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Tutoria - Pânico em Lisboa! SP 1.2 fase 6

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S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 1
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 
Texto-base
Eram seis e meia da tarde e eu estava no Bingo Belenenses quando comecei a suar frio. 
Janeiro de 1993. A temperatura lá fora estava perto do zero. Para espanto das 
bingueiras portuguesas, tirei o casacão, o pulôver, a camisa. Fiquei de camiseta cavada. 
Meu coração começou a bater muito forte e as minhas mãos suavam frio. Estava pela 
boa, mas fui ao banheiro passar uma água no rosto. Senti que ia desmaiar. Ou morrer. 
Na rua, com o rosto molhado e de camiseta, carregando minhas roupas, consegui entrar 
no meu carro vomitando na sarjeta. Mas, se você conhece Lisboa, sabe que neste 
horário o trânsito é o pior do mundo. Enfiei o carro em cima de uma calçada e entrei na 
primeira farmácia. A mocinha, assustada, olhou para minha cara, eu dizendo que estava 
morrendo. Pelo olhar pesaroso, ela achou que eu estava drogado e disse que só podia 
me dar uma pica (injeção) com ordem médica. Me indicou um hospital a duas quadras. E 
foi me avisando: é particular, o senhor vai ter que pagaire! Me segurando nas paredes 
cheguei no pronto-socorro do tal hospital particular, entrei direto para um corredor, tinha 
uma maca, deitei. Chegou uma enfermeira gorda e foi logo avisando que era particular e 
que eu teria que pagar. Dei meu cartão para ela e o telefone de um casal amigo. E disse 
pela segunda vez: estou morrendo. Me levaram para uma sala e me deram uma injeção. 
A sensação de morte era incrível, inadiável. A enfermeira ficou assustada porque o 
batimento não abaixava: 180. Chamaram um especialista em coração. Ele ficou mais 
assustado do que eu. Falou com a enfermeira e ela se aproximou, definitiva: - Vamos te 
Texto-base
Problemas
Hipóteses
Questões de aprendizagem
1 - Transtornos de ansiedade
a) Classificação
b) Epidemiologia
c) Fatores desencadeantes
d) Etiologia/Fisiopatologia
e) Quadro clínico
f) Diagnóstico
g) Diagnóstico diferencial
2 - Tratamento farmacológico para ansiedade
a) Geral
b) Benzodiazepínicos
3 - Tratamento não farmacológico para ansiedade
4 - Emergências psiquiátricas 
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 2
aplicaire duas picas. Uma no cu (é bunda, em Portugal) e uma sucutânea. Comecei a rir, 
é claro. E pensei: pelo menos morro rindo. O batimento não caía. Chega o casal meu 
amigo. Dou os telefones dos meus parentes no Brasil. Me levam para a UTI. Ligam 
milhares de aparelhos em mim. Colhem meu sangue. Exames urgentes. Não deixam o 
casal entrar na UTI. Médicos discutem em volta de mim. Chegam os resultados dos 
exames. O médico se aproxima e diz que estão todos normais, apenas faltando um 
pouco de potássio dentro de mim. Me sugere comer bananas. Até hoje não sei se ele 
estava me gozando ou não. Cinco horas depois de entrar no hospital (particular) o 
batimento volta ao normal. Meia noite. Quero ir embora. Desligar aqueles fios todos. 
Chamam de novo o médico especialista. Ele não me deixa ir. Tenho que ficar em 
observação. Ninguém no hospital sabia o que eu tinha. Não, doutor, não há casos de 
enfarte na família, disse umas dez vezes. A enfermeira, vi ela sussurrar com o médico, 
desconfiava de alguma droga muito forte. Heroína, coisa mais ou menos comum em 
Lisboa. Hoje, dez anos depois, tomando remédio todo dia pela manhã, vou vivendo. 
Normal. Nunca mais tive nada. Nunca mais levei picas sucutâneas. Nem lá.
