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Direito Civil: LINDB e Parte Geral (2023.1)

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DIREITO CIVIL
Edição 2023.1
Revisada
Atualizada
Ampliada
PA
RT
E
LINDB e Parte Geral 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 1 
 
CIVIL I: LINDB e PARTE GERAL 
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................ 9 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO .................................................. 10 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 10 
2. CONTEÚDO DA LINDB ............................................................................................................. 10 
3. FONTES DO DIREITO ............................................................................................................... 12 
 FONTE FORMAL PRIMÁRIA: LEI ...................................................................................... 12 
 FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS ................................................................................. 13 
 FONTES NÃO FORMAIS ................................................................................................... 14 
3.3.1. Doutrina ........................................................................................................................ 14 
3.3.2. Jurisprudência .............................................................................................................. 15 
3.3.3. Equidade ...................................................................................................................... 16 
3.3.4. Súmula vinculante ........................................................................................................ 17 
4. FORMAS DE INTEGRAÇÃO DA NORMA JURÍDICA............................................................... 17 
 ANALOGIA .......................................................................................................................... 18 
 COSTUMES ........................................................................................................................ 20 
 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO................................................................................... 21 
5. REGRAS DE APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA NO TEMPO ............................................. 22 
 INÍCIO DE VIGÊNCIA ......................................................................................................... 23 
 FIM DA VIGÊNCIA .............................................................................................................. 24 
 INTERPRETAÇÃO DO ART. 2º, § 2º, DA LINDB .............................................................. 25 
 REPRISTINAÇÃO ............................................................................................................... 25 
 RETROATIVIDADE DA NORMA JURÍDICA ...................................................................... 26 
6. REGRAS DE APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA NO ESPAÇO ........................................... 27 
 REGRA GERAL................................................................................................................... 30 
 TEORIA DA TERRITORIALIDADE MODERADA OU MITIGADA ..................................... 30 
 EXCEÇÕES À APLICAÇÃO DO ESTATUTO PESSOAL .................................................. 30 
 REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA ...................... 31 
7. ANTINOMIAS JURÍDICAS OU LACUNAS DE COLISÃO ......................................................... 32 
 CRITÉRIOS BÁSICOS ........................................................................................................ 32 
 CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................ 33 
8. NORMAS SOBRE SEGURANÇA JURÍDICA E EFICIÊNCIA NA CRIAÇÃO E NA APLICAÇÃO 
DO DIREITO PÚBLICO ..................................................................................................................... 34 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................. 34 
 DECISÃO COM BASE EM VALORES JURÍDICOS ABSTRATOS ................................... 34 
 MOTIVAÇÃO DEVERÁ DEMONSTRAR A NECESSIDADE E ADEQUAÇÃO ................. 37 
 DECISÃO QUE ACARRETE INVALIDAÇÃO DE ATO, CONTRATO, AJUSTE, 
PROCESSO OU NORMA ADMINISTRATIVA .............................................................................. 38 
 INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS SOBRE GESTÃO PÚBLICA ..................................... 39 
 MUDANÇA DE INTERPRETAÇÃO OU ORIENTAÇÃO E MODULAÇÃO DOS EFEITOS 
DA DECISÃO ................................................................................................................................. 40 
 REVISÃO DEVERÁ LEVAR EM CONTA A ORIENTAÇÃO VIGENTE NA ÉPOCA DA 
PRÁTICA DO ATO ......................................................................................................................... 41 
 COMPROMISSO PARA ELIMINAR IRREGULARIDADE, INCERTEZA JURÍDICA OU 
SITUAÇÃO CONTENCIOSA NA APLICAÇÃO DO DIREITO PÚBLICO ...................................... 42 
 IMPOSIÇÃO DE COMPENSAÇÃO .................................................................................... 43 
 RESPONSABILIDADE DO AGENTE PÚBLICO ................................................................ 43 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 2 
 
 CONSULTA PÚBLICA ........................................................................................................ 47 
 INSTRUMENTOS PARA AUMENTAR A SEGURANÇA JURÍDICA ................................. 47 
INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL ................................................................................................... 49 
1. QUADRO EVOLUTIVO DO DIREITO CIVIL .............................................................................. 49 
 DO DIREITO ROMANO ATÉ A REVOLUÇÃO FRANCESA: DIVISÃO DO DIREITO EM 
CIVIL E PENAL .............................................................................................................................. 49 
 REVOLUÇÃO FRANCESA: DIVISÃO DO DIREITO EM PÚBLICO E PRIVADO ............. 49 
 CONSTITUIÇÃO IMPERIAL E O DIREITO CIVIL .............................................................. 49 
 CÓDIGO CIVIL DE 1916 E A ESTRUTURA DO DIREITO CIVIL ...................................... 50 
 A NEUTRALIDADE E INDIFERENÇA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS EM 
RELAÇÃO AO DIREITO CIVIL ...................................................................................................... 51 
 PULVERIZAÇÃO DAS RELAÇÕES PRIVADAS E A PERDA DA REFERÊNCIA ............ 51 
2. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL ...................................................................... 52 
 CONCEITO .......................................................................................................................... 52 
 TÁBUA AXIOLÓGICA ......................................................................................................... 52 
 CONSTITUCIONALIZAÇÃO x PUBLICIZAÇÃO ................................................................ 52 
 DIREITO CIVIL MÍNIMO ..................................................................................................... 53 
3. CÓDIGO CIVIL DE 2002 E OS SEUS PARADIGMAS .............................................................. 53 
 SOCIALIDADE .................................................................................................................... 54 
 ETICIDADE ......................................................................................................................... 54 
 OPERABILIDADE ............................................................................................................... 55 
4. DISTINÇÕES ENTRE CLÁUSULAS GERAIS E CONCEITOS JURÍDICOS 
INDETERMINADOS .......................................................................................................................... 55 
5. APLICAÇÃODIRETA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS....... 56 
6. APLICAÇÃO DIRETA DOS DIREITOS SOCIAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS ..................... 57 
7. INCIDÊNCIA DIRETA DOS TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS NO ÂMBITO 
DAS RELAÇÕES PRIVADAS ............................................................................................................ 58 
 STATUS LEGAL .................................................................................................................. 58 
 STATUS CONSTITUCIONAL ............................................................................................. 59 
 STATUS SUPRALEGAL ..................................................................................................... 59 
8. DIÁLOGO DAS FONTES ........................................................................................................... 60 
9. CONFLITOS NORMATIVOS DO DIREITO CIVIL ..................................................................... 61 
PESSOA NATURAL .......................................................................................................................... 64 
1. CONCEITOS INICIAIS ............................................................................................................... 64 
 CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO ....................................................................... 64 
 CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO .................................................................. 64 
 LEGITIMAÇÃO .................................................................................................................... 64 
 LEGITIMIDADE ................................................................................................................... 65 
 PERSONALIDADE .............................................................................................................. 65 
2. INÍCIO DA PERSONALIDADE ................................................................................................... 65 
 TEORIAS EXPLICATIVAS DO NASCITURO ..................................................................... 66 
2.1.1. Teoria natalista ............................................................................................................. 66 
2.1.2. Teoria da personalidade condicionada ....................................................................... 66 
2.1.3. Teoria concepcionista .................................................................................................. 66 
3. TEORIA DAS INCAPACIDADES ............................................................................................... 71 
 PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 71 
 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ......... 71 
 INCAPACIDADE ABSOLUTA ............................................................................................. 74 
 INCAPACIDADE RELATIVA ............................................................................................... 76 
4. EMANCIPAÇÃO ......................................................................................................................... 78 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 3 
 
