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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO VOLTADA A GESTÃO DE PESSOAS E SUA ABRANGÊNCIA SOBRE AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE. Tiago de Sousa Pereira RESUMO As empresas hoje em dia estão cada vez mais buscando por melhorias para o aumento da produção com qualidade e segurança, se importando também com a atuação do gestor e meio ambiente. Podemos dizer que o ato de produzir com qualidade precede analiticamente a várias etapas vindas dos três principais setores, sendo eles: setor estratégico, setor tático e o setor operacional. O presente estudo objetiva mostrar a viabilidade técnica da implementação de ferramentas e conceitos de engenharia e qualidade junto com a gestão-liderança no processo produtivo. Observamos que para uma produção com qualidade a engenharia atrelada a liderança tem grande destaque nesse papel, não olhando apenas para a produção em si, mais sim para a produtividade tornando a empresa e seu produto competitivo no mercado. Palavras-chave: Gestão-Liderança; Ferramentas de qualidade; Produtividade INTRODUÇÃO Desde o início o homem teve a necessidade de dominar e produzir, e ao passar dos tempos ele deixou de se nômade e passou a ser sedentário. Produzir, liderar, criar novas estratégias para a sobrevivência era essencial. Logo em seguida, alguns historiadores acreditam que o período Neolítico, ou Idade da Pedra Polida, foi marcado pelo surgimento das primeiras civilizações. Nesse período, o homem conquistou o domínio do fogo, produzindo artefatos de caça e ferramentas para plantio, começou a praticar a agricultura, deixando de ser dependente da caça e da coleta sem o cultivo. Atualmente, já podemos perceber por partes das pequenas, médias e grandes empresas a busca pela qualidade dos produtos, uma gestão eficiente dos coordenadores junto com a engenharia da produção. Se engana quem pensa que essas propensões são seguidas pelas empresas por mera conformidade, é praticamente obrigatório seguir o modelo que preze o qualitativo sem esquecer o quantitativo para que se posa manter a tão acirrada concorrência produtiva/econômica. Qual o papel da engenharia de produção, liderança e o controle da qualidade nas organizações? Esse é o objetivo deste artigo, analisar empresas e suas preocupações, os e de como esse eixo pode tornar os grandes centros fabris “dentro do jogo”. DESENVOLVIMENTO O Que significa a gestão relacionada a qualidade? Passou-se muito tempo até surgir o primeiro conceito de qualidade, que consequentemente gerou o termo produtividade, e ela está ligada à entrega de resultados de uma pessoa ou empresa durante um período específico. Ao longo dos anos o conceito de qualidade foi se consolidando e rapidamente evoluiu. No começo acreditava-se que esse termo estava vinculado com padrões internos de atendimento as especificações do produto. Hoje em dia o conceito de qualidade remete ao atendimento das expectativas dos clientes e está atrelado a fatores como custos e atendimento dos prazos de entrega sem esquecer a importância da saúde do colaborador. Podemos então perceber que a qualidade e a produtividade não estão ligadas somente a metodologias, tecnologia e recursos financeiros, mas segue um princípio relacionado ao ambiental relacional e motivador que é gerado no ambiente de trabalho, que é alcançado através da "gestão - liderança". Carvalho (2011) também nos mostra alguns fatores que afetam a produtividade, sendo que apenas um desses fatores pode ser suficientes para o baixo rendimento. Dentre eles estão: •. Estar com a saúde ruim; •. Por estar enfrentando problemas pessoais familiares; •. Ter carência de algumas de suas necessidades para a vida; •. Trabalhar sem estar satisfeito por seu trabalho e pelo ambiente que está; •. Em função do tratamento que recebe dos colegas da empresa, se sentir deprimido; •. Ter dificuldades no relacionamento com colegas de trabalho; •. Achar que seu trabalho seja inútil. Como mostrado nos fatores acima, a prioridade em si deve estar atrelada ao recurso humano, matéria prima e ao cliente. A ENGENHARIA E A CRIAÇÃO DOS PROGRAMAS DA QUALIDADE Se repararmos na evolução da engenharia aplicada a qualidade, a grande maioria das contribuições partiram por engenheiros e matemáticos, também conhecidos como os "gurus da qualidade", "O que eles têm em comum é que fizeram parte da história, tanto pela contribuição teórica como pela intervenção em empresas” (CARVALHO, 2005, p. 10). Podemos citar alguns deles e suas contribuições para o avanço da qualidade: SHEWHART: Americano, graduou-se em Engenharia com doutorado em Física. Conhecido como pai do controle estatístico da qualidade. DEMING: Americano, engenheiro eletricista e doutor em matemática e física. Pai do controle da qualidade no Japão. Seu nome se tornou o Prêmio Japonês da Qualidade – Deming Pr. JURAN: Natural da Romênia, graduou- -se em Engenharia e Direito. Colaborador da Revolução da Qualidade Japonesa. CROSBY: Americano, formou-se em