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1 2 Diagramas Ladder ...................................................................... 3 Facilidade da instalação .......................................................... 18 Facilidade da manutenção e da pesquisa de defeitos .................. 20 Bibliografia: .......................................................................... 25 3 Diagramas Ladder Aula 02 Olá alunos! Sejam bem-vindos a segunda aula de CLP, cujo tema é a introdução à linguagem Ladder. Os objetivos dessa aula são a definição da linguagem de programação, a apresentação da linguagem Ladder, seus aspectos, conceitos básicos e ações básicas, além de exemplos da sua aplicação. Como você sabe o elemento controlador do CLP (CPU) é responsável pela leitura dos sinais de entrada, os racks de controle conseguem processar os sinais de I/O dentro da CPU através da programação que é feita em Ladder e gravada na CPU do CLP; assim o CLP consegue interagir com a planta de processo através dos atuadores. Assim, a linguagem de programação é responsável pela lógica de controle, é como se fosse uma receita de bolo que indica para o controlador qual é ação que deve ser feita a partir dos valores de entrada, com isso é possível atualizar sua saída ou seus atuadores. A linguagem Ladder surgiu junto com CLP, seu nome é oriundo de uma analogia com a palavra em inglês escadas, nela barras verticais são interligadas pelas linhas de controle ver Figura 1. 4 Figura 1 – Exemplo de linguagem Ladder Segue, na Figura 1, um exemplo de lógica utilizando a linguagem Ladder, primeiro há um símbolo de contato aberto, XO, a entrada normalmente é aberta, esse contato poderia ser uma botoeira ou um sensor digital. Na sequência há outro contato agora fechado, X1, que também é de entrada, mas normalmente se encontra fechado. Para finalizar há um “Coil”, ou bobina de saída, indicada pela palavra YO (out) e que pode ser usada para acionar o atuador, um relé ou contator. Essa linguagem tem como característica a semelhança com diagramas elétricos convencionais, hoje em dia é uma das mais difundidas por conta da facilidade de interpretação. Com a Ladder é fácil visualizar os estágios das variáveis, realizar leituras rápidas e a alteração da lógica. Segundo Marcelo Georgini “mesmo tendo sido a primeira linguagem destinada especificamente à programação de CLPs, a Linguagem Ladder mantém-se ainda como a mais utilizada, estando presente praticamente em todos os CLPs disponíveis no mercado”. 5 Tabela 1 – Exemplo de simbologia Ladder Descrição Linguagem Ladder Diagrama Elétrico Contato aberto Contato fechado Saída Veja a seguir um contato normal aberto, através do símbolo de %, que indica que está sendo realizada uma referência a um endereço físico do CLP. Assim esse contato aberto está associado a uma entrada física. Figura 2 – Contato normal aberto “NA” Definições Iniciais Examina se ligado Verifica o estado do bit endereçado. Se bit = 1, instrução é verdadeira. Se bit = 0, instrução é falsa. 0.0 , então se o bit for 1 a instrução é verdadeira, se o bit for 0 a instrução é falsa. Na Figura 3 é possível observar um contato normal fechado associado à entrada 0.1, neste caso 0.1 seria a identificação do canal 1 do cartão de entrada, que vai ser uma lógica invertida “NF”, então se o bit for 1 a instrução é falsa se o bit for 0 a instrução é verdadeira, você pode entender isso como sendo um porta NOT. 6 Figura 3 – Contato Normal Fechado “NF” Examina se desligado Verifica o estado do bit endereçado. Se bit = 1, instrução é falsa. Se bit – 0, instrução é verdadeira. Considere o desenho da Figura 4 para efeito de interpretação de uma corrente virtual, toda vez que esse botão associado a entrada de 0.0 for 1 (verdadeira) irá acionar a saída 0.4. Figura 4 – Fluxo de corrente virtual Suponha que você precise acionar uma lâmpada, nesse caso estará trabalhando com uma corrente contínua, por isso há a representação de dois polos, positivo e negativo. Na Figura 6 você pode visualizar o diagrama Ladder equivalente. 