 VOLUNTÁRIA ...................................................................................................................... 78 
 JUDICIAL ............................................................................................................................. 79 
 LEGAL ................................................................................................................................. 80 
5. EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL ......................................................................................... 82 
 AUSÊNCIA .......................................................................................................................... 84 
 MORTE PRESUMIDA: OUTRAS HIPÓTESES .................................................................. 87 
 COMORIÊNCIA ................................................................................................................... 88 
DIREITOS DA PERSONALIDADE .................................................................................................... 90 
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ..................................................................................................... 90 
 IMPORTÂNCIA DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE .................................................. 90 
 DIFERENÇAS ENTRE PERSONALIDADE E CAPACIDADE ........................................... 90 
2. CLÁUSULA GERAL DE PROTEÇÃO À PERSONALIDADE .................................................... 91 
3. TÉCNICA DE PONDERAÇÃO ................................................................................................... 93 
4. DIREITOS DE PERSONALIDADE VERSUS LIBERDADES PÚBLICAS ................................. 94 
5. MOMENTO AQUISITIVO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE .......................................... 95 
6. MOMENTO EXTINTIVO DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE ........................................... 97 
7. FONTES DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE .................................................................... 99 
8. DIREITOS DA PERSONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA................................................... 100 
9. CONFLITO ENTRE DIREITOS DA PERSONALIDADE E LIBERDADE DE COMUNICAÇÃO 
SOCIAL ............................................................................................................................................ 104 
10. DIREITOS DA PERSONALIDADE E AS PESSOAS PÚBLICAS (CELEBRIDADES) ........ 107 
11. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ........................................... 107 
12. TUTELA JURÍDICA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ............................................. 109 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................................ 109 
 TUTELA PREVENTIVA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ................................... 110 
12.2.1. Considerações ........................................................................................................... 110 
12.2.2. Espécies de tutela específica .................................................................................... 111 
12.2.3. Mandado de distanciamento ...................................................................................... 111 
12.2.4. Possibilidade de prisão .............................................................................................. 112 
 TUTELA REPRESSIVA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ................................... 112 
 TUTELA JURÍDICA COLETIVA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ...................... 114 
13. DIREITOS DE PERSONALIDADE À INTEGRIDADE FÍSICA ............................................. 115 
 TUTELA JURÍDICA DO CORPO VIVO ............................................................................ 115 
 TUTELA JURÍDICA DO CORPO MORTO ....................................................................... 118 
 LIVRE CONSENTIMENTO INFORMADO (AUTONOMIA DO PACIENTE) .................... 119 
14. DIREITO À HONRA .............................................................................................................. 120 
15. DIREITO AO NOME CIVIL ................................................................................................... 120 
 PREVISÃO LEGAL E CONSIDERAÇÕES ....................................................................... 120 
 NATUREZA JURÍDICA ..................................................................................................... 121 
 PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE RELATIVA DO NOME ................................................ 121 
 ESCOLHA FEITA PELOS PAIS ....................................................................................... 125 
 ELEMENTOS COMPONENTES .......................................................................................127 
16. DIREITO À IMAGEM ............................................................................................................ 130 
17. DIREITO À PRIVACIDADE .................................................................................................. 134 
PESSOA JURÍDICA ......................................................................................................................... 135 
1. CONCEITO ............................................................................................................................... 135 
2. TEORIAS EXPLICATIVAS ....................................................................................................... 136 
 TEORIA NEGATIVISTA .................................................................................................... 136 
 TEORIA AFIRMATIVISTA ................................................................................................. 136 
2.2.1. Teoria da ficção (Savigny) ......................................................................................... 136 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 4 
 
2.2.2. Teoria da realidade objetiva (ou orgânica) (Clóvis Beviláqua) ................................. 136 
2.2.3. Teoria da realidade técnica (Ferrara) ........................................................................ 137 
3. NASCIMENTO DAS PESSOAS JURÍDICAS .......................................................................... 137 
4. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ..................................................... 138 
 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 138 
 DISCIPLINA NO CÓDIGO CIVIL ...................................................................................... 139 
 REGRAS ESPECÍFICAS DE DESCONSIDERAÇÃO NOS DEMAIS RAMOS ............... 144 
 OBSERVAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 145 
 O CPC E A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA .......................... 146 
 JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................... 148 
5. ENTES DESPERSONALIZADOS ............................................................................................ 152 
6. AUTONOMIA PATRIMONIAL .................................................................................................. 154 
7. CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS...................................................................... 154 
8. FUNDAÇÕES ........................................................................................................................... 156 
 FUNDAÇÕES .................................................................................................................... 157 
9. SOCIEDADES .......................................................................................................................... 160 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 160 
 ESPÉCIES ......................................................................................................................... 160 
10. ASSOCIAÇÕES .................................................................................................................... 161 
11. EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA .................................................................................... 165 
DOMICÍLIO....................................................................................................................................... 167 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 167 
2. MUDANÇA DE DOMICÍLIO...................................................................................................... 167 
3. DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA ....................................................................................... 168 
4. CLASSIFICAÇÃO DO DOMICÍLIO .......................................................................................... 169 
BENS JURÍDICOS ........................................................................................................................... 171 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 171 
2. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS ................................................................................................. 171 
 BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS ...................................................................... 172 
2.1.1. Bens corpóreos e incorpóreos ................................................................................... 172 
2.1.2. Bens móveis ou imóveis ............................................................................................ 172 
2.1.3. Bens fungíveis e infungíveis ...................................................................................... 173 
2.1.4. Bens consumíveis e inconsumíveis ........................................................................... 174 
2.1.5. Bens divisíveis e indivisíveis ...................................................................................... 174 
2.1.6. Singulares e coletivos ................................................................................................ 174 
 BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS ............................................................... 175 
2.2.1. Partes integrantes ...................................................................................................... 177 
2.2.2. Pertenças ................................................................................................................... 177 
 BENS EM RELAÇÃO AO SEU TITULAR ......................................................................... 178 
TEORIA DO FATO JURÍDICO ........................................................................................................ 181 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 181 
 SUPORTE FÁTICO ........................................................................................................... 181 
1.1.1. Suporte fático hipotético ou abstrato ......................................................................... 181 
1.1.2. Suporte fático concreto .............................................................................................. 181 
1.1.3. Suporte fático constituído de elementos positivos .................................................... 181 
1.1.4. Suporte fático constituído de elementos negativos................................................... 181 
 A FENOMENOLOGIA DA JURIDICIZAÇÃO .................................................................... 182 
1.2.1. Como ocorre a juridicização ...................................................................................... 182 
1.2.2. Suporte fático deficiente ............................................................................................ 182 
 CONSEQUÊNCIAS DA INCIDÊNCIA .............................................................................. 183 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 5 
 