Problemas
Mário está suando frio, com taquicardia, sudorese, dispneia, sensação de desmaio 
ou morte.
Mário foi medicado com injeções não efetivas em reduzir batimento.
Os médicos não eram preparados para o atendimento.
Mário foi encaminhado para UTI, devido aos sintomas.
O único parâmetro laboratorial alterado era o potássio (hipopotassemia).
Hipóteses
Mário teve uma crise de ansiedade - Verdadeiro
Mário teve uma crise de pânico - Verdadeiro
A falta de preparo dos médicos prejudicou a conduta - Verdadeiro
Não houve um gatilho importante desencadeador do quadro ansioso - Verdadeiro
Questões de aprendizagem
1 - Transtornos de ansiedade
a) Classificação
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 3
💡 Definição de ansiedade: A ansiedade é um estado mental suscitado em 
antecipação a uma ameaça ou a uma ameaça potencial, resultando em um 
estado de maior vigilância (normal e adaptativo). É caracterizada por 
experiências subjetivas, como preocupações, tensão e alterações fisiológicas. 
Esse estado emocional pode ser desencadeado por estímulos que não 
representam perigo imediato ou pode ser gerado por estímulos internos. 
→ Só são considerados como patológicos quando são exagerados ou 
desproporcionais ao estímulo.
Transtorno de ansiedade generalizada 
(TAG)
Os pacientes sofrem de ansiedade e 
preocupação excessivas, 
acompanhados por sintomas como 
inquietação, irritabilidade, dificuldade 
de concentração, tensão muscular, 
distúrbios do sono e fadiga. 
O indivíduo tem dificuldade de 
controlar a preocupação e de evitar 
que pensamentos preocupantes 
interfiram na atenção às tarefas em 
questão.
Transtorno de pânico (TP) ou 
Ansiedade Paroxística Episódica
Caracterizado por ataques de pânico 
recorrentes, que são períodos de 
ansiedade e desconforto intenso, sem 
qualquer gatilho, acompanhados por 
sintomas somáticos.
Tanto pode ocorrer sem gatilho, 
que pode acontecer durante o 
sono.
O paciente não sabe quando vai 
acontecer.
Paciente refere como “sensação de 
morte iminente” ou “medo de ficar 
louco”, atingindo pico em cerca de 10 
minutos.
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 4
O ataque situacional, em geral, é 
precedido por ansiedade antecipatória 
crescente, ligada à expectativa de 
sentir-se mal em um determinado 
contexto.
Devido ao grande desconforto, o 
indivíduo passa a ter medo da 
repetição dos sintomas 
desenvolvendo uma ansiedade 
antecipatória em relação à ocorrência 
de novas crises e o temor de passar 
mal em determinado local ou 
contexto. Esta ansiedade 
antecipatória pode servir de gatilho 
para nova crise (agora, situacional). 
Com isto, pode se desenvolver uma 
esquiva fóbica e/ou agorafobia, 
mesmo após a ocorrência de uma 
única crise espontânea.
Atualmente, o diagnóstico é feito com 
base na intensidade e impacto da 
crise na vida do paciente, ao invés de 
ser por meio do número de vezes que 
ocorrem.
Agorafobia Medo em locais ou situações (p. ex., 
transporte público, multidões) dos 
quais a fuga pode ser difícil ou em 
que a ajuda pode não estar 
disponível.
Fobias sociais Medo persistente e irracional de ser 
observado ou avaliado negativamente 
por outros em situações de 
desempenho social ou interação. 
Associado a sintomas de ansiedade 
somática e cognitiva.
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 5
Fobia Específica Medo excessivo ou irracional de 
objetos isolados ou situações (p. ex., 
medo de voar, de ver sangue, de 
altura ou de animais). 
Uma característica essencial desse 
transtorno é que o medo ou 
ansiedade está circunscrito à 
presença de uma situação ou objeto 
particular (Critério A), que pode ser 
denominado estímulo fóbico. 