7 Figura 5 – Acionamento de uma lâmpada Figura 6 – Circuito elétrico e diagrama Ladder do acionamento de uma lâmpada Circuito Elétrico Diagrama Ladder equivalente Na Figura 6 há um diagrama Ladder com contato aberto associado à entrada I0.0, que por sua vez está conectado ao interruptor; há também uma bobina conectada à lâmpada. A indicação de sinal (+) e sinal menos (-) é apenas para fazer mais a analogia à corrente virtual, então toda vez que o botão for acionado a lâmpada será energizada. Lembre-se que sempre é possível utilizar qualquer uma das entradas. Agora o exemplo de uma lógica “AND”, também conhecida como porta lógica “E”; na Figura 7 é possível observar como ficaria o circuito elétrico de implementação dessa lógica. Figura 7 – Função lógica “AND” ou “E” 8 Para programar essa lógica devem ser inseridos dois botões em série, de forma que ela somente será verdadeira se eles forem pressionados (fechados), quando é possível alimentar a lâmpada elétrica. Na bobina de saída será usado Q 0.0, dessa forma são usados os dois botões e a saída que está conectada a lâmpada. Na Figura 8 há um exemplo de lógica “OU”. Figura 8 – Função lógica “OR” ou “OU” Para que a saída seja verdadeira é preciso que somente um dos botões esteja fechado. Quando um desses dois botões for fechado a lâmpada será energizada, da mesma forma se os dois forem 9 pressionados haverá a passagem de corrente elétrica “Virtual”. Isso pode ser entendido com a tabela verdade abaixo. Tabela 2 – Tabela verdade da lâmpada energizada, seu símbolo e a expressão booleana Segue na Figura 9 um exemplo para que você encontre a solução para a aplicação em um reservatório. Figura 9 – Aplicação em um reservatório É possível observar que há uma bomba de dreno, YO, ligada no CLP à saída Q1. Também há dois sensores, um de nível baixo e um de nível alto, cada um deles está conectado a uma entrada do CLP. Assim quando o líquido atingir o nível máximo, a bomba deverá ser ligada quando o nível cair de um valor mínimo permitido, ou seja, abaixo do sensor de nível baixo, a bomba será desligada. Na Figura 10 segue o problema demonstrado acima. 10 Figura 10 – Diagrama elétrico simples na versão Ladder Figura 11 - Diagrama elétrico simples SCADA é o acróstico de Controle Supervisório e Aquisição de Dados (Supervisory Controle And Data Acquisition). O Sistema SCADA coleta e armazena dados para monitoração e controle de processos simples, Estes dados podem ser: Analógicos. Discretos. Digitais. 11 Os diagramas Ladder foram estabelecidos para representar os circuitos de lógica “hardwired” usados para controlar máquinas ou equipamentos. Devido ao seu largo uso na indústria, transformaram- se em uma maneira padrão de comunicar a informação de controle dos projetistas aos usuários do equipamento. Eles foram usados porque este tipo de representação do circuito, de forma gráfica, era fácil de elaborar e interpretar e foi aceito extensamente na indústria, assim que os CLPs foram introduzidos no mercado de automação industrial. A Figura 12 ilustra a transformação do diagrama simples mostrado na Figura 11 a um formato para PLC. Note que os dispositivos “reais” do campo do I/O estão conectados às relações da entrada e da saída; quando o programa Ladder for executado, dependendo da posição das chaves ligadas ou desligadas na entrada (níveis lógicos dasentradas), a saída, que é a lâmpada “PL”, vai acender ou não, similar ao que aconteceria se fosse utilizado um comando discreto. No controlador lógico programável isto é chamado de “software” dentro do processador central do PLC, em vez do hardware em um painel convencional. Como mencionado previamente, o processador central lê o status das entradas e energiza o elemento do circuito correspondente de acordo com o programa e controla um dispositivo de saída real através das relações da saída. 