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Aula 03 (1)

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CURSO ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO – ABIN 
PROFESSORES: CYONIL, ELAINE E SANDRO 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
AULA II – ATOS ADMINISTRATIVOS - 
Hi, people! Tranquilo? Tranquilo, acho, não seria a palavra mais 
apropriada para esse momento, não é? Rsrs... 
Bom, o Cyonil, meu parceirão, já me apresentou na aula anterior. Sou o 
Sandro, também auditor do TCU. Estaremos “juntos” nessa aula de hoje 
para tratar dos seguintes assuntos relacionados aos atos administrativos: 
conceitos e elementos. Competências, finalidade, forma, 
motivo e objeto. Esses tópicos constituem os “elementos” dos atos 
administrativos, como boa parte dos amigos já deve saber. 
Então, a aula de hoje será razoavelmente curta, 
comparativamente a outros cursos que já demos por aqui. E o 
assunto “atos” ainda não acabou, claro. Mas resolvemos distribuir o 
mesmo, para a aula não ficar com 150 páginas. Ninguém merece, 
não é? 
Com relação à ABIN, aqui em Brasília se comenta que a instituição 
é um excelente local para se trabalhar: tranquilo, com bons 
profissionais e com ótima estrutura. Então, gente, estudem com 
afinco, pois a hora tá chegando. 
Vamos para a aula???!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 - ATOS ADMINISTRATIVOS – BREVE INTRODUÇÃO: OS FATOS 
JURÍDICOS 
Antes de começarmos com o assunto próprio da aula, pedimos 
licença aos amigos para falarmos um pouco de algumas definições 
necessárias ao bom prosseguimento de nosso curso: o que são os 
fatos jurídicos e os atos da Administração Pública, de modo geral. 
Em sentido AMPLO, fatos jurídicos são todos os eventos que 
sejam relevantes e que produzam uma consequência jurídica, o que, 
convenhamos, é um conceito QUASE do tamanho do mundo. 
De fato, tem um monte de eventos NATURAIS que resultam em 
consequências jurídicas. Exemplo: cai um meteoro no fusca de Sean 
O’neal, reduzindo-o (o fusca) a cinzas. Consequências? CLARO! Foi 
muito custoso a Sean comprar o veículo. O efeito jurídico? REDUÇÃO 
DE PATRIMÔNIO, e nosso heróico Sean terá que juntar um bom 
dinheiro para comprar um novo “Fusquinha” (...). Atenção: o caso é 
hipotético, eu (Sean) tenho um Pálio EDX 1999 ☺. 
Então, lá no Direito Civil é feita uma distinção: FATO JURÍDICO 
ESTRITO e ATOS JURÍDICOS, que são espécies do gênero fato 
jurídico. 
Fatos jurídicos ESTRITOS são eventos decorrentes da natureza 
e que produzem efeitos no mundo jurídico. Exemplo disso: 
catástrofes, a morte (natural), entre outros. Todavia, tais eventos, 
naturais, não são tão relevantes assim, para nossa matéria, a não ser 
que o servidor MORRA, nesse caso, temos vacância, e para 
suprimento da vaga, concurso (alguém deve ter pensado: que 
MORRA o servidor, então! ☺.... Vira essa boca pra lá! Nós somos 
servidores e professores e precisamos terminar bem o curso, não é 
verdade???!) 
Podemos afirmar que atos jurídicos, sinteticamente, podem 
ser definidos como uma manifestação da vontade humana que 
importam em consequências jurídicas. 
Nessa linha, percebam que o ato administrativo também é fruto 
da manifestação humana, razão pela qual a doutrina aponta ser o 
ato administrativo uma das espécies de ato jurídico, ou seja, 
sempre é praticado por um agente da Administração. 
Esse tema é muito comum em prova. Até no TCU já caiu. Olha 
a questão aí: 
(2007/CESPE/TCU/Analista) O ato administrativo não 
surge espontaneamente e por conta própria. Ele precisa 
de um executor, o agente público competente, que recebe 
da lei o devido dever-poder para o desempenho de suas 
funções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO: CERTO 
Chamamos atenção para o fato de que ATOS JURÍDICOS não 
se confundem com FATOS JURÍDICOS em sentido ESTRITO. Estes 
últimos constituem eventos da natureza, não decorrentes da ação 
humana, embora, igualmente, resultem (ou possam resultar) em 
conseqüências jurídicas. Esqueminha básico, então: 
FATO JURÍDICO AMPLO 
Assim, TODO ATO ADMINISTRATIVO É UM ATO JURÍDICO, 
PODENDO SER VISTO, AINDA, COMO FATO JURÍDICO AMPLO. 
Outro conceito interessante para nossa matéria é o relacionado aos 
atos da Administração Pública. 
Podemos afirmar que todo ato praticado no exercício da função 
administrativa pode ser chamado de ato da Administração, 
correspondendo, portanto, a figura bem mais ampla do que o 
conceito de ato administrativo. Se pudéssemos traduzir em 
linguagem matemática, diríamos que o ato administrativo é uma 
amostra do “universo” ato da Administração (portanto, o ato 
administrativo está contido no conjunto dos atos da Administração). 
Em outros termos, o ato administrativo é espécie do qual o ato da 
Administração é gênero. 
Bom, como já anotamos que a expressão ato da Administração 
é figura mais ampla do que ato administrativo, agora, cumpre-nos 
informar quais as demais espécies de ato da Administração. De 
acordo com boa parte da doutrina, dentre os atos da Administração, 
incluem-se: 
 os atos de Direito Privado – que são as doações, a permuta, a 
compra-e-venda, a locação, entre outros atos; 
 os atos materiais da Administração – que são atos os quais 
envolvem apenas execução, como a demolição de uma casa, a 
apreensão de mercadoria, a realização de um serviço, varrer o piso, e 
outros; 
 os atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor – que são os 
atestados, as certidões, os pareceres e votos; 
 os atos políticos – são os que estão sujeitos a regime 
constitucional; 
Ato Jurídico manifestação de vontade HUMANA. 
Exemplo – ATOS ADMINISTRATIVOS 
Fato Jurídico ESTRITO Eventos naturais. Exemplo 
– CATÁSTROFES
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 os contratos; e 
 os atos administrativos propriamente ditos. 
Mas qual a razão de atos de Direito Privado, contratos, e outros 
não serem considerados administrativos? Não são eles emanados 
pela Administração? Isso é verdade, mas para clarearmos a mente do 
concursando, é nosso dever apresentá-los à definição de ato 
administrativo, informando, de antemão, que o conceito de institutos 
de Direito Administrativo sempre é relativamente problemático, afinal 
o ramo jurídico que estamos estudando não tem um texto único que 
consolide, em si, as principais definições da matéria, ou seja, não 
temos um código de Direito Administrativo, como possuem o Direito 
Penal e o Processual Civil, por exemplo. Mas as dificuldades fazem a 
vida melhor. Então, partamos para conceituar o ato administrativo. 
VAMOS TREINAR? 
3 - ATOS ADMINISTRATIVOS – CONCEITO INICIAL 
Se tem uma coisinha que concurseiro gosta de fazer é decorar 
conceito... Bom, olha só: conceito é bom, ajuda, mas, muitas vezes, acaba 
dificultando a vida de muitos. É que tem gente que acha que conceito é um 
“trilho”, ou seja, se sair da linha, “já era”! Não é bem assim! Conceito é 
uma “trilha” (não um trilho), um caminho. Só que existem vários caminhos 
e, portanto, vários conceitos. Desse modo, vejamos o que há de 
interessante quanto ao conceito de ato administrativo. 
O conceito de ato administrativo é dado de diversas maneiras 
pelos doutrinadores nacionais. Para esclarecer, utilizaremos o dado 
pela professora Maria Sylvia Di Pietro, para quem ato administrativo 
é: 
A declaração unilateral do Estado ou de quem o represente 
que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da 
lei, sob o regime jurídico de Direito Público e sujeita a 
controle pelo Poder Judiciário. 
Não é costume citarmos o nome dos autores, porém, nesse 
caso, pedimos licença para fazer menção à autora, porque os 
examinadores, as bancas, simplesmente a adoram! 
Vamos explorar um pouco mais o conceito, claro. Mas, no 
entanto, preferimos uma apresentação “isolada” dos trechos, por 
compartimentos, para que oconteúdo seja assimilado com mais 
naturalidade. Vejamos: 
I) O ATO ADMINISTRATIVO É UMA DECLARAÇÃO: por 
este trecho, o ato administrativo pode ser visto como uma 
exteriorização de vontade advinda de alguém, que será o agente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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público a quem a ordem jurídica (normas) entrega a competência 
para a prática. 
