciente e a realização dos procedimentos em todas as etapas de 
permanência de tal, no âmbito hospitalar. 
3 BIOSSEGURANÇA 
 
Fonte: gehosp.com.br 
O termo Biossegurança pode ser definido como conjunto de ações voltadas 
para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de 
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, 
 
10 
 
visando a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente, a 
qualidade de vida e dos resultados. 
3.1 Comissão de Biossegurança em Saúde 
A Biossegurança é tratada pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), 
que foi instituída pela Portaria GM/MS nº 1.683, de 28 de agosto de 2003. Desde sua 
criação, o objetivo da CBS é definir estratégias de atuação, avaliação e 
acompanhamento das ações ligadas à Biossegurança de forma a ter o melhor 
entendimento entre o Ministério da Saúde com órgãos e entidades relacionadas ao 
tema. 
O corrente interesse em biossegurança é manifestado no crescente número 
de regulamentações nacionais e internacionais para controle dos 
procedimentos de biotecnologia.A biossegurança tem várias normas que 
preconizam a diminuição da exposição de trabalhadores a riscos e a 
prevenção de contaminação ambiental (HAMBLETON 1992, apud PENNA 
2010, p. 556). 
O princípio básico da biossegurança é o controle de riscos, um elemento 
considerável do esforço gradual da busca de proteção contra as ameaças à vida 
humana. A responsabilidade legal pelo controle de riscos e pela segurança em 
ambientes de trabalho cabe aos administradores, no entanto os funcionários devem 
incorporar em sua rotina de trabalho boas técnicas microbiológicas e normas de 
biossegurança. 
Esta ação é realizada de forma constante, com treinamentos e alertas, sempre 
com a preocupação de manter as condições de saúde e observar os riscos potenciais 
associados ao trabalho. 
Risco definido como qualquer situação que aumenta a probabilidade de 
ocorrência de uma doença ou agravo à saúde. Estes são possíveis danos pessoais, 
infecções ou outras consequências negativas ao ser humano e meio ambiente. 
Fator de risco de um dano são todas as características ou circunstâncias que 
acompanham um aumento de probabilidade de ocorrência do fato indesejado sem que 
este fator tenha intervenção necessariamente em sua causalidade. 
Agente de risco é qualquer componente de natureza física, química ou 
radioativa que possa comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio 
ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
 
11 
 
Mapa de risco é a expressão gráfica de distribuição dos riscos envolvidos em 
um processo de trabalho realizado em um ponto específico. Tais riscos têm origem 
nos diversos elementos do processo de trabalho e a forma de organização do trabalho 
(arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de 
trabalho, turnos de trabalho, treinamento, dentre outros.) 
Análise de risco é a condição de segurança alcançada por um conjunto de 
ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às 
atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e ao 
ambiente. 
As análises dos riscos de acidentes constituem o primeiro passo para 
compreender as causas efetivas que motivam as perdas humanas e 
materiais. A partir daí, aplicando-se os conhecimentos acidentários é possível 
operar os sistemas, especialmente os produtivos, dentro das faixas de 
segurança aceitáveis, permitindo o convívio das pessoas com os riscos, que 
previamente conhecidos, serão eliminados ou controlados. (CARMELLO 
2008, apud BARROS 2013, p. 13). 
3.2 Vertentes da Biossegurança 
Os profissionais da saúde sempre estarão expostos a algum tipo de risco, 
sendo estes classificados em cinco grupos: 
Risco de acidente: É quando há um evento negativo e indesejável, causando lesão 
pessoal ou dano material. Alguns exemplos são queimaduras, cortes e perfurações. 
Risco ergonômico: Quando há qualquer fator interferente na característica 
psicomorfológica do trabalhador, afetando sua saúde. Por exemplo transporte manual 
de peso, movimento repetitivo, postura inadequada que pode gerar doença 
relacionada ao trabalho. 
Risco físico: Está relacionado a diversas formas de energia que o trabalhador está 
submetido, como pressões anormais, temperatura extrema, ruído, vibrações, 
radiações ionizantes, ultrassom. 
Risco químico: É a exposição a agentes ou substâncias químicas presentes no 
ambiente ou processo de trabalho que possam penetrar no organismo por via 
respiratória, ser absorvido pela pele ou mesmo por ingestão. 
Risco biológico: Está associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos 
ou animais infectados com agentes biológicos que possam produzir efeitos nocivos 
sobre os seres humanos, animais e meio ambiente. 
 
12 
 
 
 
Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas foram 
classificados pelo Ministério da Saúde por meio da Comissão de 
Biossegurança em Saúde (CBS). Os critérios de classificação têm como base 
diversos aspectos, tais como: virulência, modo de transmissão, estabilidade 
do agente, concentração e volume, origem do material potencialmente 
infeccioso, disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade 
de tratamento eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e fatores referentes ao 
trabalhador. (BRASIL 2006, apud PENNA 2010, p. 557). 
3.3 Princípios de Biossegurança 
O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho com 
promoção da contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao 
trabalhador, pacientes e meio ambiente, de modo que este risco seja minimizado ou 
eliminado. O termo “contenção” é usado para descrever os métodos de segurança 
utilizados na manipulação de materiais infecciosos ou causadores de riscos no meio 
laboral, onde estão sendo manejados ou mantidos. 
As ações de biossegurança em saúde são primordiais para a promoção 
manutenção do bem-estar e proteção à vida. A evolução cada vez mais 
rápida do conhecimento científico e tecnológico propicia condições 
favoráveis, que possibilitam ações que colocam o Brasil em patamares 
preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação à 
biossegurança e saúde. No Brasil, a biossegurança começou a ser 
institucionalizada quando o Brasil tomou parte do Programa de Treinamento 
Internacional em Biossegurança ministrado pela OMS que teve como objetiva 
estabelecer pontos focais na América Latina para o desenvolvimento do 
tema. (CBS, 2010 apud MINISTÉRIO DA SAUDE, 2010, p. 36). 
Os agentes biológicos obedecem uma classificação de acordo com seu 
potencial de risco: 
Classe de risco 1: Agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e coletivo, 
definidos como não patogênicos para pessoas ou animais adultos sadios. 
Classe de risco 2: Agentes biológicos que oferecem moderado risco individual e 
limitado risco para a comunidade, que provocam infecções no homem ou nos animais, 
cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente 
seja limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. 
Classe de risco 3: Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e moderado 
risco para a comunidade, que possuem capacidade de transmissão por via respiratória 
e causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais 
 
13 
 
existem medidas de tratamento e prevenção. Representam risco se disseminados na 
comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. 
Classe de risco 4: Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e comunitário 
com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão 
desconhecida. Nem sempre está disponível um tratamento eficaz ou medidas de 
prevenção contra esses agentes. Causam doenças humanas e animais de alta 
gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. 
Esta classe inclui principalmente os vírus. 
Classe de risco especial: Agentes biológicos que oferecem alto risco de causar 
doença animal grave e de disseminação no meio ambiente de doença animal não 
existente no país e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de 
importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e redução na 
produção de alimentos. 
3.4 Níveis de Biossegurança 
O nível de Biossegurança de um procedimento é determinado segundo o 
agente biológico de maior classe de risco envolvido. Quando não se conhece a 
patogenicidade do agente biológico deve-se realizar uma avaliação do risco para 
estimar o nível de contenção. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CTNBio) é responsável pelas atribuições relativas ao estabelecimento de normas, 
análise de risco, definição dos Níveis de Biossegurança e classificação de 
Organismos Geneticamente Modificados (OGM). 
As características físicas, estruturais e de contenção de um laboratório 
determinam o tipo de microrganismo que pode ser manipulado em suas 
dependências. 
Nível de Biossegurança1: É o nível básico de contenção, que se baseia nas práticas 
padrões de microbiologia. Não é requerida nenhuma característica de desenho, além 
de bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas laborais. 
Nível de Biossegurança 2: Diz respeito aos microrganismos pertencentes a classe 
de risco 2. É necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas 
primarias como cabines de segurança biológica e equipamentos de proteção 
individual e secundárias como o desenho e organização do laboratório. 
 