12 Figura 12 - Execução do PLC de figura 11 Como foi observado nas aulas do módulo 1, e será relembrado mais adiante, cada instrução é representada dentro do CLP por um endereço de referência, um valor alfanumérico porque cada dispositivo de saída já é conhecido no programa do controlador. Por exemplo, o botão PB1 é representado dentro do CLP pelo nome PB1(indicado sobre o símbolo da instrução) e do mesmo modo para outros dispositivos mostrados na Figura 12. Estas instruções são representadas de forma bastante simples, com os mesmos nomes do dispositivo e da instrução. Exemplo No circuito do hardware mostrado em Figura 12, a luz piloto PL vai energizar se o interruptor de chave limite LS1 se fechar e se a tecla PB1, ou o interruptor de chave limite LS2 se fechar. No circuito do CLP, a mesma série de eventos causará a energização da luz piloto que está conectada a uma saída do módulo do cartão de saída. 13 Perceba que no circuito do CLP da Figura 12, a representação interna dos contatos fornece a lógica equivalente de um circuito convencional quando o dispositivo do campo de entrada se fechar. Figura 13 – Configurações possíveis das entradas e de saídas correspondentes 14 Sem dúvida, a caraterística “programável” fornece um grande benefício para o uso e a instalação de controladores lógicos programáveis. Por causa disso é possível eliminar o controle hardwired em favor do controle programável, essa é a primeira etapa para a realização de um sistema de controle flexível. Uma vez que instalado, no controle de uma planta, é possível alterá-lo manualmente ou automaticamente para cumprir exigências do dia a dia do controle sem mudar a fiação do campo. Esta alteração fácil é possível desde que não exista nenhuma conexão física entre os dispositivos de entrada do campo e dispositivos de saída (veja a Figura 14), como em sistemas hardwired. A única conexão é com o programa de controle, que pode facilmente ser alterado. 15 Figura 14 - Diagrama de conexão do I/O do controlador programável que não mostra nenhuma conexão física entre as entradas e as saídas. Um exemplo típico dos benefícios de softwiring é um solenoide que seja controlado por dois interruptores do tipo “limite de fim de curso” conectado em série (veja a Figura 17). Para mudar a posição do solenoide, podem ser colocados dois interruptores de limite paralelamente (Figura 17-b) ou adicionar um terceiro interruptor ao circuito existente (Figura 17-c) que tomaria menos de um minuto em um CLP. Na maioria dos casos, esta mudança simples do programa pode ser feita sem interromper o sistema. Este mesmo sistema em hardwired poderia tomar trinta a sessenta minutos de tempo ocioso da máquina, lembrando que meia 16 hora do tempo ocioso de uma máquina pode significar uma elevada perda de produção. Uma situação similar existe se há uma necessidade de mudar um valor de pré-ajuste do temporizador ou alguma outra constante. Um temporizador do software em um CLP pode ser mudado em cinco segundos. Um jogo de interruptores do tipo thumbwheel (veja Figura 15) e de um teclado pode ser facilmente configurado para entrar com novos valores de ajuste em um grande número de temporizadores do software. Figura 15 - Interruptor do tipo thumbwheel Os benefícios na economia ao alterar temporizadores do software, ao em vez de alterar diversos temporizadores do hardware são óbvios. As caraterísticas de hardware de controladores programáveis fornecem similar flexibilidade e ganho em custos. Um processador central inteligente é capaz da comunicação com outros dispositivos inteligentes. Esta capacidade permite que o controlador seja integrado em esquemas de controle locais ou plantwide. Com tal controle da configuração, um CLP pode emitir mensagens úteis a respeito do sistema controlado a uma central de controle. De um lado, um CLP pode receber a informação 17 supervisória, tal como mudanças da produção ou a informação de programa, de um computador de mainframe. Um sistema padrão do I/O inclui uma variedade de módulos de relações digitais e analógicos que permitem o controle sofisticado sem o uso de uma custosa eletrônica personalizada. Figura 16 - Interruptor do tipo thumbwheel Figura 17 – Exemplo de mudanças hardwiring ao contrário das mudanças no softwiring 18 Facilidade da instalação Diversos atributos fazem à instalação do CLP um projeto fácil. Seu tamanho relativamente pequeno permite que um CLP seja montado convenientemente em menos da metade do espaço exigido por um sistema equivalente em um painel de controle por relé (veja a Figura 18). A passagem de um sistema substituindo um painel de relé por um CLP pode ser feita rapidamente conectando os dispositivos de campo nos cartões de entradas e saídas (prewired). 