De fato, per si, o Estado não faz nada, dado que é um ser 
abstrato. São necessários os agentes, para a materialização da 
atuação estatal. Em razão desse trecho, destacamos também que o 
ato administrativo deve ser visto como uma MANIFESTAÇÃO de 
vontade. Assim, a ausência desta (a não-exteriorização da vontade), 
como o silêncio (omissão) administrativo não pode ser reputado como 
ato administrativo, ainda que, em algumas hipóteses possa produzir 
efeitos jurídicos. Em síntese: o silêncio não é ato, é fato, porém, pode 
produzir efeitos no Direito Administrativo, constituindo-se fato 
administrativo. 
Como exemplo de efeitos jurídicos decorrentes da omissão 
podemos citar a decadência, a prescrição, a preclusão, e outros, que 
são institutos, que, claro, serão vistos a seu tempo. Mas, GUARDE 
AÍ: o silêncio da administração, a despeito de não ser ato, pode gerar 
conseqüências jurídicas. 
II) O ATO ADMINISTRATIVO PRODUZ EFEITOS 
IMEDIATOS: a atribuição de efeitos imediatos estabelece uma 
distinção geral entre o ato administrativo e a lei, dado que esta, em 
razão de suas características de generalidade e abstração, não se 
presta, regra geral, a gerar efeitos imediatos. 
Por consequência, pelo conceito da autora (leia-se: conceito 
restrito de ato administrativo) não se enquadrariam no conceito de 
ato administrativo, por exemplo, os atos normativos (como decretos 
e regulamentos), os quais, em seu conteúdo, assemelham-se à lei. 
Contudo, os atos normativos apenas MATERIALMENTE não podem ser 
considerados atos administrativos, mas, FORMALMENTE, o são, pelo 
que, assim como os atos materiais ou enunciativos, devem ser 
entendidos como atos administrativos FORMAIS. Bom, mas como 
não cai a classificação dos atos administrativos nessa prova da ABIN, 
o assunto se torna de menor importância para este concurso. 
III) O ATO ADMINISTRATIVO É GERADO SOB REGIME 
JURÍDICO DE DIREITO PÚBLICO: a submissão do ato 
administrativo a regime jurídico administrativo (de direito público) 
evidencia que a Administração, ao produzir atos administrativos, 
apresenta-se com as prerrogativas e as restrições próprias do poder 
público. Por esse motivo, não se encaixam na definição de ato 
administrativo os produzidos sob o direito privado. 
IV) O ATO ADMINISTRATIVO NASCE EM OBSERVÂNCIA À 
LEI: esse trecho do conceito é uma clara decorrência do Estado de 
Direito enunciado no art. 1º da CF/1988. É fato: se o Estado é de 
Direito, como dissemos na aula 1, ele cria a Lei para que todos a 
cumpram, mas, até para dar o exemplo, é o primeiro a cumpri-la. 
Assim, todo ato administrativo, SEM EXCEÇÃO, contará com uma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“presunção de legitimidade”, ou seja, será tido como de acordo com o 
Direito. Por razões óbvias, já antecipamos que a presunção de 
legitimidade nos atos administrativos não é absoluta, ou seja, a 
despeito de ser tido como em conformidade com a ordem jurídica, o 
ato administrativo poderá (deverá) ser questionado judicialmente, 
desde que por alguém possuidor de prerrogativa para tanto. 
V) O ATO ADMINISTRATIVO PODE SER QUESTIONADO 
JUDICIALMENTE: este trecho é apenas para reafirmarmos o dito na 
passagem anterior: O ato administrativo, embora manifestação da 
vontade Estatal, não poderia deixar de estar submetido, quando 
necessário, ao controle pelo Poder Judiciário, regra consagrada pelo 
Estado de Direito, aquilo que a doutrina costuma chamar de princípio 
da inafastabilidade da tutela jurisdicional (inc. XXXV do art. 5º da 
CF/1988). 
A título de complementação às análises já indicadas, será 
exposto, abaixo, o conceito de ato administrativo oferecido pelo (pai) 
Hely Lopes Meirelles, veja: 
É toda manifestação unilateral de vontade da Administração 
Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato 
adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar 
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
Perceberam a coincidência nos conceitos apresentados? 
Vejam que ambos os autores afirmam ser o ato uma manifestação 
de vontade humana, ou seja, ele não surgirá, claro, 
espontaneamente, dependendo de alguém para produzi-lo. 
Uma última informação. Na verdade, é mais uma lembrança, 
respondam (rápido): apenas o Poder Executivo é quem edita 
atos administrativos? A resposta é um sonoro NÃO! 
Já está correndo em nosso sangue (em razão da aula 1): o 
Brasil adota a clássica tripartição de Poderes (Executivo, Legislativo, 
e Judiciário – art. 2º da CF/1988), a qual, diferentemente da 
inicialmente desenhada por Montesquieu, não é rígida 
(absoluta), de tal sorte a comportar situações em que os demais 
Poderes (Legislativo e Judiciário) também administram 
(atipicamente). 
Quem nega que o Legislativo também realiza concursos 
públicos para provimento de seus cargos? Quem nega que o 
Judiciário, tendente à aquisição de nova frota de veículos, se sujeita à 
licitação? Quem nega que todos os Poderes diante de infrações 
administrativas de seus servidores instauram processos 
administrativos investigatórios? 
Em suma, a exemplo do Executivo (quem edita atos 
administrativos formais), os demais Poderes detêm competência 
(dever-poder) de editarem atos administrativos (atos administrativos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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materiais). Mas, BIZU: OS ATOS ADMINISTRATIVOS SÃO TÍPICOS 
DO PODER EXECUTIVO, uma vez que tal Poder é o detentor do 
encargo da realização das tarefas administrativas de Estado, E ATOS 
ADMINISTRATIVOS SÃO ATÍPICOS EM RELAÇÃO AOS DEMAIS 
PODERES (JUDICIÁRIO e LEGISLATIVO). De fato, não é 
incumbência destes últimos produzirem atos administrativos, os 
quais, se editados, são-lhes atípicos, como dito. 
Visto o conceito da “figura” principal dessa aula, o ato 
administrativo, vamos “decompô-lo” em partes, ou seja, os seus 
elementos. 
4 - ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO. 
Eita assunto que cai em prova é este aqui. A gente, quando tá 
no começo da nossa vida de concurseiro, aprende logo: 
CO FI FO M OB – (cofifomob) 
São os 5 elementos do ato administrativo (CO mpetência; FI 
nalidade; FO rma; M otivo; OB jeto – COFIFOMOB!). 
É mais um daqueles mnemônicos, palavrinhas para facilitar a 
memorização, que surgem na nossa vida. Mas cuidado com essa 
coisa aí, de memorizar a palavra, o mnemônico, sem ter o cuidado de 
incorporar o que ele significa. Já pensou lembrar-se do mnemônico 
na hora da prova sem lembrar o que ele significa? É de ficar 
doido...rsrsrsrs... 
Assinalamos que há uma variação de nomenclatura de autor 
para autor, no que se refere aos elementos. É que alguns preferem a 
utilização do termo elementos, outros requisitos e mesmo 
pressupostos. Adiantamos que nossa preferência é a utilização de 
elementos, em razão de a Lei 4.715/1965 assim fazer referência. 
Todavia, tratando-se de prova para concurso público, bom 
observar: a própria Banca Cespe utiliza, sem distinguir, requisitos ou 
elementos, enfim, utiliza-os como se fossem expressões sinônimas. 
Sendo o ato administrativo uma espécie de ato jurídico 
(manifestação de vontade humana que produz conseqüências 
jurídicas), indicamos haver certa congruência, similitude, entre os 
elementos de formação dos atos administrativos em comparação com 
os atos de direito privado, são eles: agente, forma, e objeto. A 
finalidade e o motivo somam-sea estes, que vem lá do Direito Civil. 
Porém, como já observado, ao lado dos três elementos já 
previstos na norma civilista (art. 104 do Código Civil de 2002), a Lei 
4.717/65 (da Ação Popular), em seu art. 2º, ao indicar os atos nulos, 
menciona cinco elementos dos atos administrativos: competência; 
forma; objeto; motivo; e finalidade. Vê-se que aos elementos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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típicos dos atos jurídicos foram acrescidos dois: motivo e 
finalidade, os “diferenciais” dos atos administrativos. 
As bancas costumam indicar que o ato que deixe de atender um 
dos elementos (ou requisitos de formação, tanto faz, como dissmos) 
será NULO. Prestem atenção nisso, ok? Vai ser importante para 
algumas questões que resolveremos mais adiante... 