1.3.1. Juridicização .............................................................................................................. 183 
1.3.2. Pré-exclusão de juridicidade ...................................................................................... 183 
1.3.3. Invalidação ................................................................................................................. 183 
1.3.4. Deseficacização ......................................................................................................... 184 
1.3.5. Desjuridicização .........................................................................................................184 
2. PLANOS DOS FATOS JURÍDICOS: UMA VISÃO GERAL ..................................................... 184 
 PLANO DA EXISTÊNCIA .................................................................................................. 184 
 PLANO DA VALIDADE ..................................................................................................... 184 
 PLANO DA EFICÁCIA....................................................................................................... 185 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS: FATO JURÍDICO LATO SENSU .................... 185 
 ESQUEMA GRÁFICO1 (MELLO) ...................................................................................... 185 
 ESQUEMA GRÁFICO2 (STOLZE) .................................................................................... 186 
 FATO JURÍDICO STRICTO SENSU ................................................................................ 187 
3.3.1. Ordinário ..................................................................................................................... 187 
3.3.2. Extraordinário ............................................................................................................. 187 
 ATO-FATO JURÍDICO ...................................................................................................... 187 
3.4.1. Espécies de ato-fato jurídico ..................................................................................... 188 
 ATO JURÍDICO LATO SENSU ......................................................................................... 189 
3.5.1. Noções gerais ............................................................................................................ 189 
3.5.2. Espécies de atos jurídicos ......................................................................................... 189 
 ATO JURÍDICO STRICTO SENSU .................................................................................. 190 
3.6.1. Noções gerais ............................................................................................................ 190 
3.6.2. Classificação dos atos jurídicos stricto sensu ........................................................... 190 
 NEGÓCIO JURÍDICO ....................................................................................................... 191 
3.7.1. Noções gerais ............................................................................................................ 191 
3.7.2. Classes de negócios jurídicos ................................................................................... 191 
3.7.3. Elementos constitutivos do negócio jurídico ............................................................. 194 
 FATO/ATO ILÍCITO ........................................................................................................... 194 
TEORIA DO NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................................................. 195 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 195 
2. PLANO DE EXISTÊNCIA ......................................................................................................... 195 
 MANIFESTAÇÃO DE VONTADE ..................................................................................... 195 
 AGENTE ............................................................................................................................ 195 
 OBJETO ............................................................................................................................ 195 
 FORMA .............................................................................................................................. 195 
3. PLANO DE VALIDADE ............................................................................................................. 196 
 CONCEITO E PRESSUPOSTOS ..................................................................................... 197 
 OBSERVAÇÕES ............................................................................................................... 197 
 PECULIARIDADES QUANTO AO PRESSUPOSTO DE VALIDADE “FORMA” ............. 198 
4. PLANO DE EFICÁCIA .............................................................................................................. 199 
5. TEORIAS EXPLICATIVAS DO NEGÓCIO JURÍDICO ............................................................ 200 
 TEORIA VOLUNTARISTA (DA VONTADE) ..................................................................... 200 
 TEORIA OBJETIVA (DA DECLARAÇÃO) ........................................................................ 200 
6. INTERPRETAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS ................................................................. 201 
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO ............................................................................................ 203 
1. DISPOSIÇÃO DA MATÉRIA .................................................................................................... 203 
2. ERRO ........................................................................................................................................ 203 
 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS ................................................................................. 203 
 ERRO X VÍCIO REDIBITÓRIO ......................................................................................... 205 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 6 
 
 ESQUEMA SOBRE ERRO ............................................................................................... 205 
3. DOLO ........................................................................................................................................ 206 
 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS ................................................................................. 206 
 DOLO NEGATIVO ............................................................................................................. 207 
 DOLO BILATERAL ............................................................................................................ 207 
 DOLO DE TERCEIROS .................................................................................................... 207 
 DOLO DO REPRESENTANTE LEGAL OU CONVENCIONAL ....................................... 207 
 ESQUEMA ......................................................................................................................... 208 
4. COAÇÃO .................................................................................................................................. 208 
 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS ................................................................................. 208 
 COAÇÃO DE TERCEIROS ............................................................................................... 209 
5. LESÃO ...................................................................................................................................... 210 
 CONCEITO E PREVISÃO LEGAL .................................................................................... 210 
 REQUISITOS .................................................................................................................... 211 
 LESÃO X TEORIA DA IMPREVISÃO ............................................................................... 212 
 LESÃO CONSUMERISTA ................................................................................................ 212 
6. ESTADO DE PERIGO .............................................................................................................. 212 
7. SIMULAÇÃO ............................................................................................................................. 214 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 214 
 ESPÉCIES .........................................................................................................................215 
7.2.1. Simulação absoluta .................................................................................................... 215 
7.2.2. Simulação relativa (dissimulação) ............................................................................. 216 
7.2.3. Simulação inocente .................................................................................................... 217 
 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES ................................................................................... 217 
8. FRAUDE CONTRA CREDORES ............................................................................................. 218 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 218 
 HIPÓTESES LEGAIS ........................................................................................................ 219 
8.2.1. Negócio de transmissão gratuita de bens (art. 158 do CC) ...................................... 219 
8.2.2. Remissão de dívida (art. 158 do CC) ........................................................................ 219 
8.2.3. Negócio jurídico fraudulento oneroso (art. 159 do CC) ............................................ 219 
8.2.4. Antecipação fraudulenta de pagamento feita a um dos credores quirografários (art. 
162 do CC) ................................................................................................................................ 220 
8.2.5. Outorga fraudulenta de garantia de dívida (art. 163 do CC) .................................... 220 
 AÇÃO E LEGITIMIDADE NA FRAUDE CONTRA CREDORES ...................................... 220 
 NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA NA AÇÃO PAULIANA...................................... 221 
9. RESUMO DOS VÍCIOS NO NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................. 222 
PLANO DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO .......................................................................... 224 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 224 
2. CONDIÇÃO ............................................................................................................................... 224 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 224 
2.1.1. Futuridade .................................................................................................................. 225 
2.1.2. Incerteza ..................................................................................................................... 225 
2.1.3. Voluntariedade ........................................................................................................... 225 
 CLASSIFICAÇÃO DA CONDIÇÃO ................................................................................... 225 
2.2.1. Quanto ao modo de atuação ..................................................................................... 225 
2.2.2. Quanto à licitude ........................................................................................................ 226 
2.2.3. Quanto à origem ........................................................................................................ 227 
3. TERMO ..................................................................................................................................... 229 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 229 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 7 
 