Ocasionalmente, a fobia específica se 
desenvolve após um evento 
traumático (p. ex., ser atacado por um 
animal ou ficar preso no elevador), 
por observação de outras pessoas 
que passam por um evento traumático 
(p. ex., ver alguém se afogar), por um 
ataque de pânico inesperado na 
situação a ser temida (p. ex., um 
ataque de pânico inesperado no 
metrô) ou por transmissão de 
informações (p. ex., ampla cobertura 
da mídia de um acidente aéreo). 
Por isso, elas costumam iniciar na 
infância (como visto no TBL).
Entretanto, muitas pessoas com fobia 
específica não conseguem se lembrar 
da razão para o início de suas fobias.
Transtorno Obsessivo Compulsivo 
(TOC)
Caracterizado pela presença de 
obsessões e/ou compulsões. 
Obsessões = pensamentos, 
impulsos ou imagens recorrentes 
e persistentes que são 
vivenciados como intrusivos e 
indesejados.
Compulsões = comportamentos 
repetitivos ou atos mentais que 
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 6
um indivíduo se sente compelido 
a executar em resposta a uma 
obsessão ou de acordo comregras que devem ser aplicadas 
rigidamente.
Por que o TOC não é mais considerado um transtorno ansioso, segundo o DSM-5?
Embora haja indícios de que as compulsões podem preceder as obsessões, 
especialmente em crianças, a maioria dos pacientes relata que suas compulsões são 
realizadas em resposta aos pensamentos obsessivos.
O reconhecimento dessa relação ajuda a diferenciar o TOC de transtornos nos quais 
há predominância de obsessões (p. ex., pensamentos ruminantes de culpa, nos 
transtornos depressivos, ou expectativas ansiosas exageradas, como no transtorno 
de ansiedade 
generalizada [TAG]) e de transtornos nos quais há comportamentos repetitivos sem 
obsessões correspondentes (como na tricotilomania e na dermatotilexomania).
Também facilita a compreensão da proposta da terapia cognitivo-comportamental 
(TCC) e sua implementação pelo paciente, estimulando a exposição aos 
pensamentos intrusivos, mas prevenindo respostas comportamentais disfuncionais.
As compulsões não são realizadas com prazer, mas sim a contragosto, buscando a 
sensação de alívio, mesmo que temporário, que proporcionam.
Outra característica clínica importante do TOC são os fenômenos sensoriais (FS). 
Pessoas com TOC descrevem, com frequência, sensações subjetivas 
desconfortáveis de “não estar em ordem”, ou um sentimento de incompletude, ou de 
apenas “ter que” realizar algum comportamento repetitivo.
A sensação de incompletude leva o paciente a repetir um comportamento até 
atingir “o ponto certo”, ou de que fez “o suficiente”.
De forma semelhante, a sensação de “estar em ordem”, ou, em inglês, “to feel 
just right”, refere-se a sensações táteis, visuais ou auditivas, que expressam 
quando algo está exatamente como deveria ser, incluindo parecer (visual), soar 
(auditivo) ou ser sentido (tátil) como estando adequado ou perfeito.
Embora a presença de FS não seja necessária para o diagnóstico de TOC, são 
comumente relatados e merecem ser pesquisados para que possam ser 
incluídos na estratégia de tratamento.
Para que se feche o diagnóstico, os sintomas devem ocupar tempo significativo (p. 
ex., mais de 1h/dia) ou resultar em sofrimento subjetivo considerável ou prejuízo 
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 7
notável no funcionamento social, pessoal, convívio familiar, na vida acadêmica e 
profissional ou em outras áreas.
Transtorno do Estresse Pós-traumático 
(TEPT)
É desenvolvimento de sintomas 
característicos, após a exposição a 
um ou mais eventos traumáticos. 
Esses sintomas podem se apresentar 
nas seguintes formas:
Sintomas de revivência do medo, 
emocionais e comportamentais.
Estados de humor anedônicos ou 
disfóricos e cognições negativas.