Ah! Esses tais elementos de formação podem ser 
VINCULADOS ou DISCRICIONÁRIOS. Nos vinculados, a norma é 
dura, isso porque estabelece detalhadamente qual a “única saída” a 
ser adotada, ou seja, descreve com minudência o que se requer 
quanto aos elementos. Já nos elementos discricionários, a norma é 
“mãe”, isso porque concede certas liberdades, flexibilidades, no 
entanto, LIBERDADE COM LIMITES. Daí, duas coisas: 
i) a discricionariedade, para efeitos de prova de concurso, 
existe em relação a DOIS ELEMENTOS – MOTIVO E OBJETO. Mesmo 
em atos discricionários, os elementos COMPETÊNCIA; FINALIDADE e 
FORMA serão SEMPRE VINCULADOS. Assim, se tivéssemos que fazer 
uma análise elemento a elemento para concluir se o ato é 
discricionário, tal análise estaria resumida a estes dois elementos: 
MOTIVO e OBJETO; e, 
ii) discricionariedade é sinônimo de liberdade da administração, 
MAS NÃO DE ARBÍTRIO. Com efeito, para a Administração Pública, 
não existe ato arbitrário, pois a LEI determina a vontade 
administrativa, com mínima liberdade (vinculação) ou maior liberdade 
(discricionariedade), mas não concede arbítrio, pelo que, pode se 
afirmar, PARA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ATO ARBITRÁRIO É IGUAL 
A ATO ILEGAL! 
Outra questão importante diz respeito à convalidação de 
eventuais vícios quanto a um elemento em análise. 
Convalidar significa, sinteticamente, corrigir, aperfeiçoar um 
vício, desde que este seja sanável. Alguns vícios quanto aos 
elementos, portanto, podem ser convalidados, outros, não, como 
veremos. Bom, feitos esses rápidos esclarecimentos, partamos para 
nossas exposições teóricas. 
A COmpetência pode ser entendida como o poder atribuído pela 
norma ao agente da Administração para o exercício legítimo de suas 
atribuições. Resulta daí que o ato emanado de agente incompetente 
ou realizado além dos limites de sua competência é inválido, por 
faltar-lhe legitimidade. Ressalvamos, desde logo, que o vício 
(problema) de competência poderá, em algumas hipóteses, ser 
corrigido, por intermédio do instituto da convalidação (sanatória – 
parece nome de hospício, rsrs..., ou saneamento, para outros), 
como veremos mais abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No exercício da atividade administrativa, o desempenho da 
competência atribuída por lei não é algo passível de ser colocado de 
lado pelo administrador público, haja vista ter dever de zelar não por 
interesses próprios (nunca!), mas sim pela coisa pública (sempre!), 
patrimônio alheio, de terceiros, enfim, da coletividade, do que 
decorre, inclusive, o denominado princípio da indisponibilidade do 
interesse público (o interesse público não está sujeito à barganha), 
de tal sorte que não pode o Administrador Público simplesmente 
renunciar a competência atribuída pela norma. Em síntese: 
competência atribuída é competência a ser exercida, em razão, 
sobretudo, do interesse público a ser atendido. 
Outro ponto a ser realçado é que o exercício da competência, 
embora seja elemento administrativo de ordem pública, pode ser 
delegado (atribuída a outrem) e avocado (ato de trazer para si 
competência de quem lhe é subordinado). Nesse sentido, lembramos 
que a Lei nº 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo no âmbito 
federal) estabelece: 
A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os 
casos de delegação e avocação legalmente admitidos. 
Além destas características (irrenunciabilidade; poder ser 
delegada e avocada), observamos ser a competência, ainda: 
I) intransferível: a competência não se transmite por mero 
acordo entre as partes. Mesmo quando se permite a delegação, é 
preciso um ato formal que registre a prática (ver caput do art. 14 da 
Lei nº 9.784/1999); 
II) improrrogável: no processo civil, é comum ouvirmos falar 
que se um determinado vício de incompetência relativa não for 
alegado no momento oportuno, o juiz de incompetente passa a 
competente, enfim, prorroga-se sua competência. No Direito 
Administrativo, não é isso que acontece, os interesses em jogo não 
são particulares como no Direito Civil. Assim, o mero decurso do 
tempo não transmuda a incompetência em competência. Para a 
alteração da competência, registre-se, é necessária a edição de 
norma que especifique quem agora passa a dispor da competência; e, 
III) imprescritível: o seu não-uso não torna o agente 
incompetente. Não se pode falar, portanto, em “usucapião” de 
competência. 
Basicamente, pode-se afirmar, com base na doutrina, que a 
competência dos agentes públicos é distribuída a partir de três 
pontos, a saber: 
a) em razão da matéria – leva-se em conta o grau 
hierárquico e a possível delegação, como é exemplo da competência 
entre os Ministérios, segundo o assunto que o é pertinente: saúde, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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educação, transportes etc. Perceberam? Estamos diante de uma 
forma de desconcentração por matéria; 
b) em relação ao âmbito territorial – por exemplo, a 
competência das delegacias policiais que adstringem o âmbito de sua 
atuação a determinada circunscrição (localidade). Agora estamos 
diante também de uma forma de desconcentração territorial; e 
c) em relação ao limite de tempo – a competência tem início 
a partir da investidura legal e término com o fim do exercício da 
função pública. 
Ressaltamos, ainda, que a expressão “competência”, dentro do 
Direito Administrativo, não tem o sentido de capacidade ou habilidade 
que detém um servidor público para editar um ato administrativo. De 
outra forma, diferentemente do direito privado, a competência, 
para o Direito Administrativo, deve ser entendida como A QUEM 
COMPETE PRODUZIR O ATO, ou seja, um SUJEITO, UM ALGUÉM 
que é responsável pela prática do ato. Não diz respeito, portanto, à 
capacidade, mas sim ao PODER DE PRATICAR O ATO. Assim, como 
dizem, não é competente quem quer, ou quem sabe fazer, mas sim 
quem a norma determinar que é. 
Já a Finalidade é o fim pretendido pela Administração. 
Conforme boa parte da doutrina, a finalidade é elemento 
sempre vinculado e, de forma ampla, deve ser idêntica para todo e 
qualquer ato administrativo: a satisfação do interesse público. 
Apesar de não gostarmos muito da afirmativa (a finalidade é 
elemento vinculado), o CESPE tem adotado esse entendimento várias 
vezes. Então, fica o BIZU: PARA EFEITOS DE PROVA DE 
CONCURSO, A FINALIDADE É ELEMENTO VINCULADO! 
Tal objetivo (a finalidade, o interesse público) deve ser atingido 
de maneira mediata (pro-futuro). Difere, desse modo, do efeito 
jurídico imediato do ato administrativo, a ser buscado por 
intermédio do objeto do ato, traduzido este na aquisição, na 
transformação ou na extinção de direitos. Um exemplo deixa mais 
claro. 
Sabe aquela licença-gestante, a qual a servidora pública tem 
direito, a partir do nono mês de gravidez? Qual seria o interesse 
público a ser atingido? A gente gostade dizer que o interesse público 
começa com: éééé... sabe quando a gente diz para si mesmo peraí. 
Deixe-me pensar...éééé... provavelmente, essa será a finalidade do 
ato, que é MEDIATA. No caso da licença-gestante, alguns exemplos: 
proteção da infância, da lactância, preservação da espécie humana, e 
outros. Notem que é “coisa grande”. 
No caso do Objeto, o resultado é IMEDIATO No caso da 
licença-gestante: é retirar a servidora do contato com o trabalho por 
120 dias consecutivos, a partir da concessão da licença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ei, a licença-gestante agora não é de 180 dias? Alguém já deve 
ter pensado nisso... pois é, falaremos sobre na aula de servidores, 
dentro do necessário para a prova do Tribunal. Mas esses 60 dias a 
mais (na Lei 8.112 o prazo continua a ser de 120 dias) vêm da Lei 
11.770, de 2008. 
Por enquanto, o que importa para guardarmos é: ENQUANTO 
A FINALIDADE É O RESULTADO MEDIATO, O OBJETO DO ATO É 
SEU RESULTADO IMEDIATO! 
De modo restrito, a lei pode estabelecer objetivo específico para 
o ato administrativo a ser praticado. Por exemplo: a remoção ex 
officio (de ofício) de servidor público tem a finalidade específica de 
atender a necessidade de serviço público. Assim, o ato de remoção, 
por exemplo, não pode ser utilizado para punir quem cometera 
infrações funcionais, sob pena de ser invalidado por desvio de 
finalidade (espécie do vício abuso de poder). 
Ressaltamos que o assunto, abuso de poder, será tratado em 
aula específica. Daí, no tempo certo, voltaremos ao assunto, ok? Por 
enquanto, vamos prosseguir com o assunto dessa aula. 
A FOrma é um dos elementos do ato administrativo. 
