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QUESTÕES Prosa Contemporânea - Cópia

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1@professorferretto @prof_ferretto
Prosa Contemporânea
L0229 - (Enem)
Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As
mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram
maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah,
di�cil encontrar família mais perfeita. A nossa família,
dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa
família, frisava, lançado em redor olhares complacentes,
lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...] 
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que
sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...] 
É men�ra, é men�ra!, gritei tapando os ouvidos. Mas
Margarida seguia em frente: �o Maximiliano se casou
com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não
passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima.
Tia Consuelo? Ora, �a Consuelo chorava porque sen�a
falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o
convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o
convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem
mais coisas ainda, minha queridinha”, anunciou
Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com
violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima,
mes�ça. Como ousava desmoralizar meus heróis?
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de
Janeiro: Rocco, 1999.
 
Representante da ficção contemporânea, a prosa de
Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos
sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar
descor�na um(a) 
a) convivência frágil ligando pessoas financeiramente
dependentes. 
b) tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença
da matriarca. 
c) pacto de a�tudes e valores man�dos à custa de
ocultações e hipocrisias. 
d) tradicional conflito de gerações protagonizado pela
narradora e seus �os. 
e) velada discriminação racial refle�da na procura de
casamentos com europeus. 
L0230 - (Acafe)
Correlacione a primeira coluna com a segunda coluna,
considerando os fragmentos de texto re�rados das obras
relacionadas para o Concurso Ves�bular ACAFE 2015 e os
respec�vos autores.
 
1. “O feio apaixonado não pensava em outra coisa a não
ser na Maria. No trabalho, nas refeições, no sono, enfim
estava preso na gaiola de cana da Maria. Pensou em
remeter-lhe uma carta, depois um bilhete, em ir na casa
dela e apresentar-se como namorado. E assim pensando,
veio-lhe a ideia de mandar o coração de Pão-por-Deus
para ela.”
 
2. “– Seu José, mestre carpina, / que habita este lamaçal,
/ sabe me dizer se o rio / a esta altura dá vau? / Sabe me
dizer se é funda / esta água grossa e carnal?”
 
3. “Sobre a cama estava um exemplar de Úl�ma Hora, o
único jornal importante que defendia o presidente. Na
primeira página, uma caricatura de Carlos Lacerda. O
ar�sta, acentuando os óculos de aros escuros e o nariz
aquilino do jornalista, desenhara um corvo sinistro
trepado num poleiro.”
 
4. “Era assim, com essa melodia do velho drama de Judá,
que procuravam um ao outro na cabeça do Cônego
Ma�as um substan�vo e um adje�vo... Não me
interrompas, leitor precipitado; sei que não acreditas em
nada do que vou dizer. Di-lo-ei, contudo, a despeito da
tua pouca fé, porque o dia da conversão pública há de
chegar.”
 
(__) João Cabral de Melo Neto
(__) Machado de Assis
(__) Franklin Cascaes.
(__) Rubem Fonseca
 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
a) 4 - 2 - 3 - 1 
b) 1 - 3 - 4 - 2 
c) 2 - 4 - 1 - 3 
d) 3 - 1 - 2 - 4 
L0227 - (Enem)
Viajo Curi�ba das conferências posi�vistas, elas são onze
em Curi�ba, há treze no mundo inteiro; do tocador de
2@professorferretto @prof_ferretto
realejo que não roda a manivela desde que o
macaquinho morreu; dos bravos soldados do fogo que
passam chispando no carro vermelho atrás do incêndio
que ninguém não viu, esta Curi�ba e a do cachorro-
quente com chope duplo no Buraco do Tatu eu viajo.
Curi�ba, aquela do Burro Brabo, um cidadão misterioso
morreu nos braços da Rosicler, quem foi? quem não foi?
foi o reizinho do Sião; da Ponte Preta da estação, a única
ponte da cidade, sem rio por baixo, esta Curi�ba viajo.
Curi�ba sem pinheiro ou céu azul, pelo que vosmecê é –
província, cárcere, lar –, esta Curi�ba, e não a outra para
inglês ver, com amor eu viajo, viajo, viajo.
TREVISAN, D. Em busca de Curi�ba perdida. Rio de
Janeiro: Record, 1992.
 
A tema�zação de Curi�ba é frequente na obra de Dalton
Trevisan. No fragmento, a relação do narrador com o
espaço urbano é caracterizada por um olhar 
a) des�tuído de afe�vidade, que ironiza os costumes e as
tradições da sociedade curi�bana. 
b) marcado pela nega�vidade, que busca desconstruir
perspec�vas habituais de representação da cidade. 
c) carregado de melancolia, que constata a falta de
iden�dade cultural diante dos impactos da
urbanização. 
d) embevecido pela simplicidade do cenário, indiferente
à descrição de elementos de reconhecido valor
histórico. 
e) distanciado dos elementos narrados, que recorre ao
ponto de vista do viajante como expressão de
estranhamento. 
L0231 - (Ufrgs)
Leia o trecho abaixo, re�rado do conto Os sobreviventes,
do livro Morangos mofados, de Caio Fernando Abreu.
 
[…] que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te
desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o
quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja
também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer
maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo,
que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para
longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, que
derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos
perdemos no meio da estrada e nunca �vemos mapa
algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem
chegando.
(ABREU, Caio Fernando. Morangos mofados. São Paulo:
Círculo do Livro, sd. p. 20.)
 