Excitação e sintomas reativos 
externalizantes.
Sintomas dissociativos.
No TEPT, a pessoa revive o 
momento. Por exemplo, até 1 mês de 
um assalto, tudo bem sentir sintomas 
ansiosos relacionados ao trauma; 
mas passado esse período, caso os 
sintomas continuem, já é considerado 
TEPT.
Por que o TEPT não é mais considerado um transtorno ansioso, segundo o DSM-5?
Diferentemente de qualquer outro transtorno mental descrito nas classificações 
psiquiátricas atuais, os transtornos relacionados a trauma e a estressores precisam, 
para seu diagnóstico, da presença clara de um elemento causal muito bem definido: 
a exposição a um evento potencialmente traumático ou a um estressor grave.
Embora outros transtornos mentais, como episódios depressivos ou transtorno de 
pânico (TP), possam se desenvolver após situações como essas, elas não são 
necessárias, sendo consideradas fatores de risco para esses outros transtornos.
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 8
Referências: 
- Tratado de Psiquiatria. Associação brasileira de psiquiatria. 
- DSM - 5. 
- 
https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5668/ansiedade_generalizada.htm 
- Epidemiologia dos transtornos de ansiedade em regiões do Brasil: uma revisão de 
literatura. 
- Epidemiology of anxiety disorders in Brazilian regions: a literature review, Iglesias, Vitor. 
Pang, Yuan. Helena, Laura, USP. Dezembro de 2019. 
- Prevalência de ansiedade e fatores associados em adultos, UFRGS. 
- TRANSTORNOS ANSIOSOS, USP, Maidel, Fabiele. Nicoli, Cristiana.
b) Epidemiologia
Segundo a OMS, 1 em cada 4 indivíduos apresenta ou já apresentou um transtorno de 
ansiedade.
A prevalência em 12 meses é um pouco menor que a prevalência ao longo da vida, 
indicando que esses transtornos são relativamente persistentes.
Prevalência ao longo da vida de 7,7% em mulheres e 4,6% em homens.
https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5668/ansiedade_generalizada.htm
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 9
Fobias e TAS tem início particularmente precoce, com maior risco de incidência entre os 
6 e 17 anos de idade.
Como abordado no TBL de Transtornos Ansiosos.
TAG pode surgir na idade adulta e no final da vida.
A idade média estimada para os transtornos de ansiedade foi de 21,3 anos.
Mais da metade dos pacientes com 1 transtorno de ansiedade apresenta múltiplos 
transtornos de ansiedade comórbidos.
Referências: 
- Tratado de Psiquiatria. Associação Brasileira de Psiquiatria. 
- Dynamed.
c) Fatores desencadeantes
São os chamados “gatilhos”. 
Fobia social
Um fator desencadeante é a exposição de um trabalho.
Fobia específica
Um fator desencadeante seria enfrentar um animal, um lugar fechado, ou contato 
com o medo original da fobia.
TP
Não há fator desencadeante.
Agorafobia
A própria evitação do momento já é um medo e fator desencadeante.
TEPT
O reviver do trauma é o fator desencadeante. 
TOC
Depende do tipo de TOC, daí há diversos fatores desencadeantes.
Medo de germes e lavar a mão toda hora → TOC. 
Referências: 
- Discussão em sala de aula.
d) Etiologia/Fisiopatologia
Fisiologia - Relação do cortisol e estresse
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 10
Sabe-se que o hipotálamo pos sui um 
papel central em orques trar uma resposta 
humoral, visceromotora e somático-
motora apropriada ao estresse, sendo 
essa resposta regulada.
A exposição contínua ao cortisol, em 
períodos de estresse crônico, pode levar 
à disfunção e à morte dos neurônios 
hipocampais. Essa disfunção causa:
Falhas na capacidade do hipocampo 
de contro lar a liberação dos 
hormônios do es tresse e de realizar 
suas funções de rotina. 
Falha de memória, pois o estresse 
também influencia a aptidão de 
induzir a potenciação de longo prazo 
no hipocampo.