 CARACTERÍSTICAS ......................................................................................................... 229 
4. MODO OU ENCARGO ............................................................................................................. 230 
5. CONDIÇÃO x TERMO x ENCARGO ....................................................................................... 231 
TEORIA DAS INVALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO ............................................................... 233 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 233 
2. NULIDADE ABSOLUTA ........................................................................................................... 233 
 ANÁLISE DO ART. 166 DO CC ........................................................................................ 233 
 CARACTERÍSTICAS DA NULIDADE ABSOLUTA .......................................................... 234 
2.2.1. Declaração de ofício. Legitimidade ........................................................................... 235 
2.2.2. Confirmação ............................................................................................................... 235 
2.2.3. Efeito ex tunc ............................................................................................................. 236 
3. NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE) ............................................................................. 236 
 PREVISÃO LEGAL ........................................................................................................... 236 
 CARACTERÍSTICAS DA NULIDADE RELATIVA ............................................................ 237 
3.2.1. Impossibilidade de declaração de ofício. Legitimidade ............................................. 237 
3.2.2. Prazo decadencial ..................................................................................................... 238 
3.2.3. Confirmação ............................................................................................................... 238 
3.2.4. Eficácia ex tunc .......................................................................................................... 239 
ATO ILÍCITO .................................................................................................................................... 241 
1. NOÇÕES GERAIS .................................................................................................................... 241 
 CONCEITO E EVOLUÇÃO ............................................................................................... 241 
 SÍNTESE ........................................................................................................................... 241 
2. EFEITOS DA ILICITUDE (CIVIL) ............................................................................................. 242 
 EFEITO INDENIZANTE .................................................................................................... 242 
 EFEITO CADUCIFICANTE ............................................................................................... 242 
 EFEITO INVALIDANTE ..................................................................................................... 242 
 EFEITO AUTORIZANTE ................................................................................................... 243 
 OUTROS EFEITOS ........................................................................................................... 244 
3. ELEMENTOS DO ATO ILÍCITO ............................................................................................... 244 
4. ESPÉCIES (MODELOS) DE ATO ILÍCITO .............................................................................. 245 
 ATO ILÍCITO SUBJETIVO ................................................................................................ 246 
 ATO ILÍCITO OBJETIVO (ABUSO DE DIREITO OU ILÍCITO IMPRÓPRIO) .................. 246 
 SUBESPÉCIES DO ATO ILÍCITO OBJETIVO ................................................................. 248 
4.3.1. Venire contra factum proprium (teoria dos atos próprios)......................................... 248 
4.3.2. Supressio (verwirkung) e surrectio (erwirkung) .........................................................249 
4.3.3. “Tu quoque” e “cláusula de Estoppel” ....................................................................... 249 
4.3.4. Duty to mitigate the loss (dever de mitigar o dano)................................................... 250 
4.3.5. Substancial performance (adimplemento substancial, inadimplemento mínimo, 
adimplemento fraco ou ruim) .................................................................................................... 250 
4.3.6. Violação positiva do contrato (violação de deveres anexos) .................................... 251 
5. EXCLUDENTES DA ILICITUDE (art. 188 do CC) ................................................................... 251 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ..................................................................................................... 253 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................... 253 
2. FUNDAMENTO ........................................................................................................................ 258 
3. PRESCRIÇÃO/DECADÊNCIA X DIFERENTES TIPOS DE DIREITOS ................................. 258 
 DIREITOS SUBJETIVOS (DIREITOS A UMA PRESTAÇÃO) ......................................... 258 
 DIREITOS POTESTATIVOS............................................................................................. 258 
4. PRESCRIÇÃO .......................................................................................................................... 259 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 259 
 INÍCIO DO PRAZO PRESCRICIONAL ............................................................................. 259 
 
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CS – CIVIL I 2023.1 8 
 
 CARACTERÍSTICAS DA PRESCRIÇÃO ......................................................................... 261 
4.3.1. Admissibilidade de renúncia ...................................................................................... 261 
4.3.2. Reconhecimento em qualquer tempo ou grau de jurisdição .................................... 262 
4.3.3. Possibilidade de ser reconhecida de ofício ............................................................... 263 
4.3.4. Exceção prescreve junto com a pretensão ............................................................... 264 
 IMPEDIMENTO, SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO .......................... 264 
4.4.1. Hipóteses de impedimento e suspensão .................................................................. 264 
4.4.2. Hipóteses de interrupção da prescrição .................................................................... 267 
 PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE .................................................................................. 269 
4.5.1. Considerações iniciais ............................................................................................... 269 
4.5.2. Conceito ..................................................................................................................... 269 
4.5.3. Prescrição intercorrente na execução fiscal.............................................................. 269 
4.5.4. Prescrição intercorrente nas execuções distintas da fiscal, na vigência do CPC/1973
 272 
4.5.5. Prescrição intercorrente nas execuções fundadas em título extrajudicial, distintas da 
fiscal, na vigência do CPC/2015 .............................................................................................. 272 
4.5.6. Prescrição intercorrente no cumprimento da sentença ............................................ 273 
4.5.7. Prescrição intercorrente e processo de conhecimento paralisado ........................... 273 
4.5.8. Art. 206-A do CC promoveu alteração na ordem jurídica? ....................................... 274 
 PRESCRIÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ............................................................ 275 
5. DECADÊNCIA .......................................................................................................................... 275 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 275 
 ESPÉCIES ......................................................................................................................... 275 
 CARACTERÍSTICAS ......................................................................................................... 276 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CS – CIVIL I 2023.1 9 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Inicialmente gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja 
útil na sua preparação, em todas as fases. Quanto mais contato temos com uma mesma fonte de 
estudo, mais familiarizados ficamos, o que ajuda na memorização e na compreensão da matéria. 
O Caderno Direito Civil I possui como base as aulas do Prof. Flávio Tartuce (G7), do Prof. 
Cristiano Chaves (CERS) e do Prof. Pablo Stolze (LFG). 
Com o intuito de deixar o material mais completo, utilizamos as seguintes fontes 
complementares: a) Manual de Direito Civil – Volume Único 2021 (Rodolfo Pamplona Filho e Pablo 
Stolze Gagliano); b) Manual de Direito Civil – Volume Único 2022 (Cristiano Chaves). 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de 
Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos: é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Ademais, no Caderno constam os principais artigos da lei, mas, ressaltamos, que é 
necessária leitura conjunta do seu Vade Mecum, muitas questões são retiradas da legislação. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina 
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você 
faça uma boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito 
importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CS – CIVIL I 2023.1 10 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DIREITO 
BRASILEIRO 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Inicialmente, destaca-se que a LINDB está positivada no Decreto-lei 4.657/1942. Trata-se 
de uma norma de sobredireito, ou seja, uma norma sobre normas (lex legum). A LINDB é dirigida a 
“atores específicos” (legislador e aplicador do direito), razão pela qual se diferencia das demais leis 
que são dirigidas a todos (generalidade). 
Observe o teor dos arts. 4º e 5º da LINDB: 
Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige 
e às exigências do bem comum. 
 