Tradicionalmente, a forma é indicada como sendo um elemento 
vinculado e indispensável à validade do ato administrativo. Registre-
se: não basta que o ato tenha forma, mas que esta seja válida, ou 
seja, em consonância com que preceitua a norma. 
Por regra geral, os atos administrativos devem ter a forma 
escrita. Porém nosso concurso não é composto só de regras GERAIS. 
Aliás, o direito, sobretudo o Administrativo, é a “ciência das 
exceções”. Portanto, não se excluem os atos administrativos 
praticados de forma não-escrita, consubstanciados em ordens 
verbais, por meio de sinais etc. São exemplos de atos administrativos 
não-praticados por escrito: ordens verbais de um superior ao 
subordinado; sinais e placas de trânsito (formas pictóricas) etc. 
No direito público, do qual o Direito Administrativo é um dos 
ramos, impera o princípio da solenidade das formas, ao contrário 
do princípio da liberdade (instrumentalidade) das formas, diga-se de 
passagem, inerente ao direito privado. 
Em realidade, por se tratar de interesse público, o Direito 
Administrativo deve preservar formas, ritos, permissivos do alcance 
de tal interesse (público). Pode-se dizer que a observância da forma 
prescrita em lei constitui verdadeira garantia jurídica para a 
Administração e para o administrado: pelo revestimento (forma) do 
ato administrativo é que se perceberá a obtenção do resultado 
pretendido, servindo de meio de controle, quer pela Administração, 
quer pelos destinatários, quanto ao que se realizará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Abrimos breve parêntese para explicar que o império da 
formalidade vem sendo amenizado, moderado. Recentemente a Lei 
nº 9.784/1999, em seu art. 22, estatuiu expressamente: os atos do 
processo administrativo não dependem de forma determinada, a não 
ser quando a lei expressamente a exigir. 
A doutrina tem evoluído exatamente nesse sentido de 
moderação. Aponta que as formalidades para a prática de qualquer 
ato administrativo devem ser só aquelas estritamente essenciais, 
desprezando-se procedimentos meramente protelatórios, 
procrastinatórios. Percebemos o surgimento de um novo princípio: o 
do FORMALISMO MODERADO PARA OS ATOS E PROCESSOS 
ADMINISTRATIVOS. 
Assim, caso não se tenha forma específica na norma para a 
prática de um ato administrativo, este poderá ser praticado de mais 
de uma forma (escrita, verbal, gestual etc.). 
ATENÇÃO: a forma continua a ser vista, via de regra, como um 
elemento VINCULADO do ato administrativo, uma vez que prevalece 
nesse ramo do direito a forma prescrita em lei para os atos. Contudo, 
a Lei nº 9.784/1999 atenua esse entendimento (mas não o afasta, 
por completo), ao determinar que as formalidades para a prática 
desses atos devem ser exigidas SOMENTE QUANTO AO ESSENCIAL. 
Esse é o entendimento a ser mantido para fins de prova de 
concurso! 
Chegamos à “cerejinha do bolo” quanto aos elementos: o 
Motivo. 
De cara, vamos fazer um pacto: NO DIREITO 
ADMINISTRATIVO, QUASE SEMPRE, SE TEM NOME DIFERENTE, TEM 
QUE TER DIFERENÇAS. SE AS COISAS TÊM SENTIDOS IGUAIS, 
DEVEM (ou DEVERIAM) TER O MESMO NOME... 
Assim, de acordo com nosso “pacto”, tem que ter diferenças 
entre motivo (ELEMENTO do ato administrativo) e a motivação 
(EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS). Vejamos. 
Motivo é o que leva alguém a fazer alguma coisa. Exemplo: por 
que os amigos estão fazendo este curso? Pelo prazer da nossa 
companhia? Por que não tem muito que fazer? Ou para, finalmente, 
resolver essa “parada” de Direito Administrativo para o concurso da 
ABIN? Provavelmente, deve ser por causa da última situação, mas 
ATENÇÃO: MOTIVO É O QUE LEVA À PRÁTICA DE UM ATO, ou, como 
prefere o examinador, pressupostos de fato e de direito que levam a 
Administração Pública a agir. 
Motivar é, em síntese, explicar, reduzir a termo, enunciar, por 
no papel, enfim, EXPOR OS MOTIVOS QUE DETERMINARAM A 
PRÁTICA DE UM ATO. É a exteriorização, a formalização, do que 
levou à Administração produzir determinado ato administrativo. Um 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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exemplo prático torna mais clara a situação: na punição de um 
servidor, praticante de infração funcional, o motivo (um dos 
elementos dos atos administrativos) é a própria infração, enquanto a 
motivação seria a capa, a formalização dos motivos, contida em ato 
(ou atos) que indiquem as razões, a gradação da pena, o resgate a 
atos precedentes e outros que permitam verificar a existência do 
motivo indicado. 
Então, um primeiro BIZU: MOTIVO E MOTIVAÇÃO, AINDA 
QUE PRÓXIMOS, NÃO SÃO EXPRESSÕES SINÔNIMAS. 
Lembramos que divergências doutrinárias também são 
encontradas quanto à necessidade de motivação dos atos 
administrativos. Mais uma vez, a interpretação da Lei nº 9.784/1999 
resolve a questão. 
Na citada norma (art. 50), expõe-se determinada lista 
(exemplificativa) de atos administrativos que, obrigatoriamente, 
deverão ser motivados, entre outros: 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção 
pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo 
licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou 
convalidação de ato administrativo. 
Ora, se a lei determina que, nessas hipóteses, os atos 
administrativos deverão ser motivados, conclui-se que em outras, 
evidentemente, poderão deixar de ser. Assim, nem sempre a 
motivação dos atos é obrigatória. Embora desejável e quase 
sempre necessária (pois é um princípio da Administração), a 
motivação poderá não ser expressamente exigida, e, portanto, não 
ser necessária. 
Nesse sentido, cite-se a possibilidade de exoneração “ad 
nutum” de um servidor ocupante de cargo em comissão, para a qual 
a Administração é dispensada de apresentar motivação expressa de 
tal decisão. Em outros termos, embora existente o motivo, a 
motivação não se faz necessária, regra geral. A homologação de 
processo licitatório é outro exemplo de situação que prescinde de 
motivação, uma vez que as leis nãoexigem para esta expressa 
motivação. 
Interessante ressaltar que, ainda que não obrigatória em todas 
as circunstâncias, a regra geral é que haja motivação dos atos 
administrativos praticados pelo Poder Público, já que a motivação é 
um princípio LEGAL contido no caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(mas não é um princípio constitucional expresso para a Administração 
Pública, observe-se). 
Todavia, quando os motivos que levaram à prática de um ato 
forem expostos, deverão ser reais, existentes, amparando-se em 
razões de interesse, sob pena de invalidação (anulação) do ato 
amparado em motivo falso ou inexistente, dentro do que a doutrina 
conhece como ‘Teoria dos Motivos Determinantes’. Um caso pitoresco 
explica melhor o que se afirma. 
A dispensa do servidor ocupante de cargo em comissão é uma 
das, hoje, raras exceções em que se dispensa a motivação expressa 
do ato praticado pela Administração, como dissemos. Suponhamos, 
então, que um ocupante de cargo em comissão tem sua exoneração 
ocorrida, conforme apontado pela Administração em despacho 
fundamentado, em razão de inassiduidade habitual. O ex-
comissionado comprova, então, que jamais faltou um dia de trabalho. 
Sua dispensa poderá (e mesmo DEVERÁ), em conseqüência, ser 
invalidada (anulada), com fundamento na “teoria dos motivos 
determinantes”. 
Tal teoria (dos motivos determinantes) preceitua que a validade 
do ato está adstrita aos motivos indicados como seu fundamento e 
sua prática, de maneira que se inexistentes ou falsos os motivos, o 
ato será nulo. Assim, mesmo se a lei não exigir a motivação, caso a 
Administração a faça, estará vinculada aos motivos expostos. 
Cuidado! Ao motivar o ato, não significa sobremaneira que a 
Administração esteja “transformando” um ato de discricionário em 
vinculado. De modo algum. O ato continua com sua mesma natureza, 
desde a origem: o discricionário mantém-se assim. Acontece, tão-
somente, que ficará a Administração, quando da motivação, 
vinculada aos motivos declarados. 
Ressalte-se que a Constituição não exige, direta e 
expressamente, do ADMINISTRADOR, a motivação de seus atos 
administrativos. Quem o faz, expressamente, indicando a motivação 
como princípio é a Lei 9.784/1999, no art. 2º já citado, como 
decorrência, por exemplo, de princípios constitucionais como o da 
publicidade. Mas é bom lembrar que hoje, PARA AS DECISÕES 
ADMINISTRATIVAS LEVADAS A EFEITO NO ÂMBITO DO PODER 
JUDICIÁRIO, A NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO É EXPRESSA NA 
CF/1988. A bem do esclarecimento, citamos o inc. X do art.93 da 
CF/1988: 
As decisões administrativas dos tribunais serão 
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares 
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. 
