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TESTES BIOQUÍMICOS 1. Trabulsi, L. R.; Alterthum, F. Microbiologia. 5ª edição, São Paulo, Atheneu, p. 51-56, 2015; 2. Murray, P.R.; Rosenthal, K.S. & Pfaller, M.A. Microbiologia Médica. 7ª ed., Rio de Janeiro, Elsevier, p. 143-152, 2017; COCOS GRAM POSITIVOS Dra. Danielle Silva Araújo Teste Bioquímicos Projetados para detectar a presença de enzimas. COCOS GRAM POSITIVOS Staphylococcus spp Staphylococcaceae Streptococcus sppEnterococcus spp Gênero Staphylococcus ✓Cocos Gram positivos presente na pele e mucosa nasal; ✓Infecções em humanos e animais; ✓Ausência de esporos; ✓São imóveis; ✓ Anaeróbios facultativos; ✓Temperatura de crescimento de 18 a 40ºC; ✓Crescem em NaCl – 6,5%. • Material clínico: CGP • Isolados, aos pares, tétrades, cadeias curtas • Cultura: em “cachos-de-uva” • (“staphylé”: grego) Gênero Staphylococcus Staphylococcaceae Micrococcaceae + As bactérias desta família são catalase POSITIVAS Streptococcaceae - As bactérias desta família são catalase NEGATIVAS Gênero Staphylococcus O teste pode ser executado pela transferência de colônias para uma lâmina de microscopia e adição de uma gota de peróxido de hidrogênio a 3%. A catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio (H2 O2 ) em oxigênio e água. CATALASE Estafilococos coagulase positiva -S. aureus -S. aureus subsp. anaerobius -S. intermedius -S. hyicus -S. delphini -S. chromogenes -S. schleiferi subsp. coagulans Estafilococos coagulase negativa novobiocina resistentes (ECNR) -S. saprophyticus -S. cohnii -S. xylosus -S. simulans Estafilococos coagulase negativa novobiocina sensível (ECNS) -S. epidermidis -S. capitis -S. warneri -S. haemolyticus -S. hominis -S. lugdunensis -S. auricularis -S. sciuri Gênero Staphylococcus • Staphylococcus: 49 espécies e 27 subespécies. Gênero Staphylococcus Microrganismo Etimologia Staphylococcus Staphylé, cacho de uvas; coccus, grão ou baga (cocos semelhantes a cachos de uvas) S. aureus aureus, dourado (dourado ou amarelo) S. epidermidis epidermidis, pele (da epiderme ou da pele) S. lugdunensis Lugdunum, nome latino para Lyon, na França, onde o organismo foi isolado pela primeira vez S. saprophyticus sapros, pútrido; phyton, planta (saprofítico ou que cresce em tecido morto) Estafilococos de Maior Importância Clínica • ESTRUTURAIS • Cápsula •Proteção (inibe quimiotaxia e fagocitose por PMN). •Facilita a aderência a cateter ou outro material sintético. • Peptideoglicano (camada espessa) •Torna a parede celular mais rígida. •Estimula a produção de pirógenos endógenos. •Ativa a produção de interleucina – 1. •Atrai PMN (formação de abscessos). •Ativa complemento. Gênero Staphylococcus Fatores de Virulência • Proteína A • Presente na superfície da maioria dos S. aureus (não nos ECN). • Covalentemente ligada ao peptideoglicano. • Tem afinidade para se ligar a porção Fc da IgG prevenindo a eliminação do micro-organismo pelo sistema imune. Gênero Staphylococcus Fatores de Virulência ESTRUTURAIS ESTRUTURAIS Ácidos teicóicos Espécie-específico (cada espécie possui um tipo). Medeia a ligação bacteriana à superfície das mucosas. Pobremente imunogênicos. Fator de aglutinação (Fator “Clumping”) - Coagulase ligada Presente na maioria dos S. aureus. Liga-se ao fibrinogênio e converte-o em fibrina. Pode causar a agregação dos estafilococos. Gênero Staphylococcus Fatores de Virulência TESTE DA COAGULASE 1. Tubo (coagulase livre) 2. Lâmina (coagulase ligada) Estafilococos coagulase-positivos. Estafilococos coagulase-negativos. Nota 1: S. aureus é a única espécie encontrada nos seres humanos que é coagulase positiva. Nota 2: S. Intermedius (v) e S. hycus (v) (animais); S. sheleiferi subsp. coagulans (+). Nota 3: coagulase ligada – fator clumping. 