Antes de 2010, a Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB) era chamada 
de “Lei de Introdução ao Código Civil”. A Lei 12.376/2010 alterou sua nomenclatura com o intuito 
de esclarecer que o Decreto-lei 4.657/1942 se aplica a todo o ordenamento jurídico, e não apenas 
ao Direito Civil. 
Indaga-se: era realmente necessário que a nomenclatura fosse alterada? Para Tartuce e 
doutrina majoritária, a alteração do nome se justifica, pois a “Lei de Introdução” não é dirigida apenas 
ao Direito Civil (privado), mas a todos os ramos do Direito. A Lei de Introdução, por exemplo, traz 
as regras básicas do Direito Internacional Público e Privado, por isso também é conhecida como 
“Estatuto do Direito Internacional”. 
Ademais, a Lei 13.655/2018 introduziu os arts. 20 a 30, consagrando regras de 
julgamento para a esferado Direito Público. De acordo com Tartuce, esse fato provocou um 
distanciamento ainda maior do Direito Privado, pois confirma que a LINDB é dirigida a todo o 
ordenamento jurídico. 
Portanto, perceba que a Lei de Introdução nunca fez parte do Código Civil de 1916 e 
tampouco do Código Civil de 2002. Trata-se de um diploma legal multidisciplinar que se aplica 
universalmente a qualquer ramo do direito. É um código geral sobre a elaboração e a aplicação das 
normas jurídicas. O objetivo é a elaboração, a vigência e a aplicação de leis. 
2. CONTEÚDO DA LINDB 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 11 
 
 
A LINDB possui a seguinte estrutura: 
 
LINDB
Formas de integração da 
norma jurídica
Regras de aplicação da 
norma jurídica no tempo e 
no espaço
Fontes do Direito
Regras de Direito 
Internacional Público e 
Privado
Regras de Direito Público
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 12 
 
3. FONTES DO DIREITO 
A LINDB contempla a visão clássica das fontes de direito. 
A expressão “fonte”, de acordo com a doutrina civilista, possui dois sentidos: origem (“vem 
de onde” – Maria Helena Diniz e Pablo Stolze) e manifestações jurídicas (“formas de expressão do 
direito” – Rubens Limongi França). Aqui, analisaremos os dois sentidos. 
 
 FONTE FORMAL PRIMÁRIA: LEI 
A lei é uma norma jurídica (norma agendi). Trata-se, conforme os ensinamentos de Goffredo 
Telles Jr. e Maria Helena Diniz, de um imperativo autorizante. 
a) É um imperativo, porque emana de autoridade competente, sendo dirigida a todos 
(generalidade, vigência sincrônica); 
b) É autorizante, porque autoriza ou não autoriza condutas. 
OBS.: A ideia de Kelsen de que a lei é um imperativo sancionador está 
superada, pois nem toda norma jurídica impõe uma sanção. Por 
exemplo, a CF/88 consagra inúmeros dispositivos sem sanção (art. 
226 da CF). 
 
Além de ser imperativa e autorizante, a norma jurídica é dotada de obrigatoriedade, 
conforme se observa pela redação do art. 3º da LINDB. Dessa forma, ninguém poderá deixar de 
cumprir a lei alegando não a conhecer. 
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 
FONTES DO 
DIREITO
Formais 
(constam na 
LINDB)
Primária LEI - civil law
Secundária
(na falta da lei)
Analogia
Costumes
Princípios 
Gerais do 
Direito
Informais (não 
constam na 
LINDB)
Doutrina
Jurisprudência
Equidade
Súmula 
Vinculante**
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 13 
 
Acerca da obrigatoriedade da lei, há três correntes na doutrina. Vejamos: 
a) 1ª corrente: A teoria da ficção defende que a lei trouxe uma ficção de que todos possuem 
conhecimento sobre a existência das leis; 
b) 2ª corrente: A teoria da presunção sustenta que há uma presunção de que todos 
conhecem as leis; 
c) 3ª corrente (majoritária): A teoria da necessidade social assevera que há uma 
necessidade social de que todos conheçam as leis. 
De acordo com Zeno Veloso: “o legislador não seria estúpido de pensar que todos conheçam 
as leis. Num país em que há excesso legislativo, uma superprodução de leis que a todos atormenta 
assombra e confunde, sem contar o número enormíssimo de medidas provisórias, presumir que 
todas as leis são conhecidas por todos”. 
É importante consignar que a regra da obrigatoriedade (art. 3º da LINDB) não é absoluta, a 
exemplo do art. 139, II do CC, que permite a anulação de negócio jurídico por erro de direito. 
OBS.: Não confundir subsunção (aplicação direta da lei) com 
integração (método em que o julgador supre as lacunas da lei e aplica 
as ferramentas do art. 4º da LINDB: analogia, costumes e princípios 
gerais do direito). 
 
Por fim, no que tange à classificação das leis, a mais relevante delas é a que considera sua 
força obrigatória. 
a) Normas cogentes (ou de ordem pública): São aquelas que atendem mais diretamente 
ao interesse geral, merecendo aplicação obrigatória, eis que são dotadas de imperatividade 
absoluta. As partes não podem, mediante convenção, ilidir a incidência de uma norma cogente. Ex.: 
As normas relacionadas com os direitos da personalidade (arts. 11 a 21 do CC), com os direitos 
pessoais de família, com a nulidade absoluta dos negócios jurídicos e com a função social da 
propriedade e dos contratos (art. 2.035, parágrafo único, CC); 
b) Normas dispositivas (também chamadas de supletivas, interpretativas ou de ordem 
privada): São aquelas que interessam somente aos particulares, de modo que podem ser afastadas 
por disposição de vontade. Tais normas funcionam no silêncio dos contratantes, suprindo-o. 
 FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS 
As fontes formais secundárias são aplicadas na falta de lei, ou seja, quando ela for omissa 
(lacuna normativa). A analogia, os costumes e os princípios gerais do direito são fontes formais 
secundárias. 
Preceitua o art. 4º da LINDB: 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 14 
 
Art. 4o. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
Segundo Maria Helena Diniz, são ferramentas de correção do sistema jurídico. Tem ligação 
com a vedação do não julgamento (non liquet). Em outras palavras, o juiz não pode deixar de julgar 
a ação sob a alegação de lacuna, nos termos do art. 140 do CPC. 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
 
Indaga-se: a ordem do art. 4º da LINDB (analogia, costumes e princípios gerais do direito) 
deve ser rigorosamente obedecida? Não há consenso. 
a) 1ª corrente (Beviláqua, WB Monteiro e Maria Helena Diniz): A ordem deve ser obedecida. 
Assim, diante da omissão da lei, primeiro se utiliza a analogia, depois os costumes e, por fim, os 
princípios gerais do direito; 
b) 2ª corrente (Zeno Veloso, Tepedino, Daniel Sarmento): A visão contemporânea entende 
que não é necessária a obediência à ordem do art. 4º da LINDB, pois os princípios constitucionais 
possuem prioridade de aplicação. 
Por fim, a opção por uma das duas correntes depende da composição da banca avaliadora 
do concurso. Entretanto, verifica-se uma inclinação das bancas para a segunda visão, pautada na 
ideia de que os princípios constitucionais têm prioridade na atividade de concretização e aplicação 
do Direito. Logo, a ordem das ferramentas de integração pode e deve ser flexibilizada. Esse 
argumento é corroborado pelo art. 5º, § 1º, da CF, que trata da aplicabilidade imediata das normas 
de direitos fundamentais, e pelo art. 8º do CPC, que coloca o princípio da dignidade da pessoa 
humana como ponto de partida para qualquer decisão judicial. 
Art. 5º da CF. (...). 
§ 1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata. (...) 
 