Engenharia. Especialista na área da qualidade. ISHIKAWA: Natural do Japão, graduou-se em química aplicada. Desempenhou importante papel no modelo Japonês. Todos esses conhecimentos foram aperfeiçoados ao longo do tempo e vêm sendo utilizadas até os dias atuais. Mesmo com a globalização e muita coisa tenha mudado em termos de inovação nos processos produtivos o papel desempenhado pelos profissionais ainda continuam observamos que em muitas empresas a responsabilidade de inspecionar e controlar a qualidade de toda a empresa ainda está vinculada aos setores produtivos, pois nem todas apresentam uma estrutura específica para a qualidade. Já que temos um breve resumo de alguns precursores, agora vou lhes mostrar algumas ferramentas que foram desenvolvidas para garantir a qualidade e seus objetivos e aplicações, no processo produtivo. Essas são conhecidas como as 7 ferramentas da qualidade: Diagrama de Ishikawa: Kaoru Ishikawa percebeu que a grande maioria dos problemas que eram encontrados poderiam ser resolvidos por algumas ferramentas, então com o propósito de aperfeiçoar o controle da qualidade criou o conhecido gráfico de causas e efeitos, conhecido também como " Diagrama de Ishikawa" ou "espinha de peixe". Fluxograma: Um fluxograma é uma ferramenta que possibilita a visualização fácil e rápida das diversas etapas que compõem um processo de trabalho. O fluxograma é um diagrama composto por símbolos padronizados que tem como objetivo descrever e mapear as diversas etapas de um processo, ordenando-as em uma sequência lógica e de forma planejada. Ele permite visualizar e identificar os pontos que merecem atenção especial; identificar oportunidades de melhoria; desenhar novo processo com as melhorias incorporadas; melhorar a comunicação entre os envolvidos no processo e disseminar informações a respeito destes (AFONSO; FANDINO, 2008). Carta de controle: A carta de controle ou o gráfico de controle avalia um processo em andamento. A Carta de Controle é uma das 7 ferramentas da qualidade e é essencial para o acompanhamento dos processos. O objetivo dessa ferramenta é observar se o processo está dentro dos padrões pré- estabelecidos e evidenciar quando há presença de desvios ocasionados por causas comuns ou especiais. Causas comuns estão relacionadas a variações diretamente ligadas ao processo e que podem ser reduzidas. Causas especiais são aquelas devem ser evitadas e/ou eliminadas. A proposta é um gráfico cuja faixa é limitada por uma linha superior, que representa o limite superior de controle (LSC), por uma linha inferior, que representa o limite inferior de controle (LIC), e por uma linha central, que representa o limite central (LC) (OLIVEIRA, 2013). Histograma: O histograma pode ser aplicado na verificação da quantidade de produtos fora dos padrões. (SANTOS, 2009) diz que para elaborar um Gráfico de histograma eficiente, é necessário:coletar os dados que serão analisados e organizá-los para que possam ser facilmente interpretados; calcular a amplitude; definir a quantidade de classes; calcular o intervalo das classes; determinar os limites das classes; montar o histograma traçando os eixos dos gráficos (x e y) e adicionando os dados com base na tabela de frequência. Sobre o eixo y, inserem-se as faixas de frequências, com o mesmo intervalo entre cada uma delas (como de 5 em 5, 10 em 10 ou outro), e o valor maior representa o total dos dados. Sobre o eixo x, inserem-se os intervalos das classes (com base na tabela de frequência). A partir daí, as colunas representando as classes e suas frequências podem ser desenhadas. Diagramas de dispersão: O diagrama de dispersão é muito útil nas análises dos processos e fundamental para compreender as relações entre as variações. Já para a (RAMOS; ALMEIDA; ARAÚJO, 2013), as premissas para a elaboração desse gráfico é, coletar dados em quantidade igual ou superior a 30 pares de dados, permitindo a efetividade da verificação da relação entre as variáveis; graduar a coluna vertical (y) de forma decrescente, começando com o maior valor, e a coluna horizontal (x) da esquerda para direita, começando com o menor valor; plotar os vários pares ordenados no diagrama; escrever no gráfico o título dos eixos e as demais informações necessárias. Os pontos no gráfico se referem às relações entre as variáveis (valores), sobre as quais se pode traçar uma reta chamada “linha de tendência”. Quanto mais próximos e concentrados os pontos estiverem da linha, maior será a relação entre as variáveis analisadas. Folhas de verificação: É útil, por exemplo, para verificar itens com defeito, identificar a ocorrência de erros e sua localização, comprovar as causas de defeitos, distribuir o processo de produção, avaliar a conformidade de itens, garantir a eficiência e a eficácia de todas as etapas de um processo, etc. Alguns cuidados devem ser tomados para que o documento atenda ao seu propósito (WERKEMA, 2006), as vantagens de se utilizar a folha de verificação na coleta de dados são a otimização e a organização do processo de