14 
 
Nível de Biossegurança 3: Destinado aos trabalhos com microrganismos de classe 
de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de 
microrganismos da classe de risco 2. São requeridos, além dos itens do nível de 
biossegurança 2, o desenho e a construção especial. Deve ser rígida a operação, 
inspeção e manutenção das instalações e equipamentos. Além disso o pessoal 
técnico deve receber treinamento específico. 
Nível de Biossegurança 4: É o nível de contenção máxima, destinado a manipulação 
de microrganismos de classe de risco 4, onde há o mais alto grau de contenção, 
representando uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras 
áreas. Esses laboratórios além de requerer requisitos físicos e operacionais dos níveis 
de contenção 1, 2 e 3, também pedem barreiras de contenção como instalações, 
desenho dos equipamentos de proteção e procedimentos especiais de biossegurança. 
Sabendo analisar o risco biológico ao qual se está exposto, pode-se decidir em 
qual nível de biossegurança o agente infeccioso se encaixa, quais os equipamentos 
de segurança utilizar e dessa forma, pode-se proteger o profissional, a comunidade e 
o meio ambiente ao risco exposto. 
Há ainda os manuais de Biossegurança, que são de responsabilidade de 
comissões formadas, que preparam normas dentro da legislação vigente, com 
revisões quando necessárias. 
São alguns setores envolvidos com o desenvolvimento de manuais de 
biossegurança: CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), comissão 
criada por funcionários de todos os níveis. SESMT (Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e PCMSO (Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional) sob responsabilidade de um médico do trabalho. O 
SESMT protege a integridade do trabalhador e promove sua saúde. PPRA (Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais) está sob responsabilidade direta da Comissão 
de Biossegurança, avaliando os riscos biológicos e o local de trabalho. 
A preservação da saúde e da segurança no ambiente de trabalho constituem 
uma das principais bases para o desenvolvimento adequado da força de 
trabalho, sendo indispensável quando se espera ter um ambiente produtivo e 
de qualidade. O sucesso na obtenção dos resultados está intimamente 
relacionado com a valorização do recurso humano dentro da empresa, como 
um dos fatores primordiais. (CHIAVENATTO 1989, apud MONTEIRO 2005, 
p. 3). 
 
15 
 
3.5 Portaria 2616 do Ministério da Saúde de 12/05/1998 
Esta portaria do Ministério de Estado da Saúde, considera as determinações 
da lei nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997 e dispõe sobre a obrigatoriedade da 
manutenção pelos hospitais do país, de programa de controle de infecções 
hospitalares (PCIH), devido aos riscos significativos à saúde dos usuários. 
As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e 
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade 
das infecções dos hospitais, compõem o Programa de Controle de Infecções 
Hospitalares. 
Cabe a secretaria de políticas de saúde, do MS, prestar cooperação técnica às 
secretarias estaduais e municipais de saúde, a fim de orientá-las sobre o exato 
cumprimento e interpretação das normas aprovadas por esta Portaria. As secretarias 
estaduais e municipais de saúde poderão adequar as normas conforme prevê a 
Constituição de 1988. 
3.6 O PCIH: Organização 
 
Fonte: anvisa.gov.br 
O PCIH é um conjunto de ações desenvolvidas com a finalidade de reduzir ao 
máximo a incidência e gravidade das infecções hospitalares. 
Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir CCIH, 
órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de 
 
16 
 
controle de infecção hospitalar, que deverá ser composta por profissionais da área de 
saúde, de nível superior, formalmente designados. Os membros da CCIH serão 
consultores e executores, sendo que o presidente ou coordenador da CCIH será um 
dos membros da mesma, indicado pela direção do hospital. 
A equipe de CCIH será composta de profissionais consultores, será assim 
disposta e representada pelos seguintes serviços: médico, enfermeiro, farmacêutico, 
profissional de laboratório de microbiologia e administração, e de membros 
executores, representando o Serviço de Controle de Infeção Hospitalar sendo 
encarregados da execução das ações programadas de controle de IH e serão, no 
mínimo, 2 técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 leitos ou fração 
deste número com carga horária diária, mínimas de 6 horas para o enfermeiro e 4 
horas para os demais profissionais. Um dos membros executores deve ser, 
preferencialmente, um enfermeiro. 
O monitoramento constante das práticas de saúde deve focar em custos e 
qualidade para segurança do paciente. A utilização de indicadores clínicos, 
definidos como medidas quantitativas contínuas ou periódicas de variáveis, 
características ou atributos de um dado processo ou sistema, vem se 
tornando uma ferramenta útil para avaliar os serviços de saúde. (LACERDA 
2006, apud MENEGUETI 2015, p.99). 
Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser 
acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. 
Pacientes críticos são aqueles em terapia intensiva adulto, pediátrico e 
neonatal, pacientes de berçário de alto risco, queimados, submetidos a transplantes 
de órgãos, hemato oncológicos, com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida dentre 
outros. 
À CCIH do hospital compete elaborar, implementar, manter e avaliar PCIH de 
acordo com as características e necessidades da instituição, contemplando ações 
relativas a implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções 
Hospitalares, adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico 
operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares. Cabe a ela 
também a capacitação do quadro de funcionário e profissionais da instituição, uso 
racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares, avaliação 
periódica das informações providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das 
infecções hospitalares e aprovação de medidas de controle propostas pelos membros 
executores da CCIH. 
 
17 
 
Preconiza-se que um dos membros executores seja, preferencialmente, 
enfermeiro. Dessa forma, mesmo estando diante da premissa de 
interdisciplinaridade profissional e do trabalho em equipe, com frequência o 
enfermeiro representa ser o “carro-chefe” para a realização de atividades a 
serem desenvolvidas pelos membros executores. (GIAROLA 2012, apud 
SANTOS 2014, p. 411). 
Deverá também realizar investigação epidemiológica de casos e surtos e 
implantar medidas imediatas de controle, elaborar e divulgar relatórios e comunicar à 
autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital a 
situação do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na 
comunidade hospitalar, elaboração, implementação e supervisão de normas e rotinas 
técnico operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas 
infecções em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento. 
Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico 
operacionais, a fim de prevenir e tratar as IH, definindo em cooperação com a 
Comissãode Farmácia e Terapêutica, a política de utilização de antimicrobianos, 
germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição. Cooperar com o setor 
de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter capacitação 
adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao controle 
das infecções hospitalares, também se destacam entre as competências. 
A ela compete elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar, cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como 
fornecer as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes, 
notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, os casos diagnosticados ou 
suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemiológica, a notificação compulsória, 
atendidos em qualquer dos serviços ou unidades do hospital e atuar cooperativamente 
com os serviços de saúde coletiva, notificando ao Serviço de Vigilância 
Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS, os casos e surtos 
diagnosticados ou suspeitos de infecções. 
Ressalta-se que o não cumprimento das normas da CCIH pode estar 
relacionado à falta de informação dos clientes e profissionais sobre as 
tecnologias e os métodos de prevenção e, também, ao desconhecimento da 
gravidade de doenças. Um outro aspecto a considerar é a questão de ordem 
socioeconômica e cultural, que está intimamente relacionada com a 
ocorrência e transmissão da doença. (MARTINEZ 1992, apud GUERRA 
2003, p. 48). 
 