Relação com os circuitos neurais
Quando estímulos ambientais são interpretados como ameaçadores, se origina a 
ansiedade.
Como ocorre essa interpretação?
1. Uma pessoa deve primeiro detectar 
que os estímulos existem por meio de 
seus sistemas sensoriais, por meio do 
córtex sensorial, do tálamo e dos 
folículos superior e inferior.
2. Ocorre uma interpretação do estímulo 
que é, em parte, determinada pela 
experiência anterior do indivíduo e 
inclui a atribuição de valência ao 
estímulo via circuitos da amígdala 
basolateral.
Circuitos neurais envolvidos na ansiedade.
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 11
Se os eventos são ou não interpretados como ameaçadores depende do equilíbrio entre 
os circuitos de apoio e o circuito de comportamentos defensivos.
Quais mecanismos são utilizados para gerar ansiedade?
Recrutamento de determinadas populações definidas pela projeção de neurônios na 
amígdala basolateral.
A valência positiva e a negativa são codificadas por neurônios da amígdala 
basolateral.
Especifi camente, a ativação de neurônios da amígdala basolateral que se 
projetam para a subdivisão centromedial da amígdala pode influenciar o sistema 
de interpretação em di reção a uma avaliação de ameaça.
A exposição repetida a fatores estressantes ou estímulos de ameaça que podem 
causar a potencialização específica de circuitos que promovem comportamentos 
relacionado à ansiedade, de forma que, em situações ambíguas, os circuitos de 
ansiedade prevaleçam.
Como as respostas somáticas são originadas?
Os estímulos interpretados como ansiosos serão avaliados pelo córtex pré-frontal medial, 
pelo hipotálamo e pelaárea ventro tegumentar, que, aliados ao córtex motor, ao núcleo 
parabraquial, à substância cinzenta periaquedutal e ao nucleus accumbens, originarão as 
respostas somáticas de ansiedade, como dispneia, taquicardia, sudorese, tremores, 
entre outras.
Características cerebrais associadas ao TAG
Em alguns estudos incluem aumento de volume para amígdala e córtex pré-frontal, 
diminuição do volume do hipocampo, aumento da atividade do córtex pré-frontal, 
diminuição da conectividade entre o córtex pré-frontal e a amígdala, funcionamento 
anormal dos sistemas de serotonina e cortisol e níveis aumentados de norepinefrina.
Modelo neurobiológico proposto de TAG: amígdala hiperativa (devido a expectativas 
apreensivas) resulta em atividade hiperativa do sistema nervoso autônomo e 
secreção de cortisol (torna-se crônica devido à interrupção da regulação emocional 
pelo córtex pré-frontal e córtex cingulado anterior).
Consequências de níveis cronicamente aumentados de cortisol
Aumento da recaptação de serotonina.
Diminuição da conectividade funcional entre o córtex pré-frontal e o córtex cingulado 
anterior.
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 12
Diminuição do volume do hipocampo.
Alterações neurais resultam em aumento adicional de ansiedade e perturbação na 
regulação emocional.
Referências: 
- Silverthorn, Dee Unglaub, Fisiologia humana, 7 ed, 2017. 
- Dynamed. 
- Tratado de Psiquiatria. Associação Brasileira de Psiquiatria.
e) Quadro clínico
Sintomas autonômicos 
Taquicardia, vasoconstrição, suor, aumento de peristaltismo intestinal, taquipneia, 
piloerecção, midríase.
Sintomas musculares
Dores, contraturas, tremores.
Sintomas cinestésicos
Parestesias, calafrios, adormecimentos, ondas de calor.
Sintomas respiratórios
Sensação de afogamento ou sufocação, dispnéia.
Sintomas psíquicos
Tensão, nervosismo, apreensão, mal-estar indefinido, insegurança, dificuldade de 
concentração, sensação de estranheza ou despersonalização e desrealização.
Maior estado de vigilância.