Portanto, hoje, a motivação não é um princípio absolutamente 
implícito no texto constitucional. Mas, como frisado, seu registro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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constitucional expresso diz respeito às decisões administrativas dos 
Tribunais Judiciais, não sendo diretamente relacionado, portanto, aos 
administradores públicos, de modo geral. 
Essa teoria, dos motivos determinantes, tem caído bastante em 
prova. Normalmente o examinador faz isso: 
(2007/CESPE/TCU/Técnico) A teoria dos motivos 
determinantes cria para o administrador a necessária 
vinculação entre os motivos invocados para a prática de 
um ato administrativo e a sua validade jurídica. 
GABARITO: CERTO 
O examinador tem razão quando afirma que os motivos 
expostos para a prática de um ato estão ligados ao plano da 
VALIDADE deste. Acrescemos que tais motivos não se ligam à 
EXISTÊNCIA do ato. 
Nesse momento, provavelmente o amigo deve ser questionar: o 
que vem a ser campo da validade e da existência? De forma sintética, 
até para não fugirmos do pragmatismo do curso, registramos a 
existência de três campos: da existência, da validade, da eficácia. 
O campo da existência pode ser representado, simbolizado, 
como sendo o substantivo do ato, enfim, os elementos de 
constituição dos atos administrativos: sujeito, finalidade, forma, 
motivo, e objeto. Na falta de qualquer dos substantivos, o ato 
será considerado inexistente. Por exemplo: o particular, ao 
desempenhar função pública, sem que tenha ingressado de qualquer 
maneira nos quadros da Administração, pratica o crime de usurpação 
da função pública. Percebam: não há o elemento ‘sujeito’, logo, o ato 
é inexistente. Outro exemplo citado é o da demissão de servidor já 
falecido, procurem... o elemento ‘objeto’? Não há, logo, o ato é 
inexistente. 
Já o campo da validade refere-se ao campo da adjetivação. 
Por exemplo: auditor do TCU, em compra no Carrefour, ao detectar 
determinado prazo de validade vencido, determina a apreensão do 
produto e a aplicação de multa. Pergunta-se: existe o agente 
(sujeito)? Sim, logo, não é um caso de falta de substantivo (o ato 
existe). Agora, o sujeito é competente? Não, incompetente 
(adjetivo), portanto, adentramos no degrau do campo da validade 
enfim, da LEGALIDADE do ato. 
Por fim, o campo da eficácia. Diz respeito à produção dos 
efeitos jurídicos do ato administrativo. Surge a necessidade de serem 
conhecidos os chamados elementos acidentais: termo, encargo 
(modo), e condição. São acidentais pelo fato de não estarem 
presentes em todos os atos administrativos. Por exemplo: Decreto 
Presidencial com a seguinte redação – ‘esse decreto entra em vigor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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daqui a 60 dias’. Estamos diante de evento futuro e certo, o que a 
doutrina denomina termo, suspende a eficácia do ato, no sentido de 
que só produzirá efeitos após o ‘vacatio legis’. 
Quando falamos de motivos determinantes, então, estamos nos 
referindo ao campo da VALIDADE, ou seja, da legalidade do ato. Não 
é existência, pois para analisarmos a validade é necessário que o ato 
exista; não é eficácia, pois os efeitos já são verificados, então, só 
pode ser VALIDADE, isto é, LEGALIDADE do ato. Bom, mas como no 
edital para a ABIN o examinador não colocou tais assuntos 
(perfeição; validade; eficácia) como conteúdo específico a ser 
exigido, deixaremos de aprofundar o mesmo aqui, por ser 
desnecessário. Vamos continuar com nosso último elemento, qual 
seja, o objeto. 
 Também denominado de conteúdo por alguns autores, o objeto 
diz respeito à essência do ato administrativo, constituindo o efeito 
jurídico imediato que tal ato produz. 
Se os amigos não perceberam, há uma diferença fundamental 
entre finalidade e objeto, no que diga respeito ao resultado 
pretendido. Com efeito, a FINALIDADE TRADUZ O RESULTADO 
MEDIATO, como dissemos, enquanto o OBJETO REFERE-SE AO 
RESULTADO IMEDIATO, ou seja, a mudança perceptível, 
rapidamente, a partir do ato. Como já tratamos do assunto ao 
abordarmos a finalidade, não voltaremos ao isso agora. Mas isso será 
explorado nas questões objetivas. É só aguardar um pouquinho... 
Sob determinadas circunstâncias, o objeto do ato deve 
reproduzir aquilo que desejava o legislador. Noutras, permite-se, em 
lei, ao agente ponderar quanto àquilo que pretende atingir com sua 
manifestação volitiva (de vontade). No 1º caso, tem-se ato vinculado; 
no segundo, ato discricionário. É preciso ter em conta que o objeto 
guarda íntima relação com o motivo do ato administrativo, 
constituindo, estes dois elementos, o núcleo do que a doutrina 
comumente denomina de mérito do ato administrativo, que será 
tratado en passant quando falarmos da revogação dos atos 
administrativos, em outro momento. 
Por fim, pode-se dar como exemplo de objetos de ato 
administrativo, os seguintes: uma licença para construção tem por 
objeto permitir que o interessado possa edificarde forma legítima; no 
ato de posse, é a investidura do servidor em cargo público; na 
aplicação de uma multa, o objeto é punir o transgressor, etc. Vê-se 
que o objeto é, repisando, aquilo que se pretende de forma imediata, 
enquanto que, de forma mediata, a pretensão tem a ver com o 
elemento finalidade: a satisfação do interesse público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES DE FIXAÇÃO 
1) (2009/CESPE/MMA/Ag. Administrativo) Todo ato praticado no 
exercício de função administrativa é considerado ato administrativo. 
(Certo/Errado) 
2) (2007/CESPE/TCU/Analista) O ato administrativo não surge 
espontaneamente e por conta própria. Ele precisa de um executor, o 
agente público competente, que recebe da lei o devido dever-poder 
para o desempenho de suas funções. (Certo/Errado) 
3 (CESPE – TJBA/Juiz Substituto – 2005) Fatos jurídicos, mesmo que 
independam da vontade e de qualquer participação dos agentes 
públicos, podem ser relevantes para o direito administrativo. 
(Certo/Errado) 
4) (2007/CESPE/TCU/Técnico) Os atos administrativos estão 
completamente dissociados dos atos jurídicos, pois os primeiros 
referem-se sempre à atuação de agentes públicos, ao passo que os 
segundos abrangem também os atos praticados por particulares. 
(Certo/Errado) 
5) (2007/CESPE/TCU/Analista) Os atos praticados pelo Poder 
Legislativo e pelo Poder Judiciário devem sempre ser atribuídos à sua 
função típica, razão pela qual tais poderes não praticam atos 
administrativos. (Certo/Errado) 
6) (2009/CESPE/PC-ES/Agente) A competência é requisito de 
validade do ato administrativo e se constitui na exigência de que a 
autoridade, órgão ou entidade administrativa que pratique o ato 
tenha recebido da lei a atribuição necessária para praticá-lo. 
(Certo/Errado) 
7) (2009/CESPE/PC-ES/Agente) Na delegação de competência, a 
titularidade da atribuição administrativa é transferida para o 
delegatário que prestará o serviço. (Certo/Errado) 
8) (2010/CESPE/MS/ANALISTA) Conforme afirma a doutrina 
prevalente, o ato administrativo será sempre vinculado com relação à 
competência e ao motivo do ato. (Certo/Errado) 
9) (2009/AUGE/CESPE/Auditor Interno) Os atos administrativos de 
caráter normativo não podem ser objeto de delegação. 
(Certo/Errado) 
10) (2007/CESPE/TCU/Técnico) A finalidade dos atos administrativos 
é sempre um elemento vinculado, pois o fim desejado por qualquer 
ato administrativo é o interesse público. (Certo/Errado) 
11) (2010/CESPE/MS/ANALISTA) Existe liberdade de opção para a 
autoridade administrativa quanto ao resultado que a administração 
quer alcançar com a prática do ato. (Certo/Errado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12) (2007/CESPE/TCU/Técnico) Em regra, os atos administrativos são 
informais, o que atende à demanda social de desburocratização da 
administração pública. (Certo/Errado) 
13) (2008_CESPE_CGE_AUDITOR) Na hipótese de motivação de um 
ato discricionário, as razões anotadas pelo agente público serão 
determinantes no exame de sua validade pelo Judiciário. 