18 
 
Caberá à autoridade máxima da instituição constituir formalmente a CCIH, 
nomear os componentes da CCIH por meio de ato próprio, propiciar a infraestrutura 
necessária à correta operacionalização da CCIH, aprovar e fazer respeitar o regimento 
interno da CCIH, garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados 
deliberativos e formuladores de política da instituição, como, por exemplo, os 
conselhos técnicos, independente da natureza da entidade mantenedora da instituição 
de saúde, garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação 
Municipal, Estadual de Controle de Infecção Hospitalar e fomentar a educação e o 
treinamento de todo o pessoal atuante no âmbito hospitalar. 
À CCIH/MS, compete definir diretrizes de ações de controle de infecção 
hospitalar, apoiar a descentralização das ações de prevenção e controle de infeção 
hospitalar, coordenar as ações nacionais de prevenção e controle, estabelecer 
normas gerais para a prevenção e controle das infecções hospitalares, estabelecer 
critérios, parâmetros e métodos para o controle de infecção hospitalar, promover a 
articulação com órgãos formadores, com vistas à difusão do conteúdo de 
conhecimentos do controle de infecção hospitalar, cooperar com a capacitação dos 
profissionais de saúde, identificar serviços municipais, estaduais e hospitalares para 
o estabelecimento de padrões técnicos de referência nacional, prestar cooperação 
técnica, política e financeira aos Estados e aos Municípios, para aperfeiçoamento da 
sua atuação em prevenção e controle de infecção, acompanhar e avaliar as ações 
implementadas, respeitadas as competências estaduais e municipais de atuação, na 
prevenção e controle das infecções hospitalares, estabelecer sistema nacional de 
informações sobre infecção hospitalar na área de vigilância epidemiológica, 
estabelecer sistema de avaliação e divulgação nacional dos indicadores da magnitude 
e gravidade das infecções hospitalares e da qualidade das ações de seu controle, 
planejar ações estratégicas em cooperação técnica com os Estados, Distrito Federal 
e os Municípios, acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de 
infecção hospitalar. 
Às Coordenações do Estado e Distrito para o Controle de Infecção Hospitalar, 
compete a elaboração de diretrizes de ação, baseadas na política nacional de controle 
de infecção hospitalar, estabelecer normas para a prevenção e controle de infecção 
hospitalar, descentralizar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar dos 
municípios, prestar apoio técnico, financeiro e político aos municípios, executando 
ações e serviços de saúde, coordenar, acompanhar, controlar e avaliar as ações de 
 
19 
 
prevenção e controle de infecção hospitalar do Estado e Distrito Federal, acompanhar, 
avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar, informar, 
sistematicamente, à Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, do Ministério 
da Saúde, a partir da rede distrital, municipal e hospitalar, os indicadores de infecção 
hospitalar estabelecidos. 
Às Coordenações compete ações de prevenção e controle de infecção 
hospitalar na rede, participação no planejamento, programação e organização da rede 
regionalizada e hierarquizada do SUS, em articulação com a Coordenação Estadual, 
colaboração e acompanhamentos juntamente com os hospitais na execução das 
ações de controle de infecção hospitalar, prestação de apoio técnico à CCIH dos 
hospitais, informando à Coordenação Estadual de controle de infecção hospitalar do 
estado, a partir da rede hospitalar, os indicadores de infecção hospitalar 
estabelecidos. 
A OMS preconiza que as autoridades em âmbito nacional e regional 
desenvolvam ações com vistas à redução do risco de aquisição de infecções. 
Os objetivos devem ser estabelecidos em âmbito nacional ou regional em 
consonância com demais objetivos de saúde nestas esferas. O engajamento 
entre as agências de saúde pública federal, estadual e local e os profissionais 
de saúde das instituições torna-se vital para a implantação, sustentabilidade 
e expansão de um programa de vigilância e prevenção de infecções. 
(ANVISA 2013, apud ANVISA 2016, p. 8). 
3.7 PCIH e CCIH 
 
Fonte: ipog.edu.br 
 
20 
 
A Infecção Hospitalar, como já foi citado, é definida como aquela adquirida após 
admissão do paciente e que se manifesta após a internação ou a alta, quando puder 
ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. 
A base da prevenção de infecção hospitalar é a nomeação de um grupo de 
trabalho, chamado de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), 
capaz de desenvolver um programa eficiente com impacto na melhoria da 
qualidade assistencial e na segurança dos pacientes e profissionais da 
saúde. (PUCCINI 2010, apud MPSP 2010, p.11). 
A vigilância epidemiológica ativa é um dos pilares do controle das IH, pois 
permite a determinação do perfil endêmico das instituições, a identificação de eventos 
inesperados, como surtos e o direcionamento das ações de prevenção e controle. A 
monitorização das IH é um fator de segurança para o paciente. 
As IH há muito tempo tem sido motivo de preocupação entre os órgãos 
governamentais e, embora sua regulamentação tenha ocorrido na década de 80, a 
problemática no país continua ainda sendo negligenciada. 
Os órgãos estaduais de saúde no exercício da atividade fiscalizatória devem 
observar a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de formas de proteção 
capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes e pacientes. As 
dificuldades para uma definição de infecção hospitalar adequada aos tempos 
modernos e as polêmicas sobre os indicadores que devem ser considerados e o 
modelo de intervenção para o seu controle, tornam obrigatório a implementação da 
CCIH e PCIH em todas unidades hospitalares. 
O PCIH é definido como o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e 
sistematicamente com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade 
das IH, adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a 
internação ou mesmo após a alta, quando relacionada a hospitalização. 
Somente através de uma equipe de saúde intensivamente educada, treinada 
e cobrada quanto às recomendações de precauções universais é que será 
possível a prevenção das infecções hospitalares, sendo necessário que, 
todos os profissionais aceitem, respeiteme cumpram todas as normas 
estabelecidas pela CCIH. (DESTRA, 2002 apud CONSTANTINO 2007, p.3). 
A CCIH fiscaliza e regulamenta normas de segurança e controle das infecções 
hospitalares. Tais medidas somente podem ser tomadas se existir estrutura 
adequada, incluindo profissionais qualificados, participação nas reuniões deliberativas 
do hospital, sala própria e computador. 
 