Referências: 
- Manual de psiquiatria clínica português. 
- Tratado de Psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria.
f) Diagnóstico
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 13
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 14
Diagnóstico de TEPT
Feito por meio de uma entrevista clínica que extrai diretamente a história que estabelece:
Exposição a um trauma real ou ameaçado.
Experimentar memórias recorrentes, involuntárias e intrusivas, sonhos angustiantes, 
reações dissociativas (como flashbacks) e/ou reações psicológicas ou fisiológicas 
angustiantes a lembranças do trauma evitação de estímulos associados ao trauma.
2 ou mais alterações cognitivas ou de humor associadas ao trauma, como 
incapacidade de recordar detalhes do trauma, distanciamento e distanciamento dos 
outros, culpa distorcida, crenças negativas persistentes, estado emocional negativo e 
diminuição do interesse na participação em atividades.
2 ou mais sintomas indicando uma mudança na excitação e na reatividade associada 
ao trauma, incluindo agressividade ou irritabilidade, imprudência, aumento da 
vigilância, aumento da resposta de sobressalto, problemas de concentração e 
distúrbios do sono persistência de sintomas que causam comprometimento funcional 
significativo e sofrimento por ≥ 1 mês.
Referências: 
- Tratado de Psiquiatria. Associação Brasileira de Psiquiatria.
g) Diagnóstico diferencial
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 15
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 16
Esses sintomas também podem estar associados à abstinência das seguintes classes: 
álcool; opioides; sedativos; hipnóticos e ansiolíticos; estimulantes (inclusive cocaína) e 
outras.
Algumas medicações que induzem sintomas ansiosos incluem anestésicos e 
analgésicos; simpatomiméticos ou outros broncodilatadores; anticolinérgicos; insulina; 
preparações tireoidianas; contraceptivos orais; anti-histamínicos; medicações 
antiparkinsonianas; corticosteroides, anti-hipertensivos e medicações cardiovasculares; 
anticonvulsivantes; carbonato de lítio; antipsicóticos e antidepressivos. 
Metais pesados e toxinas (ex: inseticidas organofosforados, monóxido de carbono, 
dióxido de carbono, substâncias voláteis como tinta e gasolina) também podem causar 
pânico ou sintomas de ansiedade.
Referências: 
- Tratado de Psiquiatria. Associação Brasileira de Psiquiatria. 
- 
https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5668/ansiedade_generalizada.htm 
- Epidemiologia dos transtornos de ansiedade em regiões do Brasil: uma revisão de 
literatura. 
- Epidemiology of anxiety disorders in Brazilian regions: a literature review, Iglesias, Vitor. 
Pang, Yuan. Helena, Laura, USP. Dezembro de 2019. 
- Prevalência de ansiedade e fatores associados em adultos, UFRGS. 
- TRANSTORNOS ANSIOSOS, USP, Maidel, Fabiele. Nicoli, Cristiana.
2 - Tratamento farmacológico para ansiedade
💡 Esquema de tratamento: Os antidepressivos e os benzodiazepínicos são 
considerados medicamentos farmacológicos de primeira linha para o 
tratamento da maioria dos transtornos de ansiedade, com exceção da fobia 
específica.
Tratamento agudo: Benzodiazepínicos e antagonistas b-adrenérgicos.
Tratamento crônico: ISRSs e IRSNs e buspirona é necessário para produzir e sustentar 
os efeitos ansiolíticos. Servem inclusive para evitar que a crise aconteça.
a) Geral
Antidepressivos de escolha
Os antidepressivos mais utilizados para o tratamento dos transtornos de ansiedade são 
os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) e os inibidores da 
recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSNs). 
https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5668/ansiedade_generalizada.htm
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 17
Os ISRSs e os IRSNs demonstraram eficácia para todos os transtornos de 
ansiedade, exceto para a fobia específica.