1 2 Gênero Staphylococcus Coagulase é uma proteína, que possui atividade semelhante à protombrina, resultando na formação de um coágulo. O teste de coagulase é empregado para identificar S. aureus, diferenciando de outras espécies do gênero. Coagulase • Enzimas estafilocócicas • Coagulase • Catalase • Hialuronidase • Fibrinolisina • Lipases • Nucleases • Penicilinases • Toxinas estafilocócicas Citotoxinas estafilocócicas •Alfa, Beta, Delta, Gama •Leucocidina • Toxina esfoliativa (esfoliatina ou toxina epidermolítica) • Toxina da Síndrome do choque tóxico • Enterotoxinas (A, B, C, D e E) Gênero Staphylococcus Fatores de Virulência O teste é usado para detectar a atividade da enzima desoxirribonuclease e de endonuclease termoestável produzidas por diferentes espécies bacterianas. DNase Diferenciar amostras de Staphylococcus aureus de outras espécies deste gênero O ácido nucleico contido no meio, levando ao aparecimento de uma coloração rósea ao redor das colônias produtoras de DNase, indicando hidrólise do DNA TOXINAS ESTAFILOCÓCICAS 1-Toxina Alfa (dermonecrótica; mediador de lesão tecidual; desequilíbrio osmótico). 2-Toxina Beta (destruição tecidual, abscesso e proliferação do micro- organismo). 3-Toxina Delta(efeito similar à da toxina colérica; Ex: intoxicação alimentar). 4-Toxina Gama (presente em quase todas as cepas; capacidade de lisar hemácias). 5-Leucocidina (forma poros na membrana de leucócitos, causando degranulação do citoplasma). Gênero Staphylococcus Fatores de Virulência ❖PRINCIPAIS DOENÇAS INFECÇÕES SUPERFICIAIS INFECÇÕES SISTÊMICAS OU PROFUNDAS QUADROS TÓXICOS Staphylococcus aureus após incisão cirúrgica. (Principalmente em áreas de atrito – axilas, nádegas e virilha) - Carbúnculo: furúnculos coalescem e se estendem para tecido subcutâneo mais profundo; múltiplos pontos de drenagem; localizado na nuca ou nas costas 1) Invasão direta (Infecções piogênicas napele) - Furúnculo: extensão da foliculite; nódulos elevados, grandes e doloridos; drenar espontaneamente ou INFECÇÕES CUTÂNEAS - Staphylococcus aureus INFECÇÕES CUTÂNEAS - Staphylococcus aureus • Bacteremia eendocardite - A partir de uma infecção de pele aparentemente sem grande importância. - Adquirida após procedimento cirúrgico ou utilização contínua de catéter contaminado. - Bacteremia – disseminação para outros sítios, como o coração. - Endocardite – grave, taxa mortalidade em torno de 50%. - Pneumonia. - Osteomielite e artrite séptica INFECÇÕES SISTÊMICAS - Staphylococcus aureus • Síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS). - Aparecimento abrupto de um eritema (vermelhidão e inflamação) que se espalha pelo corpo em 2 dias. - Descamação da epiderme devido à ação da toxina esfoliativa. - Serinoproteases: clivam a junção célula- célula (desmogleína), resultando no despregamento do estrato granuloso da epiderme. - Neonatos (<6 meses). Crianças e adultos imunocomprometidos (raro). SÍNDROMES TOXIGÊNICAS - Staphylococcus aureus • Impetigo bolhoso - Forma localizada da síndrome da pele escaldada. - Formação de bolhas superficiais na pele. - Contagiosa e dolorosa SÍNDROMES TOXIGÊNICAS - Staphylococcus aureus •Síndrome do choque tóxico (TSS) •Ação sistêmica provocada por linhagens produtoras de toxina (TSST-1: superantígeno – ativa grande população de células T: ↑ liberação de citocinas). • Sintomas: febre alta, eritema difuso com descamação da pele. - Destrói células endoteliais - hipotensão e morte por falência múltipla de órgãos (5 % dos casos). SÍNDROMES TOXIGÊNICAS - Staphylococcus aureus ➢ Staphylococcus coagulase negativos ❑Staphylococcus epidermidis: ✓Espécie mais frequente como microbiota do corpo humano. ✓Importante causa de infecção