21 
 
As reuniões da CCIH devem ser periódicas e suas resoluções devem ser 
repassadas ao corpo clínico e à direção do hospital, seguido diretrizes e normas para 
a prevenção e o controle das infecções hospitalares, reunidas da seguinte forma: 
 Qualquer pessoa física ou jurídica que desenvolva atividades hospitalares de 
assistência à saúde, seja de direito público ou privado, tem a obrigação de instalar a 
comissão e desenvolver o PCIH, 
 A CCIH deve ser composta por profissionais da área de saúde de nível superior 
formalmente designados. 
 Os hospitais podem se consorciar para executar o programa de controle de infecções 
hospitalares, mas devem ter CCIH própria pelo menos com membros consultores. 
 O PCIH deve ser adaptado à realidade de cada hospital, mas suas ações devem 
ser desenvolvidas deliberada e sistematicamente, conforme determinados conceitos 
e critérios diagnósticos, 
 Este programa deve conter um protocolo de utilização dos antibióticos estabelecido 
pela comissão, que deve ser rigorosamente seguido por todos os médicos, 
 A responsabilidade para a constituição, implementação e fornecimento de adequada 
estrutura da CCIH é da autoridade máxima da instituição, que deve aprovar e fazer 
respeitar o regimento interno da comissão, propiciar o efetivo cumprimento de suas 
determinações, fomentar a educação e o treinamento e repassar as informações 
pertinentes às autoridades estaduais e municipais. 
 As Coordenações Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal de Controle 
de IH planejam e executam as políticas públicas relacionadas a tais infecções, que 
devem ser respeitadas pelos responsáveis. 
Diversos estudos têm demonstrado que as taxas de infecção hospitalar 
podem ser reduzidas, ou mesmo chegarem a valores próximos de zero em 
alguns sítios como a infecção da corrente sanguínea, quando se adota um 
programa de vigilância associado à implantação e gerenciamento de medidas 
de controle de infecção. (FERNANDES 2007, apud MPSP, 2010, p. 12). 
A busca constante destas comissões e programas de controle e prevenção, é 
diminuir a um número insignificante as infecções hospitalares, através da educação 
constante principalmente da equipe de saúde e educação do paciente e 
acompanhante. Para tal, é sempre válido a aplicação de medidas de educação em 
todos os âmbitos cotidianos, inclusive no ambiente domiciliar, pois adotando medidas 
rotineiras muito se pode prevenir. 
 
22 
 
As infecções hospitalares são conceituadas de acordo com suas características 
e modo de aquisição: 
Infecção comunitária (IC) é aquela constatada ou em incubação no ato de 
admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo 
hospital. São também comunitárias as infecções que estão associadas à 
complicações ou extensões da infecção já presentes na admissão, a menos que haja 
troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição 
de nova infecção. 
Infecção hospitalar (IH) é aquela adquirida após a admissão do paciente e que 
se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com 
a internação ou procedimentos hospitalares. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cabe às autoridades 
sanitárias competentes desenvolverem sistemas para monitorar as IH e 
avaliarem a efetividade de intervenções que busquem reduzir seus índices, 
além de desenvolverem ações preventivas. (WHO 2006, apud LIMA 2013, p. 
516). 
O diagnóstico das infecções hospitalares deverá valorizar informações de 
evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu 
prontuário, resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames 
microbiológicos, pesquisa de antígenos, anticorpos e métodos de visualização 
realizados, evidências de estudos com métodos de imagem, endoscopia, biópsia, 
dentre outros. 
Pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são 
considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem da infecção. 
Nestes casos, o hospital de origem deverá ser informado para computar o episódio. 
4 CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS POR POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO 
As infecções cirúrgicas devem ser analisadas conforme o potencial de 
contaminação da ferida cirúrgica, entendido como o número de microrganismos 
presentes no tecido a ser operado. A classificação das cirurgias deverá ser feita no 
final do ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com as seguintes indicações: 
 Cirurgias Limpas: São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de 
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas 
 
23 
 
técnicas grosseiras. Inclui as cirurgias eletivas com cicatrização de primeira intenção 
e sem drenagem aberta e aquelas que não ocorrem penetrações nos tratos digestivo, 
respiratório ou urinário. 
 Cirurgias Potencialmente Contaminadas: São aquelas realizadas em tecidos 
colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de difícil 
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas 
técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se 
nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem 
contaminação significativa. 
 Cirurgias Contaminadas: São aquelas realizadas em tecido recentemente 
traumatizados e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja 
descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham 
ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local, inflamação aguda 
na incisão e cicatrização de segunda intenção, ou grande contaminação a partir do 
tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária se incluem nesta categoria. 
 Cirurgias Infectadas: São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em 
qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso ou tecido necrótico. 
Na literatura brasileira ocorre escassez de estudos realizados abordando 
cirurgias gerais, o que dificulta a utilização da estimativa das taxas de 
Infecção de Sítio Cirúrgico e a identificação dos fatores de risco associados 
à infecção. Neste sentido, a identificação dos fatores de risco para a ISC 
contribui para a adoção precoce de intervenções de enfermagem que 
objetivam minimizar esse tipo de complicação pós-operatória. (MARTINS 
2008, apud CARVALHO 2017, p. 2). 
 
Fonte: poweredtemplate.com 
 
24 
 
4.1 Vigilância epidemiológica e indicadores epidemiológicos das infecções 
hospitalares 
A Vigilância Epidemiológica das IH é a observação ativa, sistemática e contínua 
da ocorrência e distribuição entre pacientes, hospitalizados ou não, de eventos e 
condições que afetam o risco de ocorrência de infecção, com vistas à execução 
oportuna das ações de prevenção e controle. 
O método de Vigilância Epidemiológica mais adequado é escolhido pela CCIH, 
de acordo com as características do hospital, estrutura de pessoal e natureza do risco 
da assistência, com base em critérios de magnitude, gravidade, redutibilidade das 
taxas ou custos. Para tal são recomendados métodos de busca ativa de coleta de 
dados para vigilância das IH. 
Todas as alterações de comportamento epidemiológico deverão ser objeto de 
investigação específica. Os indicadores mais importantes a serem obtidos e 
analisados periodicamente no hospital e, especialmente, nos serviços de berçário de 
alto risco, UTI adulto/pediátrica/neonatal, queimados, são: 
 Taxa de Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de 
episódiosde infecção hospitalar no período considerado e como denominador o total 
de saídas (altas, óbitos e transferências) ou entradas no mesmo período. 
 Taxa de Pacientes com Infecção Hospitalar, calculada tomando como 
numerador o número de doentes que apresentaram infecção hospitalar no período 
considerado, e como denominador o total de saídas (altas, óbitos e transferências) ou 
entradas no período. 
 Distribuição Percentual das Infecções Hospitalares por localização 
topográfica no paciente, calculada tendo como numerador o número de episódios 
de infecção hospitalar em cada topografia, no período considerado e como 
denominador o número total de episódios de infecção hospitalar ocorridos no período. 
 Taxa de Infecções Hospitalares por Procedimento, calculada tendo como 
numerador o número de pacientes submetidos a um procedimento de risco que 
desenvolveram infecção hospitalar e como denominador o total de pacientes 
submetidos a este tipo de procedimento. 
O número de pacientes dia é obtido somando-se os dias totais de permanência 
de todos os pacientes no período considerado. 
 
25 
 
Outros procedimentos de risco poderão ser avaliados, sempre que a ocorrência 
respectiva o indicar, da mesma forma que é de utilidade o levantamento das taxas de 
infecção do sítio cirúrgico, por cirurgião e por especialidade. 
 Frequência das Infecções Hospitalares por Microrganismos ou por etiologias, 
calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar por 
microrganismos e como denominador o número de episódios de infecções 
hospitalares que ocorreram no período considerado. 
A presença de morbidades, como neoplasia, neutropenia, uso prévio de 
antimicrobiano, internação em unidade de terapia intensiva, transferência de 
outro hospital, intubação traqueal por mais de 24 horas e estadia prolongada 
estão independentemente associadas com infecção hospitalar. (PITTET 
2002, apud VILLAS BOAS 2004, p. 373). 
 Coeficiente de Sensibilidade aos Antimicrobianos, calculado tendo como 
numerador o número de cepas bacterianas de um determinado microrganismo 
sensível a antimicrobiano e como denominador o número total de cepas testadas do 
mesmo agente com antibiograma realizado a partir dos espécimes encontrados. 
4.2 Indicadores de uso de antimicrobianos. 
 