(Certo/Errado) 
14) (2007/CESPE/TCU/Técnico) Motivo e motivação dos atos 
administrativos são conceitos coincidentes e significam a situação de 
fato e de direito que serve de fundamento para a prática do ato 
administrativo. (Certo/Errado) 
15) (2009/CESPE/TRT-ES/Analista Judiciário) De acordo com a teoria 
dos motivos determinantes, os atos administrativos, quando tiverem 
sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para 
todos os efeitos jurídicos. Havendo desconformidade entre os motivos 
e a realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a 
administração deve revogar o ato. (Certo/Errado) 
G A B A R I T O S 
1 E 11 E 
2 C 12 E 
3 C 13 C 
4 E 14 E 
5 E 15 E 
6 C 
7 E 
8 E 
9 C 
10 C 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO - COMENTÁRIOS 
1) (2009/CESPE/MMA/Ag. Administrativo) Todo ato praticado no 
exercício de função administrativa é considerado ato administrativo. 
(Certo/Errado) 
GABARITO: ERRADO 
COMENTÁRIOS: essa questão é para realçar a diferença inicial 
apontada nos atos da administração com relação a atos 
administrativos. Lembram? Pois é, como afirma o examinador, nem 
todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato 
administrativo. Exemplo disso são os cheques emitidos pela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Administração Pública para pagar despesas. São atos da 
ADMINISTRAÇÃO, e, claro, praticados no desempenho da atividade 
administrativa, mas não são atos administrativos. Então, GUARDEM 
NEM TODO ATO PRATICADO NO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO 
ADMINISTRATIVA É CONSIDERADO ATO ADMINISTRATIVO. 
2) (2007/CESPE/TCU/Analista) O ato administrativo não surge 
espontaneamente e por conta própria. Ele precisa de um executor, o 
agente público competente, que recebe da lei o devido dever-poder 
para o desempenho de suas funções. (Certo/Errado) 
GABARITO: CERTO 
COMENTÁRIOS: como falamos na parte teórica, o ato 
administrativo se apresenta como uma exteriorização de vontade 
advinda de alguém, que será o agente público a quem a ordem 
jurídica (normas) entrega a competência para a prática. Assim, já 
está resolvida a questão, que está CERTA, pois todo ato 
administrativo é feito por alguém da administração, um 
agente da administração. 
3 (CESPE – TJBA/Juiz Substituto – 2005) Fatos jurídicos, mesmo que 
independam da vontade e de qualquer participação dos agentes 
públicos, podem ser relevantes para o direito administrativo. 
(Certo/Errado) 
GABARITO: CERTO 
COMENTÁRIOS: choveu, inundação. Cai uma ponte. Tem que 
reconstruir. É claro que tal fato jurídico, que independe da vontade 
humana, produzirá efeitos jurídicos para o direito administrativo, bem 
como para a Administração. Tem que licitar para reconstruir a ponte; 
tem que dar abrigo, eventualmente, para desabrigados; talvez fazer 
uma contratação direta, para atender a situação, etc. Enfim, fatos 
jurídicos podem ser relevantes para o direito administrativo. 
4) (2007/CESPE/TCU/Técnico) Os atos administrativos estão 
completamente dissociados dos atos jurídicos, pois os primeiros 
referem-se sempre à atuação de agentes públicos, ao passo que os 
segundos abrangem também os atos praticados por particulares. 
GABARITO: ERRADO 
COMENTÁRIOS: Relembrando o gráfico que vimos mais 
atrás: 
FATO JURÍDICO AMPLO 
Fato Jurídico ESTRITO Eventos naturais. Exemplo 
– CATÁSTROFES
Ato Jurídico manifestação de vontade HUMANA. 
Exemplo – ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Então: o conceito de ato administrativo É TOTALMENTE 
CORRELACIONADO AO ATO JURÍDICO, pois o ATO ADMINISTRATIVO 
É UM ATO JURÍDICO. Além, é claro, de ser FATO JURÍDICO AMPLO. 
5) (2007/CESPE/TCU/Analista) Os atos praticados pelo Poder 
Legislativo e pelo Poder Judiciário devem sempre ser atribuídos à sua 
função típica, razão pela qual tais poderes não praticam atos 
administrativos. 
GABARITO: ERRADO 
COMENTÁRIOS: essa aqui é mais da primeira aula do que 
dessa aqui. Lembram que a gente falou que os Poderes têm missão 
típica e atípica? Pois é. É o caso da questão que estamos analisando. 
Os Poderes Legislativo e Judiciário desempenham ATIPICAMENTE 
missão administrativa. Neste caso, apesar de não lhes serem 
propriamente missão, cada um desses Poderes produz atos 
administrativos. LEMBREM NA HORA DA PROVA, ENTÃO: 
 TÍPICA EXECUTIVO 
MISSÃO ADMINISTRATIVA 
ATÍPICA LEGISLATIVO E 
JUDICIÁRIO 
6) (2009/CESPE/PC-ES/Agente) A competência é requisito de 
validade do ato administrativo e se constitui na exigência de que a 
autoridade,órgão ou entidade administrativa que pratique o ato 
tenha recebido da lei a atribuição necessária para praticá-lo. 
GABARITO: CERTO 
COMENTÁRIOS: como dissemos: COMPETÊNCIA É PODER 
ATRIBUÍDO PELA NORMA AO AGENTE OU ÓRGÃO PARA 
DESEMPENHO DE SUAS ATRIBUIÇÕES. Então, amigo, o Direito 
Administrativo vai servir até para “xingar” o chefe, na hora da raiva... 
É que você provavelmente não vai poder chamá-lo de incompetente, 
pois a competência ele vai ter, em razão de a norma atribuir a ele. 
Assim, xinga de outra coisa, mas não de incompetente...rsrsrsrs... 
7 - (2009/CESPE/PC-ES/Agente) Na delegação de competência, a 
titularidade da atribuição administrativa é transferida para o 
delegatário que prestará o serviço. 
GABARITO: ERRADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMENTÁRIOS: Opa! Na delegação, o que se transfere é a 
EXECUÇÃO, mas não a TITULARIDADE. Olha só o que diz o art. 14 da 
Lei 9.784, de 1999: 
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo 
pela autoridade delegante. 
Sabe qual a razão de poder se revogar a delegação de 
competência? Porque ela continua a ser do titular, SEMPRE. Assim, 
QUANDO HÁ DELEGAÇÃO,O QUE SE TRANSFERE É A EXECUÇÃO, NÃO 
A TITULARIDADE! 
8) (2010/CESPE/MS/ANALISTA) Conforme afirma a doutrina 
prevalente, o ato administrativo será sempre vinculado com relação à 
competência e ao motivo do ato. 
GABARITO: ERRADO 
COMENTÁRIOS: essa “provinha” do Ministério da Saúde foi 
uma das mais interessantes aplicadas nos últimos tempos pelo 
CESPE. Bem pé no chão e com questões muito boas. 
Em realidade, a doutrina, unanimemente, entende que é 
praticamente impossível vincular todos os motivos, ou seja, todas as 
razões que levarão, algum dia, a Administração Pública a agir. Já 
pensou, tentar prever tudo o que vai acontecer na vida da 
Administração? Ou seja, vincular todos os motivos? Impossível... 
Mas, só para lembrá-los: o elemento competência é vinculado, 
também na visão da doutrina. Quem não é vinculado, é o motivo. 
Daí, o erro da questão: dizer que o motivo é vinculado. 
9) (2009/AUGE/CESPE/Auditor Interno) Os atos administrativos de 
caráter normativo não podem ser objeto de delegação. 
GABARITO: CERTO 
COMENTÁRIOS: esse assunto é particularmente interessante à 
Lei 9.784/99. Mas vale o registro: nem tudo pode ser delegado. Com 
efeito, vejamos o art. 13 da referida norma: 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão 
ou autoridade. 
“Decorem” esse rol acima, pois ele sempre cai em prova. Mas 
voltaremos a falar sobre ele na aula da Lei 9.784. E lembrem: nem 
tudo pode ser objeto de delegação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10) (2007/CESPE/TCU/Técnico) A finalidade dos atos administrativos 
é sempre um elemento vinculado, pois o fim desejado por qualquer 
ato administrativo é o interesse público. 
GABARITO: CERTO 
COMENTÁRIOS: teve um monte de gente que reclamou dessa 
questão... Mas não tem do que reclamar, não! Na realidade, a 
reclamação decorreu da seguinte situação: conceitos indeterminados 
quase sempre trazem discricionariedade. Como a “finalidade” dos 
atos administrativos, que é o interesse público, é um conceito 
indeterminado, não seria esta discricionária à Administração Pública? 