hospitalar. ✓Fatores de virulência: ✓EXOPOLÍMERO (PNAG). ✓Biofilme. ❑Staphylococcus epidermidis ❖PRINCIPAIS DOENÇAS ✓A maioria das infecções é de causa nosocomial; ✓Endocardite; ✓Bacteremias; ✓Septicemia; ✓Meningites; ✓Infecções urinárias... ❑Staphylococcus saprophyticus ✓Depois da E. coli, é a espécie mais prevalenteem infecções urinárias em mulheres na faixa de 20 a 40 anos; ✓Capacidade de aderir ao epitélio urinário; ✓Microbiota normal da pele e da região periuretral de homens e mulheres. Novobiocina Teste bioquímicos O teste é fundamentado na propriedade de S. saprophyticcus ser resistente à novobiocina. Diferencia, esta espécie de outros estafilococos coagulase- negativa. ❖DIAGNÓSTICO ✓Exame bacterioscópico pela coloração de Gram; ✓Isolamento e identificação do microrganismo. Ágar Manitol Utilizado para o isolamento seletivo de estafilococos e para a detecção de Staphylococcus aureus provenientes de amostras clínicas. É um meio de cultura seletivo: Contém peptonas e extrato de carne bovinos, que fornecem nutrientes essenciais; e, 7,5% de cloreto de sódio, que resulta na inibição parcial ou completa de outras bactérias que não os estafilococos. Meio de cultura diferencial: - Os estafilococos coagulase-positiva produzem colónias amarelas e um meio amarelo circundante - Os estafilococos coagulase-negativa produzem colónias vermelhas e nenhuma alteração na cor do indicador vermelho de fenol. -Desenvolveu resistência rapidamente a penicilina. -Hoje < 10% são sensíveis a penicilina. -Produção da beta lactamase. -Meticilina, oxacilina. -30 –50% dos S. aureus e os coagulase negativos são resistentes. -MRSA. -Tratamento com Vancomicina. -Eliminar estado de portador de MRSA. TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE Drenagem do foco de infecção (e.g., abscesso). Limpeza apropriada das feridas e uso de antissépticos ajudam a evitar infecções. Higienização das mãos e a proteção da pele exposta previne a transmissão (hospitais). A profilaxia das infecções hospitalares tem por base a aplicação de métodos de controle de infecção. MupirocinA − erradicar a colonização das fossas nasais por S. aureus (portador). TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE ✓Cocos Gram positivos catalase negativos. ✓Família Streptococcaceae – 111 espécies e 22 subespécies. ✓Anaeróbio facultativo alguns capnofílicos. ✓Arranjo em forma de cadeias. ✓Microbiota das vias aéreas superiores, genital inferior e trato intestinal. ✓Classificados na capacidade de produzir hemólise ou grupos sorológicos. Gênero Streptococcus ÁGAR SANGUE é muito empregado para a identificação tipo (padrão) de hemólise principalmente. De bactérias do gênero Streptococcus: - α-hemólise (hemólise parcial). Ex. S. viridans, S. pneumoniae; - β-hemólise (hemólise total). Ex. S. pyogenes, S. agalactiae - γ-hemólise (hemólise ausente). Ex. Enterococcus faecalis Diferentes tipos de atividade hemolítica dos estreptococos em ágar sangue Brow (1919): Introduziu os termos Alfa, Beta e Gama hemólise Gênero Streptococcus Classificação ASM MicrobeLibrary.org.Buxton Gênero Streptococcus Classificação 1933 - Rebecca Lancefield Características antigênicas: Carboidrato C Grupos sorológicos de Lancefield A B C D F G → Área médica H K L M N O P Q R S T U V (1895-1981) Obs - S. pneumoniae e estreptococcus viridans - NãoAgrupáveis Gênero Streptococcus Classificação Classificação dos estreptococos -hemolíticos mais comuns Grupo Espécies Representativas Doenças A S. pyogenes Grupo S. anginosus Faringite, infecções da pele e de tecidos moles, bacteremia, febre reumática, glomerulonefrite aguda Abscessos B S. agalactiae Doença neonatal, endometrite, infecções em feridas, ITU, bacteremia, pneumonia, infecção da