Art. 8º do CPC. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins 
sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a 
dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a 
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 FONTES NÃO FORMAIS 
3.3.1. Doutrina 
Consiste na interpretação do Direito feita por estudiosos. Ex.: As dissertações de mestrados, 
as teses de doutorado, os manuais, os cursos, os tratados e os enunciados do CJF aprovados nas 
Jornadas de Direito Civil (JDC). 
 
 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 15 
 
Como o tema foi cobrado em concurso? 
(MPE/SC – CESPE - 2021): Com o seu avanço, a doutrina jurídica tornou-se 
fonte material de direito no caso de falta da lei e passou a ser assim prevista 
na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Errado! 
3.3.2. Jurisprudência 
É o conjunto de decisões dos tribunais, ou uma série de decisões similares sobre uma 
mesma matéria. Pode ser considerada o próprio “direito ao vivo”, cabendo-lhe o papel de preencher 
lacunas do ordenamento nos casos concretos. 
O CPC/2015 valorizou sobremaneira a jurisprudência, que passou a ter força vinculativa.Há 
um caminhar para common law 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o 
pedido que contrariar: (...) 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se 
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. (...) 
 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (...) 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo 
concreto de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, 
em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar 
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento 
se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
julgamento ou a superação do entendimento. (...) 
 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la 
estável, íntegra e coerente. 
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento 
interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua 
jurisprudência dominante. 
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às 
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. 
 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 16 
 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução 
de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e 
especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria 
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria 
infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem 
vinculados. (...) 
3.3.3. Equidade1 
A equidade é a justiça do caso concreto, conforme conceituado por Aristóteles2. É o uso 
do bom senso, adaptação do razoável para aplicação da lei ao caso concreto. 
Observa-se que a equidade não está capitulada no rol da LINDB dos métodos típicos de 
integração. Todavia, excepcionalmente, a equidade pode ser usada, desde que a lei expressamente 
a mencione, conforme o art. 140 do CPC. 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
 
Nessa toada, citam-se exemplos de uso da equidade por permissivo legislativo expresso: 
a) Na redução da cláusula penal abusiva, ou quando a obrigação tiver sido parcialmente 
cumprida (art. 413 do CC); 
b) Quando houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, de 
modo que o juiz pode reduzir, equitativamente, o valor da indenização (art. 944, parágrafo único, do 
CC); 
c) Nas demandas trabalhistas, de forma geral, para buscar uma justiça contratual ou 
equivalência material das prestações (art. 8º da CLT). 
Conforme Agostinho Alvim, a equidade pode ser classificada como: 
a) Equidade legal: É aquela que o uso está expressamente autorizado pela lei; 
b) Equidade judicial: É aquela conferida ao juiz na verificação do caso concreto, sobretudo 
quando ele estiver diante de conceitos indeterminados. Segundo o STJ, a equidade judicial pode 
ser usada pelo juiz, quando não houver outro parâmetro de direito objetivo para o caso concreto. O 
juiz não pode funcionar como um legislador positivo (RSTJ 83/168). 
 
1 FIGUEIREDO, Luciano. Direito Civil. Coleção Sinopse para Concursos. São Paulo: Editora Juspodivm, 
2022, p. 40-41. 
2 ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996. 
 
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CS – CIVIL I 2023.1 17 
 
Na visão clássica do Direito Civil (WB Monteiro e Maria Helena Diniz), a equidade era tratada 
não como um meio de suprir a lacuna da lei, e sim como um mero meio de auxiliar nessa missão. 
Portanto, não seria fonte não formal. 
Todavia, Tartuce entende que, no sistema contemporâneo privado, a equidade deve ser 
considerada fonte informal ou indireta do direito. Isso porque o Código Civil de 2002 adota um 
sistema de cláusulas gerais, no qual o aplicador do Direito, por diversas vezes, é convocado a 
preencher “janelas abertas” deixadas pelo legislador, de acordo com a equidade, o bom senso. 
Art. 5o. da LINDB. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que 
ela se dirige e às exigências do bem comum. 
 
Art. 8º do CPC. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins 
sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a 
dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a 
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 
Como esse assunto foi cobrado em concurso? 
(PGE/PE – CEBRASPE – 2018) Ao autorizar o juiz a regular de maneira 
diferente dos critérios legais a situação dos filhos em relação aos pais, em 
caso de haver motivos graves, o Código Civil permite o uso da equidade. 
Resposta: Correto. 
 
(PC/PI – NUCEPE – 2018) Com base na Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, a equidade é sempre uma forma de integração quando 
houver omissão da lei. 
Resposta: Errado. 
3.3.4. Súmula vinculante 
De acordo com o Prof. Flávio Tartuce, a súmula vinculante é uma fonte formal, pois está 
prevista na Constituição Federal. Contudo, é uma fonte sui generis, visto que está em uma posição 
intermediária entre a fonte primária e as fontes secundárias. 
4. FORMAS DE INTEGRAÇÃO DA NORMA JURÍDICA 
Estão previstas no art. 4º da LINDB. 
Art. 4o. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
Integrar significa colmatar, preencher lacunas. A integração da norma é a atividade pela qual 
o juiz complementa a norma, sua necessidade surge porque o legislador não tem como prever todas 
as situações possíveis no mundo fático. 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 18 
 
Havendo lacuna, o juiz está obrigado a promover a integração da norma; colmatará o vazio. 
Além disso, como se presume que o juiz conhece todas as leis, basta que a parte narre o fato (narra-
se o fato que eu te darei o direito – iura novit curiae). 
Exceções: o juiz pode determinar à parte interessada que faça prova da EXISTÊNCIA e 
VIGÊNCIA da lei alegada em 4 hipóteses: direito municipal, direito estadual, direito estrangeiro e 
direito consuetudinário. 
Alexandre Câmara alerta que o juiz só pode mandar a parte fazer prova de direito municipal 
e estadual que não seja de sua jurisdição. Caso contrário, ou seja, se o direito municipal ou estadual 
for do local de sua jurisdição, o juiz não poderá determinar que a parte faça prova porque se 
presume que ele conheça a lei. 
Espécies de lacunas (Maria Helena Diniz) 
Lacuna normativa Ausência total de norma para um caso concreto 
Lacuna ontológica 
Presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha 
eficácia social 
Lacuna axiológica 
Presença de norma para o caso concreto, mas cuja aplicação 
seja insatisfatória ou injusta 
Lacuna de conflito ou 
antinomia 
Choque de duas ou mais normas válidas, pendente de solução 
no caso concreto 
 
Como esse assunto foi cobrado em concurso? 
(MPDFT - MPDFT - 2021) Sobre as técnicas de aplicação do direito por 
interpretação e por integração da lei, reguladas na Lei de Introduçãoàs 
Normas do Direito Brasileiro (LINDB), quando a lei civil e a lei penal forem 
omissas, o juiz resolverá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais do direito. 
Resposta: Errado. 
 