Lamentamos em dizer que não. A despeito de ser realmente difícil 
dizer o que é interesse público, a Administração está 
indissociavelmente adstrita a buscar o atingimento deste, ou seja, 
VINCULADA a busca dos interesses públicos. Resumidamente, a 
tabela abaixo expõe elementos vinculados e/ou discricionários: 
VINCULADO ELEMENTO 
SIM Competência
SIM Finalidade
SIM Forma
Motivo Em regra, discricionário 
Objeto Em regra, discricionário 
Se for o caso, relembrem os detalhes quanto aos elementos na 
parte teórica, ok? 
11) (2010/CESPE/MS/ANALISTA) Existe liberdade de opção para a 
autoridade administrativa quanto ao resultado que a administração 
quer alcançar com a prática do ato. 
GABARITO: ERRADO 
COMENTARIOS: o resultado a ser buscado pela Administração 
é o interesse público. E relembramos o dito na questão anterior: a 
despeito de toda a crítica que possa merecer, a finalidade, para 
efeitos de concurso público, é ELEMENTO VINCULADO. 
12) (2007/CESPE/TCU/Técnico) Em regra, os atos administrativos são 
informais, o que atende à demanda social de desburocratização da 
administração pública. 
GABARITO: ERRADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMENTÁRIOS: tabelinha acima da questão 10: FORMA É 
ELEMENTO VINCULADO. Ou seja, é o contrário do que o examinador 
diz – em regra, os atos administrativos são FORMAIS, pois devem 
obediência ao trâmite, às formalidades, previstas em lei, para que se 
possam considerar válidos. 
13) (2008_CESPE_CGE_AUDITOR) Na hipótese de motivação de um 
ato discricionário, as razões anotadas pelo agente público serão 
determinantes no exame de sua validade pelo Judiciário. 
GABARITO: CERTO 
COMENTÁRIOS: velha e boa teoria dos motivos 
determinantes. Relembrem o trecho da aula teórica: 
Princípios como os da razoabilidade e da 
proporcionalidade e as teorias como dos motivos 
determinantes e do desvio de finalidade estreitam, cada 
vez mais, a faixa de liberdade concedida à Administração 
Pública, enfim, o denominado mérito administrativo. 
Assim, podemos afirmar que o controle judicial com 
relação aos atos da Administração, em especial, os 
discricionários, é cada vez mais amplo, sobretudo se o 
administrador alegar uma suposta discricionariedade para 
praticar atos desviados de sua finalidade, qual seja, o 
interesse público. 
E lembramos que a teoria dos motivos determinantes, como diz 
a questão, refere-se ao campo da VALIDADE dos atos 
administrativos, não de sua existência. 
14) (2007/CESPE/TCU/Técnico) Motivo e motivação dos atos 
administrativos são conceitos coincidentes e significam a situação de 
fato e de direito que serve de fundamento para a prática do ato 
administrativo. 
GABARITO: ERRADO 
COMENTÁRIOS: vocês se lembram do que a gente falou na 
parte teórica? Vejamos: 
NO DIREITO ADMINISTRATIVO, QUASE SEMPRE, SE TEM NOME 
DIFERENTE, TEM QUE TER DIFERENÇAS. SE AS COISAS TÊM 
SENTIDOS IGUAIS, DEVEM (ou DEVERIAM) TER O MESMO NOME... 
Pois é. Como recordar é viver, lá vai repetição de trecho da parte 
teórica: 
Motivo é o que leva alguém a fazer alguma coisa. MOTIVO É O 
QUE LEVA À PRÁTICA DE UM ATO, ou, como prefere o examinador, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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pressupostos de fato e de direito que levam a Administração Pública a 
agir. 
Motivar é, em síntese, explicar, reduzir a termo, enunciar, por 
no papel, enfim, EXPOR OS MOTIVOS QUE DETERMINARAM A 
PRÁTICA DE UM ATO. É a exteriorização, a formalização, do que 
levou à Administração produzir determinado ato administrativo. Um 
exemplo prático torna mais clara a situação: na punição de um 
servidor, praticante de infração funcional, o motivo (um dos 
elementos dos atos administrativos) é a própria infração, enquanto a 
motivação seria a capa, a formalização dos motivos, contida em ato 
(ou atos) que indiquem as razões, a gradação da pena, o resgate a 
atos precedentes e outros que permitam verificar a existência do 
motivo indicado. 
Então, um primeiro BIZU: MOTIVO E MOTIVAÇÃO, AINDA 
QUE PRÓXIMOS, NÃO SÃO EXPRESSÕES SINÔNIMAS. 
É, pessoal, é só se ligar, que a gente gabarita tudo... como o 
Direito Administrativo é o mesmo, se estudar, dá para “mandar ver” 
na prova, já que sempre há a tendênciade o examinador repetir 
muitas questões... 
15) (2009/CESPE/TRT-ES/Analista Judiciário) De acordo com a teoria 
dos motivos determinantes, os atos administrativos, quando tiverem 
sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos, para 
todos os efeitos jurídicos. Havendo desconformidade entre os motivos 
e a realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a 
administração deve revogar o ato. 
GABARITO: ERRADO 
COMENTÁRIOS: mas estava indo tão bem na questão... é que 
até antes do termo “Havendo” a questão estava certa! Mas quando o 
examinador diz que “Havendo desconformidade entre os motivos e a 
realidade, ou quando os motivos forem inexistentes, a administração 
deve revogar o ato” aí ele cometeu o erro. Na verdade, motivos 
falsos levam à ANULAÇÃO do ato, por ilegalidade, e não sua 
revogação, que, como sabemos, ocorre por motivos de conveniência 
e oportunidade. 
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA 
(ADI-3731) 
Competência Municipal e Estabelecimentos Comerciais - 1 
Por vislumbrar aparente ofensa ao art. 30, I, da CF (“Compete 
aos municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local;”), o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tribunal, em votação majoritária, deferiu medida liminar em ação 
direta proposta pela Confederação Nacional do Comércio - CNC para 
suspender, com efeito ex nunc, até o julgamento final da ação, a 
eficácia da Resolução 12.000-001 GS/2005, do Secretário de 
Segurança Pública do Estado do Piauí, que regulamenta o horário de 
fechamento do comércio no âmbito daquela unidade da federação. 
Inicialmente, asseverou-se que a resolução questionada reveste-se 
de características que autorizam a sua impugnação por meio de ação 
direta de inconstitucionalidade, uma vez que não retira seu 
fundamento de validade de nenhuma lei; consubstancia ato 
administrativo com pretensões de autonomia e guarda caráter 
normativo de eficácia geral e abstrata. Reputou-se que o pedido, à 
primeira vista, revelaria razoabilidade jurídica, porquanto o diploma 
contestado aparenta haver desrespeitado, a um só tempo, o princípio 
da legalidade e invadido mais de uma esfera de competência não 
reconhecida aos Estados-membros. Considerou-se presente, também, 
o periculum in mora consistente no risco de prejuízos irreparáveis aos 
estabelecimentos comerciais. Vencido o Min. Carlos Britto que 
indeferia a liminar. 
Competência Municipal e Estabelecimentos Comerciais - 2 
Com base no entendimento supracitado, o Tribunal, por maioria, 
julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pela 
Confederação Nacional do Comércio – CNC para declarar a 
inconstitucionalidade formal da Portaria 17/2005, da Secretaria de 
Segurança Pública do Estado do Maranhão, que altera e fixa os 
horários de funcionamento dos estabelecimentos que comercializam 
bebidas alcoólicas no referido Estado-membro. Preliminarmente, 
salientou-se que a portaria impugnada reveste-se de generalidade e 
abstração, sendo apta a figurar como objeto do controle concentrado 
de constitucionalidade. Entendeu-se que a competência para 
disciplinar o horário de funcionamento de estabelecimentos 
comerciais é municipal. Ademais, asseverou-se que a Corte já possui 
orientação nesse sentido, consolidada no Enunciado da sua Súmula 
645 (“É competente o município para fixar o horário de 
funcionamento de estabelecimento comercial.”). Vencido o Min. 
Carlos Britto que o julgava improcedente. 
ADI N. 820-RS 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 202 
DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. LEI 
ESTADUAL N. 9.723. MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO 
ENSINO PÚBLICO. APLICAÇÃO MÍNIMA DE 35% [TRINTA E CINCO 
POR CENTO] DA RECEITA RESULTANTE DE IMPOSTOS. DESTINAÇÃO 
DE 10% [DEZ POR CENTO] DESSES RECURSOS À MANUTENÇÃO E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSERVAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS. VÍCIO 
FORMAL. MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA. INICIATIVA PRIVATIVA DO 
CHEFE DO PODER EXECUTIVO. AFRONTA AO DISPOSTO NOS 
ARTIGOS 165, INCISO III, E 167, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO DO 
BRASIL. 