pele e tecidos moles C S. dysgalactiae Faringite, glomerulonefrite aguda F, G Grupo S. anginosus S. dysgalactiae Abscessos Faringite, glomerulonefrite Classificação dos estreptococos do grupo viridans (,,) Grupo Espécies Representativas Doenças Anginosus S. anginosus, S. cons- tellatus, S. intermedius Abscessos cerebrais, de orofaringe, ou da cavidade peritoneal Mitis S. mitis, S. pneumoniae, S. oralis Endocardite subaguda; sepse em pacientes neutropênicos; pneumonia; meningite Mutans S. mutans, S. sobrinus Cárie dental, bacteremia Salivarius S. salivarius Bacteremia, endocardite Bovis S. gallolyticus subsp. gallolyticus; subsp. pasteurianus Bacteremia associada a câncer gastrointestinal (subsp. gallolyticus); meningite (subsp. pasteurianus) Não Grupáveis S. suis Meningite; bacteremia; síndrome do choque tóxico estreptocócico Prof. Celso Luíz Cardoso DBS/UEM Gênero Streptococcus Classificação Streptococcus pyogenes Grupo A de Lancefield β-hemolítico N-acetilglicosamina e ramnose Streptococcus pyogenes • Cocos Gram-positivos dispostos em cadeias curtas (espécimes) ou longas (cultivos meios líquidos). • Anaeróbios facultativos (ágar-sangue, em 24 horas, colônias 1-2 mm, com hemólise ); cepas mais virulentas com cápsula. • Catalase-negativos; PYR positivos; sensíveis a bacitracina. • Doenças: Supurativas e não supurativas. Faringites (mais comum). Bactérias “carnívoras”. O teste do PYR mede a hidrólise de L-pirrolidonil--naftilamida. Fator de virulência Efeito Biológico Cápsula Protege contra a fagocitose. Não é imunogênica (idênticas ao ác. hialurônico) Proteína M (virulência!!!) Protege contra a fagocitose Proteína tipo M Liga-se a Igs (opsonização) Proteína F Medeia a aderência às células epiteliais DNase Despolimeriza o DNA livre em material purulento Exotoxinas pirogênicas (Spe) Superantígenos: Interagem com macrófagos e células T, liberando IL, TNF e interferon gama. Estreptolisina S Lisa eritrócitos, leucócitos e plaquetas (não imunogênica) Estreptolisina O Lisa eritrócitos, plaquetas e leucócitos (imunogênica) Útil no diagnóstico (ASO) Estreptoquinase Lisa coágulos sanguíneos C5a-peptidase Degrada o C5a ❖Síndromes clínicas FARINGITE ➢É primariamente uma doença de crianças entre 5 e 15 anos. ➢Infecção é de pessoa a pessoa por gotículas respiratórias (aglomerações aumentam risco). ➢Colonização transitória da faringe é comum (principalmente em crianças e adultos jovens). ➢2-4 dias, dor de garganta, febre, mal-estar, cefaleia. Faringe avermelhada, geralmente presença de exsudato com proeminente linfadenopatia cervical. Streptococcus pyogenes ❖Síndromes clínicas ESCARLATINA • Complicação da faringite estreptocócica (quando há produção de exotoxina pirogênica)- após 1-2 dias. •Erupção eritematosa difusa (começa no tórax). •Após 5-7 dias, o exantema desaparece e há descamação. Streptococcus pyogenes ❖Síndromes clínicas IMPETIGO Pio: purulento Derme: pele • Infecção localizada da pele com vesículas que progridem para pústulas; sem evidência de infecção sistêmica. Vesículas Pústulas Crostas • Principalmente crianças (2-5 anos) com higiene precária. Streptococcus pyogenes ❖Síndromes clínicas ERISIPELA • Infecção aguda da pele com dor local, inflamação (eritema, calor), aumento dos linfonodos e sintomas sistêmicos (calafrios, febre, leucocitose). • Adultos de idade avançada. • Face ou pernas. • Precedida por infecções estreptocócicas das vias aéreas ou da pele. Streptococcus pyogenes Infecção da pele que envolve tecidos sub-cutâneos mais profundos. ❖Síndromes clínicas Streptococcus pyogenes Celulite ❖Síndromes clínicas FASCITE NECROTIZANTE • Infecção profunda da pele que envolve destruição dos músculos e das camadas de gordura - gangrena estreptocócica - “bactéria