19 Figura 18 - Projeto Espaço-eficiente de um PLC Nas grandes instalações, as estações remotas de entrada/saída (veja Figura 19), são interligadas por um cabo coaxial ou um twisted pair, os fios conectam a estação remota ao processador central. Esta configuração conduz a uma redução considerável no material e aos custos de mão de obra em comparação a um sistema hardwired, que envolva interligar múltiplos fios e instalar grandes quantidades de cabos. 20 Figura 19 - Instalação remota da estação do I/O Facilidade da manutenção e da pesquisa de defeitos No começo, os controladores programáveis foram projetados para fácil manutenção. Como virtualmente todos os componentes são solid-state, a manutenção é reduzida à recolocação de componentes modulares, que é realizada por encaixe. Circuitos de detecção da falha (watchdog timer) e indicadores diagnósticos (veja Figura 20), incorporados em cada componente principal, atuam verificando se o sinal do componente está trabalhando corretamente ou funcionando mal. De fato, a maioria das falhas associadas a um CLP são relativas diretamente aos dispositivos de entrada/saída do campo (interruptores, botões, contatores e relés com problemas), em seguida aparecem as falhas relativas ao I/O (problemas eletrônicos 21 nos cartões ou mesmo de conexões dos fios nos parafusos dos bornes) e por último constam os problemas com CPU (Problemas eletrônicos), veja Figura 21. Entretanto, a capacidade da monitoração de um sistema do CLP pode facilmente detectar e corrigir estas falhas dos dispositivos. Figura 20 – Circuitos de detecção de falhas e indicadores diagnósticos Figura 21 - Falhas em um sistema baseado em CLP Com o dae (dispositivo automático de entrada) do dispositivo de programação, toda a lógica do programa pode ser monitorada, observando as entradas ou as saídas atuarem (veja a Figura 22). As instruções programadas podem igualmente ser programadas para declarar determinadas falhas. 22 Figura 22 - Um dispositivo de programação sendo usado para monitorar entradas e saídas, com os contatos destacados que indicam uma circunstância Um watchdog timer é um dispositivo eletrônico temporizador que zera o sistema devido a alguma condição de erro no programa principal, trata-se naverdade de dois relógios disparados ao mesmo tempo se um deles fica defasado em referência ao outro o sistema entende que houve um erro e retorna a fazer uma varredura das entradas e saídas. 23 Figura 23 – Reset Pul Down Endereço Unidade Central de processamento (CPU) Hardware Sistema de entrada/saída Diagrama da Ladder Lógica do relé Software solid-state Exercícios Descritivo: Controle de linha de produção. Em determinada linha de produção são transportados boxes de dimensões diferentes (box 1, box 2 e box 3). Os boxes passam por três fins de cursos Z1, Z2 e Z3. 24 A operação inicia, após atuação da chave liga “I” e é interrompido pela chave desliga “O”. A seleção da dimensão do box a ser escolhido é definida por uma chave de seleção (contato normal aberto). Assim se for selecionado o box 1, a linha de produção deve parar e ativar um alarme visual H1 se for detectada a passagem indesejada do box 2 ou box 3 que possuem dimensões diferentes do Box 1. Neste caso o box no tamanho indesejado será retirado manualmente pelo operador, que deverá resetar o sistema novamente atuando o liga “I”. 25 Bibliografia: CAMPOS, M. C. M. M., TEIXEIRA, H. C. G. Controles Típicos de Equipamentos e Processos Industriais. Editora Edgard Blücher, 2006. FRANCHI, C. M.; CAMARGO, V. L. A. Controladores lógicos programáveis –Sistemas Discretos. Editora Érica, 2008. PRUDENTE, F. Automação Industrial - PLC - Programação e Instalação. Editora LTC, 2010. PRUDENTE, F. Automação industrial: PLC, teoria e aplicações: curso básico. Editora LTC, 2007.