(MPE/GO – MPE/GO – 2019): O entendimento de que, quando a lei for 
omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito, não constitui norma formal no Direito Brasileiro, 
mas um princípio norteador da atuação do magistrado. 
Resposta: Errado. Trata-se de norma formal expressa no ordenamento 
jurídico brasileiro, prevista no art. 4º da LINDB. 
 
(MPE/SC – MPE/SC – 2016) De acordo com o Decreto-lei n. 4657/42 (Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro) são formas de integração jurídica 
a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Quanto aos 
costumes, a legislação refere-se a espécie praeter legem, ou seja, aquele que 
intervém na falta ou omissão da lei, apresentando caráter supletivo. 
Resposta: Correto. 
 ANALOGIA 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 19 
 
Trata-se da aplicação de uma norma jurídica próxima (analogia legal ou legis) ou de um 
conjunto de normas próximas (analogia jurídica ou iuris) na ausência de lei para certo caso concreto. 
Cita-se, como exemplo, a aplicação das regras do casamento para a união estável. 
a) Aplicação de um único artigo configura analogia legal; 
b) Aplicação de mais de um artigo configura analogia iuris. 
 
A analogia não se confunde com a interpretação extensiva. Observe o quadro comparativo: 
ANALOGIA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA 
Outra norma jurídica é aplicada, além da sua 
previsão originária. 
O sentido da norma jurídica é ampliado. 
Integração. Subsunção. 
Imagine o seguinte caso hipotético: edita-se uma norma jurídica que prevê que em 
determinada ciclovia só poderão circular bicicletas verdes. 
A lei é interpretada permitindo que também 
circulem skate. 
Note-se que a lei que previa a circulação de 
bicicletas foi utilizada para a circulação de 
skate. Portanto é caso de analogia 
A lei é interpretada permitindo que também 
circulem na ciclovia bicicletas das cores 
azuis, rosas, vermelhas e brancas. 
Perceba que o objeto é o mesmo (bicicleta), 
apenas ampliou-se o seu alcance. Por isso, é 
caso de interpretação extensiva. 
 
Por derradeiro, lembre-se de que o recurso à analogia não é ilimitado: 
a) No Direito Penal e no Direito Tributário, a analogia só pode ser usada in bonam partem, 
ou seja, para beneficiar; 
b) A analogia não é admitida nos negócios jurídicos gratuitos, na fiança, na renúncia e no 
aval, pois é necessária a interpretação restritiva (arts. 114 e 819 do CC e súmula 214 do STJ). 
Analogia legis
O juiz compara um caso, não previsto em lei,
com uma hipótese contemplada na legislação.
A lacuna será integrada comparando-se uma
situação atípica (não prevista em lei) com
outra situção especificamente prevista na
legislação (típica).
Analogia iuris
O juiz compara o caso, sem previsão legal,
com todo o sistema jurídico.
A lacuna será integrada por meio da
comparação entre uma situação não prevista
em lei e os valores do sistema, e não da
comparação com um dispositivo legal.
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 20 
 
Como esse assunto foi cobrado em concurso? 
 (MPE/MG – FUNDEP – 2017): Na analogia jurídica ou juris, amplia-se o 
sentido originário da norma (subsunção). 
Resposta: Errado. 
 COSTUMES 
Os costumes podem ser conceituados como sendo as práticas e usos reiterados com 
conteúdo lícito e relevância jurídica. Formam-se paulatinamente, de forma quase imperceptível, até 
o momento em que aquela prática reiterada é tida como obrigatória. 
Note-se que nem todo uso é costume, já que o costume é um uso considerado juridicamente 
obrigatório. Para tanto, exige-se que o costume seja geral, ou seja, largamente disseminado no 
meio social, ainda que setorizado numa parcela da sociedade. Exige-se, ainda, que o costume tenha 
certo lapso de tempo, pois deve constituir-se em hábito arraigado, bem estabelecido. Por fim, o 
costume deve ser constante, repetitivo na parcela da sociedade que o utiliza. 
Para se converter em fonte do direito, há dois requisitos imprescindíveis: um de ordem 
objetiva (o uso, a exterioridade do instituto), outro de ordem subjetiva (a consciência coletiva de que 
aquela prática é obrigatória). É este último aspecto que distingue o costume de outras práticas 
reiteradas, de ordem moral ou religiosa, ou de simples hábitos sociais. 
SECUNDUM LEGEM PRAETER LEGEM CONTRA LEGEM 
Há referência expressa aos 
costumes no texto legal, razão 
pela qual não se fala em 
integração, mas sim em 
subsunção, eis que a própria 
norma jurídica é aplicada. 
Costume integrativo, serve 
para preencher lacunas 
quando a lei for omissa 
Opõe-se ao dispositivo de uma 
lei e, para a maioria dos 
doutrinadores, não pode ser 
admitido, por gerar a 
instabilidade do sistema. Salvo 
se a lei contrariada tiver caído 
em dessuetude (maioria não 
admite). 
Art. 187 do CC. Cheque pós-datado 
Norma que proíbe o jogo do 
bicho 
 
O art. 113, caput, do CC prevê que os negócios jurídicos devem ser interpretados de acordo 
com os costumes. 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e 
os usos do lugar de sua celebração. 
§ 1º. A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do 
negócio; 
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo 
de negócio; 
III - corresponder à boa-fé; 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 21 
 
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e 
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a 
questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da 
racionalidade econômica das partes, consideradas as informações 
disponíveis no momento de sua celebração. 
§ 2º. As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de 
preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas 
daquelas previstas em lei. 
 
Finalmente, o STJ já declarou que o dever de garantia do emitente do cheque, previsto no 
art. 15 da Lei 7.357/85, não pode ser afastado com fundamento nos costumes e no princípio da 
boa-fé objetiva. 
O emitente garante o pagamento do valor contido no cheque, considerando-
se não escrita a declaração pela qual se exima dessa garantia (art. 15 da Lei 
nº 7.357/85). Esse dever de garantia do emitente do cheque não poder ser 
afastado com fundamento nos costumes e no princípio da boa-fé objetiva. 
Não há lacuna neste caso. Na ausência de lacuna, não cabe ao julgador se 
valer de um costume para afastar a aplicação da lei, sob pena de ofensa ao 
art. 4º da LINDB. De igual modo, a flexibilização do art. 15 da Lei nº 7.357/85, 
sob o argumento do princípio da boa-fé objetiva, não tem o condão de excluir 
o dever de garantia do emitente do cheque, sob pena de se comprometer a 
segurança na tutela do crédito, pilar fundamental das relações jurídicas dessa 
natureza. STJ. 3ª Turma. REsp 1787274/MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 23/04/2019 (Info 647). 3 
 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
Não há consenso na doutrina sobre o que seriam os “princípios gerais de direito”. 
Para Sílvio Rodrigues, trata-se das normas que orientam o legislador na elaboração da 
sistemática jurídica, ou seja, aqueles princípios que, baseados na observação sociológica e tendo 
por escopo regular os interesses conflitantes, impõem-se, inexoravelmente, como uma necessidade 
da vida do homem em sociedade. 
Para Maria Helena Diniz, os princípios são cânones que não foram ditados, explicitamente, 
pelo elaborador da norma, mas que estão contidos de forma imanente no ordenamento jurídico. 
Já para Nelson Nery Jr, trata-se de regras de conduta que não se encontram positivadas no 
sistemanormativo, mas norteiam o juiz na interpretação da norma, do ato ou do negócio jurídico. 
Limongi de França entende que são regramentos básicos aplicáveis a determinado instituto 
jurídico, sendo abstraído das normas, da doutrina, da jurisprudência e de aspectos políticos, 
econômicos e sociais. Podem ser expressos ou implícitos. 
 