carnívora”). •Toxicidade e falência múltipla de órgãos - alta taxa de mortalidade (>50%). • Antibioticoterapia + debridamento do tecido infectado. Streptococcus pyogenes SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO ESTREPTOCÓCICO • Infecção sistêmica que atinge múltiplos órgãos, semelhante a síndrome do choque tóxico estafilocócico; no entanto, a maioria dos pacientes apresenta evidências de bacteremia e fascite. • Toxicidade sistêmica (SpeA ou SpeC) → Superantígenos. • Choque e falência de múltiplos órgãos - morte (30%). • Grupo de risco: imunocomprometidos. ❖Síndromes clínicas Streptococcus pyogenes ❖Síndromes clínicas - Doença estreptocócica não-supurativa FEBRE REUMÁTICA•Doença auto-imune (Sequela pós- infecciosa da faringite). •Ocorre 2-3 semanas após início da faringite. •É devida aos Ags comuns entre os antígenos cardíacos e das articulações e o antígeno estreptocócico (especialmente proteína M). •Febre, exantema, cardite e artrite. •Pode ser evitada se o paciente for tratado nos primeiros 10 dias após o início da faringite aguda. •Diagnóstico clínico e ASO. Streptococcus pyogenes GLOMERULONEFRITE AGUDA → linhagens nefritogênicas Faringoamigdalites (M1, M4, M12, M15) Piodermites (M49, M52, M55, M59-M61) Excesso de complexos Ag-Ac nas membranas dos glomérulos renais, ativa o complemento e gera uma reação inflamatória. Inflamação aguda do glomérulo renal, com edema, hipertensão, hemáturia, oligúria e proteinúria Streptococcus pyogenes ❖Síndromes clínicas - Doença estreptocócica não-supurativa ❖TRATAMENTO ✓Penicilina V e amoxacilina: tratamento da faringite. ✓Não há relatos de resistência a esse antibiótico em grande escala. ✓NÃO HÁ NECESSIDADE de antibiograma para tratamento. ✓Febre reumática – Penicilina G Benzatina (mensal) →medida profilática. ✓Eritromicina: recomendada para pacientes com alergia. ✓Vacinas com a proteína M tem sido estudada. Streptococcus pyogenes Identifica estreptococos a- hemolíticos do grupo A (S. pyogenes) e algumas espécies de Enterococcus. 01 02 03 Estas bactérias possuem a enzima (PYRase) que hidrolisa a amida do substrato (L-pirrolidonil- ?-naftilamida), liberando α-naftilamida livre. PYR Bacitracina e Sulfametoxazol-Trimetoprima O teste utilizado para identificar presuntivamente estreptococos β-hemolíticos do grupo A e do grupo B. Os estreptococos do grupo A (S. pyogenes) são susceptíveis à bacitracina (0,04 U), mas resistentes à Sulfametoxazol-Trimetoprima (SUT – 1,25 μg e 23,75 μg). Os estreptococos do grupo B são resistentes aos dois antibióticos. Os estreptococos β-hemolíticos resistentes à bacitracina e sensíveis ao SUT não pertencem ao grupo A ou ao B. S. agalactiae xxxxxxxxxxxxxxxxx ✓Pertence aos grupo B de Lancefield, conhecido como Streptococcus do grupo B (ramnose-glicosamina e galactose). ✓Primeiramente descrito como agente da mastite bovina. ✓Isolado de casos fatais de febre puerperal. ✓Principal causador de sepsis, pneumonia e meningite em recém nascidos. Streptococcus agalactiae •Epidemiologia –Coloniza o trato gastrintestinal e trato genitourinário. –Coloniza o trato genital de mulheres grávidas (10 a 30%). –60% dos lactentes de mães colonizadas tornam-se colonizados. –1 a 2% das crianças de mães colonizadas desenvolvem a doença. –Fatores de risco para colonização neonatal: •Imunidade materna. •Nascimento prematuro. •Ruptura de membrana prolongada. Streptococcus agalactiae •Patogenia e Imunidade Virulência determinada principalmente pela habilidade em evadir da fagocitose (mediada pela cápsula). Polissacarídeos capsulares (tipos Ia, III e V) inibem a fagocitose. •Produzem várias enzimas: •Dnases, Hialuronidase, Neuraminidases, Proteases •Fator Camp: Liga imunoglobulinas G e M e auxilia na