Fonte: escoladelimpeza.com.br 
O uso de antimicrobianos é especificado por clínica de internação e calculado 
a partir do total de pacientes em uso de antimicrobiano e o número total de pacientes 
em determinado período. 
 
26 
 
A taxa de letalidade associada a infecção hospitalar, é entendida e calculada 
tendo como numerador o número de pacientes que desenvolveram infecção hospitalar 
no período a ser investigado. 
Um tema de extrema relevância no contexto da vigilância e monitoramento 
de infecções hospitalares é a resistência aos antimicrobianos que vem sendo 
discutida em todo o mundo e consiste em um dos mais sérios problemas de 
saúde da atualidade, uma vez que infecções causadas por bactérias 
resistentes a múltiplas classes de antimicrobianos tem se tornado cada vez 
mais comum. (OMS 2001, apud ANVISA 2016, p. 9). 
Microrganismos Multirresistentes 
São microrganismos resistentes a diferentes classes de antimicrobianos 
testados em exames microbiológicos nos laboratórios. Os fatores que levam o 
microrganismo a se tornar multirresistente, é a grande capacidade de adaptação dos 
microrganismos às adversidades do meio ambiente, a capacidade de transferir essas 
informações de como se adaptar a outros microrganismos e a seleção natural que 
eliminam os microrganismos sensíveis, deixando os primariamente resistentes 
presentes na população. 
Infecções por bactérias multirresistentes são comumente causadas por 
Estafilococos resistentes à metilicina, Enterobactérias e Pseudomonas. A 
identidade do organismo causador pode fornecer alguma indicação em 
relação à sua fonte, todavia, certos patógenos têm significado especial 
porque podem causar grandes surtos em todo hospital. O uso dos 
antimicrobianos de uma maneira maciça e indiscriminada exige medidas 
urgentes para combater o surgimento de novas cepas bacterianas 
multirresistentes, inclusive aos medicamentos antimicrobianos recentemente 
comercializados, levando a consequências importantes, com efeitos diretos 
na problemática das infecções hospitalares. (MERMEL 2001, apud ANVISA, 
2007, p. 5) 
4.3 Relatórios e notificações 
A notificação e emissão de relatórios de infecções hospitalares é uma atribuição 
da CCIH. Neste relatório periódico deverá conter os indicadores epidemiológicos 
interpretados e analisados, devendo ser divulgado a todos os serviços e à direção, 
promovendo um debate na comunidade hospitalar. 
No relatório deve conter informações sobre o nível endêmico das IH sob 
vigilância e as alterações de comportamento epidemiológicos detectadas, bem como 
as medidas de controle adotadas e os resultados obtidos. 
 
27 
 
É desejável que cada profissional receba, anualmente, relatório com as taxas 
de infecção em cirurgias de acordo com a categoria, especialidade médica 
responsável e atividades inerentes ao paciente. 
O relatório da vigilância epidemiológica e os relatórios de investigações 
epidemiológicas deverão ser enviados às coordenações estaduais, distritais, 
municipais e à coordenação de controle de infecção hospitalar do MS, conforme as 
normas específicas das referidas coordenações. 
Um fato comum sobre os antimicrobianos é seu uso indiscriminado e errôneo, 
causando no individuo a resistência a variados tipos de drogas, o que interfere no 
tratamento e cura das infecções, não somente as contraídas no ambiente hospitalar, 
mas nas infecções em geral. 
O uso de medicamentos é influenciado por vários fatores: as expectativas dos 
próprios pacientes quando procuram assistência; o imaginário popular, no 
qual os medicamentos constituem-se em meios eficazes de aquisição de 
saúde; a indústria farmacêutica, a qual possui estratégias extremamente 
eficazes de persuasão no que se refere à necessidade do uso de seus 
produtos, junto não só à população quanto aos próprios médicos; e, por fim, 
a automedicação, outro hábito, estimulado pela facilidade de aquisição das 
drogas sem a exigência de prescrição médica. Tudo isso contribui, de alguma 
forma, para o uso inadequado de antimicrobianos. (VILARINO 1998, apud 
BERQUÓ 2004, p. 240). 
5 EDUCAÇÃO DO PACIENTE E ACOMPANHANTES 
A enfermagem, cujo instrumento de trabalho é o cuidado, tem papel importante 
no tratamento e nas orientações educativas aos pacientes e familiares, promovendo 
sua recuperação e bem-estar durante a internação, capacitando-o para o autocuidado 
após a alta hospitalar. 
A educação em saúde consiste em um processo de ensino-aprendizagem 
que visa à promoção da saúde, e o profissional dessa área é o principal 
mediador para que isso ocorra. Destaca-se que o mesmo é um educador 
preparado para propor estratégias no intuito de oferecer caminhos que 
possibilitem mudanças positivas nas pessoas/comunidades.2 Nota-se que a 
prática educativa em saúde não deve estar apenas centrada nas pessoas 
doentes, mas, também, naquelas suscetíveis a alterações no seu estado de 
saúde, como o acompanhante. (SILVA 2016, apud AZEVEDO 2018, p. 1169). 
O autocuidado constitui a prática de atividades que os indivíduos 
desempenham de forma deliberada em seu próprio benefício com o propósito de 
manter a vida, a saúde e o bem-estar. O comportamento de autocuidado é 
fundamental ao paciente, pois lhe oferece subsídios que o ajudarão a melhorar sua 
 
28 
 
atividade social e sua função familiar, influenciando de forma positiva na adesão ao 
tratamento. 
O acompanhamento deve ser adotado como atividade de rotina, visando 
melhorar a qualidade dos cuidados com os pacientes e a compreensão 
epidemiológica, por meio do conhecimento do risco de desenvolver uma infecção e 
de seus fatores determinantes ou associados, viabilizando-se,assim, a 
implementação de medidas direcionadas à sua prevenção e controle. 
O retorno para casa após a alta hospitalar é um momento de ansiedade para o 
paciente, uma vez que este, se sente desprotegido da vigilância constante da equipe 
de saúde fora do hospital. Assim, a alta hospitalar pode ser vista como uma ameaça 
para a vida dessas pessoas. O enfermeiro, por ser um profissional com maior grau de 
proximidade do paciente e familiar, está mais capacitado para avaliar o processo 
educativo, levantando as necessidades educacionais desses indivíduos e fazendo as 
orientações educativas acerca da prevenção de infecções. 
6 PRECAUÇÕES E ISOLAMENTOS HOSPITALARES 
 
Fonte: fotosearch.com.br 
A forma de transmissão é o elemento mais importante na cadeia 
epidemiológica, uma vez que é o elo mais passível de quebra ou interrupção. As 
medidas de precaução e isolamento visam interromper estes mecanismos de 
transmissão e prevenir infecções. O uso de equipamentos de proteção individual, 
 