coleta. Gráfico de Pareto ou (80/20): O diagrama de Pareto foi adaptado por Juran para ser aplicado nos problemas de qualidade, como falhas em máquinas, percentual de itens defeituosos, reclamações de clientes, perda de produtividade, atrasos na entrega de produtos, ocorrência de acidentes de trabalho, etc. Como podemos perceber, as 7 ferramentas são bastante úteis no gerenciamento da melhoria contínua e nem todas necessitam de profundos conhecimentos técnicos para que possam ser implementadas. Dessa forma, elas podem ser aplicadas em todas as organizações, e assim obter excelentes resultados. O IMPACTO DA LIDERANÇA NA QUALIDADE A engenharia não está ligada apenas ao aspecto produtivo, mas, sim engloba toda a forma de gestão, e ao falarmos de gestão, podemos classifica-las em três áreas ou setores sendo o Estratégico o tático e o operacional. Conforme Chiavenato (2008, p. 143), “competências individuais são as competências que cada pessoa deve contribuir e possuir para atuar na organização ou em suas unidades”. Para Hanashiro, Teixeira e Zaccarelli (2007), competência organizacional é a consequência de uma combinação estratégica de recursos, habilidades e processos organizacionais, que visa ao atendimento das necessidades dos clientes e que contribui efetivamente para a geração de valor e para formação de uma vantagem competitiva. Por meio do desenvolvimento de competências, torna-se possível identificar habilidades do funcionário, seus talentos, promovendo um alinhamento entre as estratégias e metas da empresa e as competências do colaborador. Ao procedermos de tal modo, agimos de acordo com os objetivos da gestão estratégica de pessoas. A partir disso, emerge a necessidade da estabelecermos um conceito de competências. Do que falamos quando nos referimos a competências e como a liderança tem seu impacto na qualidade? Conforme Chiavenato (2008, p. 143), “competências individuais são as competências que cada pessoa deve contribuir e possuir para atuar na organização ou em suas unidades”. Um dos grandes desafios das organizações atualmente é encontrar instrumentos e mecanismos que mantenham as suas equipes motivadas e com alto potencial de desempenho e é nessa hora em que a gestão da liderança entra em ação, a preocupação crescente por parte das instituições ocorre devido ao elo existente entre o colaborador motivado e os resultados que ele pode gerar, portanto, é desejável que haja caminhos que levem a potencialização desse alto desempenho e quem irá guiar os colaboradores nessas etapas são os líderes. CONCLUSÃO Foi realizado um caso prático em uma empresa calçadista da região Horizonte - Ce, onde reunimos dados de 18 dias de produção e seus inutilizados, para vermos o desenvolvimento dessa empresa, e logo depois os resultados comparamos anteriores com mais 18 dias do mês seguinte. Nos primeiros 18 (dezoito) dias, foram selecionados 6 (seis) líderes de produção aleatoriamente, e mesuramos os resultados deles dezoito dias depois, e logo após, por um período de 7 dias foi feito um treinamento de comunicação oral e o básico de gestão da qualidade e os resultados foram bastantes significativos. Fonte: autor, 2022 Imagem 02 Fonte: autor 2022 Figura 1 - Gráfico de %Inutilizados Figura 2 - Gráfico de %Inutilizados No gráfico da imagem 01, (ver tópico "RECURSOS GRÁFICOS"), podemos ver que há um volume muito grande na porcentagem de inutilizados, e vendo isso foi decidido usar as técnicas de engenharia, que foram algumas das 7 ferramentas da qualidade, não precisou usar todas, mais as principais como, Diagrama Espinha de Peixe, Histogramas, Cartas de Controles e Diagrama de Pareto foram essenciais para alcançarmos o resultado que foi obtido. No gráfico da imagem 02, podemos ver a nossa evolução sobre a porcentagem de peças inutilizadas, apenas com um pouco de treinamento voltados a qualidade e a comunicação e o uso adequado das ferramentas citadas acima, podemos concluir que, todos esses conceitos que foram abordados neste trabalho, são muito, mais muito eficazes, conseguimos diminuir de uma média 17,7% das percas de materiais para uma média de 7,9%, e tudo isso apenas com (6) seis dos (12) doze líderes. REFERÊNCIAS CARVALHO, A. V. D.; NASCIMENTO, L. P. D. Administração de Recursos Humanos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. CORREA,C.E.G.; GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE. 2ª Edição, Uniasselvi CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. FARIA, E. de P. et al. O CEP como ferramenta de melhoria de qualidade e produtividade nas organizações. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Anais do V SEGeT, Rio de Janeiro, out. 2008. HANASHIRO, D. M.; TEIXEIRA, M. L. M.; ZACCARELLI, L. M (Org.). Gestão do fator humano: uma visão baseada em stakeholders. São Paulo: Saraiva, 2007. https://hdrup.com/blog-gestao/carta-de-controle-na-gestao-da-qualidade/ acesso: 17/11/2022 às 21:01 https://www.siteware.com.br/gestao-estrategica/quais-sao-ferramentas-da-qualidade/ acesso: 21/11/2022 às 22:19.