identificação da bactéria. •Cápsula: ácido siálico e ácido lipoteicóico: adesão a diferentes células epiteliais. •β-Hemolisina: Citotóxica para células (epiteliais e endoteliais inclusive dos pulmões). •C5a peptidase: Inativa o C5a quimiotático para neutrófilos e fagócitos. Papel ainda desconhecido na patogenia Streptococcus agalactiae AMP Os estreptococos β-hemolíticos do grupo B (Streptococcus agalactiae) produzem um composto semelhante à proteína, denominado fator CAMP (assim denominado por Christie, Atkins e Munch- Petersen), capaz de agir sinergicamente com a β- hemolisina produzida por Staphylococcus aureus, ocasionando um aumento da reação de β-hemólise. As amostras a serem testadas são inoculadas em placa de ágar sangue em estrias, formando um ângulo reto com a linha de inoculação do estafilococo. S. pneumoniae xxxxxxxxxxxxxxxxx • CGP encapsulado. • Oval ou lanceolado arranjados em pares ou em cadeias curtas. • alfa-hemólise resulta da produção da pneumolisina. • Necessitam de CO2 para crescer. • Susceptibilidade à optoquina e solubilidade em bile. •Vias áreas superiores de indivíduos normais (garganta e nasofaringe). • Importante em crianças e idosos. Streptococcus pneumoniae Streptococcus pneumoniae Colonização e migração As bactérias neutralizam estas ações produzindo protease IgA (para a IgA secretora) e pneumolisina. • Fatores de virulência Streptococcus pneumoniae Destruição dos tecidos Mobilização de células inflamatórias para o foco infeccioso. O processo é mediado pelo ácido teicóico pneumocócico, fragmentos de peptideoglicano e pneumolisina (amidase auxilia). Fosforilcolina liga-se a receptores do fator de ativação plaquetária. •Embora possam ser transmitidos de pessoa a pessoa em locais fechados a epidemia é rara. Por isso não se faz “bloqueio” • Patogenicidade Streptococcus pneumoniae •A infecção começa com colonização da nasofaringe pelo pneumococo; •Doença: ocorre quando o microrganismo colonizando a orofaringe e nasofaringe dissemina-se para outros sítios (pulmões, seios paranasais, ouvido, meninges); • Síndromes Clínicas – Pneumonia (pós aspiração): pneumococo sobrevive à fagocitose dos macrófagos pulmonares, se prolifera nos alvéolos, sofre autólise e libera substâncias inflamatórias: • Tosse com escarro sanguinolento e dor toráxica. • Calafrio, febre alta. • Mortalidade maior em pacientes idosos e com bacteremia. – Sinusite e Otite média • Geralmente precedida de infecções virais • Otite mais comum em crianças • Sinusite – em todas as idades Streptococcus pneumoniae • Síndromes Clínicas – Bacteremia •Acomete 25 – 30% do indivíduos com pneumonias e 80% dos indivíduos com meningite. – Meningite • Após bacteremia, otite ou sinusite. • Primariamente doença pediátrica. • Relativamente incomum em neonatos. • 15% dos casos de meningite em crianças. • 30 a 50% dos casos de meningite em adultos. – Endocardite Streptococcus pneumoniae Optoquina Teste bioquímicos O teste diferencia Streptococcus pneumoniae (pneumococos) de outros Streptococcus spp. α- hemolíticos. Bi le-Solubi l idade Os sais biliares, têm a capacidade de lisar seletivamente Streptococcus pneumoniae, quando adicionados às bactérias em fase de crescimento ativo. O S. pneumoniae produz enzimas autolíticas (autolisinas), responsáveis pela característica depressão central ou umbilical das colônias maduras de pneumococos no ágar. Os sais bileares ativam as autolisinas e aceleram a reação lítica natural observada em cultivos de pneumococos. Se o microrganismo estiver em suspensão, a turvação do cultivo em caldo clareia visivelmente mediante adição de sais biliares. Em ágar, as colônias em suspensão em bile “desaparecem” quando cobertas com o reagente. ✓ Penicilina G – se