Outros antidepressivos, como tricíclicos e inibidores da monoaminoxidase, foram 
amplamente utilizados no passado para o tratamento de transtornos de ansiedade, mas 
seus efeitos adversos e perfis de segurança os tornaram menos populares nos dias 
atuais.
Medicamentos anticonvulsivantes que modulam a sinalização do GABA, como 
gabapentina e pregabalina, podem ser empregados como terapêuticas para transtornos 
de ansiedade.
Ressalva: não são os mais comumente utilizados.
Outros tipos de medicamentos usados no tratamento desses transtornos incluem 
buspirona (um ansiolítico não benzodiazepínico) e bloqueadores βadrenérgicos. 
A buspirona é um tratamento eficaz somente para TAG. 
Bloqueadores β-adrenérgicos (como propranolol ou atenolol) são eficazes para 
alguns indivíduos com TAS do tipo de desempenho (que apresentam ansiedade ao 
falar ou se apresentar em público), mas não há evidências apoiando sua eficácia 
para a ansiedade em geral. 
Tratamento para crianças e adolescentes
Os transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes podem ser tratados com ISRSs 
ou IRSNs, que geralmente são administrados quando abordagens psicológicas não estão 
disponíveis ou não estão funcionando. 
Mas é necessário cuidado, já que algumas evidências indicaram aumento das taxas de 
suicídio com ISRSs nessa população. 
Entretanto, os benefícios do tratamento com ISRSs com monitoramento cuidadoso são 
considerados superiores a esse risco.
Mulheres com transtornos de ansiedade durante o período perinatal, inclusive durante a 
gravidez e a amamentação, provavelmente devam optar pela TCC. Alguns ISRSs, como 
a sertralina, podem ser considerados para uso nessas pacientes quando a TCC não 
estiver disponível, mostrar falta de eficácia ou quando a paciente preferir a 
farmacoterapia, ainda que o impacto da medicação sobre a formação do bebê e os 
efeitos adversos no recém-nato durante a amamentação mereçam ser considerados com 
cuidado durante o tratamento.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Em geral, utiliza-se um Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina (ISRSs). 
S.P 1.2 - Pânico em Lisboa! 18
Todos são equivalentes quanto à eficácia e a escolha do princípio é feita de acordo com 
os efeitos adversos que cada um apresenta.
A respostapode surgir em até 12 semanas a partir do início do uso do fármaco e o 
tratamento deve ser mantido por 2 anos após resposta alcançada.
Sempre que possível, combinar o tratamento com a Terapia Cognitivo-Comportamental 
(TCC).
O ISRS pode ser trocado pela monoterapia com a clomipramina, um Inibidor Seletivo da 
Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRSN) ou até mesmo potencializar o ISRS 
com a Clomipramina (tricíclico) ou antipsicóticos.
Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT)
É um transtorno bastante resistente à farmacoterapia, por isso muitos estudos 
recomendam as terapias como primeira linha de tratamento.
Mesmo quando tratado com os medicamentos de “primeira escolha”, menos de 60% dos 
pacientes apresentam resposta clínica satisfatória, e apenas 20 a 30% apresentam 
remissão completa dos sintomas.
Para o tratamento adequado, é necessário que as medicações sejam utilizadas próximas 
ao limite superior de sua faixa terapêutica.
Primeira linha: Fluoxetina, Paroxetina e Sertralina (ISRS).
Segunda linha: Venlafaxina (IRSN).
Drogas utilizadas em associação (potencializadoras): Prazosina, Quetiapina e 
Risperidona.
Referências: 
- Tratado de Psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria. 
- As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman - 12ªed.
b) Benzodiazepínicos
Os benzodiazepínicos são bastante eficazes no tratamento de transtornos de ansiedade. 
Sua grande vantagem é que combatem a ansiedade imediatamente, eliminando os 
sintomas de forma rápida. No entanto, preocupações com possíveis abusos e 
dependência podem limitar o seu uso.
O uso deve ocorrer por 1 mês, no máximo, para que seja possível manejar a 
retirada.