29 
 
higienização das mãos e características específicas do ambiente onde se encontra o 
paciente, constituem os meios para atingir este objetivo. 
Algumas medidas gerais devem ser aplicadas a todos os pacientes, em todo o 
período de hospitalização, independente do diagnóstico ou estado infeccioso. Porém, 
pacientes infectados com microrganismos específicos devem ser colocados em 
precauções específicas segundo a forma de transmissão, ou seja, medidas de 
controle adicionais devem ser aplicadas para prevenir a transmissão destes 
patógenos. 
O sistema de precauções deve ser claro o suficiente para permitir que os 
profissionais de saúde identifiquem o mais rápido possível os pacientes que 
necessitam de precauções específicas a serem instituídas. 
Os casos de precaução específica e as intercorrências relacionadas a 
assistência desses pacientes deverão ser notificados a Vigilância em Saúde e Gestão 
de Riscos Assistenciais Hospitalares. 
Segue o detalhamento e importância das precauções de segurança para evitar 
contração e disseminação de infecções hospitalares. 
O ambiente hospitalar oferece riscos de insalubridade para aqueles que estão 
constantemente em contato com fluidos potencialmente infectados. Nesse 
contexto, se insere a necessidade de precauções de biossegurança capazes 
de propiciar ao paciente, acompanhante e profissional de saúde proteção 
contra riscos ocupacionais. Grande parte dos acidentes com material 
biológico acontece pelo uso inadequado ou ineficaz das normas propostas 
dando origem, assim, ao risco que se torna ainda maior quando em um 
ambiente de doenças infectocontagiosas. (ALVES 2015, apud AZEVEDO 
2018, p. 1169). 
6.1 Precauções padrão 
As Precauções Padrão representam um conjunto de medidas que devem ser 
aplicadas no atendimento de todos os pacientes hospitalizados, independente do seu 
estado infecioso presumível ou confirmado, e na manipulação de equipamentos e 
artigos contaminados ou sob suspeita de contaminação. Estas deverão ser utilizadas 
quando existir o risco de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e 
excreções, com exceção do suor, com sangue visível, pele com solução de 
continuidade e mucosas. 
Dentre elas destacam-se: 
 
30 
 
 Higienização das mãos seguindo os cinco momentos: Antes do contato com o 
paciente, realização de procedimento asséptico, após risco de exposição a fluidos 
corporais, após contato com o paciente e após o contato com as áreas próximas ao 
paciente. Deve ser realizado com água e antisséptico clorexidina degermante 2% ou 
solução alcoólica, sem adornos como anéis e pulseiras. 
 Paramentação: 
Luvas: Sempre que houver risco de contato com sangue, fluido corporal, secreção, 
excreção, pele não íntegra e mucosa, com o objetivo de proteger as mãos. Deve-se 
retirar as luvas imediatamente após o uso, antes de tocar em superfícies ou contato 
com outro paciente, descartando-as e trocando-as entre os pacientes e entre um 
procedimento e outro no mesmo paciente higienizando imediatamente as mãos antes 
e após a retirada das luvas. 
Máscara, óculos, protetor facial: Deve-se utilizar máscara e óculos de proteção 
sempre que houver risco de respingos de sangue, fluido corporal, secreção e 
excreção, com o objetivo de proteger a face. Colocar máscara cirúrgica e óculos com 
proteção lateral de uso individuais, para cobrir olhos, nariz e boca durante os 
procedimentos com possibilidade de respingo de material biológico retirando-os ao 
término do procedimento seguido de higienização das mãos. Descartar a máscara 
cirúrgica no máximo a cada 2 horas de uso contínuo e proceder a limpeza dos óculos 
com água e sabão. 
Avental: Utilizar sempre que houver risco de contato com sangue, fluido corporal, 
secreção, excreção. Diante do risco de contato com grandes volumes de sangue ou 
líquidos corporais, usar avental impermeável retirando-o após o procedimento 
seguindo de lavagem das mãos. No caso de avental descartável, desprezá-lo. O 
avental de tecido ou impermeável deve ser desprezado no hamper, não sendo 
permitido uso de jaleco ou avental comum em substituição ao avental com finalidade 
de proteção contra agentes infecciosos. 
Artigos e equipamentos utilizados durante o cuidado ao paciente: Utilizar luvas 
ao removê-los e transportá-los em sacos impermeáveis fechados ou carrinhos 
fechados para evitar contaminação ambiental, redobrando a atenção para o uso 
adequado de luvas e evitar tocar nas superfícies. 
Ambiente: Realizar rotina de limpeza e desinfecção das superfícies, que incluem 
camas, colchões, grades, mobiliários do quarto, equipamentos, e superfícies a cada 
 
31 
 
24 horas e entre um paciente e outro. O piso e as parede devem receber limpeza e 
desinfecção sistemática, com água e sabão e desinfetante. 
Roupas: Manipular as roupas do paciente e as roupas de cama usadas, com mínima 
movimentação colocando-as no hamper e jamais jogá-las no chão. 
Materiais perfuro-cortantes: Manusear o material com cuidado, sem reencapar 
agulhas, desconectá-las das seringas ou dobrá-las. O descarte de agulhas, seringas 
e outros materiais contaminados devem ocorrer o mais próximo possível da área onde 
são gerados em recipientes rígidos e resistentes a perfuração, invioláveis, de acordo 
com a norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). As caixas para 
descarte devem seguir as orientações para montagem e não ultrapassar o limite 
indicado pela linha tracejada, que representa 2/3 de sua capacidade. 
Os trabalhadores da área de saúde expõem-se constantemente aos riscos 
presentes no ambiente laboral, os quais podem interferir diretamente em suas 
condições de saúde. Entre estes profissionais, os trabalhadores de 
enfermagem são os mais sujeitos ao elevado grau de risco ocupacional, 
principalmente à exposição a materiais biológicos. Isso se relaciona à 
assistência direta e indireta que prestam aos pacientes e, também, aos tipos 
e frequência de procedimentos que realizam, o que os expõe diretamente a 
microrganismos presentes no sangue e fluidos orgânicos. (LACERDA 2014, 
apud FERREIRA 2017, p.97). 
Práticas seguras na administração de medicamentos por via endovenosa, 
intramuscular e outras: Utilizar técnica asséptica ao preparar e administrar 
medicações e realizar desinfecção com álcool 70% da tampa da medicação antes de 
inserir a agulha dentro do frasco, não sendo necessário uso de máscara no preparo 
de medicações endovenosas. Não há indicação do uso de luvas de procedimento para 
aplicação de injeção intramuscular e subcutânea. 
 
32 
 
6.2 Precauções de contato 
 
Fonte: docplayer.com.br 
As precauções de contato visam prevenir a transmissão de microrganismos 
epidemiologicamente importantes a partir de pacientes infectados ou colonizados para 
outros pacientes, profissionais, visitantes e acompanhantes, por meio de contato 
direto, transmissão pessoa a pessoas, ou indireto, através do toque em superfícies 
contaminadaspróximas ao paciente ou por meio de artigo e equipamentos. 
Quarto privativo: Pacientes infectados devem ser internados preferencialmente em 
quarto privativo ou realização de coorte de pacientes infectados ou colonizados pelos 
mesmos microrganismos. Antes da realização de procedimentos e entrar no quarto 
privativo deve-se separar e organizar todo material que será utilizado. 
Higienização das mãos: Realizá-la sempre antes de entrar no quarto, com água e 
antisséptico clorexidina degermante 2% ou solução alcoólica. 
Paramentação: Seguir a sequência avental, máscara, óculos de proteção e luvas. O 
avental deve ser de manga longa e ser vestido com a abertura voltada para trás. 
Retirar o avental após o procedimento e lavar as mãos. 
As luvas de procedimento deverão ser trocadas a cada procedimento, 
manipulação de diferentes sítios anatômicos ou após contato com material biológico, 
sendo retiradas ao término do procedimento, antes de retirar o avental, higienizando 
sempre as mãos após retirá-las. 
O uso de luvas pela equipe de saúde é uma prática com duplo objetivo. Por 
um lado, visa à proteção da saúde dos profissionais reduzindo o contato 
direto das mãos destes com sangue ou fluidos corpóreos, pele não íntegra, 
 