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho.
 
I. O fragmento aponta caracterís�cas marcantes da prosa
de Caio Fernando Abreu: perspec�va in�mista, tom
confessional e coloquial.
II. O trecho refere-se ao conflito de gerações e propõe
como solução a viagem e o exílio.
III. Os sobreviventes do �tulo são aqueles que saem de
um casamento fracassado, mas que não cansam de lutar
pela retomada da relação.
 
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
L0317 - (Unicamp)
“ODORICO
Eu sei. É um movimento subversivo procurando me
intrigar com a opinião pública e criar problemas à minha
administração. Sei, sim. É uma conspiração. Eles não
queriam o cemitério. Desde o princípio foram contra. E
agora que o cemitério está pronto caem de pau em cima
de mim, me chamam de demagogo, de tudo...”
(...)
“ODORICO
Pois eu quero que depois o senhor soletre esta gazeta de
ponta a ponta. Neco Pedreira o senhor conhece?
ZECA
Conheço não sinhô.
ODORICO
É o dono do jornal. Elemento perigoso. Sua primeira
missão como delegado é dar uma ba�da na redação
dessa gazeta subversiva e sacudir a marreta em nome da
lei e da democracia...”
(Dias Gomes, O bem amado. 12.ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2014, p. 40 e 68.)
 
A peça de Dias Gomes é uma crí�ca a um momento
histórico e polí�co da sociedade brasileira. Odorico
Paraguassu tornou-se um personagem emblemá�co
desse período porque por meio dele
3@professorferretto @prof_ferretto
a) simbolizou-se a defesa da democracia a qualquer
custo. Essa defesa resultou em uma sociedade cindida
entre o respeito à lei e o seu uso par�cular, temas
polí�cos comuns aos países la�no-americanos nos
anos de 1970. 
b) representaram-se o atropelo da lei cons�tucional, a
rela�vização da liberdade de imprensa e a construção
de um inimigo interno que jus�ficasse o arbítrio das
decisões do execu�vo, próprios aos Anos de
Chumbo. 
c) explicitaram-se as leis que regiam a vida polí�ca e
social de uma nação subdesenvolvida da América
La�na na década de 1970, marcada pela inércia e pela
cumplicidade dos cidadãos com a corrupção sistêmica
do país. 
d) fez-se a defesa da democracia e do respeito irrestrito
à lei cons�tucional para um projeto de nação
brasileira da década 1970, que enfrentava o espírito
demagógico dos polí�cos la�no-americanos.L0321 - (Unicamp)
“DOROTÉA
O senhor perdeu a cabeça?
DULCINÉA
Fazer de um cangaceiro um delegado!
DOROTÉA
Quando a oposição souber!
DULCINÉA
Que prato pra Neco Pedreira!
ODORICO
E tomara que Neco se sirva bem dele. Tomara que chame
Zeca Diabo de cangaceiro, assassino, quanto mais xingar,
melhor.
DOROTÉA
O senhor não acha que se excedeu?
ODORICO
Em polí�ca, dona Dorotéa, os finalmentes jus�ficam os
não obstantes.”
(Dias Gomes, O bem-amado. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2014. p. 69-70.)
 
As personagens femininas do excerto anterior discordam
da nomeação de Zeca Diabo feita por Odorico. Assinale a
alterna�va que indica a razão dessa discordância e a
natureza da crí�ca às prá�cas polí�cas brasileiras
presente na peça teatral de Dias Gomes. 
a) As prá�cas polí�cas são desconhecidas pelas
personagens. A ingenuidade do cidadão e a astúcia
necessária dos polí�cos são cri�cadas na fala delas e
de Odorico. 
b) Dulcinéa e Dorotéa não simpa�zam com Zeca Diabo, o
que indica que a peça faz uma crí�ca às relações
sociais presididas por afetos e interesses privados. 
c) Dulcinéa e Dorotéa não admitem que alguém fora da
lei possa cuidar da ordem da cidade. 
d) Cri�cam-se os atos de um poder execu�vo que se
orienta por um projeto pessoal de poder.
L0327 - (Unicamp)
“...Nas ruas e casas comerciais já se vê as faixas indicando
os nomes dos futuros deputados. Alguns nomes já são
conhecidos. São reincidentes que já foram preteridos nas
urnas. Mas o povo não está interessado nas eleições, que
é o cavalo de Troia que aparece de quatro em quatro
anos.”
(Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo. São Paulo:
Á�ca, 2014, p. 43.)
 
O trecho anterior faz parte das considerações polí�cas
que aparecem repe�damente em Quarto de despejo, de
Carolina Maria de Jesus. Considerando o conjunto dessas
observações, indique a alterna�va que resume de modo
adequado a posição da autora sobre a lógica polí�ca das
eleições.
a) Por meio das eleições, polí�cos de determinados
par�dos acabam se perpetuando no exercício do
poder. 
b) Os polí�cos se aproximam do povo e, depois das
eleições, se esquecem dos compromissos assumidos. 
 
c) Os polí�cos preteridos são aqueles que acabam
vencendo as eleições, por força de sua persistência. 
d) Graças ao desinteresse do povo, os polí�cos se
apropriam do Estado, contrariando a própria
democracia.

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