Mecanismo de ação
Gaba é um neurotransmissor inibitório da passagem de corrente elétrica entre neurônios.
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O BZD ao se ligar em seu receptor de membrana gabaérgico, abre um canal de cloreto, 
que entra para dentro da célula tornando seu interior mais negativa (hiperpolarização).
Os benzodiazepínicos têm ação potencializadora desse efeito, pois se ligam aos 
receptores gabaérgicos, por outro sítio, aumentando mais a entrada de cloreto na célula.
Efeitos adversos
Letargia, sonolência, diminuição da atividade psicomotora, prejuízo de memória, tontura 
e zumbido.
Antagonista de Receptor Benzodiazepínico - FLUMAZENIL.
Utilizado em casos de overdose por benzodiazepínicos.
Administrado por via intravenosa.
É administrado em série de pequenas injeções.
Uma dose total de 1 mg dada durante 1-3 minutos é com frequência, suficiente para 
abolir os efeitos de doses terapêuticas de benzodiazepínicos.
Pacientes com suspeita de overdose por benzodiazepínicos devem responder 
adequadamente a uma dose cumulativa de 1-5 mg administrados durante 2-10 
minutos.
A ausência de resposta a 5 mg de flumazenil sugere fortemente que um 
benzodiazepínico não é a principal causa de sedação.
Cursos adicionais de tratamento com flumazenil podem ser necessários após 20-
30min se a sedação reaparecer.
Medicações indutoras de sono
1ª classe:
Hipnótico não benzodiazepínico - Zolpidem
AD atípico - Trazodona (Donaren)
IRSN - Mirtazapina
ADT - Amitriptilina
3ª classe:
Anti-psicóticos
Clorpromazina (usado para tratar insônia)
Haloperidol - “sossega leão”
Quetiapina
4ª classe:
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Miosan
Miosan + ISRS pode induzir síndrome serotoninérgica.
Referências: 
- Tratado de Psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria. 
- As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman - 12ªed.
3 - Tratamento não farmacológico para ansiedade
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC) 
É o tratamento psicológico de primeira linha para transtornos de ansiedade, principal 
tratamento psicológico baseado em evidências para a abordagem de transtornos de 
ansiedade na infância, na adolescência e na idade adulta.
As estratégias utilizadas são:
A psicoeducação, que é o aprendizado e o automonitoramento de pensamentos, 
sensações físicas e comportamentos.
A reestruturação cognitiva (identificação de erros de pensamento, substituindo-os).
A exposição sistemática repetida a estímulos temidos (p. ex., dirigir para lugares 
desconhecidos) ou por meio de exercícios interoceptivos (que abordam o medo de 
sintomas corporais de ansiedade).
Técnicas respiratórias e de relaxamento.
Referências: 
- Tratado de Psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria.
4 - Emergências psiquiátricas 
As emergências psiquiátricas consistem em situações de risco iminente para o paciente 
ou outrem, causadas por transtornos psiquiátricos ou crise psicológica. 
Exigem a intervenção imediata da equipe de emergência.
No Brasil, os transtornos psíquicos correspondem a cerca de 10% de todos os 
atendimentos de emergência e urgência de hospitais gerais e dos serviços de pronto-
socorro no Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre as situações mais frequentes estão:
Agitação psicomotora e agressividade;
Comportamento suicida e automutilação;
Delirium ou estado confusional agudo;
Surto ou episódio psicótico;
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Depressão grave;
Transtornos por uso de substâncias (intoxicações, síndromes de abstinência, 
dependência grave e quadros induzidos);
Transtornos ansiosos.
Encaminhar pro IPQ: suicídio, risco de heteroagressividade, agitação/lentificação 
motora grave ou catatonia grave.
CAPS não interna: somente o CAPS III (cuja internação é breve e não tem em SC).
💡 Mundo ideal: Presença de leitos psiquiátricos nos hospitais.
Referências: 
- Tratado de Psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Fluxo de atendimento da emergência psiquiátrica.

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