33 
 
materiais potencialmente contaminados e pacientes infectados com 
patógenos transmitidos através do contato. Por outro lado, tem em vista a 
segurança desse paciente, evitando a contaminação de tecidos estéreis ou a 
infecção cruzada. Aliada à higienização das mãos, o uso de luvas, como 
Equipamento de Proteção Individual (EPI), constitui importante fator 
preventivo da transmissão de microrganismos através das mãos, além de 
juntos constituírem a base das precauções padrão. (SIEGEL 2007, apud 
SANTOS 2013, p. 6439). 
Transporte de pacientes para realização de exames: Avisar ao setor de exames 
antes de encaminhar o paciente, sobre as precauções de contato. Ao manipular o 
paciente durante a sua transferência calçar luva de procedimento e avental quando 
houver risco de contato mais próximo, devendo o profissional estar devidamente 
paramentado durante o transporte, aplicando as precauções padrão, evitando 
contaminação das superfícies. Evitar tocar em superfícies com as mãos enluvadas, 
como botão do elevador, maçaneta das portas, prontuários e telefones. 
Após o transporte, realizar limpeza e desinfeção da maca e cadeira de rodas. 
Artigos e equipamentos: Deverá ser de uso exclusivo do paciente o estetoscópio, 
termômetro e esfignomanômetro. Quando não for possível, realizar limpeza e 
desinfecção entre um paciente e outro. 
Ambiente: Realizar limpeza e desinfecção das superfícies, diariamente, com água e 
sabão e álcool 70%. 
Visita: Devem ser restritas e orientadas quanto a higienização das mãos e precauções 
específicas, com rigoroso controle de entrada, saída e permanência em contato com 
o paciente. 
6.3 Precauções para gotículas 
 
Fonte: portal.anvisa.gov.br 
 
34 
 
Estas precauções visam prevenir a transmissão de microrganismos por via 
respiratória a partir de pacientes com doença transmissível, geradas pela tosse, 
espirro e durante a fala através de gotículas. Essas gotículas podem se depositar à 
curta distância de 1 a 1,5 m. 
Exemplos de doenças transmitidas por gotículas: Doença Meningocócica, 
Rubéola, H1N1, dentre outras. Requerem atenção e cuidado em situação de rotina 
como coleta de sinais vitais, aplicações de medicações, acessos e cuidados gerais. 
Quarto privativo: O paciente deve ser internado em quarto privativo ou, caso não 
seja possível, coorte de pacientes com a mesma doença, respeitando a distância 
mínima de um metro entre os leitos, mantendo a porta fechada. 
Higienização das mãos: Realizar a higienização seguindo os cinco momentos: antes 
do contato com o paciente, antes da realização de procedimento asséptico, após risco 
de exposição a fluidos corporais, após contato com o paciente e após o contato com 
as áreas próximas ao paciente, com água e antisséptico clorexidina degermante 2% 
ou solução alcoólica. 
A prevenção e o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde 
constituem grandes desafios da medicina atual. Uma medida simples, a 
higienização apropriada das mãos, é considerada a mais importante para 
reduzir a transmissão de infecções nos serviços de saúde. (NOGUEIRAS 
2001, apud ANVISA 2014, p. 13). 
Máscara cirúrgica: Colocar a máscara cirúrgica ao entrar no quarto do paciente, 
sendo recomendado que todos os profissionais usem a máscara independente se 
foram vacinados ou apresentaram a doença. Realizar orientação junto ao paciente a 
cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar, utilizando lenço de papel, descartá-lo e logo 
após, higienizar as mãos. O profissional deverá retirar a máscara ao sair do quarto e 
trocá-la no tempo máximo de 2 horas. 
Transporte do paciente para realização de exame: Antes de encaminhar o 
paciente, avisar o setor de realização do exame sobre as precauções de gotículas. O 
paciente deverá utilizar máscara cirúrgica durante todo o período em que estiver fora 
de seu quarto. 
Visitas: As visitas devem ser restritas e orientadas quanto a higienização das mãos e 
uso de máscara, em caso de dúvida quanto o isolamento, entrar em contato com a 
equipe de enfermagem. 
 
35 
 
Doenças contagiantes por Gotículas: Adenovírus, Caxumba, coqueluche, difteria 
faríngea, epiglotite, escarlatina, influenza a, b e c, meningites, meningococcemia, 
parvovírus B19, pneumonia, rubéola, dentre outras. 
6.4 Precaução para aerossóis 
 
Fonte: portal.anvisa.gov.br 
São medidas adotadas para pacientes com suspeita ou diagnóstico de infecção 
transmitida por via aérea, que podem ficar suspensas no ar ou ressecadas no 
ambiente. Para o cuidado deste paciente, deve-se utilizar área física específica com 
sistema de ar de filtro especial e pressão negativa, quando disponíveis. 
Quarto privativo: Quarto específico para o paciente, dotado de sistema de ventilação 
de ar especial com pressão negativa em relação às áreas adjacentes, filtragem de ar 
com filtros de alta eficiência (se o ar for central e circular em outras dependências), 
com seis a doze trocas de ar por horas, uma vez que, o ar deste ambiente é 
considerado contaminado em relação aos dos demais, devendo as portas e janelas 
serem vedadas para impedir o escapar do ar para áreas adjacentes. 
Caso o hospital não possua quartos com estas características, manter o 
paciente em quarto privativo, com as portas fechadas e boa ventilação. 
As medidas de controle ou isolamento devem ser implantadas nos serviços 
de saúde para diminuir ou evitar o máximo a transmissão de bactérias 
multirresistentes. O isolamento precoce destes pacientes pode minimizar a 
sua propagação, reduzindo os casos de infecções e custos relacionados. A 
enfermagem pode ser responsável pela maior parte dos cuidados prestados, 
 
36 
 
por isso está envolvida diretamente no controle da infecção hospitalar. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE 1998, apud LOPES 2015, p. 14). 
Higienização das mãos: Realizar a higienização seguindo os cinco momentos: antes 
do contato com o paciente, antes da realização de procedimento asséptico, após risco 
de exposição a fluidos corporais, após contato com o paciente e após o contato com 
as áreas próximas ao paciente, lavar as mãos com água e antisséptico clorexidina 
degermante 2% ou solução alcoólica. 
Máscara tipo respirador (N95 ou PFF2): É obrigatório o uso de máscara tipo 
respirador (N95 ou PFF2) com eficiência de filtração de 95% de partículas com 0,3μ 
de diâmetro, colocar a máscara antes de entrar no quarto, retirá-la após fechar a porta, 
estando fora do quarto, no corredor ou antecâmara, verificar se a máscara está 
perfeitamente ajustada à face e com boa vedação. 
A máscara é de uso individual e deve ser trocada a cada plantão, de no máximo 
24 horas. Deve ser acondicionada em saco plástico com identificação do nome do 
profissional, homensnão podem ter barba pois esta não ajusta a máscara e com isto 
perde-se a proteção. Também é proibido o uso destas no paciente. 
Orientar o paciente a cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar, utilizando lenço 
de papel, descartando-o logo após e realizando a higienização das mãos. 
Transporte do paciente para realização de exame: Antes de encaminhar o 
paciente, avisar o setor de realização do exame sobre as precauções para aerossóis. 
O paciente deverá utilizar máscara cirúrgica durante o transporte e todo o 
período em que estiver fora de seu quarto. 
Visitas: Devem ser restritas e orientadas quanto a HM e uso de máscara N95. 
Acompanhantes: Deverão utilizar máscara cirúrgica. Em crianças com suspeita de 
tuberculose laríngea ou pulmonar, os reservatórios do agente podem ser os adultos 
contactantes que moram no mesmo domicílio. Dessa forma, se forem acompanhantes 
das crianças, mantê-los restritos ao quarto do paciente até a avaliação médica dos 
mesmos. 
Doenças contagiantes por Aerossóis: Sarampo, tuberculose laríngea pulmonar. 
 