1. Preliminar de inviabilidade do controle de constitucionalidade 
abstrato. Alegação de que os atos impugnados seriam dotados de 
efeito concreto, em razão da possibilidade de determinação de seus 
destinatários. Preliminar rejeitada. Esta Corte fixou que “a 
determinabilidade dos destinatários da norma não se confunde com a 
sua individualização, que, esta sim, poderia convertê-lo em ato de 
efeitos concretos, embora plúrimos” [ADI n. 2.135, Relator o Ministro 
Sepúlveda Pertence, DJ de 12.5.00]. 
2. A lei estadual impugnada consubstancia lei-norma. Possui 
generalidade e abstração suficientes. Seus destinatários são 
determináveis, e não determinados, sendo possível a análise desse 
texto normativo pela via da ação direta. Conhecimento da ação 
direta. 
3. A lei não contém, necessariamente, uma norma; a norma não é 
necessariamente emanada mediante uma lei; assim temos três 
combinações possíveis: a lei-norma, a lei não norma e a norma não 
lei. Às normas que não são lei correspondem leis-medida 
[Massnahmegesetze], que configuram ato administrativo apenas 
completável por agente da Administração, portando em si mesmas o 
resultado específico ao qual se dirigem. São leis apenas em sentido 
formal, não o sendo, contudo, em sentido material. 
4. Os textos normativos de que se cuida não poderiam dispor sobre 
matéria orçamentária. Vício formal configurado — artigo 165, III, da 
Constituição do Brasil — iniciativa privativa do Chefe do Poder 
Executivo das leis que disponham sobre matéria orçamentária. 
Precedentes. 
5. A determinação de aplicação de parte dos recursos destinados à 
educação na “manutenção e conservação das escolas públicas 
estaduais” vinculou a receita de impostos a uma despesa 
ADI N. 2.862-SP 
RELATORA: MIN. CÁRMEN LÚCIA 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ATOS 
NORMATIVOS ESTADUAIS QUE ATRIBUEM À POLÍCIA MILITAR A 
POSSIBILIDADE DE ELABORAR TERMOS CIRCUNSTANCIADOS. 
PROVIMENTO 758/2001, CONSOLIDADO PELO PROVIMENTO N. 
806/2003, DO CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, E RESOLUÇÃO SSP N. 
403/2001, PRORROGADA PELAS RESOLUÇÕES SSP NS. 517/2002, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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177/2003, 196/2003, 264/2003 E 292/2003, DA SECRETARIA DE 
SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. ATOS 
NORMATIVOS SECUNDÁRIOS. AÇÃO NÃO CONHECIDA. 
1. Os atos normativos impugnados são secundários e prestam-se a 
interpretar a norma contida no art. 69 da Lei n. 9.099/1995: 
inconstitucionalidade indireta. 
2. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal pacífica quanto à 
impossibilidade de se conhecer de ação direta de 
inconstitucionalidade contra ato normativo secundário. Precedentes. 
3. Ação Direta de Inconstitucionalidade não conhecida. 
ADI N. 3.691-MA 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES 
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Portaria n° 
17/2005, do Estado do Maranhão, que altera e fixa os horários de 
funcionamento dos estabelecimentos que comercializam bebidas 
alcoólicas no Estado. 3. Generalidade, abstração e autonomia que 
tornam apto o ato normativo para figurar como objeto do controle de 
constitucionalidade. 4. Competência do Município para legislar sobre 
horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais (art. 30, I, 
CF/88). Matéria de interesse local. Precedentes. Entendimento 
consolidado na Súmula 645/STF. 5. Ação julgada procedente. 
* noticiado no Informativo 477 
RMS 27.290 
Quanto ao tema relativo à determinação ao STJ para que promovesse 
a redução da lista sêxtupla encaminhada pela recorrente, aduziu-se 
que a seleção de futuro integrante do STJ é um ato complexo e que 
tal escolhanão consubstancia mera decisão administrativa, daquelas 
a que respeita o inciso IX do art. 93 da Constituição, devendo ser 
apurada de forma a prestigiar-se o juízo dos membros do Tribunal. 
Enfatizando que nenhum dos indicados obtivera a maioria absoluta de 
votos, reputou-se que isso significaria recusa, pelo STJ, da lista a ele 
remetida. Registrou-se a excepcionalidade da situação, em que a 
Corte recorrida constatara a ocorrência de impasse insolúvel diante 
da legitimidade da norma de seu regimento interno que prevê a 
necessidade de obtenção de maioria absoluta dos votos pelo 
candidato à vaga de Ministro. No ponto, entendeu-se que a 
divulgação, por cada um dos Ministros votantes, dos motivos pelos 
quais nenhum integrante da lista sêxtupla alcançara a maioria 
absoluta de votos, além de não trazer solução para o impasse, 
provocaria desarrazoada exposição dos advogados que dela constam, 
além de eliminar a natureza secreta da votação. Concluiu-se pela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ausência de direito líquido e certo da OAB a que determinados 
advogados fossem incluídos em lista tríplice a ser formada pelo STJ, 
sob pena de se impor àquela Corte a obrigação de ratificar a escolha 
de indivíduos que lá não obtiveram o voto da maioria absoluta de 
seus atuais integrantes. Vencidos os Ministros Joaquim Barbosa e 
Celso de Mello que proviam parcialmente o recurso por julgar que o 
ato impugnado careceria de motivação. 
MS 24631/DF 
Parecer Jurídico e Responsabilização 
O Tribunal deferiu mandado de segurança impetrado contra ato do 
Tribunal de Contas da União - TCU que, aprovando auditoria realizada 
com o objetivo de verificar a atuação do Departamento Nacional de 
Estradas de Rodagem - DNER nos processos relativos a 
desapropriações e acordos extrajudiciais para pagamento de 
precatórios e ações em andamento, incluíra o impetrante, então 
procurador autárquico, entre os responsáveis pelas irregularidades 
encontradas, determinando sua audiência, para que apresentasse 
razões de justificativa para o pagamento de acordo extrajudicial 
ocorrido em processos administrativos nos quais já havia precatório 
emitido, sem homologação pela justiça. Salientando, inicialmente, 
que a obrigatoriedade ou não da consulta tem influência decisiva na 
fixação da natureza do parecer, fez-se a distinção entre três 
hipóteses de consulta: 1) a facultativa, na qual a autoridade 
administrativa não se vincularia à consulta emitida; 2) a obrigatória, 
na qual a autoridade administrativa ficaria obrigada a realizar o ato 
tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou não, 
podendo agir de forma diversa após emissão de novo parecer; e 3) a 
vinculante, na qual a lei estabeleceria a obrigação de “decidir à luz de 
parecer vinculante”, não podendo o administrador decidir senão nos 
termos da conclusão do parecer ou, então, não decidir. Ressaltou-se 
que, nesta última hipótese, haveria efetivo compartilhamento do 
poder administrativo de decisão, razão pela qual, em princípio, o 
parecerista poderia vir a ter que responder conjuntamente com o 
administrador, pois seria também administrador nesse caso. 
Entendeu-se, entretanto, que, na espécie, a fiscalização do TCU 
estaria apontando irregularidades na celebração de acordo 
extrajudicial, questão que não fora submetida à apreciação do 
impetrante, não tendo havido, na decisão proferida pela Corte de 
Contas, nenhuma demonstração de culpa ou de seus indícios, e sim 
uma presunção de responsabilidade. Os Ministros Carlos Britto e 
Marco Aurélio fizeram ressalva quanto ao fundamento de que o 
parecerista, na hipótese da consulta vinculante, pode vir a ser 
considerado administrador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(Súmula Vinculante 3) 
“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se 
o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar 
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o 
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” 
(MS 24.997, MS 25.015, MS 25.036, MS 25.037, MS 25.090 e MS 
25.095 
"O ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo, 
aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de 
Contas. Submetido à condição resolutiva, não se operam os efeitos 
da decadência antes da vontade final da Administração." 
(RE 285.495) 
"Aposentadoria – Proventos – Alteração pelo administrador. Uma vez 
aperfeiçoado o ato complexo alusivo à aposentadoria, com a 
homologação pelo Tribunal de Contas, a modificação dos proventos 
não prescinde da observação do devido processo legal, presente a 
medula deste último, ou seja, o contraditório." 
Muito bem. É O fim da segunda aula. Nesse semana, 
deixaremos de aplicar nosso “simuladinho”, pois o assunto, NESSA 
SEMANA, foi bem curtinho. Mais para frente, quando fecharmos atos, 
aplicaremos, então, nosso simulado, envolvendo todo esse assunto, 
ok? E serão apresentadas novas questões de fixação do assunto, para 
“fecharmos” o mesmo. No mais, bons estudos e até a semana que 
vem. 
Cyonil Borges, Elaine Marsula e Sandro Bernardes.