3 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O dever de garantia do emitente do cheque, previsto no art. 15 da Lei 
nº 7.357/85, não pode ser afastado com fundamento nos costumes e no princípio da boa-fé objetiva. Buscador 
Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1b89a2e980724cb8997459fadb907712>. 
Acesso em: 17 jun. 2022. 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 22 
 
Exemplos de princípios gerais implícitos em nosso sistema: “ninguém pode valer-se da 
própria torpeza” e “a boa-fé se presume”. 
Além disso, com a CF/88 alguns princípios gerais de direito passaram a ter status 
constitucional, tendo prioridade de aplicação, mesmo quando há lei específica sobre a matéria. São 
exemplos: 
a) Dignidade humana (art. 1º, III da CF); 
b) Solidariedade social (art. 3º, I, da CF); 
c) Isonomia ou igualdade matéria (art. 5º, caput, da CF). 
Por fim, Francisco Amaral4 divide os princípios em: 
a) Princípios gerais do direito (ou princípios constitucionais): Ex.: A justiça, a liberdade, a 
igualdade e a dignidade da pessoa humana; 
b) Princípios gerais do ordenamento jurídico (ou princípios institucionais): Estão 
positivados na legislação constitucional e infraconstitucional. Ex.: A vedação ao enriquecimento sem 
causa, não lesar, a autonomia da vontade, a igualdade entre os cônjuges e a igualdade entre os 
filhos. 
5. REGRAS DE APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA NO TEMPO 
Estão previstas no art. 6º da LINDB. Vejamos: 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao 
tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém 
por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo 
pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de 
outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não 
caiba recurso. 
 
A expressão “a lei entra em vigor” se refere à vigência da lei, que deverá observar os 
requisitos de três planos da juridicidade, quais sejam: 
a) Existência; 
b) Validade – requisitos formais; 
c) Eficácia – aplicabilidade da norma jurídica. 
 
4 AMARAL, Francisco. Direito Civil: Introdução. 8 ed. Rio de Janeiro: Editora Renovar, 2014. 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 23 
 
A existência não se confunde com a vigência, pois uma norma passará a existir quando for 
promulgada, ocasião em que é considerada formalmente um ato jurídico (não possui 
coercibilidade). Por outro lado, para que tenha vigência, é necessário um iter legislativo, ou seja, 
um lapso temporal para que as pessoas tenham conhecimento acerca do seu conteúdo e da sua 
existência. 
Em suma: 
 
 INÍCIO DE VIGÊNCIA 
A doutrina civilista aponta três fases que antecedem a vigência da lei. 
 
Em regra, a lei entra em vigor após o prazo de vacatio legis, ou seja, 45 dias no Brasil e em 
três meses nos Estados estrangeiros com os quais o Brasil mantém relação internacional. 
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando 
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (...) 
 
A Lei 11.441/2007 possibilitou que o divórcio, inventário, partilha e separação pudessem ser 
feitos em cartório, cumpridos determinados requisitos, o procedimento deixou de ser judicial para 
ser extrajudicial. Apesar da grande repercussão, entrou em vigor na data da sua publicação. 
Indaga-se: é possível a imposição de alguma sanção, tendo em vista que apenas as leis de 
pequena repercussão podem entrar em vigor na data da sua publicação? 
Não! Trata-se de uma norma imperfeita, tendo em vista que não há imposição de sanção 
em caso de descumprimento. É o próprio legislador que diz se a lei é de pequena repercussão ou 
não, ele não criou sanções para quando fosse dito, na nova lei, que ela entraria em vigor no 
momento de sua publicação, apesar de não ser de pequena repercussão. 
Como esse assunto foi cobrado em concurso? 
(MPE/PE – FCC - 2022): A lei brasileira, em regra, terá efeito imediato e geral 
no território nacional, após 45 dias da sua publicação oficial. Além disso, Não 
há vedação para que lei brasileira, em seu texto, estabeleça sua vigência 
imediata. Correto! 
 
(PGE/RO – CESPE - 2022): Segundo a Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, a regra geral, quando aplicável, é que a lei brasileira, depois 
PUBLICAÇÃO
LAPSO TEMPORAL 
(vacatio legis)
VIGÊNCIA
1º Elaboração
2º Promulgação 
(pode ser 
dispensada)
3º Publicação
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 24 
 
de oficialmente publicada, inicia sua vigência em 30 dias em todo o país e em 
3 meses nos Estados estrangeiros. Errado! 
 
(MPE/GO - MPE/GO - 2019) Salvo disposição contrária, a lei começa a 
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada, 
contudo, nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando 
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. Correto! 
 FIM DA VIGÊNCIA 
A revogação de uma lei por outra lei é a principal forma de retirada de vigência, nos termos 
do art. 2º da LINDB. 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra 
a modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, 
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria 
de que tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a 
lei revogadora perdido a vigência. 
 
Podemos classificar a revogação da seguinte forma: 
CLASSIFICAÇÃO 
Quanto à extensão ou amplitude 
Revogação total ou ab-rogação: CC/16 nos 
termos do art. 2.045 do CC/02. 
Revogação parcial ou derrogação: Código 
Comercial, conforme art. 2.045 do CC/02 
Quanto ao modo 
Revogação expressa ou por via direta: 
prevista taxativamente na norma posterior. 
Ex.: Art. 2.045 do CC. 
Revogação tácita ou por via oblíqua: ocorre 
quando a lei nova trata da mesma matéria da 
lei anterior ou quando há incompatibilidade 
entre a lei posterior e a lei anterior (art. 2º, §1º, 
da LINDB). Ex.: Lei 4.591/1964 
 
Como esse assunto foi cobrado em concurso? 
(MPE/GO - MPE/GO – 2019) Não se destinando à vigência temporária, a lei 
terá vigor até que outra a modifique ou revogue, sendo certo que a lei 
posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja 
com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava 
a lei anterior. Ademais, a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou 
especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
Resposta: Correto. 
 
. 
 
CS – CIVIL I 2023.1 25 
 
 INTERPRETAÇÃO DO ART. 2º, § 2º, DA LINDB 
Observe a redação do dispositivo: 
Art. 2º. (...) 
§ 2o. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
 
Deve ser interpretado da seguinte forma: “a lei com sentido complementar não revoga as 
disposições anteriores sobre o tema”. 
Cita-se, como exemplo, a Lei 11.804/2008 - trata sobre os alimentos gravídicos - não 
revogou nem alterou o Código

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