sensível ✓ Cloranfenicol ✓ Eritromicina ✓ Sulfametoxazol-trimetropim ✓ Tetraciclina • Tratamento e controle Streptococcus pneumoniae ➢ Vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23): ➢ Inclui antígenos de 23 sorotipos de pneumococos. Não é administrada em crianças menores de 2 anos. ➢ Vacina Pneumocócica Conjugada 13–valente (VPC13):previne até 90% dos casos de doença grave. ➢ Vacina Pneumocócica Conjugada 10-valente (VPC10): previne cerca de 70% das doenças graves em crianças. Enterococcos xxxxxxxxxxxxxxxxx ❖Enterococos = “cocos entéricos” (TGI). ❖São encontrados no solo, fezes, alimentos, água, e no ambiente em geral. ❖ Previamente classificados como estreptococos do grupo D – gênero Enterococcus em 1984. ❖ Podem ser alfa, beta ou gama hemolíticos. ❖ Crescem em presença de 6,5% de NaCl. ❖ Toleram 40% de sais biliares. ❖ Anaeróbios facultativos. Podem crescer em 10ºC a 45ºC e pH 4,6 a 9,9. ❖ Existem 40 espécies: ❖Espécies mais comuns: - E. faecalis - E. faecium Enterococcus spp.• Síndromes clínicas • Importante em infecções nosocomiais (4a causa). • Há cepas completamente resistentes aos antibióticos convencionais. (adquirida e intrínseca) • Problema: resistência à vancomicina (VRE). • Infecções comuns em pacientes: - Catéter urinário - Catéter intravascular - Hospitalizados por longos períodos - Sob terapia antimicrobiana de amplo espectro Enterococcus spp. Doenças Enterocócicas: Resumo Clínico Infecção do trato urinário: disúria e piúria são mais frequentes em pacientes hospitalizados com cateter urinário e usando cefalosporinas de amplo espectro. Peritonite: distensão e dor abdominal após trauma ou cirurgia; os pacientes tipicamente apresentam quadro agudo, febre e hemoculturas positivas; predominam infecções polimicrobianas. Bacteremia: asssociada tanto a infecções localizadas como à endocardite. Endocardite: infecção do endotélio ou das válvulas cardíacas; associada à bacteremia persistente; pode ser aguda ou crônica Bile-Esculina O teste da bile-esculina é usado para a identificação presuntiva de espécies de Enterococcus e Streptococcus do grupo D (S. bovis e S. equinus). O teste baseia-se na capacidade destas bactérias hidrolisarem a esculina em presença de bile (4% de sais bileares ou 40% de bile). A esculetina reage com íons férricos provenientes do citrato férrico do meio, formando um complexo negro difundível, indicando resultado positivo. Ao diagnosticar uma infecção, o médico deve identificar uma espécie em particular e até uma linhagem específica para prosseguir com o tratamento apropriado 1. Streptococcus pyogenes, Streptococcus agalactiae e Streptococcus pneumoniae causam um amplo espectro de doenças. Quais os locais do corpo humano que normalmente são colonizados por esses microrganismos? 2. Os estreptococos viridans são subdivididos em cinco grupos. Quais são esses grupos e quais as doenças estão especificamente associada a cada grupo? 3. Quais infecções são causadas por S. pyogenes, S. agalactiae e S. pneumoniae? Quais populações são mais suscetíveis? 4. Quais os principais fatores de virulência de S. pneumoniae, S. pyogenes e S. agalactiae? 5. S. pyogenes pode causar a síndrome do choque tóxico. Como essa doença se diferencia daquela causada por estafilococos? 6. Quais doenças não supurativas podem se desenvolver após uma infecção localizada por S. pyogenes? 7. Enterococcus, como muitas outras bactérias podem causar infecções urinárias, principalmente em pacientes hospitalizados. Que características destas bactérias são responsáveis pela predileção de causar doenças nesta população? 8. Quais as propriedades bioquímicas usadas para separar de Enterococcus de Streptococcus?
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