37 
 
6.5 Isolamento protetor ou reverso 
Será instituído principalmente em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos, 
a fim de garantir a proteção do paciente contra infecções devendo ser sinalizado com 
as precauções necessárias para sua assistência. 
6.6 Precauções e isolamento em neonatologia e pediatria 
A principal medida de prevenção da transmissão das infecções durante o 
cuidado com o recém-nascido está pautada basicamente em hábitos de higiene, 
traduzidos nas precauções padrão. As medidas adicionais de cuidados são 
determinadas pelo modo de transmissão do patógeno envolvido, o número de RN 
infectados ou colonizados e o nível de cuidado prestado. 
Devido a fatores variados o berçário, bem como a unidade de terapia 
intensiva neonatal, são considerados como áreas críticas, indicando-se 
algumas rotinas na prevenção e controle das IH, sendo consideradas 
medidas preventivas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE 1995, apud MARQUES 
1999, p. 38). 
A maioria das recomendações para precauções e isolamento pode ser seguida, 
exceto para doenças transmitidas pelo ar, seguindo estas recomendações: Adequada 
proporção médico/enfermagem/paciente, espaço entre os leitos de pelo menos 1 
metro, duas ou mais pias para higienização das mãos, educação continuada dos 
profissionais sobre o modo e via de transmissão das infecções. 
Quando estas medidas não podem ser atingidas, o uso do quarto privativo é 
obrigatório. 
As incubadoras podem ser consideradas satisfatórias para isolamento protetor 
limitado de neonatos, mas ocorre fácil contaminação. Não podem ser usadas como 
substitutos para quarto privativo, principalmente em casos de doenças de transmissão 
respiratória, já que filtram o ar que entra, mas não o que é eliminado para o ambiente. 
O sistema de coorte em RN pode ser empregado, especialmente em casos 
suspeitos ou confirmados de surtos. 
Além da separação dos grupos de RN, deve-se também garantir o coorte de 
funcionários, evitando que um mesmo funcionário preste assistência a mais de um 
grupo de RN. Sempre que possível colocar o RN junto com a mãe, mesmo sob 
precauções. 
 
38 
 
Precaução Padrão: 
Luvas: Uso necessário ao manusear placenta ou neonato até quando o sangue ou 
líquido amniótico tenham sido removidos da pele do neonato. Luvas estéreis devem 
ser usadas durante todos os procedimentos invasivos realizados em obstetrícia e 
neonatologia. 
Máscara, óculos, protetor facial: Devem ser usadas durante certos procedimentos 
cirúrgicos, incluindo a cateterização de vasos umbilicais. Cabelos longos devem ser 
presos de forma que não toquem o neonato ou os equipamentos durante os cuidados 
ou exame com RN. 
Avental: Não são necessários para profissionais regulares no berçário ou Unidade de 
Terapia Intensiva (UTI neonatal, uma vez que adequada HM seja reforçada 
rigorosamente, exceto em casos de precauções específicas). Quando neonato 
receber cuidados fora do leito no colo, o profissional deve usar avental de mangas 
longas, descartando-os após ou mantido para uso exclusivo para cuidados com este 
RN. Se for usado um avental para cada RN, os aventais devem ser mudados a cada 
troca de plantão. 
Acomodação do paciente: Depende do número de RN infectados ou colonizados, 
tipo de infecção, estado e manifestações clínicas do RN, fonte e possíveis formas de 
transmissão, do tipo de cuidado requerido, espaço e áreas disponíveis, proporção do 
número de profissionais de enfermagem e tamanho e tipo de serviço. 
Precaução de Contato: 
Acomodação do paciente: Sempre que possível colocar paciente que requer 
precaução de contato em quarto privativo, ou na falta deste colocar juntos (coorte) em 
uma mesma unidade de pacientes colonizados ou infectados pelo mesmo 
microrganismo. 
Garantir que os pacientes estejam fisicamente separados um do outro. O uso 
de barreiras físicas entre os leitos reduz as oportunidades de contato direto. Todos os 
portadores deverão ter os prontuários e leitos visivelmente identificados, com 
informações sobre as precauções necessárias. 
Paramentação: Trocar EPIs e fazer a HM ao entrar em contato com os pacientes na 
mesma unidade, independente de um ou ambos os pacientes estarem sob 
precauções de contato. 
Os usos dos EPIs não descartam a probabilidade de ocorrer acidentes, pois 
os agentes químicos, físicos, biológicos ainda permanecem no ambiente de 
 
39 
 
trabalho. A utilização dos equipamentos de proteção individual tende a reduzir 
a possibilidade de dano, isto é, os EPIs minimizam as consequências. O 
descumprimento das recomendações para utilização de barreiras de 
proteção pela equipe de enfermagem é uma realidade, levando ao 
questionamento dos fatores que podem contribuir para esse tipo de 
comportamento. (OLIVEIRA 2008, apud DIAS 2013, p. 3). 
Precaução por Gotículas: 
Acomodação: Quarto privativo obrigatório, mantendo sempre a porta fechada. 
Realizar coorte quando RN infectados pelo mesmo microrganismo. 
Máscara: É obrigatório o uso de máscara cirúrgica durante todo o período de 
transmissibilidade. 
Precaução para Aerossóis: 
Acomodação: Manter sempre a porta fechada, em quarto privativo obrigatório. 
Máscara N95 ou PFF2: Colocar a máscara antes de entrar no quarto, retirá-la após 
fechar a porta, estando fora do quarto, no corredor ou antecâmara. 
6.7 Situações especiais 
Visitas de Irmãos: Antes da visita, o profissional deve entrevistar os pais para obter 
informações sobre o estado de saúde de cada irmão, não sendo permitida visita em 
caso de criança com febre ou sintomas de doença aguda, como infecção de via aérea 
superior ou gastroenterite, história recente de exposição a doença transmissível como 
a Varicela. Realizar HM supervisionada pelos pais ou responsável adulto. 
Saúde Ocupacional: Funcionários das equipes da obstetrícia, berçário, neonatologia 
e pediatra devem apresentar imunidade para sarampo, rubéola, caxumba, varicela, 
hepatite B, coqueluche, tétano, difteria e tuberculose. Em caso de infecções ativas 
dos funcionários da equipe, realizar imediatamente informação a chefia. 
Aleitamento Materno: 
 É contraindicado em caso de HIV Soropositivo. 
 Permitido em caso de Sífilis se a Mãe for tratada, 
 Sem contraindicação em toxoplasmose, Rubéola 
 Cetomegalovirose: Contraindicado para recém-nascidos pré-termo menores de 32 
semanas, onde as mães estão com infecção aguda. 
 Varicela ou Herpes Zoster, Herpes Simples: Permitido se a mãe não apresentar 
lesões de pele, do contrário o leite deve ser ordenhado e oferecido ao RN. 
 
40 
 
 Tuberculose Pulmonar ou laríngea: Mae em uso de máscara cirúrgica e RN em uso 
de Isoniazida. 
 Doença de Chagas: Contraindicado em fase aguda. 
 Hanseníase: Contraindicado na forma virchowiana e menos de 3 meses de Sulfona 
ou três semanas com Rifampicina. 
 Hepatite C: Discutir com a mãe risco-benefício da amamentação. 
 Vírus da

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